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Bases constitucionais da Adm Pública - Módulo 5

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24/10/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/17
 
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
 
1. Introdução
 
 Organização Administrativa é o capítulo do Direito Administrativo que
estuda a estrutura interna da Administração Pública, os órgãos e pessoas jurídicas
que a compõem.
 No âmbito federal, o tema é disciplina pelo Decreto-Lei nº 200/67 que
“dispõe sobre a organização da Administração Pública Federal e estabelece
diretrizes para a Reforma Administrativa”.
 
2. Concentração e Desconcentração
Concentração é o modo de cumprimento de competências administrativas por
meio de órgãos públicos despersonalizados e sem divisões internas em
repartições ou departamentos. Trata-se de situação raríssima, pois pressupõe a
ausência completa de distribuição de tarefas.
Na desconcentração as atribuições são repartidas entre órgãos públicos
pertencentes a uma única pessoa jurídica, mantendo a vinculação hierárquica.
Exemplos de desconcentração são os Ministérios da União, as Secretarias
estaduais, os postos de atendimento da Receita Federal, as delegacias de policia,
os Tribunais de Contas, as Casas Legislativas.
O conceito central da concentração e da desconcentração é a noção de órgão
público. Órgão público é um núcleo de competências estatais sem personalidade
jurídica própria.
3. Centralização e Descentralização
 Centralização é o desempenho de competências administrativas por uma
única pessoa jurídica governamental. È o que ocorre, por exemplo, com as
atribuições exercidas diretamente pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios.
 Descentralização, as competências administrativas são exercidas por
pessoas jurídicas autônomas, criadas pelo Estado para tal finalidade. São elas:
autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de
economia mista.
 Entidades da Administração Pública Indireta ou Descentralizada é composta
por pessoas jurídicas autônomas com natureza jurídica de direito público ou
de direito privado. A natureza jurídica de direito público ou de direito privado
determina diversas características jurídicas especiais, definindo qual o regime
jurídico aplicável.
24/10/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/17
 São pessoas de direito público: autarquias, fundações públicas,
agências reguladoras e associações públicas.
 São pessoas de direito privado: empresas públicas, sociedades de
economia mista e fundações privadas.
 
AUTARQUIAS
 
 São pessoas jurídicas de direito público interno, pertencentes à
Administração Pública Indireta, criadas por lei específica para o exercício de
atividades típicas da Administração.
 Exemplos: Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS; Banco
Central – Bacen; Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e
Renováveis – Ibama; Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cadê;
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra.
 Na maioria das vezes, o nome “instituto” designa entidades públicas com
natureza autárquica.
 O conceito legal de autarquia é apresentado no artigo 5º, I do Decreto-
Lei 200/67 (ver referido dispositivo)
 - são pessoas jurídicas de direito público: significa dizer que o
regime jurídico aplicável a tais entidades é o regime jurídico público, e não as
regras de direito privado;
 - são criadas e extintas por lei específica – a personalidade jurídica
de uma autarquia surge com a publicação da lei que a institui, dispensando o
registro dos atos constitutivos em cartório. Nesse sentido, estabelece o artigo 37,
XIX, da Constituição Federal: “somente por lei específica será criada autarquia”. A
referência à necessidade de lei “específica” afasta a possibilidade de criação
de tais entidades por meio de leis multitemáticas. Lei específica é a que
trata exclusivamente da criação da autarquia. Em respeito ao princípio da
simetria das formas, se a criação depende de lei, então a extinção de autarquia
também exige lei específica.
 - dotadas de autonomia gerencial, orçamentária e patrimonial -
 autonomia é capacidade de autogoverno representando um nível de liberdade na
gestão de seus próprios assuntos, intermediário entre a subordinação hierárquica
e a independência. Portanto, as autarquias não estão subordinadas
hierarquicamente à Administração Pública Direta, mas sofrem um controle
finalístico (princípio da tutela).
 - nunca exercem atividade econômica - autarquias somente podem
desempenhar atividades típicas da Administração Pública conforme dispõe o artigo
5º, I do Decreto 200/67, como prestar serviços públicos, exercer poder de
polícia ou promover o fomento.
 - são imunes a impostos- por força do artigo 150, § 2º da CF/88, as
autarquias não pagam nenhum imposto. (ver referido dispositivo)
24/10/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/17
 - seus bens são públicos - daí estarem revestidos dos atributos da
impenhorabilidade, inalienabilidade e imprescritibilidade.
 - praticam atos administrativos e celebram contratos
administrativos
 - possuem prerrogativas especiais da Fazenda Pública - prazo em
dobro para recorrer e em quádruplo para contestar, desnecessidade de adiantar
as custas processuais e de anexar procuração do representante legal
 - responsabilidade objetiva – artigo 37, § 6º da CF (ver dispositivo)
 
ESPÉCIEIS DE AUTARQUIAS
A doutrina identifica diversas categorias de autarquias:
- autarquias administrativas ou de serviço: são as autarquias comuns
dotadas do regime jurídico ordinário dessas espécie de pessoa pública. Ex. INSS
- autarquias especiais: caracterizam-se pela de determinadas peculiaridades
normativas que as diferenciam das autarquias comuns, como uma mais acentuada
autonomia. Ex.: Banco Central, a Sudene, as agências reguladoras
- autarquias corporativas: também chamadas de corporações profissionais
ou autarquias profissionais: são entidades com atuação de interesse público
encarregadas de exercer controle e fiscalização sobre determinadas categorias
profissionais. Ex.: Conselhos de Classe, como CREA, CRO e CRM.
OBS.: Já a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) perdeu status de
autarquia no Supremo Tribunal Federal. O STF no julgamento da ADi n. 3026-
2006 negou natureza jurídica autárquica da OAB, entendendo que falta
personalidade jurídica de direito público, não tendo nenhuma ligação com a
Administração Pública. A OAB seria uma entidade sui generis. Daí, não é uma
entidade da Administração Indireta da União, mas um serviço público
independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes
no direito brasileiro. Também não está incluída na categoria na qual se inserem
essas que se tem referido como "autarquias especiais", para pretender-se
afirmar equivocada independência das hoje as chamadas "agencias". Não está
sujeita a controle da Administração, nem a qualquer das suas partes está
vinculada. Incabível a exigência de concurso público para a admissão dos
contratados sob o regime trabalhista na OAB.
- autarquias fundacionais: são as criadas mediante a afetação de determinado
patrimônio público a certa finalidade. São conhecidas como fundações públicas.
Ex. Procon, Funai etc
- autarquias territoriais: são departamentos geográficos administrados
diretamente pela União. Na CF-88 tais autarquias recebem o nome de territórios
federais (art. 33 da CF) 
 
AUTARQUIA DE REGIME ESPECIAL. Trata-se de autarquia com tratamento
diferenciado em alguns pontos. Surgiu para definir universidades públicas. Quase
todas as universidades federais são autarquias especiais, mas por quê?24/10/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/17
Normalmente, chefe do Executivo escolhe o chefe da autarquia; reitores são
escolhidos pelo corpo docente e funcionários. Além disso, as universidades têm
liberdade para decidir sobre o currículo. Assim, vejamos algumas peculiaridades:
(1) REITOR escolhido por ELEIÇÃO e (2) LIBERDADE para CURRÍCULO.
 
AGÊNCIAS REGULADORAS
 
 A criação das agências reguladoras brasileiras teve uma
direta relação com o processo de privatizações e a reforma do Estado iniciado na
metade dos anos 90.
 A partir de 1995, iniciou-se um processo acelerado de
privatizações e reformas estatais cujo passo inaugural consistiu na promulgação
de sucessivas emendas constitucionais abrindo caminho para a implantação do
novo modelo. As mais importantes dessas emendas foram:
a) Emenda Constitucional n. 5, de 15-8-1995, que decretou o fim da exclusividade
da prestação direta, pelos Estados-membros, dos serviços locais de gás
canalizado.
b) Emenda Constitucional n. 6, de 15-8-1995, responsável pela extinção do
tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional,
especialmente quanto à pesquisa e à lavra de recursos minerais e ao
aproveitamento dos potenciais de energia hidráulica.
c) Emenda Constitucional n. 8, determinou o fim da exclusividade estatal na
prestação dos serviços de telecomunicação.
d) Emenda Constitucional n. 9, determinou a quebra do monopólio estatal das
atividades de pesquisa, lavra, refino, importação, exploração e transporte de
petróleo, gás natural e hidrocarbonetos.
 Importante, ressaltar que as Emendas Constitucionais nºs
8/95, o inciso XI do artigo 21 da CF, ganhou a seguinte redação; “ compete à
União: “... XI – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou
permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre
a organização dos serviços, a criação de órgão regulador e outros aspectos
institucionais”
 Na mesma linha, o inciso III do § 2º do artigo 177 da CF,
com redação dada pelo artigo 2 da Emenda Constitucional 9/95, prescreve: “A lei
a que se refere o § 1º disporá sobre (...) – a estrutura e atribuições do órgão
regulador do monopólio da União”.
 Portanto, as Emendas Constitucionais n. 8/95 e 9/95
são consideradas o marco histórico introdutor das agências reguladoras
brasileiras.
 
 Exemplos de Agências: ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica -
criada pela Lei 9.427/1996; ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações –
cariada pela Lei n. 9472/97; AMP – Agência Nacional de Petróleo – criada pela Lei
24/10/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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n. 9478/97; ANS – Agência Nacional de Saúde – criada pela Lei n. 9961/2000;
ANA – Agência Nacional de Águas – criada pela Lei n. 9984/2000 dentre outras.
(ver referidas Leis)
 
 Qual a natureza jurídica das agências reguladoras? São autarquias
com regime especial, possuindo todas as características jurídicas das
autarquias comuns, mas delas se diferenciam pela presença de duas
peculiaridades em seu regime jurídico:
a) Dirigentes estáveis: ao contrário das autarquias comuns, em que os
dirigentes ocupam cargos em comissão exoneráveis livremente pelo Poder
Executivo, nas agências reguladoras os dirigentes são protegidos contra o
desligamento imotivado. A perda do cargo de direção em uma agência
reguladora só pode ocorrer: 1) com o encerramento do mandato; 2) por renúncia:
3) por sentença judicial transitado em julgado. Essa proteção contra a exoneração
imotivada ou ad nutum representa uma estabilidade mais acentuada, permitindo
ao dirigente exercer tecnicamente suas funções sem preocupação com influências
políticas ou partidárias;
 
b) Mandatos fixos – diferentemente do que ocorre
 
REGIME JURÍDICO:
- DEVER DE LICITAR. Lei 9.472/97, lei geral das telecomunicações, que criou a
ANATEL. A lei diz que agência reguladora não obedece a lei 8.666. Modalidades
de licitação exigidas: pregão e consulta. Constitucional essa lei? ADIN 1668,
STF entendeu que (a) agência deve seguir lei de licitações; inconstitucional
nessa parte, portanto; (b) pode, no entanto, seguir modalidades específicas de
pregão ou consulta. Quem pode fazer pregão hoje no Brasil? Em 1997,
ninguém fazia pregão no Brasil ou consulta. Pregão foi introduzido em 2000
apenas para a União, sendo estendido depois a todos os demais entes da
federação pela Lei nº 10.520/02.
 
AGÊNCIA EXECUTIVA
 
 Nasceu da Lei 9.649/98: agência executiva tem natureza
de autarquia e fundação, que precisa ser melhorada. É uma qualificação
(agência executiva) que recebem essas autarquias e fundações públicas. Não se
cria outra entidade. Apenas dá um status ou qualificação de agência
executiva para uma autarquia ou fundação que já existe.
 Para tanto, a entidade elabora um plano estratégico de reestruturação.
Para executar o plano, a entidade celebra com a administração direta um
contrato de gestão, por meio do qual o ente receberá mais recursos e mais
liberdade para torná-la eficiência. O status depende de um decreto do Presidente
e dura até final do contrato de gestão, ou seja, é temporário. Como exemplo:
INMETRO.
24/10/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 6/17
 
FUNDAÇÃO
 As Fundações são pessoas jurídicas compostas por um patrimônio
personalizado, destacado pelo seu instituidor para atingir uma finalidade
específica, denominadas, em latim, universitas bonorum.
Essa definição serve para qualquer fundação, inclusive para aquelas que não
integram a Administração indireta (não-governamentais). No caso das
fundações que integram a Administração indireta (governamentais), quando
forem dotadas de personalidade de direito público, serão regidas integralmente
por regras de direito público. Quando forem dotadas de personalidade de direito
privado, serão regidas por regras de direito público e direito privado.
Tanto uma quanto outra são compostas por patrimônio personalizado. No caso da
fundação pública, o referido patrimônio é destacado pela Administração direta,
que é o instituidor da fundação. Podemos citar, a título de exemplo, as seguintes
fundações: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Universidade de
Brasília (UNB), Fundação Estadual do Bem-estar do Menor (Febem), Fundação
Nacional do Índio (Funai); Fundação Memorial da América Latina (FMAM),
Fundação Padre Anchieta (TV Cultura).
As fundações integrantes da Administração indireta do Estado (fundações de
direito público ou governamentais) poderão assumir personalidade jurídica
de direito público ou privado, em que pese aos entendimentos doutrinários
diversos, no sentido de somente ser possível a instituição de fundações sob a
sistematização do Código Civil , com criação por meio de escritura pública ou
testamento e sempre com personalidade jurídica de direito privado.
Com efeito, de acordo com o que determina a CF/88 em seu artigo 37, inciso XIX,
e de regras legais vigentes, para a criação de fundações públicas com
personalidade jurídica de direito público, faz-se necessário autorização
legislativa e conseqüente elaboração de atos constitutivos, diferente do que
ocorre com as autarquias, que são efetivamente criadas por lei específica.
Posto isso, cumpre observar que grande parcela da doutrina entende que, quando
é instituída uma fundação pública com personalidade jurídica de direito público,
esta em tudo se equipara às autarquias; por isso devem ser criadas por lei
específica, e não somente autorizadas, e denominam-se autarquias fundacionais.
Comefeito, o Egrégio Supremo Tribunal Federal já decidiu ser a fundação espécie
de autarquia, com conseqüente aplicação do regime jurídico das autarquias às
fundações, in verbis “... o entendimento desta Corte é o de que a finalidade, a
origem dos recursos e o regime administrativo de tutela absoluta a que, por lei,
estão sujeitas, fazem delas espécie do gênero autarquia”.
 
1. Características
· Liberdade financeira: a exemplo das autarquias, as fundações
desfrutam de liberdade, nos limites da lei e das finalidades que perseguem, para
definir a melhor forma de utilização de seu patrimônio e capital; todavia, porque
integrantes da Administração indireta do Estado e destinatárias de verbas
públicas, submetem-se ao controle do respectivo Tribunal de Contas do ente a
que se vincula.
24/10/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 7/17
· Liberdade administrativa: cumpre às fundações decidir a melhor
forma de atuar na busca dos objetivos que nortearam sua instituição, definindo
sua política de prestação de serviços; todavia, com controle finalístico dos atos
pelo Judiciário. 
· Dirigentes próprios: também possuem liberdade na escolha de
seus dirigentes, que deve ser realizada na forma determinada nos atos
constitutivos da fundação.
· Patrimônio próprio e personalizado: significa que sobre ele
recaem normas jurídicas que o tornam sujeito de direitos e obrigações e está
voltado a garantir que seja atingida a finalidade para qual foram criadas. Em
coerente lição da doutrina, a fundação não é dotada de patrimônio, ela é o
patrimônio.
 
3. Criação e Extinção
As fundações são criadas no ordenamento jurídico. Se sua personalidade for de
direito público, será criada por lei específica (regras de direito público).
As fundações governamentais, sejam de personalidade de direito público, sejam
de direito privado, integram a Administração Pública. Com efeito, de acordo com
maioria doutrinária, a lei cria e dá personalidade para as fundações
governamentais de direito público, denominadas autarquias fundacionais. As
fundações governamentais de direito privado são autorizadas por lei e sua
personalidade jurídica se inicia com a constituição e o registro de seus estatutos
(artigo 37, inciso XIX, da Constituição Federal). Cumpre observar que as
fundações são extintas da mesma forma como são criadas.
4. Responsabilidade
As fundações também respondem pelas suas próprias dívidas e obrigações
contraídas. A Administração direta tem responsabilidade subsidiária quanto às
dívidas e obrigações das fundações, ou seja, a Administração somente poderá ser
acionada depois de exaurido todo o patrimônio, as forças das fundações.
As fundações governamentais, independentemente de serem dotadas de
personalidade de direito público ou privado, assim como as autarquias, também
terão responsabilidade objetiva quanto aos atos praticados pelos seus funcionários
(artigo 37, § 6.º, da Constituição Federal/88), respondendo pelos prejuízos que
esses causarem a terceiros. Tal responsabilidade se justifica não só em razão da
previsão constitucional, mas sim em razão da natureza das atividades e dos fins
de criação das fundações. 
 
EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
 
1- COMPARAÇÃO
EMPRESA PÚBLICA:
- Pessoa jurídico de direito público ou privado? PRIVADO.
24/10/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 8/17
- Para que serve? Prestação de serviços públicos ou exploração de atividade
econômica.
- A qualificação “pública” diz respeito ao capital, que é exclusivamente
público.
- Pode adotar qualquer modalidade empresarial admitida em nosso
ordenamento (S/A, Ltda. etc.).
 
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA:
- Pessoa Jurídica direito PRIVADO.
- Para que serve? Prestação de serviços públicos ou exploração de
atividade econômica.
- Capital misto. A maioria do capital votante deve estar nas mãos do poder
público.
- Só pode ser S/A.
 
Assim, quais as SIMILARIDADES entre empresa pública e sociedade de
economia mista? Pessoa Jurídica de Direito Privado e servem para mesma
finalidade.
Quais as DIFERENÇAS?
- Capital: Empresa Pública: exclusivamente público, enquanto Sociedade de
Economia Mista: misto.
- Constituição: Empresa Pública pode adotar qualquer tipo; Sociedade de
Economia Mista só pode ser S/A.
- Competência para ações. Conforme dispõe a CF/88 em seu artigo 109, I:
Empresa pública federal, de quem é a competência? Justiça federal.
Sociedade de Economia federal: Justiça estadual. STF, súmulas 517 e 556.
Empresa Pública Sociedade de Economia Mista
SIMILARIDADES
PJ de direito privado
Podem prestar serviço público ou exercer atividade econômica
DIFERENÇAS
Capital exclusivamente público Capital misto
24/10/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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Pode constituir-se em qualquer tipo
de empresa
Só S/A
Competência da Justiça Federal Competência da Justiça Estadual
 
 
 2. REGIME JURÍDICO
 
 Regime MISTO, porque mistura regras de direito privado e
público. Se prestadora de serviço público, prevalência de regime de direito
público, mais próxima da autarquia. Se exploradora de atividade econômica,
regime mais próximo da iniciativa privada.
 
CF/88: Art. 173, “a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a
relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei”, intervenção na atividade
econômica só se justifica pela (i) segurança nacional e (ii) relevante interesse
coletivo. Assim, não se pode explorar qualquer atividade econômica.
Regras para Empresa Pública (EP) ou Sociedade de Economia Mista (SEM)
prestadoras de serviço público:
 SEM/EP prestadora deserviço público
SEM/EP exploradora de
atividade econômica
Licitação
Obrigatório, lei 8.666: 1º; CF:
37, XXI. Possibilidade de
dispensa (lei 8.666: 17 e 24)
e inexigibilidade (lei 8.666:
25)
Facultativo, CF: 173, par.
1º, III. “A lei estabelecerá
o estatuto jurídico”:
estatuto ainda não veio;
enquanto isso, aplica-se
8.666. Possibilidade de
dispensa (lei 8.666: 17 e
24*) e inexigibilidade (lei
8.666: 25).
Falência Não estão sujeitas a falência,cf. lei 11.101/05: 1º.
Havia alguma doutrina
dizendo que cabível
falência, mas LRE não faz
distinção; assim, não
estão sujeitas a falência,
cf. lei 11.101/05: 1º.
ResponsabilidadeSIM, CF: 37, VI.
Responsabilidade OBJETIVA.
Solidariamente, existe ordem
NÃO, aplica-se o direito
civil.
24/10/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 10/17
de preferência. Responsabilidade
SUBJETIVA. Aqui, o
Estado não responde.
Bens públicos
Em regra, NÃO, são penhoráveis etc., porque seguem
regime privado. EXCEÇÃO: só serão bens públicos
aqueles diretamente ligados à prestação de serviço
público, pelo princípio da continuidade do serviço público.
Há divergência minoritária, no entanto.
Privilégios
tributários
NÃO têm privilégios, desde
que cobre tarifas. CF: 150,
par. 3º: não há aplicação da
imunidade recíproca quando
houver cobrança do tarifa do
usuário. Assim, quando
houver prestação de serviço
público, possível a tarifa.
CF: 173, par. 2º: NÃO
têm privilégios, salvo os
extensíveis à iniciativa
privada.
Pessoal
Quadro NÃO TEM SERVIDOR PÚBLICO, mas
SERVIDORES DE ENTES GOVERNAMENTAIS DE DIREITO
PRIVADO, seguindo regime celetista, i.e. empregados.
Esses empregados equiparam-se a servidor público em
alguns aspectos:
(i) Concurso público;
(ii) Regime da não-acumulação
(exceções na CF);
(iii) Teto remuneratório (caso precise de
repasse; em caso contrário, não aplicável teto);
(iv)Improbidade, equiparados a
funcionários públicos pela lei penal;
(v) Sujeitos a remédios constitucionais.
O empregado da EP ou SEM não goza de estabilidade do
CF: 41, podendo ser a dispensa imotivada (TST, súmula
390; OJ 247)**.
 
* Dispensa para 20% do convite.
** ECT é empresa pública, mas tem tratamento de Fazenda Pública, ou seja,
autarquia (regime de precatório, imunidade tributária recíproca,
impenhorabilidade de bens etc.). Mesmo tendo tratamento de empresa pública,
abriu lojas por franchising, quando deveria fazer licitação. Tribunal de contas foi
atrás.
 
24/10/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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A licitação é dispensável quando a competição for impossível, o que ocorre
quando prejudica a finalidade da atividade ou prestação do serviço. Como essa
atividade é de interesse público, teríamos a licitação, que visa ao interesse
público, obstando a busca do interesse público. A licitação é afastável sempre que
prejudicar o interesse público, que ela mesma quer proteger. O rol de
circunstâncias é EXEMPLIFICATIVO. Exemplo: gráficas de diários oficiais são
normalmente sociedades de economia mista, que também atuam no mercado. Se
para comprar papel tivesse que licitar, deixaria de ser competitiva, daí dispensa.
Agora, para construir sede nova, obviamente necessário o certame licitatório.
 
ENTES DE COOPERAÇÃO 
 
 Entes de cooperação estão fora da administração, pertencem ao TERCEIRO
SETOR, também chamados ENTES PARA-ESTATAIS. ONGs podem pertencer a
esta categoria, mas não necessariamente. São pessoas jurídicas de direito
privado que não podem ter fins lucrativos, apesar de poder acontecer
incidentalmente.
 
1. SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS
 
 Ou SISTEMA “S”, vez que quase todos começam com letra
“S”: SESI, SENAC, SEBRAE, SENAI, SEST (transportes), SENAT (transportes),
SENAR (rural) etc.
FINALIDADE. Ente para-estatal serve para fomentar e dar apoio às diversas
categorias profissionais. Exemplos: cursos de profissionalização do SEBRAE,
show do SESI etc. Desenvolvimento da categoria causa o desenvolvimento do
Estado.
 
FINANCIAMENTO. O sistema “S” tem duas receitas: (i) recursos orçamentários,
isto é, direto do orçamento, mas que não formam sua principal receita; (ii)
PARAFISCALIDADE, ou seja, cobra contribuição social. Lembrando: competência
tributária é a aptidão para criar tributos e é indelegável; já capacidade tributária é
a aptidão para cobrar tributos, esta sim, delegável. Pode-se delegar a capacidade
tributária para Pessoa Jurídica de direito público (contribuição do INSS) ou pessoa
Jurídica de direito privado, desde que perseguidoras do interesse público.
 
CONTROLE. Se serviço social autônomo recebe recurso público (orçamentário e
contribuição), está sujeito ao Tribunal de Contas. E licitação? Lei das licitações
prevê também que está sujeito a licitação, não precisando seguir todas as regras,
bastando o procedimento simplificado.
 
TRABALHADORES. Empregado privado, sob regime celetista.
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PRIVILÉGIOS TRIBUTÁRIOS. Entes para-estatais não têm privilégios
tributários.
 
2. ENTIDADE DE APOIO (FUNDAÇÃO DE APOIO)
 
 NATUREZA. Pode ser fundação, associação ou cooperativa; normalmente,
fundação. Todas de natureza privada, formadas por funcionários. Vão cooperar
com Estado por meio de CONVÊNIO. Atuam junto de universidades públicas e
hospitais, sendo criadas pelos servidores públicos. Pós paga em universidade
pública: organizada pelas entidades de apoio a fim de amealhar recursos para
pesquisa. Exemplos: FAPESP, FUSP etc.
 
Alvos de muita crítica:
(i) Falta regulamentação, com exceção dos entes de apoio a
universidades públicas (lei 8.958/94).
(ii) PRIVILÉGIOS: podem receber dotação orçamentária, tomar
emprestados servidores públicos, utilizar bens públicos. Têm regime
privado, mas usam recursos públicos.
 
3. ORGANIZAÇÃO SOCIAL (OS)
 
 Tem respaldo na Lei 9.637/98 (ver referida Lei). É
pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, fora da administração.
Normalmente, existe de extinções de estruturas da administração – tenho órgão
público desnecessário e transfiro seus bens para ente privado. A OS, beneficiada
pelo Estado, vai manter-se vinculada ao Estado mediante CONTRATO DE
GESTÃO, que preverá recursos orçamentários e utilização de bens públicos e
servidores.
 
FINALIDADES. A OS não vai necessariamente prestar serviço público, mas
cooperar com o Estado nas áreas do ensino, pesquisa, saúde, meio ambiente e
cultura.
 
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO é responsável pela administração da OS,
composta por particulares e servidores. Incoerência! Servidor com pé no privado.
 
CONTROLE. O Tribunal de Contas pode controlar OS.
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experiência.
 
4. ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO
(OSCIPs)
 
 Organização da sociedade civil de interesse público são
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, fora da administração
respaldada pela Lei 9.790/99. (ver referida Lei)
 
 
 
 
 
 
Exercício 1:
Considere as assertivas:
 
I. Empresas públicas e sociedades de economia mista dependem, para a sua criação, de
autorização legislativa, que deve ser específica, vedada a autorização genérica.
II. As autarquias, as fundações públicas, as sociedades de economia mista e as empresas
públicas integram a Administração Indireta.
III. A Presidência da República e os Ministérios são órgãos integrantes da Administração
Federal Indireta.
 
É correto afirmar que:
 
A)
todas as assertivas estão incorretas.
 
B)
somente a assertiva III está incorreta.
 
C)
somente as assertivas I e III estão incorretas.
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D)
somente as assertivas I e II estão incorretas.
 
E)
 todas as assertivas estão corretas.
 
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Exercício 2:
 As pessoas jurídicas que integram o chamado Terceiro Setor têm regime jurídico:
 
A)
de direito público.
 
B)
de direito privado.
 
C)
predominantemente de direito público, parcialmente derrogado por normas de
direito privado.
 
D)
predominantemente de direito privado, parcialmente derrogado por normas de
direito público.
 
E)
de direito público ou de direito privado, conforme a pessoa jurídica.
 
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Exercício 3:
São traços distintos entre empresa pública e sociedade de economia mista:
 
A)
forma jurídica; composição do capital e foro processual
 
B)
foro processual; forma de criação e objeto
 
C)
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composição de capital; regime jurídico e forma de criação
 
D)
objeto, forma jurídica e regime jurídico
 
E)
regime jurídico, objeto e foro processual.
 
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Exercício 4:
A recente reforma do Estado, empreendida pelo Governo Federal, introduziu
novas figuras na Administração Pública Federal. No rol abaixo, assinale aquela
que pode ser conceituada como resultado da qualificação que se atribuiu a uma
autarquia ou fundação pública, cujo objeto institucional seja uma atividade
exclusiva de Estado, com o propósito de dotá-la de maior autonomia gerencial:
 
A)
agência reguladora
 
B)
organização social
 
C)
serviço social autônomo
 
D)
agência executivaE)
organização da sociedade civil de interesse público
 
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Exercício 5:
As organizações sociais têm como característica, entre outras, 
 
A)
atuar também nas áreas de ensino, pesquisa científica e desenvolvimento
tecnológico
 
B)
o vínculo jurídico com o Poder Público por meio do contrato de parceria;
 
C)
criação por decreto do Chefe do Executivo
 
D)
ser pessoa jurídica de direito privado, podendo ter fins lucrativos
 
E)
n.d.a
 
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Exercício 6:
As agências reguladoras, criadas para regular e fiscalizar os serviços
prestados por empesas privadas que atuam na prestação de serviços, que
em suas essências seriam públicos, tem natureza jurídica de:
 
A)
autarquias sob regime especial
 
B)
órgãos da Administração direta
 
C)
empresas públicas
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D)
órgãos do Tribunal de Contas da União
 
E)
entidades privadas
 
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