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Analise fisco química da água condições hipotéticas

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1 Doutorando em Química da Universidade Federal do Piauí. Professor EBTT do Instituto Federal do 
Maranhão_Campus Bacabal. E-mail: janilsonlima@ifma.edu.br 
2 alunos de Licenciatura Plena em Química no Instituto Federal do Maranhão 
 
ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 
 
Janilson Lima Souza1 
Giorgia de Andrade Brito2 
Gleydson Diniz Cardoso2 
Keila Lúcia de Assis Araújo2 
Maila Chaves Pereira2 
Mariana Dias dos Santos2 
Mirian Sousa Araújo2 
Rodrigo Veras Rodrigues Silva2 
 
 
 
RESUMO 
 
 O trabalho teve como objetivo apresentar os resultados de análises FÍSICO-
QUÍMICAS (Água doce/ Classe II), através do estudo que foi conduzido de forma 
descritiva visando a discursão dos resultados onde foram feitas coletas em períodos 
sazonais com a intenção de acompanhar as mudanças das águas avaliadas. E 
relata a importância do rio Mearim para a sociedade. 
Palavras-chaves: análise, CONAMA, Mearim 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A concentração humana, o mau uso do solo e as atividades industriais, 
trazem uma série de problemas ambientais; o homem demanda água de 
qualidade e produz efluentes poluídos e poluidores que são lançados em corpos 
de água como rios, mar e lagos, incapazes muitas vezes de processar e purificar 
naturalmente esta carga excedente de poluição. Apesar de controle 
governamental de essas práticas estarem cada vez rígidos e monitorados, 
através da fiscalização que atua sobre leis federais, estaduais e municipais. 
Tendo como uma das principais regulamentações para o enquadramento as 
resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA): Resolução 
CONAMA nº 357/2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e 
diretrizes para o seu enquadramento. Aqui no Brasil, assim como em outros 
países do mundo, a lei ambiental regula o descarte de resíduos líquidos sobre os 
chamados corpos d’água com o intuito de limitar a carga poluidora encaminhados 
mailto:janilsonlima@ifma.edu.br
na natureza. Outro critério levado em consideração é a classe da água onde esse 
efluente é descartado. 
Com a preocupação de se adequar à essas leis e aos seus decretos, 
principalmente as indústrias buscam soluções para otimizar seus procedimentos 
de tratamento de efluentes. Sendo cada vez mais frequente o uso de tecnologias 
como o processo "biológico aeróbio" para minimizar o descarte dos poluentes no 
ambiente. No entanto há outras empresas que não levam essas leis tão a risca 
deixando de cumpri-las ou mesmo encontrando uma maneira de “mascarar” suas 
irregularidades, esse tipo de ação traz um conjunto de consequências que causa 
o aumento na degradação do meio ambiente. Sendo que a poluição das águas é 
uma formas devastadoras, que desenrola-se pela falta de cuidado e atenção da 
sociedade. 
 Uma dessas consequências é a redução de sua oferta para o planeta, 
resultando na diminuição da qualidade, e da quantidade de água disponível para 
uso em atividades humanas, bem como as reservas que fornecem agua disponíveis 
a manutenção da fauna e da flora. 
 
Quanto a isso, 
 
O Brasil é um dos países mais ricos do mundo em recursos hídricos. 
[...] Apesar da privilegiada situação quanto à quantidade e à qualidade de 
suas águas, nossos recursos hídricos não vêm sendo utilizados de forma 
correta e responsável. Super exploração, despreocupação com os 
mananciais, má distribuição, poluição, desmatamento e desperdício são 
fatores que demonstram a falta de cuidado com este valioso bem.1 
 
Desta forma é importante não só leis de regulamentação que assegurem a 
proteção desses recursos, mas também a conscientização populacional quanto a 
importância dessas ações. Pois mau uso põe em risco a vida de todos os seres vivos 
e afeta diretamente as diversas atividades humanas. 
Vale ressaltar que os humanos se multiplicam rapidamente e agrupam-se 
em espaços, cada vez mais urbanizados. Precisando de milhares de gotas 
d´água para satisfazer as suas necessidades básicas. Multiplicando todos os 
habitantes por milhares de gotas dá como resultado um grande consumo de 
água; somando as atitudes e comportamentos do desperdício à poluição, 
chegamos a uma relação desigual entre natureza e seres humanos. No entanto 
para saber se há poluição e quais seus níveis, é necessária uma análise 
laboratorial para detectá-la. 
 
 
OBJETIVOS 
 
 Apresentar os resultados de análises FÍSICO-QUÍMICAS (Água doce/ 
Classe II), através do laudo de informações oferecidas referentes a situação 
das águas do Rio Mearim 
 Revelar os níveis de poluição presentes nessas águas, bem como os riscos 
à saúde dos consumidores desses dois tipos de águas, de acordo com 
regulamentações e enquadramento as resoluções do Conselho Nacional de 
Meio Ambiente (CONAMA). 
 
 
METODOLOGIA 
 
 No presente trabalho foram feitas analises de amostras de aguas, em que 
constituíram estudos em vários parâmetros, o estudo foi conduzido de forma 
descritiva visando a discursão dos resultados onde foram feitas coletas em períodos 
sazonais do ano coma intenção de acompanhar as mudanças aguas avaliadas. 
Todos os dados foram obtidos através das análises já mencionas, os resultados 
foram despostos de forma quantitativa com intuito de obter resultados preciso para 
comparação com legislação vigente e fazer um diagnóstico preciso da atual 
situação das aguas. 
 
 
ASPECTOS GERAIS SOBRE O RIO MEARIM 
 
“O Maranhão, o mais amazônico dos estados nordestino, inclusive com 
parte de seu território pertencente à Amazônia Legal - e isto é sinônimo de abundância 
de recursos hídricos superficiais - vem sofrendo, ao longo dos últimos anos, perdas 
consideráveis desses recursos. Rios como o Mearim, o Itapecuru e o Pindaré, outrora 
piscosos e caudalosos, são hoje, praticamente, estéreis e atravessados, em certos 
trechos, a pé nos meses de verão”. (COELI, R. et al, 1997,p. 19) 
O alto Mearim possui uma bacia modesta, com pequena contribuição de seus 
afluentes, como os ribeirões Bem Aceitos, da Barra, Prata, Brejão, Água Boa, 
Midubim, Poção e dos Ovos, que apresentam descargas reduzidas e são, em 
sua maioria, intermitentes. O próprio rio Mearim e seus afluentes só começam 
a ter maior volume d’água após 160 km de percurso ao receberem a 
contribuição de afluentes perenes. Neste trecho, destacam-se os rios Corda 
e Enjeitado. O rio Corda ou Capim, com uma bacia hidrográfica 4700 km2, é 
o mais importante tributário do alto curso. Nasce nas vertentes da serra 
Branca, a cerca de 450 m de altitude e, com suas águas límpidas e rápidas, 
percorre aproximados 240 km até confluir com o rio Mearim, em Barra do 
Corda. No médio Mearim, entre Barra do Corda e Porto Seco das Mulatas, as 
larguras são variáveis, desde 40 m em Barra do Corda até 90 m em Bacabal. 
O baixo Mearim estende-se desde Porto Seco das Mulatas até a foz, na baía 
de São Marcos, onde se bifurca em dois braços que contornam a ilha dos 
Caranguejos, sendo sua maior característica neste trecho a mendicidade. A 
partir de Arari, no Golfão Maranhense, suas margem tornam-se alagadiças e 
pantanosas. A extensão da propagação das marés se estende a mais de 200 
km, sendo responsável pelo alargamento do rio. (COELI, R. et al, 1997 ,p. 
19). 
 
“O Rio Mearim nasce nas encostas setentrionais da Serra da Menina, em 
altitudes de 400m próximo ao lugar denominado Morro Vermelho no extremo Sul do 
denominado Tejucupana 24Km após a confluência como rio Pindaré”. 
(FEITOSA,1983, p. 35). O Rio banha os municípios de Formosa da Serra Negra, 
Grajaú, Barra do Corda, Esperantinópolis, Pedreiras, Trizidela do Vale, São Luís 
Gonzaga, Bacabal, Vitória do Mearim, Arari e outros.(COELI, R. et al, 1997, pag. 9) 
Tendo, também, sua importância social para as comunidades, que por meio 
desse rio, tem o seu sustento, como a pesca, retirada de areia lavada e outros. 
(BORGES, F. et al; 2014) E como o meio urbano tem afetado as águas do Rio Mearim, 
podendo identificar, nas analises, se há existência
de águas poluídas e como ocorre. 
 
ANÁLISES DOS PARAMETROS FISICOS-QUÍMICOS DA ÁGUA 
 
A água é um dos compostos de maior distribuição e importância na crosta 
terrestre e cobre cerca de 70% da mesma. É o elemento essencial e indispensável à 
manutenção da vida, não apenas por suas características peculiares, mas pelo fato 
de que nenhum processo metabólico ocorre sem sua ação direta ou indireta. Nestas 
condições, torna-se imprescindível que sua presença no ambiente esteja em 
quantidade e qualidade apropriadas para sua posterior utilização. (ESTEVES, 1998; 
BRAGA et al., 2002; REBOUÇAS, 2002). 
Os parâmetros de análise físico-química da agua que foi verificada, é de 
laudo de um corpo de agua com dados presentes nos paramentos segundo CONAMA, 
resolução n0 357/2005, como Agua Doce/ Classe II. Refere-se à avaliação da 
qualidade da água, se ela esta livre de impurezas, ou um desiquilíbrio natural como, 
por exemplo, a contaminação por materiais flutuantes/espuma, corantes, odor, pH, 
media coliformes termotololerantes, condutividade, cor. Turbidez, cloreto, sulfatos, 
sólidos totais, óleos e graxas, amoniacal, DBO, OD, cianeto, benzeno e derivados e 
metais pesados como Cu, Cd, Pb e Co. Na presente analise foi feito nos períodos de 
quatro meses Março, Junho, Setembro e Dezembro. Que apresentou nos quatro 
meses Odor aparente, e Corantes biodegradáveis. 
 
Segue a tabela com os resultados obtidos nas coletas realizadas entre março e 
dezembro, tendo um intervalo de dois meses entre uma coleta e outra. Para realizar 
as análises físico-químicas usou-se como base a Resolução n°357 do CONAMA de 
2005 na seção de Água doce/ Classe II. 
 Coleta/ março Coleta/ junho 
Coleta/ 
setembro 
Coleta/ 
dezembro 
Média 
T (°C) 27.7 27.3 26.9 27.6 27.375 
Materiais 
flutuantes/ 
Espumas 
Virtualmente 
presentes 
Virtualmente 
presentes 
Virtualmente 
presentes 
Virtualmente 
presentes 
Virtualmente 
presentes 
Corantes 
Biodegradáve
is 
Biodegradávei
s 
Biodegradávei
s 
Biodegradávei
s 
Biodegradávei
s 
Odor Odor aparente Odor aparente Odor aparente Odor aparente Odor aparente 
pH 5.3 6.4 6.1 5.8 5.9 
Média coliformes 
termotolerantes 
2780/100ml 2467/100ml 2672/100ml 2932/100ml 2712.75/100ml 
Condutividade 
Elétrica (a 25 °C) 
302 mS/cm 296 mS/cm 321 mS/cm 278 mS/cm 299.25 mS/cm 
Cor 78.3mg Pt/L 54.3mg Pt/L 45.7mg Pt/L 58.9mg Pt/L 59.3mg Pt/L 
Turbidez 127 UNT 156 UNT 172 UNT 131 UNT 146.5 UNT 
Cloreto (Cl-) 49 mg/L 64 mg/L 51 mg/L 68 mg/L 58 mg/L 
Sulfatos (SO42-) 42 mg/L 49 mg/L 74 mg/L 56 mg/L 55.25 mg/L 
Sólidos totais 217 mg/L 221 mg/L 187 mg/L 197 mg/L 205.5 mg/L 
Óleos e graxas 0,026% 0,006% 0,015% 0,007% 0,013% 
N total (amoniacal) 0.82 mg/L 1.96 mg/L 0.95 mg/L 0.05 mg/L 0.945 mg/L 
P total 0.037 mg/L 0.031 mg/L 0.023 mg/L 0.047 mg/L 0.0345 mg/L 
DBO 25.6 mg O2/L 28.4 mg O2/L 21.9 mg O2/L 17.3 mg O2/L 23.3 mg O2/L 
OD 2.7 mg O2/L 3.6 mg O2/L 2.1 mg O2/L 2.9 mg O2/L 2.825 mg O2/L 
Cloreto total 271 mg/L 294 mg/L 287 mg/L 266 mg/L 279.5 mg/L 
Cianeto 0.0017 mg/L 0.0014 mg/L 0.0011 mg/L 0.0025 mg/L 0.001675 mg/L 
Benzeno e 
derivados 
0.00003 mg/L 0.00003 mg/L 0.00003 mg/L 0.00003 mg/L 0.00003 mg/L 
Metais pesados 
(Cu/Cd/Pb/Co) 
0.00015-
0.00021 mg/L 
0.00015-
0.00021 mg/L 
0.00015-
0.00021 mg/L 
0.00015-
0.00021 mg/L 
0.00015-
0.00021 mg/L 
 
Tabela 1: LAUDO DE ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS (Água doce/ Classe II) 
 
 
 
TEMPERATURA 
As temperaturas presentes no laudo da análise são de 25, 70C na coleta 
feita em março, 27,30C em junho, 26,90C em setembro e 27,60C em dezembro. Existe 
um ciclo natural que permite a mudança constante da temperatura da agua. Essa 
variação ocorre devido a mudanças de estações (primavera, verão, outono e inverno). 
A temperatura pode ser considerada a característica mais importante do 
meio aquático. Caracteriza, grande parte dos outros parâmetros físicos da água como 
a densidade, viscosidade, pressão de vapor e solubilidade dos gases dissolvidos 
(TUCCI, 2004). A temperatura é um importante fator modificador da qualidade da 
água, pela influência direta sobre o metabolismo dos organismos aquáticos e pela 
relação com os gases dissolvidos. Assim, os aumentos de temperatura diminuem as 
concentrações de oxigênio dissolvido, gás carbônico, pH e a viscosidade, entre outras 
propriedades (HAMMER,1979; SAWYER et al., 1994). Aquecimento das águas é 
diretamente proporcional à insolação, associada às transferências de calor pelo ar, 
fricção, etc. A variação da temperatura da água afeta não só as características físico-
químicas as e suas reações, como também a flotação e locomoção dos 
microrganismos. Como a água não é somente Hidrogênio e Oxigênio, mas na 
realidade uma mistura de aproximadamente 33 substâncias envolvendo três tipos de 
isótopos de Hidrogênio e Oxigênio com 15 íons conhecidos, suas moléculas tendem 
a associar-se entre si como polímeros dando maior ou menor densidade ao meio 
líquido. (U.S.A,1965). 
“Também é muito útil em estudos limnológicos, no que diz respeito a 
fenômenos de estratificação, e do ponto de vista industrial para o cálculo de trocas 
térmicas”. (Rodier, 1978). A toxicidade de substâncias aumenta com a temperatura da 
água. Experimentos realizados indicam que concentrações de substâncias tóxicas, 
que são toleradas pelos peixes durante o inverno, podem ocasionar significativa 
mortalidade durante os meses do verão (Ciaccio, 1971). 
 
MATERIAIS FLUTUANTES/ESPUMAS 
Materiais flutuantes/Espumas virtualmente presente nos quatros meses. O 
que é considerado no Art 15.CONAMA, resolução 357/2005, para agua da classe 
dois, como materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: virtualmente 
ausentes; classificada como condições de qualidade de agua doce. 
Quando se fala de materiais flutuantes, os regulamentos exigem 
geralmente sua completa eliminação. Indesejáveis esteticamente, interferirem na 
decomposição biológica. As águas naturalmente carreiam uma série de materiais em 
suspensão (minerais e orgânicos) procedente de fontes diversas, como erosão do 
solo, curtumes, esgotos urbanos, etc. Estes materiais conforme suas densidades 
diante das características do corpo receptor sofrem sedimentação ao longo do curso 
das águas, em distâncias variáveis de acordo com o regime de escoamento das 
mesmas, causando maior ou menor impacto ambiental (Rebouças, 2002). A presença 
de materiais em suspensão e a cor da massa líquida diminuem a transparência das 
águas, podendo reduzir significativamente a energia luminosa disponível para a 
fotossíntese. 
 
 pH 
Na presente análise tivemos a presença de um pH de 5,3 em março, 6,4 
em junho, 6,1 em setembro e na coleta de dezembro 5,8. Segundo CONAMA, 
resolução 357, na seção II - Das Águas Doces Art. 14. As aguas doces de classe 2, 
observarão as seguintes condições e padrões: I - condições de qualidade de agua 
quando apresenta o pH: 6,0 a 9,0. O pH, reflete o tipo de solo por onde a água 
percorre, ou ainda, em lagoas com grande população de algas, nos dias ensolarados, 
o pH pode subir muito, chegando a 9 ou mais. Isso porque as algas, ao realizarem 
fotossíntese, retiram muito gás carbônico, que é a principal fonte natural de acidez da 
água. Geralmente um pH muito ácido ou muito alcalino está associado à presença de 
despejos industriais. Esteves (1998) observou que é comum encontrar valores altos 
de pH em regiões de balanço hídrico negativo como ocorre com os açudes do 
semiárido no Nordeste brasileiro. Na época de estiagem, este fato é acentuado pelos 
altos valores de carbonatos e bicarbonatos encontrados nas águas e que se tornam 
mais concentrados pela evaporação. 
 
MEDIA COLIFORMES TERMOTOLOLERANTES 
Media coliformes termotolerantes apresentou 2780/100mL em março, 
2467/100mL em junho, 2672/100mL em setembro e na coleta de dezembro 
2932/100mL. 
CONAMA, resolução 357 Art 15. Aplicam-se as aguas doces 
de classe 2 .II - coliformes termotolerantes:
para uso de 
recreação de contato primário devera ser obedecida a 
Resolução CONAMA no 274, de 2000. Para os demais usos, 
não deverá ser excedido um limite de 1.000 coliformes 
termotolerantes por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo 
menos 6 (seis) amostras coletadas durante o período de um 
ano, com frequência bimestral. A E. Coli poderá ser 
determinada em substituição aos parâmetros coliformes 
termotolerantes de acordo com limites estabelecidos pelo 
órgão ambiental competente. 
 
 Um dos aspectos mais importantes quando se refere à avaliação da 
qualidade da água é que ela esteja livre de impurezas, entre elas, a contaminação 
fecal que representa grande risco à saúde humana por conter patógenos. Assim, a 
determinação da concentração de coliformes assume importância como parâmetro 
indicador da existência de microrganismos patogênicos, responsáveis pela 
transmissão de várias doenças. Os coliformes fecais são definidos na Resolução 
CONAMA 357 (BRASIL, 2005) como sendo bactérias gram-negativas e em forma de 
bacilos, que podem estar presentes em fezes humanas e de outros animais 
homeotérmicos. (FONSECA, D. D, J. R, H. 2014). 
 
 
CONDUTIVIDADE ELÉTRICA 
 
A condutividade elétrica está relacionada à concentração de íons 
dissolvidos no corpo de água, portanto, quanto maior a concentração desses íons 
dissolvidos, maior o valor da condutividade elétrica. A resolução CONAMA 
357/05, Art. 14, não estabelece os níveis de condutividade elétrica. 
De acordo com estudos de Gasparotto (2011 apud NOGUEIRA et al., 
2015, p. 42), amostras muito contaminadas por esgotos, a condutividade pode 
variar de 100 a 10.000 μS/cm. Portanto, tendo como limite máximo de 100 µs/cm 
para uma água de boa qualidade. 
Observa-se que as coletas realizadas, inclusive a média ponderada, 
apresentam valores superiores a 100 µs/cm. Essa condição representa grande 
quantidade de íons que podem ser resultantes de compostos ricos em amônia, 
cálcio, magnésio. Com base nas análises, a qualidade da água apresenta 
significativa deterioração, ou seja, de má qualidade. 
 
 
 
COR 
 
A cor na água deve-se a “íons naturais como o ferro e o magnésio, assim 
como à presença de plâncton, húmus e turfa” (IAP, 2008). Os valores obtidos, de 
acordo com a tabela, encontram-se dentro dos limites estabelecidos pela 
resolução CONAMA nº 357/05, para águas de classe II, que é de até 75 mg Pt/L; 
exceto na coleta realizada em março, que excedeu o limite máximo da 
Resolução, encontrando-se 78,3 mg Pt/L. 
 
 
TURBIDEZ 
 
A turbidez é causada geralmente pela presença de partículas em suspensão e 
coloides, derivadas de matéria orgânica e inorgânica finamente dividida, de argila, etc. 
Em áreas que apresentam elevada turbidez, as partículas podem acomodar uma 
grande quantidade de poluentes e até microrganismos patogênicos (OLIVEIRA et al., 
2008 apud NOGUEIRA et al., 2015, p. 41), o que torna de suma importância a 
determinação desse parâmetro. 
De acordo com o CONAMA 357/05, para para se enquadrar na classe II a 
turbidez deve ter o valor limite de unidade nefelométrica até 100 (unT). Percebe-
se, que em todas as coletas analisadas, para esse parâmetro, estão acima do 
limite estabelecido na Resolução. 
 
 
CLORETO (Cl
-
) 
 
O cloreto é o responsável por provocar o sabor “salgado” na água, tendo 
o limite de concentração até 250 mg/L, valor este que é tomado como padrão de 
potabilidade, de acordo com o CONAMA 357/05. Tendo em vista as coletas 
analisadas, notou-se que todas elas se encontram abaixo do limite estabelecido 
na Resolução. 
 
SULFATOS (SO4
2-
) 
 
Em águas naturais/superficiais o sulfato deve ser controlado pois provoca 
efeitos laxativos, sendo o padrão de potabilidade fixado em até 250 mg/L pela 
Resolução do CONAMA 357/05. As concentrações de sulfato em águas naturais 
variam em geral na faixa de 2 a 80 mg/L, embora possam exceder a 1000 mg/L 
em áreas próximas a descargas industriais. Após a análise da tabela, observou-
se que nas coletas os valores de sulfatos estão abaixo do limite estabelecido na 
Resolução. 
 
SÓLIDOS TOTAIS 
A análise dos sólidos, são muita importância pois determina a quantidade de 
matéria em determinado corpo de água, a lei não dá padrões específicos para sólidos 
totais, o padrão legal instituído são sólidos totais dissolvidos (Brasil, 2005), que é o 
conjunto de todas as substâncias orgânicas e inorgânicas contidas num líquido sob 
formas moleculares ionizadas ou microgranulares. (ARAÚJO; SANTOS; OLIVEIRA, 
2012/2013 apud FRANZONI et. al.). 
 
 
 
 
 
Gráfico XX: analise de sólidos totais. 
 
março junho setembro dezembro
185
190
195
200
205
210
215
220
225
m
g
/L
meses 
Nas análises fornecidas podemos observar o decréscimo da concentração de 
sólidos totais presentes na análise, o gráfico acima mostra as concentrações das 
amostras coletadas em períodos específicos do ano. Podemos ver que a média das 
amostras não ultrapassa o valor permitido pela legislação vigente que estabelece 
como padrão 500 mg/L em aguas doces de classe II segundo CONAMA Nº 357/2005 
(Brasil, 2005). 
 
 
OLEOS E GRAXAS 
No que tange ao aparecimento de óleos e graxas nas análises feitas, indica um 
estado de estado de poluição, pois os mesmos são agentes perigosos e maléficos 
com alto potencial poluidor e causam grande risco a saúde pública, sendo considerado 
de classe I dos resíduos perigosos (Brasil, 2005). O Conselho Nacional de Meio 
Ambiente deixa explicito que como padrão de qualidade de água, deve haver a 
ausência de óleos e graxas. 
 
N TOTAL (AMONIACAL) 
A presença de Nitrogênio Amoniacal em um corpo da é um dos vários 
indicativos da saúde do ambiente, um bom caso de analise são a mortandade de 
vários peixes em lagos contaminados com amônia. 
Necessariamente o N não é um aspecto ruim do ambiente mais sim um limitante à 
produção das culturas. Algumas populações carentes no mundo simplesmente 
passam fome por não haver uma quantidade de N suficiente para nutrir 
adequadamente suas lavouras (POTAFOS, 2019). 
Na legislação brasileira ela é analisada mediante o pH do meio, como nas 
amostras submetidas as análises o pH teve uma pequena variação e sua média foi 
5,9 e seus valores separados não ultrapassando pH 7. A CONAMA estabelece como 
padrão 3,7 mg/L em pH≤7,5 então temos que as amostras estudadas estão de acordo, 
onde a amostra com a maior concentração não ultrapassa 2 mg/L. 
 
P TOTAL 
Fosforo assim com nitrogênio é um importante alimento para a biota vegetal 
aquática, mas 
a presença em excesso de fósforo tende a aumentar a 
produtividade biológica, podendo desencadear o 
fenômeno denominado eutrofização. Nesse cenário, 
pode haver uma drástica redução da disponibilidade 
hídrica, com diminuição da sua qualidade e quantidade, 
e crescente perda da capacidade de sustentabilidade do 
sistema. Consequentemente, alguns usos da água podem 
ficar comprometidos, em especial o abastecimento 
público, contribuindo para um cenário de escassez. 
(Hartig 2007 e Lamparelli 2014 apud PAGANINI e 
QUEVEDO 2016, p 3892; grifo meu). 
Para P em aguas doces classe II admite-se 0,020 mg/L o limite máximo para 
concentração de P total, as amostras examinadas apresentaram valores superiores 
ao permitido na lei caracterizando um ambiente rico em nutriente podendo estar em 
estado de eutrofização causando um desequilíbrio ambiental. 
 
DBO (demanda bioquímica de oxigênio) 
A DBO é também um indicador da saúde de determinado ambiente, a presença 
de oxigênio diluído em aguas, o mesmo é o grande responsável pelo mecanismo de 
decomposição da matéria orgânica, e é principal indicador de poluição. 
março junho setembro dezembro
0
5
10
15
20
25
30
m
g
 O
2
/L
meses
 
 
Gráfico XX: analise da DBO 
 
O gráfico acima mostra curva mostra concentração das amostras analisadas, 
como se vê nos meses inicias teve um grande aumento na DBO e depois veio 
decaindo
podendo assim indicar um ponto de lançamento de rejeitos difuso. Mesmo 
assim De acordo com a Resolução CONAMA 357/2005 (Brasil, 2005) essas 
concentrações não se enquadram nos parâmetros de 5 mg O2/L, não se aproximando 
do esperado. 
 
Analise físico-química (OD, Cloreto total, Cianeto, Benzeno e derivados, Metais 
pesados) 
 
 O nível de OD é de extrema importância aos organismos aeróbios e um dos 
principais parâmetros para controle dos níveis de poluição das aguas. De acordo cm 
a resolução Nº357, de maio de 2005, os níveis adequados para aguas doces tipo 2, 
deve ser acima de 5 mg/L. Mas a partir das análises realizadas, no período de março 
a dezembro, obteve-se a média de 2,825 mg/L, valor abaixo do ideal descrito na 
resolução. Esse baixo valor de OD, pode acarretar problemas como, a presença de 
matéria orgânica (provavelmente originada de esgotos). 
 Já os níveis de cloreto total segundo a resolução devem ser de até 250 mg/L, 
onde a média obtida nas análises apresenta- se acima do valor limite, cerca de 279,5 
mg/L, onde seu maior nível apresentou-se na coleta do mês de junho. No Brasil, o 
cloro é muito utilizado para a eliminação de óleos e graxas, mas esse alto valor 
presente nas aguas, pode causar diversos riscos à saúde de quem faz uso dessa 
agua, como por exemplo ter efeito laxativo, além de causar um desequilíbrio natural 
das bactérias benéficas da nossa pele. 
 O Cianeto é muito utilizados em processos químicos e de refino. É normalmente 
encontrado em efluentes de indústrias de galvanização, de limpeza de superfícies 
metálicas, fornos a coque, e aciarias. Seu limite estabelecido pela resolução para 
aguas doces de classe 2, deve ser de até 0,005 mg/L, pois sua elevada presença 
pode levar a uma aguda toxicidade à vida aquática. No presente estudo obteve-se 
valores abaixo do limite (0,001675 mg/L), estando assim dentro dos parâmetros 
exigidos. 
 Um dos principais poluentes das aguas, são os compostos aromáticos, 
principalmente os benzenos e seus derivados. Sua presença é causada são 
principalmente os vazamentos de tanques de combustíveis, derramamento de 
petróleo no solo, entre outros fatores. Em produtos químicos o benzeno é utilizado 
principalmente em detergentes. Na resolução seu valor total deve ser inferior a 0,005 
mg/L, sendo assim os resultados obtidos a partir das análises encontram-se dentro do 
previsto pela resolução, tendo sua média um valor de 0,00003mg/L. 
 Como última análise realizada nas amostras, verificou-se a presença de metais 
pesados como, cobre (Cu), Cádmio (Cd), Chumbo (Pb) e Cobalto (Co), que tem sua 
origem vinda principalmente de descartes de resíduos industriais, onde quando 
solubilizado em agua podem causar diversos danos à saúde humana (como distúrbios 
nos sistemas nervoso e aumento na ocorrência de câncer) e animal (como a morte de 
espécies) já que possui um grande potencial toxico. Para prosseguir com a avaliação 
dos resultados obtidos, ouve a necessidade de obter a média para metais pesados 
permitidos pela resolução. 
 Onde os valores previstos para cada metal é de: 
 
- Cu: 0,009 mg/L - Pb: 0,01mg/L 
- Cd: 0,001 mg/L - Co: 0,05 mg/L 
 
 Realizando a média temos que: 
𝐶𝑢+𝐶𝑑+𝑃𝑏+𝐶𝑜
4
 = 
0,009+0,001+0,01+0,05
4
= 0,0175 𝑚𝑔/𝐿 
 
 Então, pode-se dizer que para o somatório desses metais pesados (Cu, Cd, Pb 
e Co) é permitido a presença de até 0,0175 mg/L. Com isso nota-se que os valores 
obtidos nas análises, 0,00015 - 0,00021 mg/L, encontra-se dentro do permitido pela 
resolução. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O Rio Mearim que hoje abastece cerca de 100 mil habitantes, e um principal 
meio de vida tanto da população em geral quanto à para quem trabalha e vive do 
mesmo. Segundo o que foi analisado em relação aos níveis de substâncias presentes 
nas águas do rio pode se dizer em questão que o Rio está nos conformes à resolução 
das águas Conama, ultrapassando níveis em certos casos como o cloreto que 
apresentou uma quantidade de em mg/L maior que a regulamentada pela lei. Sendo 
assim podemos que os problemas ambientais gerados pelo homem hoje são parte de 
um processo que necessita de atenção em relação ao que despejado no rio. 
Os problemas ambientais em relação a poluição e a super concentração de 
substâncias químicas podem gerar problemas graves desde de A eutrofização das 
águas através dos níveis de nitrato presente na águas, a temperatura e fator 
fundamental ou seja mais importante nas aguas que influenciaram grande parte 
A temperatura pode ser considerada a característica mais importante do meio 
aquático. Caracteriza, grande parte dos outros parâmetros físicos da água como a 
densidade, viscosidade, pressão de vapor e solubilidade dos gases dissolvidos. 
Sendo assim o Rio em questão apresenta níveis medianos de substâncias 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. CONAMA. Resolução nº 357, de 17 de março 
de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água. Diário Oficial da República 
Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília DF 18 de março, 2005. 
 
Cadernos de Educação Ambiental Água para Vida, Água para Todos: Livro das Águas 
/ Andrée de Ridder Vieira texto:; Larissa Costa e Samuel Roiphe Barrêto coordenação 
– Brasília: WWF-Brasil, 2006. 
 
IAP. Instituto Ambiental do Paraná. Avaliação Ambiental Integrada – Bacia do Rio 
Piquiri: V - Diagnóstico Rec Hídricos e Ecossistemas Aquáticos II. Disponível em: 
<http://www.iap.pr.gov.br/arquivos/File/EIA_RIMA/baciapiquiri/g_V_Diagnostico_Rec_Hidr
icos_e_Ecossistemas_Aquaticos_II.pdf>. Acessado em 15 de junho de 2019. 
 
NOGUEIRA, Fábio F.; COSTA, Isabella A.; PEREIRA, Uendel A. Análise de 
parâmetros físico-químicos da água e do uso e ocupação do solo na sub-bacia 
do Córrego da Água Branca no município de Nerópolis – Goiás. 2015. TCC 
apresentado Escola De Engenharia Civil e Ambiental para obtenção do grau de 
bacharel em Engenharia Ambiental e Sanitária. Universidade Federal de Goiás, 2015.

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