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1644309_Questões Durkheim WEBER Com respostas

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Questões: 
E. Durkheim 
Explique qual importância Dukheim atribuía à “moral profissional” para a coesão social no âmbito da divisão do trabalho.
R - Nesse sentido, a moral é o elemento de integração social, um ser psíquico de nova espécie, com uma maneira própria de pensar e de agir que conduz os indivíduos, quer eles percebam ou não tal processo (DURKHEIM, 2000). Portanto, a grande preocupação do pensador é a necessidade de construção ou reconstrução da moralidade, especialmente no que tange às funções econômicas e aos trabalhadores a elas vinculados (industriais, comerciários, patrões e empregados). No novo tempo que se apresenta, diferentemente das outras profissões relacionadas ao Estado, os ofícios que compõem a esfera econômica não apresentam uma unidade, uma regulamentação legal que determine formas de agir, direitos e deveres, assim como não possuem órgãos que façam essas regras serem cumpridas; trata-se de “uma esfera da atividade coletiva que está fora da moral” (Idem, 2002, p. 13). 
Explique em que sentido uma moral profissional pode contribuir para conter a anomia na sociedade industrial 
R - Para ele, moral é tudo que promove a solidariedade, tudo que força o indivíduo a contar com o seu próximo, sem se levar pelo seu egoísmo. É um sistema de normas de conduta que prescrevem como o sujeito deve conduzir-se em determinadas circunstâncias. Portanto, quando há conflitos na sociedade é devido a anomia, isto é, ausência de instituições capazes de regularem valores, normas e regras capazes de manter a integração social.
Diferente de Marx, ao analisar os conflitos sociais do final do século XIX, devido à relação capital e trabalho, vai defender que estes surgiram por causa da anomia, isto é, ausência de instituições e normas integradoras que permitissem a integração da sociedade através da divisão social do trabalho, que estava nascendo e se desenvolvendo. Ao estabelecer a solidariedade através das regulamentações, os diversos atores envolvidos poderiam se expressar sem entrar em conflitos.
Segundo a perspectiva de Durkheim, o que torna possível a solidariedade social nas sociedades caracterizadas por uma diferenciação social acentuada?
R - Dentro da perspectiva sociológica durkheimiana, a existência de uma sociedade só é possível a partir de um determinado grau de consenso entre seus membros constituintes: os indivíduos. Segundo Durkheim, esse consenso se assenta em diferentes tipos de solidariedade social.
Assim, podemos afirmar que a solidariedade social para Durkheim se daria pela consciência coletiva, pois essa seria responsável pela coesão (ligação) entre as pessoas. Contudo, a solidez, o tamanho ou a intensidade dessa consciência coletiva é que iria medir a ligação entre os indivíduos, variando segundo o modelo de organização social de cada sociedade. Nas sociedades de organização mais simples predominaria um tipo de solidariedade diferente daquela existente em sociedades mais complexas, uma vez que a consciência coletiva se daria também de forma diferente em cada situação.
Explique porque, segundo Durkheim, os fatos sociais podem ser considerados exteriores aos indivíduos.
R - Fato social é tudo o que é coletivo, exterior ao indivíduo e coercitivo. Durkheim demonstra que os fatos sociais têm existência própria e independem daquilo que pensa e faz cada indivíduo em particular. Ele atribui três características que caracterizam os fatos sociais:
Primeira: coercitividade, que pode ser entendido como a força que exercem sobre os indivíduos obrigando-os através do constrangimento a se conformarem com as regras, normas e valores sociais vigentes;   Segunda: exterioridade, que pode ser entendida como a existência de um fenômeno social que atua sobre os indivíduos, mas independe das vontades individuais;   Terceira: generalidade, que pode ser entendida como a manifestação de um fenômeno que permeia toda a sociedade.
Em que sentido a intensificação das relações entre as partes que compõem as sociedades caracterizadas pela divisão do trabalho pode ampliar a solidariedade social?
R - Durkheim concebe as sociedades complexas como grandes organismos vivos, onde os órgãos são diferentes entre si (que neste caso corresponde à divisão do trabalho), mas todos dependem um do outro para o bom funcionamento do ser vivo. A crescente divisão social do trabalho faz aumentar também o grau de interdependência entre os indivíduos.
Para garantir a coesão social, portanto, onde predomina a solidariedade orgânica, a coesão social não está assentada em crenças e valores sociais, religiosos, na tradição ou nos costumes compartilhados, mas nos códigos e regras de conduta que estabelecem direitos e deveres e se expressam em normas jurídicas: isto é, o direito.
Segundo a perspectiva de Durkheim, qual a importância do direito para a solidariedade social?
R - Para Durkheim, o direito é, portanto, um mecanismo de controle social. Seu objetivo é assegurar a solidariedade, impedindo que fatos contrários à sociedade ocorram ou passem impunes. Assim, as normas jurídicas estabelecem os padrões socialmente desejáveis de comportamento e suas sanções são aplicadas, pelo Poder Judiciário, àqueles que se desviam desses padrões. Órgãos estatais como a polícia cuidam da fiscalização geral das pessoas, procurando aqueles que se comportam de modo indesejável para serem punidos.
Diferencie solidariedade mecânica de solidariedade orgânica do ponto de vista da divisão do trabalho social.
 R- Na solidariedade mecânica os homens estão unidos a partir da semelhança de valores expressos na religião, tradição ou sentimento comum. Este é um tipo de solidariedade à qual a sociedade tem coerência porque os indivíduos ainda não se diferenciam. A solidariedade orgânica, por sua vez, é diferente da solidariedade mecânica. Solidariedade orgânica é aquela em que o consenso resulta de uma diferenciação, ou se exprime por seu intermédio. Dentro desta concepção, os homens não se assemelham, sendo diferentes entre si. A união desses homens só é possível a partir da dependência que um tem do outro para realizar alguma atividade social.
Explique em que sentido para Durkheim situações de anomia podem surgir por causa da ausência de regulação e regulamentação de instituições sociais. Ao responder a questão, utilize um exemplo de uma situação de anomia. 
Para esse sociólogo, a anomia é uma situação social produzida pelo enfraquecimento dos vínculos sociais e pela perda da capacidade da sociedade regular o comportamento dos indivíduos, gerando, por exemplo, fenômenos sociais como o suicídio. Trata-se de uma ausência de um “corpo de normas sociais” capaz de regular o convívio social marcado pela “solidariedade”.
Segundo a perspectiva de Durkheim, de que modo a anomia pode se manifestar na vida social? 
Discute o conceito de anomia, ausência ou desintegração das normas sociais, conceito que vai ter um papel predominante no estudo do suicídio. Analisa as crises econômicas, a inadaptação dos trabalhadores e suas ocupações, a violência das reivindicações dos indivíduos com relação à coletividade. Todos os fenômenos citados anteriormente são patológicos. Na medida em que as sociedades modernas se fundamentam na diferenciação, torna-se indispensável que o trabalho que cada um exerce corresponda a seus desejos e aptidões. A sociedade que propicia o crescimento do individualismo está obrigada a respeitar a justiça. Se os valores comuns de uma sociedade se debilitam, a sociedade fica ameaçada de desintegração. O problema central das sociedades modernas é as relações entre os indivíduos e o grupo. O homem tornou-se por demais consciente de si mesmo para aceitar cegamente os imperativos sociais. O individualismo comporta perigos, pois o indivíduo pode exigir da coletividade mais do que a mesmo pode dar. Durkheim defende que é necessária uma disciplina que só a sociedade pode impor.
M. Weber
Qual a diferença entre poder e dominação?
R- Dominação é um estado de coisas – situação – pelo qual uma vontade manifesta do dominador influi sobre atos de álter dominados,sendo adotado por eles mesmos o conteúdo do mandato – uma conformidade tácita. O poder, não contendo forma – amorfo -, por outro lado, decorre da imposição das próprias vontades do homem, todavia, decorre a resistência da parte da população.
Segundo a perspectiva de Weber, o que significa tipo ideal?
R - O sociólogo, para Weber, quando iria observar algum grupo, ele precisaria de um tipo ideal de situação social; cria-se, por isso, os tipos ideais que serviriam como modelos interpretativos da sociedade. Agindo, esta, como um parâmetro para facilitar o estudo.
Na concepção de Weber é um instrumento de análise sociológica para o entendimento da sociedade por parte do cientista social com o objetivo de criar tipologias puras, destituídas de tom avaliativo, de forma a oferecer um recurso analítico baseado em conceitos, como o que é religião, burocracia, economia, capitalismo, ...
O tipo ideal busca generalizar, funcionando apenas como uma referência para se compreender uma realidade dada. São esquemas mentais construídos pelo investigador para definir certos objetos de investigação. Os tipos ideais não são hipóteses de modelos sobre “como as coisas deveriam ser”; aqui ideal significa, apenas, pertencente a idéia, ao pensamento.
Por que uma ação social pode ser considerada racional com relação a fins?
R - Ações sociais decorrem das relações dentre a sociedade e seus constituintes e, dentre outras, a ação com relação a fins perpassa nos atos que irão corroborar para algum objetivo específico requerido pelo sujeito; estudar para passar no vestibular e entrar em uma universidade, por exemplo.
Segundo a perspectiva de Weber, de que modo podem ser caracterizados os cargos na burocracia moderna? 
R- Os cargos modernos baseiam-se no tipo de dominação racional-legal; ora, decorre-se deste uma dependência de um aparato normativo e duma competência funcional e, ainda, técnica. A burocracia, aqui, seria ideal porque constitui-se por uma hierarquia de cargos – estes impessoais – que não pertencem aos seus ocupantes. É, portanto, regulado por normas; a obediência decorre do conjunto normativo do cargo, não à pessoa que a ocupa.
Segundo a perspectiva de Weber, explicite a diferença entre classe social e estamento. (Não entra)
R- No estamento, cada estrato deve obedecer às leis diferenciadas. Por exemplo, na sociedade feudal os direitos e deveres de um nobre eram diferentes dos direitos e deveres de um servo. E, embora a lei não preveja a mudança de status social, ela também não a torna impossível, como na casta. Por exemplo, um servo pode se tornar um pequeno comerciante ou um membro do clero. Isso dá ao sistema de estamentos uma mobilidade social maior do que nas castas, mas não tão alta quanto nas classes sociais, onde todos, em teoria, são iguais perante a lei.
Segundo a perspectiva de Weber por que a burocracia moderna pode ser considerada racional?
R- A burocracia, aqui, seria ideal porque constitui-se por uma hierarquia de cargos – estes impessoais – que não pertencem aos seus ocupantes. É, portanto, regulado por normas; a obediência decorre do conjunto normativo do cargo, não à pessoa que a ocupa.
Segundo Weber qual a diferença entre dominação racional-legal e dominação carismática? 
R - A dominação carismática percorre da aceitação devido à efetividade por parte dos dominados; um herói de guerra, um profeta; um ser que se coloca em diferencial com discursos que corroboram à devoção e respeito de outrem. Ademais, o racional-legal é sustentado por uma via de regulamentos e escolhas feitas – não por todos – pela população; a obediência, por si só, advém do cargo que aquele o ocupa; não do ocupante.
O conceito de anomia foi cunhado pelo sociólogo francês Émile Durkheim e quer dizer: ausência ou desintegração das normas sociais. O conceito surgiu com o objetivo de descrever as patologias sociais da sociedade ocidental moderna, racionalista e individualista. O acelerado processo de urbanização, a falta de solidariedade, as novas formas de organização das relações sociais e a influência da economia na vida dos indivíduos após a Revolução Industrial são objeto de estudo de Durkheim.
Suicídio egoísta É um ato que se reveste de individualismo extremado. É o tipo de suicídio que predomina nas sociedades modernas e é geralmente praticado por aqueles indivíduos que não estão devidamente integrados à sociedade e geralmente se encontram isolados dos grupos sociais (família, amigos, comunidade, por exemplo). 
Suicídio altruísta É um ato em que o indivíduo está tomado pela obediência e força coercitiva do coletivo, seja ele um grupo social restrito ao qual pertence ou mesmo a sociedade como um todo. Um exemplo típico de suicídio altruísta é o caso dos soldados japoneses que lutaram na Segunda Guerra Mundial e que ficaram conhecidos como camicases. Ao lançarem as aeronaves em que pilotavam sobre os inimigos provocando sua própria morte, os camicases japoneses morriam em honra ao imperador, considerado por eles uma divindade. A variante contemporânea do suicídio altruísta são os atos terroristas praticados por fanáticos religiosos e extremistas políticos. 
Suicídio anômico Representa mais propriamente uma mudança abrupta na taxa normal de suicídio, geralmente marcado por uma vertiginosa ascensão do número de suicídios que ocorrem em períodos de crises sociais (o desemprego, por exemplo) ou processos de transformações sociais (como a modernização).
Dominação Legal (onde qualquer direito pode ser criado e modificado através de um estatuto sancionado corretamente), tendo a “burocracia” como sendo o tipo mais puro desta dominação. 
Dominação Tradicional (onde a autoridade é, pura e simplesmente, suportada pela existência de uma fidelidade tradicional); o governante é o patriarca ou senhor, os dominados são os súditos e o funcionário é o servidor. O patriarcalismo é o tipo mais puro desta dominação.
Dominação Carismática (onde a autoridade é suportada, graças a uma devoção afetiva por parte dos dominados). Ela assenta sobre as “crenças” transmitidas por profetas, sobre o “reconhecimento” que pessoalmente alcançam os heróis e os demagogos, durante as guerras e revoluções, nas ruas e nas tribunas, convertendo a fé e o reconhecimento em deveres invioláveis que lhes são devidos pelos governados. A obediência a uma pessoa se dá devido às suas qualidades pessoais. 
Segundo Weber, as principais características de um aparato burocrático moderno são: Funcionários que ocupam cargos burocráticos são considerados servidores públicos; Funcionários são contratados em virtude de competência técnica e qualificações específicas; Funcionários cumprem tarefas que são determinadas por normas e regulamentos escritos; A remuneração é baseada em salários estipulados em dinheiro; Funcionários estão sujeitos a regras hierárquicas e códigos disciplinares que estabelecem as relações de autoridade

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