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CULTURA DA MAÇA

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Jean Carlos

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CULTURA DA MAÇA
Sarna-da-macieira
A sarna da macieira é a doença mais importante da macieira, principalmente, porque, se não controlada, pode inutilizar toda a produção de fruta. Outras doenças da parte aérea da macieira são conhecidas como doenças de verão, porque seus sintomas são visíveis, em maior intensidade, nesse período do ano. Entre elas, encontram-se a podridão- branca (Botryosphaeria dothidea, sin.berengeriana), a podridão-amarga (Glomerella cingulata/C. gloesporioides e C. acutatum), a mancha-foliar da ‘Gala’ (Glomerella cingulata/gloesporioides e C. spp.) e a podridão-olho- de-boi (Pezicula malicorticis). O impacto potencial destas doenças no Sul do Brasil foi constatado no ciclo 1997-1998, quando verificaram-se perdas de 10% a 20% em pomares da cv. Fuji, com alta infestação por podridão branca e por podridão amarga, e em 2000, quando verificou-se que a podridão- olho-de-boi se constituiu na segunda doença de maior importância. Estas doenças continuaram a se manifestar durante a frigorificação. Na cv. Gala, 90% dos pomares foram afetados pela mancha foliar.
Sintomas
A sarna-da-macieira, causada por Venturia inaequalis, ocorre em folhas, pecíolos, flores e frutas. As primeiras infecções ocorrem em pontas verdes, iniciando-se na parte inferior das folhas. Sobre as lesões desenvolve-se uma massa aveludada de conídios (Fig. 1A). Infecções graves geralmente causam a queda das folhas e das frutas debilitando a planta e prejudicando o seu desenvolvimento no ciclo seguinte.
A infecção nas frutas novas é inicialmente superficial, com massas marrom-esverdeadas (Fig. 1B). As lesões mais velhas desenvolvem aspecto de cortiça, que racham à medida que ocorre o crescimento das frutas. Nessa situação, acontece também a deformação das maçãs. As lesões cicatrizam-se nas frutas após os tratamentos químicos, mas não há cura total e novas áreas com conídios surgem na presença de alta umidade relativa e na ausência de proteção (Fig.1C). Nas folhas, os tratamentos curativos são mais eficazes e as lesões curadas são, em geral, irregulares e de coloração amarelo-avermelhadas.
. A
 B
 C
Fig. 1. Folha com lesões esporuladas de sarna da macieira (A). Sarna inicial em frutas novas (B). Frutas maduras com lesões de sarna apresentando massas conidiais escuras (C).
Controle
A redução das perdas causadas pela doença se obtém com o uso de cultivares resistentes, obtidas por diferentes programas de melhoramento. Entre as selecionadas no exterior, destacam-se as cvs. Prima, Priscilla, Jonafree, Liberty e Freedom e, no Brasil, as cvs. Fred Hough e Catarina. A maior parte das cultivares resistentes à sarna-da-macieira é suscetível às doenças de verão e têm suscetibilidade variável às outras doenças que ocorrem na primavera.
A redução do inóculo inicial é obtida com práticas que estimulam a decomposição das folhas que caem no período de outono- inverno. Isso é conseguido pela aplicação de uréia a 5% nas plantas com cerca de 30% de queda de folhas, molhando também o solo na faixa da projeção da copa na fileira. Tratamentos adicionais podem ser feitos com suspensões de esterco. O manejo equilibrado das plantas, o uso correto de fertilizantes, a abertura da copa e o raleio são indispensáveis para reduzir a incidência da doença. O controle químico é feito com fungicidas de contato, sistêmicos e parcialmente sistêmicos. Eles podem ter efeitos protetores, curativos em pré-sintomas e /ou erradicantes.
Os fungicidas de contato têm efeito protetor de até 7 dias, mas uma chuva acumulada com volume superior a 20 mm nesse período lava os produtos. Os fun- gicidas sistêmicos e parcialmente sistê- micos não são afetados por chuvas até 4 horas após a aplicação. Esses devem ser aplicados em intervalos de 7 dias. No caso dos inibidores de síntese do ergosterol, há perda de eficiência sob condições de temperatura inferior a 10ºC. Um resumo das características e das recomendações de uso dos fungicidas usados para o controle dessa doença consta das Tabelas 1 e 2 .
Nos períodos de grande crescimento vegetativo e risco grave de epidemia os fungicidas devem ser aplicados nas doses máximas e em intervalos menores aos usados normalmente.
O conhecimento das condições ambientais que possibilitam o início das epidemias de sarna (Tabela 3) e o monito- ramento da disponibilidade de inóculo primário (ascosporos) constituem a base do sistema de alerta sobre a sarna-da-ma- cieira para os produtores. Esse monitora- mento é utilizado na maioria dos países produtores de maçãs, inclusive no Brasil.
Mancha foliar da ’Gala’
Sintomas
A mancha foliar da ‘Gala’ é causada por Glomerella cingulata/Colletotrichum gloeosporioides, Colletotrichum spp.
Nas folhas as lesões são inicialmente avermelhadas, sem margens definidas, distribuídas ao acaso no limbo foliar, e de tamanho que varia de 1 a 4 mm de diâ- metro. Essa lesão evolui até tornar-se amarelo-acinzentada, às vezes com mar- gens marrom-avermelhadas. No centro da lesão, desenvolvem-se pontos escuros, que são os corpos de frutificação do fungo causador da doença. As folhas afetadas caem precocemente. (Fig. 2A).
As manchas nas frutas e nos pedúnculos são superficiais, de cor marrom- clara, esféricas, de 1 a 3 mm de diâmetro, escurecendo e cicatrizando a seguir (Fig. 2B). Não há desenvolvimento poste- rior dessas lesões na forma de podridão amarga. No entanto, estirpes associadas à podridão amarga que estejam contami- nando a superfície das maçãs podem infetá- las a partir das lesões. Infecções iniciadas logo antes da colheita podem continuar seu desenvolvimento durante a frigorifi- cação e a comercialização das frutas.
Controle
As práticas de controle mais importantes são as que visam a redução das fontes de infecção para que, na primavera seguinte, haja a menor quantidade possível de inóculo. Assim, no inverno, devem-se eliminar as folhas ou promover sua decomposição, proteger as plantas no inverno com produtos cúpricos, além de retirar e queimar os restos de poda e as frutas mumificadas.
Na primavera, as práticas têm por objetivo diminuir as fontes de infecção e aumentar a ventilação nas plantas. Recomenda-se manter o pomar livre de ramos, folhas ou frutas doentes, formar as plantas com ramos dispostos à altura mínima de 80 cm do solo, utilizar poda e/ ou nutrição equilibrada para obter plantas sem enfolhamento excessivo, melhorar a drenagem do pomar, eliminar ou ralear os quebra-ventos e manter no máximo, a 20 cm a altura das invasoras na fileira.
Recomenda-se o controle químico da mancha foliar por Glomerella com o uso dos fungicidas mancozeb, captan, chlorothalonil e dithianon, sempre quando a chuva acumulada no intervalo atingir 30 mm. Esses produtos devem ser utilizados na dose registrada, em intervalos máximos de
10 dias, aplicando-os de acordo com volume da copa das árvores, para se conseguir a cobertura uniforme e total das frutas e das folhas.
Após a colheita, as plantas infectadas devem continuar sendo tratadas até o fim de março para reduzir o inóculo no pomar e evitar a queda precoce das folhas. Assim, previnem-se prejuízos no desenvolvimento e na qualidade das gemas frutíferas das macieiras no próximo ciclo vegetativo. Os tratamentos podem ser feitos com mancozeb, enxofre ou com oxicloreto de cobre, utilizando-os alternadamente durante esse período.
 A
 B
Fig. 2. Queda precoce de folhas provocada pela Mancha Foliar da Gala e ausência de sintomas na cv. Fuji (A). Manchas e amarelecimento de folhas pela Mancha Foliar (B).
Podridão-amarga
Sintomas
A podridão-amarga é causada por Glomerella cingulata/C. gloesporioides e por C. acutatum.
Podridão firme, aquosa, deprimida, circular e de cor marrom. Na epiderme afetada podem ser observados círculos concêntricos, com pontos alaranjados de aspecto ceroso correspondentes às fruti- ficações conidiais (Fig. 3A). Em lesões ini- ciais a polpa afetada pode apresentar forma de cone invertido. Se as lesões forem originadas pela fase perfeita do patógeno (G. cingulata), pequenas elevações pretas (peritécios), se desenvolverão no centrodas lesões (Fig. 3B).
Controle
A redução do inóculo inicial é obtida pela remoção e pela destruição das frutas doentes e dos ramos com cancros, prática que deve continuar durante a primavera. O controle químico tem resultados variá- veis, provavelmente pelo fato de seu sucesso depender da sensibilidade aos fungicidas dos isolados patogênicos dominantes no pomar.
Os produtos recomendados para o controle dessa doença são os de contato (folpet, captan, dithianon, chorothalonil), doses baixas de cúpricos e os benzimidazóis. Estes últimos, porém, são efetivos para C. gloeosporioides e o não são para C. acutatum.
 A
 B
Fig. 3. Podridão-amarga com massas conidiais alaran- jadas (A). Podridão-amarga de maçãs por isolados de G. cingulata (B).
Cancros-dos-ramos, podridão-branca e podridão-preta
Sintomas
O cancro-dos-ramos e a podridão- branca das maçãs são causados por Botryosphaeria dothidea = B. beringeriana =
B. ribis spp., já a podridão-preta das maçãs é causada por Botryosphaeria obtusa / Physalospora malorum
Os cancros iniciam-se por lesões marrom-avermelhadas, com margem definida, e que afetam principalmente o córtex dos ramos ou o caule das mudas ou o tronco das plantas adultas. À medida que as lesões crescem, a epiderme desprende- se do lenho, semelhante a uma folha de papel, sintoma que é conhecido como cancro-papel. Na superfície dos ramos infectados desenvolvem-se pontuações pretas, os peritécios e picnídios, que correspondem às fases sexuada e assexuada do patógeno (Fig. 4A).
A podridão é marrom-escura, relativamente seca, não-deprimida e, geralmente, profunda na epiderme. Inicia- se com um ponto marrom-escuro ou vermelho, às vezes com o centro preto, a partir do qual se desenvolve uma podridão circular de cor marrom, às vezes com círculos concêntricos mais escuros (Fig. 4B). As podridões iniciais não apresentam corpos de frutificações do patógeno ea polpa apresenta lesão marrom, de margem definida e geralmente circular. A seguir, e mais freqüentemente no caso das podridões por B. dothidea, desenvolve- se, nas frutas, uma decomposição interna firme, de cor marrom-clara, que apresenta exsudação (Fig. 4C). Nas podridões com
B. obtusa (Fig. 4D), a fruta pode escurecer e mumificar-se a seguir. Na superfície dessas maçãs, observam-se picnídios pretos e, às vezes, micélio verde-escuro. A podri- dão desenvolve-se lentamente nas câmaras frias e continua rapidamente durante a comercialização.
Controle
A eliminação das frutas mumificadas e dos ramos com cancros reduz o inóculo inicial. Outra prática necessária é a destruição dos ramos grossos de poda e a trituração ou queima dos ramos de poda de inverno e da poda verde. O controle químico é feito com fungicidas protetores a cada 10 dias, alternando-se benzimidazóis em uma aplicação mensal, especialmente nas cvs. Fuji , Golden Delicious e Granny Smith.
 A
 C
 B
 D
Fig. 4. Cancro-de-ramos por Botryosphaeria dothidea (A). Diferentes sintomas de podridão branca (B). Frutas com fermentação interna causada pela podridão branca (C). Podridão-preta por Botryosphaeria obtusa (D).
Podridão-olho-de-boi e cancro-perene
Sintomas
A podridão-olho-de-boi é causada por Pezicula malicorticis/Cryptosporiopsis perennans. Podridão de cor marrom-clara com o centro amarelo-pálido, de forma mais ou menos circular, às vezes com margens marrom-escuras ou avermelhadas, depri- midas, de textura firme e desenvolvimento lento. Internamente os tecidos apresentam- se desidratados e com cavernas que surgem no centro da lesão e/ou em outras áreas da podridão, como resultado da compactação de áreas afetadas (Fig. 5). As margens entre os tecidos doentes e os sadios são bem definidas. Sob condições de alta umidade relativa, no centro das lesões mais velhas podem se desenvolver acérvu- los, estruturas escuras que produzem massas de conídios branco-alaranjados. Nos cancros os tecidos internos são amare- lados e a epiderme se separa do cortex (Fig. 5A, 5B e 5C).
Controle
A redução de inóculo é obtida principalmente eliminando os cancros. O uso de fungicidas cúpricos no inverno e de protetores em pré-colheita auxilia na redução das perdas por esta doença.
Podridão-carpelar
Sintomas
A podridão-carpelar é causada por: Alternaria ssp., Fusarium ssp., Botrytis cinerea, Botryosphaeria dothidea e Cryptosporiopsis perennan As frutas afetadas no campo são mais coloridas, geralmente deformadas, não se desenvolvem e caem antes da colheita. Na região dos carpelos, dependendo do tipo de patógeno envolvido, desenvolvem-se podridões secas ou aquosas, de cor preta ou marrom-clara ou escura (Fig. 6A, 6B e 6C).
Controle
Sendo uma doença secundária somente podem ser reduzidas as perdas com o manejo da cultura que propicie melhor desenvolvimento dos frutos e com o uso de cultivares menos suscetíveis.
 A
 B
 C
Fig. 6. A) Sintoma externo de podridão-carpelar; B) Sintoma interno de podridão-carpelar;C) Podridão-carpelar por Pezicula malicorticis.
Mancha-necrótica-foliar (distúrbio de origem não- patogênica)
Sintomas
Caracteriza-se pela ocorrência de manchas necróticas irregulares nas folhas maduras. Em geral, as folhas do segmento médio dos ramos são mais afetadas. As lesões são inicialmente amareladas e logo tornam-se necrosadas, amarelescendo e caindo em seguida (Fig. 7A e 7B). O pro- blema ocorre geralmente a partir de dezembro e é mais grave no fim do verão
Controle
A redução de perdas ocorre com o uso de fungicidas do grupo dos ditiocarba- matos. Resultados semelhantes são obtidos com a aplicação de óxido de zinco.
 A
 B
Fig. 7. A) Sintomas da mancha-necrótica em folhas velhas de macieira; B) Amarele- cimento e queda foliar causados pela man- cha-necrótica.
Podridão-de-raízes- da-macieira
Sintomas na parte aérea
Na primavera as plantas doentes têm brotação esparsa, lançamentos e folhas pequenas de coloração verde-clara ou amarelada. Nos meses de novembro e dezembro,essessintomassãomaismarcantes, observando-se também floração antecipada e grande quantidade de frutas estabelecidas. No verão, além da redução do crescimento, pode ocorrer um avermelhamento das folhas e uma pigmentação amarelada ou rosa, nos ramos expostos ao sol. Isso ocorre pela falta de enfolhamento das plantas doentes. Nessa época, é evidente, também, um número de frutas pequenas e muito coloridas. Logo após a colheita, o desfolhamento é antecipado.
Podridão-do-colo e podridão-das-raízes
Sintom
A podridão-do-colo e a podridão-das- raízes são causadas por Phytophthora cactorum e Phytophthora spp.
As lesões podem estar localizadas na região do colo, na inserção das raízes principais, na raiz pivotante e, às vezes, no extremo distal das raízes. Nas podridões iniciais, observam-se tecidos amarelados a marrom-avermelhados, úmidos, localizados no córtex das raízes (Fig.11A). As lesões avançadas são marrom escuro-avermelha- das, úmidas, e, na região afetada, os tecidos são facilmente destacáveis, desfiam-se, sendo que epiderme apresenta-se separada dos tecidos internos. O lenho das raízes podres permanece duro e escurecido.
Nessa podridão não ocorrem estrutu- ras dos fungos (micélio visível) e não existem desenhos, com exceção das regiões de avanço da podridão (Fig.11B). Nas raí- zes mortas encontra-se somente o lenho. Em condições de solo seco, podem ser encontrados restos de tecidos mortos, de cor marrom a preta, secos aderidos ao lenho das raízes, com a epiderme solta.
Controle
Desinfecção do solo após o arranquio das plantas doentes e colonização do solo com Trichoderma. Em áreas de alta incidência, deve-se fazer tratamentos das plantas vizinhas às mortas, com fungicidas sistêmico específico e evitar condições que favoreçam a manutenção de umidade na região do colo da planta, como, por exemplo: presença de invasoras e má drenagem. Deve-se, também, realizar o uso cuidadoso de ferramentas para capina, além da seleção de mudas, eliminando aquelas que apresentam lesões nas raízes e tratando o sistema radicular com fungicida antes do plantio.
Não deve ser estabelecido pomar emárea recém desmatada ou de campo bruto. Usar porta-enxertos resistentes.
 A
 B
Fig. 11. A) Podridão-por-Phytophtora em mudas de macieira; B) Podridão-por- Phytophtora cactorum em macieira.
Roseliniose
Sintomas
A Roseliniose é causada por Rosellinia necatrix/Dematophora necatrix.
A podridão é marrom amarelada, úmida e mole. Afeta raízes e o colo das plantas, podendo comprometer a casca e o cerne das raízes. A epiderme da raiz fica preta e na superfície observa-se micélio cotonoso verde-escuro a preto. Em algumas condições, observa-se micélio branco na região abaixo da epiderme, o qual se desprende com facilidade. Na superfície das raízes, podem ser observados riscas ou pontos pretos com o centro branco no tecido lesionado e cordões marrom-escuros de micélio sobre a raiz (Figuras 109A, 109B, 109C).
Controle128
O controle se faz pela eliminação das plantas com sintomas, retirando-se todas as raízes, pela desinfecção do solo com brometo de metila e a aplicação de Trichoderma antes do replantio, pela seleção das mudas, pelo tratamento das raízes com fungicida, pela adubação e pela calagem do solo na cova.
Não devem ser estabelecidos pomares em solos recém desmatados ou de campo bruto. A
 B
 C
Fig. 12. A) Podridão-branca-das-raízes causadas por Rosellinia necatrix; B) Pontos pretos com centro branco nos tecidos da raiz com a podridão branca, C) Podridão branca das raízes em macieira jovem.
Xilariose, cortiça
ou podridão-preta- das-raízes
Sintomas
A xilariose, cortiça ou podridão-preta- das-raízes é causada por Xylaria e Xylaria ssp. Podridão amarelada, medianamente úmida, com bolsões de micélio branco. As raízes com podridão avançada são amare- ladas, leves, quebram-se como cortiça e têm desenhos ou linhas pretas irregulares.
Na primavera, podem surgir, no colo das plantas, estruturas semelhantes a raízes novas, com ápice amarelo, branco no início e preto na maturação. Outros agrupamen- tos de estruturas associadas são semelhan- tes cabeça de palito de fósforo sobre um pedúnculo, com tamanho de 3 a 5 cm de comprimento. As plantas que apresentam podridão avançada quebram-se facilmente no colo quando arrancadas (Fig. 13A e 13B).
Controle
Eliminação da planta com todas as raízes, desinfecção das covas com brometo de metila e colonização com Trichoderma.
Podridão-por-Sclerotium causada por Sclerotium rolfsii
Sintomas
A podridão-por-Sclerotium é causada por Sclerotium rolfsii.
Podem ocorrer no colo e nas raízes de plantas, no viveiro ou no pomar. A podridão é marrom-amarelada, mais ou menos úmida e às vezes com micélio branco no tecido afetado. Geralmente, em plantas adultas, não afeta o cerne das raízes. No colo das plantas e no solo ao redor, há desenvolvi- mento de micélio branco e de escleródios branco-amarelados, semelhantes a sementes (Fig. 14).
Controle
Devem-se selecionar as mudas e proteger suas raízes com fungicida. Nos pomares com plantas infectadas deve-se providenciar o arranquio das macieiras com sintomas e a eliminação da maior parte das raízes, realizar adubação e calagem do solo na cova, desinfectar o solo com brometo de metila e aplicar Trichoderma. Devem-se evitar práticas que causam ferimentos e diminuam o vigor das plantas. O uso do fungicida carboxim (0,1%) tem sido eficiente para controle de focos da doença no viveiro.
Fig. 14. Podridão por Sclerotium em mudas de macieira
Podridão-branca- por-Corticium
Sintomas
A podridão-branca-por-Corticium, cau- sada por Corticium galactinum, é branco- amarelada, mais ou menos seca e mole. Às vezes apresenta-se na forma de manchas brancas da raiz. Em estádios avançados, afeta a raiz inteira. Na superfície das raízes ocorre um crescimento pulverulento branco com o centro amarelado, onde são encontrados os basidiósporos. Essa estru- tura pode encontrar-se aderida às raízes ou colo das plantas. As raízes infectadas são quebradiças e esmigalham-se com facili- dade permanecendo sempre brancas (Fig. 15).
Controle
Deve-se efetuar o arranquio da planta e retirar todas as raízes, desinfectar o solo com brometo de metila, e aplicar Trichoderma. Deve-se evitar danos na região do colo e nas raízes das plantas e o deslocamento de solo de locais com de plantas doentes para as vizinhas. Reco- menda-se o manejo cuidadoso para aumentar o vigor das plantas, fazer adubação e calagem do solo na cova e fazer uso de mudas sadias.
Fig. 15. Podridão por Corticium.
Podridão por Rhizoctonia solani e Fusarium spp.
Sintomas
A podridão é causada por Rhizoctonia solani e Fusarium spp.
Podridões marrom-claras, mais ou menos secas, localizadas no colo e em raízes principais e raízes finas. No caso de Rhizoctonia, ocorre desenvolvimento de micé- liomarrom, cotonoso, nasuperfície dasraízes.
Controle
As mudas devem ser sadias e tratadas com fungicida. Efetuar o arranquio das plantas eliminando-se as raízes, realizar a adubação e a calagem do solo na cova e a desinfecção do solo, além de adotar um manejo que evite ferimentos e o vigor excessivo das plantas.
Doença do replantio (etiologia complexa)
Sintomas
As plantas afetadas, em geral, apresentam redução do sistema radicular, diminuição drástica de raízes finas e crescimento reduzido da parte aérea. Nas plantas mais afetadas pode ocorrer o amarelecimento ou o avermelhamento precoce das folhas. A intensidade dos sintomas depende do local, sendo o mal mais severo nos porta-enxertos de menor vigor.
Controle
Recomenda-se fazer diagnóstico laboratorial da severidade potencial da doença no solo a ser replantado, visando definir melhor as práticas de manejo do solo a serem adotadas. Solos onde se localizaram pomares ou viveiros devem ser adubados, corrigidos e cultivados com gramíneas, pelo menos durante 1 ano. No solo da cova de replantio, deve ser utilizado fosfato monoamônico (MAP), na dose de 200 g/m3, incorporando-o logo embaixo da raiz da muda, por ocasião do plantio. De preferência, nos locais onde há alto potencial de ocorrência severa dessa doença, devem ser utilizados porta- enxertos vigorosos e com sistema radicular avantajado.
MAMAO
Vírus-da-mancha-anelar-do mamoeiro
Os sintomas dessa virose começam com o amarelecimento das folhas mais novas, e, posteriormente, ocorrem: o clareamento das nervuras; o enrugamento e mosaico das folhas; a redução da lâmina foliar (sintoma conhecido como fio-de-sapato); o aparecimento de estrias oleosas nos pecíolos e na parte superior do caule; bem como a formação de anéis nos frutos e, como consequência, alterações em seu sabor e aroma.
Epidemiologia
Nas regiões tropicais e subtropicais, onde os dois biótipos e seus hospedeiros estão presentes, o PRSV-P efetivamente completa seu ciclo em mamoeiro enquanto que PRSV-W completa seu ciclo em cucurbitáceas. Em outras palavras, nestas regiões as cucurbitáceas não servem como hospedeiro alternativo para PRSV-P.
Vírus-da-meleira
A meleira é uma das principais doença do mamoeiro devido as perdas que causa e os custos necessários para o seu controle. A doença foi constatada inicialmente nos anos 80 em Teixeira de Freitas, no Extremo Sul da Bahia. Atualmente, está presente nas principais regiões produtoras de mamão do Brasil e, se não controlada, pode afetar até 100% das plantas de um pomar comercial.
Epidemiologia
 O período do ano mais favorável ao provável desenvolvimento da doença são os meses mais frios e secos, enquanto os meses mais quentes e chuvosos favorecem a atenuação dos sintomas, o que faz com que a intensidade da meleira seja baixa. As variações na intensidade da doença geraram três padrões de epidemias, com incidências variando de 0,1 a 8,4%, de 11,0 a 34,8% e de 45,0 a 65,0%.
Pinta preta do mamoeiro
A pinta preta, também conhecida em algumas regiões como varíola do mamoeiro, é uma doença muito comum tanto em pomares comerciais como em pomares domésticos. Constitui-se, hoje, na doença fúngica mais importante da cultura, pela depreciação do aspecto comercial da fruta e pela exigência de muitas aplicações de pesticidas para o seu controle, na maioria das vezes obedecendo um programa de aplicações comrecomendação para cada período do ano. O fruto manchado não é comercializado para o mercado externo ou para o mercado interno mais exigente e, quando comercializado para o consumidor menos exigente, sofre grande desvalorização comercial.
Epidemiologia
Sob condições de umidade relativa acima de 80%, temperaturas alternando-se entre alta durante o dia e amena durante a noite, com formação de nevoeiro pela manhã, pluviosidade e ventos fortes, acontece a dispersão para as folhas mais novas e para os frutos ainda verdes, que são colonizados e, cerca de 15 dias após, começam a aparecer as novas lesões. A maior dispersão de esporos fruto a fruto observa-se a partir da erupção dos estromas que vão aparecer plenamente no início da sua maturação.
Cultura da Manga
	Morte descendente ou podridão seca da mangueira
(Botryodyplodia theobromae = Lasiodiplodia theobromae)
	
Sintomatologia, danos e importância econômica
A sintomatologia pode iniciar nos ponteiros da copa, principalmente na panícula da frutificação anterior, progredindo para os ramos, atingindo as gemas vegetativas, que reagem com a produção de exsudados gomosos de coloração clara a escura. Observa-se também, morte de ramos com folhas de coloração palha e com pecíolo necrosado. A penetração nas folhas também pode ocorrer através das bordas, causando necrose de cor palha com halo escuro. Nos ramos podados e sem proteção, a podridão acontece iniciando pelo ferimento, avançando de forma progressiva e contínua, podendo, também, se observar necrose e abortamento de flores e de frutos. Nos ramos mais grossos e no tronco, a infecção acontece de fora para dentro do lenho, iniciando nas rachaduras naturais do tronco e das bifurcações e sob o córtex, onde são observadas lesões escuras, que progridem para o interior do lenho, causando anelamento do órgão afetado, sobrevindo a morte da planta. 
Epidemiologia
Métodos de amostragem
Amostrar: 10 plantas em até 5 ha; 14 plantas em 06 a 10 ha e 18 plantas em 11 a 15 ha. 
Freqüência: semanal (da poda até a colheita). 
Folhas: avaliar a presença de sintomas (secamento de folhas iniciando nas bordas e com escurecimento de seu pecíolo), em folhas de oito ramos por planta, sendo dois por quadrante, fazendo uma observação de cinco folhas da parte apical de um ramo e de cinco folhas da parte mediana do outro ramo. 
Ramos: avaliar a presença de sintomas (escurecimento e exsudações em gemas ou em rachaduras do ramo) em oito ramos por planta, sendo dois por quadrante, fazendo observações em uma gema de brotação apical de um ramo e de uma gema de brotação da parte mediana do outro ramo, como,também, ao longo destes. 
Inflorescências: avaliar a presença ou ausência de sintomas (panículas com flores e totalmente secas e/ou panículas com alguma queda de flores e com secamento apical de sua raque) em oito inflorescências, sendo duas por quadrante. 
Frutos: avaliar a presença ou ausência de sintomas (escurecimento peduncular e/ou basal de aparência seca ou com amolecimento) em oito frutos por planta, sendo dois por quadrante e em panículas distintas. 
Avaliação: cálculo da % de ocorrência em folhas, ramos, inflorescências, frutos, bifurcações e tronco 
Nível de ação
Medidas preventivas: tratamento periódico (anual) de troncos e bifurcações; eliminação de restos da cultura no chão do pomar a cada poda. 
Medidas reparadoras: > 10% de folhas com sintomas ou > 5% de ramos, ou  inflorescências e frutos com sintomas. Também, > 05% de bifurcações e > 10% de tronco com sintoma.
Controle
Através de levantamentos da predisponibilidade da planta ao fungo na região e estudos de proteção e controle realizados pela Embrapa Semi-Árido, verificou-se que os cuidados com a sanidade do pomar em relação a esse fungo necessitam ser preventivos e em conjunto. Para tanto, os mangicultores da região precisariam implantar, em seu calendário de rotina, as práticas integradas listadas a seguir, que incluem medidas culturais, químicas e de monitoramento: 
Medidas culturais
estabelecer as podas de limpeza após a colheita, eliminando-se os ponteiros ou panículas da produção anterior; 
podar e eliminar, sistematicamente, os ramos e ponteiros necrosados ou secos que possam favorecer a sobrevivência do fungo no pomar; 
proteger as áreas podadas, pincelando com thiabendazole ou benomyl, a fim de evitar novas infecções; 
desinfestar as ferramentas de poda, com uma solução de hipoclorito de sódio (água sanitária) diluída em água corrente na proporção de 1:3; 
eliminar todas as plantas mortas ou que apresentam a doença em estádio avançado, a fim de reduzir o potencial de inóculo no campo; 
não deixar no chão materiais vegetais de mangueira, ainda que sadios, uma vez que estes podem ser parasitados pelo fungo; 
adubar adequadamente o pomar, no que se refere aos macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg), com ênfase em Ca e Mg, e aos micronutrientes, com ênfase em Zn, desde a implantação do pomar; 
irrigar adequadamente o pomar, evitando a distribuição insuficiente da água e a molhação do tronco das plantas; 
evitar submeter a planta a estresse hídrico ou nutricional prolongado; 
controlar os insetos que possam causar ferimentos às plantas, que serão porta de entrada para o fungo; 
ter cuidado no uso de retardantes  de crescimentos e de indutores de floração, utilizando dosagens baixas, uma vez que estes vêm favorecendo a penetração do fungo, principalmente, quando em concentrações altas, devido a algumas queimas que causam no tecido vegetal. 
Controle químico
As pulverizações com thiabendazole (240 ml/100L) ou benomyl (100g/100L), nos períodos críticos da cultura, ou seja, na poda, estresse hídrico, indução floral, floração e frutificação, devem ser  acompanhadas de uma aplicação de iprodione após dez dias (200g/100L) a  fim de evitar resistência do fungo. Esse tratamento tem oferecido bons resultados nas áreas irrigadas do Nordeste; 
em pomares com o problema já instalado, a freqüência de pulverizações varia conforme a incidência da doença; 
tronco e bifurcações da planta devem ser pincelados com thiabendazole ou benomyl + um espalhante adesivo a partir de dois anos de idade da planta ou antes do aparecimento de rachaduras. 
Tratamento pós-colheita
tratamento hidrotérmico à temperatura de 58oC por 60 minutos, realizado para frutos para exportação, utilizado para mosca-das-frutas, tem sido satisfatório no combate à podridão basal e à antracnose; 
a imersão em suspensão fungicida com thiabendazole, na concentração de 0,1%, oferece proteção por algum tempo; 
pincelamento no corte do pedúnculo, por ocasião da colheita, com thiabendazole na concentração de 1%, também oferece proteção por algum tempo.
	Oídio (Oidium mangiferae) 
	
Sintomatologia, danos e importância econômica
A sintomatologia do oídio em planta adulta é caracterizada pela presença das estruturas do fungo (micélio, conidióforo e conídio) sobre a superfície vegetal, visível a olho nu, na forma de intenso crescimento pulverulento de cor branca que, em seguida, deixa a área afetada com aspecto ferruginoso. Os sintomas são observados em folhas, inflorescências, ramos e em  frutos novos.
Epidemiologia
Método de amostragem
Amostrar: 10 plantas em até 5 ha ; 14 plantas em 06 a 10 ha e 18 plantas em 11 a 15 ha. 
Freqüência: semanal, durante todo o ciclo da planta. 
Folhas: avaliar as cinco primeiras folhas do último fluxo de oito ramos de cada planta, sendo dois por quadrante, considerando presença ou ausência de sintomas (crescimento pulverulento de cor esbranquiçada no pecíolo e invadindo para a superfície da folha). 
Inflorescências: oito panículas por planta, sendo duas por quadrante, avaliando a presença ou ausência de sintomas (crescimento pulverulento de cor esbranquiçada sobre as flores, provocando sua queima). 
Avaliação: cálculo da % de ocorrência em folhas e inflorescências. 
Nível de ação
Medidas preventivas: Inspeções de 2 a 3 vezes por semana em toda a área, quando o período de floração ocorrer no  2º semestre. 
Medidas reparadoras: > 10% de folhas com sintomas, estando a planta sem flores ou > 5% estandoa planta com flores ou frutos; será < 5% quando inflorescências apresentarem sintomas.
Controle
Resultados positivos vêm sendo obtidos nos tratamentos com enxofre, na concentração de 0,2%, intercalados com produtos sistêmicos como tebucunazole a 0,05% e triadimenol a 0,1%, com intervalos de quinze dias. Devem ser efetuadas quatro pulverizações, sendo duas antes da abertura das flores e duas na formação dos frutos, evitando-se a aplicação nas horas mais quentes do dia, pois pela manhã, período mais fresco, há uma melhor retenção dos produtos aplicados na planta; 
outros fungicidas, como benomyl e mancozeb, utilizados no controle de outras doenças, como podridão seca da mangueira e antracnose, também têm efeito positivo sobre o oídio. Sugere-se, portanto, uma estratégia comum de controle quando essas doenças estão simultaneamente envolvidas; 
outros oidicidas sistêmicos, como fenarimol e pyrazophos, bastante utilizados na região, têm uma eficiência mais evidenciada quando alternados e intercalados com produtos de contato, como o enxofre; 
a alternância de produtos é recomendada para evitar a seleção de estirpes do fungo resistentes aos oidicidas.
	Malformação floral (embonecamento) e vegetativa
(Fusarium subglutinans) 
	
Sintomatologia, danos e importância econômica
Plantas infectadas com a estirpe do fungo da malformação, podem apresentar ou não sintomas. O fungo afeta as inflorescências e as brotações vegetativas da mangueira, aumentando os níveis endógenos das substâncias reguladoras do crescimento, principalmente as giberelinas; este desequilíbrio determina o desenvolvimento de brotações florais e vegetativas malformadas. O sintoma característico é a inflorescência compacta, formada pela massa de flores estéreis, com eixo primário mais curto e ramificações secundárias da panícula.. A inflorescência apresenta, inicialmente, um crescimento vigoroso, para, em seguida, murchar, convergindo-se numa massa negra, que permanece nas plantas por longo tempo. A malformação vegetativa pode ser observada em planta adulta, porém é mais freqüente em mudas no viveiro, e é caracterizada pelo superbrotamento das gemas terminais e axilares. 
Epidemiologia
Método de amostragem
Amostrar: 10 plantas em até 5 ha ; 14 plantas em 06 a 10 ha e 18 plantas em 11 a 15 ha. 
Freqüência: duas avaliações por ciclo da cultura, sendo a primeira após a poda e a segunda na fase de florescimento. 
Brotações: avaliar a presença ou ausência de sintomas (superbrotamento) em brotações ou gemas de oito ramos por planta, sendo dois por quadrante, fazendo observação em uma brotação na parte apical de um ramo e em uma brotação na parte mediana do outro ramo. 
Inflorescências: avaliar a presença ou ausência de sintomas (embonecamento floral) em oito inflorescências por planta, sendo duas por quadrante. 
Avaliação: cálculo da % de ocorrência em brotações e inflorescências 
Nível de ação
5% de brotações ou de inflorescências com sintomas. 
Controle
Os resultados positivos no controle são observados quando são adotadas medidas em conjunto (controle integrado). Assim, o controle químico isolado não resolve o problema. 
proceder vistoria periódica do pomar, principalmente nos casos de emergência de panícula sob temperaturas amenas; em viveiro, vistoriar as brotações vegetativas, observando as gemas; 
não usar, na formação de mudas, porta-enxertos infectados,  borbulhas ou garfos de plantas que apresentem ou já apresentaram sintomas da doença; 
queimar  mudas que apresentem sintomas de malformação vegetativa, uma vez que estas têm potencial para, quando adultas, desenvolver sintomas de malformação floral; 
evitar a aquisição de mudas malformadas e/ou provenientes de viveiros e regiões onde ocorra a doença. Em plantas adultas, podar e destruir os ramos que apresentem sintomas da malformação. No caso de reincidência dos sintomas, fazer uma poda drástica. A cada estrutura ou órgão podado, deve-se fazer a desinfestação dos instrumentos de poda, através da imersão em água sanitária diluída em água, na proporção de 1:3, protegendo-se as áreas podadas da planta com benomyl e cobre. 
Controle químico
O controle  de ácaros é aconselhável nos períodos de pré-floração, com produtos à base de enxofre molhável e quinomethionate. A aplicação de ácido naftaleno-acético a 200 ppm antes da diferenciação floral, em cobertura total, tem apresentado sucesso na inibição à malformação ou no equilíbrio das substâncias reguladoras do crescimento. Pulverizações com benomyl ou com outros produtos destinados ao controle de outras doenças, como oídio e podridão seca, podem diminuir as causas da malformação.
Variedade resistente
Com relação à resistência varietal entre as variedades de maior aceitação comercial, a variedade Haden apresenta tolerância  à malformação floral, enquanto que a Tommy Atkins é a mais suscetível.
	Antracnose (Colletotrichum gloeosporides )
	
Sintomatologia, danos e importância econômica
A antracnose ocorre em ramos, folhas, frutos e inflorescências. Os frutos podem apresentar manchas ou lesões escuras um pouco deprimidas por toda o sua superfície, desde o pedúnculo, e com aspecto úmido. A casca pode se romper e os frutos infectados chegam ao mercado, geralmente apodrecidos. Quando ocorre em frutos novos, estes podem cair prematuramente ou pode o fungo permanecer em latência até que amadureçam. 
As flores afetadas enegrecem e secam o pedúnculo, prejudicando a frutificação em toda a panícula. Na ráquis da inflorescência e suas ramificações, aparecem manchas de coloração marrom escura, profundas e secas, alongadas no sentido longitudinal, destruindo grande número de flores. As folhas podem ser afetadas, ficando manchadas de marrom, de forma oval ou irregular e tamanho variável. As lesões aparecem no ápice, margem ou centro da folha, podendo está se romper quando a incidência da doença é muito alta. 
Epidemiologia
Método de amostragem
Amostrar: 10 plantas em até 5 ha; 14 plantas em 06 a 10 ha e 18 plantas em 11 a 15 ha. 
Freqüência: semanal (da poda até a colheita) 
Folhas: avaliar a presença ou ausência de sintomas (manchas necróticas irregulares ou circulares de tamanho variado) em folhas de oito ramos por planta, sendo dois por quadrante, fazendo uma observação de cinco folhas da parte apical de um ramo e de cinco folhas da parte mediana do outro ramo. 
Inflorescências: avaliar a presença ou ausência de sintomas (necroses nas flores e engaço ou raquis, de coloração escura e salteadas) em oito inflorescências por planta, sendo duas por quadrante. 
Fruto: avaliar a presença ou ausência de sintomas (manchas necróticas com depressão na superfície do fruto, progredindo para a polpa) oito frutos por planta, sendo dois por quadrante em panículas distintas. 
Avaliação: cálculo da % de ocorrência em folhas, inflorescências e frutos. 
Nível de ação
Medidas preventivas: inspeções de 2 a 3 vezes por semana em toda a área quando no 1º semestre do ano o pomar  estiver com flores. 
Medidas reparadoras: > 10% de folhas com sintomas, estando a planta sem flores ou > 05% estando a planta com flores ou frutos. Também será > 5% de flores ou de frutos com sintomas.
Controle
Por depender muito das condições climáticas, primeiramente, o produtor deve adotar o sistema de inspeção freqüente no pomar, quando nas condições de temperatura e U. R. favoráveis à doença, principalmente nos períodos de floração, frutificação e colheita, de modo a estabelecer um controle adequado; 
Quanto às medidas culturais, sugere-se analisar, primeiramente, o espaçamento do plantio, considerando-se as copas de cada variedade, de modo que não comprometam a ventilação e a insolação entre as plantas, bem como as podas leves e periódicas, para abrir a copa e aumentar a aeração e penetração dos raios solares. As podas de limpeza, para eliminação dos galhos secos e frutos velhos remanescentes, são recomendadas, como também, o recolhimento de materiais vegetais caídos no chão, a fim de reduzir as fontes de inóculo do fungo no pomar; 
A associação do controle químico também é indispensável, principalmentelogo após a poda e nos períodos antes da abertura das flores, durante o florescimento e na frutificação. Os produtos podem ser à base de cobre, mancozeb e benomyl, em intervalos variáveis de quinze a vinte dias, dependendo das condições climáticas e da gravidade da doença. Recomenda-se a alternância de fungicidas de contato com os sistêmicos, para evitar o aparecimento de estirpes resistentes do fungo; 
No tratamento de pós-colheita, tem-se observado algum efeito positivo com a imersão dos frutos em tanques com suspensão de thiabendazole a 0,01%, como também no tratamento hidrotérmico já adotado para  moscas-das-frutas, utilizado nas mangas exportadas para os Estados Unidos. É uma medida eficiente para a antracnose, dispensando qualquer outro tipo de tratamento.
	Mancha de alternaria (Alternaria alternata e A. solani) 
	
Sintomatologia, danos e importância econômica
Nas condições do Vale do São Francisco, em região semi-árida do Nordeste do Brasil, os sintomas são em folhas, caracterizados por secamento das bordas contornado por uma linha não muito defenida, evoluindo para o interior da folha. Frutos em campo ainda não se constata a presença do fungo, porém existe suspeita de seus sintomas na pós colheita conforme. Análises em laboratório não nos permitiu o diagnostico em frutos de infecção latente. Os sintomas são de pequenas manchas com centros escuros e bordas difusas, as manchas são concêntricas pequenas ou coalescidas de forma mais ou menos circular na lateral da superfície  exteriorizado-se somente após a colheita.
A sintomatologia da mancha de alternaria em manga causada por A. alternata  é semelhante a causada pôr A. solani, o que dificulta uma diagnose precisa da doença em condições de campo, em termos de espécie. 
Epidemiologia
Método de amostrage
Amostrar: 10 plantas em até 5 ha ; 14 plantas em 06 a 10 ha e 18 plantas em 11 a 15 ha
Freqüência: quinzenal, durante todo o ciclo da cultura. 
Folhas: avaliar a presença ou ausência de sintomas (bordas com secamento contornado pôr  uma linha enegrecida evoluindo para o interior da folha) em folhas de oito ramos por planta, sendo dois por quadrante, fazendo uma observação em cinco folhas da parte apical de um ramo e em cinco folhas da parte mediana do outro ramo, e quantificar a presença de sintomas. 
Frutos: avaliar a presença ou ausência de sintomas (manchas concêntricas pequenas ou coalescidas de forma mais ou menos circular, na lateral da superfície de frutos) em oito frutos por planta, sendo dois por quadrante e em panículas distintas, e quantificar a presença de sintomas. 
Avaliação: cálculo da % de ocorrência em folhas e frutos 
Nível de ação
10%, de folhas com sintomas ou > 05% de frutos com sintomas. 
Controle
Na literatura pouco  foi encontrado para o controle da mancha de alternaria na cultura da manga. Prusky et al. (1999) relatam que a combinação do tratamento com água quente em pulverização mais o fungicida pochloraz (900ug/ ml) foi mais eficiente que o tratamento hidrotérmico convencional, com água quente a 55oC por 5 minutos. 
Prusky et al. (1983) verificaram que o tratamento químico na pré colheita reduz significativamente, 37%, as infeções latentes causadas pôr  A.  alternata no armazenamento, sendo esta uma alternativa para um planejamento de proteção pós colheita. 
Lonsdale e Kotzé (1993) avaliaram a eficiência de fungicidas no controle de doenças pós colheita em frutos de manga de variedades Tommy Atkins, Keitt e Irwin. Verificaram para A.  alternata a eficiência de Iprodione (50g i.a./100 L); Pochloraz (11,5g i.a./100 L) Flusilazol+mancozeb (2+160g i.a./100 L), sendo estes mais eficientes na variedade Tommy, apresentando em torno de 0% de infeção, do que na Keitt. 
No Vale do São Francisco, em vistas a freqüência de ocorrência, porém ainda em pequenos focos, tem-se orientado as seguintes medidas de controle:_ Moderação em todo o processo de manejo de indução floral, como pôr exemplo, redução do período de dias de estresse hídrico; poda de limpeza na copa da planta infectada, retirando ramos danificados ou com gemas em estresse; retirada de todas as folhas com sintoma, colhendo estas em um saco para posterior queima; pincelamento de todas as áreas de ferimento das podas com um fungicida sistêmico registrado para a cultura mais um produto adesivo e pulverização da planta. 
	Mancha angular (Xanthomonas campestris pv. Mangiferai indica) 
	
Sintomatologia, danos e importância econômica
Em frutos, pode-se observar lesões circulares, de coloração verde-escuro, a partir das quais podem ocorrer rachaduras quando o fruto se desenvolve. Quando a parte atacada é o pedúnculo, o fruto mumifica e murcha.
Nas folhas, pode-se observar o aparecimento de pequenos pontos encharcados de coloração castanha, rodeados por um halo de cor verde claro amarelado. Com a evolução da doença, as lesões se desenvolvem, escurecem e assumem formas angulares ao tocarem as nervuras. Em seguida, o tecido do centro das lesões cai, deixando as folhas com vários orifícios. 
Nas áreas irrigadas do Semi-Árido brasileiro os sintomas da mangha angular podem ser confundidos com os da mosquinha da panícula Erosomya mangiferae, sendo, as causadas pôr bactéria diferenciada pelo halo clorótico. No Submédio do Vale do São Francisco, até então, a doença acontece principalmente em folhas de brotações jovens e raramente em frutos, no primeiro semestre do ano, quando se tem um aumento da umidade relativa do ar, num período curto de fevereiro a abril. Podendo em condições atípicas, ocorrer fora deste. 
Epidemiologia
Método de amostrage
Amostrar: 10 plantas em até 5 ha ; 14 plantas em 06 a 10 ha e 18 plantas em 11 a 15 ha.
Freqüência: semanal, durante todo o ciclo da cultura. 
Folhas: avaliar as cinco primeiras folhas do último fluxo de oito ramos de cada planta, sendo dois por quadrante, considerando presença e ausência de sintomas (lesões necróticas circulares a angulares com halo clorótico visível nas duas faces foliares, medindo em torno de 2 a 3mm de diâmetro) ,  e quantificar a presença de sintomas.. 
Frutos: avaliar oito frutos por planta, sendo dois por quadrante e em panículas distintas, considerando presença ou ausência de sintomas (lesões necróticas circulares e concêntricas na superfície e progredindo para a polpa) ,  e quantificar a presença de sintomas. 
Avaliação: cálculo da % de ocorrência em folhas e frutos 
Nível de ação
10%, de folhas com sintomas ou >5% de frutos com sintomas. 
Alternativas de controle
Acompanhando as áreas de produção, a Embrapa Semi- Árido tem orientado aos mangicultores da região, uma pulverização quando nos primeiros sintomas e na época que precede as chuvas, com Kasugamicina + Oxicloreto de Cobre + Adesivo nas concentrações do rótulo para fruteiras, e ainda, o arejamento do pomar. 
Quando a doença encontra-se estabelecida no pomar, a orientação é fazer uma poda leve de limpeza dos ramos vegetativos novos e infectados, pincelamento das áreas podadas na planta, eliminação do material podado, desinfestação da tesoura de poda com hipoclorito mais água corrente, na proporção de 1:3 e pulverização com os produtos anteriormente citados.
	Seca-da-mangueira ou mal-do-recife (Ceratocystis fimbriata) 
	
Sintomatologia, danos e importância econômica
A infecção pode acontecer de duas formas: através da copa e das raízes. Quando através da copa, a seca da planta inicia-se pelos galhos finos da parte externa, progredindo lentamente em direção ao tronco, até atingi-lo, matando toda a planta. O fungo só consegue infectar a copa se for introduzido. Desta forma, o principal disseminador é um coleóptero, normalmente encontrado sob o córtex de galhos e troncos. Os sintomas são amarelecimento, murcha e seca dos galhos, que geralmente têm início num ramo da extremidade da copa. Quando a Os sintomas da seca da mangueira (Ceratocystis fimbriata) podem ser confundidos com os causados por Botryodiplodia theobromae e vice-versa. A diferença está na infecção de fora para dentro do lenho, causada pelo último, e de dentro do lenho para fora, quando causada peloprimeiro. 
Alternativas de controle
O controle preventivo mais coerente será através da medida de exclusão, ou seja, com auxílio de medidas legais de Defesa Vegetal, para impedir que a doença entre em áreas ou regiões isentas do problema. Como exemplo de medida de exclusão, recomenda-se impedir o transporte e a recepção de mudas produzidas em locais onde a doença ocorre para locais em que  não ocorre.O monitoramento do pomar com visitas periódicas, principalmente nos meses de maior precipitação e calor, é uma medida conveniente. 
As práticas culturais iniciam-se com a aquisição de mudas de locais ou regiões onde não ocorre a doença. Em locais isentos do problema, mas sob risco, como acontece no Vale do São Francisco, ao ser observada alguma ocorrência, recomenda-se a eliminação da planta infectada, retirando-se todas as raízes, e queimando-as imediatamente. No local da planta eliminada, suspender a irrigação, colocar cal e manter o solo limpo, sem vegetação, durante um tempo ainda não determinado, mas por precaução, orienta-se que sejam anos. Esta medida já foi adotada em Petrolina,  há dois anos e, até então, vem se obtendo sucesso. 
Em locais onde a doença já ocorre, as infecções via parte aérea são resultantes da disseminação via vetor; infecção possível de controle, que consiste em eliminar os galhos e ramos doentes 40cm abaixo do local infectado. Nesta situação, o produtor deve certificar-se da sanidade do ramo que vai permanecer na planta. Para tanto, deve  guiar-se pela coloração clara do lenho e pela ausência de estrias escuras no seu interior. Caso contrário, a poda deverá ser feita mais abaixo. Os galhos podados devem ser imediatamente queimados, a fim de evitar que os besouros infectados sejam liberados e que outros besouros incidam. Deve-se pincelar o local de poda com uma pasta cúprica + carbaril a 0,2%. As ferramentas de poda devem ser imediatamente limpas com uma solução de hipoclorito de sódio (água sanitária) a 2%, para evitar a transmissão do fungo a outras plantas. 
O controle da infecção, via sistema radicular, só é possível mediante porta-enxertos resistentes, como medida preventiva bastante promissora. O único impasse é o número de raças que o fungo apresenta, podendo uma cultivar de mangueira, resistente numa região, comportar-se como suscetível em outra, dependendo da raça do fungo que prevalece naquele local. A variedade de porta-enxerto Jasmim é considerada resistente a várias raças do fungo, embora seja suscetível a uma outra raça encontrada em Ribeirão Preto-SP. Outros estudos de resistência têm apontado as cultivares Carabao e Manga D'agua. A variedade Espada é um pouco tolerante e a Coquinho, muito suscetível. Os resultados de avaliação das copas, de um modo geral, apresentam alguma tolerância para as cultivares Rosa, Sabina, São Quirino, Oliveiras Neto, Espada, Jasmim, Keitt, Sesation, Kent, Irwin e Tommy Atkins.
DOENÇAS DA CULTURA DA UVA
    A videira (Vitis spp.) quando cultivada em condições climáticas favoráveis (elevada umidade e temperaturas amenas) ao desenvolvimento de fungos, está sujeita a uma série de doenças, as quais poderão acarretar graves prejuízos se não forem devidamente controladas. As principais doenças fúngicas que podem causar prejuízos para as videiras americanas e híbridos são descritos a seguir:     
Míldio - Plasmopara viticola
Antracnose - Elsinoe ampelina
Escoriose - Phomopsis viticola
Podridão da uva madura - Glomerella cingulata
Podridão Amarga - Melanconium fuligineum = Greeneria uvicola
Mancha das folhas - Isariopsis clavispora= Pseudocercospora vitis
Doenças da madeira ou podridão descendente
Fusariose - Fusarium oxysporum f.sp. herbemontis
	Míldio - Plasmopara viticola
	
     É a principal doença fúngica da videira, podendo infectar todas as partes verdes da planta, causando maiores danos quando afeta as flores e os frutos.
Sintomatologia:  Nas folhas, na parte superior aparecem manchas amarelas, translúcidas contra a luz do sol com aspecto encharcado, denominadas de "mancha de óleo" (Figura 1). Em umidade relativa alta (acima de 95%), surge a esporulação branca do fungo na parte inferior da mancha (Figura 2), a seguir a área afetada fica necrosada, podendo causar a queda da folha. Nas inflorescências infectadas ocorre o escurecimento da ráquis, podendo ainda haver esporulação do fungo, seguido pelo secamento e queda dos botões florais. Quando o fungo ataca as bagas mais desenvolvidas, estas são infectadas pelos pedicelos e o fungo se desenvolve no interior da baga, tornando-as escuras, duras, com superfícies deprimidas, provocando a queda das mesmas (Figura 3). Este sintoma nesta fase de desenvolvimento é denominado de "míldio larvado" ou grão preto.
Fig. 1. "Mancha de óleo" típica de míldio (Foto: G. Nakashima).
Fig. 2. Parte de baixo da folha com frutificação do fungo.
(Foto: G. Nakashima).
Fig. 3. Sintoma de míldio no cacho "grão preto". 
(Foto: G. Nakashima).
Condições predisponentes: A temperatura ideal para o desenvolvimento do míldio fica entre 18ºC a 25ºC. O fungo necessita de água livre nos tecidos por um período mínimo de 2 horas para haver infecção. A presença de água livre, seja proveniente de chuva, de orvalho, ou de gutação, é indispensável para haver a infecção, sendo a umidade relativa do ar acima de 98% necessários para haver a esporulação. A infecção do fungo nas folhas se dá pelos estômatos presentes na face inferior, estômatos e pedicelos durante a floração e inicio da frutificação e pedicelos quando a uva já está mais desenvolvida.
Medidas de controle: O controle preventivo deve começar adotando-se medidas que melhorem a aeração e insolação da copa, objetivando diminuir o tempo de molhamento foliar. Estas medidas incluem: espaçamento adequado; evitar áreas de baixada ou voltados para o sul, quando for escolher o local do vinhedo; boa disposição espacial dos ramos sobre o aramado; adubação equilibrada; poda verde (desbrota, desnetamento, desfolha, desponte, etc.). 
O controle químico deve ser realizado com os fungicidas registrados para a cultura (Tabela 3). Estes podem ter ação de contato (superfície), de profundidade, e ação sistêmica. 
Os produtos de contato só protegem a superfície coberta pela aplicação, e não tem ação sobre o fungo no interior dos tecidos, por isso uma boa e uniforme cobertura durante a pulverização é necessário para a eficácia destes produtos. Tem pouca persistência na planta, são facilmente destruídos pelas altas temperaturas, radiação solar e lavados pela chuva. 
Os fungicidas com ação de profundidade podem atuar sobre o fungo no interior das folhas até dois dias após a infecção, porém não circulam na planta e também só protegem as partes pulverizadas. Podem ser usados quando se constata os sintomas iniciais do míldio, porem são mais eficazes quando aplicados preventivamente. 
Os produtos sistêmicos circulam pela seiva da planta, podendo matar o fungo até três dias após a infecção. Devido sua ação sistêmica, podem proteger as partes não pulverizadas da planta. Embora mais eficazes, não se recomenda mais de duas a três aplicações por safra, pois há riscos do aparecimento de raças resistentes do fungo a estes fungicidas. Recomenda-se que estes produtos sejam aplicados nos estádios de maior sensibilidade da cultura, que são a floração até o inicio da maturação. Para evitar o aparecimento de resistência, recomenda-se também um programa de tratamentos com alternância de produtos. 
Os fungicidas cúpricos quando usados durante o florescimento e logo após o pegamento dos frutos podem causar fitotoxicidade. Um maior cuidado no controle do míldio deve ser dispensado durante a floração até o inicio da maturação, pois é nestes estádios que ocorre a infecção no cacho, causando o "míldio larvado ou grão preto". Os tratamentos devem ser preventivos, pois após o aparecimento do "grão preto" os danos e os prejuízos já foram produzidos. Na tabela 1, estão contidas informações sobre a eficácia dos principais princípios ativos recomendados para o controle do míldio. Algumas recomendações para evitaro surgimento de resistência de fingicidas ao fungo Plasmopara estão contidas na tabela 2.
	Antracnose - Elsinoe ampelina
	
Sintomatologia:  A doença ataca todos órgãos verdes da planta (folhas, gavinhas, ramos, inflorescência, e frutos). Nos ramos, a doença causa o aparecimento de cancros com formatos irregulares de coloração cinzenta no centro e bordo preto (Figura 4). Com a evolução da doença nas folhas, as manchas ficam perfuradas no centro. Nas bagas também aparecem manchas circulares de cor cinza no centro e preta nas bordas, comumente chamada de "olho-de-passarinho" (Figura 5).
Fig. 4. Sintoma de antracnose no ramo "cancros". 
(Foto G. Nakashima).
Fig. 5. Bagas com sintomas de antracnose.
(Foto: G. Nakashima).
Condições predisponentes: O desenvolvimento do fungo é favorecido por alta umidade provocada pela precipitação, nevoeiro e orvalho. O fungo pode se desenvolver desde temperatura de 2ºC a 32ºC, porém desenvolve-se melhor em temperatura em torno de 20ºC.
Medidas de controle: Algumas medidas preventivas devem ser tomadas por ocasião da implantação do vinhedo: evitar o plantio em baixadas úmidas e terrenos expostos aos ventos frios do Sul, construir quebra-vento quando a área for exposta aos ventos frios; utilizar material sadio. Estas medidas normalmente não são suficientes para um controle eficiente da doença, portanto quando se observa incidência de antracnose em anos anteriores, o controle deve ser iniciado no período de repouso da videira, pela poda e queima de ramos doentes, e/ou tratamento químico de inverno com calda sulfocálcica, visando eliminar ou reduzir o inoculo inicial. No inicio da brotação, a alta umidade e os tecidos tenros favorecem a infecção das plantas pelo patógeno. As pulverizações devem ser iniciadas nesta fase. As demais aplicações dependerão das condições climáticas e da persistência do produto, até o estádio de meia baga, após esta fase as bagas se tornam resistentes. Os produtos e doses recomendados para o controle da doença constam da tabela 3.
	Escoriose - Phomopsis viticola
	
     Pode ser facilmente confundida com antracnose, pois em determinada fase, os sintomas são muito semelhantes.
Sintomatologia: A escoriose se manifesta principalmente na base dos ramos do ano, apresentando os seguintes sintomas: necroses fusiformes ou arredondadas escuras, rachaduras e escoriações superficiais no córtex (Figura 6). No outono os ramos poderão se tornar esbranquiçados a partir de sua base e conter pequenos pontos negros que são os picnídios do fungo. Os ataques podem ocorrer nas nervuras principais de folhas jovens, pecíolos e pedúnculo.
     No limbo foliar, forma manchas arredondadas de 3 mm a 15 mm de diâmetro, sendo escura no centro e amarela(cloróticas) na periferia (Figura 7).
     Os ramos de ano podem quebrar facilmente devido ao intumescimento da sua inserção. Devido à morte das gemas basais a poda deve ser realizada na parte mediana do ramo, que distancia muito a produção da cepa, causando desequilíbrio da planta.
Fig. 6. Sintomas de escoriose nos ramos.
(Foto: G. Nakashima).
Fig. 7. Sintomas de escoriose nas folhas.
(Foto: G. Nakashima).
Condições predisponentes: A conservação do fungo se dá por meio de picnídios formados sobre os sarmentos e/ou do micélio no interior das gemas basais. Períodos prolongados de chuva e frio são as condições ideais para o patógeno. Temperatura entre 1ºC e 37ºC e períodos prolongados de água livre ou umidade relativa acima de 95% são as condições favoráveis às infecções. Os tecidos tenros(jovens) na fase inicial da brotação são altamente sensíveis ao fungo.
Medidas de controle: No inverno, reduzir o inóculo pela remoção e destruição dos ramos doentes e/ou tratamento com calda sulfocálcica antes do inicio da brotação.
     Na primavera, o controle deve ser realizado nos estádios inicias da brotação, por ser a fase mais sensível da planta, é nesta época que as condições climáticas são mais favoráveis ao patógeno. Sendo recomendados tratamentos nos estádios 05 (ponta verde) e 09 (duas a três folhas separadas).
	Podridão da uva madura - Glomerella cingulata
	
 Sintomatologia:  O sintoma principal é o apodrecimento dos frutos maduros. Sobre as bagas inicialmente aparecem manchas marrom-avermelhadas, que posteriormente atingem todo o fruto, escurecendo-o. Em condições de alta umidade aparecem as estruturas do fungo na forma de pontuações cinza-escuras, das quais exsuda uma massa rósea, que são os conídios (Figura 8). Esta massa rósea serve também para diferenciar da podridão amarga.
Fig. 8. Sintoma da podridão da uva madura, com esporulação do patógeno sobre as bagas.(Foto: L. Garrido).
Condições predisponentes: Temperatura entre 25ºC a 30ºC e alta umidade são as condições favoráveis ao patógeno. O fungo sobrevive em frutos mumificados e pedicelos, e na primavera, com elevada umidade, produz abundante frutificação. O excesso de nitrogênio favorece a infecção e o desenvolvimento do fungo.
Medidas de controle: A implementação de algumas medidas gerais são importantes para o manejo e controle da doença: remoção e destruição de frutos mumificados; eliminação de ramos podados; adubação equilibrada; localização do vinhedo (meia encosta e exposição norte). O tratamento químico deve ser iniciado no final da floração, e repetir as pulverizações para proteger as bagas em todos seus estádios de desenvolvimento (Tabela 3).
	Podridão Amarga - Melanconium fuligineum = Greeneria uvicola
	
Sintomatologia: Nas folhas e ramos forma manchas marrom-avermelhadas escuras e pequenas, raramente maiores que 0,1 mm a 0,3 mm de diâmetro, com um halo amarelo. A ocorrência mais séria é sobre as bagas, causando podridões e destruição dos pedicelos. Nos cachos, quando afeta o engaço, impede o livre fluxo da seiva para as bagas. Estas se tornam enrugadas e mumificadas e caem com facilidade. O ataque direto do fungo sobre as bagas faz com que elas adquiram, inicialmente, coloração marrom-avermelhada, sem entretanto alterar-lhes a conformação. Pode-se observar, posteriormente, pontuações negras constituídas por estruturas típicas do fungo (acérvulos). As bagas restantes que permanecem no cacho, murcham, tornam-se múmias pretas, duras e secas (Figura 9).
Fig. 9. Cacho de uva com sintoma de podridão amarga. (Foto: O. Sônego).
Condições predisponentes: Embora possa ocorrer numa faixa de 12ºC a 36ºC, as condições ideais para o desenvolvimento da podridão amarga são a temperatura em torno de 28ºC e a alta umidade.O fungo pode sobreviver saprofiticamente de um ano para outro sobre os restos de cultura, pedicelos mortos e frutos mumificados remanescentes nas plantas, servindo de fonte de inóculo para o próximo ciclo.
Medidas de controle: Algumas praticas são importantes para o manejo da doença e para melhorar a eficácia do tratamento químico: remoção e destruição de frutos mumificados; eliminação de ramos podados; adubação equilibrada; e arejamento da copa. O tratamento químico deve ser iniciado no final da floração, e repetir as pulverizações para proteger as bagas em todos seus estádios de desenvolvimento.
	Mancha das folhas - Isariopsis clavispora= Pseudocercospora vitis
	
     Em regiões quentes e úmidas a doença assume maior importância devido provocar desfolha precoce, podendo prejudicar a maturação dos ramos e enfraquecer a planta para o ciclo seguinte.
Sintomatologia: Os sintomas se manifestam principalmente nas folhas, onde são bastante característicos. No limbo foliar aparecem manchas bem definidas de contorno irregular e coloração inicialmente castanho-avermelhada, que mais tarde escurecem (Figura 10). As manchas podem atingir até 2 cm de diâmetro e apresentam um halo amarelado ou verde claro bem visível; e na face oposta da folha, no tecido correspondente, observa-se uma coloração pardacenta que são as frutificações do fungo. Não há perfurações nem deformações das folha. As frutificações do fungo se desenvolvem tanto na face superior como na inferior da folha. O ataque severo da doença provoca a queda prematura das folhas, comconseqüências sobre o vigor por falta de reservas que seriam acumuladas após a colheita da uva, prejudicando a maturação dos ramos, podendo predispo-los ao ataque de pragas e doenças.
Fig. 10. Sintoma de mancha das folhas. (Foto: L. Garrido)
Condições predisponentes: A doença se desenvolve melhor em condições de alta temperatura e umidade, aparececendo primeiro nas folhas mais velhas, geralmente no inicio de maturação da uva, em parreiras que não foram suficientemente tratadas contra míldio.
Medidas de controle: As medidas adotadas para o controle do míldio, exceto os cúpricos, geralmente são suficientes para manter as doenças em níveis baixos. Recomenda-se iniciar os tratamentos quando aparecer os primeiros sintomas. Os tratamentos químicos pós-colheita com ditiocarbamatos oferecem uma melhor proteção à folhagem, mantendo as folhas pôr mais tempo na planta. Os produtos e doses registrados constam da tabela 3.
	Doenças da madeira ou podridão descendente
	
     As doenças de madeira podem ser causadas por diversos fungos, os quais colonizam a parte interna da planta ocasionando podridão descendente, e levando a sua morte se não controlada adequadamente. Os principais agentes de podridão descendente encontrados em vinhedos do Rio Grande do Sul são: Eutypa sp., Botryosphaeria spp., Sphaeropsis sp. e Phomopsis viticola .
Sintomatologia:  Os sintomas do declínio são bastante genéricos, caracterizando-se pelo retardamento da brotação na primavera; encurtamento dos internódios; deformação e descoloração dos ramos, as folhas são menores do que o normal, deformadas e cloróticas, com pequenas necroses nas margens; podendo murchar e cair; redução drástica do vigor; superbrotamento; seca de ramos e a morte da planta. Frutificação irregular e com menor número de bagas também é verificada. Morte de ramos e frutificação do fungo nestes locais são características importantes para diagnóstico do agente envolvido no declínio. Corte transversal da área do ramo afetado mostra a extensão da doença, apresentando área da madeira escura, morta e não funcional, em forma de cunha, contrastando com a parte ainda viva (Figura 11).
Fig. 11. Sintoma de podridão descendente da videira.(Foto: L. Garrido).
Condições predisponentes: A infecção ocorre por ferimentos da poda ou outras injúrias produzidas sobre a planta, e o patógeno sobrevive em tecidos infectados. Estresse hídrico e desequilíbrio nutricional favorecem o desenvolvimento da doença. Os fungos se desenvolvem numa ampla faixa de temperatura, sendo a temperatura ótima para Eutypa entre 20ºC a 25ºC; para Botryosphaeria e Phomopsis entre 23ºC e 26ºC. Todos os patógenos são favorecidos por alta umidade.
Medidas de controle: Como a infecção ocorre pelo corte da poda ou outros ferimentos, quanto mais rápida a cicatrização destes, menor é o risco de infecção. As observações mostraram que mesmo com as causas primárias definidas, o declínio agrava-se quando a videira está em estresse de qualquer natureza. A redução da ação dos fatores que provocam estresse nas plantas poderá diminuir o efeito do declínio e às vezes até controlá-lo. Como medidas gerais de controle recomenda-se: utilização de material sadio, na poda retirar e destruir as partes doentes, desinfetar as ferramentas com hipoclorito de sódio (água sanitária 1%), proteger os ferimentos da poda o mais rápido possível com fungicida que pode ser o tebuconazole, tiofanato metílico ou pasta bordalesa.
	Fusariose - Fusarium oxysporum f.sp. herbemontis
	
     Esta doença causa redução drástica da produtividade da videira por provocar a mortalidade de plantas, além de ser uma doença de difícil controle.
Sintomatologia:  A fusariose é uma doença vascular, provocando interrupção na translocação da seiva (Figura 12). A doença reduz o crescimento de brotos, e provoca escurecimento interno da madeira, murchamento de folhas e de cachos. Os cachos murcham ainda verdes ficando aderidos aos ramos. As plantas infectadas podem morrer subitamente, normalmente em reboleiras. Em outras plantas pode-se verificar brotações no tronco, que também morrerão com a evolução da doença.
Fig. 12. Sintoma de fusariose na região do tronco da planta. Corte transversal (Foto: L. Garrido).
 Condições predisponentes: O uso de implementos para manejo de solos e controle de plantas daninhas podem causar ferimentos às raízes, provocando aberturas que favorecem a infecção pelo fungo. Solos mal drenados e principalmente com excesso de matéria orgânica favorecem a ocorrência da doença. Altas temperaturas e baixa umidade relativa aumentam a severidade da doença.
Medidas de controle: As medidas de controle são preventivas, pois o controle químico não é eficaz. As medidas preventivas recomendadas são: plantar em áreas livres da doença, adotar práticas que não provocam ferimentos ao sistema radicular, escolher solos bem drenados para a instalação do vinhedo, usar material de propagação sadio. Em áreas já contaminadas deve-se proceder ao arranquio das plantas infectadas com o máximo possível de raízes e queimá-las, aplicar cal virgem nas covas, evitar o uso de máquinas em áreas contaminadas e depois em áreas de vinhedos sadios, controlar a erosão para evitar o escoamento de águas superficiais de áreas contaminadas para áreas não contaminadas. A principal medida de controle é a utilização de porta-enxertos resistentes. O porta-enxerto Paulsen 1103 tem mostrado boa tolerância à fusariose, enquanto o porta-enxerto So4 é muito suscetível; a cv. Isabel de pé franco apresenta boa tolerância ao patógeno.  
Hortaliças
Doenças da cultura do alho
As doenças que atacam a cultura do alho podem ser separadas em dois grupos, as que ocorrem no solo atacando os bulbos e as raízes e as foliares. 
Podridão-branca
Causada pelo fungo Sclerotiumcepivorum. Berkeley apresenta como sintomas iniciais de desenvolvimento uma necrose ou queima descendente, com amarelecimento e morte das folhas mais velhas. Em função disso, as plantas apresentam reduzida atividade fotossintética e, consequentemente pouco desenvolvimento. 
O fungo, que ataca diretamente as raízes, causando apodrecimento, pode sobreviver no solo, por um período de até 10 anos, na forma de escleródios. Estas estruturas,
Identificadas como pequenos pontos pretos (Figura 15 A) germinam e desenvolvem em condições de baixa umidade e temperatura na faixa de 10º a 20ºC; temperaturas superiores reduzem seu desenvolvimento. A principal característica visual da incidência nos bulbos é o recobrimento por um micélio branco, onde os escleródios são formados (Figura 15 B). Outra característica da doença é o ataque em reboleias (Figura 15 C).
Figura 15. A)Escleródios de Sclerotiumcepivorum; B) Micélio característico da doença; C) Ataque em reboleiras. Fotos: Lenita Lima Haber; José Luis Pereira.
 
O fungo pode ser disseminado por meio dos bulbos infectados, da água de irrigação, de ferramentas e maquinários utilizados em áreas infestadas e, em embalagens utilizadas para transporte dos bulbos. O controle preventivo, como plantio de alho-semente oriundo de regiões onde não há incidência da doença, tratamento do alho-semente com fungicidas específicos, a solarização das áreas infectadas e a rotação de cultura por longos períodos são as medidas mais indicadas para o manejo da doença, que pode inviabilizar o cultivo do alho caso não seja controlada.
Fusariose (podridão-seca)
Causada pelo fungo Fusariumoxysporum f. sp. Cepae. Snynder& Hans, a fusariose ocorre em ambiente úmido e quente. Danos mecânicos e ou ferimentos no alho-semente favorecem a entrada do fungo que, uma vez instalado, atinge o sistema vascular da planta, provocando os sintomas de amarelecimento e murchamente das folhas, que tendem a curvar para baixo. Nos bulbos, é formada uma depressão em um dos lados, indicando o desenvolvimento do fungo, que internamente desenvolvem-se formando um micélio branco (Figura 16). Como medidas de controle recomenda-se o plantio de sementes sadias; eliminação de bulbilhos chochos, com danos mecânicos ou com indícios de infestação; tratamentoquímico dos bulbilhos antes do plantio; arranque-o e queima de plantas infectadas; e, rotação de culturas.
 
Figura 16. Sintomas de Fusário oxysporum em bulbilhos de alho. Foto: Carlos Alberto Lopes
Raiz rosada
O fungo Pyrenochaeta terrestres ataca somente o sistema radicular das plantas, que tem seu desenvolvimento prejudicado em decorrência dos sintomas desenvolvidos. A princípio, as raízes infectadas ficam rosa claro, depois escurecem para vermelho ou roxo, murcham e morrem. A mudança da coloração das raízes varia em função da severidade e do tempo de infestação, ficando mais escura à medida que a doença progride, sendo caracterizado como principal sintoma para identificação da doença. As plantas infectadas são facilmente arrancadas do solo, pois possui pequena quantidade de raízes, o que leva também a uma redução do tamanho dos bulbos. Não é uma doença de grande importância para a cultura e seu desenvolvimento está relacionado à ocorrência da fusariose, que funciona como porta de entrada para o fungo. Recomenda-se o controle preventivo, pois uma vez instalado no solo torna-se difícil erradica-lo. A rotação de culturas, principalmente com gramíneas, a solarização e o uso de sementes sadias são algumas medidas que podem ser adotadas.
Doenças foliares
Mancha púrpura
Também conhecida por alternaria, é uma doença causada pelo fungo Alternaria porri (Ellis) Ciff. É considerada como uma das doenças mais importantes da cultura, podendo ocorrer em todas as áreas de produção no Brasil e, se não controlada pode causar perdas superiores a 50% da lavoura, e dependendo do grau de infestação, pode acabar com a lavoura em pouco tempo, uma és que seu ciclo é curto, em torno de quatro dias (Figura 17).
 
Figura 17. Lavouras afetadas por alternaria. Fotos: José Luís Pereira.
 
Os primeiros sintomas da doença são caracterizados por manchas brancas, de pequeno tamanho e formato irregular. Com o avanço da doença, essas manchas evolem em termos de coloração, passando ao amarelo e depois para a cor púrpura. Quando severamente afetadas, as folhas tendem a murchar e enrugar, do ápice para baixo. (Figura 18).
 
Figura 18. Desenvolvimento da alternaria. Fotos: Lenita Lima Haber; José Luís Pereira.
 
A doença tem seu desenvolvimento favorecido em condições de elevadas umidade relativa do ar (acima de 90%) e temperatura, na faixa de 21º a 30º C. O manejo inadequado da cultura, como a deficiência de nitrogênio e a fito toxicidade por defensivos ou adubos foliares, o ataque de tripés e ainda a ocorrência de geadas podem causar ferimentos que favorecem a entrada do fungo e consequentemente maior disseminação da doença. O controle químico com o uso de fungicidas específicos para a doença e recomendados para a cultura deve ser feito no bulbilho antes do plantio e, de forma preventiva e periódica ao durante todo o ciclo do alho. No entanto, outras medidas preventivas devem ser adotadas, como a rotação de culturas; a eliminação de restos culturais, tanto na lavoura como próximo aos galpões de armazenamento, haja vista que estas plantas podem constituir fonte de inoculo pela prolongada sobrevivência do fungo (até um ano); e, a aração profunda da área de plantio, que tende a reduzir a quantidade de inoculo no solo. 
 
Ferrugem
Ocasionada pelo fungo Pucciniaallii (D.C.), a ferrugem é considerada uma das mais importantes doenças foliares do alho, e pode ocorrer em qualquer fase de desenvolvimento da cultura. Os sintomas iniciais nas folhas são pontuações esbranquiçadas no limbo foliar, que evoluem para pústulas pequenas, circulares e de coloração alaranjada e, quando do rompimento da cutícula, expõe uma massa pulverulenta, de coloração amarela (Figura 19). À medida que a doença evolui, essa massa passa a apresentar coloração castanha escura ou preta.
Figura 19. Sintomas da ferrugem na cultura do alho. Fotos: Francisco Vilela Resende.
 
A doença se desenvolve melhor em condições de alta umidade relativa do ar, baixo índice pluviométrico e temperaturas amenas, na faixa de 15º a 24ºC, podendo ser inibida em quando exposta a temperaturas abaixo de 10º e acima de 24ºC. Condições inadequadas de cultivo, como solos compactados e de baixada, desiquilíbrio nutricional principalmente quanto ao excesso de nitrogênio e a permanecia de restos culturais também favorecem o desenvolvimento da doença.
 
O uso de fungicidas é a principal medida de controle da doença, principalmente na região Sul do país, onde as temperaturas são mais amenas. No entanto a rotação de culturas, a manutenção de uma adubação equilibrada e a eliminação de plantas e bulbilhos remanescentes são medidas que também devem ser adotadas.
 
Queima bacteriana ou bacteriose do alho
Quatro espécies do gênero Pseudomonas causam a queima bacteriana no alho, no entanto, a que ocorre em quase todos os Estados produtores (Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina), incluindo as regiões do Cerrado, é a Pseudomonas marginalis pv. Marginalis. A doença tem seu desenvolvimento favorecido em condições de alta umidade relativa do ar (acima de 85%) e temperaturas entre 6º e 37ºC, sendo a faixa entre 26º e 30ºC, considerada como ótima. Além das condições climáticas favoráveis, o surgimento da doença está associado ferimentos e/ou stress causados pela aplicação de defensivos químicos, principalmente herbicidas de pós-emergência. 
 
Produz uma clorose ao longo da nervura central, seguida de amolecimento e escurecimento da lesão, caracteriza o primeiro sintoma da doença (Figura 20 A), que à medida de sua evolução, causam murchamento e secamento das folhas (Figura 20 B). Um sintoma de queima pode também ocorrer e iniciar nas bainhas das folhas e se estender para a parte aérea, dando à planta um aspecto de queima por herbicida ou fogo. No bulbo, os sintomas podem ser visualizados na túnica, que passa a adquirir uma coloração escura e, os bulbilhos mostram sinais de apodrecimento, passando a adquirir coloração creme (Figura 20 C).
 
Figura 20. Sintomas de bacteriose em folhas (A e B) e bulbos de alho (C). Fotos: Carlos Alberto Lopes (1) e Francisco Vilela Resende (2).
 
Medidas de controle integrado, que abrangem desde o plantio até a comercialização, devem ser adotadas para o controle da bacteriose do alho. O uso de alho-semente sadio e o controle da irrigação são medidas importantes, uma vez que as sementes podem disseminar o patógeno por longas distancias e a água de irrigação o espalha dentro da lavoura. Outras medidas recomendadas são:
Evitar o plantio em áreas com baixa capacidade de drenagem de água;
Evitar o encharcamento do solo após a diferenciação do bulbo;
Manter uma adubação balanceada, restringindo adubações nitrogenadas realizando-as somente quando necessário;
Eliminar as plantas doentes;
Prevenir danos mecânicos que possam servir de entrada para a doença;
Realizar rotação de culturas;
Queimar os restos culturais após a colheita e beneficiamento.
O uso de produtos químicos é contraditório, pois aqueles a base de cobre e suas misturas não vêm apresentando resultados efetivos, podendo ainda causar fitotoxicidez às plantas e, a aplicação de antibióticos para o controle da doença pode ser inviabilizado pela baixa sensibilidade que a bactéria apresenta a essas substâncias.
Mofo azul
Caracteriza-se pela rápida perda de peso dos bulbos, os quais ficam chochos em função do processo de deterioração dos bulbilhos. A parte externa pode ou não manifestar sintomas, no entanto, quando debulhados, percebe-se um mofo de cor azul (Figura 21). Os bulbilhos infectados (sem sintomas aparentes) e usados para o plantio desenvolvem lesões que amolecem e ficam recobertas pelo mofo azul e rapidamente morrem. As plantas que superam a doença tem seu desenvolvimento comprometido, formando bulbos de menor tamanho.
Figura 21. Bulbo de alho atacado por Penicillium spp. Foto: Carlos Alberto Lopes e Marco Antônio Lucini.
 
O fungo é disseminado pelo ar e, para que ocorra a infecção é necessário que haja ferimentos nos bulbilhos. Temperaturas na faixa de 20º a 30ºC favorecem o desenvolvimentoda doença. O tratamento dos bulbilhos com fungicidas; a debulha manual, a fim de reduzir danos mecânicos nos bulbilhos; o plantio e a colheita no tempo certo e armazenamento apropriado são medidas de controle da doença.
Batata
Doenças causadas por fungos
Requeima, mela, míldio, mufa, preteadeira, fitóftora ou crestamento-da-fitóftora (Phytophthora infestans)
A requeima é a principal doença da batata no mundo. É favorecida por baixa temperatura (12 °C - 18 °C) e alta umidade relativa do ar (>90%). Sob estas condições, espalha-se rapidamente na lavoura, podendo causar perda total em poucos dias pela destruição da folhagem. A doença se manifesta primeiro nas folhas mais novas, onde causa manchas grandes e escurecimento do caule . Quando o patógeno atinge o tubérculo, causa lesões escuras e firmes, de bordas pouco definidas, de cor marrom na polpa exposta por corte superficial, A requeima é causada por Phytophthora infestans, um oomiceto (antigamente classificado como fungo) que produz esporângios, zoósporos e oósporos, que são estruturas responsáveis pela dispersão e/ou sobrevivência do patógeno. A recombinação dentro da espécie pode gerar variantes do patógeno que suplantam ou "quebram" a resistência vertical de cultivares ou que são resistentes a determinados fungicidas. A resistência horizontal à requeima tem sido preferida no desenvolvimento de novas cultivares, pois é efetiva contra todas as variantes do patógeno e, por conseguinte, mais estável e durável.
Pinta -preta ou mancha-de-alternaria, alternária e crestamento-foliar (Alternaria solani e A. grandis)
É favorecida por temperaturas altas, acima de 24 ºC, e alta umidade relativa do ar (>90%), portanto mais presente em lavouras cultivadas durante o verão. Normalmente, se estabelece na lavoura após o período de maior vigor vegetativo e se espalha por meio de esporos carregados pelo vento.
Contrastando com a requeima, ataca primeiramente as folhas mais velhas, onde causa lesões concêntricas, mais secas e menores que as da requeima , e pode provocar desfolha total das plantas, reduzindo o ciclo da cultura, resultando na produção de tubérculos pequenos e, consequentemente, em baixa produtividade. Estudos recentes têm indicado que A. grandis é a principal espécie associada à pinta-preta em batata no Brasil. As cultivares mais plantadas no Brasil são suscetíveis à pinta-preta. Assim, seu controle requer aplicações de fungicidas que chegam a representar mais de 10% do custo de produção. Escolha do local e época de plantio, rotação de culturas de preferência com gramíneas e nutrição adequada das plantas, entre outros, têm um importante papel no controle integrado da doença. Porém, é difícil obter sucesso exclusivamente com as medidas acima, especialmente quando a cultura se insere em sistemas intensivos de produção. O emprego de cultivares resistentes está entre as medidas mais eficientes e seguras para o controle da pinta-preta. Trabalhos de melhoramento que vêm sendo conduzidos, inclusive pela Embrapa, têm mostrado ser possíveis obter genótipos precoces e ao mesmo tempo resistentes à pinta-preta.
Rizoctoniose, crosta-preta ou alfalto (Rhizoctonia solani)
É uma doença que aparece principalmente em solos frios, atacando inicialmente os brotos, antes e após a emergência, afetando o estande e a uniformidade da lavoura. Também provoca cancros avermelhados na base das ramas e enrolamento das folhas, que se confunde com o ataque do vírus do enrolamento das folhas de batata (PLRV). Plantas afetadas às vezes apresentam tubérculos aéreos, que se formam pelo acúmulo localizado de amido pelo impedimento da sua translocação causado pelas lesões no caule. Nos tubérculos, a doença é reconhecida facilmente pela presença de escleródios superficiais pretos (asfalto). É comum a formação de tubérculos deformados, produzidos em "cachos", resultantes da inibição do alongamento dos estolões. Neste caso, percebe-se uma aspereza superficial que pode ser confundida com a sarna-comum. A doença espalha-se principalmente por meio da batata-semente e máquinas contaminadas.
Podridão-seca e olho-preto (Fusarium spp.)
Afeta somente os tubérculos, provocando o seu apodrecimento antes e, principalmente, após a colheita, pela infecção que se dá por meio de ferimentos mecânicos ou causados por insetos. É mais importante para a batata-semente, que é armazenada por períodos, que podem ser de vários meses, em câmaras frias ou em temperatura ambiente, dependendo da necessidade de se obter tubérculos brotados para o plantio.
Temperaturas mais altas são mais favoráveis para o desenvolvimento da doença. A doença se caracteriza por ser seca e deprimida, evoluindo para seca total do tubérculo, que fica com aspecto mumificado. Quando o tubérculo doente é cortado, percebe-se a formação de cavidades internas, geralmente cobertas de micélio branco do fungo. O olho-preto , além de podridão-seca, causa escurecimento vascular.
Doenças causadas por bactérias
Murcha-bacteriana, murchadeira, água quente ou dormideira (Ralstonia solanacearum)
É favorecida por temperatura e umidade altas. Está presente nos solos de quase todo o país, podendo atacar muitas espécies de plantas, embora a raça 3 biovar 2 (R3Bv2) Filotipo I, predominante no Sul e Sudeste do Brasil, seja mais comum em batata. Provoca murcha da planta (Figura 14) e exsudação de pus bacteriano nos tubérculos (Figura 15). É responsável por perdas significativas em épocas mais quentes do ano em solos muito úmidos, se não for feita adequada rotação de culturas, de preferência com gramíneas, ou se batata-semente contaminada for utilizada. O teste-do-copo é uma técnica útil para se diagnosticar esta doença, Ralstonia solanacearum é nativa da maioria dos solos brasileiros. Embora não haja registro de cultivares com resistência total à murcha-bacteriana, observa-se que qualquer nível de resistência tem se mostrado útil dentro do contexto do controle integrado.
Podridão-mole e canela-preta (Pectobacterium spp. e Dickeya spp.) (= Erwinia spp.)
De ocorrência muito comum em lavouras conduzidas no verão, são favorecidas por temperatura e umidade altas, tornando-se mais sérias na presença de ferimentos dos tecidos. Podem provocar perdas consideráveis pelo apodrecimento da batata-semente (antes e após o plantio), das ramas (Figura 17) e dos tubérculos (Figura 18) no campo ou armazém. Representantes dos dois gêneros acima são encontrados com abundância em todos os solos brasileiros, podendo atacar diversas hospedeiras, principalmente as hortaliças que produzem órgãos suculentos, como cenoura, mandioquinha-salsa, repolho, couve-flor e tomate. Embora seja difícil o seu controle por meio de resistência genética, sabe-se que as cultivares variam em relação à severidade de sintomas para ambas as doenças. Nenhuma cultivar é considerada resistente, embora a variação na suscetibilidade relativa seja percebida.
Sarna-comum, sarna-estrela, sarna-profunda ou ferruginho (Streptomyces spp.)
Mais de 10 espécies de Streptomyces podem causar a doença, o que torna difícil seu controle. Independentemente da espécie, o patógeno é muito bem adaptado ao solo, onde pode estar presente antes do plantio, mas é transmitido também pela batata-semente. A doença provoca perdas consideráveis especialmente quando em solos secos por ocasião da tuberização, e com pH acima de 6,0. Somente os tubérculos são afetados e, por isso, normalmente só é detectada na colheita, com depreciação da qualidade dos tubérculos. Dependendo da espécie e da condição do solo, os sintomas podem ser superficiais ou profundos
Doenças causadas por nematoides
Pipoca, nematoide ou nematoide-das-galhas (Meloidogyne spp.)
É causada por várias espécies do nematoide do gênero Meloidogyne, sendo mais comuns M. incognita e M. javanica no Brasil. Estas espécies são habitantes do solo e atacam diversas hospedeiras, o que dificulta a rotação de culturas para controle da doença. A infecção de raízes e tubérculos se dá pelo estádio juvenil 2 (J2); ao se alimentar dos tecidos, o nematoide induz hiperplasia e hipertrofia das células,formando as galhas (Figura 20). As protuberâncias nos tubérculos, também conhecidas como galhas ou pipocas, reduzem a produção, mas principalmente afetam a qualidade do produto. Provoca maiores danos sob temperatura alta do solo. O patógeno é disperso pela batata-semente infectada ou por máquinas e implementos contaminados.
Pipoca, nematoide ou nematoide-das-galhas (Meloidogyne spp.)
É causada por várias espécies do nematoide do gênero Meloidogyne, sendo mais comuns M. incognita e M. javanica no Brasil. Estas espécies são habitantes do solo e atacam diversas hospedeiras, o que dificulta a rotação de culturas para controle da doença. A infecção de raízes e tubérculos se dá pelo estádio juvenil 2 (J2); ao se alimentar dos tecidos, o nematoide induz hiperplasia e hipertrofia das células, formando as galhas (Figura 20). As protuberâncias nos tubérculos, também conhecidas como galhas ou pipocas, reduzem a produção, mas principalmente afetam a qualidade do produto. Provoca maiores danos sob temperatura alta do solo. O patógeno é disperso pela batata-semente infectada ou por máquinas e implementos contaminados.
Nematoide-da-pinta ou nematoide-das-lesões (Pratylenchus spp.)
Várias espécies de Pratylenchus causam lesões em raízes e tubérculos, mas as mais importantes no Brasil são P. brachyurus e P. penetrans. Embora também causem danos ao sistema radicular, prejudicando a absorção de águas e nutrientes pela planta, os sintomas são mais visíveis quando os tubérculos são atacados. Os nematoides penetram no tubérculo por meio das lenticelas, que ficam escurecidas, dando ao tubérculo um aspecto de pintado (Figura 21), desvalorizando-os comercialmente.
Nematoide-do-cisto (Globodera rostochiensis e G. pallida) e falso-nematoide-das-galhas (Nacobbus aberrans)
Estes dois gêneros de nematoides ainda não foram relatados no Brasil. São descritos aqui pelo seu alto poder destrutivo e por estarem presentes em países vizinhos, como Argentina, Chile, Peru e Equador. É importante mantê-los fora do país por meio de medidas quarentenárias na aquisição de batata-semente importada e, principalmente, evitando a importação clandestina de batata.
Doenças causadas por vírus
Enrolamento das folhas (Potato leafroll virus - PLRV)
Considerada a principal virose infectando a cultura da batata no Brasil, a doença está sendo detectada em baixa frequência nas lavouras nos últimos anos. O vírus pertence ao gênero Polerovirus, família Luteoviridae. São dois os tipos de sintomas observados nas plantas infectadas e decorrentes da infecção por PRLV. Os sintomas primários resultam da infecção da planta no campo durante o ciclo da cultura e caracterizam-se por apresentar enrolamento dos folíolos apicais, além de amarelecimento da base dos folíolos. Os sintomas secundários resultam do plantio de tubérculos infectados com o vírus e as plantas ficam com aspecto enfezado e apresentam enrolamento das folhas basais (Figura 22). Entre as várias espécies de pulgões que são capazes de transmitir o vírus, Myzus persicae é a principal. A relação vírus/vetor é do tipo persistente ou circulativa. Neste caso, o pulgão, tanto para adquirir o vírus em planta infectada como para transmiti-lo para planta sadia, necessita de algumas horas de alimentação no floema da planta. Uma vez virulífero, o pulgão pode transmitir o vírus por toda sua vida. As fontes iniciais do vírus no campo são tubérculos infectados e plantas de batata infectadas e que permanecem no campo.
Mosaico (Potato virus Y - PVY)
O mosaico tornou-se a virose de maior importância econômica para a cultura da batata no Brasil, sendo atualmente considerada a principal causa da degenerescência da batata-semente (Figura 23). O PVY pertence ao gênero Potyvirus, família Potiviridae. Possui três estirpes principais: PVYo, PVYc e PVYN e o subgrupo necrótico denominado PVYNTN, que causa anéis necróticos nos tubérculos (Figura 24). Dessas estirpes, apenas o PVYc ainda não foi detectada no Brasil. O vírus é transmitido por várias espécies de pulgões, sendo a principal Myzus persicae. Pode ser transportado a grandes distâncias pela batata-semente infectada e por pulgões com asas (alados); a curtas distâncias, dentro da lavoura, por pulgões com ou sem asas (ápteros). A relação vírus/vetor é do tipo não persistente ou não circulativa. Dessa forma, o pulgão tanto pode adquirir como também transmitir o vírus em poucos segundos. Portanto, apenas uma "picada de prova" é suficiente para adquirir o vírus em planta infectada ou transmiti-lo para planta sadia.
Mosaico-deformante (Tomato yellow vein streak virus - ToYVSV; Tomato severe rugose virus - ToSRV)
É uma doença emergente na cultura da batata no Brasil, ainda detectada em baixa incidência nas lavouras. Foi inicialmente relatada no Brasil na década de 1980, quando foi denominada de mosaico deformante. As espécies de geminivírus identificadas causando sintomas em batateira sãoTomato yellow vein streak virus e Tomato severe rugose virus (ToSRV). Plantas infectadas com o vírus podem produzir tubérculos infectados, o que compromete sua utilização como batata-semente. Ambas as espécies pertencem ao gênero Begomovirus, na família Geminiviridae. São transmitidos pela mosca-branca Bemisia tabaci biótipo B, de maneira persistente-circulativa. Nesse tipo de relação vírus/vetor, o inseto adquire o vírus após algumas horas de alimentação em planta infectada; há um período de latência, no qual o vírus circula no corpo do vetor até atingir as glândulas salivares, quando este se torna apto a transmitir o vírus ao se alimentar em planta sadia. 
Vira-cabeça (Tomato spotted wilt virus - TSWV; Groundnut ringspot virus – GRSV; Tomato chlorotic spot virus - TSCV)
A ocorrência da doença vira-cabeça em batata no Brasil foi relatada pela primeira vez na década de 1930. Embora muito comum em tomateiro, não é frequentemente detectada em lavouras de batata. É causada por espécies de vírus classificados no gênero Tospovirus, família Bunyaviridae. Esses vírus induzem necrose nas folhas e no topo das plantas (Figura 26), sintomas que podem ser confundidos com os induzidos por fungos. A identificação da espécie do vírus só é possível por meio de testes em laboratório, sorológicos ou moleculares. Esses vírus são transmitidos por tripes, de maneira circulativa propagativa. Nesse tipo de transmissão, o vírus é adquirido pelo inseto durante a alimentação em planta infectada, circula no corpo do vetor onde se multiplica. Apenas o segundo instar larval do tripes é capaz de adquirir o vírus ao se alimentar em planta infectada e se tornar transmissor, quando adulto e, dessa forma, transmitir o vírus ao se alimentar em planta sadia. Os principais gêneros de tripes considerados importantes na agricultura são Frankliniella e Thrips. A ocorrência do Trips palmi na cultura da batata foi relatada no início da década de 90.
Para melhor controle das doenças e pragas da batata, o sistema mais adequado, tanto do ponto de vista econômico como ambiental, é o controle integrado, que procura preservar o meio ambiente. Nele, procura-se reduzir a necessidade do uso de agrotóxicos, sem negligenciar, entretanto, o seu valor em caso de as condições de cultivo serem muito favoráveis às doenças. Quando necessários, esses agrotóxicos devem ser usados com os cuidados essenciais à preservação da saúde do aplicador e do consumidor, bem como do meio ambiente, além de não onerar os custos de produção. Para a produção de batata orgânica, as medidas alternativas ao controle químico devem ser reforçadas, com ênfase no controle cultural preventivo.
Epidemiologia
A cultura da batata (Solanum tuberosum L.) apresenta grande relevância para a agricultura, contudo, ainda tem-se observado grande variabilidade nos índices de produtividade e na qualidade da produção. Os produtores brasileiros buscam elevar a média para 40t/ha considerando o potencial produtivo da cultivar Ágata, contudo, a média nacional está ainda em aproximadamente 20t/ha e para a Região Sul os valores são ainda menores. Para se elevar os níveis de produtividade se faznecessária a geração de informações para um melhor subsídio ao manejo, particularmente práticas de manejo cultural. Neste particular a amontoa e o espaçamento entre plantas exercem grande influência na formação e produção de tubérculos. Para definição do melhor espaçamento entre os tubérculos no plantio se deve levar em consideração se a finalidade da produção é para batata-consumo ou batata-semente, pois este fator afeta o tamanho dos tubérculos produzidos, sendo esta uma característica que tem representado preocupação junto aos produtores.
Controle
Medidas para o controle integrado de doenças 
Para melhor controle das doenças e pragas da batata, o sistema mais adequado, tanto do ponto de vista econômico como ambiental, é o controle integrado, que procura preservar o meio ambiente. Nele, procura-se reduzir a necessidade do uso de agrotóxicos, sem negligenciar, entretanto, o seu valor em caso de as condições de cultivo serem muito favoráveis às doenças. Quando necessários, esses agrotóxicos devem ser usados com os cuidados essenciais à preservação da saúde do aplicador e do consumidor, bem como do meio ambiente, além de não onerar os custos de produção. Para a produção de batata orgânica, as medidas alternativas ao controle químico devem ser reforçadas, com ênfase no controle cultural preventivo
CEBOLA
Podridão basal
É doença comum da cebola, tornando-se mais problemática em pós-colheita. A doença é causada por Fusarium oxysporum f. sp. cepae, fungo de solo com grande capacidade de sobrevivência neste ambiente e que pode ser transmitido pela semente.
Epidemiologia
Alta umidade e temperaturas de 26 a 28ºC são favoráveis à doença. Na fase de sementeira o patógeno pode causar tombamento de mudas. No campo, os sintomas manifestam-se por meio de murcha e morte descendente de folhas.
Mancha-púrpura
A mancha-púrpura é uma das doenças mais frequentes e importantes em condições de clima quente e úmido. Atualmente encontra-se disseminada por todas as áreas de produção do país, sendo conhecida também por crestamento ou queima-das-folhas.
Epidemiologia
Sementes infectadas podem disseminar o patógeno a longas distâncias e constituem-se fonte de inóculo inicial que, em épocas quentes, provoca infecção na emergência das plântulas. O patógeno sobrevive na forma de micélio e esporos em restos de cultura de uma estação para outra, constituindo fonte de inóculo inicial para cultivos subsequentes. Quando a umidade atinge em torno de 90%, conídios são produzidos sobre os restos de culturas infectados e são disseminados por meio de respingos de chuva ou irrigação e ventos fortes
Raiz rosada
O fungo possui distribuição mundial, ocorrendo com maior freqüência nas regiões subtropicais e tropicais do globo, estando bastante disseminado no Brasil. Além da cebola e alho, as plantas de pimenta, tomate, soja, trigo, melancia, pepino e berinjela, entre outras, também são hospedeiras de Pyrenochaeta terrestris. Além de hospedeiras alternativas, também sobrevive no solo em restos de culturas ou na forma de picnídio e clamidósporo.
Epidemiologia
Temperaturas em torno de 24-28 °C e alta umidade do solo aumentam a incidência e severidade do ataque. Sua disseminação se dá através do solo aderido a implementos agrícolas e aos pés de trabalhadores e animais e em mudas e bulbilhos infectados. Desequilíbrios nutricionais podem potencializar a severidade da doença.
Cenoura
Estão registradas no Brasil mais de quinze doenças de cenoura, causadas por fungos, vírus, bactérias e nematóides. Destas, um número relativamente pequeno é responsável pela maior parte dos danos ocorridos na cultura.
Podridão de pré e pós-emergência 
Dentre os vários patógenos envolvidos na ocorrência de podridões em cenoura tem-se: Alternaria dauci, Alternaria radicina, Pythium sp., Rhizoctonia solani e Xanthomonas campestris pv. carotae. A podridão de pré-emergência resulta em falhas no estande. 
Na podridão de pós-emergência, também chamada de tombamento, as plântulas apresentam um encharcamento na região do hipocótilo rente ao solo, provocando reboleiras de plantas tombadas ou mortas.
 O controle só é eficiente quando se utilizam sementes de boa qualidade, rotação de cultura, adequada profundidade de plantio e manejo adequado de água.
Queima-das-folhas
É a doença mais comum da cenoura. É causada por Alternaria dauci, Cercospora carotae e Xanthomonas campestris pv. carotae. Caracteriza-se principalmente por uma necrose das folhas que, dependendo do nível de ataque pode causar a completa desfolha da planta e, consequentemente, resultar em raízes de tamanho pequeno.
	Os três patógenos que causam a queima-das-folhas podem ser encontrados na mesma planta, e até em uma única lesão. 
 
	É difícil determinar o (s) agente(s) causal(is) envolvido(s) pelos sintomas nas folhas, principalmente porque os cultivares reagem de maneira diferenciada ao ataque. A Alternaria dauci produz lesões nas folhas mais velhas e é caracterizada por necrose da borda dos folíolos, enquanto Cercospora carotae produz lesões individualizadas. 
Os sintomas produzidos por X. campestris pv. carotae são indistinguíveis dos outros, embora, sob condições de alta umidade, seja comum uma exudação sobre as lesões bacterianas. 
As cultivares do grupo "Nantes" são as mais suscetíveis à queima-das-folhas, e por isso necessitam da aplicação preventiva de fungicidas para o controle. As cultivares Brasília, Kuroda e Kuronan e outras adaptadas ao plantio de verão têm um bom nível de resistência a esta doença, praticamente dispensando o controle químico. 
As cultivares do grupo Kuroda (Kuroda Nacional, Shin Kuroda, Nova Kuroda, Kuroda) apresentam diferenças entre si quanto à resistência . Portanto, a escolha de uma cultivar deste grupo deve levar em conta a sua procedência. 
A cultivar Brasília, em certas condições, pode apresentar alguma suscetibilidade à C. carotae, requerendo algumas pulverizações. 
O controle químico, quando os três patógenos estão presentes, deve ser feito com produtos à base de cobre (mais eficientes contra Xanthomonas campestris pv. carotae), intercalados com outros fungicidas ditiocarbamatos que estjam registrados para a cultura da cenoura.
Podridão das raízes 
Em geral é causada pelos fungos Sclerotium rolfsii, Sclerotinia sclerotiorum ou pela bactéria Erwinia carotovora. As plantas atacadas apresentam crescimento reduzido com as folhas superiores amareladas, as quais tornam-se murchas no horário mais quente do dia. 
	Os dois primeiros patógenos produzem podridão mole acompanhada da formação de escleródios e profuso crescimento micelial branco. Os escleródios de Sclerotinia sclerotiorum são de cor preta, irregulares, com até 1 cm de comprimento, e os de Sclerotium rolfsii são menores, redondos, assemelhando-se a sementes de mostarda. 
A bactéria Erwinia carotovora produz uma podridão mole em pequenas áreas das raízes, que se expandem sob condições de altas temperatura e umidade. As podridões ocorrem no campo quando a umidade do solo é excessiva. 
Portanto, é essencial que se cultive a cenoura em solos que não acumulem muita água, que o plantio em época chuvosa seja feito em canteiros mais altos, e que a irrigação seja adequada, evitando-se o excesso de água. O controle químico normalmente não é econômico para nenhum dos três patógenos. 
Após a colheita, ocorrem podridões secas e podridões moles, sendo essas últimas as mais importantes. O principal agente das podridões é a bactéria Erwinia carotovora, que causa grandes perdas quando as raízes são colhidas em solos molhados e/ou após a lavadas, as raízes não são adequadamente secas antes de serem embaladas (encaixotadas).
	 
	Nematóides 
As espécies dos nematóides das galhas Meloidogyne incognita, M. javanica, M. arenaria e M. hapla são os mais importantes nos cultivos de cenoura no Brasil. As plantas infectadas mostram crescimento reduzido e amarelecimento nas folhas semelhante ao sintoma de deficiência mineral. 
As raízes tornam-se de tamanhos reduzidos com deformações devido a intensa formação de galhas 
A rotação de cultura eresistência genética são os principais e mais eficientes métodos de controle dos nematóides. A rotação com plantas do gênero Stylosanthes, Crotalaria e Styzolobium por um período mínimo de 120 dias, reduz a população dos nematóides e melhora as propriedades físicas do solo. 
A rotação com tagetes e graminea como milho e sorgo é também utilizada em solos infestados para reduzir a população dos nematóides. Além do uso da rotação de culturas em áreas infestadas, recomenda-se também fazer arações e gradagens profundas em dias secos e quentes, para matar os nematóides por excesso de desidratação e calor. 
O uso de cultivares resistentes como Brasília e Alvorada, bem como a aplicação de nematicidas registrados como Carbofuran, são outras medidas de controle dos nematóides que complementam a rotação de culturas.
Epidemiologia
O centro de origem da cenoura bem como as regiões onde ela foi cultivada durante milênios possuem condições climáticas diferentes da maior parte do território brasileiro, principalmente nos meses mais quentes do ano. Tanto que a cenoura só podia ser cultivada no período de inverno nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. Desse modo, no final da década de 70 foi criado o Programa de Melhoramento Genético de Cenoura da Embrapa Hortaliças, com o objetivo de desenvolver cultivares adaptas ao cultivo nos meses mais quentes do ano em todas as regiões brasileiras.  Germoplasmas de cenoura de populações locais da região do Rio Grande (RS) foram coletados e passaram por vários ciclos de seleção em Brasília, Distrito Federal, na busca por selecionar plantas mais resistentes à queima-das-folhas e com padrão de raízes semelhante ao das cultivares do grupo Nantes, que apresentam raízes cilíndricas, lisas e coloração alaranjada intensa. O resultado desse esforço foi o lançamento da cultivar de cenoura Brasília, em 1981, considerado até então um dos resultados de maior impacto dentro da pesquisa agropecuária brasileira. O sucesso desta cultivar foi tão grande que atualmente “Brasília” se refere ao grupo de cultivares adaptadas ao cultivo de verão. Além disso, o lançamento dessa cultivar permitiu explorar novas fronteiras agrícolas, como as regiões de São Gotardo, em Minas Gerais, e Irecê, na Bahia. Após o lançamento da cultivar Brasília o Programa de Melhoramento Genético continuou os trabalhos para aprimorar as qualidades da cultivar Brasília. O resultado deste aprimoramento foi o lançamento da cultivar BRS Alvorada em 2000. Essa cultivar, além de maior uniformização das raízes em relação à coloração e ao tamanho, possui aproximadamente 35% mais carotenoides, que são os precursores de vitamina A. Em 2009 a Embrapa Hortaliças lançou a cultivar BRS Planalto, que além da qualidade de raízes conta com alta produtividade, alta resistência à queima-das-folhas e tolerância aos nematoides-das-galhas.
Controle
O controle destas enfermidades tem sido feito através do uso de cultivares resistentes e/ou fungicidas, bem como pelo emprego correto das práticas culturais.
TOMATE
Pinta preta
A pinta-preta apresenta alto potencial destrutivo com incidência sobre folhas, hastes, pecíolos e frutos, ocasionando elevados prejuízos econômicos. O aumento de suscetibilidade a doença está geralmente associado a tecidos maduros com maior frequência durante a fase de frutificação. Sua incidência é mais comum em cultivo a céu aberto sujeito a chuvas e possui pouca importância em cultivo protegido.
Epidemiologia
Os conídios do patógeno são disseminados principalmente pelo vento, chuva ou irrigação, insetos, trabalhadores e implementos agrícolas. Sementes infectadas podem disseminar o patógeno a longas distâncias e constitui-se fonte de inóculo Foto: Ricardo B. Pereira Foto: Ricardo B. Pereira Fotos: Ricardo B. Pereira Manejo do oídio em pimentão: um desafio em cultivo protegido 3 inicial. Os conídios de Alternaria spp. sobrevivem em restos de cultivo infectados e outras solanáceas. Podem sobreviver ainda em equipamentos agrícolas, estacas e caixas usadas no transporte dos frutos, os quais também constituem fonte de inóculo inicial para cultivos subsequentes. Os conídios caracterizam-se por serem altamente resistentes a baixos níveis de umidade, podendo permanecer viáveis por até dois anos nestas condições. Além destas possibilidades, o fungo também pode sobreviver no solo na forma de micélio até a próxima estação de cultivo. A germinação do patógeno ocorre em ampla faixa de temperatura, 6 a 32°C (Figura 4). Contudo, as temperaturas mais favoráveis situam-se entre 28 a 30°C.
Requeima no tomate
A requeima, causada por Phytophthora infestans, é uma doença altamente agressiva na cultura do tomate, capaz de dizimar lavouras inteiras em curto espaço de tempo. Carente de cultivares com bons níveis de resistência ao patógeno, o produtor brasileiro precisa lançar mão de medidas integradas, preferencialmente preventivas, com monitoramento diário e rigoroso das áreas de cultivo, além de adotar o controle químico com fungicidas específicos para cada etapa do manejo
Epidemiologia
O fator climático mais importante para o início da doença é a umidade proveniente das chuvas ou irrigações e orvalho, tanto que na cultura do tomate é possível observar focos de requeima até mesmo nos meses mais quentes do ano, bastando para isso a presença de água livre nas folhas ou hastes e noites frias. P. infestans cresce e produz zoósporos abundantemente em umidades relativas próximas a 100% e temperaturas entre 15ºC e 25°C. Desta forma, em localidades e épocas de cultivo com clima ameno e alta umidade relativa, a quantidade de inóculo é muito maior, o que leva a epidemias mais severas no campo após vários ciclos sucessivos. Em ambiente favorável, o patógeno pode completar um ciclo de infecção em quatro a cinco dias.
Murcha de fusarium
A murcha de Fusarium é uma doença que ocorre em todas as regiões onde o tomateiro é cultivado. No Brasil, já foi uma doença muito importante para o tomateiro estaqueado, quando se plantava as variedades suscetíveis Kada e outras do tipo Santa Cruz. Com a obtenção da variedade Ângela, resistente à raça 1 de
Fusarium, no início da década de 1970, a murcha de Fusarium deixou de ser importante. Mais tarde, outras variedades de tomateiro estaqueado, resistentes à raça 1, foram lançadas no Brasil. Entre estas temos Santo Antônio, Príncipe Gigante Ag-590, Santa Clara, Jumbo Ag-592, Concorde Ag-594 e os híbridos Débora e Cláudia. Em algumas localidades, no entanto, a doença já foi detectada nestas variedades, provavelmente devido à ocorrência da raça 2 ou outra raça fisiológica do fungo.
Epidemiologia
Propágulos de Fusarium oxysporum f.sp. lycopersici são geralmente introduzidos em novas áreas de cultivo por meio de sementes, mudas e máquinas e ferramentas agrícolas contaminadas, ou pelo escoamento de enxurradas oriundas de lavouras infestadas, localizadas acima das novas áreas de cultivo. No campo, a doença é disseminada por meio da movimentação do solo e do escoamento de água de chuva e irrigação, podendo ser constatado pelo aumento do tamanho das reboleiras.

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