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Brasília-DF. 
SiStemaS de informação e 
ProjeçõeS CartográfiCaS
Elaboração
Tarcísio Petter Luiz Franco
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
CONCEITOS ........................................................................................................................................ 11
CAPÍTULO 1
HISTÓRIA, CONCEITO E CAMPOS DE APLICAÇÃO ................................................................... 11
CAPÍTULO 2
SUPERFÍCIES DE REFERÊNCIA E PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS ................................................ 22
CAPÍTULO 3
SISTEMAS DE COORDENADAS PLANAS E PROJEÇÕES – UTM ................................................... 30
UNIDADE II
APLICAÇÃO EM SIG ............................................................................................................................ 34
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO AO QGIS ......................................................................................................... 34
CAPÍTULO 2
ELABORAÇÃO DE BASES GEOGRÁFICAS ................................................................................ 45
CAPÍTULO 3
ANÁLISE ESPACIAL DE DADOS GEOGRÁFICOS ........................................................................ 53
CAPÍTULO 4
INTEGRAÇÃO ......................................................................................................................... 58
UNIDADE III
INTRODUÇÃO AO GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS ......................................................... 68
CAPÍTULO 1
NTGIR – 3a EDIÇÃO ................................................................................................................ 68
CAPÍTULO 2
SISTEMA GEODÉSICO LOCAL (NTGIR – 3a EDIÇÃO) ................................................................. 78
CAPÍTULO 3
SISTEMA DE GESTÃO FUNDIÁRIA – SIGEF/INCRA ...................................................................... 87
CAPÍTULO 4
PLANILHA ELETRÔNICA ODS ................................................................................................... 94
PARA (NÃO) FINALIZAR ................................................................................................................... 107
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 108
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao 
profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução 
científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para 
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de 
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
6
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não 
há registro de menção).
Avaliação Final
Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, 
que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única 
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber 
se pode ou não receber a certificação.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
Introdução
O mundo tem percebido com grande velocidade que a informação geográfica é uma 
ferramenta de grande importância no estudo de diversos fenômenos no seu espaço 
físico. As ciências, de modo geral, fundamentam suas áreas de interesse em estudos no 
posicionamento.
As ciências de posição como cartografia, geodesia e sensoriamento remoto, por meio 
de seus estudiosos, definem formas e métodos de embasamento para dados geográficos 
que minimizam cada vez mais a incidência de erros. Para tal, a evolução tecnológica foi 
e ainda é fundamental na geração de equipamentos que auxiliam a aquisição de dados 
precisos.
Hoje disponibilizamos de valiosas técnicas, definições e métodos cartográficos, 
geodésicos, de sensoriamento remoto, topografia convencional, aerofotogrametria 
entre outras, que possibilitam à aquisição dos dados necessários a representação da 
superfície terrestre de forma cada vez mais clara, interativa e aplicável.
A cartografia é a ciência e arte de representação da superfície terrestre em forma de 
mapas e cartas, além de definir acurácia, metadados e outros conceitos que dão exatidão 
aos seus produtos. Mas para se chegar a nível tecnológico tão elevado na aquisição 
de dados espaciais, o homem evoluiu criando equipamentos que o auxiliasse, desde 
técnicas rudimentares, passando pela topografia convencional, até as ferramentas mais 
modernas, por exemplo, o radar e o laser.
Um dos maiores investimentos usados na aquisição de dados para geoprocessamento é 
o sistema GPS (Global Positioning System = Sistema de Posicionamento Global), que se 
constitui de uma constelação de satélites que emitem dados posteriormente convertidos 
em coordenadas geográficas e planas mundiais.O sensoriamento remoto é definido como o conjunto de processos e técnicas usados 
para medir propriedades eletromagnéticas de uma superfície, ou de um objeto, sem 
que haja contato físico entre o objeto e o equipamento sensor. Em outras palavras, 
é a tecnologia que permite obter e analisar informações da superfície terrestre 
normalmente em forma de imagens geradas com captação de luz emitida ou refletida 
da superfície em estudo. Resumindo, o termo sensoriamento refere-se à obtenção 
dos dados, e remoto, que significa distante, é utilizada porque a obtenção é feita a 
distância (FLORENZANO, 2002).
8
As informações obtidas pelas diversas ferramentas apresentadas e outras não citadas 
podem ser tratadas e analisadas de forma conjunta, isso é possível com a utilização de 
uma ferramenta que sintetiza, organiza e apresenta, de forma fantástica, os resultados 
dos trabalhos de geoprocessamento: , o Sistema de Informações Geográficas (SIG).
O Sistema de informações Geográficas é um sistema de computação, no qual o 
dado que se trabalha tem, como um dos atributos básicos, a sua posição geográfica. 
É normalmente apoiado em banco de dados que, associado ao terreno, possibilita a 
produção de diversificadas informações sobre o mesmo.
Uma característica importante do SIG é a possibilidade de adquirir dados das mais 
variadas fontes, homogeneizá-los segundo um padrão definido e exibi-los, ao final, 
também em vários formatos.
As técnicas de detecção remota e o processamento de dados com recurso aos SIG 
apresentam-se cada vez mais como uma ferramenta de trabalho indispensável aos 
técnicos que desenvolvem atividades, entre outras, de caracterização, planejamento e 
gestão do território.
Há uma grande interligação do sistema de informações geográficas com o processo 
decisório. Entretanto, é necessário um sistema de informações eficiente para um 
processo adequado de decisões, pois a forma de apresentação da informação pode afetar 
sua utilização. A informática é uma inovação tecnológica que permite o armazenamento 
e tratamento da informação e por isso as instituições têm tratado a informação como 
um recurso vital.
O gerenciamento de um projeto deve ser norteado pela lógica da eficiência e eficácia, de 
uma forma geral, para garantir a sua consecução e a sua efetividade. Norteado por essa 
lógica, respeitando, obviamente, a estrutura organizacional, a cultura e os princípios e 
valores que regem o direcionamento estratégico dos atores participantes do projeto. O 
gerenciamento de um projeto tem como uma das funções básicas o monitoramento e 
avaliação constantes de suas atividades, resultados/ações e objetivos por meio dos seus 
respectivos indicadores. Entenda-se o monitoramento como o processo de observação 
e análise do desenvolvimento das atividades, do uso dos recursos e da produção de 
resultados, por meio de indicadores de esforços, comparando-os com o planejado. 
Já o processo de avaliação demonstra se os objetivos foram cumpridos por meio de 
indicadores de impacto (efetividade). Um projeto é permeado por informações e 
conhecimento, em todos os seus processos.
Considerando o volume, a complexidade de sua análise, a necessidade de visão 
sistêmica, passa a ser fundamental o desenvolvimento de um Sistema de Informações 
9
Geográficas, que terá como funções básicas: a coleta (ou recuperação), o processamento, 
o armazenamento e a distribuição de informações para dar suporte à tomada de 
decisão, proporcionando a sustentação administrativa (planejamento, organização, 
direção e controle) para otimizar os resultados esperados. O SIG, além da função de 
ser um instrumento de apoio à gestão, ao monitoramento e à avaliação, passa a ser 
um instrumento de apoio à gestão do conhecimento, um espaço de reflexão crítica e 
de aprendizagem por parte de todos os atores envolvidos com o projeto, passando por 
beneficiários, implementadores, parceiros, financiadores, entre outros.
A principal representação dos SIG são os mapas que, por meio de uma boa sobreposição 
de camadas informativas e associadas a seu banco de dados geograficamente 
referenciadas, auxiliam na tomada de decisões.
Quando falamos em mapa, esteja ele em que meio estiver, queremos de alguma forma 
identificar onde estão as coisas. Todos os mapas são construídos com a preocupação de 
representar a ideia de “onde”. Eles se destinam a aguardar e comunicar informações sobre 
a localização e as características espaciais do ambiente, da cultura e da sociedade. São 
formas de comunicação visual e utilizam uma linguagem especial que usa uma linguagem 
visual como cores, formas e padrões para comunicar relacionamentos espaciais.
Um exemplo muito claro de aplicação das ferramentas do geoprocessamento, em 
especial o SIG e o GPS, está no programa de construção da base referente a malha 
fundiária brasileira. O que possibilitaria a Administração Pública aplicar políticas 
que objetivassem função socioambiental da terra, seja na regularização fundiária, na 
destinação de porções de terras para projetos socioambientais, no controle de fronteiras 
entre outros. 
O conhecimento da situação de uso e ocupação do solo brasileiro tem como frentes 
principais o georreferenciamento de imóveis rurais conforme previsto na Lei Federal 
no 10.267/2001 e suas portarias, instruções normativas e normas técnicas. O outro 
projeto é o Cadastro Ambiental Rural, que exige menos precisão posicional em seus 
mapeamentos mas objetiva a caracterização da situação dos imóveis rurais. 
Objetivos
 » Discutir aspectos teóricos e práticos sobre Sistemas de Informações 
Geográficas – SIG, utilizado como ferramenta na análise de riscos e 
tomada de decisão voltados às mais diversas aplicações.
 » Orientar quanto ao uso correto das projeções cartográficas.
10
 » Capacitar para a utilização das principais funcionalidades de um 
programa do livre QGIS.
 » Apresentar, interpretar e discutir os métodos e especificações técnicas 
para certificação de imóveis rurais junto ao Instituto Nacional de 
Colonização e Reforma Agrária contidos na 3a Edição da Norma Técnica 
para Georreferenciamento de Imóveis Rurais e no manual do Sistema de 
Gestão Fundiária – SIGEF.
11
UNIDADE ICONCEITOS
CAPÍTULO 1
História, conceito e campos de 
aplicação
Os primeiros Sistemas de Informações Geográficas surgiram anos 1960, no Canadá, 
como parte de um esforço governamental para criar um inventário de recursos naturais 
e assim dar mais versatilidade e diminuir os custos de atualização dos mapas impressos. 
Porém a informática não era tão desenvolvida, seria necessário desenvolver programas 
próprios, monitores com melhor resolução e processadores com mais velocidade de 
processamento o que inviabilizou o surgimento do SIG.
Na década de 1970, a Universidade de Harvard lançou o projeto pioneiro de SIG que 
gerava mapas de declividade, graças aos novos e mais acessíveis recursos computacionais 
que tornaram viável o desenvolvimento de sistemas e então pode se dizer que foram 
criados os Sistemas de Informações Geográficas. Essa década foi fundamental para o 
desenvolvimento do geoprocessamento com surgimentos de sistemas comerciais de 
Computer Aided Design – CAD (ou Projeto Assistido por Computador) que sabemos 
até hoje são bases para a geração de manipulação de bases vetoriais em um SIG.
Enfim no final dos anos 1980 e início dos anos 1990, do século XX, os SIG foram 
popularizados com a evolução dos computadores pessoais e sistemas de gerenciamento 
de bancos de dados relacionais. Com o surgimento de mais usuários e desenvolvedores, 
esses sistemas foram tomando formas e funcionalidades cada vez mais aprimoradas 
e hoje estão sendo difundidas em órgãos estatais, prefeituras, universidades, nas 
concessionárias de serviços públicos e também em empresas particulares prestadoras 
de serviços de geoprocessamento nas mais diversas áreas.
O armazenamento, a análise e a apresentação de um grande volume de dados sobre 
o determinado espaço geográfico fizeram com que se desenvolvessem ambientesinformatizados que aliassem mapas digitais as informações sobre os elementos do mapa. 
12
UNIDADE I │ CONCEITOS
Esta operação envolve tecnologia de informática, banco de dados e cartografia digital, 
entretanto transcende a ambas. As aplicações e usos do SIG dependem da existência de 
um sistema eficiente e lógico que possa transformar e associar elementos cartográficos 
a banco de dados (MARBLE; PEUQUET, 1983).
Sistemas de Informações Geográficas trabalham com dados georreferenciados, ou seja, 
são aqueles que possuem coordenadas de localização geográficas na superfície terrestre.
São sistemas automatizados usados para armazenar, analisar e manipular dados 
geográficos de diferentes tipos com aplicações em várias áreas do conhecimento, ou 
seja, dados que representam objetos e fenômenos em que a localização geográfica é 
uma característica inerente. Eles facilitam a integração de dados coletados de fontes 
heterogêneas, de forma transparente ao usuário final.
É muito importante a diferenciação de um SIG de sistema CAD. Lembrando que CAD 
são apenas ferramentas para recuperar desenhos eletrônicos em coordenadas do papel, 
enquanto que nos SIG os dados devem ser georreferenciados e, para ter uma maior 
eficácia, devem ser associados a atributos, ou seja, informações alfanuméricas dos 
desenhos. 
Um SIG, em resumo, é um ambiente computacional para geoprocessamento para:
 » integrar dados cartográficos, cadastrais, de sensores remotos, redes e 
modelos numéricos de terreno;
 » consultar, recuperar, visualizar, manipular e plotar o conteúdo de um 
banco de dados georreferenciado.
Arquitetura de um SIG 
Componentes de um SIG
 » Hardware: componentes físicos do sistema: CPU e periféricos de entrada 
e saída das informações (mesa digitalizadora, scanner, plotter, teclado 
etc.).
 » Software: programas (ambientes computacionais) envolvendo dados 
georreferenciados. Ex.: ArcGIS, GvSIG, Quantum GIS entre outros.
 » Peopleware: dois grupos: analistas e programadores e usuários finais. 
Com o incremento da informatização, os grupos vêm se sobrepondo. 
13
CONCEITOS │ UNIDADE I
Parte mais próxima do usuário e deve ajudá-lo a operar o sistema. Nos 
SIG mais antigos adotava-se interface por linha de comando, porém, com 
o aumento das funcionalidades do sistema, adotou-se a interface gráfica, 
que é mais intuitiva e facilita o uso do mesmo.
 » Base de Dados: arquivos onde os dados são armazenados e inter-
relacionados.
Estrutura de um SIG 
Entrada e integração dos dados
Existem diversas formas de um SIG receber um dado de entrada, tais como pela mesa 
digitalizadora, scanner, GPS e importação dos dados (desde que estejam em formatos 
reconhecidos pelo sistema). Após a entrada do dado, este deve ser transformado para o 
formato vetorial e, normalmente, necessita de intervenção humana.
Entrada e verificação dos dados
Envolve duas operações distintas: a codificação/conversão das informações (meio 
digital) e a criação de bases de dados.
Figura 1. Métodos de entrada de dados em um SIG.
Fonte: Adaptado pelo autor.
14
UNIDADE I │ CONCEITOS
Armazenamento e gerenciamento
Pré-processamento dos dados.
 » Mudanças de escala, projeção cartográfica, estrutura (ex.: vetorial para 
matricial ou vice-versa).
 » União de bases de dados.
 » Conversão entre tipos de arquivos etc.
Processamento dos dados.
 » Localização de uma entidade e listagem de seus atributos.
 » Atualização dos dados.
 » Cálculo de áreas, perímetro e distâncias.
 » Posicionamento.
 » Operações aritméticas.
 » Cálculos estatísticos.
 » Classificação entre planos de informação.
 » Filtragens espaciais etc.
Armazenamento e recuperação dos dados
O armazenamento e gerenciamento é maneira pela qual os dados são estruturados 
e organizados na base de dados, propiciando uma rápida e eficiente recuperação/
inserção das informações. O maior problema em armazenar e recuperar dados em SIG 
é o fato de eles relacionarem dados alfanuméricos e dados espaciais. Dessa maneira, 
uma discussão é aberta: qual arquitetura de banco de dados usar?
A “inteligência” do SIG está ao fato de permitirem por meio do seu Sistema Gerenciador 
de Banco de Dados (SGBD) ser relacional aos dados vetoriais que são armazenados 
separadamente. O problema disso é que o SGBD só lida com dados alfanuméricos e 
por isso têm problemas relacionados à eficiência. O fato de não estarem armazenados 
no mesmo arquivo no SGBD não permite falhas, senão o seu SIG deixa de ter sua 
funcionalidade principal, carregando somente os dados espaciais. Para ser um SIG o 
banco de dados deve ser relacional!
15
CONCEITOS │ UNIDADE I
Felizmente, surgiram: 
a. a geodatabase, que é uma base de dados onde é possível guardar conjuntos 
de dados geográficos organizados por classes. Estes dados (vetoriais ou 
matriciais) são armazenados, analisados e consultados como camadas tal 
como sucede com os dados armazenados em formato shapefile; 
b. o PostGIS (uma extensão da PostGre SQL), que é um banco de dados 
espaciais avançado que permite armazenar e manipular dados espaciais. 
Não é simplesmente um depósito de dados, mas um ambiente para 
interagir com dados espaciais. Possui uma implementação robusta 
de todas as especificações da OGC Simple Features Specification for 
SQL (SFSQL) e está se tornando bastante difundido no mundo das 
geotecnologias. 
Dados matriciais (raster)
Um tipo de dado geoespacial é chamado de dado matricial (raster). A forma mais 
facilmente reconhecida de dados matriciais são imagens digitais de satélite ou de 
fotografias aéreas. 
A matriz é uma grade regular composta de células, ou, no caso das imagens, os pixels. 
Eles têm um número fixo de linhas e colunas e cada célula tem um valor numérico e tem 
certa dimensão geográfica (por exemplo, 30x30 metros de tamanho). 
Matrizes com múltipla sobreposição são usadas para representar imagens utilizando 
mais de um valor de cor (isto é, uma matriz para cada conjunto de vermelho, verde 
e azul que são combinados para criar uma imagem colorida). Imagens de satélite 
representam também os dados em várias “bandas”. Cada banda separadamente é 
essencialmente uma matriz sobreposta espacialmente, e cada banda possui valores de 
certos comprimentos de onda de luz. Imagens com mais pixels indicam que a matriz 
possui uma maior resolução e consequentemente um tamanho de armazenamento 
maior também. Existe uma grande variação de resolução espacial de imagens, assim o 
aconselhável é escolher a imagem que satisfaz sua necessidade sem exigir muito espaço 
para armazenamento.
Dados vetoriais
Dados vetoriais também são usados em aplicações de geoprocessamento. Se você ficou 
acordado durante as aulas de trigonometria e coordenadas, você já estará familiarizado 
com algumas das qualidades de dados vetoriais. No seu sentido mais simples, os vetores 
16
UNIDADE I │ CONCEITOS
são uma forma de descrever um local usando um conjunto de coordenadas. Cada 
coordenada refere-se a uma localização geográfica utilizando um sistema de valores 
X e Y, ou seja, um ponto. Duas ou mais de um ponto interligados formam uma linha. 
Quando as linhas são amarradas juntas por mais de dois pontos, com o último ponto no 
mesmo local do primeiro, nós chamamos isso de polígono.
Visualização e plotagem
A visualização depende do paradigma adotado para a interface. Atualmente, a maioria 
dos sistema utilizam janelas para mostrar os dados. Alguns SIG permitem a visualização 
conjunta de várias janelas diferentes.
Quanto à plotagem (produção cartográfica), alguns SIG dispõem de ferramentas 
sofisticadas como definição da área de plotagem, inserção de textos como legendas e 
títulos e de figuras a que indica o norte, a escala gráfica e diversos ícones.
O Sistema de desenho associado a um SIG
Computer Aided Design and Drafting (CADD) ou Projeto Assistido por Computador é 
uma tecnologia normalmente empregada para a produção de mapas como substituição 
ao processo cartográfico tradicional.
Características gerais:
 » dados organizadosem camadas;
 » redução no tempo para elaboração de mapas;
 » economia de recursos cartográficos;
 » atualizações simplificadas (só modifica o elemento selecionado);
 » não é um sistema adequado para realizar análises espaciais;
 » as relações espaciais não são definidas na estrutura de dados.
Vantagens do SIG
 » Difere dos sistemas CADD por definir as relações espaciais entre todos os 
dados, sendo assim mais indicado para análises espaciais.
 » A topologia dos dados vai além da mera descrição da localização e da 
geometria das feições cartográficas. A topologia descreve como as feições 
lineares estão conectadas, como as áreas são limitadas e quais áreas são 
contíguas.
17
CONCEITOS │ UNIDADE I
 » O SIG possui uma estrutura de dados representada por nós (pontos), 
arcos (linhas) e áreas (polígonos).
 » Além de dados geométricos espaciais, o SIG apresenta atributos 
associados com os elementos topológicos, provendo maiores informações 
descritivas.
 » Por permitir acesso a ambos os dados (espaciais e atributos), ao mesmo 
tempo, o SIG possibilita buscar o dado atributo e relacioná-lo com o dado 
espacial e vice-versa.
Campos de aplicação
Um sistema de informações geográficas tem aplicações nos mais diversos ramos 
da ciência. Um dos exemplos mais clássicos é a utilização de um SIG na localização 
e identificação de endemias ocorridas em Londres. Além disso, a imaginação do 
profissional pode fazer dessa ferramenta uma gama infinita de aplicações, algumas 
delas estão ilustradas na Figura 2.
Figura 2. Métodos de entrada de dados em um SIG.
Planejamento
Arquitetura
Estruturação 
de Dados
Manipulação 
e Análise de 
Dados
Gerenciamento
Geração de 
Informação
Núcleo 
do SIG
Aquisição a 
Armazenamento 
de dados
Seleção de 
Locais para 
Empreendimentos
Análise Ambiental
Geologia e 
Geofísica
Gerenciamento 
de Recursos 
Hídricos
Gerenciamento 
de Infra-estrutura
Planejamento 
Militar
Engenharia 
Florestal
Gerenciamento 
territorial
Fonte: adaptado pelo próprio autor.
18
UNIDADE I │ CONCEITOS
Qualquer organização que utiliza informações que possam ser relacionadas a pontos 
geograficamente referenciados pode, em princípio, valer-se da principal ferramenta de 
geoprocessamento: o SIG.
a. Ordenamento e gestão do território (este é o uso mais 
difundido): constituição de uma base cartográfica geoprocessada que 
servirá às demais aplicações setoriais, que reproduza a configuração 
do território do município, identificando logradouros, lotes e glebas, 
edificações, redes de infraestrutura, propriedades rurais, estradas e 
acidentes geográficos. A base assim constituída é útil para as atividades 
de planejamento urbano e ordenação do uso do solo, inclusive para 
processos de revisão da legislação.
b. Otimização de arrecadação: a atualização da base cartográfica do 
município para a implantação da base geoprocessada fornece um volume 
significativo de informações para a revisão da planta genérica de valores. 
O recomendável é que as duas ações sejam realizadas de forma articulada. 
Com isso, inclusive, consegue-se gerar um aumento de receita capaz de 
compensar os investimentos na base geoprocessada e gerar recursos 
adicionais para o município. Logicamente, será necessário proceder à 
atualização periódica dessas informações, mas a existência de um bom 
ponto de partida facilita as ações posteriores.
c. Localização de equipamentos e serviços públicos: a partir de 
uma base cartográfica que inclua informações socioeconômicas e sobre 
equipamentos públicos, é possível identificar áreas com maior nível de 
carência e os melhores locais para instalação de equipamentos e serviços 
públicos. Estas decisões podem ser tomadas com base em critérios de 
necessidade e de acessibilidade aos locais.
d. Identificação de público-alvo de políticas públicas: à medida que 
se possua uma base de dados que incorpore dados socioeconômicos, é 
possível utilizá-la para desenhar políticas públicas. Dispondo-se, por 
exemplo, de informações sobre crianças residentes no município e a 
incidência de doenças, é possível desenhar ações de saúde específicas 
para microrregiões da cidade. Ou, cruzando-se os dados sobre renda das 
famílias e desempenho escolar, pode-se identificar o público-alvo para 
programas de renda mínima ou bolsa escola. Ou, ainda, identificando-
se as áreas da cidade com maior concentração de idosos pode-se definir 
áreas prioritárias para programas de atendimento domiciliar à saúde ou 
19
CONCEITOS │ UNIDADE I
áreas com carências especiais de saúde que possam ser atendidas por 
programas de médico de família.
e. Gestão ambiental: o geoprocessamento é útil para monitorar áreas 
com maior necessidade de proteção ambiental, acompanhar a evolução 
da poluição da água e do ar, níveis de erosão do solo, disposição irregular 
de resíduos e para o gerenciamento dos serviços de limpeza pública 
(acompanhando por área da cidade o volume de resíduos coletados e 
para análise de roteiros de coleta).
f. Gerenciamento do sistema de transportes: a base cartográfica 
é indispensável para a gestão do sistema de transportes do município. 
Sua informatização pelos recursos de geoprocessamento pode ampliar a 
qualidade e a velocidade das decisões tomadas. É possível, por exemplo, 
realizar estudos de demanda do transporte coletivo ou de carregamento de 
vias, identificar pontos críticos de acidentes e vias com mais necessidade 
de manutenção.
g. Comunicação com os cidadãos: ao se constituir uma base de dados 
mais elaborada, podem-se incorporar a ela informações que permitam 
identificar necessidades e oportunidades de contato com os cidadãos. Pode-
se, por exemplo, identificar com precisão as áreas afetadas por determinada 
decisão do governo e planejar ações de comunicação específicas para 
aquele público. Outro uso possível é registrar as solicitações dos cidadãos 
e analisá-las sobre a base cartográfica, permitindo uma melhor gestão 
das relações do governo com os cidadãos. Esta mesma aplicação pode 
funcionar como instrumento de controle social do governo, permitindo 
que entidades da sociedade civil, a ouvidoria pública municipal ou 
mesmo cidadãos individualmente possam ter livre acesso às informações 
sobre que regiões da cidade estão sendo mais beneficiadas pelas ações do 
governo municipal.
h. Gestão da frota municipal: com recursos de geoprocessamento é 
possível obter informações sobre os tipos de usos da frota municipal, 
conhecendo os trajetos mais comuns e sua intensidade. Estas informações 
possibilitarão a definição de roteiros otimizados para a frota municipal, 
gerando economia de tempo, combustível e uso de veículos.
i. Políticas pública como: segurança pública (mapeamento de áreas de 
maior violências, incidências de homicídios, de iluminação pública, de 
acesso dos cidadão a unidades de atendimento dos agentes de segurança; 
20
UNIDADE I │ CONCEITOS
saúde (delimitação de regiões de ocorrência de focos endêmicos, 
de ocorrência de casos de doenças infectocontagiosas e graves, de 
distribuição de unidades de saúde, de acesso de unidades móveis aos 
centros de saúde, de definição de rotas de percurso de unidades móveis 
com destino aos hospitais etc.; cultura/lazer (mapeamento dos pontos 
turísticos, associação a fotografias, localização de manifestações culturais, 
disponibilização de mapas interativos de informações turísticas pela 
internet, mapeamento da rede de atendimento ao turismo etc.); redes 
de localização e obtenção de dados referentes aos canos de água, aos 
fios de telefone ou da rede elétrica; além da rede particular – cabos de 
fibra óptica das empresas de telecomunicação ou cabos de televisão por 
assinatura. Mais e mais aplicações do SIG podem ser criadas de acordo 
as demandas vão surgindo. Hoje os smarphones têm aplicativos que 
necessitam de localização geográfica para que seus usuários localizem os 
serviços ou pessoas com a disponibilização dos dados coletados a toda a 
comunidade por meio da internet.
j. Cadastros Multifinalitárioscomo: cadastros de árvores, cadastros 
de postes, cadastro de equipamentos urbanos (placas, quiosques, 
telefones, sinalização), cadastros de interferências (vias, dutos, lotes 
etc.), cadastros de benfeitorias em propriedades rurais (desapropriação), 
cadastro de logradouros, cadastros de numeração predial urbana, 
cadastro para distribuidoras de gás (usuários), cadastro de telefonia e tv 
a cabo (equipamentos e usuários), revisão de cadastro urbano. 
k. Agricultura: avaliação da aptidão agrícola, agricultura e planejamento 
do uso da terra, monitoramento da produção agrícola, agricultura de 
precisão (integração SIG/GPS), predição da erosão do solo.
l. Silvicultura e o gerenciamento da vida silvestre: elaboração de 
inventários florestais, visando controlar os recursos naturais destas áreas, 
tais como madeiras, fauna, flora, recursos hídricos/mananciais hídricos.
m. Arqueologia: uma das missões em comum dos Parques Nacionais 
e Reservas Florestais é a proteção de sítios arqueológicos. Técnicas de 
geoprocessamento têm sido aplicadas tanto para analisar sítios conhecidos 
quanto para predizer a localização daqueles ainda não descobertos.
n. Geologia: integração de dados georreferenciados voltados para a 
exploração mineral, mapeamento da geologia regional, lineamentos etc. 
21
CONCEITOS │ UNIDADE I
Vejam, quase um alfabeto de possibilidades de aplicações no Sistema de 
Informações Geográficas. Então use sua criatividade, associe as demandas, 
ponham em prática os conhecimentos teóricos aprendidos aqui e apresente 
mais opções pra completarmos esse alfabeto!
Como planejar estratégias urbanísticas sem ter dados sobre a densidade 
demográfica por região, sem saber por onde passam os rios e lençóis d’água 
subterrâneos e sem ter noção da malha viária existente?
22
CAPÍTULO 2
Superfícies de referência e projeções 
cartográficas
Antes de iniciarmos a configuração do Datum e sistemas de coordenadas 
no QGIS, abro um “parênteses” sobre a parte teórica desse assunto que é de 
fundamental importância para a correta geração de informação cartográfica. 
Os globos são a representação mais fiel da Terra no que diz respeito à forma e às 
dimensões dos acidentes geográficos, além da distribuição das terras e águas (mesmo que 
desconsiderem os achatamentos nos polos) do planeta. Já os mapas, ao reproduzirem 
a superfície terrestre de forma plana, passam a representar o que na realidade é curvo, 
portanto sempre apresentam distorções. Não existe o mapa perfeito. Mesmo assim, 
dá-se preferência pelo seu uso devido a uma gama de vantagens que eles apresentam, 
como medidas e manuseio. 
Para a prática da ciência cartográfica, é de fundamental importância a utilização de 
recursos técnicos sendo o principal deles a projeção cartográfica que é definida como 
um traçado sistemático de linhas numa superfície plana, destinado à representação de 
paralelos de latitude e meridianos de longitude da Terra ou de parte dela, sendo a base 
para a construção dos mapas.
Como vimos, a representação da superfície terrestre em mapas, nunca será isenta de 
distorções. Portanto, foram desenvolvidas as projeções cartográficas com o intuito de 
diminuírem essas imperfeições nos mapas e proporcionarem maior rigor científico à 
cartografia. A seguir serão apresentados tópicos que auxiliarão você a entender porque 
da configuração do sistema de projeção no Quantum GIS.
Forma da terra
Quando se pretende representar um objeto segundo uma projeção, é importante que se 
conheça a forma e as dimensões do objeto. Na cartografia, a forma da Terra é um fator 
importante que deve ser considerado, pois é esta figura que será desenvolvida em um 
plano, utilizando alguns dos modelos de projeção conhecidos.
A forma real da Terra é irregular e para que as operações cartográficas possam ser 
realizadas exige-se uma superfície regular que melhor ajuste-se a ela. Esta superfície 
23
CONCEITOS │ UNIDADE I
chamada de elipsoide é a figura a ser projetada sobre um plano. Ela é definida pelo 
sistema geodésico de cada país.
A figura 3 apresenta um comparativo dos modelos de representação da superfície 
terrestre: o elipsoidal e o geoidal que é o que mais se aproxima da sua forma real e 
que pode ser determinado pelas medidas gravimétricas. Estas superfícies podem estar 
acima ou abaixo da superfície topográfica, definida pela massa terrestre.
Figura 3. Perfis da superfície física da terra e dos modelos de representação geoide e elipsoide.
Fonte: <http://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/cursos_online/gvsig/superfcies_de_referncia.html>. Acesso em 15/6/2015.
 » Elipsóide: é uma forma geométrica (volume) obtida pela rotação de uma 
elipse pelo seu eixo vertical. A Figura 4 ilustra um elipsoide cujo semieixo 
maior a é a metade do diâmetro do Equador, e o semieixo menor b é a 
metade da distância entre os polos. Essa superfície de revolução é gerada 
por uma elipse quando esta gira em torno da reta que passa pelos polos.
Figura 4. Perfis da superfície física da terra e dos modelos de representação geoide e elipsoide.
Fonte: <http://ebah-web-586602798.us-east-1.elb.amazonaws.com/content/ABAAABJTsAD/aulas-geodesia>. 
Acesso em 15/6/2015.
24
UNIDADE I │ CONCEITOS
 » Geoid: é uma forma geométrica (volume) definida pelo nível médio dos 
mares.
 » Datum: caracteriza-se por um ponto de referência posicionado em 
relação à Terra. 
O sistema geodésico brasileiro – SGB que é composto pelas redes altimétrica, 
planimétrica e gravimétrica, durante muitos anos, utilizou-se o elipsoide de Hayford, 
tendo como data os vértices geodésicos de Córrego Alegre (Minas Gerais), La Canoa 
(Venezuela) e Astro-Chuá (Minas Gerais). A partir de meados da década de 1970, 
passou-se a adotar o elipsoide desenvolvido pela Associação Geodésica Internacional 
1967 (UGGI-67), estabelecendo um novo Datum no vértice VT-Chuá, denominado 
South American Datum of 1969 – SAD69. 
O Datum sul americano SAD69 ainda é utilizado para referenciamento de mapeamentos 
no Brasil, porém tem data determinada para seu fim (2015). Isso porque, desde 2005, o 
SIRGAS 2000 é o Sistema Geodésico de Referência oficialmente adotado para o Brasil. 
A grande diferença entre esses dois sistemas é que o SAD69 é topocêntrico e o SIRGAS 
2000 geocêntrico, assimilando muito ao WGS 84 que é sistema de referência do Sistema 
de Posicionamento Global (GPS). Além do mais, o SIRGAS é um referencial único para 
as Américas o que facilita em muito a comunicação de dados sem que sejam necessárias 
reprojeções cartográficas.
Como ainda estamos num período de transição, são necessárias transformações 
entre coordenadas originalmente projetadas em um sistema para outro, portando a 
necessidade de configuração do seu projeto com os devidos parâmetros de transformação 
definidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Esses parâmetros 
e como inseri-los no Quantum GIS serão apresentados adiante. 
Apesar de ainda estarmos em um período de transição, é recomendado que seu projeto 
já estivesse configurado para o SIRGAS 2000. O Instituto Nacional de Colonização de 
Reforma Agrária, desde 2010, não aceita mais que os processos de certificação para 
georrefenciamento de imóveis rurais sejam referenciados a um sistema que não seja o 
SIRGAS 2000.
Redes geográficas
Inicialmente vamos revisar os conceitos de Paralelos e Meridianos, Latitudes e 
Longitudes, ou seja, linhas de referência que cobrem o globo terrestre com a finalidade 
25
CONCEITOS │ UNIDADE I
de permitir a localização precisa de qualquer ponto sobre sua superfície, bem como 
orientar a confecção de mapas.
 » Paralelos: o principal paralelo é o Equador (0°), o qual divide a terra 
em dois hemisférios: o hemisfério sul (HS) e o hemisfério norte (HN). 
Os paralelos é que vão determinar a latitude de um determinado lugar 
na superfície terrestre; dessa forma, podemos entender como latitude: 
é a distância medida em graus de um lugar na superfície terrestre ao 
Equador. A latitude, quando medida no sentido do PoloNorte, é chamada 
Latitude Norte ou Positiva. Quando medida no sentido Sul, é chamada 
Latitude Sul ou Negativa. Sua variação é de: 0º à 90º N ou 0º à + 90º; 0º 
à 90º S ou 0º à - 90º.
 » Meridianos: apenas com latitude não é possível determinar um ponto 
na superfície terrestre. Com isso, são traçadas linhas imaginárias de um 
polo ao outro, cortando perpendicularmente os paralelos, os quais são 
denominados de meridianos. Por meio deste encontra-se a longitude de 
um lugar, tendo como referência o meridiano de Greenwich, dividindo 
a terra em hemisfério oriental e hemisfério ocidental. Desse modo 
compreendemos por longitude: toda distância medida em graus, de um 
determinado lugar da superfície terrestre ao meridiano de Greenwich. 
A Longitude pode ser contada no sentido Oeste, quando é chamada 
Longitude Oeste de Greenwich (W Gr.) ou Negativa. Se contada no 
sentido Este, é chamada Longitude Este de Greenwich (E Gr.) ou Positiva. 
A Longitude varia de: 0º à 180º W Gr. ou 0º à - 180º; 0º à 180º E Gr. ou 
0º à + 180º.
Figura 5. Paralelos e meridianos e coordenadas geodésicas latitude e longitude.
Fonte: <http://www.natureduca.com/geog_fisica_orienta2.php>. Acesso em 15/6/2015.
26
UNIDADE I │ CONCEITOS
Figura 6. Ilustração das medidas definidoras da coordenadas de um ponto (latitude e longitude).
Fonte: Próprio autor.
Projeções cartográficas
Os modelos matemáticos são encontrados para melhor representação das coordenadas, 
a fim de facilitar os cálculos da superfície terrestre. Conforme manual “Noções Básicas 
de Cartografia”, do IBGE, essas projeções são assim classificadas:
Quanto ao método
 » Geométricas: baseiam-se em princípios geométricos projetivos. Podem 
ser obtidas pela interseção, sobre a superfície de projeção, do feixe de 
retas que passa por pontos da superfície de referência, partindo de um 
centro perspectivo (ponto de vista).
 » Analíticas: baseiam-se em formulação matemática obtidas com o objetivo 
de se atender condições (características) previamente estabelecidas (é o 
caso da maior parte das projeções existentes).
Quanto à superfície de projeção
 » Planas: este tipo de superfície pode assumir três posições básicas 
em relação à superfície de referência: polar, equatorial e oblíqua (ou 
horizontal) (Figura 7).
 » Cônicas: embora esta não seja uma superfície plana, já que a superfície 
de projeção é o cone, ela pode ser desenvolvida em um plano sem que haja 
distorções (Figura 8), e funciona como superfície auxiliar na obtenção de 
27
CONCEITOS │ UNIDADE I
uma representação. A sua posição em relação à superfície de referência 
pode ser: normal, transversal e oblíqua (ou horizontal) (Figura 7).
 » Cilíndricas: tal qual a superfície cônica, a superfície de projeção que 
utiliza o cilindro pode ser desenvolvida em um plano (Figura 16) e suas 
possíveis posições em relação à superfície de referência podem ser: 
equatorial, transversal e oblíqua (ou horizontal) (Figura 7).
 » Polissuperficiais: caracterizam-se pelo emprego de mais do que uma 
superfície de projeção (do mesmo tipo) para aumentar o contato com 
a superfície de referência e, portanto, diminuir as deformações (plano-
poliédrica; cone-policônica; cilindro-policilíndrica).
Figura 7. Projeções cartográficas quanto à superfície.
Fonte: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/representacao.html>. Acesso em 15/6/2015.
28
UNIDADE I │ CONCEITOS
Figura 8. Superfícies de projeção desenvolvidas em um plano.
Fonte: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/representacao.html>. Acesso em 15/6/2015.
Quanto às propriedades
Na impossibilidade de se desenvolver uma superfície esférica ou elipsóidica sobre um 
plano sem deformações, na prática, buscam-se projeções tais que permitam diminuir 
ou eliminar parte das deformações conforme a aplicação desejada. Assim, destacam-se:
 » Equidistantes: as que não apresentam deformações lineares para 
algumas linhas em especial, isto é, os comprimentos são representados 
em escala uniforme.
 » Conformes: representam, sem deformação, todos os ângulos em torno 
de quaisquer pontos e, decorrentes dessa propriedade, não deformam 
pequenas regiões.
 » Equivalentes: têm a propriedade de não alterarem as áreas, conservando, 
assim, uma relação constante com as suas correspondentes na superfície 
da Terra. Seja qual for a porção representada num mapa, ela conserva a 
mesma relação com a área de todo o mapa.
 » Afiláticas: não possui nenhuma das propriedades dos outros tipos, isto 
é, equivalência, conformidade e equidistância, ou seja, as projeções em 
que as áreas, os ângulos e os comprimentos não são conservados.
As propriedades acima descritas são básicas e mutuamente exclusivas. Elas ressaltam 
mais uma vez que não existe uma representação ideal, mas apenas a melhor representação 
para um determinado propósito.
29
CONCEITOS │ UNIDADE I
Quanto ao tipo de contato entre as superfícies de 
projeção e referência
 » Tangentes: a superfície de projeção é tangente à de referência (plano – 
um ponto; cone e cilindro – uma linha).
 » Secantes: a superfície de projeção secciona a superfície de referência 
(plano – uma linha; cone – duas linhas desiguais; cilindro- duas linhas 
iguais) (Figura 9).
Por meio da composição das diferentes características apresentadas nesta classificação 
das projeções cartográficas, podemos especificar as representações cartográficas cujas 
propriedades atendam as nossas necessidades em cada caso específico.
Figura 9. Tipos de superfícies de projeção.
Fonte: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/representacao.html>. Acesso em 15/6/2015.
30
CAPÍTULO 3
Sistemas de coordenadas planas e 
projeções – UTM
Serão apresentadas as características da projeção cilíndrica tangente – UTM 
(Figura 10):
 » Cilíndrica.
 » Conforme.
 » Secante.
 » Só o Meridiano Central e o Equador são linhas retas.
 » Projeção utilizada no Sistema UTM – Universal Transversa de Mercator, 
desenvolvido durante a 2a Guerra Mundial. Este sistema é, em essência, 
uma modificação da Projeção Cilíndrica Transversa de Mercator.
 » Aplicações: utilizado na produção das cartas topográficas do Sistema 
Cartográfico Nacional produzidas pelo IBGE e DSG.
Figura 10. Projeção cilíndrica.
Fonte: <http://www.geografando.com/2013/12/projecoes-cartograficas.html>. Acessado em 15/6/2015.
 » Aplicações: indicada para regiões onde há predominância na extensão 
Norte-Sul. É muito utilizada em cartas destinadas à navegação.
 » O mundo é dividido em 60 fusos, no qual cada um se estende por 6º de 
longitude. Os fusos são numerados de um a sessenta começando no fuso 
31
CONCEITOS │ UNIDADE I
180º a 174º W Gr. e continuando para este. Cada um destes fusos é gerado 
a partir de uma rotação do cilindro de forma que o meridiano de tangência 
divide o fuso em duas partes iguais de 3º de amplitude (Figura 11). 
Figura 11. Fusos (colunas) e Zonas (linhas) geradas pela secância do plano cilíndrico UTM.
Fonte: <https://cartografiaescolar.wordpress.com/coordenada-utm/>. Acesso em: 15/6/2015.
 » O quadriculado UTM está associado ao sistema de coordenadas 
planoretangulares, tal que um eixo coincide com a projeção do Meridiano 
Central do fuso (eixo N apontando para Norte) e o outro eixo, com o 
do Equador. Assim cada ponto do elipsoide de referência (descrito por 
latitude, longitude) estará biunivocamente associado ao terno de valores 
Meridiano Central, coordenada E e coordenada N. 
 » Avaliando-se a deformação de escala em um fuso UTM (tangente), pode-
se verificar que o fator de escala é igual a 1 (um) no meridiano central 
e aproximadamente igual a 1.0015 (1/666) nos extremos do fuso. Desta 
forma, atribuindo-se a um fator de escala k = 0,9996 ao meridiano central 
do sistema UTM (o que faz com que o cilindro tangente se torne secante), 
torna-se possível assegurar um padrão mais favorável de deformação 
em escala ao longo do fuso. O erro de escala fica limitado a 1/2.500, no 
meridiano central,e a 1/1030, nos extremos do fuso (Figura 12).
32
UNIDADE I │ CONCEITOS
Figura 12. Fatores de escala no cilindro secante.
Fonte: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/representacao.html>. Acesso em 15/6/2015.
 » A cada fuso associamos um sistema cartesiano métrico de referência, 
atribuindo à origem do sistema (interseção da linha do Equador com 
o meridiano central) as coordenadas 500.000m, para contagem de 
coordenadas ao longo do Equador, e 10.000.000m ou 0 (zero)m, para 
contagem de coordenadas ao longo do meridiano central, para os 
hemisfério sul e norte respectivamente. Isto elimina a possibilidade de 
ocorrência de valores negativos de coordenadas (Figura 13).
Figura 13. Constantes da projeção UTM.
Fonte: <http://professoralexeinowatzki.webnode.com.br/sobre-mim/cartografia/proje%C3%A7%C3%B5es%20cartograficas/>. 
Acesso em: 15/6/2015.
33
CONCEITOS │ UNIDADE I
 » O sistema UTM é usado entre as latitudes 84º N e 80º S
O território brasileiro é seccionado pelos fusos do 25 ao 18 como ilustrado na imagem 
a seguir:
Figura 14. O Brasil dividido em fusos.
Fonte: <http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/representacao.html>. Acesso em 15/6/2015.
34
UNIDADE IIAPLICAÇÃO EM SIG
CAPÍTULO 1
Introdução ao QGIS
O Quantum GIS (QGIS) é um Sistema de Informação Geográfica (SIG) de interface 
amigável, um software livre, licenciado sob a General Public License (GNU) Licença 
Geral Pública. QGIS é um projeto oficial da Open Source Geospatial Foundation 
(OSGeo) Fundação Geoespacial de Fontes Abertas. Ele roda em Linux, Unix, Mac 
OSX e Windows e suporta vários formatos vetoriais, raster, de banco de dados e outras 
funcionalidades.
O Quantum GIS fornece um número crescente de capacidades por meio de suas 
principais funções e complementos. Você pode visualizar, gerenciar, editar, analisar 
os dados e compor mapas impressos, obter uma primeira impressão com algumas 
screenshots e uma lista de recursos mais detalhada.
O Quantum GIS é um projeto conduzido de forma voluntária, construído a partir de 
contribuições na forma de disponibilidade de código, correções de bugs, relatórios de 
bugs, traduções para outros idiomas, promoção e apoio a outros usuários em nossas 
listas de discussão e do Fórum QGIS. 
Existe a comunidade QGISBrasil que foi organizada a partir de 2010 para promover o 
QGIS no Brasil e países de língua portuguesa. 
Instalação
A instalação do QGIS é muito simples. Instaladores de pacotes padrão estão disponíveis 
para MS Windows, Mac OS X, Linux ou programas repositórios. Para adicionar 
gerenciadores de instalação, são fornecidos e podem ser obtidos no endereço eletrônico 
da comunidade do Quantum GIS no Brasil: <http://qgisbrasil.org/> ou ainda na 
35
APLICAÇÃO EM SIG │ UNIDADE II
página oficial do SIG QGIS em: <http://qgis.osgeo.org/download/>. Opte pelo sistema 
operacional que utiliza em seu computador e siga os sete passos de instalação. 
a. Duplo clique no instalador.
b. Clique em Avançar.
c. Leia e concorde com a licença.
d. Selecione o arquivo local onde os dados serão arquivados.
e. Inicie a instalação.
f. Aguarde a Instalação.
g. Por fim conclua.
Figura 15. Instalação do Quantum GIS.
Fonte: Próprio autor.
Se você possui conhecimentos de programação na linguagem que é construído o SIG e 
desejar construir o QGIS a partir da fonte, consulte a codificação e elaboração de aba 
disponível em: <http://qgis.osgeo.org/documentation/>. As instruções de instalação 
também são distribuídas com o código.
A instalação de complementos/plugins vai depender da sua necessidade; as 
funcionalidades são muitas e existem plugins específicos para muitas delas, para os 
objetivos que não possuem podem ser criadas e incorporadas ao seu SIG.
36
UNIDADE II │ APLICAÇÃO EM SIG
Os plugins disponíveis podem ser baixados do endereço: <http://pyQGIS.org/>. Baixe 
o instalador de complementos (instaler.zip). 
Inicializando no QGIS
Ferramentas do sistema
O QGIS apresenta uma interface com um visual simples e ferramentas amigáveis; o 
melhor é que pode ser customizada de acordo com as suas necessidades. Os atalhos de 
teclado são configuráveis e os itens encontrados na barra de menu também aparecem na 
barra de ferramentas. Os ícones da barra de ferramentas permitem acesso a funções do 
menu e oferecem ferramentas adicionais que permitem interagir com o mapa. Observe 
a visualização geral da tela inicial do programa em sua configuração padrão. 
Figura 16. Apresentação inicial Quantum GIS.
Fonte: Próprio autor.
Na interface desse sistema, são disponibilizadas as ferramentas necessárias para 
manuseio do programa. Elas são intuitivas e de fácil manuseio, ao alcance de qualquer 
usuário familiarizado com Sistemas de Informações Geográficas. Na janela principal, 
conforme ilustrado nas Figuras 17, 18 e 19, são disponibilizadas as ferramentas para o 
manuseio do sistema que são apresentadas e explicadas a seguir.
Barra de ferramenta
Contém os ícones dos comandos mais usuais e constituem a forma mais fácil de acesso. 
São classificados em grupos de ferramentas que se assemelham em funções e podem 
ser arrastadas e alteradas de suas posições e localizações.
37
APLICAÇÃO EM SIG │ UNIDADE II
Figura 17. Barras de ferramentas do QGIS.
Fonte: Próprio autor.
Figura 18. Ícones mais usuais nas barras de ferramentas do Quantum GIS.
Fonte: Próprio autor.
38
UNIDADE II │ APLICAÇÃO EM SIG
39
APLICAÇÃO EM SIG │ UNIDADE II
Figura 19. Ícones mais usuais nas barras de ferramentas do Quantum GIS.
Fonte: Próprio autor.
Configurando opções
Acesse a barra de menus configurações/opções, e será aberta uma janela com as 
seguintes abas (Figura 20): 
Figura 20. Janela de configurações gerais do Quantum GIS.
Fonte: Próprio autor.
40
UNIDADE II │ APLICAÇÃO EM SIG
Em seguida, configure a aba ferramentas de mapa, configure as ferramentas de medida 
e as demais que acharem convenientes para ter um SIG com o padrão desejado. Em 
EXIBIR → DECORAÇÕES/PAINEIS podem ser feitas diversas configurações de mapa 
(Figura 21).
Figura 21. Outras janelas de configurações do Quantum GIS.
Fonte: Próprio autor.
Configure complementos/plugins
Uma vez concluído o download, vamos realizar a instalação. Copie os instaladores 
de complementos baixados para a pasta especificada no caminho: C:\Arquivos de 
programas\Quantum GIS\Wroclaw\apps\QGIS\python\plugins, (todos os plugins 
devem ser descompactados nesta pasta quando instalados manualmente) e descompacte 
o arquivo.
Para disponibilizar os ícones dos complementos/plugins já existentes e instalados clique 
em COMPLEMENTOS → GERENCIAR COMPLEMENTOS e em seguida selecione os 
complementos necessários. Ao clicar em OK eles serão disponibilizados nas barras de 
ferramentas do seu projeto. 
41
APLICAÇÃO EM SIG │ UNIDADE II
Para conectar o repositório insira nome: Repositório Oficial de Complementos do QGIS 
e URL: <http://plugins.qgis.org/plugins/plugins.xml>. 
Figura 22. Habilitando ícones dos complementos instalados na barra de ferramentas do Quantum GIS.
Fonte: Próprio autor.
Caso os plugins instalados não estejam disponíveis na pasta especificada, feche e abra 
novamente. E refaça o processo de inserção dos complementos no seu QGIS.
Configurando o Datum e Sistema de 
Coordenadas do projeto
Vamos configurar o nosso projeto para projetar as nossas informações cartográficas em 
coordenadas geográficas, ou seja, latitude e longitude e mais ainda para que o Datum 
do meu projeto seja o SIRGAS 2000 oficialmente utilizado no Brasil. Muito simples, 
siga os passos: 
Passo 1. Clique em CONFIGURAÇÕES → PROPRIEDADES DO PROJETO.
Passo 2. Na Janela aberta escolha a aba SISTEMA DE REFERÊNCIA DE 
COORDENADAS (SRC) → selecione HABILITAR TRANSFORMAÇÃO SRC “ON THE 
FLY” → escolha o conjunto de projeções SISTEMA DE COORDENADAS GEOGRÁFICAS 
e nela o Datum SIRGAS 2000.
42
UNIDADE II │ APLICAÇÃO EM SIG
Passo 3. Para finalizar clique em APPLY → OK e em seguida verifique se no cantoinferior direito foi alterada a projeção do seu sistema para o SIRGAS 2000 (Código: 
4674).
Figura 23. Configurando projeção geodésica do projeto.
Fonte: Próprio autor.
Criando SRC personalizado no QGIS
Vamos agora aprender a configurar o QGIS para trabalhar com o SRC personalizado 
utilizando os parâmetros do IBGE, para correta reprojeção das coordenadas do seu 
projeto.
Passos: configure o QGIS para trabalhar em SIRGAS 2000 clicando em CONFIGURAÇÕES 
→ OPÇÕES → Na aba SRC, selecione a opção HABILITAR TRANSFORMAÇÃO SRC 
“ON THE FLY” → em seguida selecione o Datum SIRGAS 2000 nas duas lacunas, 
conforme ilustrado na Figura 24.
O próximo passo é criar nossos SRC personalizados no QGIS e precisaremos utilizar 
os parâmetros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no formato do 
Proj4 utilizado no QGIS, conforme apresentados a seguir.
43
APLICAÇÃO EM SIG │ UNIDADE II
Figura 24. Configurando SRC no Quantum GIS.
Fonte: Próprio autor.
Quadro 1. Parâmetros do IBGE para personalização de SRC nos fusos do Brasil.
Arquivos para personalização SRC:
SAD69_UTM25_IBGE
+proj=utm +zone=25 +south +ellps=aust_SA +towgs84=-67.35,3.88,-38.22,0,0,0,0 +units=m +no_defs
SAD69_UTM24_IBGE
+proj=utm +zone=24 +south +ellps=aust_SA +towgs84=-67.35,3.88,-38.22,0,0,0,0 +units=m +no_defs
SAD69_UTM23_IBGE
+proj=utm +zone=23 +south +ellps=aust_SA +towgs84=-67.35,3.88,-38.22,0,0,0,0 +units=m +no_defs
SAD69_UTM22_IBGE
+proj=utm +zone=22 +south +ellps=aust_SA +towgs84=-67.35,3.88,-38.22,0,0,0,0 +units=m +no_defs
SAD69_UTM21_IBGE
+proj=utm +zone=21 +south +ellps=aust_SA +towgs84=-67.35,3.88,-38.22,0,0,0,0 +units=m +no_defs
SAD69_UTM20_IBGE
+proj=utm +zone=20 +south +ellps=aust_SA +towgs84=-67.35,3.88,-38.22,0,0,0,0 +units=m +no_defs
SAD69_UTM19_IBGE
+proj=utm +zone=19 +south +ellps=aust_SA +towgs84=-67.35,3.88,-38.22,0,0,0,0 +units=m +no_defs
SAD69_LL_IBGE
+proj=longlat +ellps=aust_SA +towgs84=-67.35,3.88,-38.22,0,0,0 +no_defs
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
44
UNIDADE II │ APLICAÇÃO EM SIG
Inicie a configuração do SRC no QGIS clicando em CONFIRAÇÕES → SRC 
PERSONALIZADO.
Figura 25. Janela para criar SRC personalizado no Quantum GIS.
Fonte: Próprio autor.
Ao abrir a janela, inicie a criação dos seus SRC personalizados para todos os fusos 
cartográficos que compõem o território brasileiro. Copie e cole os arquivos para 
personalização SRC do IBGE em seguida clique em SALVAR e, clicando em ESTRELA, ele 
limpará o nome e parâmetros para que você crie um novo. Prossiga com o procedimento 
até que tenha todos os fusos com seus respectivos parâmetros já ajustados segundo os 
parâmetros publicados pelo IBGE (Quadro 1) e ilustrado na figura 26.
Após inseridos todos os SRC, você pode confirmar sua inserção em CONFIGURAÇÕES 
→ PROPRIEDADES DO PROJETO → SISTEMA DE COORDENADAS DEFINIDA 
PELO USUÁRIO conforme ilustrado na figura 26.
45
Figura 26. Criando e visualizando SRC personalizado no Quantum GIS.
Fonte: Próprio autor.
Portanto, toda vez que você tiver um dado projetado em SAD 69, você deverá utilizar 
o SRC personalizado para a correta reprojeção da coordenada dentro do sistema de 
projeção SIRGAS2000 DO SEU projeto. 
46
UNIDADE II │ APLICAÇÃO EM SIG
CAPÍTULO 2
Elaboração de bases geográficas
Uma base cartográfica digital bem elaborada pode contribuir grandemente para o 
desenvolvimento de uma região, no ordenamento e gestão do território, na gestão 
ambiental, na identificação de público-alvo para políticas públicas, entre outros. 
Utilizaremos aqui imagens digitais ou bases cartográficas digitalizadas. 
Após o tratamento das informações, classificação, criação de camadas vetoriais a partir 
de informações secundárias como imagens, cartas digitalizadas, adição de camadas já 
existentes e ainda importando dados de arquivos de obtenção de dados em campo como 
GPS, o próximo passo é fazer com que as informações cartográficas geradas tenham uma 
boa visualização, orientação e permitam auxiliar os profissionais e administradores na 
tomada de decisões. 
Se a apresentação desses resultados for um mapa impresso ou digital deve conter 
indicadores que permitam uma leitura fácil e de forma eficiente das informações nele 
apresentadas. Cada mapa possui informações que devem ser evidenciadas, porém todos 
devem conter uma formatação com os identificadores que são comuns e difundidos aos 
usuários, dentre eles, norte de orientação, grade de coordenadas, legenda e informações 
cartográficas como projeção cartográfica, escala entre outras.
Gerar um mapa no QGIS é bastante simples, mas pode ter quantas informações forem 
necessárias para identificação das informações que o seu trabalho necessite apresentar. 
Então clique em ARQUIVO → NOVO COMPOSITOR DE IMPRESSÃO e iniciaremos a 
formação do nosso produto final. 
O compositor de impressão prevê uma melhora na elaboração do modelo e das 
capacidades de impressão. Ele permite que você adicione elementos tais como a área de 
extensão do mapa, legenda, barra de escala, imagens, formas básicas, setas e rótulos de 
texto. Você pode dimensionar, agrupar e alinhar a posição de cada elemento, e ajustar 
as propriedades para criar seu modelo. O modelo pode ser impresso ou exportado para 
formatos de imagem, Postscript, PDF ou SVG 8, e você pode salvar o modelo e carregá-
lo novamente em outra sessão. Veja uma lista de ferramentas na figura 27.
47
APLICAÇÃO EM SIG │ UNIDADE II
Figura 27. Ferramentas para criação de layout de impressão
Fonte: Próprio autor
Cada profissional deve criar o compositor de impressão que melhor representa as 
informações do seu produto, porém muitos layouts de mapas se assemelham e 
felizmente o Quantum GIS permite salvar um compositor de impressão para ser 
aproveitado em outros mapas e, melhor ainda, no site da comunidade do Quantum GIS 
no Brasil, os membros criam e disponibilizam para utilização de demais usuários. O 
modelo ilustrado na Figura 28 foi criado pelo membro Arlindo Fabrício Corrêia (obtida 
de <www.qgisbrasil.gov>).
Figura 28. Modelo de compositor de impressão.
Fonte: Próprio autor.
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UNIDADE II │ APLICAÇÃO EM SIG
Adicionando arquivos
Arquivos vetoriais
O QGIS possibilita trabalhar com diversos tipos de dados vetoriais, entre os quais 
podemos destacar:
 » Shapefile ESRI (*.shp): formato nativo do Sistema de Informações 
Geográficas ArcGIS que é composto por no mínimo 3 arquivos de 
extensões .SHP (dados vetoriais), .DBF (banco de dados) e .SHX (arquivo 
de ligação entre o . SHP e .DBF). 
 » Arquivo Macrostation (*.dgn): formato do software de Desenho 
Assistido por Computador (CAD) gerado por Macrostation.
 » Planilhas – valores separados por vírgula (*.csv): formato 
bastante leve e rápido de ser processado que pode ser produzido em 
editores de texto.
 » GPS eXchange Format [GPX] (*.gpx): formato em que a maioria 
dos programas que processam dados de GPS conseguem exportar as 
informações coletados em campo.
 » Keyhole Markup Language KML (*.kml): formato produzido 
inicialmente para ser visualizado no software Google Earth. Diversos 
sites, atualmente, distribuem informações neste formato.
 » AutoCAD DXF (*.dxf*): formato do principal software de Desenho 
Assistido por Computador (CAD) utilizado em todo o mundo.
A forma como os arquivos vetoriais são produzidos nos programas CAD pode 
dificultar a sua abertura, por exemplo, hachuras, camadas ocultos, pontos e 
pedaços de linha que não fazem parte (“sujeiras”) do mapa devem ser evitados. 
Quanto mais o desenho se basear em estruturas como pontos, linhas e polígonos 
mais facilmente serão reconhecidos e menor a possibilidade de conflitos.
A adição de arquivos vetoriais simples pode ter pequenas variações para cada formato, 
sendo que para todos eles é necessário saber a projeção original (Datum e Fuso) do 
arquivo e utilizar os comandos ADICIONAR CAMADA VETORIAL → BUSCAR → 
ESCOLHA O FORMATO DO ARQUIVO VETORIAL selecione o arquivo desejado → 
ABRIR. Conforme ilustrado na figura29.
49
APLICAÇÃO EM SIG │ UNIDADE II
Figura 29. Adicionando arquivo vetorial no Quantum GIS.
Fonte: Próprio autor.
Escolha a codificação para “CP1252” para permitir que na tabela de atributos não 
haja problemas no reconhecimento de caracteres e acentuação.
Abrindo arquivos Macrostation (*.dgn) no Qgis
Os passos a seguir são para os casos em que você não possua um software (exemplo 
Macrostation) impossibilitando salvar o arquivo em DXF e também para os casos em 
que a poligonal do imóvel não aparecerá visível no Quantum GIS.
O Qgis só abrirá arquivos *.dgn na a partir da versão 7.
Passo 1: utilize a ferramenta ADICIONAR CAMADA VETORIAL, localize e abra o seu 
arquivo *.DGN. Caso o arquivo esteja projetado em SAD69, é necessário utilizar os 
parâmetros de reprojeção do IBGE (SRC Personalizado). 
Se o arquivo for um polígono limpo, ótimo, mas em alguns casos ele pode aparecer com 
as informações de planta para impressão. 
50
UNIDADE II │ APLICAÇÃO EM SIG
Nesse caso o procedimento é o seguinte: clique na ferramenta IDENTIFICAR FEIÇÕES 
e logo em seguida no centro do desenho e identifique qual o nível (level) que corresponde 
a poligonal do imóvel (nesse exemplo o level da poligonal é o 17).
O próximo passo é deixar visível a poligonal e o procedimento é o seguinte: com o 
BOTÃO DIREITO do mouse clique em PESQUISA, na janela que se abrirá de um 
DUPLO CLIQUE sobre LEVEL, componha a sua equação booleana (query) clicando 
em IGUAL e digite o que deseja localizar em level, nesse caso o 17, conforme as Figuras 
30a e 30b.
Figura 30a. Pesquisando elementos desejados na feição.
Fonte: Próprio autor.
51
APLICAÇÃO EM SIG │ UNIDADE II
Figura 30b. Equação booleana para localizar elementos desejados na feição.
Fonte: Próprio autor.
O resultado será a janela de visualização de mapas vazia, isso porque ele ajustou a essa 
janela o level 17 que está oculto. Ótimo, esse é um bom resultado e agora iremos fazer 
com que ele fique visível para trabalharmos. 
DUPLO CLIQUE sobre a camada (aqui como exemplo element) e, na janela de 
propriedades da camada na aba ESTILO, – opte pelo símbolo CATEGORIZADO – 
selecione e coluna LEVEL, clique em CLASSIFIQUE (canto inferior esquerdo) e altere 
a cor do Level (aqui 17) para a cor desejada com ou sem preenchimento interno do 
polígono, observe a figura 31. 
Podemos observar que o nosso level 17 estava na cor branca por isso invisível aos 
nossos olhos sobre a janela de visualização também de cor branca. Logo, vamos alterar 
as configurações com um DUPLO CLIQUE sobre a camada e na janela de propriedades 
que se abrirá a seguir procedam às alterações conforme ilustradas na figura 31.
52
UNIDADE II │ APLICAÇÃO EM SIG
Figura 31. Alterando cor do elemento desejado na feição.
Fonte: Próprio autor.
Você verá que aparecerá o level 17 estará visível para ter sua cor alterada com um clique 
duplo sobre ele e a palheta de cores se abrira e você terá uma gama de poligonal estará 
disponível na cor desejada e pode, a qualquer momento, ser exportada para outro 
formato se desejado, inclusive shapefile ou opções a sua escolha. 
Arquivos matriciais (imagens)
O QGIS permite trabalhar com diversos formatos de imagem, dentre as mais comuns 
estão:
 » JPEG (Joint Pictures Expert Group): é um formato de imagem 
que, por meio de compressão, elimina as informações de cores que o 
olho humano não é capaz de detectar e, em função disso, apesar de haver 
perda de qualidade, ela não é facilmente percebida, com isso os arquivos 
gerados são de tamanho relativamente pequeno.
 » TIFF (Tagged Image File Format): foi desenvolvido em 1986 em 
uma tentativa de criar um padrão para imagens geradas por equipamentos 
digitais. O formato é capaz de armazenar imagens em preto ou branco, 
escalas de cinza e em paletas de cores com 24 ou com 32 bits. 
 » GeoTIFF: é um padrão de metadados de Domínio público o qual permite 
embutir informações das coordenadas geográficas em um arquivo TIFF. A 
53
informação adicional potencial inclui projeções cartográficas, sistema de 
coordenadas, elipsoides, datums e tudo mais necessário para estabelecer 
a referência espacial exata no arquivo.
Para adicionar uma imagem no Quantum GIS, utilize a ferramenta de adição de camadas 
raster apresentada anteriormente ou utilize o complemento OpenLayers que permite a 
visualização das imagens do Google Earth e de outros servidores de imagem (Bing, 
Yahoo) dentro da janela do QGIS. Para utilizá-lo, certifique-se que está ativado 
o “Habilita transformação SRC on the fly” nas propriedades do projeto e que a 
internet está funcionando. 
Clique em COMPLEMENTOS → OPEN LAYERS PLUGIN → ADD GOOGLE SATÉLITE 
LAYES (Figura 32).
Figura 32. Visualizando imagens de satélite do Google e alteração do datum do projeto.
Fonte: Próprio autor.
Ao adicionar o Google layers, a projeção é alterada e quando não mais for utilizada 
deve ser alterado novamente conforme apresentado na Figura 23.
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UNIDADE II │ APLICAÇÃO EM SIG
CAPÍTULO 3
Análise espacial de dados geográficos
Um Sistema de Informação Geográfica tem como uma das suas principais características 
a capacidade de permitir análise espacial, ou seja, utilizando-se os dados espaciais e 
atributos armazenados no banco de dados para responder as perguntas por meio de 
simulações de situações em modelos do mundo real. O objetivo da análise espacial é 
extrair ou questionar informações úteis que satisfaçam as exigências dos objetivos do 
usuário para tomada de decisão técnica, fornecendo subsídios que permitam prever 
acontecimentos. Um exemplo prático: é possível identificar os locais onde podem ocorrer 
inundações devido a chuvas e mais, com auxílio de informações hidrometeorológicas, 
calcular o tempo e a quantidade de escoamento de água e assim saber onde e quando 
ocorreram as cheias. Uma ferramenta fantástica do SIG que salva vidas.
A análise espacial consiste em recuperar, reclassificar, medir, sobrepor, conectar e 
relacionar os dados gráficos e seus atributos por meio de operações que reavaliam os 
valores temáticos nas categorias do mapa. Como exemplo identificar, a partir de um 
modelo digital de elevação cruzado com o mapa de urbanização, onde estão as áreas 
de maior possibilidade risco de desmoronamentos, quando na ocorrência de fortes 
chuvas. O resultado será outro mapa resultado da associação de funções e localização 
de dois ou mais mapas.
QGIS permite consultas espaciais, exploração interativa de dados, identificação e 
seleção de geometrias, pesquisa, visualização e seleção de atributos e criação de 
simbologia, permite ainda o processamento georreferenciado de camadas matriciais 
e vetoriais, como sobreposição, recorte, buffer, amostragem, interpolação TIN 
(Triangular Irregular Network), interpolação IDW (Inverse Distances Weight), 
análise de parâmetros morfológicos e gestão das geometrias dos dados associados. 
Permite também manusear camadas raster.
No QGIS é instalado automaticamente o complemento/plugin GRASS que é o Módulo 
de Interpolação Espacial do GRASS GIS. Em sua instalação padrão fornece módulos 
para interpolação de informações pontuais de tal forma que estes dados possam ser 
extrapolados de forma uniforme na superfície espacial. Esse plugin permite o acesso 
a centenas de comandos e análises espaciais complexas, tanto raster como vetorial, 
incluindo álgebra de mapas, modelação hidrológica, interpolação de superfícies, análise 
de redes, análise de imagem, operações de base de dados entre outras. 
55
APLICAÇÃO EM SIG │ UNIDADE II
Os arquivos assim que carregados no Quantum GIS apresentam uma cor única que 
nem sempre facilita a visualização e a compreensão do tema referente àquele mapa, 
entretanto, é possível modificar a apresentação do mapa tornando-a mais interessante 
e realçando as características desejadas por meio dos seus atributos. No primeiro 
exemplo faremos uma classificação categorizada. 
Com o botão direito sobre a feição clique em 1. PROPRIEDADES, a janelase abrirá e na 
aba 2. ESTILO escolha a opção CATEGORIZADO e a coluna que deseja classificar. Para 
esse exemplo, foi utilizado a feição que contém os municípios da bacia hidrográfica 
do rio Tocantins que compreende vários estados e classificados pelas UF (Unidades 
Federativas) onde estão localizados esses municípios. Escolha também a graduação 
de cores que deseja utilizar COR DE DEGRADÊ → 3. CLASSIFICA → 4. APPLY. O 
resultado pode ser observado na Figura 33. Outras classificações podem ser feitas em 
sequencias de passos semelhantes.
Figura 33. Classificação categorizada.
Fonte: Próprio autor.
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UNIDADE II │ APLICAÇÃO EM SIG
Outro tipo de análise que faremos é de relevo, para tal utilizamos a camada vetorial 
de curvas de nível do município de Porto Alegre/RS e faremos uma análise espacial 
simples e gerar o Modelo Digital de Terreno (TIN). 
Para um processamento mais rápido, faremos um recorte nas curvas de nível com um 
retângulo delimitado para nossa área de estudos. 1. CAMADA → NOVA → CAMADA 
TIPO SHAPEFILE.
Em seguida, na janela que se abrirá, escolha o tipo de camada, nesse caso POLÍGONO 
(2). Em seguida, especifique a PROJEÇÃO (3). Caso deseje NOVOS ATRIBUTOS (4), a 
sua feição, essa é a hora, e finalize OK (5).
Figura 34. Criando camada vetorial no Quantum GIS.
Fonte: Próprio autor.
Para recortar, utilizaremos uma ferramenta de uso simples VETOR → GEOPROCESSAR 
→ CORTAR, em seguida na janela que se abrira selecione as camadas a ser cortada e 
também o polígono de referência.
57
APLICAÇÃO EM SIG │ UNIDADE II
Figura 35. Fazendo recorte em camada vetorial.
Fonte: Próprio autor.
Na camada vetorial CURVAS DE NIVEL, damos inicio à interpolação. Para isso, 
clicamos na ferramenta 1. INTERPOLAÇÃO. Na janela que se abriu (Figura 35), 
como “entrada” escolhemos a camada vetorial CURVA DE NÍVEL POA e o atributo de 
interpolação COTA. Clicamos em ADICIONAR. Como “saída”, escolhemos o método de 
INTERPOLAÇÃO TRIANGULAR TIN, clicamos em DEFINE A EXTENSÃO ATUAL e 
escolhemos o arquivo de saída e por final SALVAR → OK.
Figura 36. Interpolação triangular para gerar modelo digital de terreno.
Fonte: Próprio autor.
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O TIN resultante será apresentado em tons de cinza, então para melhor visualização 
na janela de propriedades da camada altere a graduação de cores para apresentação do 
modelo de elevação. Podemos escolher a apresentação em FALSA COR como mapa de 
cor e verá graduações coloridas para os intervalos de altitudes. 
Para executar a interpolação IDW é semelhante ao procedimento para gerar TIN: 
clicamos ícone INTERPOLAÇÃO. Na janela que se abrirá em “entrada” escolhemos a 
camada vetorial CURVA DE NÍVEL e o atributo de interpolação COTA. Clicamos em 
ADICIONAR. Em “saída”, escolhemos o método de interpolação IDW, clicamos em 
DEFINE A EXTENSÃO ATUAL e demos o nome desejado ao arquivo de saída. 
Existem muitas ferramentas que fazer análises espaciais vetoriais como corte, recortes, 
união, quebras, mesclas e matriciais, Modelo Digital de Elevação, Mapas de calor, 
proximidades, IDW e muitos outros que podem ser gerados por plugins específicos.
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APLICAÇÃO EM SIG │ UNIDADE II
CAPÍTULO 4
Integração
Além das conexões apresentadas pelos plugins OpenLayers, outras formas de integração 
tem se tornado comuns. Entre elas, o uso de um tipo especial de sistemas gerenciadores 
de banco de dados e geosserviços.
Conectar QGIS ao PostGIS
Nos chamados bancos de dados geográficos, nos quais os sistemas gerenciadores 
possuem módulos espaciais. Uma das mais conhecidas é o PostGIS que é uma extensão 
espacial do PostGreSQL. Ao passo que a área das geotecnologias vem se desenvolvendo, 
percebeu-se a grande utilidade de se conectar os bancos de dados geográficos com 
inúmeros softwares de SIG, não sendo a diferença com o QGIS que é o mais importante 
softwares livres de SIG. 
Se você possui conhecimentos em PostGIS, pode criar e um banco de dados e dar carga 
de dados geoespaciais, mantendo seus dados salvos em um sistema de armazenamentos 
e gerenciamento de dados que possibilitará a conexão utilizando o QGIS de onde você 
estiver e permitir acessos diversos.
Então, apresentamos a seguir o passo a passo para adicionar uma camada, armazenado 
em uma tabela PostGIS para visualização no QGIS.
Utilize o ícone ADICIONAR CAMADA POSTGIS disponibilizado nas ferramentas de 
adição de camadas conforme ilustrado na figura 37.
Ao solicitar adição de camada armazenada em tabelas no banco de dados PostGIS, abrirá 
uma janela para que sejam informados os parâmetros para a nova conexão específicos 
de seu servidor de dados. 
Caso já exista uma conexão ao PostGIS estabelecida, selecione-a e em seguida solicite 
a CONEXÃO; selecione um ou mais camadas que deseja adicionar ao seu projeto e em 
seguida clique em ADICIONAR como ilustrado na figura 37.
60
UNIDADE II │ APLICAÇÃO EM SIG
Figura 37. Conexão ao banco de dados em PostgreSQL/PostGIS existente.
Fonte: Próprio autor.
Na figura 38, clique em NOVO, caso ainda não tenha criado nenhuma conexão, e 
preencha as lacunas.
Figura 38. Inserindo parâmetros de nova conexão ao banco de dados em PostgreSQL/PostGIS.
Fonte: Próprio autor.
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APLICAÇÃO EM SIG │ UNIDADE II
Os parâmetros a serem inseridos nas lacunas ilustradas na Figura 38 correspondem:
 » Nome: a sugestão é que seja utilizado o mesmo nome do banco a ser 
conectado, nome dos dados a serem utilizados ou mesmo o nome do 
usuário do banco; porém, a denominação é aleatória e permite inserir 
qualquer nome.
 » Serviço: este campo pode ser deixado em branco.
 » Máquina: caso a sua conexão seja em sua própria máquina, digite 
”localhost”; se a conexão for em outro servidor, insira aqui o IP da máquina.
 » Base de dados: nesse campo insira o nome do banco.
 » Porta: 5432 (Padrão do PostGIS) mas pode ser outra porta se definida 
anteriormente.
 » Usuário e senha: ao instalar o PostGIS, normalmente são criados 
o usuário e senha com o mesmo nome ”postgres” porém se no ato de 
instalação do Postgresql/PostGIS foram definidas senha e usuário 
diferentes, eles devem ser inseridos aqui.
Informados os parâmetros, clique em TESTAR A CONEXÃO e, se aparecer a mensagem 
“conexão com ... foi estabelecida” clique em OK. Em seguida, sabendo que sua conexão 
foi criada, basta clicar em CONECTAR, com isso aparecerão todas as tabelas espaciais 
existentes no banco de dados. Em seguida, selecione as tabelas que deseja adicionar ao 
seu projeto e em seguida clique em ADICIONAR, como ilustrado na figura 39.
Figura 39. Inserindo parâmetros de conexão ao banco de dados em PostgreSQL/PostGIS.
Fonte: Próprio autor.
62
UNIDADE II │ APLICAÇÃO EM SIG
Em seguida, verá a layer visualizada no seu projeto conforme ilustrado na figura 39, 
com representação das mesorregiões do estado de São Paulo. 
Com as tabelas adicionadas, você poderá trabalhar nos dados, realizar consultas 
espaciais, exportar seleções, entre muitas outras possibilidades de análises. 
O contrário também pode ser feito: alimentar o seu banco de dados pelo QGIS. O 
procedimento é simples, siga os passos:
Em BASE DE DADOS à GERENCIADOR BD à GERENCIADOR BD, na janela do 
gerenciador de banco de dados, selecione PostGIS escolha o banco a ser carregado e, em 
seguida, o esquema de banco onde deseja dar carga ou descarregar o dado geoespacial, 
conforme ilustrado na figura 40.
Figura 40. Acessando o gerenciador de bancos de dados geoespaciais PostgreSQL/PostGIS.
Fonte: Próprio autor.
O próximo passo é escolher qual a operação deseja fazer CRIAR UMA SQL, IMPORTAR 
CAMADA/ARQUIVO ou EXPORTAR PARA ARQUIVO. Na imagem a seguir, ilustro o 
processo de importação de um arquivo vetorial shapefile ao banco, observe a figura 40.
63
APLICAÇÃO EM SIG │ UNIDADE II
Figura 41. Importando camadas em QGIS para tabelas em BD PostgreSQL/PostGIS.
Fonte: Próprio autor.
Em seguida, selecione o CAMINHO do arquivo vetorial, o ESQUEMA onde deseja 
salvar, insira o nome da TABELA e informe os ‘SRID fonte e de destino’. 
A CODIFICAÇÃO foi

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