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3 PRÉ-SOCRÁTICOS

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PRÉ-SOCRÁTICOS E SUAS 
EXPLICAÇÕES RACIONAIS SOBRE A ORIGEM DO MUNDO
MANOEL MOURA
manoelmoura7@gmail.com
1. GRÉCIA HOMÉRICA 
os 400 anos narrados pelo poeta 
Homero, nos poemas 
Ilíada e Odisséia;
2. GRÉCIA ARCAICA OU DOS SETE SÁBIOS 
do século VII ao século V antes de Cristo, 
quando os gregos criam cidades como 
Atenas, Esparta, Tebas, Megara e Samos,
 etc., e predomina a economia urbana, 
baseada no artesanato e no comércio
3. GRÉCIA CLÁSSICA 
nos séculos V e IV antes de Cristo, quando a 
democracia se desenvolve, a vida intelectual 
e artística entra no apogeu e Atenas domina 
a Grécia com seu império comercial e militar;
4. ÉPOCA HELENÍSTICA 
a partir do final do século IV antes de Cristo, 
quando a Grécia passa para o poderio do império 
de Alexandre da Macedônia, e, depois, para as 
mãos do Império Romano, terminando a história 
de sua existência independente.
A HISTÓRIA DA GRÉCIA - QUATRO GRANDES FASES OU ÉPOCAS:
Do final do século VII.
1° PERÍODO: PRÉ-SOCRÁTICO OU COSMOLÓGICO 
 Ao final do Século V a.C., 
O APOGEU DA FILOSOFIA 
Acontece durante 
o apogeu da 
cultura e da sociedade gregas. 
Portanto, durante a 
Grécia Clássica, a qual pode ser dividida 
em quatro períodos
Quando a Filosofia se ocupa fundamentalmente 
com a origem do mundo e as causas das transformações 
na Natureza.
SÓCRATES
PRÉ-SOCRÁTICOS
Mítica e/ou Religiosa 
Racional e Filosófica 
Para a 
E ISSO NÃO FOI FEITO DE UM SALTO SÓ
Quando aconteceu a passagem da consciência
Os chamados 
O NASCIMENTO DA FILOSOFIA 
A reflexão filosófica nasceu na Grécia no século VI a. C, 
com os filósofos que antecederam
A COSMOGONIA 
o nascimento e a organização do mundo a partir dos deuses. 
A TEOGONIA
o nascimento e a origem dos deuses.
Deram lugar a 
COSMOLOGIA. 
Isto significa o seguinte: 
Bem como 
A crença na origem divina 
do mundo e das coisas
Foi substituída
Pela busca da Arché, princípio material e regulador da 
ordem do mundo
Essa busca da arché, do princípio, fundamento ou 
ordem racional das coisas
Torna-se a questão central dos 
PRÉ-SOCRÁTICOS
PASSAGEM DO MITO À FILOSOFIA SE DEU NA MEDIDA EM QUE
QUEM FORAM OS PRE-SOCRÁTICOS ?
Primeiros filósofos da história (sec. VI e V a.C.).
Investigaram a physis (natureza) e, por isso, são chamados de físicos ou filósofos da natureza. 
Procuraram o princípio constitutivo do cosmo. 
Os gregos usavam a palavra arché para designar esse princípio.
OS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS
Concentraram-se, basicamente, em duas questões:
Qual é a origem, a matéria ou principio da Natureza?
Dependendo das escolas, haverá diferentes respostas:
fogo, água, ápeiron, etc.
Qual é a autêntica 
realidade?
O que nos oferece os sentidos ou o que oferece a razão?
As respostas à indagação sobre as origens das coisas foram 
múltiplas e divergentes:
Tales
			Anaximandro
						 Anaxímenes
São físicos, e seu interesse centra-se em compreender de que a matéria ou “arché” é composta na Natureza.
Substituem as explicações antropomórficas dos mitos por elementos naturais.
São monistas
Teorias filosóficas que defendem a unidade da realidade como um todo (em metafísica) ou a identidade entre mente e corpo (em filosofia da mente) 
por oposição ao dualismo ou ao pluralismo, à afirmação de realidades separadas.
1. ESCOLA JÔNICA OU MILESIANA
Água
Não se conhecem textos de Tales.
 Aristóteles via em Tales o primeiro “físico” (equivalente a filósofo).
É o mais antigo dos Sete Sábios.
Inquieto, viajante, matemático, 
 astrônomo e político
Teorema de Tales
Previu um Eclipse do Sol
(585 a.C)
Tales de Mileto
(Aprox. 624-546 a.C.)
Imagem: Tales de Mileto / Autor Desconhecido / Domínio Público.
Imagem: éclipse de Lune en Belgique à Hamois/ Luc Viatour / GNU Free Documentation License.
Afirma que quando duas retas transversais cortam um feixe de retas paralelas, as medidas dos segmentos delimitados nas transversais são proporcionais
A ORIGEM DA NATUREZA É UM ELEMENTO NATURAL E DETERMINADO
		
		A água é, para Tales, 
A causa material do mundo;
Aquilo que subjaz a toda a mudança.
«(…) Tudo é água e, por consequência, a terra está sobre a água»
Anaximandro de Mileto 
 (Aprox. 610-545 a.C.)
Ápeiron
()
Chegou-nos um único fragmento:
 “Onde as coisas têm sua origem, aí ocorre sua dissolução, segundo a necessidade. Pois pagam reciprocamente a penitência por sua injustiça, conforme a ordem do tempo”.
O Cosmos como dependente de 
FORÇAS POLARES 
primordiais ou idênticas
 (calor e frio; água e terra; masculino e feminino).
Ápeiron → Opostos → Mundo
Atribuem–se-lhe múltiplas investigações 
e a afirmação de que a Terra é esférica.
Imagem: Anaximandro, recorte de “Escola de Atenas” / Rafael Sanzio / Public domain.
Estabelece que o elemento originário é indeterminado e eterno:
	Substituiu a “água” de Tales pelo  (apeiron) 
INFINITO OU INDEFINIDO
	A causa material do mundo seria algo invisível tal como é, na medida em 
que se nos mostra sempre na forma de 1 dos 4 elementos:
 
terra; ar; 
Água; fogo. 
	A mudança do mundo consistiria na alteração do elemento com que o apeiron se nos mostra.
	
Anaxímenes
(Aprox. 585-524)
O Ar
O ar é divino e gera divindades a partir de si. 
É nossa alma e o que mantém nossos corpos unidos.
A Terra é plana e passeia no ar, e os demais corpos celestes giram em torno dela. (Geocentrismo ??)
Imagem: Anaxímenes de Mileto / 
Autor Desconhecido / Public Domain
Indica uma substância determinada e infinita como elemento primeiro:
ANAXÍMENES 
	Substituiu a agua (Tales) 
e o indefinido (Anaximando)
 pelo ar.
«O ar é um deus, é gerado e imenso e infinito e está sempre em movimento»
Esta escola é de caráter exclusivamente filosófico. 
As anteriores foram físicas ou religiosas
Parmênides
Heráclito
Zenão de Eléia
2. ESCOLA ELEATA
Introduz a ideia de que os sentidos nos enganam.
Considerado o “pai” 
da Dialética.
		Suas reflexões sobre a realidade do mundo afirmam que a unidade (arché) do mundo consiste em uma eterna Mudança e conflito entre os opostos. 
PRINCIPAIS IDEIAS DE HERÁCLITO
1) DOUTRINA DO FLUXO:
Tudo Flui - nada dura para sempre.
Tudo Flui – tudo existe em mudança; 
Tudo está em estado de contínua mudança;
FRASE CÉLEBRE:
“Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou. Assim, tudo é regido pela dialética, a tensão e o revezamento dos opostos. Portanto, o real é sempre fruto da mudança, ou seja, do combate entre os contrários”.
Heráclito de Éfeso
(544-484 a. C.)
Imagem: Heráclito / Recorte de “Escola de Atenas” / Rafael Sanzio / Domínio Público.
2) A TEORIA DOS OPOSTOS 
O conflito é o pai de todas as coisas.
Há um luta constante entre os contrários;
O mundo está impregnado de constantes opostos:
Ser e não estão unidos ao mesmo tempo;
	Portanto, o mundo é um equilíbrio de tendências opostas que, apesar de apontarem para direções contrárias, são, na verdade, idênticas. Enfim, a mudança (devir) e o conflito caracterizam o mundo.
A essência de todas as coisas:
Fogo
Parmênides 
(540-470 a.C.)
Imagem: Parmênides / Autor Desconhecido / Símbolo da Escola / GNU Free Documentation License.
a) O ser é todo inteiro 
se o ser tivesse partes, algo nele seria separado, não fazendo parte do ser, mas isso seria não-ser. Consequentemente, o ser, sendo uno e indivisível, não pode ter partes. 
 
b) O ser é imutável 
o ser não pode ter surgido do não-ser ou tornar-se não-ser, já que o ser só pode ser idêntico a si mesmo - e não pode ser e não-ser ao mesmo tempo. Acreditar que o ser foi gerado significa dizer que houve um 
DEFENDE QUE O SER É 
ÚNICO, IMUTÁVEL E ETERNO. 
Não admite 
a mudança e o movimento
OPÕE-SE A HERÁCLITO
	A DOUTRINA SOBRE A VERDADE defende a existência de dois caminhos possíveis para o conhecimento: 
A DO SER E 
A DO NÃO SER. 
	No entanto, o caminho do NÃO SER é impossível, pois 
O não ser é o que não é, e o que não é( não existe) não pode ser pensado.Apenas o que é (que existe), é o que pode ser pensado. 
	
Frase Célebre:
O que é, é. O que não é, não é,
Identifica o ser com a existência. Isso o leva a conclusões audaciosas como a recusa 
da mudança, 
do tempo e 
do movimento,
	transformando-se o que existe num eterno agora.
Os dois caminhos que levam ao conhecimento tem diferenças significativas:
1º ) O DA CERTEZA (ser é)
		Está fundamentado no Princípio da Identidade: A=A. 
Frase Célebre:
 “o ser é e o não ser não é”. 
 2º) O DA OPINIÃO (não ser/doxa/ilusão)
 	 A doutrina da opinião é a daqueles que para manterem o tempo e a mudança acreditam que ser e não ser são a mesma coisa. Baseado na aparência, deriva do fato de querermos pensar o mundo a partir do movimento. Porém, por esse caminho, os seres humanos chegam apenas a um conhecimento 
falso e contraditório
Leva a incerteza e engano
	NESSE SENTIDO 
 a) A realidade é estável 
O cosmo não teve início, nem terá fim. 
O ser é imutável, incorruptível e tem na esfera sua imagem ideal.
b) Ser e pensar são a mesma coisa 
Identifica a estrutura do mundo com a estrutura do pensamento. 
Existir e pensar são correlatos.
Frase Célebre:
«O que se pode dizer e pensar é forçoso que seja, 
pois lhe é possível ser, e não ao que nada é»
 
		o que é absurdo e indigno de confiança.
«(…) Bicéfalos; pois a incapacidade lhes guia no peito a mente errante; eles são levados, surdos e cegos a um tempo, totalmente confundidos – multidões sem discernimento, persuadidas de que ser e não ser são a mesma coisa…» 
A VERDADE MUITAS VEZES É PARADOXAL
 
O caminho do ser é o caminho da verdade, que deve ser una e sempre idêntica a si mesma. Por exemplo, dois mais dois são quatro. Não importa o quanto as pessoas mudem de opinião, essa verdade continua inabalável - e mesmo as pessoas mais irascíveis são obrigadas a concordar com ela. 
 
Algo depõe, entretanto, contra a verdade do ser revelada a Parmênides: no mundo sensível não vemos nada assim eterno e imutável, mas apenas uma pluralidade em constante devir (ou seja, em um fluxo permanente de mudança). Ora, mas quem disse que a verdade pode ser apreendida pelos sentidos? 
 
Heráclito já não havia indicado que, por trás da desordem aparente das coisas, há um Logos que tudo ordena?
 
Da mesma forma, para Parmênides, a verdade não precisa estar em conformidade com os fenômenos, mas, ao contrário, a verdade muitas vezes é paradoxal, ou seja, contrária ao que a opinião ou os sentidos indicam. 
INTRODUZ A DIFERENÇA ENTRE CONHECIMENTO ADQUIRIDO PELA
SENSAÇÃO
RAZÃO
 Pensa o Uno-Eterno-Imóvel.
 Única via para o conhecimento.
 Mostra o Múltiplo-Cambiante.
 Não válida para o conhecimento.
INFLUENCIOU PLATÃO E ARISTÓTELES
Zenão de Eléia 
(490-420 a.C.)
Imagem: Zenão / Rafael Sanzio / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported
O Paradoxo de Zenão 
 Para provar a tese de Parmênides, seu discípulo, Zenão de Eléia, inventou um tipo de demonstração "por absurdo", em que o oponente se vê forçado a concluir de maneira contrária àquela que pretendia partindo de premissas por ele aceitas. 
Um dos paradoxos mais famosos de Zenão é o paradoxo da corrida entre Aquiles e a tartaruga. 
Partindo do princípio eleático da identidade do ser e da forma (A=A), reforçava que aquilo que não se pode pensar(logicamente), não pode ser (existir);
 Zenão afirmava que o movimento que existe no mundo dos sentidos é ininteligível.
 Ficou conhecido pelas aporias, argumentos com os quais pretende demonstrar o absurdo da Experiência Sensorial.
	 Paradoxo da Corrida
	“Suponha que Aquiles fosse disputar uma corrida de cem metros com uma tartaruga. Para tornar a competição mais atrativa, Aquiles, que é 10 vezes mais rápido que a tartaruga, lhe dá uma vantagem de 80 metros. No intervalo de tempo em que Aquiles percorre 80 m a tartaruga percorre 0,8 m; e quando Aquiles percorre 80 m a tartaruga percorre 0,8 m; e quando Aquiles percorre 0,8 m, a tartaruga percorre 0,08 m. 	
	Como ambos estão sempre se movendo, Aquiles permanece sempre atrás, sem nunca alcançar a tartaruga. Por mais que a distância entre ambos diminua, ela nunca deixa de existir, já que o percurso pode ser dividido infinitamente.... “
Esse paradoxo, entre outros, fez muitos matemáticos e filósofos quebrarem a cabeça para resolvê-lo. Uma solução satisfatória, entretanto, só surgiria com a teoria dos conjuntos infinitos, de Georg Cantor (1845 - 1918). 
INICIADOR DA DIALÉTICA.
Arte do diálogo
Movimento para frente através de perguntas e respostas que se sucedem (maiêutica)
Processo: tese-antítese-síntese (hipótese, críticas, afirmações e negações, chega-se ao verdadeiro)
Demonstração da prova de uma afirmação: o que não se prova não é verdadeiro (leis do silogismo)
Forma de demonstrar uma tese por meio da argumentação que parte de princípios gerais e se chega aos particulares.
 	CRITICA O ANTROPOMORFISMO RELIGIOSO 
ideia de atribuir aos deuses comportamentos e pensamentos 
característicos do ser humano.
«Os etíopes dizem que os seus deuses são negros e de nariz achatado;
 os Trácios que os seus têm os olhos azuis e o cabelo ruivo»
Afirma a 
unidade e 
imutabilidade 
		do universo, 
ideias caras aos eleatas.
XENOFANES
	MATERIALISTA - MECANICISTA 
(concebe a natureza como uma máquina, que obedece a relações de causalidade necessárias,
 automáticas e previsíveis, constituídas pelo movimento e interação de corpos materiais no espaço)
A única realidade existente são os corpos em movimento
Empédocles
Anaxágoras
Atomistas
Reagem contra as ideias de Heráclito e Parmênides
3. ESCOLA DA PLURALIDADE
Anaxágoras de Clazômena 
(500-428 a.C)
O SER É IMUTVEL.
SEMENTE
Os objetos surgem quando as sementes estão reunidas de forma tal, que no objeto resultante predomina as de uma espécie determinada.
O TUDO ESTÁ EM TUDO.
	 Pensa que a realidade é constituída por pequenas partículas a que chama 
Sementes. 
		
		Estas caracterizam-se pela sua infinita 
Divisibilidade e 
Agregabilidade 
		sem que nunca formem um todo máximo ou um elemento indivisível. 
		Da sua união e desunião resulta o mundo.
	«(…) Os gregos estão errados ao admitir o nascimento e a morte; pois nada nasce ou morre, mas tudo se une e se separa, a partir das coisas que existem. Por isso andariam melhor se chamassem ao nascer composição e ao morrer dissolução»
Fogo;
Água;
Ar;
Terra.
Empédocles de Agrigento
(493-433 a.C.)
Estes quatro elementos, mesclando-se uns com os outros, formam os diferentes objetos.
Concepção cíclica do tempo e da natureza.
Imagem: Empédocles / Thomas Stanley / Domínio Público.
OS ELEMENTOS ORIGINÁRIOS SERIAM:
CONCILIA O PENSAMENTO DE SEUS ANTECESSORES
	Concebeu o mundo como sendo constituído por quatro elementos: 
terra, água, 
ar e fogo. 
		Nenhum deles se perde nem se cria: o mundo resulta da 
União destes pelo amor (O quinto elemento) e 
Da sua desunião pela discórdia.
	
	«(…) com a terra vemos a terra, com a água a água, com o ar o ar brilhante, com o fogo o fogo consumidor; com o Amor vemos o Amor, a Discórdia com a Discórdia terrível» 
(Desenvolveram a filosofia de Empédocles)
Há um número infinito de 
unidades indivisíveis.
Átomos Diferem em tamanho e forma, mas são idênticos entre si.
 Têm as mesmas características que o ser de Parmênides.
NÃO TÊM NENHUMA QUALIDADE, EXCETO A DE SEREM 
SÓLIDOS E IMPENETRÁVEIS.
Infinitos em seu número, agitam-se no vazio ao acaso.
Leucipo e Demócrito
de Abdera (470-370 a.C.) 
4. OS ATOMISTAS
 Admite que o mundo é constituído por 
Ser e 
Não ser, 
	O que seria impensável para Parménides. 
Democrito identifica o ser com a multiplicidade de partículas indivisíveis 
(eternamente as mesmas):
- OS ÁTOMOS - 
Ele identifica o não ser com o espaço vazio entre partículas: 
- O NADA - 
		Os átomos são animados de um movimento espontâneo pelo qual chocam, resultando daqui a formação e a dissolução dos corpos e dos mundos.
	«Ser é cheio e sólido, não ser é vazio e denso. Visto que o vazio existe em não menor grau que o corpo, segue-seque o não ser não existe menos do que o ser. Os dois juntos são as causas materiais das coisas existentes»
	«Tudo acontece segundo a necessidade; pois a causa do nascimento de todas as coisas é o redemoinho»
Diferencia-se de todas as demais escolas por seu caráter religioso. Principais Nomes:
Pitágoras de Samos;
 Filolau de Crotona.
Imagem: Pitágoras e Filolau / Recorte de Theorica musicae /  Franchino Gaffurio / Dominío Público.
5. ESCOLA PITAGÓRICA OU ITÁLICA
Pitágoras de Samos
(584-496 a. C.)
O conhecimento como instrumento de purificação da alma
Influirá na ideia platônica da transmigração das almas:
um modo de vida consciencioso e pautado pela moderação para salvá-lo das sucessivas reencarnações (orfismo)
A Justa medida entre os opostos (métron): a sua inexistência seria o caos.
Sua doutrina, durante muito tempo, foi transmitida apenas oralmente e as lendas se encarregaram do restante.
“Todas as coisas 
são números”.
Imagem: Busto de Pitágoras / Autor desconhecido / GNU Free Documentation License
Introduz a dualidade 
mente e corpo
Afirmava que
DOUTRINA DOS NÚMEROS:
"A unidade [o um] é o princípio de todas as coisas” (Frag. 8 de Filolau, em Jâmblico, Nicômaco, p. 77,9)
"A natureza (o cosmo e tudo nele contido) formam um todo harmônico, composição de finito e infinito" 
(Frag. 1, em D. L., VIII, 85).
O cosmos está formado por um fogo central (Hestia) e nove corpos que giram a seu redor: Antiterra, Terra, Lua, Sol, e os cinco planetas observáveis além da esfera das estrelas fixas: 
O Sistema Pirocêntrico
Filolau de Crotona
(Séc.V a. C.)
Imagem: Pentagrama / Autor Desconhecido / Símbolo da Escola / Domínio Público
Origem, ordem e transformação da natureza, da qual os seres humanos fazem parte, de modo que, ao explicar a natureza, a filosofia também explica a origem e as mudanças dos seres humanos.
É uma explicação racional e sistemática sobre a
Como é o caso, por exemplo, na religião judaico-cristã, na qual Deus cria o mundo do nada. Por isso diz: “Nada vem do nada e nada volta ao nada”. 
b) É uma afirmação de que não existe criação do mundo, isto é, nega que o mundo tenha surgido do nada 
AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA COSMOLOGIA
ISTO SIGNIFICA: 
- Que o mundo, ou a natureza, é eterno; 
- Que no mundo, ou na natureza, tudo se transforma em outra coisa sem jamais desaparecer, 
Invisível para os olhos do corpo e visível somente para o olho do espírito, isto é, para o pensamento.
c) O fundo eterno, perene, imortal, de onde tudo nasce e para onde tudo volta é 
Physis (em grego, fazer surgir, fazer brotar, fazer nascer, produzir). A physis é a Natureza eterna e em perene transformação.
 O fundo eterno, perene, imortal e imperecível de onde tudo brota e para onde tudo retorna é o elemento primordial da Natureza e chama-se 
infinitamente variados e 
diferentes do mundo, 
seres que, ao contrário do princípio gerador, são perecíveis ou mortais.
e) Afirma que, embora a physis seja imperecível, ela dá origem a todos os seres 
MUDAM DE QUALIDADE: 
o branco amarelece, acinzenta, enegrece; 
o negro acinzenta, embranquece; o novo envelhece; o quente esfria; o frio esquenta; o seco fica úmido; o úmido seca; o dia se torna noite; a noite se torna dia; 
f) Afirma que todos os seres, além de serem gerados e de serem mortais, são seres em contínua transformação; 
A primavera cede lugar ao verão, que cede lugar ao outono, que cede lugar ao inverno; o saudável adoece; o doente se cura; a criança cresce; a árvore vem da semente e produz sementes, etc. 
MUDAM DE QUANTIDADE: 
O pequeno cresce e fica grande; o grande 
diminui e fica pequeno; o longe fica perto 
se eu for até ele, ou se as coisas distantes 
chegarem até mim, um rio aumenta de 
volume na cheia e diminui na seca, etc	
PORTANTO:
o mundo está em mudança contínua, sem 
Por isso perder sua forma, sua ordem e 
sua estabilidade.
A mudança - nascer, morrer, mudar 
de qualidade ou de quantidade 
chama-se movimento e o mundo está em movimento permanente. O movimento do mundo chama-se DEVIR 
O DEVIR segue leis rigorosas que o pensamento conhece. 
Essas leis são as que mostram que toda mudança é passagem de um 
estado ao...
E NO SENTIDO INVERSO: 
noite-dia, escuro-claro, 
frio-quente, muitos-um, etc. 
SEU CONTRÁRIO: 
dia-noite, claro-escuro, 
Quente-frio, seco-úmido, 
novo-velho, 
bom-mau pequeno-grande, 
cheio-vazio, um- muitos, etc., 
Mítica 
Uniforme 
Dogmática 
Embora o conteúdo da reflexão filosófica 
continuasse preso ao mito, com poucas mudanças . 
No entanto, a atitude filosófica rejeita:
INTERFERÊNCIAS DOS DEUSES 
DO SOBRENATURAL
 POIS BUSCA: 
Coerência 
do discurso 
Definição 
dos Conceitos 
Debate e 
Discussão 
de ideias
COM ESSA DIVERSIDADE DE RESPOSTAS A COSMOLOGIA ROMPEU A CONCEPÇÃO MÍTICA, ISTO É, QUE NÃO ADMITIA CONTESTAÇÕES
A importância desses pensadores não se deve tanto às suas respostas particulares, mas sim ao fato de que foram os primeiros aplicar o princípio pedagógico da interdisciplinaridade do conhecimento, na medida em que tentam resolver racionalmente a questão da Natureza última das coisas e a afirmar que a origem da Natureza está nela mesma. Este é um desafio da prática docente na atualidade.
CONCLUSÕES
Período 
Pré-Socrático
(VII-V a.C)
Escola Jônica: em busca do “arché”.
Tales, Anaximando e Anaxímenes.
Pitagóricos: os números.
Pitágoras e Filolau de Crotona.
Escola Eleata: reflexões sobre o mundo.
Parmênides, Heráclito e Zenão.
Escola Atomista: átmos.
Leucipo e Demócrito.
Escola da Pluralidade: movimento.
Empédocles, Anaxágoras e os Atomistas.
Soluções:
Monismo
Físicos Jônios
Parmênides
Dualismo
Pitagóricos
Pluralismo
Empédocles, 
Anaxágoras,
Demócrito
Começa-se a levantar a distinção entre verdade e aparência.
Razão
Sentidos
+
QUESTÃO DE FUNDO: CONHECIMENTO
TEMA CENTRAL DE ESTUDO: A NATUREZA
	REFERÊNCIAS:
Básica: 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. Ed. Moderna, São Paulo, 2006.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 9ª ed. Editora Ática, São Paulo, 2010.
GADOTTI, Moacir; FREIRE, Paulo; GUIMARÃES, Sérgio. Pedagogia: diálogo e conflito. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2015.
Complementar 
1.ALVES, Nilda (Org). Formação de professores: pensar e fazer. 11. ed. São Paulo: Cortez,1992.
2.MANACORDA, Mario Alighiero. Marx e a pedagogia moderna. 2. ed. rev. Campinas: Alínea,2017.
3.NISKIER, Arnaldo. Filosofia da Educação: uma visão crítica. 3. ed. São Paulo: Loyola,1992. 
4.PERISSÉ, Gabriel. Introdução à filosofia da educação. Belo Horizonte: Autêntica,2008.
5.SEVERINO, Antônio Joaquim; ALMEIDA, Cleide Rita Silveira de; ORIERI, Marcos Antônio. Perspectivas da Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez,2011

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