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Trabalho de Embriologia

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14
UNIVERSIDADE NILTON LINS
	
DA QUARTA À OITAVA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
MANAUS
2017
ADALBERTO DE SOUZA MOURA NETO
LAYNE BRUNA SALOMÃO CARVALHO
MAYARA REGINA DO CARMO MELO
ROSERLAINE PRISCILA MOTA TEIXEIRA
WESLEY ANDRADE CAMPOS
DA QUARTA À OITAVA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
	
Trabalho apresentado à Universidade Nilton Lins – UNL, como sendo um requisito parcial da matéria de Genética e Embriologia, para que se possa obter o título de Bacharel em Enfermagem. 
Professor(a): Niviane Fraga
MANAUS
2017
SUMÁRIO
 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1 
 2.0 – DA QUARTA À OITAVA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2 
 2.1 – FASES DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO ....................................... 2
 2.2 – DOBRAMENTO DO EMBRIÃO ........................................................................... 2
 2.2.1 – Dobramento do embrião no plano mediano ........................................................ 2
2.2.1.1 – Prega cefálica .............................................................................................. 2
2.2.1.2 – Prega caudal ............................................................................................... 3
2.2.2 – Dobramento do embrião no plano horizontal ..................................................... 3
2.3 – DERIVADO DAS CAMADAS GERMINATIVAS ............................................... 3
2.4 – CONTROLE DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO ............................. 5
2.5 – PRINCIPAIS EVENTOS DA QUARTA À OITAVA SEMANA ........................ 7
2.5.1 – Quarta semana ...................................................................................................... 7
2.5.2 – Quinta semana ...................................................................................................... 9
2.5.3 – Sexta semana ......................................................................................................... 9
2.5.4 – Sétima semana....................................................................................................... 9 
2.5.5 – Oitava semana ....................................................................................................... 10
3.0 – DA NONA SEMANA AO NASCIMENTO: PERÍODO FETAL ........................ 13
3.1 – ESTIMATIVA DA IDADE FETAL ....................................................................... 13
3.1.1 – Trimestre da gestação ........................................................................................... 13
3.1.2 – Medidas e características dos fetos ....................................................................... 13
3.2 – PRINCIPAIS EVENTOS DO PERÍODO FETAL ................................................. 13
3.2.1 – Da nona à décima segunda semana ....................................................................... 13
3.2.2 – Da décima terceira à décima sexta semana........................................................... 14
3.2.3 – Da décima sétima à vigésima semana ................................................................... 14
3.2.4 – Da vigésima primeira à vigésima quinta semana.............................................. 14
3.2.5 – Da vigésima sexta à vigésima nona semana ...................................................... 15
3.2.6 – Da trigésima à trigésima quinta semana .............................................................. 15
 3.2.7 – Da trigésima quinta à trigésima oitava semana ................................................ 15
 3.3 – DATA PROVÁVEL DO PARTO .......................................................................... 15
3.4 – FATORES QUE INFLUENCIAM O CRESCIMENTO FETAL ...................... 15
3.4.1 – Fatores genéticos e retardo do crescimento .......................................................... 16
3.5 – PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO DO ESTADO FETAL .................... 16
3.5.1 – Ultrassonografia ..................................................................................................... 16
3.5.2 – Dosagem de alfafetoproteína ............................................................................... 16
3.5.3 – Amostra percutânea de sangue de cordão umbilical .......................................... 16
4.0 – PLACENTA E MEMBRANAS FETAIS ............................................................... 17
4.1 – PLACENTA ............................................................................................................. 17
4.1.1 – Decídua .................................................................................................................. 17
4.1.2 – Desenvolvimento da placenta ............................................................................... 17
4.1.3 – Circulação placentária ......................................................................................... 19
4.1.3.1 – Circulação placentária fetal ....................................................................... 19
4.1.3.2 – Circulação placentária materna ................................................................. 20 
4.1.4 – Membrana placentária ........................................................................................ 21
4.1.5 – Funções da placenta ............................................................................................. 22
4.1.5.1 – Transferência placentária .......................................................................... 22
4.1.5.2 – Transferência de gases .............................................................................. 22
4.1.5.3 – Eletrólitos .................................................................................................. 23 
4.1.5.4 – Anticorpos maternos e proteínas ............................................................... 23
4.1.5.6 – Agentes infecciosos .................................................................................. 23
4.1.6 – Síntese e secreção endócrinas placentárias ....................................................... 23
4.1.7 – A placenta como uma estrutura semelhante a um tumor invasivo................. 24
4.2 – O PARTO................................................................................................................ 24
4.2.1 – Superfície materna da placenta ......................................................................... 24
4.2.2 – Superfície fetal da placenta ................................................................................ 24
4.2.3 – Cordão umbilical ................................................................................................ 25
4.2.4 – Âmnio e líquido amniótico ................................................................................. 25
4.2.4.1 – Líquido amniótico .................................................................................... 25
4.2.4.2 – Circulação do líquido amniótico .............................................................. 26
4.2.4.3 – Composição do líquido amniótico ........................................................... 26
4.2.4.4 – Importância do líquido amniótico ............................................................ 26
4.3 – VESÍCULA UMBILICAL .................................................................................... 27
4.3.1 – Importância da vesícula umbilical .................................................................... 27
4.4 – ALANTOIDE ......................................................................................................... 28
4.5 – GESTAÇÕESMÚLTIPLAS ................................................................................ 28
4.5.1 – Gêmeos e membranas fetais ............................................................................... 28
4.5.2 – Outros tipos de gestação múltiplas .................................................................... 28
CONCLUSÃO ................................................................................................................. 30 
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 31 
1. INTRODUÇÃO
As fases de desenvolvimento do embrião são divididas em três períodos, estabelecidos pela maioria dos estudiosos em: período pré-embrionário, que vai da fecundação até a terceira semana de desenvolvimento, período embrionário, que vai da quarta semana à oitava semana, e o fetal, que vai da nona semana até o nascimento.  
Dentre eles podemos destacar o período embrionário e o período fetal, que é onde todos os órgãos e sistemas se formam.
Todas as principais estruturas internas e externas se estabelecem da quarta a oitava semana. No final deste período, os principais sistemas de órgãos já começaram a se desenvolver. Com a formação dos tecidos e órgãos, a forma do embrião muda, e no final da oitava semana, o embrião apresenta um aspecto nitidamente humano. 
Uma vez que os tecidos e órgãos estão se diferenciando rapidamente, a exposição de embriões a teratógenos durante esse período pode causar grandes anomalias congênitas. Teratógenos são agentes, como substâncias e vírus, que produzem ou aumentam a incidência de anomalias congênitas.
Embora a transformação do embrião em feto seja gradual, a mudança de nome é relevante, pois significa que o embrião tornou-se um ser humano reconhecível e que já se formaram todos os sistemas importantes. O desenvolvimento durante o período fetal está basicamente relacionado com o rápido crescimento do corpo e com a diferenciação dos tecidos, órgãos e sistemas. Uma notável mudança que ocorre durante o período fetal é a diminuição relativa do crescimento da cabeça em comparação ao resto do corpo. A taxa de crescimento do corpo durante o período fetal é muito grande, e durante as últimas semanas, o ganho de peso pelo feto é fenomenal. Períodos de crescimento contínuo se alternam com intervalos prolongados de ausência de crescimento.
Podemos também destacar dentro desse desenvolvimento a Placenta e Membranas Fetais, pois são as mesmas que separam o feto do endométrio – a camada interna da parede uterina. A troca de substâncias como, por exemplo, nutrientes e oxigênio, ocorre entre as correntes sanguíneas materna e fetal através da placenta. Os vasos do cordão umbilical conectam a circulação placentária com a circulação fetal. As membranas fetais incluem o córion, o âmnio, a vesícula umbilical e o alantoide.
2.0 – DA QUARTA À OITAVA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO.
2.1 – FASES DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO
O desenvolvimento embrionário pode ser dividido em três fases, que apresentam certa inter-relação.
 A primeira fase é a do crescimento, que envolve divisão celular e a elaboração de produtos celulares.
 A segunda fase é a da morfogênese (desenvolvimento da forma, do tamanho e de outras características de um órgão em particular ou de parte ou de todo o corpo). A morfogênese é um processo molecular complexo controlado pela expressão e regulação de genes específicos em uma sequência ordenada.
 A terceira fase é a da diferenciação. O termino da diferenciação resulta na organização de células em um padrão preciso de tecidos e órgãos que são capazes de executar funções especializadas.
2.2 – DOBRAMENTO DO EMBRIÃO
Um importante acontecimento no estabelecimento de forma do corpo é o dobramento do disco embrionário trilaminar plano em um embrião mais ou menos cilíndrico.
2.2.1 – Dobramento do embrião no plano mediano
O dobramento ventral das extremidades do embrião produz as pregas cefálicas e caudal, que levam as regiões cefálica e caudal a se deslocarem ventralmente, enquanto o embrião se alonga cefálica e caudalmente.
2.2.1.1 – Prega cefálica
No início da quarta semana, as pregas neurais da região cefálica tornaram-se mais espessas para formar o primórdio do encéfalo. O encéfalo em desenvolvimento se projeta dorsalmente na cavidade amniótica. Posteriormente, o encéfalo anterior em desenvolvimento cresce em direção cefálica, para além da membrana orofaríngea, e coloca-se sobre o coração em desenvolvimento. 
O septo transverso, o coração primitivo, o celoma pericárdico e a membrana orofaríngea se deslocam na superfície ventral do embrião. Durante o dobramento, parte do endoderma da vesícula umbilical é incorporada ao embrião como o intestino anterior (primórdio da faringe, esôfago, e do sistema respiratório inferior. Após o dobramento da cabeça, o septo transverso situa-se caudalmente ao coração, onde, subsequentemente, se desenvolve em tendão central do diafragma. A prega cefálica também influencia a formação do celoma embrionário.
 2.2.1.2 – Prega caudal
O dobramento da extremidade caudal de embrião é resultado basicamente do crescimento da parte distal do tubo neural-primórdio da medula espinal. Antes do dobramento, a linha primitiva situa-se cranialmente a membrana cloacal; após o dobramento ela assume uma posição caudal, o pedículo de conexão (primórdio do cordão umbilical) prende-se à superfície ventral do embrião, e o alantoide um divertículo da vesícula umbilical é parcialmente incorporado ao embrião.
2.2.2 – Dobramento do embrião no plano horizontal 
O dobramento lateral do embrião leva a formação das pregas laterais direita e esquerda, o dobramento lateral é resultado do rápido crescimento da medula espinal e dos somitos. Os primórdios da parede ventrolateral dobram-se em direção ao plano mediano, deslocando as bordas do disco embrionário ventralmente e formando um embrião grosseiramente cilíndrico.
Inicialmente, há uma ampla comunicação entre o intestino médio e a vesícula umbilical; entretanto, depois do dobramento lateral, esta comunicação é reduzida a um ducto onfaloentérico. A região de ligação do âmnio com a superfície ventral do embrião fica, também, reduzida a uma região umbilical relativamente estreita.
2.3 – DERIVADO DAS CAMADAS GERMINATIVAS 
Existe três camadas germinativas são elas Ectoderma, Mesoderma e Endoderma que são formadas durante a gastrulação assim dando origem aos primórdios de todos os tecidos e órgãos. As células de cada camada germinativa se dividem, migram, se agregam e se diferenciam seguindo padrões preciosos ao formar os vários sistemas de órgãos.
O ectoderma dá origem ao sistema nervoso central e ao sistema nervoso periférico; aos epitélios sensoriais de olhos, orelhas e nariz; à epiderme e a seus anexos (cabelos e unhas); as glândulas mamárias; à hipófise; as glândulas subcutâneas e ao esmalte dos dentes.
O mesoderma dá origem ao tecido conjuntivo; à cartilagem; ao osso; aos músculos estriados e liso; ao coração aos vasos sanguíneos e linfáticos; aos rins; aos ovários; aos testículos; aos ductos genitais; as membranas serosas que revestem as cavidades do corpo (pericárdio, pleura e peritônio); ao baço; e ao córtex das glândulas suprarrenais.Figura 2.1 Desenhos ilustrando o dobramento dos embriões durante a quarta semana.
2.4 – CONTROLE DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO 
O controle do desenvolvimento embrionário resulta de planos genéticos nos cromossomos. A maior parte das informações sobre os processos do desenvolvimento é originada de estudos com os outros organismos, especialmente Drosophila (mosca das frutas) e camundongos, em decorrência dos problemas éticos associados ao uso de embriões humanos em estudos experimentais. A maior parte dos processos do desenvolvimento depende de uma interação coordenada precisa entre fatores genéticos e ambientais.
O desenvolvimento embrionário é essencialmente um processo de crescimento e de aumento de complexidade da estrutura e função. O crescimentoé alcançado pelas mitoses em conjunto com a produção de matrizes extracelulares, enquanto a complexidade é alcançada pela morfogênese e diferenciação. As células que constituem os tecidos dos embriões bem iniciais são pluripotentes, isto é, sob diferentes circunstancias são capazes de seguir uma ou mais vias de desenvolvimento.Figura 2.2 Dobramento da extremidade cefálica do embrião.
A interação dos tecidos durante o desenvolvimento é um tema recorrente na embriologia. As interações que levam a mudanças no curso de desenvolvimento de pelo menos um dos integrantes são chamadas de induções. Numerosos exemplos de interações indutivas podem ser encontrados na literatura; por exemplo, durante o desenvolvimento do olho, a vesícula óptica induz o desenvolvimento do cristalino a partir do ectoderma da superfície da cabeça. Na ausência de vesícula óptica, o olho não se forma. Além disso, se a vesícula óptica é removida e colocada em associação com o ectoderma de uma superfície normalmente não envolvida com o desenvolvimento do olho, é possível induzir a formação do cristalino. Portanto é evidente que o seu desenvolvimento depende da associação do ectoderma a um segundo tecido. De maneira semelhante, muitos dos movimentos morfogênicos dos tecidos que desempenham papeis tão importantes na modelagem do corpo do embrião são responsáveis também pelas mudanças nas associações teciduais, fundamentais para as interações indutivas entre tecidos.Figura 2.3 Desenho ilustrando o efeito da prega cefálica sobre o celoma intraembrionário.
O fato de um tecido poder influenciar a via de desenvolvimento adotada por outro tecido pressupõe a passagem de um sinal entre dois interagentes. A análise de defeitos moleculares em cepas mutantes mostrando interações teciduais anormais durante o desenvolvimento embrionário e estudos do desenvolvimento de embriões com mutações genicas direcionadas começaram a revelar os mecanismos moleculares da indução. O mecanismo de transferência do sinal parece variar de acordo com os tecidos específicos envolvidos. Em alguns casos, sinal parece ser uma molécula difusível, como o sonic hedgehog, que passa do tecido indutor para o tecido alvo. Qualquer que seja o mecanismo de transferência intercelular envolvido, o sinal é traduzido em uma mensagem intracelular que influencia a atividade genética das células-alvo.
O sinal pode ser relativamente inespecífico em algumas interações. Foi demostrado que, em várias interações, o papel do indutor pode ser imitido por muitas preparações isentas de células. Apossa indução do cristalino pela vesícula óptica, ele induz o ectoderma da superfície e o mesênquima adjacente ao desenvolvimento da córnea.Figura 2.4 Dobramento da extremidade caudal do embrião.
2.5 – PRINCIPAIS EVENTOS DA QUARTA À OITAVA SEMANA
2.5.1 – Quarta semana
As principais mudanças na forma do corpo ocorrem durante a quarta semana. O embrião é quase reto e tem de quatro a 12 somitos que produzem elevações conspícuas na superfície. O Tubo Neural é formado em frente aos somitos, mas é amplamente aberto nos neuroporos rostral e caudal. Com 24 dias, o primeiro par de arcos faríngeos é visível, a maior parte do primeiro arco faríngeos dá origem à mandíbula, e a extensão rostral do arco, a proeminência maxilar, contribui para a formação da maxila. O embrião está agora levemente encurvado por causa das pregas cefálicas e caudal.
Três pares de arcos faríngeos são visíveis no dia 26, e o neuroporo rostral já se fechou. O encéfalo anterior produz uma elevação saliente na cabeça, enquanto o dobramento do embrião lhe dá uma curvatura em C. Os brotos dos membros superiores tornam-se reconhecíveis nos dias 26 e 27 como pequenas intumescências na parede ventrolateral do corpo. As fossetas óticas, Figura 2.5 Esquema ilustrando os derivados das três camadas germinativas: ectoderma, endoderma e mesoderma.
primórdios das orelhas internas, também são visíveis. Nos lados da cabeça são visíveis espessamentos ectodérmicos, denominados placodes do cristalino, que indicam os futuros cristalinos dos olhos. O quarto par de arcos faríngeos e os brotos dos membros inferiores são visíveis ao fim da quarta semana. Portanto a quarta semana tem uma longa eminencia caudal é características típica. Ao final da quarta semana, o neuroporo caudal geralmente está fechado. 
2.5.2 – Quinta semana
Durante a quinta semana, são pequenas as mudanças na forma do corpo em comparação com as que ocorrem durante a quarta semana, mas o crescimento da cabeça excede o crescimento de outras regiões. O aumento da cabeça é casado principalmente pelo rápido desenvolvimento do encéfalo e das proeminências faciais. A face logo entra em contato com a proeminência cardíaca. O segundo arco faríngeo, de crescimento rápido, cresce sobre o terceiro e quarto arcos, formando uma depressão ectodérmica lateral em ambos os lados – o seio cervical.
2.5.3 – Sexta semana
Na sexta semana s embriões apresentam respostas reflexas ao toque. Com o desenvolvimento dos cotovelos e grades placas das mãos, os membros superiores começam a apresentar uma diferenciação regional. Os primórdios dos dedos, chamados raios digitais, começam a desenvolver nas placas das mãos.
Embriões na sexta semana mostram movimentos espontâneos, como contrações musculares do tronco e dos membros. O desenvolvimento dos membros inferiores ocorre 4 a 5 dias depois do desenvolvimento dos membros superiores. Várias pequenas intumescências saliência auriculares desenvolvem-se em torno do sulco ou fenda faríngea, entre os dois primeiros arcos faríngeos.
As saliências auriculares contribuem para a formação do pavilhão auricular, a parte externa da orelha. Os olhos agora são bem evidentes, em grande parte por causa da formação do pigmento de retina. A cabeça é muito maior em relação ao tronco e está encurvada sobre a grande proeminência cardíaca.
O troco e o pescoço começaram a se endireitar. Os intestinos penetram o celoma extraembrionário na parte proximal do cordão umbilical.
2.5.4 – Sétima semana
Durante a sétima semana, os membros sofrem modificações consideráveis, aparecem chanfraduras entre os raios digitais das placas das mãos, indicando claramente os futuros dedos, a comunicação entre o intestino primitivo e a vesícula umbilical está agora reduzida a um ducto relativamente estreito, o pedículo vitelino. No final da semana, a ossificação dos ossos dos membros superiores já se iniciou.
2.5.5 – Oitava semana 
No início da última semana do período embrionário os dedos das mãos estão separados, mas ainda estão claramente unidos por membranas. A eminencia caudal é curta, mas ainda está presente. O plexo vascular do couro cabeludo já apareceu e forma uma faixa característica que envolve a cabeça. No final a oitava semana todas regiões dos membros são evidentes, os dedos ficam mais compridos e estão totalmente separados. Durante esta semana ocorre também os primeiros movimentos voluntários dos membros.
A ossificação começa no fêmur, e no decorrer da oitava semana todos os sinais de eminencia caudal somem. As mãos e os pés aproximam-se ventralmente uns dos outros. 
Figura 2.6 A, Vista dorsal de um embrião de cinco somitos no estágio Carnegie 10, cerca de 22 dias.
Figura 2.9 A, Vista lateral de um embrião no estágio Carnegie 14, cerca de 32 dias.
Figura 2.8 A, Vista lateral de um embrião no estágio Carnegie 13, cerca de 28 dias.
Figura 2,7 A, Vista lateral de um embrião de 27 somitos no estágio Carnegie 12, cerca de 26 dias.
 Figura 2.10 A, Vista lateral de um embrião no estágio Carnegie 17, cerca de 42 dias.
Figura 2.12 A, Vista lateral de um embrião no estágio Carnegie 23, cerca de 56 dias.
Figura 2.11 A, Vista lateral de um embrião no estágio Carnegie 19, cerca de 48 dias.
3.0 – DA NONA SEMANA AO NASCIMENTO: PERÍODO FETAL
3.1 – ESTIMATIVA DA IDADE FETAL
As medidas com ultrassom do comprimento todo da cabeça - nádegas (CN) podem ser usadas para determinar o tamanho e idade provável do feto e para prover informações para a data provável do parto. Na clínica, usa-se com frequência otempo de gestação, embora este termo possa causar confusão, pois parece indicar a idade real do feto a partir da fecundação ou da concepção. Na realidade, este termo é usado mais frequentemente como sinônimo do último período menstrual normal (UPMN). É importante que quem solicite o exame por ultrassom e o ultrassonografista usem a mesma terminologia. O período intrauterino pode ser divido em dias, semanas ou meses, mas se torna impreciso quando não é especificado se a idade foi calculada a partir do UPMN ou a partir da data de fecundação.
3.1.1 – Trimestres da gestação
Clinicamente, o período gestacional é dividido em três trimestres, um terço do tempo da gravidez, todos os sistemas já se formaram. No segundo trimestre, o feto cresce o suficiente em tamanho, o que torna possível a visualização de detalhes anatômicos na ultrassonografia. Durante este período, usando ultrassonografia de alta resolução em tempo real, é possível descobrir a maioria das principais anomalias fetais.
3.1.2 – Medidas e características dos fetos
O peso é, com frequência, um critério útil para a estimativa da idade, mas pode haver discrepância entre a idade e o peso do feto, particularmente quando a mãe teve distúrbios metabólicos, tais como diabetes melito, durante a gravidez. As dimensões fetais obtidas por ultrassonografia aproximam-se muito das medidas de CN de fetos abortados espontaneamente. A determinação do tamanho do feto, especialmente da cabeça, é útil ao obstetra nos cuidados de pacientes.
3.2 – PRINCIPAIS EVENTOS DO PERÍODO FETAL
3.2.1 – Da nona à décima segunda semana
Com 9 semanas, a face é larga, os olhos estão muito separados, as orelhas têm implantação baixa e as pálpebras estão fundidas. Ao final de 12 semanas, centro de ossificação primária aparece no esqueleto, especialmente no crânio e nos ossos longos. No início da nona semana, as pernas são curtas e as coxas, relativamente pequenas. A genitália externa em fetos masculinos e femininos parece semelhante até o final da nona semana. Ela não está na sua forma fetal madura até a 12° semana. Com nove semanas, o fígado e o principal local de eritropoese (formação de hemácias). No fim da 12° semana, a eritropoese diminui no fígado e passa a ser realizada pelo baço. A formação da urina começa entre a 9° e a 12° semana e a urina é lançada pela uretra no líquido amniótico
3.2.2 – Da décima terceira à décima sexta semana
Movimentos lentos dos olhos ocorrem com 14° semanas. O padrão dos cabelos do couro cabeludo também é determinado durante este período. Com 16 semanas, os ovários já se diferenciam e já contém folículos primordiais com ovogônias. Além disso, as orelhas externas estão próximas de sua posição definitiva nos dois lados da cabeça.
3.2.3 – Da décima sétima à vigésima semana
Durante a 17° e a 20° semana, o crescimento fica mais lento, mas o feto ainda aumenta a medida CN em cerca de 50mm. Os movimentos fetais "pontapés" são percebidos com maior frequência pela mãe. A pele agora é coberta por um material gorduroso, com aspecto de queijo, chamado verniz caseoso. O mesmo protege a delica pele do feto contra abrasões, rachaduras e endurecimento, que poderiam resultar da exposição ao líquido amniótico. Com 20 semanas, as sobrancelhas e os cabelos se tornam visíveis. Os fetos estão totalmente cobertos por uma penugem muito delicada o – lanugo – que ajuda a manter o verniz caseoso preso à pele. A gordura parda forma-se durante este período e é o local de produção de calor, particularmente pelo recém-nascido. Com 18 semanas, o útero está formado. Com 20 semanas, os testículos começam a descer.
3.2.4 – Da vigésima primeira à vigésima quinta semana
A cor da pele é de rosa a vermelha, pois o sangue é visível nos capilares. Com 21 semanas, começam os movimentos rápidos dos olhos, e foram relatadas respostas de piscar por sobressalto, com 22 a 23 semanas. As células epiteliais secretoras dos septos interalveolares do pulmão começam a secretar surfactante. As unhas dos dedos das mãos também estão presentes com 24 semanas.
3.2.5 – Da vigésima sexta à vigésima nona semana
Da 26° a 29° semana, um feto frequentemente sobrevive se nascer prematuramente e receber cuidados intensivos. A maior mortalidade neonatal ocorre em crianças com baixo peso ao nascimento (< 2.500g) e em crianças com muito baixo peso ao nascimento (< 1.500g). Com 26 semanas, as pálpebras estão abertas e o lanugo e os cabelos estão bem desenvolvidos.
3.2.6 – Da trigésima à trigésima quarta semana
Da 30° a 34° semana a quantidade de gordura amarela é aproximadamente 8% do peso corporal. Os fetos com 32 semanas e mais velhos geralmente sobrevivem se nascerem prematuramente.
3.2.7 – Da trigésima quinta à trigésima oitava semana
Os fetos com 35 semanas seguram-se com firmeza e se orientam espontaneamente em direção à luz. Durante este "período de acabamento", a maioria dos fetos é gorda.
3.3 – DATA PROVÁVEL DO PARTO
A data provável do parto de um feto é 266 dias, ou 38 semanas, após a fecundação, ou seja, 280 dias ou 40 semanas após o UPMN. Aproximadamente 12% das crianças nascem de 1 a 2 semanas após a data esperada do nascimento.
3.4 – FATORES QUE INFLUENCIAM O CRESCIMENTO FETAL
O feto necessita de substratos para crescer e produzir energia. A glicose é a fonte principal de energia para o metabolismo e crescimento do feto; os aminoácidos também são necessários. 
Alguns fatores atuam durante toda a gravidez, tais como doença vascular materna, infecção intrauterina, tabagismo e o consumo de álcool, e tendem a fazer com que os fetos tenham retardado do crescimento intrauterino (RCIU) ou sejam recém nascidos pequenos para a idade gestacional (PIG), enquanto fatores que atuam durante o último trimestre, como desnutrição materna, geralmente fazem com que eles tenham peso reduzido, mas com comprimento e tamanho da cabeça normais.
3.4.1 – Fatores genéticos e retardo do crescimento
 Casos repetidos de RCIU em uma família indicam que genes recessivos podem ser a causa do crescimento anormal.
3.5 – PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO DO ESTADO FETAL
A perinatologia é o ramo da medicina que se ocupa do bem estar do feto e do recém-nascido. 
3.5.1 – Ultrassonografia
A ultrassonografia é a modalidade básica para obtenção de imagens na avaliação do feto graças a sua ampla disponibilidade, ao baixo custo e à ausência de efeitos adversos conhecidos.
3.5.2 – Dosagem de alfafetoproteína
A alfafetoproteína (AFP) é uma glicoproteína sintetizada pelo fígado fetal, pela vesícula umbilical e pelo intestino. 
3.5.3 – Amostra percutânea de sangue do cordão umbilical
Amostras do sangue fetal podem ser obtidas da veia umbilical por punção percutânea do cordão umbilical (PPCU) ou cordocentese para o diagnóstico de muitas anomalias fetais, incluindo aneuploidia, restrição do crescimento fetal, infecção fetal e anemia fetal.
4.0 – PLACENTA E MEMBRANAS FETAIS
4.1 – PLACENTA
A placenta é o principal local de trocas de nutrientes entre a mãe e o feto. Ela é um órgão fetomaterno composto de duas partes:
· A parte fetal, que se desenvolve a partir do saco coriônico, a camada mais externa.
· A parte materna, que é derivada do endométrio, a membrana mucosa que compreende a camada interna da parte uterina.
A placenta e o cordão umbilical formam um sistema de transporte de substâncias que transitam entre a mãe e o feto. Os nutrientes e o oxigênio passam do sangue através da placenta e chegam ao sangue fetal, e os materiais residuais e o dióxido de carbono passam da circulação fetal para a circulação materna também através da placenta.
4.1.1 – Decídua
A decídua é o endométrio uterino de uma mulher gestante. É a camada funcional do endométrio que se separa do restante do útero após o parto. As três regiões da decídua são nomeadas de acordo com sua relação ao local de implantação.
· A decídua basal é a parte da decídua profunda ao concepto, que forma a parte materna da placenta.
· A decídua capsular é a parte superficial da decídua que recobre o concepto.
· A decídua parietal compreende todas as outras partes restantesda decídua. 
Em respostas aos níveis crescentes de progesterona no sangue materno, as células do tecido conjuntivo da decídua aumentam de tamanho para formar as células deciduais de coloração pálida. Este aumento é decorrente do acúmulo de glicogênio e lipídios em seu citoplasma. As mudanças celulares e vasculares que ocorrem no endométrio durante a implantação do blastocisto constituem a reação decidual.
4.1.2 – Desenvolvimento da placenta
O desenvolvimento placentário inicial é caracterizado pela rápida proliferação do trofoblasto e desenvolvimento do saco coriônico e das vilosidades coriônicas. Ao final da terceira semana, os arranjos anatômicos necessários para as trocas fisiológicas entre mãe e embrião são estabelecidos. Uma rede vascular complexa é estabelecida na placenta ao final da quarta semana, o que facilita as trocas materno-embrionárias de gases nutrientes e produtos residuais do metabolismo.
As vilosidades coriônicas cobrem inteiramente o saco coriônico até o começo da oitava semana. Com o crescimento do saco coriônico, as vilosidades associadas à decídua capsular tornam-se comprimidas, reduzindo assim seu suprimento sanguíneo. Estas vilosidades logo degenerar-se-ão, produzindo uma área relativamente avascular, o córion liso. 
O útero, o saco coriônico e a placenta aumentam de tamanho com o crescimento do feto. O crescimento no tamanho e na espessura da placenta continua até o feto atingir aproximadamente 18 semanas de idade. A placenta, quando desenvolvida por completo, recobre 15% a 30% da decídua e pesa aproximadamente um sexto do peso do feto.
· A parte fetal é formada pelo córion viloso. As vilosidades coriônicas que surgem do projeto coriônico no espaço interviloso contêm sangue materno.
· A parte materna da placenta é formada pela decídua basal, a parte da decídua relacionada ao componente fetal da placenta. Ao final do quarto mês, a decídua basal é quase inteiramente substituída pela parte fetal da placenta. 
O formato da placenta é determinado pela área persistente das vilosidades coriônicas. Normalmente esta é uma área circular, dando à placenta um formato discoide. Com a invasão das vilosidades coriônicas na decídua basal, o tecido da decídua é desgastado para aumentar o espaço interviloso. Tal erosão produz diversas áreas em formato de cunha na decídua, o septo placentário, se projeta em direção à placa coriônica. O septo placentário divide a parte fetal da placenta em áreas convexas irregulares – os cotilédones. Cada cotilédone consiste em dois ou mais troncos vilosos e suas muitas vilosidades ramificadas. Ao final do quarto mês, a decídua basal é quase completamente substituída pelos cotilédones.
A decídua capsular, forma uma cápsula sobe a superfície externa do saco. Com o crescimento do concepto, a decídua capsular forma protuberâncias na cavidade uterina e torna-se bastante atenuada. Finalmente a decídua capsular entra em contato e fusiona-se com a decídua parietal na parede oposta, e dessa maneira lentamente oblitera a cavidade uterina. 
O sangue materno entra no espaço interviloso vindo das artérias endometriais espiraladas na decídua basal. As artérias espiraladas passam através de lacunas na capa citotrofoblástica e despejam o sangue no espaço interviloso. Esse grande espaço é drenado pelas veias endometriais que também penetram na capa citotrofoblástica. O sangue nesse espaço carrega oxigênio e nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento fetais. O saco amniótico aumenta de maneira mais rápida que o saco coriônico. Como resultado, o âmnio e o córion liso logo se fusionam para formar a membrana amniocoriônica. É a membrana amniocoriônica que se rompe durante o parto. A ruptura precoce dessa membrana é o evento mais comum que leva ao parto prematuro.Figura 4.1 A, Vista lateral de um embrião após aborto espontâneo no estágio 14 de Carnegie, com aproximadamente 32 dias.
4.1.3 – Circulação placentária
4.1.3.1 – Circulação placentária fetal
O sangue pouco oxigenado deixa o feto e passa pelas artérias umbilicais até a placenta. No local de adesão do cordão umbilical, à placenta, essas artérias se dividem em diversas artérias coriônicas dispostas radialmente que se ramificam livremente na placa coriônica antes de entrar nas vilosidades coriônicas. Os vasos sanguíneos formam um sistema arteriocapilar-venoso extenso nas vilosidades coriônicas, o qual deixa o sangue fatal extremamente perto do sangue materno. Normalmente não ocorre o contato entre o sangue materno e fetal, porém quantidades pequenas de sangue fetal podem entrar na circulação materna quando pequenos defeitos se desenvolvem na membrana placentária. Figura 4.2 Esquemas de um corte sagital de um útero gravídico de 4 semanas mostrando a relação das membranas fetais entre si, com a decídua e com o embrião.
4.1.3.2 – Circulação placentária materna 
O sangue materno no espaço interviloso, está temporariamente fora do sistema circulatório materno. Este sangue entra no espaço interviloso através de 80 a 100 artérias endometriais espiraladas na decídua basal. O fluxo sanguíneo das artérias espiraladas é pulsátil e é propelido em pulsos pela pressão sanguínea materna. O sangue que chega apresenta uma pressão consideravelmente maior que aquela encontrada no espaço interviloso, e o sangue é lançado em direção à placa coriônica que forma o “teto” do espaço interviloso. O bem-estar do embrião e do feto depende mais do adequado suprimento das ramificações vilosas com sangue materno do que de qualquer outro fator.
4.1.4 – Membrana placentária
A membrana placentária é uma estrutura formada por tecidos extrafetais separando o sangue materno do fetal, até aproximadamente a 20° semana, a membrana placentária é formada por quatro camadas: sinciciotrofoblasto, citotrofoblasto, tecido conjuntivo viloso, e endotélio de capilares fetais. Após a 20° semana, mudanças celulares ocorrem nas ramificações vilosas que formam o citotrofoblasto, e muitas das vilosidades se tornam atenuadas. Finalmente, as células citotrofoblásticas desaparecem em vastas áreas das vilosidades, (deixando somente de sinciciotrofoblasto). Como resultado a membrana placentária passa a ser formada por três camadas na maioria dos locais. Em algumas áreas a membrana placentária torna-se fina e atenuada. Nesses locais o sinciciotrofoblasto tem contato direto com o endotélio dos capilares fetais e forma a membrana placentária vasculosincicial.
A maior parte dos fármacos e outras substâncias presentes no plasma materno atravessa a membrana placentária e entra no plasma fetal. Com o avanço a gestação, a membrana placentária torna-se progressivamente mais fina de modo que o sangue presente em diversos capilares fetais torna - se extremamente próximo ao sangue materno no espaço interviloso.
Figura 4.3 Esquema do corte transverso de uma placenta a termo.
4.1.5 – Funções da placenta
 A placenta possui três funções principais:
· Metabolismo (p. ex., síntese de glicogênio)
· Transportes de gases e nutrientes
· Secreção endócrina (p. ex., gonadotrofina coriônica humana, [hCG])
Essas atividades em conjunto são essenciais para a manutenção da gestação e promoção do desenvolvimento fetal normal.
4.1.5.1 – Transferência placentária
O transporte de substâncias bidirecional entre o sangue fetal e o materno é facilitado pela vasta área de superfície da membrana placentária. Praticamente todas as substancias são transportadas pela membrana placentária por um dos mecanismos principais de transporte: difusão simples, difusão facilitada, transporte ativo e pinocitose.
O transporte passivo por difusão simples é normalmente característico de substâncias que se movem de áreas de maior para menor concentração até que o equilíbrio seja estabelecido. Na difusão facilitada, há o transporte através de gradientes elétricos. O transporte ativo é a passagem de íons ou moléculas através da membrana celular. A pinocitose é uma forma de endocitose na qual o material engolfado é uma quantidade pequena de líquido extracelular. 
4.1.5.2 – Transferência de gases
O oxigênio,o dióxido de carbono e o monóxido de carbono cruzam a membrana placentária por difusão simples. A interrupção do transporte de oxigênio por alguns minutos põe em risco a vida do embrião ou feto.
4.1.5.3 – Eletrólitos
Esses compostos são livremente trocados pela membrana placentária em quantidades significativas, características de cada um.
4.1.5.4 – Anticorpos maternos e proteínas
O feto produz somente pequenas quantidades de anticorpos em virtude de seu sistema imune imaturo. Alguma imunidade passiva é conferida ao feto pela transferência placentária de anticorpos maternos. Uma proteína materna, a transferrina, atravessa a membrana placentária e transporta ferro ao embrião ou feto. A superfície placentária contém receptores especiais para essa proteína.
4.1.5.5 – Fármacos/drogas e seus metabólitos
Drogas ingeridas pela mãe podem afetar o embrião/feto direta ou indiretamente por interferir com o metabolismo materno ou placentário. A maioria das drogas e seus metabólitos cruzam a placenta por difusão simples, com exceção daqueles que apresentam similaridade estrutural com aminoácidos, como, por exemplo, a metildopa e alguns antimetabólitos.
4.1.5.6 – Agentes infecciosos
Citomegalovírus, rubéola, vírus Coxsackie e vírus associados com varíola, catapora, sarampo, herpesvírus e poliomielite podem passar pela membrana placentária e causar infecção fetal. Em alguns casos como o vírus da rubéola, defeitos congênitos como cataratas podem ser desencadeados.
4.1.6 – Síntese e secreção endócrinas placentárias
Utilizando precursores derivados do feto e/ou da mãe, o sinciciotrofoblasto da placenta sintetiza hormônios proteicos e esteroides. Os hormônios proteicos sintetizados na placenta são:
· hCG 
· Somatotropina coriônica humana (lactogênio humano placentário)
· Tirotropina coriônica humana
· Corticotropina coriônica humana
4.1.7 – A placenta como uma estrutura semelhante a um tumor invasivo
A placenta em muitas espécies, incluindo a humana, é uma estrutura similar a um tumor altamente invasivo que invade o útero para chegar a seu suprimento sanguíneo e uma troca adequada de moléculas importantes entre a mãe e o feto. O que protege o útero da superinvasão placentária? após o desenvolvimento das vilosidades coriônicas, a função invasiva da placenta é provida pelo subconjunto de células citotrofoblásticas, que são produzidas pela proliferação e diferenciação de células-tronco localizadas na camada citotrofoblástica de vilosidades coriônicas específicas. Elas se desprendem das vilosidades e migram em colunas celulares para invadir a decídua, onde se reorganizam em diferentes subconjuntos: uma camada celular quase contínua ( capa citotrofoblástica) que separa a decídua dos sinusoides sanguíneos maternos; células dispersas na decídua (trofoblasto intersticial); células placentárias multinucleadas gigantes derivadas da fusão com célula EVT; e o trofoblasto endovascular, que invade e remodela as artérias uteroplacentárias (espiraladas) no endométrio e em parte do miométrio.
4.2 – O PARTO
O parto é o processo durante o qual o feto, a placenta e as membranas fetais são expelidos. O trabalho de parto é a sequência de contrações uterinas involuntárias que resulta na dilatação do colo uterino e expulsão do feto e da placenta.
4.2.1 – Superfície materna da placenta
A aparência em paralelepípedos característica da superfície materna é produzida por áreas vilosas ligeiramente abaloadas, cotilédones, que são separados por sulcos que anteriormente eram ocupados pelos septos placentários.
4.2.2 – Superfície fetal da placenta
A superfície fetal de uma placenta recém-expelida é lisa e brilhante por ser recoberta pelo âmnio. Os vasos coriônicos se irradiam de e para o cordão umbilical e são visíveis através do âmnio transparente. Os vasos umbilicais se ramificam na superfície fetal para formar os vasos coriônicos, que entram nas vilosidades para formar o sistema arteriocapilar-venoso.
4.2.3 – Cordão umbilical
A união do cordão umbilical à placenta é normalmente localizada próximo ao centro da superfície fetal deste órgão, porém é possível a adesão em qualquer ponto. O cordão umbilical possui normalmente 1 a 2 cm de diâmetro e 30 a 90 cm de comprimento (média de 55 cm). Cordões excessivamente longos ou curtos são incomuns. Se a deficiência de oxigênio persistir por mais de 5 minutos, o encéfalo do bebê pode ser lesionado. Um cordão muito curto pode causar a separação prematura da placenta da parede uterina durante o nascimento.
O cordão umbilical normalmente possui duas artérias e uma veia que são cercadas por tecido conjuntivo mucoide.
4.2.4 – Âmnio e líquido amniótico
 O âmnio fino, porém resistente, forma um saco membranoso preenchido por líquido que envolve o embrião e depois o feto. O saco contém o líquido amniótico com o crescimento do âmnio, ele gradualmente oblitera a cavidade coriônica e forma a cobertura epitelial do cordão umbilical.
4.2.4.1	 - Líquido amniótico
 O líquido amniótico possui um papel importante no crescimento e no desenvolvimento fetal. Inicialmente, o líquido amniótico é secretado pelas células do âmnio.
 A maior parte do líquido é derivado do tecido materno e do líquido intersticial por difusão através da membrana amniótico da decídua parietal. Posteriormente há a difusão do líquido através da placa coriônica do sangue no espaço interviloso da placenta.
 Antes da ocorrência da queratinização da pele, uma via principal de passagem de água e solutos para o líquido intersticial a partir do feto e através da pele. Portanto o líquido amniótico é similar ao tecido intersticial fetal. Há também secreção de líquido, pelos sistemas respiratório e gastrointestinal fetais, e entra na cavidade amniótica. A taxa diária de contribuição do líquido do sistema respiratório para a cavidade amniótica é de 300 a 400 mL. No começo da 11° semana, o feto contribui para o líquido amniótico com a excreção de urina na cavidade amniótica. Na gestação adiantada, aproximadamente 500 ml de urina é adicionada diariamente. O volume de líquido amniótico normalmente aumenta vagarosamente, atingindo aproximadamente 30 ml na 10° semana de gestação, 350 ml na 20° semana e 700 a 1.000 ml na 37° semana.
4.2.4.2 – Circulação do líquido amniótico.
 O conteúdo de água no líquido amniótico é trocada a cada 3 horas. Grandes quantidades de água passaram através da membrana amniocoriônica para o líquido intersticial materno e adentram nos capilares uterinos. Uma troca de líquido com o sangue fetal também ocorre através do cordão umbilical e no local onde o âmnio está aderido à placa coriônica na superfície fetal da placenta; portanto, o líquido amniótico está em equilíbrio com a circulação fetal.
O líquido amniótico é engolido pelo feto e absorvida pelos sistemas respiratório e digestivo fetais. É estimado que durante os estágios finas de gestação, o feito ingere até 400 ml de líquido amniótico por dia. O líquido percorre a circulação fetal e os produtos residuais presentes atravessam a membrana placentária e entram no sangue materno no espaço interviloso. O excesso de água no sangue fetal é excretado pelos rins fetais e retorna ao saco amniótico pelo sistema urinário fetal.
4.2.4.3 – Composição do líquido amniótico.
 O líquido amniótico é uma solução aquosa na qual materiais não dissolvidos (células epiteliais fetais descamadas) estão em suspensão. O líquido amniótico contém porções aproximadamente iguais de compostos orgânicos e sais inorgânicos. Metade consiste em carboidratos, gorduras, enzimas, hormônios e pigmentos. Com o avanço da gestação, a composição do líquido amniótico é modificada pela excreta fetal (mecânico fezes fetais e urina). Em decorrência da entrada de urina no líquido amniótico, estudos com sistemas enzimáticos fetais, aminoácidos, hormônios e outras substâncias podem ser conduzidos no líquido removido por amniocentese. Estudos em células do líquido amniótico permitem o diagnóstico de anormalidades cromossômicas tais como a trissomia do 21 (síndrome de Down). Altos níveis de alfafetoproteína normalmente indicam a presençade defeito importante no tubo neural. Baixos níveis de alfafetoproteína podem indicar aberrações cromossômicas como a trissomia.
4.2.4.4 – Importância do líquido amniótico.
 O embrião, suspenso no líquido amniótico pelo cordão umbilical, flutua livremente. O líquido amniótico possui funções críticas no desenvolvimento normal do feto:
•possibilita o crescimento externo simétrico do embrião e do feto.
•Atua como barreira à infecção.
 •possibilita o desenvolvimento normal do pulmão fetal.
•Impede a aderência do âmnio ao embrião e feto.
•Amortece impactos recebidos pela mãe.
 • Ajuda a controlar a temperatura do embrião mantendo a temperatura relativamente constante.
 •Possibilita o movimento livre do feto, dessa maneira ajudando o desenvolvimento muscular dos membros.
 •Auxilia na manutenção da homeostase de líquido e eletrólitos.
4.3 – VESÍCULA UMBILICAL
4.3.1 – Importância da vesícula umbilical.
 Apesar de vesícula umbilical ser não funcional quanto à estocagem do vitelo (por isso a alteração na nomenclatura), sua presença é essencial por diversas razões:
 •Possui papel na transferência de nutrientes ao embrião durante a segunda e terceira semana quando a circulação uteroplacentária está sendo estabelecida.
•O desenvolvimento sanguíneo ocorre primeiramente no mesoderma extraembrionário bem vascularizado que recobre a parede da vesícula umbilical, começando na terceira semana e continuando a ser formado lá até o início da atividade hematopoiética no fígado durante a sexta semana.
 •Durante a quarta semana, a endoderme da vesícula umbilical é incorporada ao embrião como intestino primordial. Sua endoderme, derivada do epiblasto, dá origem aos epitélios da traqueia brônquios, pulmões e canal alimentar.
 •Células germinativas primordiais aparecem no revestimento endodérmico da parede da vesícula umbilical na terceira semana e mais tarde migram para as gônadas em desenvolvimento. Elas se diferenciam em espermatogônias no sexo masculino e em oogônias no sexo feminino.
4.4 – ALANTOIDE.
 Apesar de o alantoide não ser fundamental em embriões humanos, ele é importante por três motivos:
 • A formação sanguínea ocorre em suas paredes entre a terceira e quinta semana.
 Seus vasos sanguíneos persistem como as artérias e veia umbilicais.
 •A parte interna embrionária do alantoide passa do umbigo para a bexiga, com a qual é continua. Com o crescimento da bexiga, o alantoide involui e forma um tubo grosso, o buraco. Após o nascimento, o buraco torna se um cordão fibroso, o ligamento umbilical mediano, que se estende do ápice da bexiga.
4.5 – GESTAÇÕES MÚLTIPLAS.
 Como o número de fetos aumenta, os riscos são progressivamente maiores.
4.5.1 – Gêmeos e membranas fetais.
 As membranas fetais e placentas variam de acordo com a origem dos gêmeos. No caso dos gêmeos MZ, o tipo de placenta e membranas formadas depende de quando o processo ocorre. Aproximadamente dois terços dos gêmeos são DZ. A frequência de gêmeos DZ mostra diferenças raciais marcantes, mas a incidência da gemelaridade MZ é aproximadamente a mesma em todos as populações. O estudo da gemelaridade é importante na genética humana e é útil na comparação dos efeitos dos genes e do ambiente no desenvolvimento. Caso uma condição anormal não mostre um padrão genético simples, a comparação dessa incidência em gêmeos MZ e DZ pode revelar que a hereditariedade está envolvida. Também foi constatado que caso a primeira gestação seja gemelar, a repetição da gemelaridade ou outra forma de gestação múltipla é aproximadamente cinco vezes mais provável de acontecer na próxima gestação do que quando comparado a população em geral.
4.5.2 – Outros tipos de gestação múltiplas.
 Trigêmeos podem ser derivados de:
•Um zigoto e serem idênticos
 •Dois zigotos e consistirem em dois gêmeos idênticos e outro não.
 •Três zigotos e serem do mesmo sexo ou não.
 No último caso, as crianças não são mais semelhantes do que aquelas derivadas de três gestações separadas. Combinações similares ocorrem em quadrigêmeos, quíntuplos, sêxtuplos e sétuplos.
 Figura 4.5 Gêmeos parasitas, visão anterior.
Figura 4.4 Gêmeos siameses bicefálicos (duas cabeças), coroados com alizarina, mostrando ossos (em vermelho e cartilagens em azul).
 CONCLUSÃO 
A partir do presente pode-se concluir que no início da quarta semana, o dobramento nos planos mediano e horizontal converte o disco embrionário trilaminar achatado em um embrião cilíndrico, em forma de C. Com o dobramento cefálico ventral, parte da camada endodérmica é incorporada pela região cefálica do embrião, formando o intestino anterior. Com o dobramento ventral da eminência caudal, parte da camada germinativa endodérmica é incorporada pela extremidade caudal do embrião, constituindo o intestino posterior. O dobramento do embrião no plano horizontal leva à incorporação de parte do endoderma ao embrião, constituindo o intestino médio. A vesícula umbilical permanece unida ao intestino médio por meio de um estreito pedículo vitelino. As três camadas germinativas se diferenciam nos vários tecidos e órgãos. Como os primórdios das estruturas externas e internas mais essenciais se formam durante a quarta à oitava semana, este é o período mais crítico do desenvolvimento. O período fetal começa 8 semanas após a fecundação (10 semanas após a UPMN) e termina ao nascimento. Ele é caracterizado pelo rápido crescimento corporal e pela diferenciação de tecidos e sistemas de órgãos. No início da 20ª semana, aparecem lanugo e cabelos e a pele fica coberta pelo verniz caseoso. As pálpebras permanecem fechadas durante a maior parte do período fetal, mas começam a reabrir com cerca de 26 semanas. Até 30 semanas, o feto parece avermelhado e envelhecido devido à pele delgada e à ausência relativa de gordura subcutânea. A gordura geralmente se desenvolve rapidamente durante o período de 26 a 29 semanas, dando ao feto uma aparência lisa e rechonchuda. A placenta consiste em duas partes: uma parte fetal maior derivada do córion viloso e uma parte materna menor desenvolvida a partir da decídua basal. As duas partes mantêm-se juntas pelas vilosidades-tronco que se ligam à capa citotrofoblástica ao redor do saco coriônico, a qual une o saco à decídua basal. As principais atividades da placenta incluem metabolismo (síntese de glicogênio, colesterol e ácidos graxos), trocas gasosas (oxigênio, dióxido de carbono e monóxido de carbono), transferência de nutrientes (vitaminas, hormônios e anticorpos), eliminação de produtos residuais e secreção endócrina p. ex., hCG) para manutenção da gestação.
Referências Bibliográficas
MOORE, Keith L.; PERSAUD, T.V.N; TORCHIA, Mark G. Embriologia Clínica. 9ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

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