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Do Feudalismo ao Capitalismo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
	
	CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
	
	DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
	
	Disciplina: Fundamentos das Ideias Econômicas
	
	Professora: Rosângela Palhano Ramalho
LISTA DE EXERCÍCIO REFERENTE AOS CONTEÚDOS DA 1ª PROVA
1. Fale sobre o objeto de estudo da Economia. (Capítulo I)
O Objeto da Economia Política são as leis sociais da produção e da distribuição, ocupando-se das leis sociais relativas à criação dos bens e à maneira como são trazidos às mãos do consumidor, ou seja, dos próprios homens que, através destes bens, satisfarão as suas necessidades individuais ou coletivas.
2. Do ponto de vista econômico, por que o homem é um ser social? (Capítulo I)
O homem como ser social decorre do caráter social da produção, que por conseguinte decorre do caráter social do trabalho. Os homens que produzem os bens não trabalham como engrenagens, ao contrário, cooperam entre si e trabalham uns para os outros. Desta forma, o trabalho de um indivíduo é apenas uma parte do trabalho combinado e associado de todos os membros da sociedade, ou seja, ele é parte do trabalho social.
3. Analise os conceitos apresentados abaixo e, através da teoria dos conjuntos, assinale verdadeiro ou falso. Justifique as falsas. (Capítulo I)
2.1: Conjunto falso, visto que os Objetos de Trabalho não são subconjunto dos instrumentos de trabalho, já que não há relação de subordinação entre eles, pois juntos eles formam o que chama-se de meios de produção, onde os instrumentos de trabalho (ex.: machado, serra, máquinas, aparelhagem de laboratório) modificam os objetos de trabalho (ex.: terra, fauna, carvão, algodão, máquinas não terminadas).
2.2: Conjunto falso, visto que as relações econômicas correspondem a um tipo de relações sociais. As relações sociais definem-se como um determinado tipo de reação constante dos homens uns para com os outros, mediante uma atividade de uma dada espécie, que se repete constantemente. Há relações sociais de diversos gêneros: políticas, de ensino, econômicas, esta última distinguindo-se das demais pelo fato de surgirem por intermédio dos objetos materiais que servem à satisfação das necessidades: através dos meios de produção (objetos e instrumentos de trabalho) ou dos bens de consumo. Estas relações sociais que se estabelecem por intermédio dos bens materiais (coisas) recebem o nome de relações econômicas.
Representação das relações econômicas: homem coisa homem
Certas relações entre o homem e as coisas fazem parte integrante das relações econômicas: são as relações que constituem um elo intermediário nas relações entre os homens. No processo da produção, estas relações, entre o homem e as coisas, são as relações entre o gasto de trabalho e a quantidade de produtos criados, ou seja, a produtividade do trabalho. No processo de distribuição, são as relações entre as necessidades humanas e os diversos produtos, ou seja, sua utilidade, chamada de valor de uso.
2.3: Conjunto verdadeiro visto que as forças produtivas são caracterizadas pela maneira e pelos meios empregados pelo homem para agir sobre a natureza no processo de produção e, cada modo de produção (escravista, feudal, socialista, capitalista, etc..), possui os seus meios particulares de aplicação das forças produtivas, sendo estas subconjunto dos modos de produção.
4. Um trabalhador que faça parte de uma linha de montagem de potes de vidro é o responsável por esquentar o vidro com a intenção de moldá-lo. Para assim fazê-lo o trabalhador utiliza uma vara de ferro que segura o vidro dentro do forno e uma vestimenta especial contra o calor. Nesse cenário, distinga entre os meios e objetos de trabalho. (Capítulo I)
Antes de distinguir é importante entender o que são meios (ou Instrumentos) e Objetos de Trabalho. Meios (ou Instrumentos) de Trabalho são uma categoria dos meios de produção que serve para transformar, modificar os objetos de trabalho. A título de exemplo, pode-se citar como exemplos machados, serras, máquinas, aparelhagem de um laboratório, locomotivas. Outros itens que não constituem verdadeiramente instrumentos, mas que, também são necessários para a utilização dos instrumentos, como exemplo podemos citar os edifícios, depósitos, portos, estradas e a terra (que também pode ser objeto de trabalho. Outra categoria dos meios de produção é transformada durante o processo de trabalho, estes são os Objetos de Trabalho, que são as riquezas naturais, como a terra, a fauna, o carvão das minas, matérias-primas e produtos semiacabados, tais como algodão, máquinas não-acabadas, entre outros.
No exemplo da questão, podemos distinguir os Instrumentos de Trabalho, tais como, a vara de ferro que segura o vidro, o forno (carvão e fogo) e a vestimenta especial, que são itens de apoio, utilizados na modificação de outros itens. Como Objeto de Trabalho, podemos citar o vidro, que neste processo é matéria-prima e será modificado pelos instrumentos, resultando em produto final, que será utilizado para satisfazer uma necessidade humana.
5. O que difere as relações econômicas das demais relações sociais? (Capítulo I)
Há relações sociais de diversos gêneros: políticas, de ensino, econômicas, esta última distinguindo-se das demais pelo fato de surgirem por intermédio dos objetos materiais que servem à satisfação das necessidades: através dos meios de produção (objetos e instrumentos de trabalho) ou dos bens de consumo. Estas relações sociais que se estabelecem por intermédio dos bens materiais (coisas) recebem o nome de relações econômicas. Como diz Engels: “essas relações estão sempre ligadas a coisas”. As coisas, os objetos materiais, desempenham aqui o papel de cimento das relações sociais entre os homens.
6. Qual o papel da propriedade privada nas relações econômicas e quais as suas consequências? (Capítulo II)
A propriedade dos meios de produção é uma relação social sobre o qual se baseia todo o sistema das relações humanas que se estabelecem no curso do processo social da produção. A propriedade dos meios de produção determina, com efeito, a maneira como estes são empregados, e portanto as possibilidades de cooperação e de divisão do trabalho, fixando ao mesmo tempo os limites. Além disso, a propriedade dos meios de produção determina também a propriedade dos produtos e, consequentemente, a distribuição. 
Assim, a propriedade dos meios de produção constitui a base, “o principio de organização”, digamos, que define o aspecto de conjunto das relações de produção, bem como das relações de distribuição. Decorre, deste fato, que as relações de produção devem ser classificadas consoante o tipo de propriedade dos meios de produção. Esta propriedade, com efeito, pode ser social ou privada.
No caso da propriedade privada, esta pode ser uma propriedade individual, ou ainda a de um grupo de pessoas, por exemplo uma família, ou uma empresa, ou qualquer outra pessoa jurídica que não compreenda toda a sociedade. 
7. Comente a seguinte afirmação: “O moinho de vento nos dá uma sociedade com senhor feudal; o motor a vapor, uma sociedade com o capitalista industrial.” (Capítulo II)
A propriedade capitalista dos meios de produção é mais favorável à acumulação de meios de produção do que a pequena propriedade artesanal. Contém igualmente poderosos estímulos de progresso técnico, enquanto a propriedade artesanal se caracteriza pelo espírito conservador quanto aos métodos de produção. Por conseguinte, os estímulos provenientes das relações de produção se adaptam às forças produtivas. 
Esta vinculação das relações de produção ao estado e desenvolvimento das forças produtivas faz com que o modo de produção, que se encontra num certo nível de desenvolvimento social, constitua um todo interiormente equilibrado.
8. Aponte exemplos para as categorias abaixo:
a) Meios de produção e Meios de consumo;
Podemos dividir os Meios (ou Bens) de Produção em duas categorias: Instrumentos de Trabalho e Objetos de Trabalho. Meios (ou Instrumentos) de Trabalho são uma categoria dos meios de produção que serve para transformar, modificar osobjetos de trabalho. A título de exemplo, pode-se citar como exemplos machados, serras, máquinas, aparelhagem de um laboratório, locomotivas. Outros itens que não constituem verdadeiramente instrumentos, mas que, também são necessários para a utilização dos instrumentos, como exemplo podemos citar os edifícios, depósitos, portos, estradas e a terra (que também pode ser objeto de trabalho. Outra categoria dos meios de produção é transformada durante o processo de trabalho, estes são os Objetos de Trabalho, que são as riquezas naturais, como a terra, a fauna, o carvão das minas, matérias-primas e produtos semiacabados, tais como algodão, máquinas não-acabadas, entre outros.
Os Meios (ou Bens) de Consumo são usados quer de uma só vez, como alimentos, quer progressivamente, como o vestuário. 
A diferença entre os bens de produção e os bens de consumo, ou em outras palavras, meios de produção e meios de consumo, não é material. Um mesmo objeto, o carvão por exemplo, pode ser meio de produção ou meio de consumo. A distinção entre os meios de produção e os de consumo é funcional, ou seja dada a função de cada bem para a satisfação das necessidades humanas.
b) Forças produtivas materiais e forças produtivas humanas; 
O conceito corresponde à combinação da força de trabalho humana com os meios de produção, ou seja instrumentos e objetos de trabalho, tais como tecnologia, infraestrutura, ferramentas, máquinas, técnicas, materiais, conhecimento técnico, a terra e demais recursos naturais.
São, portanto, todas as forças usadas para controlar ou transformar a Natureza, com vistas à produção de bens materiais, mas, segundo Marx, a principal força produtiva é o próprio homem, seu corpo, sua energia, inteligência e conhecimento. Dispondo de todo
c) Relação de produção e relação de distribuição; 
Dispondo de todos os elementos citados acima (força de trabalho e meios de produção) é necessário que o homem se organize socialmente para produzir. Assim se estabelecem relações sociais e técnicas de produção, isto é, o modo pelo qual os homens se organizam socialmente, dividindo funções e tarefas e utilizando as forças produtivas para dominar a natureza, dela retirando o seu sustento.
As relações de produção são relações entre classes sociais, proprietários e não-proprietários. As relações de produção, conjuntamente com as forças produtivas são os componentes básicos do modo de produção, a base material da sociedade. São 3 relações de produção: a) Antagônica: corresponde a corrente clássica marcada pela relação entre os detentores dos meios de produção e os que vendem sua força de trabalho; b) Revolucionária: refere-se aos bens de consumo, e mostra a relação entre o processo material (executado pelos funcionários) e o processo de produção (executado pela indústria); c) Anárquica: equivale a relação de trabalho pautada na concorrência, no controle privado e no individualismo.
Um indivíduo que participa na produção sob a forma de trabalho assalariado, participa sob a forma de salário da repartição dos produtos que são o resultado da produção. Sendo assim a estrutura de distribuição inteiramente determinada pela estrutura de produção. A própria distribuição em si é um objeto da produção, não só no que respeita ao objeto, visto que só o resultado da produção pode ser distribuído, mas também no que respeita à forma, visto que o modo preciso de participação na produção determina as formas particulares da distribuição, ou seja, a forma pela qual o produtor participará da distribuição.
d) Meios de trabalho e objetos de trabalho; 
Meios (ou Instrumentos) de Trabalho são uma categoria dos meios de produção que serve para transformar, modificar os objetos de trabalho. A título de exemplo, pode-se citar como exemplos machados, serras, máquinas, aparelhagem de um laboratório, locomotivas. Outros itens que não constituem verdadeiramente instrumentos, mas que, também são necessários para a utilização dos instrumentos, como exemplo podemos citar os edifícios, depósitos, portos, estradas e a terra (que também pode ser objeto de trabalho. 
Outra categoria dos meios de produção é transformada durante o processo de trabalho, estes são os Objetos de Trabalho, que são as riquezas naturais, como a terra, a fauna, o carvão das minas, matérias-primas e produtos semiacabados, tais como algodão, máquinas não-acabadas, entre outros.
e) Modos de produção antagônicos e modos de produção não-antagônicos.
Os modos de produção são divididos em dois grupos, segundo o gênero de relações de produção. 
Quando se verifica que todos os membros da sociedade participam da propriedade dos meios de produção, ou seja quando há propriedade social dos meios de produção, onde cada membro da sociedade é coproprietário dos meios de produção sociais, caracteriza-se o modo de produção não-antagônico, onde temos como exemplos os modos socialista e comunista primitivo, onde cada membro da sociedade seria o proprietário individual dos meios de produção necessários a seu próprio trabalho.
Nas relações onde nem todos os membros da sociedade participam da propriedade dos meios de produção, como no caso escravista, onde os escravos além de não possuírem meios de produção, são eles mesmos propriedade, no caso feudal onde os camponeses não possuem terra, trabalhando sobre a terra que não lhes pertence e à qual estão sujeitos e na produção capitalista, onde os trabalhadores assalariados utilizam os meios de produção pertencentes aos capitalistas, temos em todas estas relações o monopólio de uma certa parte da sociedade, fazendo com que esta esteja dividida em classes sociais e que as relações de produção e todo o modo de produção tem um caráter antagônico, havendo neste tipo de sociedade duas classes: a dos proprietários dos meios de produção e a classe desprovida da propriedade dos meios de produção.
9. Apresente exemplos de leis causais, de concomitância e funcionais. (Capítulo III)
O processo econômico é um conjunto de ações humanas que se repetem constantemente. Essas regularidades são constituídas por relações (ou ligações) repetindo-se constantemente entre as diversas ações ou atividades que compõem essas ações. Essas relações são chamadas de leis econômicas, sendo entendidas como relações que se repetem constantemente entre os diversos elementos do processo econômico.
As leis funcionais verificam-se quando existe uma relação entre fatos quantitativamente mensuráveis e que podem ser representados por meio de funções matemáticas. Podemos ver como exemplo, a relação direta entre consumo e renda, onde nota-se que a qualquer aumento de renda, haverá uma tendência de aumento de consumo, este ocorrendo em função daquele.
As leis causais são relações nas quais um certo e determinado fato é sempre seguido por outro fato determinado, sendo que esta consequência se produz no tempo o primeiro fato, ou seja, o fato anterior, chama-se causa, o segundo fato, ou seja, o posterior, chama-se efeito. Podemos ver como exemplo, as causas do aumento do desemprego, que podem estar relacionadas com a crises econômicas, crises políticas, substituição de força de trabalho humana por máquinas, etc... 
As leis de concomitância são relações pelas quais dois fatos, ou mais, aparecem constantemente juntos. Designam-se também, por vezes, as leis de concomitância pelo nome de “leis de estrutura” porque os fatos que aparecem constantemente juntos formam uma estrutura regular. 
10. Explique o caráter estocástico das leis econômicas e a sua independência em relação à consciência e a vontade dos indivíduos. (Capítulo III)
O caráter estocástico das leis econômicas deriva do acaso com que acontecimentos históricos das relações humanas acontecem e também de que estatisticamente casos isolados, são tratados como desvios, o que permite uma melhor análise quando esses desvios são agrupados em grandes massas, corroborando a aleatoriedade nas quais as leis econômicas são percebidas, sejam em ciclos ou em constância, mas em geral nunca previstos, já que a ação humana normalmente não podeser prevista ou padronizada e como as leis econômicas não são a criação consciência ou da vontade dos homens, suas ações verificam-se independentemente da questão de saber se os homens têm ou não consciência delas e se são ou não conforme vontade humana.
A consciência destas leis não é condição para o seu funcionamento, onde qualquer falta de consciência ou mesmo uma falsa consciência não impede as ações destas leis. Elas são, novamente, independentes da consciência humana, podendo os seus resultados estarem em absoluta não-conformidade com os desejos dos homens que participam no processo econômico.
11. Quais são as etapas para a formação do saber científico nas ciências econômicas e quais os seus desafios?
O estudo do desenvolvimento no tempo de processos econômicos (objeto da História Econômica), o estudo do desenvolvimento concreto dos processos econômicos contemporâneos (objeto da Economia Descritiva), estudando tanto processos estatísticos quanto geográficos e o estudo das leis econômicas, através das relações que repetem-se constantemente entre os diversos elementos do processo econômico (objeto da Economia Política), constituem o que se chama de Ciências Econômicas, ou seja, as ciências que tratam do processo econômico. 
As diversas ciências econômicas condicionam-se umas às outras, onde o estudo deste processo econômico supõe o conhecimento das leis econômicas que o rege, resultando assim, que a História Econômica e a Economia Descritiva devem recorrer aos resultados das pesquisas da Economia Política, fornecendo-a dados sobre os processos econômicos concretos, que é conhecimento necessário para que as generalizações teóricas da Economia Política estejam de acordo com a realidade, tornando-se o grande desafio, o de integrar e conectar com coerência todas as etapas que compõem o conhecimento científico das ciências econômicas.
12. Comente a seguinte frase: “A superestrutura não pode ser arbitrária: ela é, por sua natureza, adaptada à base econômica, e, portanto, a todo o modo de produção caracterizando uma dada época histórica. [...]” (Capítulo II)
A superestrutura nada mais é do que um reflexo comprovador das expressões da base econômica, ou seja, quando as relações de produção essenciais (de propriedade dos meios de produção) se modificam, a superestrutura modifica-se também, surgindo uma nova formação social. Essa regra é a “lei da correspondência necessária entre a superestrutura (ideologia, cultura, leis, política, etc...) e a base econômica (infraestrutura, relações de produção e forças produtivas)”.
13. Por que o trabalho humano na produção de bens é diferente de qualquer relação executada por outros animais?
A produção é a atividade humana que adapta as reservas e forças da Natureza às necessidades humanas. Trata-se de uma atividade consciente e intencional, sendo esta a razão da diferenciação entre o homem e os outros animais, compondo diversas espécies de ações, nas quais chamamos de trabalho, onde através dele, o homem atua sobre a Natureza, transformando-a de acordo com as suas necessidades.
14. Explique do ponto de vista da evolução humana a seguinte frase: “É através do trabalho que o homem modifica a natureza que o cerca; em contrapartida, o trabalho modifica o próprio homem.”
Como mencionado anteriormente, o trabalho é a atuação do homem sobre a natureza, transformando-a de acordo com as suas necessidades e, simultaneamente, transformando a si mesmo, formando-se, adquirindo e desenvolvendo em si mesmo a capacidade de executar diversas atividades, melhorando e aprendendo novas técnicas de executar melhor o trabalho, aprendendo a partir dele, aperfeiçoando a si mesmo.

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