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TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO ENGENHARIA AMBIENTAL

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO – UNISA 
Curso de Graduação em Engenharia Ambiental 
 
 
 
 
 
 
 
 
Joselino Bezerra da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE E CAUSAS: O PROCESSO DE EUTROFIZAÇÃO NA BACIA DO 
RIO REGINALDO, MACEIÓ-AL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maceió – AL 
2019
Joselino Bezerra da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE E CAUSAS: O PROCESSO DE EUTROFIZAÇÃO NA BACIA 
DO RIO REGINALDO, MACEIÓ-AL. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de 
Engenharia Ambiental da Universidade de Santo 
Amaro – UNISA, como requisito para obtenção do 
grau de Engenharia Ambiental, elaborado por Joselino 
Bezerra da Silva 
 
 Orientador: Marcos Henrique de Araújo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MACEIÓ-AL 
2019 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
Joselino Bezerra da Silva 
 
 
 
 
 
Análise e causas: O processo de eutrofização na 
bacia do Rio Reginaldo, Maceió - AL. 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado para 
obtenção da graduação no curso de Engenharia 
Ambiental pela Universidade de Santo Amaro – 
UNISA. 
 
 
Aprovado em: / / 2019. 
 
 
 BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
 Presidente da banca 
 
 ______________________________________________ 
 Orientador 
 
 _______________________________________________ 
 Avaliador interno 
 
 _______________________________________________ 
 Avaliador externo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho, 
Ao glorioso Deus que nos protege, me ilumina, me orienta e 
me dá forças nos momentos mais difíceis da minha vida, 
Aos meus pais pelos esforços e dedicação em minha educação, 
A minha noiva, que é a principal responsável por esta 
conquista. 
 
 
 Agradecimentos 
 
 
 
 
Ao glorioso Deus, por me conduzir no decorrer de minha vida dando-me força e sabedoria 
nos momentos mais difíceis para que eu podesse concretizar esse projeto. 
 
 
Ao meu estimado orientador e professor Marcos Henrique de Araújo, que sempre me 
estimulou na orientação com esmerada inteligência e paciência. 
 
 
A todos os professores do curso de graduação de Engenharia ambiental da Unisa que 
enalteceram e engrandeceram esse percurso me propocionando conhecimentos nesse curso. 
 
 
Agradeço a minha mãe, Maria José Ferreira, que sempre me ajudou incansavelmente durante 
toda minha vida sem medir esforços; a meu pai Severino Bezera, pelos ensinamentos de vida, 
pelas parcerias ao logo de nossa caminhada e por me proporcionar dignidade através do 
trabalho. 
 
 
Agradeço, a minha noiva Niedja Mesquita, obrigado por não desistir de nós mesmo diante de 
tantos obstáculos e dos dias árduos que enfrentamos em nossa caminhada, pelo auxílio prestado 
sempre com muita paciência esclarecendo minhas duvidas e partilhando conhecimento para que 
pudesse alcançar essa grande conquista tão almejada em minha vida. Saibas que sem você nada 
disso seria possível, e não existem palavras suficientes para expressar minha gratidão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nunca é tarde demais para ser aquilo que 
sempre desejou ser. 
 
 
George Eliot 
 
RESUMO 
 
Análise sobre as causas de eutrofização na bacia do Rio Reginaldo, Maceió - AL. Trabalho de 
conclusão de curso – Engenharia Ambiental – Universidade de Santo Amaro – UNISA, 2018. 
O objetivo desse trabalho é analisar as causas de eutrofização na bacia do Rio Reginaldo a 
partir dos dados físico-químicos coletados pelo instituto de meio ambiente de Maceió e pela 
companhia de saneamento de alagoas além dos estudos já realizados no âmbito acadêmico 
de pós-graduações a respeito da bacia do Rio Reginaldo que traga correlações aos processos 
de eutrofização. 
A caracterização de uma situação de eutrofização desta bacia se deve a inúmeras práticas 
realizadas ao longo de décadas que impactaram no aceleramento do processo de eutrofização, 
tais práticas seja despejo de efluentes e resíduos industriais ao longo do curso fluvial 
efetuado pelo setor privado que percorre desde a nascente até a sua foz ou mesmo pela inércia 
do setor público em promover políticas públicas eficientes e eficazes seja na sua atuação com 
relação aos órgãos responsáveis em verificar os impactos ambientais que poderiam ocasionar a 
bacia do Reginaldo quando das construções de residências, instalações de indústrias e estradas 
no curso da bacia do Reginaldo seja ainda relevante a falta de políticas públicas eficientes de 
educação ambiental junto às comunidades ribeirinhas o que certamente provocou de forma 
mais acentuada o assoreamento de processos erosivos no rio e seus afluentes; gerado pelo 
grande número de dejetos orgânicos lançados ao rio em fossas localizadas em suas 
margens e uma grande quantidade de lixo jogados diretamente em suas águas, 
possibilitando o rápido efeito poluidor e exterminador do ecossistema ali presente. Sabe-se 
que os níveis de matéria orgânica de origem doméstica elevaram os processos de 
eutrofização e a contaminação do manancial o que ficou evidente e o que ficou evidente 
e a vista de todos os maceioenses e daqueles que visitam esta. Sendo assim, é 
oportuno que as comunidades que vivem no contorno da bacia do Reginaldo tenham a 
oportunidade de obter uma consciência ecológica necessária para que os mesmos possam 
oportunizar para próximas gerações uma vivência com a bacia do Reginaldo revitalizada para 
que possa fazer parte do cartão postal de nossa cidade conjuntamente com as belas praias que 
existe em Maceió. 
 
 
Palavras-chave: Eutrofização, meio ambiente, bacia do Reginaldo. 
ABSTRACT 
 
 
Analyses of the causes of eutrophication in the Reginaldo River Basin, Maceio - AL. 
Completion of course work - Environmental Engineering - University of Santo Amaro - 
UNISA, 2018. 
 
The objective of this work is to analyze the causes of eutrophication in the Reginaldo River 
basin from the physicochemical data collected by the environment institute of Maceio and by 
the sanitation company of Alagoas in addition to the studies already carried out in the academic 
scope of postgraduate studies at respect to the Reginaldo River basin that brings correlations to 
the processes of eutrophication. 
The characterization of a situation of eutrophication of this basin is due to numerous practices 
carried out over decades that have impacted on the acceleration of the eutrophication process, 
such practices are the discharge of effluents and industrial waste along the fluvial course 
carried out by the private sector that runs from the to its mouth or even by the inertia of the 
public sector in promoting efficient and effective public policies or in its action in relation to 
the bodies responsible for verifying the environmental impacts that could cause the Reginaldo 
basin when constructing residences, industrial facilities and roads in the course of the 
Reginaldo basin is still relevant the lack of efficient public policies of environmental education 
with the riverside communities, which certainly provoked more sharply the erosion of erosive 
processes in the river and its tributaries; generated by the large number of organic wastes 
thrown to the river in tanks located on its banks and a large amount of garbage thrown directly 
into its waters, enabling the rapid polluting and exterminating effect of the ecosystem there.It 
is known that the levels of organic matter of domestic origin increased the eutrophication 
processes and the contamination of the spring which was evident and what was evident and the 
view of all the maceioenses and of those who visit this. the communities that live in the outline 
of the Reginaldo basin have the opportunity to obtain an ecological awareness necessary so that 
they can offer to future generations an experience with the Reginaldo basin revitalized so that it 
can be part of the postcard of our city together with the beautiful beaches that exists in Maceio. 
 
Key words: Eutrophication, environment, Reginaldo basin. 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
 
Figura 01: lavagem de roupa do rio salgadinho década de 60 38 
Figura 02: rio salgadinho década de 38 
Figura 03: poluição do riacho do salgadinho, janeiro de 2017 39 
Figura 04: Bacia do Reginaldo inicia no bairro do Antares, parte alta de Maceió 39 
Figura 05: Situação da bacia em Maceió, com os principais bairros identificados. 40 
Figura 06: desague do rio salgadinho na praia de avenida 41 
Figura 07: Uso indevido do riacho, altamente poluído nestes trechos 41 
Figura 08: IMA coleta água do Salgadinho (2017) 44 
Figura 09: Ocupação desordenada no vale do Reginaldo 44 
Figura 10: Mortalidade de peixe em razão da falta de oxigênio 47 
Figura 11: Vista macro e microscópica de Microcystis aeruginosa 47 
LISTA DE TABELAS 
 
 
 
 
 
Tabela 01: Distribuição da água no planeta ................................................................................... ..17 
 
Tabela 02: Precipitação e Evaporação ........................................................................................... ..18 
 
Tabela 03: Comparação dos valores de DBO5 e dos resíduos de substâncias inorgânicas com o 
equivalente populacional (EP) e unidades correspondentes por cabeça 
de gado..............................................................................................................................30 
Tabela 04: . Parâmetros analisados nesta pesquisa com limites e sem limites de acordo com a 
resolução CONAMA 357/05 ......................................................................................................... 45 
 
Tabela 05: Dados referentes aos pontos de coleta das águas de lançamentos de efluentes .. 45 
 
Tabela 06: Valores de OD e DBO medidos com base nos dados de 13 de junho de 2018 no riacho 
salgadinho........................................................................................................................................................46 
 
LISTA DE SIGLAS 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
AL Alagoas 
CASAL Companhia de Abastecimento e Saneamento de Alagoas 
CETEC Centro de Tecnologia 
CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo 
CIA Companhia 
CNPQ Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
CNS Conselho Nacional de Saúde 
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente 
DOU Diário Oficial da União 
EA Educação Ambiental 
ETEs Estações de Tratamento de Esgotos 
FAPEAL Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Alagoas 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia Estatística 
IDH Índice de Desenvolvimento Humano 
IMA Instituto do Meio Ambiente 
MEC Ministério da Educação e Cultura 
MMA Ministério do Meio Ambiente 
MTE Ministério do Trabalho e Emprego 
OMS Organização Mundial de Saúde 
ONG Organização Não Governamental 
ONU Organização das Nações Unidas 
PIB Produto Interno Bruto 
PRONEA Programa Nacional de Educação Ambiental 
SEMARH - AL Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas 
SEPLAN - AL Secretaria Estadual de Planejamento de Alagoas 
SMCCU Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano 
UFAL Universidade Federal de Alagoas 
 
Sumário 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. .12 
1.1. Problematização. ............................................................................................................ 12 
1.2. Hipóteses. ....................................................................................................................... 13 
1.3. OBJETIVO ..................................................................................................................... 13 
1.4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 14 
1.5. JUSTIFICATIVA. .......................................................................................................... 14 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. ......................................................................................... 15 
2.1. Referenciais Teóricos ..................................................................................................... 15 
2.2. Generalidades sobre a água ............................................................................................ 15 
2.3. Propriedades Químicas e Físicas. ................................................................................... 20 
2.3.1.Ph. ................................................................................................................................ 20 
2.3.2.A Cor. .......................................................................................................................... 21 
2.3.3. Condutividade .............................................................................................................. 21 
2.3.4. Turbidez ....................................................................................................................... 21 
2.3.5. Temperatura ................................................................................................................. 22 
2.3.6. Gases dissolvidos. ........................................................................................................ 23 
2.3.7. Sais minerais. ............................................................................................................... 25 
2.3.8. Matéria Orgânica ......................................................................................................... 25 
3. METABOLISMO NO ECOSSISTEMA AQUÁTICO. ................................................. 26 
3.1. Poluição das águas superficiais ...................................................................................... 27 
3.2. Déficit de oxigênio dissolvido. ....................................................................................... 27 
3.2.1. Demanda Bioquímica de Oxigênio e Demanda Química de Oxigênio. ...................... 29 
3.3. Ciclo do Nitrogênio. ....................................................................................................... 33 
3.4. Ciclo do Fósforo. ............................................................................................................ 35 
3.5. Poluição por Compostos Orgânicos Biodegradáveis. .................................................... 35 
3.6. Detergentes Sintéticos. ................................................................................................... 35 
4.0. EUTROFIZAÇÃO NA BACIA DO RIO REGINALDO, MACEIÓ – AL .................. 37 
4.1. Área de estudo ................................................................................................................ 39 
4.2. Peculiaridades da bacia do riacho Reginaldo ................................................................. 42 
4.3. Metodologia. ................................................................................................................... 43 
4.4 Resultados. ...................................................................................................................... 45 
4.5. Discussão. ....................................................................................................................... 46 
4.6. Eutrofizaçãoda Bacia do Reginaldo um problema de poluição ..................................... 48 
4.6.1. Ocupação Urbana ........................................................................................................ 48 
CONCLUSÃO… ............................................................................................ ......................49 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICOS ................................................................................. 50 
GLOSSÁRIO........................................................................................................................53 
 
 
 
12 
1. INTRODUÇÃO 
 
 O aumento do contingente populacional, o intenso processo de ocupação urbana, 
bem como a demanda pelos recursos hídricos, têm intensificado as ações humanas na região 
da Bacia do rio Reginaldo em Maceió – AL. 
 A poluição dos recursos hídricos pelo lançamento de esgoto doméstico tem 
inúmeras consequências, sendo uma delas o fenômeno conhecido como eutrofização. A 
eutrofização pode ser caracterizada como um processo em que ocorre um aumento na 
concentração de nutrientes (principalmente fósforo e nitrogênio) em ambientes aquáticos, tais 
como rios e lagos. 
 A eutrofização pode ocorrer naturalmente ou em razão da ação antrópica, quando 
ocorre naturalmente, geralmente é relacionada ao transporte de matéria orgânica, que se 
acumula ao longo dos anos, configurando-se como um processo mais lento que o ocasionado 
pela ação do homem. 
 Entre os efeitos negativos, a depleção do oxigênio dissolvido, a perda da 
biodiversidade e a proliferação de algas são alguns (ESTEVES, 2011). A ocorrência desse 
fenômeno pela ação antrópica efetiva-se quando é lançado na água produtos resultante de 
atividades industriais e agropecuárias, bem como esgoto doméstico, o que gera o aumento da 
disponibilidade de matéria orgânica e, consequentemente, a eutrofização. 
 Muitos rios e lagos brasileiro sofrem com esse fenômeno, que ocasiona um grande 
dano ambiental, uma vez que diversos organismos da flora e fauna acabam morrendo, 
destacando ainda que ao lançar esgoto nas águas, também há o aumento da probabilidade de 
propagação de doenças, exatamente o que vem ocorrendo ao longo dos anos com o rio 
Reginaldo em Maceió – AL como irão ver no decorrer desse trabalho de análise. 
 Nesse processo, durante as ultimas décadas pode-se evidenciar a extensiva 
urbanização desenfreada em todo percurso do rio agravando o aumento de sedimentos para a 
bacia. Com esse crescente significativo de sedimentos e poluentes gerando a eutrofização do 
rio Reginaldo, acarretando no assoreamento consequentemente afetando a qualidade 
ambiental ( VILELA, et al. 2004; BAPTISTIA NETO et al., 200; REBELLO et al., 1986; 
VANDENBERG & REBELLO, 1986). 
1.1. Problematização 
A vida humana depende da água. Porém muitas áreas do mundo não dispõem de 
água suficiente para beber devido aos altos índices de contaminação e poluição. 
A água representa o constituinte inorgânico mais abundante na matéria viva, o 
homem possui 63% de seu peso constituído por água. Dessa forma, a biomassa presente à 
 
 
 
 
13 
superfície dos continentes é proporcional ao volume das precipitações pluviométricas. 
As massas de água em estado líquido nos Limonociclos encontram-se de forma 
abundante na superfície terrestre, constituindo um ambiente ecológico de características 
peculiares. A alta densidade, o elevado calor específico, a maior resistência a passagem da 
luz, a pequena capacidade de dissolver substância em suspensão constituem-se nas principais 
características que fazem da água um meio diverso do ambiente a que se está acostumado. 
Considerando o problema da poluição e da necessidade de preservar ou corrigir a 
qualidade das águas, é indispensável que se desenvolva um estudo para melhor conhecera 
problemática que desenvolve os ambientes de água (H2O) doce superficiais, e a sua poluição 
por eutrofização, podendo assim contribuir para a formação de uma consciência crítica a 
respeito da importância da recuperação e preservação da água no planeta (ESTEVES, 1998). 
A eutrofização leva em seus estágios finais à redução de oxigênio na água, à 
liberação e à acumulação de substâncias tóxicas na água e nos sedimentos, poluindo o 
ambiente aquático, o que pode levar à morte dos organismos aquáticos, dos ecossistemas e de 
seres humanos que inadvertidamente bebam ou fiquem expostos à água poluída. Embora 
existam muitos lagos eutróficos no planeta, a maioria ainda não está eutrófica. Mas esta 
situação está mudando rapidamente. 
 
 
 1.2. Hipóteses 
 
São hipóteses desta pesquisa: 
 
H1 – A qualidade das águas da Bacia do Rio Reginaldo, no trecho em 
estudo, encontra-se comprometida pela existência de concentrações 
dos parâmetros físico-químicos e bacteriológicos em desacordo com a 
classe de enquadramento, estabelecida pela legislação em vigor; 
H2 – A aceleração do processo de eutrofização ocasionada devido a 
emissão de poluentes ricos em matéria orgânica em especial de 
nitrogênio e fósforo proveniente das residências e industrias no entorno 
da Bacia do Reginaldo 
 
 
1.1. OBJETIVO 
 
 
 O trabalho tem como objetivo principal a análise das causas de eutrofização da 
bacia do Rio Reginaldo. 
 
 
 
 
14 
1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 Analisar o grau de anoxia (ausência de oxigênio dissolvido) na bacia do Rio 
Reginaldo. 
 Verificar o florescimento de algas e crescimento incontrolável de outras plantas 
aquáticas. 
 Apresentar propostas de ações educativas ambientais as populações que vivem no 
entorno da bacia. 
 
1.3. JUSTIFICATIVA 
 
 Notadamente é sabido que as bacias hidrográficas situadas em grandes cidades ou 
mesmo em grandes aglomerações urbanas são contaminadas principalmente por esgotos 
domésticos lançados indevidamente devido a falta de saneamento necessário e pela falta de 
conscientização da população, e que devido a essas situações associadas a falta da 
participação eficiente e eficaz do poder público condiciona a elevar o grau 
de degradação ambiental nos cursos de água e provocando a eutrofização das bacias 
hidrográficas. 
Sabe-se que um sistema de coleta e tratamento de esgotos domésticos é uma das 
características necessárias para se ofertar a população um meio ambiente minimamente 
saudável, garantindo assim uma vida mais harmoniosa entre os moradores que residem no em 
torno às bacias hidrográficas e sua flora e fauna. 
Contudo, se os elementos mínimos para que esta harmonia esteja presente faltarem, 
teremos como resultado facilmente identificado: 
 Rios poluídos e contaminados 
 Disseminação de doenças transmissíveis por veiculação hídrica 
 Proliferação de insetos e roedores transmissores de doenças 
 Mau cheiro 
 Degradação do Meio Ambiente 
 Baixo nível de Qualidade de Vida 
 
O presente trabalho de conclusão de curso analisará as causas que deflagraram a 
aceleração do processo de eutrofização da Bacia de Reginaldo no que diz respeito à instalação 
de residências, indústrias e a falta de tratamento e coleta de esgoto. O trabalho incentiva a 
despoluição dos riachos e córregos formadores da bacia hidrográfica do Reginaldo, através da 
conscientização de todapopulação e em especial daqueles que vivem no contorno da bacia do 
Reginaldo. 
 
 
 
 
15 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
 
A presente revisão procura identificar as características geográficas, sócio - 
ambientais responsáveis pela eutrofização da Bacia do Rio Reginaldo, Maceió-AL. O meio - 
ambiente e a educação ambiental passam a se tornar, contudo, o foco principal dessa revisão 
no sentido de agregar posturas diferenciadas de controle e manutenção das características do 
ecossistema fluvial, permeando pela conduta responsável da população ribeirinha quanto à 
preservação do Rio Reginaldo. Os aspectos inovadores que envolvem as políticas de 
educação ambiental serão abordados de forma suscinta, para que o entendimento não ficar 
demasiadamente esmiuçado. 
 
 
2.1. Referenciais Teóricos 
 
O trabalho está estrurado em 4 capítulos: o capítulo 1 - é composto pela 
justificativa e objetivos. No capítulo 2 temos o referencial teórico abrangendo os temas sobre 
as generalidades sobre a água, breve enfoque do ciclo hidrológico e metabolismos dos 
ecossistemas aquáticos. O estudo das características e concentrações das poluições das águas 
de superfície verifica-se no capítulo 3. No capítulo 4 encontra-se a análise sobre as causas de 
eutrofização na bacia do rio Reginaldo, Maceió-AL. Para finalizar são apresentadas as 
conclusões. 
 
2.2. Generalidades sobre a água 
 
A abundância e a carência da água tem sido fator determinante de evolução dos 
povos, desde que a disponibilidade hídrica excedente, em certas regiões, tem favorecido o 
florescimento de civilizações e em outras, que apresenta déficit hídrico, constitui um grande 
condicionador ao desenvolvimento das regiões inseridas nestas condições hidrológicas. 
O crescente e exponencial aumento da população mundial, o desenvolvimento 
urbano e a expansão industrial, resultado de uma sociedade que está se modernizando, sem os 
devidos cuidados com a proteção e a preservação ambiental, estão associadas às situações de 
carência de água e a poluição dos recursos hídricos que cada vez mais vem se traduzindo na 
degradação da qualidade de vida do planeta. Este problema ganha dimensões preocupantes, 
quando se sabe que a água é um recurso natural essencial a subsistência do homem e às suas 
atividades, em especial aquelas de natureza econômica e quando se sabe que este recurso, que 
assume característica de bem estratégico e de valor econômico, ao contrário do que ocorre 
com outros recursos, não pode ser substituído pela maior parte das suas utilizações. 
 
 
 
 
16 
de 
Portanto a água dos limnociclos ou biociclos dulcícolas, que abrange todos os 
ecossistemas de água doce, é um bem finito e cada vez mais escasso - não é somente um 
elemento imprescindível à vida, mas também fator condicionante do desenvolvimento 
econômico e do bem estar social. Ele que se subdivide em duas províncias lóticas ou duas 
águas correntes (rios, cachoeiras, torrentes) e a província lêntica ou das águas paradas (lagos, 
pântanos) (SOARES, 1990). 
 
Os problemas relacionados com a água um dos mais importantes recursos 
ambientais não estão dissociados das relações históricas entre o homem e o meio ambiente e 
suas atividades produtivas, as quais tem sido de natureza predatória e dominadora e que tem 
resultado numa grave crise ambiental no nosso planeta. Esta crise ambiental, na qual os 
recursos hídricos estão inseridos, é decorrente do modelo desenvolvimento adotado, que se 
tem como paradigma onde os recursos naturais estão se escasseando seja em qualidade como 
em quantidade (ODUM, 1980). 
A água funciona como regulador térmico pelo seu calor específico e sua 
importância, como fator ecológico, advém da igualdade entre as forças de coesão e repulsão 
de suas moléculas, das variações de densidade que é capaz de apresentar, de sua acidental 
mobilidade e do seu poder de solubilidade, Neste sentido, Conti (1991): 
 
“A cada quinze moléculas de água há sempre uma (mas nem sempre a 
mesma) que está incessantemente mudando de lugar: ou está na superfície do 
mar e se evapora na atmosfera ou na superfície de uma folha, ou está na 
atmosfera e se precipita sobre a terra, ou filtra através da terra sedenta até um 
lençol profundo, ou cai num rio que vai desaguar no mar, ou ainda pode estar 
no aparelho digestivo de um animal, sendo absorvida pela mucosa intestinal” 
 
Assim pode-se dizer que, qualquer momento há uma molécula entre quinze que está 
mudando de estado, de lugar e de função. Quando a água muda de temperatura suas 
moléculas mudam de posição e obviamente de estrutura. Quando o gelo derrete, a água assim 
formada, retém uma espécie de pequenas ‘ilhas’ microscópicas que demonstram a se 
dissolverem, integrando uma espécie de ‘gelo em potencial’. 
 
A água poderá possui uma mobilidade acidental, desencadeada pelo vento ou por 
um desnível de terreno, o que poderá emprestar-lhe vários movimentos que poderão por sua 
vez trazer consequências imprevisíveis aos avisados. A agitação da água pode concorrer de 
sua temperatura como pode também aumentar seu teor de oxigênio dissolvido pelo seu 
contato com o ar. 
 
 
 
 
 
 
17 
 A água age na biosfera dois modos perfeitamente distintos: 
 
 
 Primeiro cumprindo ou descrevendo um ciclo, integralmente, da esfera da 
física e que consiste na perene instabilidade que é acompanhada em seus 
três clássicos estados. Alude-se aqui à evaporação, à liquefação e à 
congelação quanto ela trafega respectivamente livre mais livre que o ar 
sob a forma de vapor nas grandes correntes aéreas, quando se infiltra 
líquida nas rochas, se precipita como chuva e finalmente quando se 
congela nas geleiras das calotas polares e nas neves eternas das 
grandes montanhas ( reciclagem). 
 
 Segundo aspecto se enquadra com precisão dentro do contexto 
biogeoquímicos, já que transportam em sua dinâmica, acima descrita, 
substâncias minerais e orgânicas livres combinadas ou em suspensão além 
de gases dissolvidos que abastecem a biota e alimentam do princípio ao 
fim a cadeia trófica. Em números redondos os mares representam 97% da 
água do ciclo hidrológico, sendo que sua maior parte se encontra no 
hemisfério sul. 
 
A tabela abaixo ilustra melhor a distribuição deste líquido no Planeta : 
 
 
Tabela 1 – Distribuição da água no planeta. 
 
ÁGUA DOCE 
Águas polares e de geleiras 2,70 
De 800 a 4.000 de prof. 0,34 
Águas subterrâneas acima de 800m 0,27 
Lagos 0,009 
Umidade do solo 0,005 
Vapor da atmosfera 0,001 
Rios 0,0001 
Total 3,3251% 
 
Água Salgada 
Oceanos 97,3 
Lagos salgados e mares interiores 0,008 
Total 97,308% 
Fonte: CARVALHO, 1975, p. 76. 
 
 
 
 
 
18 
 
Outras duas formas importantes de água em movimento na Terra, são as correntes 
oceânicas e as descargas dos rios. As primeiras conduzem a grandes distâncias excessos e 
falta de energia influindo em climas como acontece com o noroeste da Europa. Os rios, além 
de conduzirem a água a locais muito distantes, carregam também muita matéria dissolvida e 
em suspensão. 
São muito controvertidos os valores das quantidades de água que se concentram no 
vários locais da Terra sob as formas sólida, líquidae gasosa, mas, de um modo geral, o 
quadro que se segue pode servir como um modelo muito aproximado da realidade. 
 
No que concerne à precipitação e à evaporação, os dados abaixo fornecem de 
qualquer modo valores muitos úteis ( Tabela 2 ). 
 
Tabela 2 - Precipitação e Evaporação 
 
Mar 
Precipitação Evaporação Escoamento p/ 
Na terra 19% 12,8% 5,81% 
No mar 75% 81,2% 0,19% 
TOTAL 94% 94% 6% 
 
Fonte: CARVALHO, 1975, p. 77 
 
 
A água é um composto químico formado de dois átomos de hidrogênio e um de 
oxigênio, por isso a denominação química de H2O. As águas correntes são o resultado de 
uma dissolução aquosa de vários sais, ácido carbônico e matérias orgânicas. 
 
“As águas estão em constante circulação, estando presentes tanto na 
atmosfera sob a forma de vapor, quanto na superfície do solo sob a forma 
liquida, ou mesmo no interior do subsolo, constituindo lençóis aquíferos. 
Três são as partes que integram o ciclo hidrológico: 1- Agua de evaporação; 2 
- Agua de infiltração; 3 - Agua de escoamento superficial” (GUERRA, 1993). 
 
 Segundo Esteves (1998), em determinadas condições, devido à inclinação e 
impermeabilidade do terreno, vão se formar constantemente as águas de escoamento 
superficial que produzem os maiores desgastes, erodindo o solo, produzindo ravinas ou 
voçorocas. A ação direta da água da chuva é dupla, pois, realiza simultaneamente uma ação 
física e química. Aglomera as poeiras e partículas soltas, cava regos e sulcos nas argilas 
tenras, embebe as rochas permeáveis, favorecendo nas regiões de clima temperado as geadas. 
A água das chuvas dissolve as rochas solúveis e ataca o calcáriograças ao gás carbônico que 
contém em dissolução. 
 
 
 
 
19 
 As águas de escoamento superficial são indiscutivelmente as que realizam o 
trabalho mais intenso de desgaste das formas de relevo proeminente. 
 A água superficial é a continuidade do ciclo hidrológico que se volta ao 
deslocamento das águas na superfície. Por águas superficiais deve-se considerar, Pinto 
(1976): 
“O movimento da água a partir da menor porção da chuva que, caindo sobre 
um solo saturado de umidade ou impermeável, escoa pela superfície, 
formando sucessivamente as enxurradas ou torrentes, córregos, ribeirões, rios 
e lagos ou reservatórios de acumulação” . 
 
Segundo Tundisi (2003) ,o escoamento das águas superficiais origina-se nas 
precipitações. Do volume de água da chuva parte é interceptada pela vegetação e outros 
obstáculos, de onde evapora em seguida. Do volume que atinge a superfície do solo, parte é 
retida em depressões do terreno, parte se infiltra e o restante escoa pela superfície logo que a 
intensidade da precipitação supere a capacidade de infiltração no solo e os espaços nas 
superfícies retentoras tenham sido preenchidos. No início do escoamento superficial forma-se 
uma película laminar que aumenta de espessura, à medida que a precipitação prossegue, até 
atingir uma estado de equilíbrio. As trajetórias descritas pela água no seu movimento são 
determinadas, principalmente, pelas linhas de maior declive de terreno e são influenciadas 
pelos obstáculos existentes. 
 Nesta fase tem- se o movimento das águas livres. À medida que as águas vão 
atingindo os pontos mais baixos do terreno, passam a escoar em canalículos que formam a 
microrrede de drenagem. 
Sob a ação da erosão, vai aumentando a dimensão desses canalículos e o 
escoamento se processa, cada vez mais, por caminhos preferenciais, e de acordo com Pinto 
(1976): 
“Formam-se as torrentes, cuja duração está associada, praticamente, à 
precipitação; a partir delas, formam-se os cursos de água propriamente ditos, 
com regime de escoamento dependendo da água superficial e da contribuição 
do lençol de água subterrâneo. São chamadas águas sujeitas” (PINTO, 1976). 
 
Após as chuvas o escoamento superficial inicia-se, a ação da intercepção e da 
acumulação tende a reduzir-se no tempo e na infiltração a tornar-se constante. 
 
 
 
20 
2.3. Propriedades Químicas e Físicas 
 
 
 pH 
 
 
O pH corresponde ao logaritmo decimal negativo da concentração do íon 
hidrogênio de uma solução aquosa. O pH pode variar de 0 a 14; pH 7,0 divide reações básicas 
de ácidas, ou seja, há um equilíbrio entre os íons H
+
 e 0H
-
. O pH pode causar efeitos adversos 
sobre a água para vários usos. No sistema de abastecimento de água ele influi de diferentes 
maneiras. Por exemplo, influi no efeito corrosivo da água sobre as tubulações e instalações de 
contato. Influi ainda na coagulação química; a quantidade ótima de coagulante também 
depende do pH. Interfere (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB, 
1988). 
Para uso na agricultura, como água de irrigação, existem valores de pH 
apropriados, geralmente na faixa de 6,0 - 8,5. Os valores dependem do tipo de cultura, e das 
características físico-químicas do solo. 
 
 As águas de rios isentas de poluentes têm pH de 6,5 - 8,5 (Howlett, 1982,). Nesta 
faixa de pH vivem a maior parte dos peixes de água doce. Para o bom desenvolvimento dos 
vários tipos de peixe existem faixas adequadas de pH, que são funções de outros fatores, 
como a temperatura, oxigênio dissolvido, concentração de cátions e ânions na água. 
O pH pode ser medido por dois métodos: o colorimétrico e o eletrométrico. O 
método colorimétrico emprega um indicador químico, ou seja uma solução que apresenta 
intensidade de cor proporcional ao pH e variações nítidas de cor em uma faixa de pH de 
aproximadamente 1,5 unidades. Os exames podem ser feitos com relativa precisão em 
amostras sem cor e turbidez. O método eletrométrico é mais preciso e não sofre interferência 
de cor, turbidez, agentes oxidantes, ou agentes redutores presentes no liquido. O instrumento 
que mede o pH é o potenciômetro. 
O pH é medido através da determinação do potencial entre um eletrodo de vidro 
e um eletrodo de referência imersos na amostra. O eletrodo de vido assume um potencial que 
é dependente da atividade hidrogênica da amostra. O potencial do eletrodo (leitura do 
aparelho) fica sendo, então, a diferença de potencial entre o eletrodo de referência e a solução 
d’água. A voltagem do eletrodo de vidro é função logarítmica da atividade hidrogeniônica da 
amostra (HOWLETT,1982). 
 
 
 
21 
 A Cor 
 
Segundo Howlett (1982),a cor, que muitas vezes é incluída nas análises de água, 
representa uma avaliação das suas propriedades físicas, não tendo qualquer significado 
químico. Nas águas naturais dos rios a cor resulta principalmente de resíduos orgânicos e 
inorgânicos em suspensão, da presença de ácidos orgânicos e da presença de algas, plantas 
aquáticas e argilas. Para a coloração que é provocada por resíduos em suspensão pode ser 
prontamente removida por filtragem da água. No entanto o material em solução não pode ser 
completamente eliminado, mesmo usando- se filtros de poros de 0,10 mícrons de diâmetro, 
neste caso a remoção processa-se por coagulação,com o colorímetro, a cor é determinada por 
comparação da amostra de água com uma escala feita com soluções padrão preparada com 
cloroplatinado de potássio mais cloreto de cobalto. A unidade de cor é mg/l de platina. 
 
 Condutividade 
 
A condutividade ou condutância específica é a habilidade da água de conduzir a 
corrente elétrica. E função da concentração de íons na água, torna-seextremamente útil para 
indicar variações nas suas características qualitativas. A condutividade aumenta com o 
aumento da concentração iônica da amostra. A condutividade específica da água pode ser 
definida como o recíproco da resistência elétrica medida entre faces opostas de 01(um) cm
3
 
de uma solução aquosa a uma dada temperatura, geralmente a temperatura padrão para 
medições efetuadas no laboratório é 25ºC, mas podem ser tomados valores em diferentes 
temperaturas. Assim, é importante que a temperatura seja especificada, a unidade da 
condutividade é ohms ou siemens,e o aparelho utilizado para medir a condutividade é o 
condutivímetro, (HOWLETT,1982). 
 
 Turbidez 
 
A turbidez é o grau com que a penetração da luz emitida por uma fonte luminosa 
é impedida pelo material em suspensão na água. Pode ser vista como a habilidade com que as 
partículas em suspensão interditam a passagem da luz através da água, diferentes tipos de 
material em suspensão podem causar turbidez como microorganismos, detritos orgânicos, 
argila, fibras, colóides orgânicos e inorgânicos.Este parâmetro está muito ligado á água 
potável, pois a presença de sólidos, suspensos e principalmente sólidos coloidais dificulta a 
operação dos filtros de areia no tratamento da água(BROW, 1985). 
 
 
 
22 
Segundo Lima (1986), a turbidez vem despertando mais interesse no controle de 
qualidade da água pelo fato de que tem sido verificado uma associação entre a presença da 
água nas partículas que resultam na turbidez. Um outro aspecto envolvendo a turbidez refere-
se a redução da quantidade de luz solar no interior das águas de rios e lagos pelas partículas 
em suspensão, afetando o desenvolvimento dos organismos aquáticos. A medição da turbidez 
é feita com o uso de aparelhos turbidímetros, pelo qual um feixe de luz incidente sobre a 
amostra de água, e tem parte dos raios luminosos refratados pelas partículas em suspensão, 
enquanto que o restante dos raios atravessa a solução, o sistema medidor é acionado pelos 
raios refratados, que por sua vez é função das partículas em suspensão na amostra, e a unidade 
geralmente utilizada é ppm. 
 
 Temperatura 
 
A temperatura da água pode ser considerada a característica mais importante do 
meio aquático. As propriedades físicas, químicas e biológicas da água são funções da sua 
temperatura.,ela influência fortemente os níveis de oxigênio e sólidos totais dissolvidos na 
água. A habilidade da água de absorver oxigênio é inversamente proporcional à sua 
temperatura: isto é, o aumento da temperatura provoca uma redução do nível de oxigênio 
dissolvido na água, daí,a mudança dos níveis de temperatura podem induzir o 
desenvolvimento rápido de algas, com alterações no sabor, odor e cor da água, prejudicando o 
abastecimento público. O aquecimento da água pode provocar o desenvolvimento de muitas 
espécies de bactérias aquáticas como parasitas que provocam doenças, podendo causar a 
mortalidade de peixes (BROWN, 1985). 
O aumento da temperatura pode também influenciar a decomposição da matéria 
orgânica e assim acelerar o mecanismo microbiano, sendo portanto fator de desoxigenação da 
água. A atividade humana pode provocar alterações de temperatura da água através da 
construção de represas, do desvio de água para irrigação, da descarga nos rios de água 
aquecida devido ao resfriamento em processos industriais, dos desmatamentos de bacias 
hidrográficas, etc. A medição da temperatura da água dos rios pode ser feita com o uso de 
termômetros de bulbo de mercúrio, termômetros de máxima e mínima ou termômetros de 
registro automático. O último, evidentemente, é o mais adequado, principalmente para estudos 
sobre os efeitos do manejo da floresta na temperatura da água dos rios, onde dados horários 
são bastante úteis. A água caracteriza-se por ser um solvente universal, ou seja, é capaz de 
dissolver substâncias e compostos inorgânicos ou orgânicos, sólidos ou 
gasosos(ESTEVES,1998). 
 
 
 
 
23 
Ela contém todos os elementos indispensáveis à nutrição, respiração e 
desenvolvimento de inúmeras formas de vida, e segundo Branco (1987). 
 
 “Em águas naturais, existem quantidades moderadas de todas as substâncias 
necessárias a vida. Essas substâncias são provenientes da ação de 
intemperismo sobre as rochas que constituem o substrato geológico da bacia 
de drenagem correspondente, de tal forma que sua proporção, na água, será 
semelhante à proporção com que tais elementos, ou de alguns em particular, 
levaria a fenômenos de superpopulação de seres vivos em geral, ou de 
alguma espécie em particular, o que via de regra não acontece por causas 
naturais, mas sim pela intervenção direta ou indireta do homem, através dos 
processos de eutrofização e de poluição que serão estudados oportunamente” 
 
 
Em condições naturais existe um equilíbrio entre elementos e compostos químicos, 
cedendo espaço a uma população proporcional e equilibrada de seres vegetais, os quais 
possibilitou a formação de uma cadeia de alimentação estável, constituída por uma grande 
variedade de espécies. 
 
 
 Gases dissolvidos 
A concentração dos gases depende da pressão parcial e da temperatura, levando em 
consideração o grau de solubilidade especifica do gás, para cada temperatura e pressão, uma 
vez que ocorre o decréscimo da solubilidade dos gases com a elevação da temperatura, para 
Branco (1987): 
 
“As relações entre pressão, temperatura e qualidade dos gases dissolvidos, 
têm importância fundamental nos estudos limnológicos, uma vez que a 
existência de vida em uma massa de água, depende estritamente da 
quantidade de oxigênio dissolvido. E na água, a solubilidade do oxigênio é 
muito pequena. Os peixes salmonídeos (trutas e salmões) a exemplo, 
procuram localizar-se na regiões mais frias de um lago ou rio não por serem 
susceptíveis às temperaturas elevadas mas por apresentarem maiores 
exigências com à quantidade de oxigênio dissolvido” 
. 
Segundo Esteves (1998),em uma massa de água o oxigênio pode provir de duas 
fontes: endógenas e exógenas. Essa última refere-se ao ar atmosférico e a endógena relaciona-
se a atividade da fotossíntese dos vegetais verdes da água. A fonte exógena depende da 
temperatura, pressão e turbulência. A película superficial de qualquer massa de água está em 
contato com o ar atmosférico saturando-se de oxigênio de modo instantâneo. 
 
 
 
 
 
24 
Em seguida, continua uma região de até alguns metros, as vezes centímetros, onde 
ocorre a maior penetração da luz, ocorrendo reações de fotossíntese e produção de matéria 
orgânica. Essa região é denominada de trofogênica. Na zona trofolítica pode ocorrer 
decomposição anaeróbia e na superfície as moléculas de água estão saturadas de oxigênio. 
Esta película é monomolecular, e a difusão do oxigênio nas camadas mais profundas é mais 
lenta. A fonte endógena depende não apenas de vegetais superiores, mas de fítoplâncton, em 
geral constituído de algas microscópicas. A solubilidade baixa do oxigênio na água torna este 
tipo de ambiente susceptível do ponto de vista ecológico, assim menciona Branco (1987): 
 
“Ao contrário do ambiente terrestre, onde o ar atmosférico contém oxigênio 
em proporções elevadas (cerca de 22%, ao nível do mar) permitindo a 
existência de uma fauna tolerante a grandes variações de sua composição, o 
ambiente aquático se caracteriza, ao contrário,pela presença de organismos 
vivendo dentro de limites muitos estreitos de variação dessas concentrações” 
 
 
A resistência oferecida pelas massas de água às variações de temperatura permitem 
a existência e abundância de vida aeróbia, pois as perdas de oxigênio devido as súbitas 
elevações de temperaturas tornariam inviável esse tipo de vida. O lançamento de compostos 
orgânicos biodegradáveis na flora e fauna aquática decorre do consumo de oxigênio que é 
provocado pela assimilação dessas substâncias,por isto Branco (1987) afirmar que: 
“São denominados compostos biodegradáveis aqueles que são susceptíveis de 
decomposição biológica, isto é, compostos que, constituindo alimento 
orgânico, permitem uma proliferação dos microorganismos (bactérias, fungos 
e outros seres heterótrofos) excessiva em relação às disponibilidades de 
oxigênio no meio. Essas “explosões populacionais” de microorganismos, 
consequente ao excesso de alimento, leva a uma excessiva demanda de 
oxigênio provocando um colapso de sua concentração no ambiente e, 
consequentemente, a morte de peixes e outros seres na medida de suas 
necessidades respiratórias naturais”. 
 
 
Este tipo de fenômeno raramente acontece em relação ao ar atmosférico devido as 
proporções de oxigênio em sua composição. Outro elemento importante é o gás carbônico, 
pois é 35 vezes mais solúvel que o oxigênio na água. Na água, encontra- se dissolvido ou no 
estado de carbonatos e bicarbonatos de metais alcalinos e alcanos terrosos. Na água ele não é 
determinante para o desenvolvimento de seres autótrofos, com exceção dos ambientes 
eutróficos. As chuvas, húmus e a matéria orgânica consumida pela água em sua atividade 
metabólica dos organismos heterótrofos. Ao atingir a água, o gás carbônico incorpora-se a ele 
formando o ácido carbônico (ODUM,1996). 
 
 
 
 
 
 
25 
 Sais minerais 
 
Os sais minerais dissolvidos na água são importantes para o desenvolvimento de 
organismos autótrofos, podendo ser limitante ao desenvolvimento de algas e outros vegetais 
aquáticos. Normalmente, os organismos de água doce são adaptados ao ambiente de baixa 
pressão osmótica e o aumento dessa pressão levará a perda de água por parte dos organismos. 
Os sais minerais da água originam-se do desgaste físico e químico das rochas presentes no 
curso de água. Pode ainda, originar-se da decomposição de resíduos da flora e fauna da bacia. 
Neste caso, os lagos localizados em terrenos altos, sem escoadouros, constituem exceção, pela 
perda do volume de água por evaporação (CETESB,1988). 
 
 Matéria Orgânica 
 
 
A matéria orgânica nutre os seres heterótrofos. Para os autótrofos ela é fonte de 
sais, nutrientes e gás carbônico depois da decomposição bacteriana. Na água, sua origem é 
autóctone (endógena) e alóctone (exógena). A autóctone é formada pela atividade de 
organismos autótrofos ou produtores (algas). A matéria alóctone origina-se do solo lavado 
pelas chuvas, folhas caídas, restos de animais que chegam a água, além da interferência 
humana, lançado aos corpos de água resíduos domésticos ou industriais (CETESB,1998). 
 
 
2. METABOLISMO NO ECOSSISTEMA AQUÁTICO 
 
Por metabolismo dos ecossistemas aquáticos continentais entende-se o estudo da 
estrutura e funcionamento destes ecossistemas que constitui o objetivo principal das pesquisas 
limnológicas. O metabolismo de um ecossistema aquático compreende três etapas principais: 
produção, consumo e decomposição (ESTEVES, 1988): 
 
I - Produção 
 
A produção de um ecossistema aquático é realizada por todos os organismos 
capazes de sintetizar matéria orgânica, a partir de gás carbônico, sais minerais e energia solar, 
segundo a equação: . Estes organismos são 
chamados de produtores primários e se localizam principalmente na zona iluminada do lago. 
No ambiente límnico, os principais produtores primários são algas, macrófitas 
aquáticas e algumas espécies de bactérias. Uma parte da produção total (produção primaria 
bruta) destes organismos é gasta na manutenção de seu próprio metabolismo, enquanto a 
 
 
 
 
 
26 
outra parte é transformada em biomassa (produção primária líquida), que constitui a 
fonte de energia para as cadeias alimentares de todo o ecossistema. 
 
 
II - Consumo 
 
Os consumidores são organismos que obtêm sua energia direta ou indiretamente, a 
partir da matéria orgânica sintetizada pelos produtores primários. Aqueles que se utilizam 
diretamente da biomassa vegetal são chamados herbívoros consumidores primários. Estes 
organismos participam, portanto, da cadeia de herbivora e dela fazem parte varias espécies de 
zooplâncton, peixes e insetos aquáticos. Aquele que não utilizam a produção primária 
diretamente, obtendo sua energia a partir dos consumidores primários, são chamados 
carnívoros ou consumidores secundários, e assim sucessivamente. 
A transferência de energia dos produtores primários através dos herbívoros para os 
carnívoros, portanto através dos níveis tróficos é considerada cadeia alimentar. As cadeias 
alimentares podem ter 2 ou vários níveis tróficos. As transferências energéticas dentro de uma 
cadeia alimentar obedecem estritamente às leis da termodinâmica (ODUM, 1996). 
 
 
III - Decomposição 
 
No ambiente aquático a decomposição é realizada principalmente por bactérias e 
fungos, que decompõem a matéria orgânica até sais minerais, H2O e CO2. O papel dos 
decompositores é fundamental no ecossistema aquático, pois, através de sua atividade, eles 
promovem a circulação dos nutrientes possibilitando que estes sejam reaproveitados pelos 
organismos produtores. 
A matéria orgânica de difícil decomposição é formada principalmente por 
compostos lignificados, contribuindo para a formação do sedimento permanente, não mais 
tomando parte do metabolismo direto do lago. Nos ecossistemas aquáticos, os três processos 
acima descritos não ocorrem isoladamente, mas sim de maneira integrada, com alto grau de 
interdependência. Em alguns casos, observa-se predomínio do processo de produção sobre o 
de consumo, já em outros casos, ocorre o predomínio dos processos de consumo e 
decomposição (ESTEVES,1988). 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
2.1. Poluição das águas superficiais 
 
Esteves (1998),adverte que as substâncias tóxicas estão presentes no cotidiano 
humano. Os rios podem tomar-se desoxigenados devido às substâncias orgânicas naturais 
neles depositadas, as quais ao se decomporem contaminam as águas. Neste sentido a poluição 
pode ser entendida como: 
 
“à presença de substâncias tóxicas introduzidas pelo homem no meio 
ambiente. Isto não quer dizer que apenas a poluição causada pelo homem seja 
nociva, embora as súbitas mudanças introduzidas por ele sejam 
frequentemente mais dramáticas que os lentos efeitos do envenenamento de 
origem natural” (BRANCO, 1989). 
 
A poluição pode ser constatada por modernos métodos químicos, sensíveis e 
capazes de detectar contaminação em diferentes ambientes. Atualmente a maioria dos 
ambientes aquáticos encontram-se poluídos por esgoto, efluentes industriais e pelos efeitos de 
operações agrícolas e os rios considerados não poluídos já estão sendo prejudicados pelas 
atividades humanas e degradados. 
Antes, contudo, cumpre lembrar a seguinte definição: 
 
As substâncias tóxicas são aquelas que, mesmo em pequenas concentrações, 
causam efeitos nocivos aos organismos; e incluemelementos químicos, compostos 
inorgânicos, orgânicos naturais e sintéticos. O lançamento desses resíduos é, em geral, 
pontual e concentrado em locais rasos, onde a circulação restrita não permite sua diluição 
infinita. 
A poluição aquática é um dos principais problemas globais a ser resolvido no século 
XXI. Porém, embora os termos contaminação e poluição sejam utilizados como sinônimos 
por alguns autores, em geral a contaminação é considerada mais severa do que a poluição: 
CONTAMINANTE: Concentrações acima dos níveis naturais e presença de 
substâncias sem causar efeito aparente. 
 
POLUENTE: Concentrações acima dos valores permitidos por lei e presença de 
substâncias causando efeitos nocivos. 
 
2.2. Déficit de oxigênio dissolvido 
 
O termo poluição será usado quando for possível demonstrar algum efeito nocivo. 
A destruição da flora e da fauna pode representar como resultado a poluição. A água poluída 
pode estar completamente desoxigenada, de forma que a maior parte da vida aquática não 
consiga sobreviver nela. 
 
 
 
 
28 
 
“a uma temperatura de 20”C, um litro de água saturada contém apenas cerca 
de 6 ml’ de 0², ao passo que um litro de & contém mais de 200 mi
3
. Mesmo 
um lago ou uma corrente não poluída estarão provavelmente saturados 
apenas de um dia, quando as plantas fazem fotossíntese e liberam 0; à noite, 
quando as plantas e os animais o estão consumindo, os níveis de 02 devem 
cair significativamente”(TUNDISI, 1986). 
 
Quanto maior a temperatura da água, menor a quantidade de 0² que ela pode reter 
em solução. Dessa forma, a falta de oxigênio é um dos fatores da poluição térmica. Isto ocorre 
porque o aumento da temperatura, a solubilidade de oxigênio na água diminui. O problema é 
que para a sobrevivência da flora e da fauna aquática, a necessidade de oxigênio é maior, e 
menor o seu suprimento. Deve-se notar também que água contendo poluentes tóxicos possui, 
geralmente, um nível mais baixo de oxigênio. Isto significa que os peixes devem respirar 
grandes volumes de água para obter o seu oxigênio. A água é recebida através da boca e 
transferida para as guelras. Estas 
 
 absorvem oxigênio podendo também absorver os poluentes venenoso, Logo, 
quanto mais baixo o nível de oxigénio dissolvido, mais alta a dose de poluentes a ser 
provavelmente absorvida (TUNDISI,2003). 
O tipo mais comum de poluição de água é causada por substâncias orgânicas 
como o esgoto. O esgoto pode estimular o crescimento e a multiplicação de bactérias e fungos 
e este processo absorve oxigênio e assim desoxigena a água. 
A substância orgânica é geralmente medida pela sua chamada demanda 
bioquímica de oxigénio (DBO). Esta baseia-se num teste onde mede-se a capacidade de a 
água poluída absorva oxigênio através de agentes , quanto maior a demanda de 02 mais 
poluída estará a amostra. O efeito observado mais comum é a mudança nos tipos de plantas e 
nas espécies de peixes. Um rio muito sujo não tem peixes. O peixe mais resistente parece ser 
a enguia e o menos, a truta. De fato, as trutas são excelentes indicadores de poluição; se elas 
puderem sobreviver, a água é utilizável para quase todos os fins. Há uma violenta queda de 
oxigênio dissolvido quando se chega às proximidades do Rindo do mar. Deve haver uma 
relação entre este fenômeno e a capacidade redutora dos microorganismos que vivem na 
camada superficial da matéria sedimentada, assim Lennox (1984), mencionar que: 
“Os animais aquáticos resistem diferentemente á pobreza de oxigênio dissolvido, 
havendo uma variação de necessidades de ordem de 11 mL por litro para os 
organismos como as trutas, até um mínimo de 0,5 mL por litro para a carpa. 
Existem espécies que conseguem sobreviver em locais praticamente desprovidos de 
oxigênio, entrando em vida latente, em anaerobiose ou à custa da hemoglobina cuja 
grande afinidade com o oxigênio é por demais conhecida, exemplo a hematose, é 
uma prova disso”. 
 
 
 
 
 
29 
A procura do oxigênio chega a fazer com que muitos vertebrados aquáticos venham 
à superfície para se abastecer como as imagos dos Coleópteros Distiscídeos, ou então utilizam 
o ar que permanece entre os pêlos hidrófobos que possuem. 
O oxigénio pode estar dissolvido ou sob a forma de bicarbonatos de metais 
alcalinos e alcalino-terrosos. O gás carbônico é 700 vezes menos abundante no ar que o 
oxigênio, ou seja, 0,0035%, ao invés de 21%,nesse sentido Capra (1982),afirma que: 
 
“A água do mar contém cerca de 50 ml/l por litro de gás carbônico livre ou 
combinado ou seja 150 vezes a concentração da atmosfera Este gás age sobre 
o pH da água do mar e sobre sua reserva alcalina além de presidir à 
fotossíntese dos vegetais clorofilados”. 
 
O sulfato de cálcio sob a ação de uma bactéria se transforma em sulfeto de 
hidrogênio que é um terrível tóxico, sendo comum nas águas ricas de detritos orgânicos com 
os esgotos sanitários. Outro produto da decomposição dos cadáveres dos animais e da 
decomposição dos vegetais pelas bactérias é o chamado gás metano. 
 
 
 Demanda Bioquímica de Oxigênio e Demanda Química de Oxigênio 
 
Segundo Decach (1984), a Demanda Bioquímica de Oxigênio é a capacidade da 
matéria orgânica na água consumir oxigênio, sendo avaliada experimentalmente através da 
determinação do oxigênio dissolvido no momento da amostragem e após um período de 5 
dias, no qual as amostras são mantidas incubadas a 25
0
C (o oxigênio consumido neste período 
é relacionado com a matéria orgânica oxidada). A DBO de água não poluída é de 0,7 mgO2/L. 
CH2O (matéria orgânica): é oxidada pelo O2 (aq) consumo de O2 
CH3 e NH4
+
 são oxidadas a NO3
-
 consumo de O2 
A demanda química de oxigênio, determina a quantidade de oxigênio necessária 
para a oxidação da matéria orgânica através de agentes oxidantes fortes (MnO4, Cr2 O7) em 
meio ácido, com produção de CO2 e H2O. O dicromato oxida a matéria orgânica (CH2O) que 
não pode ser oxidado pelo oxigênio pelos microorganismos (DQO>DBO). 
A demanda química de oxigênio pode ser interpretada como a quantidade de 
oxigênio na forma de agente oxidante consumido na oxidação de componentes orgânicos na 
água. O grau de oxidação depende do tipo de substância, do pH, da temperatura, do tempo da 
reação e da concentração do agente oxidante tal como tipo de catalisador adicional, se existir. 
É costume referir-se a contaminação da água em função da quantidade média de detritos 
produzidos diariamente por uma pessoa. 
 
 
 
 
 
30 
A ordem de grandeza correspondente a esta quantidade é denominada Equivalente 
Populacional, EP. Não é possível definir claramente qual a quantidade de detritos 
correspondente ao EP, por causa do grande número de substâncias que dele participam. 
Contudo, é possível medir a quantidade de oxigênio consumida por microorganismos até 
ocorrer a completa oxidação biológica (=decomposição) dos detritos de origem humana. 
 Com base em muitas medidas, verificou-se que num período de decomposição de 
5 dias são consumidos 54 g de oxigênio. Em outras palavras, mede-se a demanda bioquímica 
de oxigênio (DBO) durante 5 dias (DB O5), necessária para a completa decomposição 
oxidativa dos detritos orgânicos. Ou seja, mede-se na prática o valor de DBO5. 1 EP 
corresponde, pois, a um valor de DBO5 de 54 g de oxigênio (LENNOX,1984). 
 
Tabela 3 - Comparação dos valores de DBO5 e dosresíduos de substâncias inorgânicas com o equivalente 
populacional (EP) e unidades correspondentes por cabeça de gado. 
 
DBO5 Nitrogênio (N) Fosfato (P2O5)
 Potássio 
 
Homem 54g 13,5g 5g 8g 
 
Cabeça de gado bovino 800 g 225,0 g 80 g 300 g 
Fonte: FELLENBERG, 1980, p. 70. 
 
Na agricultura emprega-se ainda como unidade de referência a unidade equivalente 
animal (CEA), que se refere à quantidade total de detritos orgânicos devida a um animal de 
500 kg de peso. É possível uma comparação entre EP e EA através dos valores da DBO5. A 
DBO5 para 1 EA se situa em redor de 800 g de O2 e corresponde a cerca de 15 EP. Frise-se 
novamente que esta comparação só se refere às substâncias orgânicas passíveis de 
decomposição microbiana. Uma determinação quantitativa dos componentes inorgânicos 
existentes nos detritos humanos e animais mostra claramente que a contaminação da água 
com poluentes minerais nem sempre pode ser avaliada através da DBO5. 
 
Conhecidas estas possibilidades de comparar o comprometimento das águas por 
poluentes de diversas origens, permanece, como questão a esclarecer, a necessidade de saber 
quais as fontes principais desta poluição. Distinguem-se 3 grupos de águas poluídas: “1 águas 
residuais urbanas (esgoto); 2 águas residuárias de origem agropecuária; 3— águas 
residuárias industriais”. 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
Durante o Seminário de Química Industrial, realizado pela Petrobras (2006), Rio de 
Janeiro, foi deixado claro que o permanganato de potássio tem sido utilizado como um agente 
oxidante para a determinação de componentes orgânicos na água e em afluentes. O 
procedimento é relativamente de fácil execução, mas tem algumas desvantagens em relação a 
certas substâncias como alguns aminoácidos, cetonas ou ácidos carboxílicos saturados que 
não são ou são parcialmente oxidados. Consequentemente, o método é aplicado 
principalmente para águas superficiais menos poluídas ou água potável com fins de consumo, 
O resultado tem sido usado apenas para orientação. A medição é principalmente efetuada em 
solução ácida na qual o íon permanganato é reduzido para Mn. 
(MnO4)
-
 + 8H
+
 + 5e
-
 => Mn
2
 + 4H
2
O 
Valores mais exatos de DQO são dados pela oxidação através do dicromato de 
potássio em solução extremamente ácida. 
(Cr2O
7
)
2
 + 14H
+
 + 6e
-
 => 2Cr
3+
 + 7H2O 
Este método é utilizado para determinação de DQO em todos os tipos de água e 
afluentes. Com poucas exceções, todas as substâncias orgânicas são na maioria 
completamente oxidadas. Concentração (em mg de O2L
-1
) de 10 a 15 mg L
-1
 podem ser 
facilmente determinadas. Um método modificado é empregado para pequenas concentrações. 
Para a interpretação dos resultados, é importante notar que os valores de DQO não pode ser 
diretamente convertidos em uma medida da quantidade de substâncias orgânicas presentes, 
sendo que a composição quantitativa é desconhecida. Diferentes substâncias exigem 
diferentes quantidades de agente oxidante para uma oxidação completa. Para as águas 
residuais domésticas, uma valor de 1,2 mg DQO por mg de matéria orgânica pode ser 
aceitável. Em adição a substâncias orgânicas, muitos íons inorgânicos podem ser 
simultaneamente oxidados como nitrito, sulfito e Fe. Altas concentrações de cloreto podem 
interferir e são por esta razão mascarados com íons mercúrio ou transformados a HCL depois 
da determinação. Íons prata são adicionados para acelerar a oxidação. 
A demanda bioquímica de oxigênio (DBO),vale ressaltar, é definida como a 
quantidade de oxigênio dissolvido que é capaz de oxidar os componentes orgânicos na água 
como a ajuda da microorganismos e sob condições experimentalmente definidas. A DBO é 
um teste biológico empírico no qual as condições da água como temperatura, concentração de 
oxigénio ou um tipo de bactéria tem papel decisivo. Estes e outros fatores fazem com que esta 
reprodutibilidade seja muito menor, quando comparada a outros testes puramente químicos. 
Mesmo tendo todas estas desvantagens, a DBO é de especial importância na avaliação de 
poluição de águas de superfícies e afluentes. Sua aplicação é indispensável no estudo sobre 
despejos. 
 
 
 
 
32 
A decomposição bioquímica em afluentes ocorre na maioria das vezes em duas 
fases distintas. Na primeira fase, os compostos orgânicos são decompostos quase que 
totalmente em CO2 e H20 (2H2O (aq) + O2 (aq) => CO2 (aq) + H20 (aq) . Na segunda fase, 
conhecida como fase de nitrificação, a amônia é oxidada a nitrito e então a nitrato pelas 
nitrosomonas ou nitrobactérias (NH3 + 2 O2 + OH
-
 => NO3 + 2H20). A despeito da presença de 
amônia, esta nitrificação não ocorre em todas as águas ou afluentes e desta maneira os 
resultados destes testes podem ser muitos incertos. A nitrificação é principalmente observada 
em afluentes de esgotos, visto que ali os altas valores retratam colônias nitrificantes já 
presentes. Em muitos casos de estudos de efluentes, a nitrificação pode ser prevenida por ação 
de inibidores em quantidade suficiente para permitir comparações entre as séries de amostras. 
Todavia, alguns inibidores não devem ser empregados quando se investiga águas de rios, 
porque são necessárias informações sobre o consumo de oxigênio por todas as substâncias 
contidas na água e não apenas pelos componentes orgânicos. Um tempo de reação de 5 dias é 
normalmente usado para a medição (DBO5). O sistemas de medição manométricos são 
comercialmente disponíveis e de bons resultados embora os dados de ambas as técnicas não 
devam ser diretamente comparadas. Além disso, estes também não permitem converter 
resultados de um período de incubação particular em resultados de outros 
períodos(CETESB,1988). 
1.1. Ciclo do Nitrogênio 
Segundo Guerra (1993),Diz-se que o nitrogénio está “fixado” quando se encontra 
incorporado a um composto químico deve ser anexado a plantas ou animais. O ar que envolve 
a biosfera contém 79% de nitrogênio sendo que desta quantidade a maior parte é na realidade 
um gás inerte a não ser para alguns organismos capazes de transformá-lo em uma forma 
combinada. Este gás existe sob formas químicas que variam de altamente oxidáveis até 
desmedidamente redutíveis. Nos compostos orgânicos dos tecidos vivos ele se apresenta em 
estado reduzido. Esta característica que denuncia uma invulgar quantidade de níveis de 
valência toma o nitrogênio capacitado a realizar seu complicado papel nos processos 
biológicos. Neste sentido, é possível afirmar: 
 
“O Nitrogênio é um elemento necessário à composição química de qualquer 
ser vivo, pois faz parte da estrutura dos aminoácidos e estes formam as 
proteínas. Além disto, o nitrogênio é obrigatório à formação das moléculas 
do patrimônio genético, como as bases nitrogenadas do DNA e RNA. Outra 
característica é que o nitrogénio molecular, embora se encontre 
abundantemente em nossa atmosfera (78%) não é fixado, durante a respiração 
animal ou vegetal”( ANDER-EGG, 1995). 
 
 
 
33 
 
 
A conversão do nitrogênio de um estado químico a outro é, na maioria das vezes, 
efetuada por atividades metabólicas de organismos. Em muitos casos existem - como veremos 
- grupos de seres especializados nesta tarda e que são capazes de modificar sua própria taxa 
de uso de nitrogênio, reduzindo-a ou aumentando-a conforme a necessidade. Deste modo, o 
aumento exagerado da fixação pelo homem, pode ser contrabalançadapelo aumento da 
atividade dos organismos denitrificantes. O nitrogénio da atmosfera é fixado por fenômenos 
ionizantes como os raios cósmicos e também por organismos marinhos. No entanto a maior 
fonte de nitrogénio fixado está constituída pelos organismos terrestres e as associações destas 
formas de vida com os vegetais. 
 
“No ar, devido a atividade industrial e as descargas de veículos automotores 
produzindo óxidos de nitrogênio (NO e NO2) o ciclo tem sido alterado. Esses 
gases na realidade constituem fases transitórias do ciclo e em geral devem ser 
encontrados em pequena concentração no ambiente”(BALDISSERA, 2002). 
 
Os Nitrosomonas empregam a nitrificação do íon amoníaco como sua única fonte 
de energia. Em presença do oxigênio o amoníaco se transforma em íon nitrito mais água. Este 
microorganismo é autótrofo e pode vivem sem ter uma fonte orgânica de energia. Assim 
como os fotoautótrofos obtêm energia da luz, os quimioautótrofos a retiram de compostos 
inorgânicos. 
O grupo a que pertence a Nitrobacter é especializada em obter energia adicional do 
nitrito fabricado pelo Nitrosomonas. 
 
“As bactérias quimiossintetizantes são as nitrosoiflotias que convertem 
amônia em nitritos e as nitrobacter, os nitritos a nitratos. A energia é obtida 
da oxidação. As bactérias que fixam nitrogénio no ar, incorporando-os a 
compostos orgânicos, no entanto, necessitam de outras fontes de energia para 
realizar suas respectivas transformações”(CAPRA , 1982). 
 
 
Bactérias do solo, como a denitrificantes Pseudomonas denitrificans, quando se 
acham na contingência de viver sem oxigênio são capazes de utilizar o íon nitrato como 
receptor de etétrons para a oxidação de compostos orgânicos. Em resumo: os animais e os 
vegetais ao entrarem em decomposição, desenvolvem seu nitrogênio fixado ao solo. Daí ele 
continua sua trajetória no ciclo através das formas vivas ou então é novamente devolvido à 
atmosfera. Em outras palavras, o protoplasma passa de orgânico a inorgânico graças a uma 
série de bactérias desintegradoras especializadas, cada uma em uma parte do processo. 
 
 
 
34 
 
Uma porção deste nitrogênio termina como nitrato que é a forma mais fácil de ser 
utilizada pelos vegetais clorofilados, se bem que outros organismos possam utilizar este gás 
sob outras formas. Assim fecha-se o ciclo. A percentagem de nitrogênio que o ar contém 
confere-lhe a faculdade de ser o maior depósito do sistema e que funciona como válvula de 
segurança. deste modo ele penetra na atmosfera por meio das bactérias denitrificantes e 
retoma continuamente ao ciclo por intermédio das bactérias fixadoras. 
 
O nitrogênio entra nas últimas fases da transformação da matéria orgânica em 
inorgânica, a que chamamos putrefação e que tem início na fase amoniacal também conhecida 
como hidrólise ou fase anaeróbica. E ai que se processa a solubilização (bactérias dotadas de 
diástese proteolíticas) e a peptonização (aerébeas trabalhando na 
superfície e anaeróbias no cerne). 
 
“de vida livre: Azotobacter (aeróbia), Clostridium (anaeróbia); 
simbiônticas: Rhizobium (vive em nódulos das leguminosas); fotossintética: 
Rhodospirillum (púrpura); do solo: variedade de Pseudomona; de epifitas e 
folhas: há provas de que certas bactérias que vivem em folhas e em espifitas 
de bosques tropicais húmidos, fixam apreciáveis quantidades de N do 
ar”(BARROW, 1983). 
 
O processo então,passa para sua fase mais importante para o assunto que se trata, 
ou seja, a fase de nitrificação, de oxidação ou aeróbia. Os nitrosomonas transformam os 
amoniacais em nitritos para que os nitrobácter os converta em nitratos. 
De forma análoga ao que se supõe da remota origem fotossintética do oxigénio, 
alguns cientistas encaram hoje seriamente a possibilidade do nitrogénio também ser o 
resultado da atividade continuada das bactérias denitriticantes ao longo da história geológica 
de nosso Planeta. 
 
2.3. Ciclo do Fósforo 
 
Segundo Guerra (1993),o Fósforo é liberado pela decomposição de compostos 
orgânicos até a forma de fosfatos, podendo ser aproveitada pelos vegetais. Ao contrário do 
nitrogénio, a maior concentração de fósforo não é no ar, mas em rochas muito antigas. 
A decomposição pela erosão gradativa libera fosfatos, que entram nos ecossistemas 
onde são reciclados. No entanto, a maior parte deste fosfato vai para os mares e oceanos. 
 
 
 
35 
“A atividade humana tem contribuído para acelerar as perdas de fósforo, 
tomando a reciclagem “aclica”. Calcula-se que apenas 60.000 toneladas de 
fósforo elementar são anualmente restituídos ao mar, embora a retirada desse 
elemento através da pesca e de peixes marinhos seja proporcionalmente 
muito maior”( DILS & HEATHWAITE, 1996). 
 
Neste sentido, a maior parte do fósforo retirado dos milhões de toneladas de rochas 
fosfatadas que são processadas é perdida ou arrastada pela água para os sedimentos 
profundos. Atualmente, o homem vem se preocupando mais com o fosfato dissolvido nas 
águas interiores como resultado da poluição orgânica e da decomposição das rochas sob 
agentes de erosão, Uma solução que vem sendo utilizada é a disposição dessas águas no solo 
para irrigação e fertilização. 
 
 
2.4. Poluição por Compostos Orgânicos Biodegradáveis 
 
Para Tundisi (2003), a poluição por compostos biodegradáveis pode provocar 
matança de peixes em rios que recebam grande quantidade de esgoto doméstico, pois não a 
condição indispensável ao efeito poluidor a existência de propriedades tóxicas ou de ação 
fisiológicas. O que acontece, é que normalmente em locais destes efluentes encontram-se 
multidões de peixes alimentando-se das matérias orgânicas lançadas. O impacto ecológico 
destas matérias é indireta ou secundária devido a superpopulação do meio por 
microorganismos heterotróficos, os quais sendo seres aeróbicos concorrem com os peixes e 
outros organismos aquáticos em relação às disponibilidades de oxigênio no ambiente. Por isso 
os peixes acabam por serem eliminados em ambientes que recebem despejos, aparentemente 
inócuos do ponto de vista fisiológico, como esgotos domésticos. 
2.5. Detergentes Sintéticos 
Estes vieram substituir os sabões comuns. São também conhecidos por detergentes 
duros. Os detergentes sulfinicos são os principais componentes do sabão em pó. A molécula 
desses compostos constitui-se de duas partes: a primeira, a cadeia carbônica com 8 a 12 
átomos de carbono, que estruturalmente é semelhante aos ácidos graxos; essa cadeia pode ser 
linear ou ramificada. A Segunda parte da molécula é uma ligação sulfônica em que o enxofre 
se liga diretamente a um átomo de cadeia carbónica permitindo a sua solubilidade em água 
sob a forma de sal sódico. O grupo sulfônico confere o poder surfactante e, 
consequentemente, permite a formação de espumas. 
 
 
 
36 
Nos primeiros detergentes sulfônicos, a cadeia de átomos de carbono era linear e, 
portanto, facilmente decomposta por via biológica. Assim, surgiram outros compostos 
resultantes do acoplamento da cadeia linear a um grupo aromático que reduzia o poder do 
detergente, mas dificultava a biodegradação Aparecem os alquil- benzeno-sulfonatos lineares 
(LSB) em seguida os de cadeia lateral ramificada (ABS). A estrutura química deste composto 
toma-o resistente à biodegradação. A ramificação forma ‘pontos de impedimento’ da 
oxidação e reduz os elétrons disponíveis para a ação

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