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CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS

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CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
	QUANTO AOS EFEITOS:
DA FORMAÇÃO DE OBRIGAÇÕES: a classificação em unilateral e bilateral é feita não sob o prisma da formação dos contratos, mas, sim, sob o dos efeitos que acarretam.
		UNILATERAIS – criam obrigações unicamente para uma das partes mútuo, o comodato, o depósito, a doação, o mandato, a fiança (Ex: doação pura e simples)
		BILATERAIS – geram Compra e venda, locação obrigações para ambos os contratantes, existe reciprocidade de prestações. São também chamados de SINALAGMÁTICOS.
			Não é necessário, todavia, que todas as prestações sejam estabelecidas com esse nexo de reciprocidade e equivalência, bastando que o sejam as obrigações principais, podendo haver obrigações acessórias (devolver as coisas ao término do contrato) ou deveres de conduta (dar informações) apenas de uma das partes.
			PECULIARIDADES DOS CONTRATOS BILATERAIS: 
				APLICAÇÃO DA CLÁUSULA RESOLUTIVA TÁCITA – art. 475
	Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
				APLICAÇÃO DA EXCEÇÃO DE CONTRATO NÃO CUMPRIDO (exceptio non adimpleti contractus) – art. 476. Não se aplica aos contratos de execução diferida 4 ou de trato sucessivo 4.
	Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
					EXCEÇÃO DO CONTRATO PARCIALMENTE CUMPRIDO (exceptio non rite adimpleti contractus) – CLÁUSULA “ Comum em contratos com a administração pública Não é cabível nas relações de consumo solve et repete”: significa “pague e depois reclame”, é a que se estabelece num, contrato, com o objetivo de tornar a exigibilidade de sua prestação a qualquer intenção contrária do devedor, sendo que o mesmo só poderá reclamar desta em outra ação, visando assim o pagamento ao credor sem outra oposição.
					ATITUDES QUE PODEM SER TOMADAS PELO CONTRATANTE PONTUAL:
	PASSIVA
	Permanecer inerte e defender-se, caso acionado, com a exceptio non adiinpleti contractus.
	ATIVA
	Pleitear a resolução do contrato, com perdas e danos, provando o prejuízo sofrido;
Exigir o cumprimento contratual, quando possível a execução específica (CPC, arts. 497 e p.u.)
Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo.
				TEORIA DOS RISCOS: se deverá apurar qual dos contraentes sofrerá as consequências da perda da coisa devida ou da impossibilidade da prestação.
				GARANTIA DE EXECUÇÃO A PRAZO – art. 477
	Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.
		PLURILATERAIS: mais de duas partes ≠ pluralidade de agentes. Existe a busca por um contrato de sociedade, em que cada sócio é uma parte. Assim também nos contratos de consórcio. fim comum. 
	Consiste em um ato coletivo, sendo efetivamente um tipo negocial e não uma figura contratual.
	Uma característica dos contratos plurilaterais é a rotatividade de seus membros.
DOS EFEITOS PATRIMONIAIS: aqui incide a regra segundo a qual, havendo de escolher entre o interesse de quem procura assegurar um lucro (qui certat de lucro captando) e o de quem busca evitar um prejuízo (qui certat de damno vitando), é o interesse deste último que o legislador prefere.
	Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
		GRATUITOS ou BENÉFICOS – são aqueles nos quais apenas uma parte aufere benefício ou vantagem. No geral são MANDATO – embora seja bilateral imperfeito unilaterais. 
	GRATUITOS PROPRIAMENTE DITOS X DESINTERESSADOS – nos primeiros ocorre efetiva diminuição patrimonial enquanto nos segundos não – doação x comodato.
		ONEROSOS – ambos os contratantes estão sujeitos a benefícios e sacrifícios recíprocos. No geral são contratos MÚTUO FENERATÍCIO (em que é convencionado o pagamento de juros) é contrato unilateral e oneroso. Só se aperfeiçoa com a entrega do numerário ao mutuário, não bastando o acordo de vontades. Feita a entrega (quando o contrato passa a produzir efeitos), nenhuma outra obrigação resta ao mutuante. Por isso se diz que gera obrigação somente para o mutuário. bilaterais.
			COMUTATIVOS - são os de prestações certas e determinadas. As partes podem antever as vantagens e os sacrifícios, que geralmente se equivalem, decorrentes de sua celebração, porque não envolvem nenhum risco. 
			ALEATÓRIOS 
				ALEATÓRIOS POR NATUREZA - pelo menos um dos contraentes O seguro, a aposta autorizada nos hipódromos, a loteria explorada pela Administração ou pelo concessionário não pode antever a vantagem que receberá, em troca da prestação fornecida.
	CONTRATO DE SEGURO – comutativo em relação à parte contratante e aleatório em relação à seguradora.
				ACIDENTALMENTE ALEATÓRIOS
					VENDA DE COISAS FUTURAS: nessa modalidade, o risco pode decorre da existência da própria coisa e da quantidade.
	
EXISTÊNCIA DA COISA
	Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.
	
SUA QUANTIDADE
	Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada.
Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido.
					VENDA DE COISAS EXISTENTES MAS EXPOSTAS A RISCO:
	Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato.
Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, O contrato pode ser anulado se por dolo o alienante contratou com conhecimento da prévia perda ou deterioração e não informou ao adquirente. se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa.
	QUANTO À FORMAÇÃO:
		PARITÁRIOS - são aqueles do tipo tradicional, em que as partes discutem livremente as condições, porque se encontram em situação de igualdade (par a par). Nessa modalidade há uma fase de negociações preliminares, na qual as partes, encontrando-se em pé de igualdade, discutem as cláusulas e condições do negócio.
		DE ADESÃO - são os que não permitem essa liberdade, devido à preponderância da vontade de um dos contratantes, que elabora todas as cláusulas. O outro adere ao modelo de contrato previamente confeccionado, não podendo modificá-las: aceita-asou rejeita-as, de forma pura e simples, e em bloco, afastada qualquer alternativa de discussão. CARACTERIZADO PELA DESIGUALDADE DAS PARTES.
	 Medida Provisória nº 881, de 2019 Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas que gerem dúvida quanto à sua interpretação, será adotada a mais favorável ao aderente. 
Parágrafo único. Nos contratos não atingidos pelo disposto no caput, exceto se houver disposição específica em lei, a dúvida na interpretação beneficia a parte que não redigiu a cláusula controvertida.
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
		
	CONTRATO DE ADESÃO NO CDC: Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. 
		CONTRATOS-TIPO ou contrato de massa – Embora, assim como os de adesão, sejam apresentados ao contratante já redigidos, são diferentes porque A DESIGUALDADE ECONÔMICA NÃO É ESSENCIAL, bem como é admitida a DISCUSSÃO SOBRE O CONTEÚDO. No contrato-tipo as cláusulas não são impostas por uma parte à outra, mas apenas pré-redigidas.
	QUANTO AO MOMENTO DE EXECUÇÃO
		EXECUÇÃO INSTANTÂNEA – são os que se consumam em um só ao sendo cumpridos imediatamente após a sua celebração. Cumprida a obrigação, exaurem-se. A solução se efetua de uma só vez e por prestação única, tendo por efeito a extinção da obrigação.
	APLICA-SE O PRINCÍPIO DA SIMULTANEIDADE DAS PRESTAÇÕES - exceptio non adimpleti contractus1
	A nulidade ou resolução por inadimplemento reconduz as partes ao estado anterior. 
		EXECUÇÃO DIFERIDA - são os que devem ser cumpridos também em um só ato, mas em momento futuro: a entrega, em determinada data, do objeto alienado. A prestação de uma das partes não se dá imediatamente após a formação do vínculo, mas a termo.
		EXECUÇÃO DE TRATO SUCESSIVO OU EM PRESTAÇÕES ou DE EXECUÇÃO CONTINUADA - são os que se cumprem por São exemplos: compra e venda a prazo, prestação permanente de serviços, fornecimento periódico de mercadorias. meio de atos reiterados.
			APLICAÇÃO DA TEORIA DA IMPREVISÃO – onerosidade excessiva
	Na nulidade ou resolução por inadimplemento são respeitados os (os aluguéis pagos, o serviço prestado pelo empregado, p. ex.) efeitos produzidos, não sendo possível restituí-las ao statu quo ante.
	QUANTO AO AGENTE:
		PERSONALÍSSIMO OU INTUITU PERSONAE - são os celebrados em atenção às qualidades pessoais de um dos contraentes. Por essa razão, o obrigado não pode fazer-se substituir por outrem, pois essas qualidades, sejam culturais, profissionais, artísticas ou de outra espécie, tiveram influência decisiva no consentimento do outro contratante. 
	DÃO ORIGEM, em geral, A OBRIGAÇÕES DE FAZER CUJO OBJETO TEM NATUREZA INFUNGÍVEL.
		IMPESSOAIS - são aqueles cuja prestação pode ser cumprida, indiferentemente, pelo obrigado ou por terceiro.
		INDIVIDUAIS - as vontades são individualmente consideradas, ainda que envolva várias pessoas. Na compra e venda, por exemplo, pode uma pessoa contratar com outra ou com um grupo de pessoas. Cria direitos e obrigações para as pessoas que dele participam.
		COLETIVOS - perfazem-se pelo acordo de vontades entre duas pessoas jurídicas de direito privado, representativas de categorias profissionais, sendo denominados convenções coletivas. Uma vez homologado regularmente, gera deliberações normativas, que poderão estender-se a todas as pessoas pertencentes a uma determinada categoria profissional, independente do fato de terem ou não participado da assembleia que votou a aprovação de suas cláusulas.
	QUANTO AO MODO DE EXISTIR
		PRINCIPAIS - são os que têm existência própria, autônoma e não dependem de qualquer outro.
		ACESSÓRIOS OU ADJETOS - são os que têm sua existência cláusula penal, a fiança subordinada à do contrato principal. Sua função predominante dos contratos acessórios é garantir o cumprimento de obrigações contraídas em contrato principal, como o penhor, a hipoteca convencional, a fiança e similares.
		DERIVADOS OU SUBCONTRATOS - são os que têm por objeto direitos estabelecidos em outro contrato, denominado básico ou principal. Distinguem-se dos acessórios por terem necessariamente a mesma natureza do principal.
	QUANTO À FORMA
QUANTO A OBEDIÊNCIA DA FORMALIDADE COMO CONDIÇÃO DE VALIDADE
		SOLENES OU FORMAIS - são os contratos que devem obedecer à forma prescrita em lei para se aperfeiçoar. Não observada, QUANDO A FORMALIDADE FOR SUBSTÂNCIA DO ATO, o contrato é nulo (CC, art. 166, IV).
		NÃO SOLENES OU DE FORMA LIVRE - são os de forma livre. Basta o consentimento para a sua formação. Como a lei não reclama nenhuma formalidade para o seu aperfeiçoamento, podem ser celebrados por qualquer forma, ou seja, por escrito particular ou verbalmente. Em regra, os contratos têm forma livre, salvo expressas exceções
QUANTO A FORMA DE CONSUMAÇÃO 
		CONSENSUAIS - são aqueles que se formam unicamente pelo acordo de vontades (solo consensu), independentemente da entrega da coisa e da observância de determinada forma. Por isso, são também considerados contratos não solenes.
		REAIS - são os que exigem, para se aperfeiçoar, além do consentimento, a entrega (traditio) da coisa que lhe serve de objeto depósito, comodato, o mútuo, por exemplo, e alguns poucos (penhor, anticrese, arras) . Em regra, os contratos reais são unilaterais, visto que, entregue a coisa (quando o contrato torna-se perfeito e acabado), só resta a obrigação para o depositário, o comodatário e o mutuário.
	QUANTO AO OBJETO
		PRELIMINARES OU PACTUM DE CONTRAHENDO - é aquele que tem por objeto a celebração de um contrato definitivo.
		DEFINITIVOS - tem objetos diversos, de acordo com a natureza de cada avença. Cada contrato tem um objeto peculiar
	QUANTO À DESIGNAÇÃO
		NOMINADOS - que são aqueles que têm designação própria. São previstos no compra e venda, troca, contrato estimatório, doação, locação de coisas, empréstimo, prestação de serviço, empreitada, sociedade, depósito, mandato, comissão, agência, distribuição, corretagem, transporte, constituição de renda, seguro, jogo, aposta, fiança, transação e compromisso CC.
		INOMINADOS - são os que não têm denominação própria. A rigor, a expressão contrato inominado equivaleria a contrato que não tem um nome no ordenamento jurídico.
		TÍPICOS - são os regulados pela lei, os que têm o seu perfil nela traçado. Não é o mesmo que contrato nominado, embora costumam ser estudados em conjunto, porque todo contrato nominado é típico e vice-versa.
		ATÍPICOS - são os que resultam de um acordo de vontades, não tendo, porém, as suas características e requisitos definidos e regulados na lei.
	Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.
		MISTOS - resulta da combinação de um contrato típico com cláusulas criadas pela vontade dos contratantes. Deixa de ser um contrato essencialmente típico, mas não se transforma em outro totalmente atípico. 
		COLIGADOS - constitui uma pluralidade, em que vários contratos celebrados pelas partes apresentam-se interligados. Conservam a individualidade própria, distinguindo-se, nesse ponto, do misto. 
		UNIÃO DE CONTRATOS - quando há contratos distintos e autônomos; apenas são realizados ao mesmo tempo ou no mesmo documento. O vínculo é meramente externo. Quando o elo consiste somente no fato de constarem do mesmo instrumento, não existe propriamente coligação de contratos, mas união de contratos. .

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