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Prof. Ms. Luan César Ferreira Simões Avaliação Fisioterapêutica em Neurologia Avaliação em Fisioterapia “Só se procura o que se conhece e só se encontra o que se reconhece” Porque avaliar? A definição de metas a curto (2 a 3 semanas) e longo prazo (mais de 3 semanas) é de extrema importância para o sucesso do tratamento fisioterapêutico. O objetivo principal do tratamento é produzir modificações significativas na qualidade da função do indivíduo, favorecendo independência em termos de deambulação ou atividades de vida diária, retorno ao trabalho e atividades recreativas. Isso resultará na melhora da qualidade de vida do paciente, proporcionando uma sensação de bem-estar, tanto físico quanto psicossocial na vida deste. Como estabelecer metas? (1) Exame do paciente; (2) Estudo dos dados da avaliação; (3) Definição do diagnóstico cinético funcional; (4) Definição do prognóstico; (5) Elaboração do tratamento fisioterapêutico; (6) Reavaliação do paciente e análise dos resultados do tratamento Identificação Anamnese Exame físico Conhecendo o paciente IDENTIFICAÇÃO Dependendo do grau de acometimento do paciente, as perguntas são feitas ao responsável. Mini Exame do Estado Mental –Mini Mental. Montreal Cognitive Assessment – MoCA Prova cognitiva de Leganés – PCL Associação com outros itens da avaliação. ANAMNESE QP: o que mais incomoda o paciente/cuidador HDA: Geralmente o pct não lembra (AVC), mecanismo de trauma (TCE), causas traumática/não traumática (LM), como foi? UTI? Cronologia? AP: crises, convulsões, HAS, cirurgia cardíaca AF: Tendência familiar a doenças neurológicas Medicação: tipo, frequência, dosagem, efeitos. Comprometimento direto: parestesias, hipertonia e paresias Comprometimento indireto: atrofia por desuso, pneumonias e úlceras de pressão DOENÇA NEUROLÓGICA ALTERAÇÕES FUNCIONAIS Avaliação funcional Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) – OMS (2001) Identificação de alterações funcionais: Grau de comprometimento Grau de perda funcional, Desempenho físico Estado geral de saúde do paciente. Avaliação funcional Funcionalidade: engloba todas as funções do corpo e a capacidade do indivíduo de realizar atividades e tarefas relevantes da rotina diária. Incapacidade: abrange manifestações de uma doença, como prejuízos nas funções do corpo, dificuldades no desempenho de atividades cotidianas e desvantagens na interação do indivíduo com a sociedade. Componentes da CIF Funções do corpo são as funções fisiológicas dos sistemas orgânicos (incluindo as funções psicológicas). Estruturas do corpo são as partes anatómicas do corpo, tais como, órgãos, membros e seus componentes. Deficiências são problemas nas funções ou nas estruturas do corpo, tais como, um desvio importante ou uma perda. Atividade é a execução de uma tarefa ou ação por um indivíduo. Participação é o envolvimento de um indivíduo numa situação da vida real. Limitações de atividade são dificuldades que um indivíduo pode ter na execução de atividades. Restrições de participação são problemas que um indivíduo pode enfrentar quando está envolvido em situações da vida real Fatores ambientais constituem o ambiente físico, social e atitudinal em que as pessoas vivem e conduzem sua vida FUNÇÕES E ESTRUTURAS DO CORPO ATIVIDADE E PARTICIPAÇÃO Qual a influência positiva e negativa? 1º PARTE 2º PARTE Inspeção Fácies Postura Trofismo Pele Movimentos involuntários Paciente orientado? Consciente? Escala de Coma de Glasgow Cooperativo? Sinais Vitais A B C D Avaliação do nível de consciência Pontuação total: de 3 a 15 3 = Coma profundo; (85% de probabilidade de morte; estado vegetativo) 4 = Coma profundo; 7 = Coma intermediário; 11 = Coma superficial; 15 = Normalidade. Avaliação da força muscular Avaliação da força muscular No caso de alteração da força muscular, a posição dos membros será mantida por pouco tempo ou o membro começar a cair ou oscilar. Manobra de Mingazzini Avaliação de amplitude de movimento A amplitude do movimento (ADM) varia de indivíduo para indivíduo de acordo com idade, sexo, prática de atividade física ADM passiva ADM ativa Movimentos funcionais: diagonais No caso de o paciente não conseguir realizar determinado movimento funcional, devemos pensar em algumas razões para a incapacidade, como: retrações de cápsula, de ligamentos, músculos e de tecidos moles, anormalidades de superfície articular e de fraqueza muscular. Avaliação do tônus muscular A gravidade age constantemente sobre os fusos musculares estirando-os. A reação reflexa é do músculo homônimo que responde reflexamente com um estado deTÔNUS MUSCULAR. Lesões dos núcleos motores da medula/tronco encefálico e dos nervos motores periféricos LESÃO DASVIAS DESCENDENTES (SNC) Paralisia dos músculos Hiperreflexia Clônus PARALIA ESPÁSTICA (Síndrome do motoneurônio superior) LESÃO DOS NERVOS PERIFÉRICOS Paralisia dos músculos Arreflexia Atrofia muscular PARALISIA FLÁCIDA (Síndrome do motoneurônio inferior) Hipertonia Sistema lateral (piramidal) Sistema medial (extrapiramidal) Espasticidade Rigidez Avaliação do tônus a) PROCEDIMENTOS: Palpação Percussão Mobilização Passiva (Flex/Ext) Teste da queda do segmento b) DADOS OBTIDOS Hipotonia Hipertonia Distonia Tipos de hipertonia a) Espasticidade Sinal do Canivete Velocidade dependente Acometimento seletivo AVC, TCE, LM b) Rigidez Sinal de roda denteada e cano de chumbo Independe da velocidade Acometimento global Doença de Parkinson Escalas para avaliação do tônus Escala de Ashworth Modificada Avalia a gravidade da Espasticidade Leva em consideração os fatores neurológicos e periféricos sem diferenciá-los. Escala Modificada de Tardieu Quantifica e diferencia os componentes neurológicos e periféricos. A1 muito próximo de A2 → Há encurtamento muscular. A1muito diferente deA2 → Não há encurtamento muscular. GRAU 0 Nenhum aumento do tônus muscular GRAU 1 Leve aumento do tônus muscular, manifestado por uma tensão momentânea ou por resistência mínima, no final da amplitude de movimento articular (ADM), quando a região é movida em flexão ou extensão GRAU 1+ Leve aumento do tônus muscular, manifestado por tensão abrupta, seguida de resistência mínima em menos da metade da ADM restante GRAU 2 Aumento mais marcante do tônus muscular, durante a maior parte da ADM, mas a região é movida facilmente GRAU 3 Considerável aumento do tônus muscular, o movimento passivo é difícil GRAU 4 Parte afetada rígida em flexão ou extensão Ashworth Tardieu CLÔNUS: alternância espasmódica cíclica da contração e relaxamento muscular em resposta ao estiramento sustentado de um músculo espástico Trofismo muscular Inspeção: interósseos, adutor do polegar, deltoide, cintura escapular, panturrilhas, coxas etc. Em caso de dúvidas sobre presença de assimetria: medir com fita métrica os perímetros das coxas, pernas, dos braços e antebraços em lugares, previamente, marcados e simétricos (perimetria). Trato espino-talâmico lateral Dor e temperatura Trato espino-talâmico anterior Tato e pressão protopática SISTEMA ÂNTERO-LATERAL SISTEMA COLUNA DORSAL Avaliação da sensibilidade Superficial - exteroceptiva Profunda - proprioceptiva Sentido de posição Sentido de movimento Tato Dor Temperatura Avaliação da sensibilidade superficial PROCEDIMENTOS Aplicação do estímulo sensorial, análise da resposta referida pelo paciente. MATERIAL UTILIZADO Agulhas, alfinetes, tubos de ensaio, diapasão, tecidos de diferentes texturas, objetos diversos, esponjas, lixas. DADOS OBTIDOS (0 – ausente; 1 – deficiente; 2 –normal) Hiperestesia Hipoestesia Anestesia Toque leve: tocar levementea pele com bolas de algodão, não realizar escovação. Pressão: aplicar com o dedo indicador o suficiente para deformar o contorno da pele. Localização tátil: repete-se o teste anterior de pressão, mas com a ponta do dedo indicador coberta de pó para marcar o local tocado. Pede-se ao paciente para apontar, descrever ou indicar com um desenho o lugar exato que foi tocado; dois centímetros de erro são aceitos. Toque simultâneo bilateral: mesmo teste realizado anteriormente, mas o toque deve ser realizado simultaneamente em locais correspondentes em ambos os lados do corpo. O paciente deverá discriminar em qual lado foi tocado. Discriminação entre dois pontos: podemos utilizar um compasso, 1 ou 2 pontos simultaneamente são aplicados sobre a pele, de forma irregular durante 0,5 segundos. O paciente deverá responder se 1 ou 2 pontos estão em contato com a pele. Discriminação entre dois pontos Estereognosia Reconhecimento de objetos por meio do toque com os olhos PROCEDIMENTOS: Coloca-se um objeto na mão do paciente e ele terá 15 segundos aproximadamente para discriminar o objeto, nomeando-o ou descrevendo-o. MATERIAL UTILIZADO: Moedas, pente, lápis, caneta, chaves, tesoura. DADOS OBTIDOS: 0 – ausente; 1– deficiente; 2 – normal, Avaliação da sensibilidade Palestesia (vibração) Grafestesia Avaliação da sensibilidade profunda PROPRIOCEPÇÃO OU CINESTESIA Percepção estática e dinâmica do nosso corpo e de suas partes: Consciente: Processado pelo córtex Inconsciente: Processado pelo cerebelo e tronco encefálico Avaliação do movimento: o paciente indica que um movimento ocorreu; Direção do movimento: o paciente é capaz de reproduzir a direção do movimento; Posição da articulação. Avaliação dos dermátomos e miótomos Avaliação dos nervos cranianos I – Olfatório II – Óptico III – Oculomotor IV –Troclear V –Trigêmio VI –Abducente VII – Facial VIII –Vestibulococlear IX - Glossofaríngeo X -Vago XI –Acessório XII – Hipoglosso ______________________ MOTOR SENSITIVO MISTO Avaliação dos reflexos primitivos • RTCA – Reflexo Tônico Cervical Assimétrico • RTCS – Reflexo Tônico Cervical Simétrico • RTL – Reflexo Tônico Labiríntico Avaliação dos reflexos primitivos Landau Moro Galant Avaliação dos reflexos primitivos Reação Positiva de apoio (Extensão das pernas) Marcha Reflexa Reação de Paraquedas Avaliação dos reflexos TIPOS DE REFLEXOS Reflexos Superficiais (cutâneos) Cutâneo abdominal (umbigo: T6 a T10;abaixo: T10 a T12) Cutâneo plantar (Sinal de Babinski) – lesão piramidal Reflexos Profundos (Tendinosos) Reflexo biciptal (C5-C6) Reflexo Triciptal (C6-C8) Reflexo Estilorradial (C5-C6) Reflexo Patelar (L2-L4) Reflexo Aquileu (S1-S2) Avaliação dos reflexos PROCEDIMENTO Aplicar o estímulo e analisar a resposta obtida MATERIAL UTILIZADO Martelo de reflexo DADOS OBTIDOS Hiperreflexia Hiporreflexia Arreflexia Avaliação do equilíbrio PROCEDIMENTOS Solicitar postura ou movimento do paciente Analisar se o paciente mantém o equilíbrio TIPOS DE EQUILÍBRIO Estático: Sinal de Romberg Dinâmico: Marchas patológicas Avaliação da coordenação PROCEDIMENTOS Mostrar e solicitar ao paciente a realização dos testes e observar o desempenho do paciente. DADOS OBTIDOS Dismetria: paciente não atinge o alvo solicitado. Discronometria: não tem ritmo, movimento alterado. Disdiadococinesia: incapaz de realizar movimentos alternados. Avaliação da coordenação TIPOS DE TESTE DE COORDENAÇÃO Grafia/figura Índex-Índex Índex-nariz Prono-supinação das duas mãos (diadococinesia) Calcanhar-joelho Calcanhar-joelho-crista da tíbia Teste do rebote de Holmes Alterações na coordenação DISMETRIA Paciente não atinge o alvo solicitado PROCEDIMENTOS Questionar ao paciente e/ou acompanhante como se dá a realização das diferentes etapas do DNPM. o Rolar o Sentar o Engatinhar o Ajoelhar o Semi-ajoelhar o Em pé o Marcha Avaliação dos padrões motores Análise da marcha Marchas Patológicas Marchas Patológicas Marchas Patológicas Marchas Patológicas Marchas Patológicas Marchas Patológicas Marchas Patológicas Marchas Patológicas Marchas Patológicas Marchas Patológicas
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