Buscar

Trabalho Direito Processual Penal

Prévia do material em texto

Tema: Pretensão Punitiva X Lide Penal.
Existe Lide Penal? A Lide é considerada pela maioria da doutrina como elemento essencial do processo penal. A prática de determinado delito faz surgir para o Estado o direito de punir o criminoso, porém, contraposto a ele, existe o direito de liberdade do individuo. Em consideração a essa prerrogativa fundamental do ser humano, o Direito Penal é de coação indireta, qual seja, para que o Estado aplique a pena cominada no preceito secundário de norma incriminadora penal, é necessário que um órgão imparcial (o Judiciário). A doutrina tradicional, nesse sentido, diz que, da prática de um delito nasce o litígio entre o direito de punir do Estado e o direito de liberdade do acusado. Esse litígio, transposto para o processo penal, se transforma em lide, que consiste em um conflito de interesses entre a acusação e a defesa: uma parte requer a punição, a outra resiste a essa pretensão. A maioria da doutrina nacional está filiada a esse entendimento, originado em Carnelutti: Julio Fabbrini Mirabete, Fernando Capez, Hélio Tornaghi, Frederico Marques, Fernando da Costa Tourinho Filho etc. Afinal o que é Lide Penal? São conflitos de interesses entre o direito de punir do Estado e o direito de liberdade do réu, resultante da prática de um ato delituoso à primeira vista. Um exemplo claro para a Lide Penal é quando citado, o réu tem a possibilidade de simplesmente confessar a autoria do fato criminoso e manifestar a intenção de se submeter à pena; não há lide na execução, mas apenas sujeição do condenado; também não há lide na revisão criminal, na reabilitação e em alguns casos de habeas corpus em que este é ajuizado pelo próprio Ministério Público. Assim, a despeito de, na imensa maioria das vezes, a lide efetivamente ocorrer no processo penal, excepcionalmente isso pode não acontecer, sendo apenas a pretensão categoria essencial ao processo. 
· Direito de Punir X Direito de Liberdade: Limites do Estado.
Jus Puniendi quer dizer poder/dever de punir do Estado. Pesquisas apontam que o conceito dessa etimologia significa direito de punir, mas na prática é um poder/dever do Estado em relação a sociedade, ou seja, quando alguém deixa de cumprir uma norma penal é o Estado quem deve punir por isso. O termo Jus Puniendi pode ser classificado de duas formas: o direito abstrato ou objetivo, onde são as normas penais propriamente determinadas, ou seja, normas contraditórias. Estas são chamadas de normas de conduta negativa, ou “contrario senso” , o residente tem o dever de não cometê- las, caso haja penalidades ou infrações, o Estado passa a ter o direito subjetivo ou concreto de punir aquele individuo que comete algo infracional ou ilícito. A limitação ao direito de punir está diretamente ligado ao conceito do crime e aos princípios do Direito Penal, dessa forma estão eles: tipicidade e principio da legalidade, antijuricidade e excludente de licitude, culpabilidade e inexigibilidade de conduta , finalidade e proporcionalidade da pena, principio da intervenção mínima. Já no Direito de Liberdade são tutelados pela Lei Maior, afinal trata-se de um País democrático. Entretanto, democracia ( desrespeito a ordem pública as leis as normas) são situação literalmente diferentes ou seja, inconciliáveis. Uma coisa é exercer, dentro dos parâmetros do ordenamento jurídico seus direitos; outra seria o desrespeito a esse ordenamento, com atos violentos por exemplo. ( agressões, físicas, dano ao patrimônio e privado.) Não podemos confundir Direito de Liberdade com vandalismo ou descumprimento da ordem jurídica, o resultado com essa infração penal gera punição. Dessa forma os limites dessa jurisdição estão litigado na Constituição Federal e nas leis brasileiras. 	
· Processo Penal: Instrumento da Pretensão Estatal 
Processo Penal é todo procedimento regrado por atos, formas e prazos pré- estabelecidos. Concretização do poder/dever de punir, que nasce com a prática de uma infração penal. O direito penal se utiliza de comportamentos que consideram nocivos e tipifica através das chamadas normas proibitivas. Descreve comportamentos proibidos e estabelece penas para tais. Assim nasce o interesse do Estado de punir que entra em conflito com o interesse do particular de fazer valer o seu direito (de liberdade, por exemplo). Esse interesse do Estado chama-se pretensão punitiva. O Estado querendo punir aquele cidadão que teve um comportamento proibido contra o cidadão que tem o direito de tentar provar sua inocência. Estamos diante de um conflito de interesses! Nesse caso, chamamos esse conflito de interesses de lide penal.

Continue navegando