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Caso Concreto 1 CARLOS, funcionário público de um determinado Ente Federativo, auxiliado por seu irmão SÉRGIO, vendedor autônomo, no dia 14 de janeiro de 2016, apropriou-se, em proveito de ambos, de alguns Notebooks pertencentes à repartição pública em que se achava lotado, os quais eram utilizados, diariamente, para a realização de suas tarefas administrativas. Levado o fato ao conhecimento da autoridade policial, instaurou-se o competente inquérito, restando indiciados CARLOS e SÉRGIO, sendo o primeiro como incurso no art. 312, caput, e o segundo no art. 168, ambos do Código Penal. Pergunta-se: Está correta tal classificação? R= No que diz respeito a classificação de Carlos a medida está correta, no entanto, no que diz respeito a Sérgio, está incorreta. Isso porque o artigo 312 do Código Penal traz a previsão sobre a prevaricação, vejamos: Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Já o artigo 168 trata sobre a apropriação indébita que e quando você se apropria de bem que está em posse. Sérgio não estava em posse dos notebooks e sim concorreu no crime com Carlos. Assim, a conduta dele se encaixa no furto, previsto no artigo 155 do Código Penal. Caso Concreto 2 Suponha que um agente subtraia R$1.000,00 de seu pai, não idoso, com o auxílio de sua namorada. Descoberto o fato, o mesmo sustenta em tese defensiva que não poderá ser responsabilizado criminalmente por ser filho da vítima, conforme estabelece o art.181, II, do Código Penal. De acordo com os estudos realizados sobre concurso de pessoas é correto afirmar que a referida condição negativa de punibilidade também será aplicada à sua namorada? Responda de forma objetiva e fundamentada. R= Não, pois o agente não poderá ser responsabilizado criminalmente por ser filho da vítima, conforme estabelece o art.181, II, do Código Penal. Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003) II - De ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. Mas a sua namorada poderá ser responsabilizada criminalmente conforme estabelece o art.183, II, do Código Penal. Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: II - Ao estranho que participa do crime. Caso Concreto 3 SÃO PAULO - Uma farmácia foi assaltada quatro vezes pelo mesmo ladrão em São Carlos, a 229 km da capital paulista. Nesta quinta-feira, ele foi preso. As câmeras de segurança da farmácia gravaram a ação. O vídeo mostra o assaltante chegando à farmácia e pedindo um xarope à atendente. Em seguida, ele anuncia o assalto com uma faca e pede todo o dinheiro no caixa. Ele fez dois assaltos seguidos à farmácia: na manhã de quartafeira e nesta quinta-feira. O cara virou meu sócio. Todo dia ele vem sangrar meu caixa. Eu não agüento mais - desabafou o dono da farmácia, Paulo César Castilho. Atos Henrique Pinto, de 26 anos, acabou preso.? (Fonte: Jornal O Globo, 08/04/2011). Analisando a reportagem acima, podemos dizer que Atos responderá pelos crimes de roubo, em qual modalidade de concurso de crimes? Explique, inclusive se haverá exasperação ou cumulação das penas. R= Crime Continuado, artigo 71 do Código Penal. Quando o agente, “mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser hábitos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticos, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.” O código adota o sistema da exasperação para crime continuado. Paschoal (2015, p. 131) esclarece que, “para que a continuidade delitiva possa ser reconhecida, é necessário que, entre os crimes, não haja um intervalo de tempo muito grande. A prática dos delitos deve observar uma seqüência de tempo, lugar e maneira de execução, ou seja, deve haver semelhanças entre os delitos praticados e certa lógica na perpetração.” E nesse caso concreto, a farmácia sofreu quatro assaltos idênticos pelo mesmo autor, sendo dois, com intervalo de um dia. Vale ressaltar que a regra no concurso de crimes é a exasperação (aplica-se uma das penas se idênticas, ou a mais grave de diversas), mas se a soma dos crimes for mais benéfica do que a exasperação, então se utiliza a aplicação das penas de forma cumulativa, ou seja, somadas. Sempre em benefício do condenado.
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