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Classificação dos contratos CONTRATOS CONSIDERADOS EM SI MESMOS Unilaterais, bilaterais ou plurilaterais Unilateral: O contrato estabelece que apenas uma das partes terá uma obrigação financeira, como no caso de uma doação simples. Bilateral (ou plurilateral): todas as partes têm obrigações simultâneas de fornecer algo em troca, e essas obrigações dependem reciprocamente uma da outra, o que é chamado de sinalagma. Por isso, esses contratos são frequentemente chamados de sinalagmáticos ou de prestações correlatas. Exemplo: o contrato de compra e venda, em que ambas as partes têm obrigações interdependentes e simultâneas, em que o comprador tem a obrigação de pagar o preço e o vendedor tem a obrigação de entregar o produto. Essas obrigações são correlatas e dependem uma da outra para serem cumpridas. ➢ Exceção do contrato não cumprido ➔ Quando uma parte não é obrigada a cumprir a sua parte, se a outra pessoa não cumprir com sua obrigação. ➔ Somente em contratos bilaterais ➔ Essa regra também se aplica à garantia de execução do contrato e está prevista no artigo 476 do Código Civil brasileiro. Exemplo: Não sou obrigado a entregar a bolsa a certa pessoa, se está não cumpriu com sua obrigação de pagar o valor devido. ❖ A regra dos vícios redibitórios somente se aplica a contratos que envolvam trocas entre duas partes e sejam baseados em obrigações recíprocas. Onerosos ou gratuitos Gratuito: sacrifício financeiro de uma única pessoa em que somente a parte que assume obrigações apenas será responsabilizada em caso de má-fé, enquanto a parte beneficiada seguirá a regra da culpa simples. Já em contratos onerosos, ambas as partes são responsáveis por qualquer falha, exceto em situações em que a responsabilidade civil objetiva é aplicável. Onerosos: quando envolvem um benefício acompanhado de um sacrifício financeiro, enquanto contratos gratuitos beneficiam apenas uma das partes sem exigir sacrifícios financeiros. ➔ onerosos comutativos: são aqueles em que as obrigações das partes são claras e determinadas desde o início, as prestações são equivalentes e os riscos são previsíveis. ➔ onerosos aleatórios: possuem obrigações incertas, prestações desproporcionais, riscos imprevisíveis e dependem de eventos futuros e incertos. Quando se ganha algo no aleatório: garantia de benefício mínimo (exemplo: ter a certeza de que mesmo se perder no jogo, ganhará um prêmio mínimo de participação) Aleatório sem garantia: assume o risco de não ganhar nada (ex: jogar na loteria). Evicção: é o direito de terceiro sobre o objeto do negócio jurídico. → Não tem evicção em contrato bilateral Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir. Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei. Compra e venda aleatória Contrato de Compra de Coisa Futura, COM Assunção de Risco pela Existência: ➔ Comprador adquire um objeto que ainda não existe, assumindo o risco de que a coisa possa não ser produzida ou entregue. Exemplo: máquina de pegar bichos de pelúcia em parques infantis, onde pode ocorrer de a mão mecânica não pegar nenhum bicho. Contrato de Compra de Coisa Futura, SEM Assunção de Risco pela Existência: ➔ o contratante não assume todos os riscos, pois o alienante se compromete a entregar alguma coisa. Exemplo: é a utilização de máquinas eletrônicas de prêmios em parques infantis, onde pode apenas ganhar um "prêmio de consolação". Contrato de Compra de Coisa Presente, mas Exposta a Risco Assumido pelo Contratante: ➔ O artigo 460 do Código Civil trata da venda de coisa atual sujeita a riscos, em que o comprador assume o risco de perecimento da mercadoria, como no caso da compra de uma carga embarcada sem informações sobre seu estado atual. Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato. → Quase certeza que vai dar ruim Vício oculto → Somente em contrato bilateral → É um vício não perceptível, oculto. → Se o objeto do contrato for comprado de um particular, se aplica o código civil. → Se o objeto do contrato for comprado em loja, aplica-se o código de defesa do consumidor. → O tempo para reclamar de um objeto comprado de um particular com defeito é de 30 dias após descobrir o defeito. E o tempo para alegar o defeito é de 180 dias para bens móveis e 1 ano para bens imóveis. Art 445 , 1º Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar- se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis. Paritários ou por adesão Paritário: é aquele em que as partes possuem igualdade de condições para negociar e estabelecer livremente as cláusulas. Adesão: é onde um dos pactuantes predeterminam (ou seja, impõe) as cláusulas do negócio jurídico, sendo comum em sociedades de consumo, com quatro características distintivas. Exemplo: contrato com o ifood, facebook ... ➢ Característica de contratos por adesão a) uniformidade: é quando o estipulante quer um contrato igual para todos os contratantes, para ter segurança e eficiência em suas atividades e assim adquirir o máximo de contratos possíveis. b) predeterminação unilateral: As cláusulas são fixadas antes da discussão do contrato e devem ser impostas por apenas uma das partes para caracterizar um contrato de adesão. A uniformidade não é suficiente. C) rigidez: Em um contrato de adesão, as cláusulas são fixadas unilateralmente e não podem ser renegociadas sem descaracterizar o contrato como tal. D) posição de vantagem (superioridade material) de uma das partes: Apesar de "superioridade econômica" ser mais comum, é mais adequado usar "superioridade material" para descrever a desigualdade de poder que permite que uma das partes dite as cláusulas aos interessados. Por exemplo, alguém que detém o monopólio de um produto ou serviço pode impor sua vontade aos aderentes, mesmo que não seja considerado um potentado econômico. Solenes ou não solenes Solenes: são aqueles que exigem uma forma especial para sua validade, ou seja, a forma é uma exigência legal para que o contrato produza efeitos jurídicos. Exemplos incluem o contrato de compra e venda de imóvel acima do valor legal, que deve ser feito por escritura pública. Não solenes: são aqueles que podem ser celebrados de forma livre pelas partes, sem uma forma específica exigida pela lei. A forma livre é a regra no Brasil, como previsto no artigo 107 do Código Civil. Consensuais ou reais Consensuais: realiza o contrato com a simples declaração da vontade • Exemplo: todos contratos não solenes, tais como a compra e venda de bem móvel, locação, parceria rural, mandato, transporte e emprego Reais: o contrato é efetivado na entrega da coisa Pessoais ou impessoais Pessoais: são celebrados em função da pessoa do contratante, que tem influência decisiva parao consentimento do outro, Impessoais: somente interessa o resultado da atividade contratada, independentemente de quem seja a pessoa que irá realizá-la. Os contratos intuitu personae são intransmissíveis, anuláveis na hipótese de erro de pessoa e o descumprimento culposo de obrigação de fazer somente pode gerar perdas e danos ou, sendo ainda possível a prestação e havendo interesse do credor no seu cumprimento, a busca de uma tutela específica. Individuais ou coletivos Individuais: são estabelecidos entre pessoas determinadas. Coletivos: são celebrados com grupos não individualizados, reunidos por uma relação jurídica ou de fato. Autocontrato Se trata de uma situação em que um dos sujeitos é representado por outro com poderes para contratar e, ao invés de celebrar um contrato com terceiros, faz um acordo consigo próprio. Por exemplo, quando um mandatário, com poderes para vender um terreno em nome de seu mandante, adquire o terreno para si próprio, pagando o preço estabelecido. Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo. Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido subestabelecidos”. CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS Classificação quanto à relação de dependência Contratos principais: existem independentemente de outros contratos e são a regra geral. Contratos acessórios: pressupõem a existência de outro contrato, como a fiança, caução, penhor, hipoteca e anticrese. Princípios fundamentais: 1. A nulidade da obrigação principal anula as acessórias, mas o inverso não ocorre (art. 184). 2. A prestação da obrigação principal inclui as acessórias, mas o oposto não é válido. A prescrição da obrigação acessória não afeta a da principal (RT, 476:155). Classificação quanto à definitividade Contrato definitivo: Contratos preliminares: são negócios jurídicos cuja finalidade é a celebração de um contrato definitivo e são exceção no ordenamento jurídico brasileiro. ➔ As partes criam a faculdade de exigir o cumprimento de um contrato definitivo. ➔ Pode ser unilateral ou bilateral e sua natureza jurídica é de negócio jurídico, com base no art. 462 do Código Civil. ➔ Na classificação primária, pode ser exigível, retratável e oneroso. ➔ Na subclassificação dos pré-contratos bilaterais, pode ser próprio ou impróprio Exemplo de acordo preliminar: um acordo de intenções entre duas empresas para a futura celebração de um contrato de compra e venda de um determinado produto. Contrato atípico ➔ São aqueles que não possuem uma regulamentação específica na legislação, diferentemente dos contratos típicos. ➔ Esses contratos são criados para atender necessidades específicas das partes envolvidas, e podem ser de diversas modalidades. ➔ Possibilitam a criação de acordos personalizados e flexíveis, que atendem às necessidades específicas de cada negociação.
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