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PRÉ-SOCRÁTICOS E SUAS EXPLICAÇÕES RACIONAIS SOBRE A ORIGEM DO MUNDO MANOEL MOURA manoelmoura7@gmail.com 1. GRÉCIA HOMÉRICA os 400 anos narrados pelo poeta Homero, nos poemas Ilíada e Odisséia; 2. GRÉCIA ARCAICA OU DOS SETE SÁBIOS do século VII ao século V antes de Cristo, quando os gregos criam cidades como Atenas, Esparta, Tebas, Megara e Samos, etc., e predomina a economia urbana, baseada no artesanato e no comércio 3. GRÉCIA CLÁSSICA nos séculos V e IV antes de Cristo, quando a democracia se desenvolve, a vida intelectual e artística entra no apogeu e Atenas domina a Grécia com seu império comercial e militar; 4. ÉPOCA HELENÍSTICA a partir do final do século IV antes de Cristo, quando a Grécia passa para o poderio do império de Alexandre da Macedônia, e, depois, para as mãos do Império Romano, terminando a história de sua existência independente. A HISTÓRIA DA GRÉCIA - QUATRO GRANDES FASES OU ÉPOCAS: Do final do século VII. 1° PERÍODO: PRÉ-SOCRÁTICO OU COSMOLÓGICO Ao final do Século V a.C., O APOGEU DA FILOSOFIA Acontece durante o apogeu da cultura e da sociedade gregas. Portanto, durante a Grécia Clássica, a qual pode ser dividida em quatro períodos Quando a Filosofia se ocupa fundamentalmente com a origem do mundo e as causas das transformações na Natureza. SÓCRATES PRÉ-SOCRÁTICOS Mítica e/ou Religiosa Racional e Filosófica Para a E ISSO NÃO FOI FEITO DE UM SALTO SÓ Quando aconteceu a passagem da consciência Os chamados O NASCIMENTO DA FILOSOFIA A reflexão filosófica nasceu na Grécia no século VI a. C, com os filósofos que antecederam A COSMOGONIA o nascimento e a organização do mundo a partir dos deuses. A TEOGONIA o nascimento e a origem dos deuses. Deram lugar a COSMOLOGIA. Isto significa o seguinte: Bem como A crença na origem divina do mundo e das coisas Foi substituída Pela busca da Arché, princípio material e regulador da ordem do mundo Essa busca da arché, do princípio, fundamento ou ordem racional das coisas Torna-se a questão central dos PRÉ-SOCRÁTICOS PASSAGEM DO MITO À FILOSOFIA SE DEU NA MEDIDA EM QUE QUEM FORAM OS PRE-SOCRÁTICOS ? Primeiros filósofos da história (sec. VI e V a.C.). Investigaram a physis (natureza) e, por isso, são chamados de físicos ou filósofos da natureza. Procuraram o princípio constitutivo do cosmo. Os gregos usavam a palavra arché para designar esse princípio. OS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS Concentraram-se, basicamente, em duas questões: Qual é a origem, a matéria ou principio da Natureza? Dependendo das escolas, haverá diferentes respostas: fogo, água, ápeiron, etc. Qual é a autêntica realidade? O que nos oferece os sentidos ou o que oferece a razão? As respostas à indagação sobre as origens das coisas foram múltiplas e divergentes: Tales Anaximandro Anaxímenes São físicos, e seu interesse centra-se em compreender de que a matéria ou “arché” é composta na Natureza. Substituem as explicações antropomórficas dos mitos por elementos naturais. São monistas Teorias filosóficas que defendem a unidade da realidade como um todo (em metafísica) ou a identidade entre mente e corpo (em filosofia da mente) por oposição ao dualismo ou ao pluralismo, à afirmação de realidades separadas. 1. ESCOLA JÔNICA OU MILESIANA Água Não se conhecem textos de Tales. Aristóteles via em Tales o primeiro “físico” (equivalente a filósofo). É o mais antigo dos Sete Sábios. Inquieto, viajante, matemático, astrônomo e político Teorema de Tales Previu um Eclipse do Sol (585 a.C) Tales de Mileto (Aprox. 624-546 a.C.) Imagem: Tales de Mileto / Autor Desconhecido / Domínio Público. Imagem: éclipse de Lune en Belgique à Hamois/ Luc Viatour / GNU Free Documentation License. Afirma que quando duas retas transversais cortam um feixe de retas paralelas, as medidas dos segmentos delimitados nas transversais são proporcionais A ORIGEM DA NATUREZA É UM ELEMENTO NATURAL E DETERMINADO A água é, para Tales, A causa material do mundo; Aquilo que subjaz a toda a mudança. «(…) Tudo é água e, por consequência, a terra está sobre a água» Anaximandro de Mileto (Aprox. 610-545 a.C.) Ápeiron () Chegou-nos um único fragmento: “Onde as coisas têm sua origem, aí ocorre sua dissolução, segundo a necessidade. Pois pagam reciprocamente a penitência por sua injustiça, conforme a ordem do tempo”. O Cosmos como dependente de FORÇAS POLARES primordiais ou idênticas (calor e frio; água e terra; masculino e feminino). Ápeiron → Opostos → Mundo Atribuem–se-lhe múltiplas investigações e a afirmação de que a Terra é esférica. Imagem: Anaximandro, recorte de “Escola de Atenas” / Rafael Sanzio / Public domain. Estabelece que o elemento originário é indeterminado e eterno: Substituiu a “água” de Tales pelo (apeiron) INFINITO OU INDEFINIDO A causa material do mundo seria algo invisível tal como é, na medida em que se nos mostra sempre na forma de 1 dos 4 elementos: terra; ar; Água; fogo. A mudança do mundo consistiria na alteração do elemento com que o apeiron se nos mostra. Anaxímenes (Aprox. 585-524) O Ar O ar é divino e gera divindades a partir de si. É nossa alma e o que mantém nossos corpos unidos. A Terra é plana e passeia no ar, e os demais corpos celestes giram em torno dela. (Geocentrismo ??) Imagem: Anaxímenes de Mileto / Autor Desconhecido / Public Domain Indica uma substância determinada e infinita como elemento primeiro: ANAXÍMENES Substituiu a agua (Tales) e o indefinido (Anaximando) pelo ar. «O ar é um deus, é gerado e imenso e infinito e está sempre em movimento» Esta escola é de caráter exclusivamente filosófico. As anteriores foram físicas ou religiosas Parmênides Heráclito Zenão de Eléia 2. ESCOLA ELEATA Introduz a ideia de que os sentidos nos enganam. Considerado o “pai” da Dialética. Suas reflexões sobre a realidade do mundo afirmam que a unidade (arché) do mundo consiste em uma eterna Mudança e conflito entre os opostos. PRINCIPAIS IDEIAS DE HERÁCLITO 1) DOUTRINA DO FLUXO: Tudo Flui - nada dura para sempre. Tudo Flui – tudo existe em mudança; Tudo está em estado de contínua mudança; FRASE CÉLEBRE: “Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou. Assim, tudo é regido pela dialética, a tensão e o revezamento dos opostos. Portanto, o real é sempre fruto da mudança, ou seja, do combate entre os contrários”. Heráclito de Éfeso (544-484 a. C.) Imagem: Heráclito / Recorte de “Escola de Atenas” / Rafael Sanzio / Domínio Público. 2) A TEORIA DOS OPOSTOS O conflito é o pai de todas as coisas. Há um luta constante entre os contrários; O mundo está impregnado de constantes opostos: Ser e não estão unidos ao mesmo tempo; Portanto, o mundo é um equilíbrio de tendências opostas que, apesar de apontarem para direções contrárias, são, na verdade, idênticas. Enfim, a mudança (devir) e o conflito caracterizam o mundo. A essência de todas as coisas: Fogo Parmênides (540-470 a.C.) Imagem: Parmênides / Autor Desconhecido / Símbolo da Escola / GNU Free Documentation License. a) O ser é todo inteiro se o ser tivesse partes, algo nele seria separado, não fazendo parte do ser, mas isso seria não-ser. Consequentemente, o ser, sendo uno e indivisível, não pode ter partes. b) O ser é imutável o ser não pode ter surgido do não-ser ou tornar-se não-ser, já que o ser só pode ser idêntico a si mesmo - e não pode ser e não-ser ao mesmo tempo. Acreditar que o ser foi gerado significa dizer que houve um DEFENDE QUE O SER É ÚNICO, IMUTÁVEL E ETERNO. Não admite a mudança e o movimento OPÕE-SE A HERÁCLITO A DOUTRINA SOBRE A VERDADE defende a existência de dois caminhos possíveis para o conhecimento: A DO SER E A DO NÃO SER. No entanto, o caminho do NÃO SER é impossível, pois O não ser é o que não é, e o que não é( não existe) não pode ser pensado.Apenas o que é (que existe), é o que pode ser pensado. Frase Célebre: O que é, é. O que não é, não é, Identifica o ser com a existência. Isso o leva a conclusões audaciosas como a recusa da mudança, do tempo e do movimento, transformando-se o que existe num eterno agora. Os dois caminhos que levam ao conhecimento tem diferenças significativas: 1º ) O DA CERTEZA (ser é) Está fundamentado no Princípio da Identidade: A=A. Frase Célebre: “o ser é e o não ser não é”. 2º) O DA OPINIÃO (não ser/doxa/ilusão) A doutrina da opinião é a daqueles que para manterem o tempo e a mudança acreditam que ser e não ser são a mesma coisa. Baseado na aparência, deriva do fato de querermos pensar o mundo a partir do movimento. Porém, por esse caminho, os seres humanos chegam apenas a um conhecimento falso e contraditório Leva a incerteza e engano NESSE SENTIDO a) A realidade é estável O cosmo não teve início, nem terá fim. O ser é imutável, incorruptível e tem na esfera sua imagem ideal. b) Ser e pensar são a mesma coisa Identifica a estrutura do mundo com a estrutura do pensamento. Existir e pensar são correlatos. Frase Célebre: «O que se pode dizer e pensar é forçoso que seja, pois lhe é possível ser, e não ao que nada é» o que é absurdo e indigno de confiança. «(…) Bicéfalos; pois a incapacidade lhes guia no peito a mente errante; eles são levados, surdos e cegos a um tempo, totalmente confundidos – multidões sem discernimento, persuadidas de que ser e não ser são a mesma coisa…» A VERDADE MUITAS VEZES É PARADOXAL O caminho do ser é o caminho da verdade, que deve ser una e sempre idêntica a si mesma. Por exemplo, dois mais dois são quatro. Não importa o quanto as pessoas mudem de opinião, essa verdade continua inabalável - e mesmo as pessoas mais irascíveis são obrigadas a concordar com ela. Algo depõe, entretanto, contra a verdade do ser revelada a Parmênides: no mundo sensível não vemos nada assim eterno e imutável, mas apenas uma pluralidade em constante devir (ou seja, em um fluxo permanente de mudança). Ora, mas quem disse que a verdade pode ser apreendida pelos sentidos? Heráclito já não havia indicado que, por trás da desordem aparente das coisas, há um Logos que tudo ordena? Da mesma forma, para Parmênides, a verdade não precisa estar em conformidade com os fenômenos, mas, ao contrário, a verdade muitas vezes é paradoxal, ou seja, contrária ao que a opinião ou os sentidos indicam. INTRODUZ A DIFERENÇA ENTRE CONHECIMENTO ADQUIRIDO PELA SENSAÇÃO RAZÃO Pensa o Uno-Eterno-Imóvel. Única via para o conhecimento. Mostra o Múltiplo-Cambiante. Não válida para o conhecimento. INFLUENCIOU PLATÃO E ARISTÓTELES Zenão de Eléia (490-420 a.C.) Imagem: Zenão / Rafael Sanzio / Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 Unported O Paradoxo de Zenão Para provar a tese de Parmênides, seu discípulo, Zenão de Eléia, inventou um tipo de demonstração "por absurdo", em que o oponente se vê forçado a concluir de maneira contrária àquela que pretendia partindo de premissas por ele aceitas. Um dos paradoxos mais famosos de Zenão é o paradoxo da corrida entre Aquiles e a tartaruga. Partindo do princípio eleático da identidade do ser e da forma (A=A), reforçava que aquilo que não se pode pensar(logicamente), não pode ser (existir); Zenão afirmava que o movimento que existe no mundo dos sentidos é ininteligível. Ficou conhecido pelas aporias, argumentos com os quais pretende demonstrar o absurdo da Experiência Sensorial. Paradoxo da Corrida “Suponha que Aquiles fosse disputar uma corrida de cem metros com uma tartaruga. Para tornar a competição mais atrativa, Aquiles, que é 10 vezes mais rápido que a tartaruga, lhe dá uma vantagem de 80 metros. No intervalo de tempo em que Aquiles percorre 80 m a tartaruga percorre 0,8 m; e quando Aquiles percorre 80 m a tartaruga percorre 0,8 m; e quando Aquiles percorre 0,8 m, a tartaruga percorre 0,08 m. Como ambos estão sempre se movendo, Aquiles permanece sempre atrás, sem nunca alcançar a tartaruga. Por mais que a distância entre ambos diminua, ela nunca deixa de existir, já que o percurso pode ser dividido infinitamente.... “ Esse paradoxo, entre outros, fez muitos matemáticos e filósofos quebrarem a cabeça para resolvê-lo. Uma solução satisfatória, entretanto, só surgiria com a teoria dos conjuntos infinitos, de Georg Cantor (1845 - 1918). INICIADOR DA DIALÉTICA. Arte do diálogo Movimento para frente através de perguntas e respostas que se sucedem (maiêutica) Processo: tese-antítese-síntese (hipótese, críticas, afirmações e negações, chega-se ao verdadeiro) Demonstração da prova de uma afirmação: o que não se prova não é verdadeiro (leis do silogismo) Forma de demonstrar uma tese por meio da argumentação que parte de princípios gerais e se chega aos particulares. CRITICA O ANTROPOMORFISMO RELIGIOSO ideia de atribuir aos deuses comportamentos e pensamentos característicos do ser humano. «Os etíopes dizem que os seus deuses são negros e de nariz achatado; os Trácios que os seus têm os olhos azuis e o cabelo ruivo» Afirma a unidade e imutabilidade do universo, ideias caras aos eleatas. XENOFANES MATERIALISTA - MECANICISTA (concebe a natureza como uma máquina, que obedece a relações de causalidade necessárias, automáticas e previsíveis, constituídas pelo movimento e interação de corpos materiais no espaço) A única realidade existente são os corpos em movimento Empédocles Anaxágoras Atomistas Reagem contra as ideias de Heráclito e Parmênides 3. ESCOLA DA PLURALIDADE Anaxágoras de Clazômena (500-428 a.C) O SER É IMUTVEL. SEMENTE Os objetos surgem quando as sementes estão reunidas de forma tal, que no objeto resultante predomina as de uma espécie determinada. O TUDO ESTÁ EM TUDO. Pensa que a realidade é constituída por pequenas partículas a que chama Sementes. Estas caracterizam-se pela sua infinita Divisibilidade e Agregabilidade sem que nunca formem um todo máximo ou um elemento indivisível. Da sua união e desunião resulta o mundo. «(…) Os gregos estão errados ao admitir o nascimento e a morte; pois nada nasce ou morre, mas tudo se une e se separa, a partir das coisas que existem. Por isso andariam melhor se chamassem ao nascer composição e ao morrer dissolução» Fogo; Água; Ar; Terra. Empédocles de Agrigento (493-433 a.C.) Estes quatro elementos, mesclando-se uns com os outros, formam os diferentes objetos. Concepção cíclica do tempo e da natureza. Imagem: Empédocles / Thomas Stanley / Domínio Público. OS ELEMENTOS ORIGINÁRIOS SERIAM: CONCILIA O PENSAMENTO DE SEUS ANTECESSORES Concebeu o mundo como sendo constituído por quatro elementos: terra, água, ar e fogo. Nenhum deles se perde nem se cria: o mundo resulta da União destes pelo amor (O quinto elemento) e Da sua desunião pela discórdia. «(…) com a terra vemos a terra, com a água a água, com o ar o ar brilhante, com o fogo o fogo consumidor; com o Amor vemos o Amor, a Discórdia com a Discórdia terrível» (Desenvolveram a filosofia de Empédocles) Há um número infinito de unidades indivisíveis. Átomos Diferem em tamanho e forma, mas são idênticos entre si. Têm as mesmas características que o ser de Parmênides. NÃO TÊM NENHUMA QUALIDADE, EXCETO A DE SEREM SÓLIDOS E IMPENETRÁVEIS. Infinitos em seu número, agitam-se no vazio ao acaso. Leucipo e Demócrito de Abdera (470-370 a.C.) 4. OS ATOMISTAS Admite que o mundo é constituído por Ser e Não ser, O que seria impensável para Parménides. Democrito identifica o ser com a multiplicidade de partículas indivisíveis (eternamente as mesmas): - OS ÁTOMOS - Ele identifica o não ser com o espaço vazio entre partículas: - O NADA - Os átomos são animados de um movimento espontâneo pelo qual chocam, resultando daqui a formação e a dissolução dos corpos e dos mundos. «Ser é cheio e sólido, não ser é vazio e denso. Visto que o vazio existe em não menor grau que o corpo, segue-seque o não ser não existe menos do que o ser. Os dois juntos são as causas materiais das coisas existentes» «Tudo acontece segundo a necessidade; pois a causa do nascimento de todas as coisas é o redemoinho» Diferencia-se de todas as demais escolas por seu caráter religioso. Principais Nomes: Pitágoras de Samos; Filolau de Crotona. Imagem: Pitágoras e Filolau / Recorte de Theorica musicae / Franchino Gaffurio / Dominío Público. 5. ESCOLA PITAGÓRICA OU ITÁLICA Pitágoras de Samos (584-496 a. C.) O conhecimento como instrumento de purificação da alma Influirá na ideia platônica da transmigração das almas: um modo de vida consciencioso e pautado pela moderação para salvá-lo das sucessivas reencarnações (orfismo) A Justa medida entre os opostos (métron): a sua inexistência seria o caos. Sua doutrina, durante muito tempo, foi transmitida apenas oralmente e as lendas se encarregaram do restante. “Todas as coisas são números”. Imagem: Busto de Pitágoras / Autor desconhecido / GNU Free Documentation License Introduz a dualidade mente e corpo Afirmava que DOUTRINA DOS NÚMEROS: "A unidade [o um] é o princípio de todas as coisas” (Frag. 8 de Filolau, em Jâmblico, Nicômaco, p. 77,9) "A natureza (o cosmo e tudo nele contido) formam um todo harmônico, composição de finito e infinito" (Frag. 1, em D. L., VIII, 85). O cosmos está formado por um fogo central (Hestia) e nove corpos que giram a seu redor: Antiterra, Terra, Lua, Sol, e os cinco planetas observáveis além da esfera das estrelas fixas: O Sistema Pirocêntrico Filolau de Crotona (Séc.V a. C.) Imagem: Pentagrama / Autor Desconhecido / Símbolo da Escola / Domínio Público Origem, ordem e transformação da natureza, da qual os seres humanos fazem parte, de modo que, ao explicar a natureza, a filosofia também explica a origem e as mudanças dos seres humanos. É uma explicação racional e sistemática sobre a Como é o caso, por exemplo, na religião judaico-cristã, na qual Deus cria o mundo do nada. Por isso diz: “Nada vem do nada e nada volta ao nada”. b) É uma afirmação de que não existe criação do mundo, isto é, nega que o mundo tenha surgido do nada AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA COSMOLOGIA ISTO SIGNIFICA: - Que o mundo, ou a natureza, é eterno; - Que no mundo, ou na natureza, tudo se transforma em outra coisa sem jamais desaparecer, Invisível para os olhos do corpo e visível somente para o olho do espírito, isto é, para o pensamento. c) O fundo eterno, perene, imortal, de onde tudo nasce e para onde tudo volta é Physis (em grego, fazer surgir, fazer brotar, fazer nascer, produzir). A physis é a Natureza eterna e em perene transformação. O fundo eterno, perene, imortal e imperecível de onde tudo brota e para onde tudo retorna é o elemento primordial da Natureza e chama-se infinitamente variados e diferentes do mundo, seres que, ao contrário do princípio gerador, são perecíveis ou mortais. e) Afirma que, embora a physis seja imperecível, ela dá origem a todos os seres MUDAM DE QUALIDADE: o branco amarelece, acinzenta, enegrece; o negro acinzenta, embranquece; o novo envelhece; o quente esfria; o frio esquenta; o seco fica úmido; o úmido seca; o dia se torna noite; a noite se torna dia; f) Afirma que todos os seres, além de serem gerados e de serem mortais, são seres em contínua transformação; A primavera cede lugar ao verão, que cede lugar ao outono, que cede lugar ao inverno; o saudável adoece; o doente se cura; a criança cresce; a árvore vem da semente e produz sementes, etc. MUDAM DE QUANTIDADE: O pequeno cresce e fica grande; o grande diminui e fica pequeno; o longe fica perto se eu for até ele, ou se as coisas distantes chegarem até mim, um rio aumenta de volume na cheia e diminui na seca, etc PORTANTO: o mundo está em mudança contínua, sem Por isso perder sua forma, sua ordem e sua estabilidade. A mudança - nascer, morrer, mudar de qualidade ou de quantidade chama-se movimento e o mundo está em movimento permanente. O movimento do mundo chama-se DEVIR O DEVIR segue leis rigorosas que o pensamento conhece. Essas leis são as que mostram que toda mudança é passagem de um estado ao... E NO SENTIDO INVERSO: noite-dia, escuro-claro, frio-quente, muitos-um, etc. SEU CONTRÁRIO: dia-noite, claro-escuro, Quente-frio, seco-úmido, novo-velho, bom-mau pequeno-grande, cheio-vazio, um- muitos, etc., Mítica Uniforme Dogmática Embora o conteúdo da reflexão filosófica continuasse preso ao mito, com poucas mudanças . No entanto, a atitude filosófica rejeita: INTERFERÊNCIAS DOS DEUSES DO SOBRENATURAL POIS BUSCA: Coerência do discurso Definição dos Conceitos Debate e Discussão de ideias COM ESSA DIVERSIDADE DE RESPOSTAS A COSMOLOGIA ROMPEU A CONCEPÇÃO MÍTICA, ISTO É, QUE NÃO ADMITIA CONTESTAÇÕES A importância desses pensadores não se deve tanto às suas respostas particulares, mas sim ao fato de que foram os primeiros aplicar o princípio pedagógico da interdisciplinaridade do conhecimento, na medida em que tentam resolver racionalmente a questão da Natureza última das coisas e a afirmar que a origem da Natureza está nela mesma. Este é um desafio da prática docente na atualidade. CONCLUSÕES Período Pré-Socrático (VII-V a.C) Escola Jônica: em busca do “arché”. Tales, Anaximando e Anaxímenes. Pitagóricos: os números. Pitágoras e Filolau de Crotona. Escola Eleata: reflexões sobre o mundo. Parmênides, Heráclito e Zenão. Escola Atomista: átmos. Leucipo e Demócrito. Escola da Pluralidade: movimento. Empédocles, Anaxágoras e os Atomistas. Soluções: Monismo Físicos Jônios Parmênides Dualismo Pitagóricos Pluralismo Empédocles, Anaxágoras, Demócrito Começa-se a levantar a distinção entre verdade e aparência. Razão Sentidos + QUESTÃO DE FUNDO: CONHECIMENTO TEMA CENTRAL DE ESTUDO: A NATUREZA REFERÊNCIAS: Básica: ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. Ed. Moderna, São Paulo, 2006. CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 9ª ed. Editora Ática, São Paulo, 2010. GADOTTI, Moacir; FREIRE, Paulo; GUIMARÃES, Sérgio. Pedagogia: diálogo e conflito. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2015. Complementar 1.ALVES, Nilda (Org). Formação de professores: pensar e fazer. 11. ed. São Paulo: Cortez,1992. 2.MANACORDA, Mario Alighiero. Marx e a pedagogia moderna. 2. ed. rev. Campinas: Alínea,2017. 3.NISKIER, Arnaldo. Filosofia da Educação: uma visão crítica. 3. ed. São Paulo: Loyola,1992. 4.PERISSÉ, Gabriel. Introdução à filosofia da educação. Belo Horizonte: Autêntica,2008. 5.SEVERINO, Antônio Joaquim; ALMEIDA, Cleide Rita Silveira de; ORIERI, Marcos Antônio. Perspectivas da Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez,2011
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