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12/03/2020 1 Prof. Dra. Daniele Raupp daniele.raupp@ufrgs.br Departamento de Química Orgânica Disciplina Química Orgânica I (QUI 02014) Conceitos básicos em QOI Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Qual a importância da compreensão dos mecanismos de reação? Mecanismos de reação 1 2 12/03/2020 2 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Grande parte das reações orgânicas ocorrem entre eletrófilos e nucleófilos. Reações SN1, SN2, E1, e E2 constituem a base para a compreensão de por que determinados produtos são mais propensos a serem formados do que outros. Mecanismos de reação Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Diversas rotas reacionais para a síntese de determinados compostos são possíveis. Mecanismos de reação CUNHA, S., et al. de Síntese de ácidos cumarino-3-carboxílicos e sua aplicação na síntese total da aiapina, cumarina e umbeliferona. Química Nova, 2015, 38.8: 1125-1151. É um tipo de cumarina. São utilizadas tradicionalmente como broncodilatadores e expectorantes. 3 4 12/03/2020 3 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele RauppThe tip of the iceberg in organic chemistry classes GRAULICH, Nicole. The tip of the iceberg in organic chemistry classes: how do students deal with the invisible?. Chemistry Education Research and Practice, v. 16, n. 1, p. 9-21, 2015. Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp 5 6 12/03/2020 4 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp - O Carbono (C) é tetravalente - O Carbono (C) forma ligações múltiplas - O Carbono (C) liga-se a várias classes de elementos químicos - O Carbono (C) forma cadeias CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 Características do Carbono 7 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp O OH O O Ácido acetil salicílico N N NH N NH2 Adenina N NH NH N NH2 O Guanina N NH NH2 O Citosina NH NH O O CH3 Timina N O O OH OH OH O P N NN NH2 Desoxirribonucleotídeo N O O OH OH OH O P N NN NH2 OH Ribonucleotídeo O OH OH HO HO OH 1 2 3 4 5 6 OH OH HO HO OH O1 2 3 4 5 6 Glicose Frutose Existem mais de 15 milhões de compostos orgânicos registrados! 8 7 8 12/03/2020 5 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele RauppPOSTULADOS DE KEKULÉ 1857 Friedrich August Kekulé Alemanha 1829 -1896 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • 1º Postulado: Tetravalência constante do carbono. • O átomo de carbono é tetravalente, ou seja, pode realizar até quatro ligações covalentes com outros átomos, devido aos seus pares de elétrons disponíveis. H │ H ─ C ─ H │ H 9 10 12/03/2020 6 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • 2º Postulado: As quatro valências do carbono são iguais entre si. • Não importa em que posição se encontre o átomo ligante ao carbono, o composto orgânico será sempre o mesmo. Exemplo: • Observe que nas quatro estruturas acima, as posições do Cl e do H são diferentes, no entanto, as quatro representam o mesmo composto químico: o clorofórmio, de fórmula química CHCl3. Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • 3º Postulado: Os átomos de carbono ligam-se entre si formando estruturas estáveis, denominadas cadeias carbônicas. • Responsável pela grande variabilidade compostos orgânicos, dessa forma, uma cadeia com 3 carbonos dá origem a um composto, com 4 carbonos, outro composto, e assim sucessivamente. • Nitrogênio, oxigênio, enxofre e fósforo também apresentam essa característica, no entanto, as cadeias carbônicas ocorrem em maior número, principalmente devido à sua tetravalência. 11 12 12/03/2020 7 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • FÓRMULA MOLECULAR : indica o número real de átomos de cada tipo de elemento químico que aparece na molécula. • FÓRMULA ESTRUTURAL : indica a estrutura, ou seja, a disposição dos átomos que compõem os elementos químicos, bem como a ligação entre eles. • FÓRMULA CONDENSADA: sem os traços que representam as ligações H3CCH2OH ou CH3CH2OH FÓRMULAS C2H6O Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp FÓRMULA DE LINHAS : é uma forma de simplificar a escrita de compostos orgânicos, colocando linhas que são retas, que demonstram ligações entre carbonos, nesta forma os carbonos e os hidrogênios são ocultados. FÓRMULAS FÓRMULAS 3D : representa a distribuição dos átomos na molécula. Importante para o estudo da estereoquímica. 13 14 12/03/2020 8 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele RauppFÓRMULAS FÓRMULAS OU ESTRUTURAS DE LEWIS : são diagramas que mostram a ligação entre os átomos de uma molécula e os pares de elétrons livres que podem existir na molécula. Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp 15 16 12/03/2020 9 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Um exemplo de molécula Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Cafeína 17 18 12/03/2020 10 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • A cafeína é um composto químico de fórmula C₈H₁₀N₄O₂ — classificado como alcaloide. • É encontrado em certas plantas e usado para o consumo em bebidas, na forma de infusão, como estimulante, no tratamento de dor e aceleração do metabolismo. Cafeína Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • Atua sobre o sistema nervoso central humano e chega à corrente sanguínea de forma rápida. • “O vício em café é algo muito mais psicológico do que biológico, ou seja, é um vício por habitualidade. Quando a pessoa deixa de consumir a bebida, tem uma sensação de abstinência”. • Dose recomendada: máximo 400 mL Cafeína 19 20 12/03/2020 11 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Configuração eletrônica Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • A configuração eletrônica de um átomo ou íon é uma descrição da distribuição dos seus elétrons por nível de energia. Configuração eletrônica 21 22 12/03/2020 12 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Ordem crescente de energia! 2s 2p 2p 2p Energia 1s Diagrama de Linus Pauling 23 Linus Carl Pauling Químico americano 1901-1994 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Breve histórico da estrutura atômica Demócrito (470 – 380 a.C.) Leucipo (460 – 370 a.C.) “O que aconteceria se a matéria fosse dividida em pedaços cada vez menores?” Não divisão John Dalton (1766-1844) Maciço Indivisível “bola de biliar” 1803 1898 J. J. Thomson (1856-1940) Divisível Maciço “pudim de passas” 1911 E. Rutherford (1871-1937) Sistema planetário 1913 N. Bohr (1885-1962) a.C. Nível de energia quantizado ... 24 23 24 12/03/2020 13 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Núcleo Eletrosfera prótons nêutrons elétrons Partícula Massa (Kg) Massa relativa Carga (C) Carga relativa Próton 1,6726 x 10-27 Kg 1 +1,6022x10-19 +1 Nêutron 1,6749 x 10-27 Kg 1 0 0 Elétron 9,1095 x 10-31 Kg 1/1836 -1,60217733 ×10-19 -1 - O átomo apresenta um núcleo central, que é pequeníssimo, mas que contém a maior parte da massa do átomo e é circundado por uma enorme região extra nuclear contendo elétrons. - O átomo é neutro. Estrutura atômica atual - clássica 25 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Um átomo individual é especificado por dois números: · número atômico (Z): corresponde ao número de prótons no núcleo. Um átomo eletricamente neutro ou estável, tem numero de elétrons igual ao de prótons, ou seja, Z = p+ =e-. · número de massa atômica (A): número total de núcleons (partículas do núcleo): A = p + n. É a média ponderada das massas atômicas dos isótopos naturais do elemento, multiplicada pela abundância, ou seja, porcentagem em massa de cada isótopo. Representação: X A Z 26 Tabela periódica Estrutura atômica atual 25 26 12/03/2020 14 27 28 12/03/2020 15 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • Isótopos: são átomos que apresentam o mesmo número atômico (Z), por pertencerem ao mesmo elemento químico, mas diferentes números de massa (A). Estrutura atômica atual 29 30 12/03/2020 16 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • Faça a distribuiçãoeletrônica usando o diagrama de Pauling para o átomo de carbono. Tarefa Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • Faça a distribuição eletrônica usando o diagrama de Pauling para o átomo de carbono. Tarefa 2s 2p 2p 2p Energia 1s 1s2, 2s2, 2p2 31 32 12/03/2020 17 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Os íons Os átomos apresentam a capacidade de ganhar ou perder elétrons, formando novos sistemas, eletricamente carregados, denominados íons. • íons positivos = cátions; perdem elétrons. • íons negativos = ânions; ganham elétrons. Os átomos neutros No átomo neutro nº de prótons (+) = nº de prótons de elétrons ( - ). Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Para que um átomo neutro de cálcio se transforme em íon Ca2+, ele deve: a) receber dois elétrons. b) receber dois prótons. c) perder dois elétrons. d) perder dois prótons. e) perder um próton. Tarefa 33 34 12/03/2020 18 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Para que um átomo neutro de cálcio se transforme em íon Ca2+, ele deve: a) receber dois elétrons. b) receber dois prótons. c) perder dois elétrons. d) perder dois prótons. e) perder um próton. Tarefa Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • Calcule a massa molar da Vitamina C C6H8O6 Tarefa 35 36 12/03/2020 19 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • O ácido ascórbico ou vitamina C é uma molécula usada na hidroxilação de várias reações bioquímicas nas células. A sua principal função é a hidroxilação do colágeno, a proteína fibrilar que dá resistência aos ossos, dentes, tendões e paredes dos vasos sanguíneos. • 176,12 g/mol A Vitamina C Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Identifique os tipos de ligação química presentes na estrutura da Vitamina C. Tarefa 37 38 12/03/2020 20 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele RauppTeorias e regras de ligação Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • Estabelece que a ligação entre átomos a fim de completar os elétrons na camada de valência, atingindo a estabilidade; havendo exceções. • A justificativa para essa regra é que as moléculas ou íons tendem a ser mais estáveis quando a camada de elétrons externa de cada um dos seus átomos está preenchida com oito elétrons (configuração de um gás nobre). • É por isso que os elementos tendem sempre a formar ligações na busca de tal estabilidade. Regra do octeto 39 40 12/03/2020 21 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Walther Kossel (1888-1956) Gilbert Lewis (1875-1946) Impulsionou as teorias atuais sobre as ligações iônica e covalente. Desenvolvida a partir da ideia de: (1916) relação entre a estabilidade dos gases nobres (recém identificados) e a presença de oito elétrons em suas camadas de valência. Visão clássica Número de elétrons da camada de valência é responsável pelo número de ligações químicas que o átomo poderia efetuar. Rabiscos de Lewis Tetravalência do carbono apenas lig. simples 1 lig. dupla 1 lig. tripla 41 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Por que os átomos se unem (ligam)? Dois átomos formarão uma ligação somente se a interação entre eles for energeticamente favorável: - Forma ligação (liberação de energia); - Quebra da ligação (absorção de energia); 42 41 42 12/03/2020 22 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Como as ligações químicas podem ser descritas eletronicamente? Se a redução de energia... - for obtida pela transferência completa de elétrons de um átomo para outro Formam-se íons atração eletrostática entre os íons - for obtida pela compartilhamento de elétrons entre os átomos Forma-se moléculas - for obtida por meio de um conjunto de íons mantido por um mar de elétrons 43 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp 44 Metais iguais entre si Exemplo: Fio de cobre, barra de ouro Interação entre metais e ametais. Ocorre entre átomos de ametais ou hidrogênio. Obs: Diferente de liga metálica : mistura homogênea de metais 43 44 12/03/2020 23 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp - A ligação predominante entre os compostos orgânicos. - Resulta do compartilhamento de um ou mais pares de elétrons; - Geralmente a diferença de eletronegatividade entre os átomos é pequena ou nula; Um par de elétrons é compartilhado pelos dois átomos, isto é os e- interagem com os dois núcleos. Os dois átomos ficam juntos porque ocorre interação coulômbica entre os dois e- e núcleos. Nenhum dos átomos perde totalmente um e-. Ligação covalente 45 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp 46 45 46 12/03/2020 24 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Os dois núcleos atraem igualmente o par. A distribuição de cargas na molécula é simétrica. Átomos idênticos possuem a mesma eletronegatividade. Exemplo: H2 Uma ligação formada por dois átomos com eletronegatividades iguais é apolar! - Ligação covalente apolar O par eletrônico não é igualmente compartilhado entre os átomos. A distribuição de cargas na molécula não é simétrica. Átomos de elementos diferentes possuem diferentes eletronegatividades. - Ligação covalente polar Exemplo: HCl Polaridade das ligações 47 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele RauppPolaridade das moléculas - O conceito de polaridade de uma ligação está relacionado com o compartilhamento desigual dos e- de dois átomos, o que resulta em uma separação parcial de cargas. H F .. .. : Mapa de potencial eletrostático para HF A polaridade molecular resulta da soma vetorial de todas as polaridades das ligações individuais e contribuições dos pares isolados na molécula. A polaridade de um molécula é medida pelo seu momento dipolo 47 48 12/03/2020 25 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp - Núcleo dos átomos tem habilidade em atrair elétrons, isto resulta na eletronegatividade; - Os átomos envolvidos em uma ligação covalente podem atrair os elétrons com diferentes intensidades; - Uma ligação covalente pode estar com a carga desbalanceada, ou seja, apresentar POLARIDADE; - A eletronegatividade dos átomos, na Química orgânica, é comparada ao Carbono. A maioria dos átomos (menos o H) é mais eletronegativo que o C. A eletronegatividade 49 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele RauppEletronegatividade e polaridade 49 50 12/03/2020 26 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele RauppPolaridade das moléculas As moléculas podem ser classificadas em polares ou apolares. A geometria de uma molécula é determinada através da simetria da molécula e pela existência de pares não ligantes. – Moléculas diatômicas formadas por átomos iguais: apolares Ex: O2 – Moléculas diatômicas formadas por átomos diferentes: polares Ex: HF – Moléculas com pares não ligantes: polares Ex: H2O – Moléculas sem pares não ligantes (no átomo central) simétricas: apolares Ex: CH4 – Moléculas sem pares não ligantes (no átomo central) assimétricas: polares Ex: HCCl3 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele RauppUm exemplo... O álcool 70% possui concentração ótima, porque a desnaturação das proteínas dos microrganismos faz-se mais eficientemente na presença da água, pois esta facilita a entrada do álcool e também retarda a volatilização do álcool, permitindo maior tempo de contato. O arranjo tridimensional da cadeia polipeptídica é rompido, fazendo com que, quase sempre, perca sua atividade biológica característica. 51 52 12/03/2020 27 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • São diagramas que mostram a ligação entre os átomos de uma molécula e os pares de elétrons livres que podem existir na molécula. ESTRUTURAS DE LEWIS Gilbert Newton Lewis 1875 -1946 Físico-químico americano Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele RauppRepresentação da estrutura de Lewis Nas estruturas de Lewis somente os e- da camada de valência são representados. - Representação dos tipos de ligações que alguns elementos não- metálicos podem realizar: 54 53 54 12/03/2020 28 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Molécula de O2 Moléculade N2 Molécula de CO2 Os átomos de não-metais compartilham e- até que cada um deles complete o octeto (ou dubleto). Uma estrutura de Lewis mostra o arranjo dos e- como linhas (pares ligados) e pontos (pares isolados). 55 Pares ligantes Pares não ligantes Representação da estrutura de Lewis Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele RauppEtapas para representação da estrutura de Lewis em moléculas poliatômicas 1ª - Conte o nº de e- de valência de cada átomo; Determine o número de pares de e-; No caso de íons ajuste o nº de e- para levar em conta a carga 2ª - escreva os arranjos mais prováveis dos átomos; 3ª - coloque um par de e- entre cada par de átomos ligados; 4ª - complete o octeto (ou dubletO) de cada átomo colocando os pares de e- remanescentes em torno; Se não existirem e- suficientes, forme ligações múltiplas; 5ª - represente cada par de e- ligado por uma linha (traço). Fórmula de Kekulé ou estrutural plana. N H H H Exemplos: C2H6 C2H2 56 55 56 12/03/2020 29 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp É possível desenhar mais de uma estrutura de Lewis obedecendo-se a regra do octeto para todos os átomos. Para determinar qual estrutura é mais razoável, usamos a carga formal. A carga formal é a carga que um átomo teria em uma molécula se todos os outros átomos tivessem a mesma eletronegatividade. Carga formal Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • Qual dessas duas possibilidades corresponde à estrutura real? Carga formal 57 58 12/03/2020 30 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • Para calcular a carga formal: • Todos os elétrons não compartilhados (não-ligantes) são atribuídos ao átomo no qual estão localizados. • Metade dos elétrons ligantes é atribuída a cada átomo em uma ligação. • Lembrando que Carga formal CF = elétrons de valência – elétrons atribuídos ao átomo na estrutura de Lewis Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • Qual dessas duas possibilidades corresponde à estrutura real? Carga formal 59 60 12/03/2020 31 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • A estrutura mais estável tem: • a carga formal mais baixa em cada átomo, • a carga formal mais negativa nos átomos mais eletronegativos. e- valência: 6 4 6 6 4 6 e- atr. ao átomo 6 4 6 7 4 5 Carga formal: 0 0 0 -1 0 +1 : .. .. .. .. .. .. : Resumo das Cargas Formais o mesmo para F, Br ou I(+)Cl(0)Cl(-)Cl carga formal = -1boro com 4 ligaçõesB carga formal = +1carbono com três ligaçõesC carga formal = 0 carbono com três ligações C carga formal = -1 carbono com quatro ligações C carga formal = +1nitrogênio com quatro ligaçõesN carga formal = 0nitrogênio com três ligaçõesN carga formal = -1 nitrogênio com duas ligaçõesN carga formal = +1 oxigênio com três ligaçõesO carga formal = 0oxigênio com duas ligaçõesO carga formal = -1oxigênio com uma ligaçãoO 61 62 12/03/2020 32 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele RauppEstrutura atômica: Orbitais O entendimento da teoria dos orbitais atômicos está fundamentado na física quântica: 1924 – de Broglie : dualidade entre matéria e onda para o elétron λ = h/p λ é o comprimento de onda h= 6,626 x 10-34 J.s p é o momento (m x v) 1926 – Schrödinger, Heisenberg e Dirac: Mecânica Quântica ou Ondulatória Cerne: Função de onda (Ψ) Estado de energia Subnível (1 ou 2 e-) Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp 63 64 12/03/2020 33 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele RauppEquação de Schrödinger Ψ(x, y, z) é a função de onda m é a massa V (x, y, z) é a energia potencial entre o núcleo e o elétron (eletrostática) E é a energia mecânica Solução dessa equação: - existem valores discretos permitidos para a energia mecânica total do e- ao redor núcleo; - para cada valor permitido de energia há uma função de onda que “descreve” a localização do e-. En ; Ψn onde n é um valor inteiro de 1, 2, 3... (número quântico principal) O quadrado da função de onda (ѱ2) em uma localização x, y, z específica expressa a probabilidade de se encontrar um e- naquela localização do espaço. Ѱ2 é grande possibilidade de encontrar um e- naquele espaço é grande Ѱ2 é pequena possibilidade de encontrar um e- é baixa densidade de probabilidade eletrônica é grande! 65 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Um orbital é a região do espaço onde a probabilidade de se encontrar um elétron é alta. Orbital atômico são representações gráficas de Ѱ2 em três dimensões. Essas representações produzem os formatos dos orbitais s, p, d e f. Elétrons Camadas (níveis energias) subcamadas (subníveis energias) Orbitais atômicos Cada orbital atômico tem forma e energia características e ocupa uma região no espaço, que é prevista pela equação de Schrödinger. Energia 66 65 66 12/03/2020 34 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp s p d f Forma e quantidade máxima de elétrons dos Orbitais Níveis Orbital atômico Número de orbitais atômicos Número máximo de elétrons 1 s 1 2 2 s, p 1, 3 8 3 s, p, d 1, 3, 5 18 4 s, p, d, f 1, 3, 5, 7 32 5 s, p, d, f 1, 3, 5, 7 32 6 s, p, d 1, 3, 5 18 7 s, p 1, 3 8 67 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Consiste em selecionar os orbitais envolvidos e adaptá-los para a formação de ligações, por meio de hibridizações e rearranjos eletrônicos. Focaliza essencialmente os orbitais de valência. Fornece explicações para: - as forças relativas das ligações formadas por diferentes átomos; - ângulos e as rotações entre as ligações; - relação entre os números quânticos dos elétrons ligantes e o número e arranjo espacial das ligações. 68 67 68 12/03/2020 35 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele RauppClassificação dos carbonos Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele RauppClassificação dos carbonos • C primário, secundário, terciário e quaternário • C sp3 (somente ligações simples) • C sp2 (2 ligações simples 1 ligação dupla) • C sp (2 ligações dupla ou 1 ligação simples e uma tripla) 69 70 12/03/2020 36 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp É uma abordagem matemática que envolve a combinação de funções de onda individuais dos orbitais para obter outras funções de onda dos novos orbitais. permite gerar novos orbitais a partir da combinação de orbitais centrados em um mesmo átomo, com orientações adequadas e compatível com a geometria da molécula. Utilidade - Conceito de orbitais híbridos: Em alguns átomos, os orbitais dos subníveis atômicos s e p se misturam, dando origem a orbitais híbridos sp, sp² e sp³.. Hibridização 71 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • Representações dos Orbitais s (A) e p (B). Hibridização 71 72 12/03/2020 37 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Orbitais híbridos e geometrias correspondentes: Hibridização 74 73 74 12/03/2020 38 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Δ E1 2s 2p 2p 2p sp3 sp3 sp3 sp3 Hibridiza 4 orbitais híbridos Energia - - Ângulos formados: 109,5º - Geometria: Tetraédrica Hibridização do C e formação do CH4 - Comprimento da ligação: 109 pm Hibridização sp3 75 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Δ E2 2s 2p 2p 2p sp2 sp2 sp2 2p Hibridiza 3 orbitais híbridos Permanece um orbital 2p (p puro) Energia - Ângulos formados: 120º - Geometria: Trigonal planar Hibridização do C e formação do C2H4 Hibridização sp2 76 75 76 12/03/2020 39 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Δ E3 2s 2p 2p 2p sp sp 2p Hibridiza 2 orbitais híbridos Permanece dois orbitais 2p (p puro) 2p Energia - Ângulos formados: 180º - Geometria: Linear Hibridização do C e formação do C2H2 Hibridização sp 77 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • Tipo sigma – ligações simples • Tipos pi – duplas e triplas As ligações simples, duplas e triplas Relação com a TOM 77 78 12/03/2020 40 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele RauppAsligações simples, duplas e triplas Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele RauppA hibridização e a geometria 79 80 12/03/2020 41 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp A ligação covalente é proveniente de uma combinação matemática de orbitais atômicos (função de onda) em átomos diferentes para formar os orbitais moleculares (OM). Pertencem a molécula (se espalham) e não apenas ao átomo individual! Representam a região do espaço em uma molécula onde é provável encontrar 1 ou 2 e-. Robert Mulliken (1896-1966) Semelhantes aos OA, os OM possuem energias e formas distintas. 81 Princípio da incerteza de Heisenberg: é impossível saber a posição exata que um elétron ocupa na eletrosfera de um átomo. Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp 82 81 82 12/03/2020 42 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Orbital molecular ligante (ΨAB) Quando os orbitais atômicos de mesma fase interagem construtivamente. Formação do par. Interferência de ondas construtivas. Orbital molecular antiligante (Ψ*AB) Quando os orbitais atômicos de fases opostas interagem de forma destrutiva. Menor probabilidade. Repulsão dos núcleos. - O número de OA que se combinam é sempre igual ao número de OM gerados - 2 orbitais atômicos geram 2 orbitais moleculares ( 1 ligante e 1 antiligante). 83 Os orbitais são ondas de elétrons - interferência de ondas Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele RauppExemplo 1 – H2 Baixa energia = estabilidade Alta energia = baixa estabilidade Alta energia = baixa estabilidade Spins opostos Orbital molecular σ s-s 83 84 12/03/2020 43 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele RauppExemplo 2 – N2 1s² 2s² 2p³ Quando dois elétrons estão emparelhados num orbital, seus spins estão em direções opostas, havendo assim uma compensação de forças magnéticas Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp São ditos orbitais moleculares de fronteira aqueles onde as reações químicas efetivamente ocorrem. HOMO – “Highest Occupied Molecular Orbital” ou, orbital molecular de mais alta energia ocupado por pelo menos um elétron. LUMO – “Lowest Unoccupied Molecular Orbital” ou, orbital molecular de mais baixa energia não ocupado por elétrons. SOMO – “Single Occupied Molecular Orbital” ou, orbital molecular de mais alta energia ocupado por apenas 1 elétron. Os orbitais de fronteira 85 86 12/03/2020 44 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • Minha estrutura está correta? • Sei classificar os carbonos da estrutura? • A polaridade da molécula foi definida? • Qual tipo de força intermolecular atua? • Quais são os impactos das propriedades? Em resumo 87 88 12/03/2020 45 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele RauppAS FORÇAS DE ATRAÇÃO Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele RauppAs forças de atração intermolecular 89 90 12/03/2020 46 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp As interações moleculares são as grandes responsáveis pelo comportamento macroscópico de um material. As forças de atração intermolecular Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • A ligação covalente que mantém uma molécula unida é uma força intramolecular. • A atração entre moléculas é uma força intermolecular. Os tipos de forças 91 92 12/03/2020 47 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele RauppForças intermoleculares Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp - As forças intermoleculares não são tão intensas quanto as que agem entre os íons. - As forças intermoleculares também são chamadas de Forças de van der Waals. - Todas as forças intermoleculares são de natureza elétrica. - Recebem definições diferentes a depender do autor consultado. Principais tipos de forças intermoleculares empregadas na Química Orgânica Ligação de Hidrogênio Forças do tipo dipolo-dipolo Forças do tipo dipolo induzido-dipolo induzido Forças intermoleculares 94 93 94 12/03/2020 48 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • FORÇA QUE MANTÉM AS MOLÉCULAS UNIDAS FORÇAS INTERMOLECULARES Na mudança de estado ocorre somente um afastamento ou uma aproximação das moléculas, ou seja, somente as forças intermoleculares são rompidas ou formadas. Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • As mudanças de estado físico dos compostos ocorrem com o fornecimento ou a retirada de energia, que é proporcional à intensidade das forças intermoleculares. As forças de atração 95 96 12/03/2020 49 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp A coesão da matéria nos estados físicos é consequência da atração entre as moléculas (intensidades das forças intermoleculares). Aumento da intensidade das Forças Intermoleculares As forças de atração 97 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • Esses tipos de interações foram bastante estudados pelo físico holandês Johannes Diederik Van der Waals (1837-1923) e, em sua homenagem, elas passaram a ser chamadas de Forças de Van der Waals. 97 98 12/03/2020 50 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Dipolo-dipolo ou dipolo permanente – dipolo permanente – ocorre em moléculas polares. Ex: HCl, SO2,HBr ( momento dipolo molecular) – interação intermediária ( mais forte que dipolo induzido) – Esse tipo de interação é o mesmo que ocorre na ligação iônica mas com intensidade bem menor. FORÇAS INTERMOLECULARES Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Dipolo-dipolo ou dipolo permanente – dipolo permanente: FORÇAS INTERMOLECULARES Molécula polar com seus momentos de dipolo Interação intermolecular devido energia atrativa entre os momentos dipolos permanentes. DR1 99 100 Slide 100 DR1 Daniele Raupp; 02/04/2019 12/03/2020 51 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • Dipolo - dipolo induzido – forças de fraca intensidade que ocorrem em moléculas apolares. Ex: CO2, O2, CH4, I2, SO3 – Elétrons movem-se em função da formação do dipolo. – O dipolo instantâneo induz a polarização da molécula vizinha FORÇAS INTERMOLECULARES Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Em comparação com as intereações dipolo induzido as interações dipolo-dipolo permanete ( b) são mais fortes porque as moléculas são permanentemente atraídas umas pelas outras e sempre alinhadas. FORÇAS INTERMOLECULARES 101 102 12/03/2020 52 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • Ligação de hidrogênio • Por ser mais intensa, é um exemplo extremo da interação dipolo-dipolo e ocorre mais comumente em moléculas que apresentam átomos de hidrogênio ligados a átomos de F, O e N, os quais são altamente eletronegativos, originando dipolos muito acentuados. Ex: HF, NH3, H2O FORÇAS INTERMOLECULARES Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • Ligação de hidrogênio FORÇAS INTERMOLECULARES 103 104 12/03/2020 53 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • Ligação de hidrogênio FORÇAS INTERMOLECULARES Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Adenina Timina Guanina Citosina Ligações de Hidrogênio mantêm unidos os pares de bases de fita dupla do DNA. 106 105 106 12/03/2020 54 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp “Without hydrogen bonds, life as we know it would not exist.” Loudon, p. 315. “The three-dimensional structures of biological molecules such as proteins and DNA are maintained largely by an extensive network of hydrogen bonds.” Chemical Structure and Reactivity – An Integrated Approach, J. Keeler, P. Wothers, Oxford, p. 9. Ligações de hidrogênio podem existir em fase líquida e sólida. Pode também ocorrer mesmo em fase gasosa com compostos que formam ligações de hidrogênio particularmente fortes. Ácido acético, por exemplo, pode existir em fase gasosa como um dímero. 107 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Os sabões são constituídos por substâncias que possuem grupos hidrofóbicos e hidrofílicos: 108 107 108 12/03/2020 55 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele RauppAs forças de atração Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Ordem crescente das forças intermolecularesDipolo induzido Dipolo permanente Ligações de hidrogênio. FORÇAS INTERMOLECULARES 109 110 12/03/2020 56 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp FORÇAS INTERMOLECULARES – MOLÉCULAS IGUAIS Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp FORÇAS INTERMOLECULARES – MOLÉCULAS DIFERENTES 111 112 12/03/2020 57 Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp Íon-dipolo Ligação de Hidrogênio Dipolo-dipolo Íon-dipolo induzido Dipolo-dipolo induzido Dispersão 113 FORÇAS INTERMOLECULARES – MOLÉCULAS DIFERENTES Química Orgânica I Prof. Dra. Daniele Raupp • BRUICE, Paula Yurkanis. Química orgânica. 4ª edição. Hall, São Paulo, 2006. • SOLOMONS, TW Graham; FRYHLE, Craig B. Química orgânica. Limusa, 1999. Referências 113 114
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