Buscar

Apostila - Mídias e Linguagem

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Mídias e 
Linguagem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
 
I - Mídias e linguagens 3 
Educação na era digital 7 
II - A relação professor x tecnologia 15 
As TICs na prática pedagógica 17 
Capitulo IV 29 
O que sabemos sobre a Aprendizagem Eletrônica 30 
Capitulo V 41 
A educação à distância 41 
Referência Bibliográfica 50 
As TICs na prática pedagógica 51 
Ref: Cortelazzo; Iolanda 51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
I - Mídias e linguagens 
 
1.1 – Aprender e ensinar na Era Digital 
 
 
Na história da humanidade, a escola surge a partir da necessidade dos grupos 
humanos se organizarem sob o conteúdo das suas tradições culturais, e, com 
isso, transmitirem os saberes adquiridos para garantir a existência das novas 
gerações. 
O texto caminha no sentido de refletir sobre a prática na sala de aula sobre o 
“aprender e ensinar na era digital” no contexto da sociedade atual, pois aprender 
faz parte da condição humana. 
Com a transformação das sociedades, a escola modifica-se, não se limitando a 
sua função conservadora, pois a escola é uma instituição que também se 
aprende. Com a complexidade da sociedade, a escola moderna passa a cumprir 
a função de educar o cidadão. Numa sociedade democrática que visa os direitos 
iguais para toda a escola tende a ser um espaço onde perpassa os interesses 
diversos e marcados por contradições. 
 
Como afirma Campos (2007, p.12): 
 
Neste sentido, o desafio que se coloca para a 
educação é o de intervir no mundo, 
transformando-o pelo diálogo. Quando a minha 
ação firma-se no diálogo, afirma-se a 
democracia. 
 
Portanto, a instituição escolar está incumbida de formar e informar o cidadão 
para esta nova sociedade, considerando-se as exigências da nova era. 
Entretanto, a educação brasileira está passando por um processo de 
transformação no que se refere “aprender e ensinar”, necessitando rever e 
promover reformas nos sistemas educativos. Segundo Castells (2001), a 
tecnologia influenciou definitivamente a forma de viver e aprender. 
 
 
 
 
 
 Nesse sentido, o uso de tecnologias na educação oportuniza uma reflexão 
sobre as novas formas de construção do conhecimento, desenvolvimento de 
habilidades, múltiplas linguagens e processos de construção e constituição de 
identidade sobre a própria cultura escolar. 
 Sabendo-se que desde a educação infantil, a criança é um ser produtor de 
cultura, não deve ser negado o acesso ás inúmeras possibilidades de expressão 
das diferentes linguagens presentes no nosso universo midiático. 
 Com a evolução das tecnologias não só alteraram o sistema de 
comunicação entre as pessoas, mas também alteraram a noção do tempo e 
espaço da interação da criança e a escola, ou seja, também tende alterar o 
processo educacional. 
 As chamadas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) 
pressupõem novos modos de entender e olhar o mundo. Propõe refletir sobre o 
surgimento de uma nova cultura a partir da emergência das novas tecnologias da 
informação, entre elas, o uso da internet, com o aparecimento da interface 
gráfica da World Wide Web, que tornou a interface gráfica da internet mais 
interativa nos anos 90 e possibilitou a sua popularização. Hoje se apresenta 
como um meio aberto não só de distribuição de informação, mas também de 
criação de conteúdos, reutilização, compartilhamento e colaboração. 
 
1.2 Ambientes de ensino e aprendizagem: do tradicional ao virtual 
 
 Considerando que vivemos na era da sociedade do conhecimento, marcada 
pelo foco da informação, a escola é desafiada por estas novas circunstâncias. As 
mudanças sociais levaram a efeito uma crise de paradigmas, inclusive com 
sérias repercussões na educação e em particular na formação de professores. 
 Para Levy, aquilo que chamamos de “novas tecnologias” recobre atividades 
multiformes de grupos humanos que se cristalizam na aparência inumana de 
“técnica”. Quando não conseguimos enxergar as atividades humanas por trás 
dessas tecnologias, o que o autor chama de “opacidade dos processos sociais”, 
sentimo-nos ameaçados. A solução para isso seria o desenvolvimento de 
processos de inteligência coletiva onde a sinergia entre competências, recursos 
 
 
 
 
 
e projetos colocariam várias memórias num esforço em comum, questionando 
poderes estabelecidos. 
Portanto, a escola não pode ignorar essa evolução tecnológica, uma vez que a 
cultura digital vem sendo incorporada tanto pelos jovens como pela educação 
formal. 
Os espaços virtuais destinados à Educação passaram a ser denominados 
Ambientes Virtuais de Ensino e Aprendizagem (AVEA) e foram introduzidos no 
meio educacional como plataformas tecnológicas de gerenciamento de ensino e 
aprendizagem. Eles consistem em um espaço virtual que reúne recursos 
tecnológicos necessários para a elaboração, implementação e gestão de 
aprendizagem à distância. 
Esses ambientes propiciaram um grande impulso para a disseminação da 
Educação a distância on-line, que até o final dos anos 90 era oferecida por meio 
de material impresso entregue pelo correio postal, radio fusão ou pela TV. 
A ideia da criação de softwares destinados ao gerenciamento dos processos 
educacionais (AVEA) e a cobrança para a sua utilização de certa forma causou 
mal-estar na sociedade. 
Para Levy, esse mal-estar denomina-se o “impacto” das novas tecnologias na 
cultura e na sociedade. Essas novas tecnologias da informação são parte da 
sociedade e frutos de sua experiência histórica. Elas não são algo externo, como 
vindo de outro planeta que “impactam” o nosso dia a dia, pois a tecnologia não é 
autônomo separado da sociedade. 
Uma tecnologia não é nem má, nem boa em si mesma. Ao passo que se pode 
argumentar que os computadores pessoais, surgidos na década de 80, 
aumentaram a capacidade de agir e de se comunicar das pessoas. Para o bem 
ou para o mal. 
Hoje o ensino pode ser ministrado por meio da internet, em uma plataforma 
(AVEA) em que professor e aluno distantes geograficamente podem manter 
sistematicamente um encontro dialógico, seja de forma síncrona (ao mesmo 
tempo) ou assíncrono (cada qual em tempos diferentes). 
 
 
 
 
 
 
 
Segundo Campos (2007, p.43): 
Hoje nada garante o sucesso do trabalho 
docente se os professores não superarem as 
suas crenças e se dedicarem ao fazer 
pedagógico que leve o aluno a experimentar 
outro comportamento diante dos objetos de 
ensino. 
 
 Mais do que nunca o professor também precisa estar em permanente 
atualização, pois esta é a condição para exercer a docência nos novos 
ambientes virtuais. 
 Nesse sentido, a ação docente requer compreensão para modificar essas 
crenças e propor vivências que por meio de dinâmicas e experiências de vida 
que se conscientizem a necessidade de superarem o saber-fazer-pedagógico. 
 
1.3 Ambientes Virtuais de Ensino e Aprendizagem (AVEA) 
 
 As plataformas tecnológicas nos ambientes virtuais de Ensino e 
Aprendizagem promovem um diálogo permanente entre o individuo e o mundo. 
As linguagens midiáticas no universo da educação são recursos que possibilitam 
a todos os envolvidos na ação pedagógica a exploração de outros modos de ler 
por meio de imagens, ícones, textos e hipertextos, vídeos, animações... Os 
recursos e ferramentas apresentados por softwares, programas e os próprios 
equipamentos levam a descobertas das estruturas funcionais para além do 
simples manuseio oferecendo novas formas de interação e de comunicação 
entre as pessoas 
 Cabe ao professor responsável organizar seu curso formatando-o de 
acordo com a sua concepção pedagógica e tempo de duração, disponibilizando-
o no AVEA, onde virtualmente ele exercerá o papel de professor administrador 
de seu espaço acadêmico, assim como com suas incumbências no ambiente 
presencial, porém acrescidas das consequências de administrar um curso no 
ambiente virtual.O aluno também deverá apresentar habilidades de auto-organização e 
disciplina para alcançar sucesso na conclusão de um curso não presencial. 
É importante destacar a prática do registro, que contribui efetivamente para 
aumentar a qualidade de ensino. 
 Nesse sentido o registrar se configura a partir de novos significados: o 
registro e a dialogicidade – o diálogo possível consigo e com o outro e para o 
outro; a historicidade – o registro da memória num determinado tempo, espaço e 
contexto e o registro enquanto fonte de reelaborações. 
 
1.4 Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) 
 
 A presença de tecnologias no ambiente educacional entendida como 
meio, como linguagens, permite aos alunos desfrutarem “no aqui e agora” os 
processos de criação, descoberta e comunicação inerentes a uma participação 
ativa na construção do conhecimento e na produção da cultura. 
 Uma metodologia voltada para a colaboração, desenvolvida nesses 
ambientes virtuais de aprendizagem, promove o ensino na construção de 
conhecimento por meio de ações coletiva na participação ativa do aluno diante 
do computador, na interação com os colegas, assim potencializa o curso das 
descobertas e formas de comunicação que favoreçam o processo educativo. 
 
 
1- Texto complementar 
 
 Educação na era digital 
 
 Os usos das tecnologias influenciaram o modo de pensar e o com-
portamento do Homo zappiens. Isso tem importantes repercussões na 
maneira de aprender e de se relacionar 
 
“Repentinamente, as crianças que chegavam à nossa escola demonstravam 
um comportamento bastante diferente: direto, ativo, impaciente, incontrolável 
e, de certa forma, indisciplinado; parecia-me que algo havia acontecido no 
verão. Isso me assustava e empolgava ao mesmo tempo.” Foi assim que uma 
 
 
 
 
 
professora sueca descreveu o que sentiu quando começou o novo ano letivo 
em um bairro de Estocolmo na metade da década de 1990, quando crianças 
de 6 anos voltaram à escola depois das férias de verão. A professora teve a 
sensação de que, de um ano para o outro, uma nova geração surgira e que 
tinha de lidar com ela, ainda não sabendo como, mas percebendo que 
precisaria empregar estratégias e abordagens diferentes. 
 Muitos professores vivenciam o fato de que os alunos de hoje 
demandam novas abordagens e métodos de ensino para que se consiga 
manter a atenção e a motivação na escola. Ouvimos muitos deles dizerem 
que os alunos dedicam atenção às atividades por um período curto de tempo, 
que não conseguem ouvir alguém falar por mais de cinco minutos. Os 
professores afirmam que as crianças não conseguem concentrar-se em uma 
tarefa só, fazendo várias atividades paralelamente, e que esperam obter 
respostas instantaneamente quando fazem uma pergunta. 
 
 
 
Não são apenas os professores que se preocupam com as crianças que 
crescem em um mundo digital. Os pais também estão preocupados, pois 
observam que elas passam o tempo em casa entre o computador e a tele-
visão. Eles pedem que seus filhos saiam e brinquem na rua, encontrem seus 
amigos e pratiquem esportes. Pensam que o uso da tecnologia traz 
limitações físicas e um empobrecimento do convívio social. Além disso, 
observam que os livros não parecem mais ser do interesse de seus filhos, 
que preferem jogos de computador, inclusive aqueles violentos, em que 
parece não haver limites para os padrões morais. 
 
 
 
 
 
 Todas essas preocupações devem ser abordadas quando 
consideramos as consequências das mudanças socioeconômicas 
decorrentes da presença da tecnologia digital em nossa sociedade. O 
comportamento social nunca se desenvolve no vácuo, e boa parte de nosso 
comportamento é influenciada pelo contexto social no qual crescemos. O que 
as crianças fazem e o que pensam é o resultado da interação com o que está 
ao seu redor, o mundo externo. 
 
 Uma das mudanças mais impressionantes é a da globalização. A 
globalização econômica está levando a novas formas de desenvolvimento de 
mercados de trabalho, forçando nossas economias a se adaptarem a novos 
negócios e iniciativas. De um ponto de vista social, contudo, a globalização 
implica que os seres humanos estejam mais conectados, que estejam ligados 
em rede. As crianças comunicam se com o mundo inteiro, pois a internet não 
tem limites ou fronteiras. Se elas jogam no computador, podem comunicar-se 
com qualquer pessoa que esteja, como elas, disposta a resolver um problema 
ou responder a determinada questão. 
 
A geração que nasceu do final da década de 1980 em diante tem muitos 
apelidos, tais como “geração da rede”, “geração digital”, “geração 
instantânea” e “geração ciber”. Todas essas denominações referem-se a 
características específicas de seu ambiente ou comportamento. Muitas 
gerações têm apelidos, então por que esta deveria ser diferente? A resposta 
é que a geração da rede difere de qualquer outra do passado porque cresceu 
em uma era digital. Chamamos essa geração de Homo zappiens, 
aparentemente uma nova espécie que atua em uma cultura cibernética global 
com base na multimídia. 
 
 Sendo os primeiros seres digitais, eles cresceram em um mundo 
onde a informação e a comunicação estão disponíveis a quase todas as 
pessoas e podem ser usadas ativamente. As crianças hoje passam horas de 
seu dia assistindo à televisão, jogando no computador e conversando nas 
 
 
 
 
 
salas de bate-papo. Ao fazê-lo, processam quantidades enormes de informa-
ção por meio de uma grande variedade de tecnologias e meios. Elas se co-
municam com amigos e outras pessoas de forma muito mais intensa do que 
as gerações anteriores, usando a televisão, o MSN, os telefones celulares, os 
iPods, os blogs, os Wikis, as salas de bate-papo na internet, os jogos e outras 
plataformas de comunicação, utilizando tais recursos e plataformas em redes 
técnicas globais, tendo o mundo como quadro de referência. 
 
 Três aparelhos tiveram grande importância: o controle remoto da te-
levisão, o mouse do computador e o telefone celular. Com o controle remoto 
da televisão, as crianças cresceram habituadas a escolher assistir a uma 
variedade de canais nacionais e estrangeiros. O número de canais de tele-
visão disponíveis está sempre crescendo; via cabo e satélite, elas podem 
escolher qualquer um dos 2.200 canais ou 1.500 estações de rádio do mundo 
inteiro que estão disponíveis. Ao assistir à televisão, aprenderam a interpretar 
as imagens antes mesmo de aprender a ler e a interagir, ainda que de 
maneira bastante restrita, com um meio de comunicação de massa. 
 
 O número de horas destinado a jogar no computador está au-
mentando e, em pesquisas recentes, o computador parece estar chegando 
ao topo da lista. Usando o mouse, os alunos navegam pela internet e clicam 
até encontrar o que querem, buscando ícones, sons e movimentos mais do 
que propriamente letras. O telefone celular ajudou-os a se comunicarem com 
os pais ou com os amigos com maior facilidade, já que a distância física não 
representa qualquer restrição à comunicação. 
 
 
 
 
 
 
O uso dessas tecnologias influenciou o modo de pensar e o comportamento 
do Homo zappiens. Para ele, a maior parte da informação que procura está 
apenas a um clique de distância, assim como está qualquer pessoa que 
queira contatar. Ele tem uma visão positiva sobre as possibilidades de obter a 
informação certa no momento certo a respeito de qualquer pessoa ou de 
qualquer lugar. O Homo zappiens aprende muito cedo que há várias fontes 
de informação, as quais podem defender verdades diferentes. Ele filtra as 
informações e aprende a tecer seus conceitos em redes de amigos/parceiros 
com os quais se comunica com frequência. A escola não parece ter grande 
influência em suas atitudes e valores. 
 
 Como essa geração age e como ela desenvolve o seu 
comportamento?Vejamos três situações típicas encontradas pela maior parte 
dos pais. A primeira é a de um dia escolar comum em que os alunos reúnem-
se ao redor dos portões da escola esperando pelo ônibus ou pegando suas 
bicicletas para ir para casa. Em casa, eles ligam seu computador e começam 
uma conversa no MSN com os mesmos colegas com que acabaram de falar 
na escola. Jogam on-line com eles, enquanto começam outra conversa com 
outros amigos que aceitaram na lista de contatos do MSN. Sua lista de 
contatos contém 150 nomes, já que este é o limite do MSN. 
 
 A segunda situação que muitos pais enfrentarão é a de comprar um jogo 
de computador para seu filho. Quando chega em casa, a criança quer logo 
começar a jogar e coloca o CD no computador. Você começa a ler o manual 
de instruções, enquanto a criança começa a jogar. Quando o pai está na 
página 11, a criança provavelmente já está no meio do jogo. E, quando ela 
não consegue ir adiante, simplesmente liga para um amigo e pede ajuda, 
entra em um site sobre o jogo ou pergunta a alguém na escola. Ela sequer 
cogita ler as instruções. 
 
A diferença entre o Homo zappiens e você é que você funciona linearmente, 
lendo primeiro as instruções — usando o papel — e depois começando a 
 
 
 
 
jogar, descobrindo as coisas por conta própria quando há problemas. O 
Homo zappiens não usa a linearidade: ele primeiro começa a jogar e depois, 
caso encontre problemas, liga para um amigo, busca informação na internet 
ou envia uma mensagem para um fórum. Em vez de trabalhar sozinho, são 
utilizadas redes humanas e técnicas quando há necessidade de respostas 
instantâneas. 
 
A terceira situação que a maior parte dos pais encontrará é a do Homo 
zappiens assistindo à televisão. Zapear canais é algo comum, já que as 
crianças assistem a seis ou mais canais ao mesmo tempo. Todas elas o 
fazem, e é raro uma criança assistir ao mesmo canal por mais de uma hora. 
Os canais de música, tais como a MTV, são populares entre elas, mas são 
vistos simultaneamente com outros canais. 
 
A velha regra de fazer uma coisa de cada vez para fazer a coisa certa não se 
aplica a essa geração. Seus representantes dividem sua atenção entre os 
diferentes sinais de entrada e decidem processá-los quando adequado, 
variando seu nível de atenção de acordo com o seu interesse. Se na TV 
estiver passando um videoclipe de que gostem, as crianças “ligam-se” no que 
está passando; depois que o clipe acaba a atenção destinada à televisão 
diminui. 
 
Fazer a tarefa escolar é uma questão de última hora. Enquanto você 
aprendeu a fazer sua tarefa de maneira planejada, o Homo zappiens começa 
a trabalhar no último momento possível. A escola é apenas uma parte de sua 
vida: não é a principal atividade. As crianças sabem que têm de ir à escola e 
fazer testes, mas a escola parece mais um lugar de encontro de amigos, um 
espaço social, do que um lugar para aprender. É um lugar onde você fala 
fisicamente com seus amigos, um lugar em que você entra em contato com 
eles, criando sua rede. As crianças fazem suas tarefas com o auxílio dessa 
 
 
rede e as finalizam bem na hora de entregá-las. Se você frequentou a 
 
 
 
 
faculdade, lembrará de um comportamento similar; contudo, na escola 
fundamental ou média,planejar como fazer suas tarefas e atividades 
semelhantes era como um hábito, algo mais comum entre os alunos. 
 
O Homo zappiens vive em um mundo cujos recursos de informação são muito 
ricos. Ele adotou o computador e a tecnologia tal como as antigas gerações 
fizeram com a eletricidade: a informação e a tecnologia da informação 
tornaram-se parte integrante de sua vida. As gerações anteriores 
consideravam a tecnologia, como câmeras de vídeo e aparelhos eletrônicos, 
algo difícil de dominar. O Homo zappiens, porém, trata a tecnologia como um 
amigo e, quando um novo aparelho surge no mercado, pergunta por seu 
funcionamento e quer entender como tal aparelho poderia ajudá-lo em seu 
cotidiano. Para ele, o principal critério para adotar a tecnologia não é o fato 
de o software ou programa ter boa usabilidade, mas o fato de dar conta ou 
não de suas exigências e necessidades. Na verdade, ele nasceu com um 
mouse na mão, já sabia como manipular o controle remoto da televisão com 
3 anos e já tinha seu próprio telefone celular aos 8 anos. 
 
Todos os recursos mencionados têm algo crucial 
em comum: fornecem ao usuário o controle de uma ampla variedade de 
fluxos de informação e comunicação. Qualquer usuário pode, a qualquer 
momento, ativar, mudar ou interromper esses recursos a simplesmente 
apertando um botão. Eles colocam o usuário em uma posição de controle 
para decidir qual informação processar ou com qual 
 
 
comunicação envolver-se ou não. Tais recursos não só capacitam o usuário a 
 
 
 
 
controlar o fluxo de informação, como também o ajudam a lidar com a 
sobrecarga de informação e a selecionar a informação de modo eficiente, 
adequado e imediato conforme as suas necessidades. 
 
A velocidade com que o Homo zappiens usa a internet para buscar 
informação é alta — e, para os pais, pode parecer apenas uma questão de 
puro acaso que os filhos encontrem o que querem. Apenas buscando 
informação juntamente com uma criança é que você perceberá o contrário. É 
uma questão de habilidade, e não de acaso. A capacidade de busca das 
crianças é muito maior do que a nossa, e é improvável que você consiga 
alcançar a mesma velocidade delas, mesmo tendo praticado por muito 
tempo. 
 Para concluir: as escolas e os pais tendem a ver as crianças a partir da 
perspectiva do que 
 pensam que elas deveriam fazer de acordo com seus valores e normas. Não 
há nada errado 
 nisso, pois todas as gerações agiram assim — chamamos isso de “criar 
nossos filhos”. Contudo, 
 já que a geração atual é a primeira que ensina seus pais a usar um fórum, 
um telefone celular e 
 a consultar sua conta bancária eletronicamente, entre outros serviços, é esta 
a primeira vez 
 que observamos ocorrer uma “educação invertida”, fenômeno nunca visto 
antes. 
 
 Muitos pais e professores, apesar disso, estão convencidos de que jogar no 
computador, 
 conversar em salas de bate-papo e zapear os canais de TV é uma perda de 
tempo. Em nossa 
 opinião, usar a internet, jogar no computador e zapear na televisão faz com 
que as crianças 
 realmente desenvolvam habilidades valiosas, que vão além das habilidades 
instrumentais, 
 
 
 
 
 como a coordenação entre o olhar e as mãos. Por causa dessas grandes 
mudanças em nossa 
 sociedade, os pais e professores deveriam observar as crianças naquilo 
que elas de fato 
 fazem para entender que essa geração viverá em um mundo diferente, para 
o qual 
 habilidades, atitudes e comportamentos novos serão compulsórios 
 
 
 
 
 
II - A relação professor x tecnologia 
 
Permanece, ainda, o problema das difíceis condições de trabalho que os 
professores têm enfrentado por conta da disseminação das TICs na Educação. 
Até onde consigo perceber, o estranhamento dos docentes não se dá tanto em 
relação à natureza da tecnologia, embora seja possível perceber as resistências 
conservadoras à sua utilização por professores refratários às mudanças de 
qualquer tipo sobre atividades que se incorporaram à sua existência profissional. 
 
No entanto, que em sua maioria os educadores atuam aí como todos os demais 
trabalhadores, buscando adotar um padrão mínimo de acompanhamento das 
inovações. Bem feitas ás coisas, é possível que os professores acabassem se 
constituindo num núcleo de profissionais catalisadores das mudanças. 
O estranhamento, portanto, é de outra ordem e tem outros motivos: ele existe em 
razão de um determinado conceito utilitário e quantitativa das TICs posto em 
prática na maioria das escolas(em especial as particulares) de forma meramente 
operacional, fato que dificulta ao docente o entendimento da riqueza que a 
técnica pode oferecer para o processo de ensino-aprendizagem. Responder 
emails de alunos, aplicar testes na rede, registrar frequência ou avaliações, 
sacrificar a qualidade de uma aula em razão de programações abstratas e 
 
 
 
 
pressionadas pela urgência constituem um conjunto de tarefas sufocantes e 
inspiradas numa concepção administrativa de sua relação com o conhecimento, 
porque não é dessa forma que ele é nem produzido nem apreendido. 
É natural que os professores vejam aí um padrão de atividade com o qual eles 
não se identificam e para o qual nem chegam a ser remunerados de forma 
adequada e digna; e é sintomático que a denominação de "tutor" vai ficando 
reservada para professores que veem o que fazem reduzidos ao mero 
monitoramento de algumas dessas aplicações. 
 
 
Isso ocorre por dois motivos: 
- O primeiro deles é consequência direta e imediata da filosofia interna daquelas 
escolas onde essa situação é mais aguda, isto é, a precipitação e o afobamento 
da adoção de modelos que agilizem o ingresso de seus cursos nesses novos 
tempos - eventualmente com a compra de pacotes prontos de softwares 
estranhos a quaisquer projetos pedagógicos qualificados. Tudo indica que isso 
tem provocado a alienação do professor sobre aquilo que está sendo posto em 
prática, pois que ele não vê nas mudanças todas senão o sentido burocrático 
que se acrescenta ao sem-número de atividades com as quais já está envolvido. 
O resultado é o que se vê por aí: um grau de estresse, de desgaste físico, de 
sobrecarga de trabalho que anula a potencialidade que as TICs têm para os 
professores e para as próprias escolas como instituições educacionais, pois é 
isso o que elas deveriam ser. 
- O segundo motivo é bastante conhecido: em boa parte dos estabelecimentos 
de ensino, as mudanças incrementadas pelas novas tecnologias são inspiradas 
pelo mercado, pela concorrência, pelas cotoveladas que as empresas dão umas 
nas outras para conquistar a clientela; não têm nada a ver com o 
aperfeiçoamento dos processos didático-pedagógicos - ainda que os discursos 
que justifique as e digam que sim, até com certo deslumbramento. 
 
 
 
 
Sob esse aspecto, é possível que as mudanças estejam sendo bem-sucedidas, 
mas é insignificante o ganho educacional que representam, e esse é um 
elemento que se acrescenta ao estranhamento dos professores. 
 As TICs são essencialmente emancipadoras da atividade intelectual e alargam 
as possibilidades de acesso à transmissão e à obtenção do conhecimento, mas 
sempre que isso seja feito de forma criteriosa e autônoma pelos sujeitos que 
conseguem estabelecer uma relação enriquecedora entre o conteúdo do que 
fazem e a forma como o fazem, no trabalho e na criatividade. 
 
 
 
A lógica com que elas têm sido inseridas na Educação é o oposto disso, como os 
professores testemunham todos os dias. Como é mesmo o nome daquela 
espécie de imposto que uma geração transfere para outra porque não tem noção 
dos efeitos negativos que sua ação tem no presente? Imposto geracional? Pois a 
forma como as TICs têm sido implementadas nos nossos sistemas de ensino é 
bem isso: estamos empurrando para frente ás consequências 
 
2- Texto complementar 
 
As TICs na prática pedagógica 
A Tecnologia é a aplicação de um conhecimento, de um “saber como fazer”, de 
procedimentos e recursos para a solução de um problema no nosso cotidiano. 
O professor deve aprender a ler e a escrever as diferentes linguagens, e as 
diversas técnicas de informação e de comunicação, assim como as distintas 
representações usadas nas diversas tecnologias. 
 
A identidade do docente como ator e autor, se estabelece no sentido de ser 
professor, e confere à atividade docente no seu cotidiano a partir de seus 
 
 
 
 
princípios e dos seus valores, o modo de situar-se no mundo, de sua história de 
vida, de suas representações e saberes, e de sua rede de relações com outros 
funcionários da educação. 
 
As tecnologias se caracterizam por: tecnologias de informação, tecnologias de 
comunicação, tecnologias interativas, tecnologias colaborativas. 
As tecnologias de informação são as formas de gerar, armazenar, veicular e 
reproduzir a informação. As tecnologias de comunicação são as formas de 
difundir informação, incluindo as mídias mais tradicionais, da televisão, do vídeo, 
das redes de computadores, de livros, de revistas, do rádio, etc. Com a 
associação da informação e da comunicação há novos ambientes de 
aprendizagens, novos ambientes de interação. 
 
A Tecnologia Interativa é a elaboração concomitante por parte do emissor (quem 
emite a mensagem) e do receptor (quem recebe a mensagem), codificando e 
decodificando os conteúdos, conforme a sua cultura e a realidade onde vivem. 
As tecnologias interativas se dão através da televisão a cabo, vídeo interativo, 
programa multimídia e internet. 
 
As tecnologias colaborativas facilitam as interações entre pessoas e o mundo, 
permitem um trabalho em equipe satisfatório, e com as diferentes linguagens 
proporcionam tipos diferentes de aprendizagens. 
 
Na agenda do século XXI, o professor deve colocar as tecnologias como aliadas 
para facilitar o seu trabalho docente. Deve-se usá-las no sentido cultural, 
científico e tecnológico, de modo que os alunos adquiram condições para 
enfrentar os problemas e buscar soluções para viver no mundo contemporâneo. 
Ao professor cabe o processo de decisão e condução do aprendizado. De 
acordo com Gadotti, o professor deve ser um aprendiz permanente e um 
organizador da aprendizagem. Esclarecemos que um ambiente de aprendizagem 
não pode se transformar em mero transmissor de informações, mas, na 
efetivação da comunicação e construção colaborativa do conhecimento 
Ref: Cortelazzo; Iolanda Por Amelia Hamze 
 
 
 
 
Educadora 
Profª UNIFEB/CETEC e FISO – Barreto 
http://educador.brasilescola.com/trabalho-docente/as-tics-na-pratica-
pedagogica.htm- 
III - Aluno presencial x aluno virtual 
 
Nesse capítulo vamos conhecer alguns fatores polêmicos que revelam afetar o 
aprendizado presencial e virtual. 
 
Da mesma forma, que o professor deve seguir um procedimento para virtualizar 
a sua docência, o aluno presencial que deseja fazer os seus primeiros passos 
nesta nova modalidade de ensinar e aprender virtualmente, também deverá 
seguir um processo 
 
 
 
evolutivo semelhante. 
 
Se para o professor este processo significa uma mudança importante em muitos 
aspectos que afetam a sua docência, como a explanação de ensinar, o modo de 
apresentar a informação dos conteúdos ou a forma de levar a sério a interação 
virtual, no caso do aluno este processo vai afetar a outros tantos aspectos de 
sua construção de conhecimento, a forma de interagir com seus companheiros 
ou as habilidades que deverá colocar em jogo para aprender. 
 
Durante os últimos vinte anos, tem se produzido dois tipos de explorações 
empíricas que tem sido um objeto similar: identificar e caracterizar os principais 
fatores que podem influenciar na qualidade dos processos de aprendizagem dos 
alunos e que, sendo aplicados a tipos de alunos diferentes, tem derivado em 
resultados diferentes. No primeiro caso, nos tem aportado um conhecimento 
bastante preciso dos fatores que intervém na aprendizagem dos alunos em 
condições de ensinamentos obrigatórios e presencial. No segundo caso, nos 
http://educador.brasilescola.com/trabalho-docente/as-tics-na-pratica-pedagogica.htm-
http://educador.brasilescola.com/trabalho-docente/as-tics-na-pratica-pedagogica.htm-
 
 
 
 
ajudam a conhecer cada vez mais aqueles fatores que afetam a aprendizagem 
que se realiza por meios virtuais e/ou à distância, dirigido para os alunos, que 
cursam estudos superiores como uma segunda atividade além de sua profissão.Vamos analisar sinteticamente os resultados de ambas as contribuições para 
apresentar uma proposta integrada com os fatores que cremos que podem ser 
chaves para este “novo” tipo de aluno que escolhemos para fundamentar essa 
estrutura de fatores provenientes de contribuições diferentes. 
 
Em relação ao primeiro grupo de fatores, referidos a dos alunos com estudos 
totalmente presenciais, recorremos uma informação elaborada por um grupo de 
trabalho do comité da associação psicológica americana de assuntos educativos 
(BEA, 1997). Essa revisão estabelece catorze princípios psicológicos que 
influencia na qualidade do aprendizado, entre eles, estão relacionados: 
 
Fatores cognitivos e metacognitivos 
 
1. Natureza do processo de aprendizagem. Generalização de conhecimento, 
habilidades cognitivas e estratégias de aprendizagem. 
2. Objetivos dos processos de aprendizagem. Representação coerente e 
significativa do conhecimento. 
3. Construção de conhecimento. Conectar o novo conhecimento com os 
conhecimentos prévios. 
4. Pensamento estratégico. Estratégias de pensamento e entendimento. 
5. Pensar sobre o pensar. Processos de autorregulação da própria 
aprendizagem. 
6. O contexto de aprendizagem. Fatores do contexto que influenciam na 
aprendizagem: cultura, tecnologia e práticas instrucionais. 
 
Fatores motivacionais e afetivos 
 
7. Influências motivacionais e emocionais na aprendizagem. Estados 
emocionais, crenças, interesses ou objetivos e hábitos de pensamento. 
 
8. Motivação intrínseca para aprender. Curiosidade, pensamento flexível, 
 
 
 
 
intuitivo e criatividade. 
9. Efeitos da motivação sobre o esforço. Esforço e energia. 
 
Para o desenvolvimento social 
 
10. Influências do desenvolvimento sobre a aprendizagem. Desenvolvimento 
individual em domínios com o físico, intelectual, emocional ou social. 
11. Influências sociais na aprendizagem. Relações interpessoais, interações 
sociais e comunicação com os outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diferencias sociais 
 
12. Diferencias individuais: na aprendizagem. Capacidades, enfoques ou 
estilos de aprendizagem. 
13. Aprendizagem e diversidade. Diferencias linguísticas, culturais e sociais. 
14. Modelo e Avaliação. Avaliação inicial, o processo final como uma parte 
integral do processo de aprendizagem. 
 
Recomenda se interpretar estes fatores levando em conta três observações: 
 
1. Em primeiro lugar, deve se considerar que estes catorze princípios 
centram se no aprendiz e no processo de aprendizagem e, em 
consequência, situam se principalmente dentro do controle do aprendiz, 
mais nos hábitos ou condutas bem condicionados por fatores 
psicológicos. 
2. Em segundo lugar, indica se que cada um destes princípios não deve 
contemplar se de forma independente, porém melhor em conexão ou 
interdependente de uns com os outros. 
 
 
 
 
3. Por último e em terceiro lugar, deve ter presente cada um dos fatores não 
de forma isolada de outros fatores como ensinar e o currículo, em 
consequência, devem considerar se como uma constelação de fatores 
que intervém holisticamente em situações de aprendizagem real. 
 
Em relação ao segundo grupo de fatores, relativos aos estudantes inteiramente 
virtuais em especial os que cursam estudos superiores, temos recorrido à 
proposta que havia dito anteriormente por Barberà, Badia e Mominó (2001) e na 
qual se distinguia entre três tipos de fatores, a totalidade dos quais afetava a 
motivação do estudante a distância ou virtual. Como dito, os fatores referiam se 
a aspectos da situação vital, aspectos pessoais e fatores relacionados com a 
atividade de estudo. Os primeiros agrupavam varias questões como situações 
sociais, profissionais ou familiares que facilitavam ou dificultavam a própria 
atividade de dedicação ao estudo, e que a menos incluído dentro da 
denominação de abandono do estudante a distância. 
 
O segundo grupo, relativo aos fatores pessoais, notavam se que certas 
características individuais como o nível dos estudos prévios, as habilidades 
comunicativas ou alguns traços da personalidade podiam influir também na 
motivação do estudante à distância. 
 
Por último, dentro dos fatores relacionados com a atividade de estudo, 
incluíamos quatro deles que, como os dos grupos de fatores anteriores, podiam 
possibilitar ou facilitar em diferentes graus a dedicação dos estudantes, e que 
eram algumas influências em nível da instituição educativas (como por exemplo, 
os aspectos de gestão dos materiais ou a facilitação de acesso à tecnologia), as 
características do curso (como por exemplo, à duração das atividades de 
aprendizagem virtual), a qualidade da relação com o professor e as 
características das tarefas de ensino e aprendizagem (referidas a fatores como, 
por exemplo, a consecução de recompensas externas por parte do estudante). 
 
 
3-Texto Complementar 
 
 
 
 
 
A gestão de diferentes espaços nos cursos presenciais 
 
O professor, em qualquer curso presencial, precisa hoje aprender a 
gerenciar vários espaços e a integrá-los de forma aberta, equilibrada e 
inovadora. O primeiro espaço é o de uma nova sala de aula equipada e 
com atividades diferentes, que se integra com a ida ao laboratório para 
desenvolver atividades de pesquisa e de domínio técnico-pedagógico. 
Estas atividades se ampliam e complementam a distância, nos ambientes 
virtuais de aprendizagem e se complementam com espaços e tempos de 
experimentação, de conhecimento da realidade, de inserção em ambientes 
profissionais e informais. 
 
Antes o professor só se preocupava com o aluno em sala de aula. Agora, 
continua com o aluno no laboratório (organizando a pesquisa), na Internet 
(atividades á distância) e no acompanhamento das práticas, dos projetos, 
das experiências que ligam o aluno à realidade, à sua profissão (ponto 
entre a teoria e a prática). 
 
Antes o professor se restringia ao espaço da sala de aula. Agora precisa 
aprender a gerenciar também atividades a distância, visitas técnicas, 
orientação de projetos e tudo isso fazendo parte da carga horária da sua 
disciplina, estando visível na grade curricular, flexibilizando o tempo de 
estada em aula e incrementando outros espaços e tempos de 
aprendizagem. 
 
Educar com qualidade implica em ter acesso e competência para organizar 
e gerenciar as atividades didáticas em, pelo menos, quatro espaços: 
 
1. Uma nova sala de aula 
 
 
 
 
 
A sala de aula será, cada vez mais, um ponto de partida e de chegada, um 
espaço importante, mas que se combina com outros espaços para ampliar 
as possibilidades de atividades de aprendizagem. 
 O que deve ter uma sala de aula para uma educação de qualidade? 
Precisa fundamentalmente de professores bem preparados, motivados, e 
bem remunerados e com formação pedagógica atualizada. Isso é 
incontestável. 
Precisa também de salas confortáveis, com boa acústica e tecnologias, das 
simples até as sofisticadas. Uma sala de aula hoje precisa ter acesso fácil ao 
vídeo, DVD e, no mínimo, um ponto de Internet, para acesso a sites em tempo 
real pelo professor ou pelos alunos, quando necessário. 
 
Um computador em sala com projetor multimídia são recursos 
necessários, embora ainda caros, para oferecer condições dignas de 
pesquisa e apresentação de trabalhos a professores e alunos. São poucos 
os cursos até agora bem equipados, mas, se queremos educação de 
qualidade, uma boa infra-estrutura torna-se cada vez mais necessária. 
 
Um projetor multimídia com acesso a Internet permite que os 
professores e os alunos mostrem simulações virtuais, vídeos, jogos, 
materiais em CD, DVD, páginas WEB ao vivo. Serve como apoio ao 
professor, mas também para a visualização de trabalhos dos alunos, de 
pesquisas, de atividades realizadas no ambiente virtual de aprendizagem 
(um fórum previamente realizado, por exemplo). Podem ser mostrados 
jornais on-line, com notícias relacionadas como assunto que está sendo 
tratado em classe. Os alunos podem contribuir com suas próprias 
pesquisas on-line. 
 
Há um campo de possibilidades didáticas até agora pouco desenvolvidas, 
mesmo nas salas que detêm esses equipamentos. 
 
 
 
 
Essa infraestrutura deve estar a serviço de mudanças na postura do 
professor, passando de ser uma “babá”, de dar tudo pronto, mastigado, 
para ajudá-lo, de um lado, na organização do caos informativo, na gestão 
das contradições dos valores e visões de mundo, enquanto, do outro lado, 
o professor provoca o aluno, o “desorganiza”, o desinstala, o estimula a 
mudanças, a não permanecer acomodado na primeira síntese. 
 
2. O espaço do laboratório conectado 
 
Um dia todas as salas de aula estarão conectadas às redes de 
comunicação instantânea. Como isso ainda está distante, é importante que 
cada professor programe em uma de suas primeiras aulas uma visita com 
os alunos ao “laboratório de informática”, a uma sala de aula com micros 
suficientes conectados à Internet. Nessa aula (uma ou duas) o professor 
pode orientá-los a fazer pesquisa na Internet, a encontrar os materiais mais 
significativos para a área de conhecimento que ele vai trabalhar com os 
alunos; a que aprendam a distinguir informações relevantes de informações 
sem referência. Ensinar a pesquisar na WEB ajuda muito aos alunos na 
realização de atividades virtuais depois, a sentir-se seguros na pesquisa 
individual e grupal. 
 
Outra atividade importante nesse momento é a capacitação para o uso das 
tecnologias necessárias para acompanhar o curso em seus momentos 
virtuais: conhecer a plataforma virtual, as ferramentas, como se coloca 
material, como se enviam atividades, como se participa num fórum, 
num chat, tirar dúvidas técnicas. 
 
 
Esse contato com o laboratório é fundamental porque há alunos pouco 
familiarizados com essas novas tecnologias e para que todos tenham uma 
informação comum sobre as ferramentas, sobre como pesquisar e sobre os 
 
 
 
 
materiais virtuais do curso. 
 
Tudo isto pressupõe que os professores foram capacitados antes para fazer 
esse trabalho didático com os alunos no laboratório e nos ambientes virtuais 
de aprendizagem (o que muitas vezes não acontece). 
 
Quando temos um curso parcialmente presencial podemos organizar os 
encontros ao vivo como pontuadores de momentos marcantes. Primeiro, nos 
encontramos fisicamente para facilitar o conhecimento mútuo de professores e 
alunos. Ao vivo é muito mais fácil que a distância e confiamos mais 
rapidamente ao estar ao lado da pessoa como um todo, ao vê-la, ouvi-la, senti-
la. Depois, é mais fácil explicar e organizar o processo de aprendizagem, 
esclarecer, tirar dúvidas, organizar grupos, discutir propostas. É muito mais 
fácil também aprender a utilizar os ambientes tecnológicos da educação on-
line. Podemos ir a um laboratório e nivelar os alunos, os que sabem se sentam 
junto com os que sabem menos e todos aprendem juntos. No presencial 
também é mais fácil motivar os alunos, atender às demandas específicas, 
fazer os ajustes necessários no programa. 
 
O foco do curso deve ser o desenvolvimento de pesquisa, fazer do aluno um 
parceiro-pesquisador. Pesquisar de todas as formas, utilizando todas as 
mídias, todas as fontes, todas as formas de interação. Pesquisar às vezes 
todos juntos, outras em pequenos grupos, outras individualmente. Pesquisar 
às vezes na escola; outras, em outros espaços e tempos. Combinar pesquisa 
presencial e virtual. Comunicar os resultados da pesquisa para todos e para o 
professor. Relacionar os resultados, compará-los, contextualizá-los, aprofundá-
los, sintetizá-los. 
 
Mais tarde, depois de uma primeira etapa de aprendizagem on-line, a volta ao 
presencial adquire uma outra dimensão. É um reencontro tanto intelectual 
como afetivo. Já nos conhecemos, mas fortalecemos esses vínculos; trocamos 
 
 
 
 
experiências, vivências, pesquisas. Aprendemos juntos, tiramos dúvidas 
coletivas, avaliamos o processo virtual. Fazemos novos ajustes. Explicamos o 
que acontecerá na próxima etapa e motivamos os alunos para que continuem 
pesquisando, se encontrando virtualmente, contribuindo. 
 
Os próximos encontros presenciais já trazem maiores contribuições dos 
alunos, dos resultados de pesquisas, de projetos, de solução de problemas, 
entre outras formas de avaliação. 
 
3. A utilização de ambientes virtuais de aprendizagem 
 
Os alunos já se conhecem, já tem as informações básicas de como pesquisar 
e de como utilizar os ambientes virtuais de aprendizagem. Agora já podem 
iniciar a parte a distância do curso, combinando momentos em sala de aula 
com atividades de pesquisa, comunicação e produção a distância, individuais, 
em pequenos grupos e todos juntos[2]. 
 
O professor precisa hoje adquirir a competência da gestão dos 
tempos a distância combinado com o presencial. O que vale a pena fazer pela 
Internet que ajuda a melhorar a aprendizagem, que mantém a motivação, que 
traz novas experiências para a classe, que enriquece o repertório do grupo. 
 
 
 
Os ambientes virtuais aqui complementam o que fazemos em sala de aula. O 
professor e os alunos são “liberados” de algumas aulas presenciais e precisam 
aprender a gerenciar classes virtuais, a organizar atividades que se encaixem 
em cada momento do processo e que dialoguem e complementem o que 
estamos fazendo na sala de aula e no laboratório. Começamos algumas 
atividades na sala de aula: informações básicas de um tema, organização de 
http://www.eca.usp.br/moran/propostas.htm#_edn2
 
 
 
 
grupos, explicitar os objetivos da pesquisa, tirar as dúvidas iniciais. Depois 
vamos para a Internet e orientamos e acompanhamos as pesquisas que os 
alunos realizam individualmente ou em pequenos grupos. Pedimos que os 
alunos coloquem os resultados em uma página, um portfólio ou que nos as 
enviem virtualmente, dependendo da orientação dada. Colocamos um tema 
relevante para discussão no fórum ou numa lista e procuramos acompanhá-la 
sem sermos centralizadores nem omissos. Os alunos se posicionam primeiro 
e, depois, fazemos alguns comentários mais gerais, incentivamos, 
reorientamos algum tema que pareça prioritário, fazemos sínteses provisórias 
do andamento das discussões ou pedimos que alguns alunos o façam. 
Podemos convidar um colega, um pesquisador ou um especialista para um 
debate com os alunos num chat, realizando uma entrevista a distância, 
atuando como mediadores. Os alunos gostam de participar deste tipo de 
atividade. 
Nós mesmos, professores, podemos marcar alguns tempos de atendimento 
semanais, se o acharmos conveniente, para tirar dúvidas on-line, para atender 
grupos, acompanhar o que está sendo feito pelos alunos. Sempre que possível 
incentivaremos os alunos a que criem seu portfólio, seu espaço virtual de 
aprendizagem próprio e que disponibilizem o acesso aos colegas, como forma 
de aprender colaborativamente. 
Dependendo do número de horas virtuais, a integração com o presencial é 
mais fácil, Um tópico discutido no fórum pode ser aprofundado na volta à sala 
de aula, tornando mais claros os pontos de divergência que havia no virtual. 
Creio que há três campos importantes para as atividades virtuais: o da 
pesquisa, o da comunicação e o da produção. Pesquisa individual de temas, 
experiências, projetos, textos. Comunicação, realizando debates off e on-line 
sobre esses temas e experiências pesquisados. Produção, divulgando os 
resultados no formato multimídia, hipertextual, “linkada” e publicando os 
resultados para os colegas e, eventualmente, para a comunidade externa ao 
curso.[3] 
A Internet favorece a construção colaborativa, o trabalho conjunto entre 
professores e alunos, próximos física ou virtualmente. Podemos participar de 
http://www.eca.usp.br/moran/propostas.htm#_edn3
 
 
 
 
uma pesquisa em tempo real, de um projeto entre vários grupos, de uma 
investigaçãosobre um problema de atualidade. O importante é combinar o que 
podemos fazer melhor em sala de aula: conhecer-nos, motivar-nos, 
reencontrar-nos, com o que podemos fazer a distância pela lista, fórum 
ou chat – pesquisar, comunicar-nos e divulgar as produções dos professores e 
dos alunos. 
É fundamental hoje pensar o currículo de cada curso como um todo, e planejar 
o tempo de presença física em sala de aula e o tempo de aprendizagem 
virtual. A maior parte das disciplinas pode utilizar parcialmente 
atividades a distância. Algumas que exigem menos laboratório ou estar 
juntos fisicamente podem ter uma carga maior de atividades e tempo 
virtuais. A flexibilização de gestão de tempo, espaços e atividades é 
necessária, principalmente no ensino superior ainda tão engessado, 
burocratizado e confinado à monotonia da fala do professor num único espaço 
que é o da sala de aula. 
 
 http://www.eca.usp.br/moran/propostas.htm 
 
Especialista em mudanças na educação presencial e a distância 
Texto apresentado no 11º Congresso Internacional de Educação a Distância. 
8/09 em Salvador, BA. 
 
Programação em www.abed.org.br/congresso2004/por/gradetc.htm#08 
 
José Manuel Moran 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capitulo IV 
http://www.eca.usp.br/moran/propostas.htm
http://www.abed.org.br/congresso2004/por/gradetc.htm#08
 
 
 
 
O que sabemos sobre a Aprendizagem Eletrônica 
 
A comunicação eletrônica apresenta-se de diversas formas, incluindo e-mails, 
fóruns eletrônicos de discussão, quadros de aviso eletrônicos, serviços pagos 
por utilização e, finalmente, chats, tanto nos limites quanto fora de uma estrutura 
organizacional. Essas formas de comunicação têm em comum várias questões 
centrais que perpassam todo o meio e aparentemente invadem todo o tipo de 
comunicação eletrônica. Além disso, elas pertencem à comunicação face a face 
que ocorre quando tentamos construir a comunidade. Por estarmos interessados 
em humanizar um ambiente não humano e em criar, ao longo do processo, uma 
comunidade de aprendizagem é que surgem questões de cunho humano, quer 
esperemos ou não. No ambiente de uma sala de aula tradicional, o professor 
pode não saber que um aluno está enfrentando o fim de um relacionamento ou 
uma doença crônica na família a não ser quando o estudante resolve 
voluntariamente falar de tais assuntos. Na sala de aula virtual, porém, a fim de 
que se crie uma comunidade, é importantíssimo dar espaço para a vida pessoal 
e comum, isto é, para a vida diária. 
 
Estas são questões com que sempre lidamos à medida que construímos 
comunidades de aprendizagem por meio de aulas on-line: 1- contato virtual 
versus contato humano, conectividade e articulação; 2- responsabilidade: regras, 
papéis, normas e participação compartilhadas; 3- questões psicológicas e 
espirituais; 4- vulnerabilidade, privacidade e ética. É fundamental prestar atenção 
a tais questões na sala de aula eletrônica, ainda que elas não sejam tão 
importantes na sala de aula comum. Os excertos de diálogos que acompanham 
a discussão dessas questões são fragmentos do que nossos alunos escreveram. 
 
 
 
 
 
Contato virtual versus contato humano 
 
 
 
 
 
Na comunicação eletrônica, a noção de contato virtual como algo contrário ao 
contato humano determina um dualismo artificial. Pelo fato de as pessoas 
comunicarem-se, a comunicação virtual, mesmo que sob a forma textual, não 
deixa de ser humana. A inexistência de certos sinais contextuais nessa forma de 
comunicação pode ser tanto benéfica quanto prejudicial. A comunicação textual 
é uma espécie de grande equalizador e pode instigar-nos a refletir mais sobre o 
que dizemos on-line. Por outro lado, a questão do isolamento é um fator 
importante quando nos comunicamos eletronicamente, pois, embora on-line 
estejamos conectados a alguém, o risco de evitarmos o contato face a face 
realmente existe. 
 
Conectividade e articulação 
 
O fato de precisarmos da conectividade não necessariamente significa que 
tenhamos de desistir de nossa autonomia ou de nos submeter a uma autoridade 
qualquer. Essa noção de conectividade e articulação pode levar a uma sensação 
mais apurada do que seja conhecer o outro por meio de experiências comuns, 
como lidar com a matéria do curso e o próprio meio ao mesmo tempo; a 
conectividade também se apresenta por meio do conflito e do ato de aprender a 
aprender de uma nova maneira. 
 
Responsabilidade, regras, papéis, normas e participação compartilhados 
 
Parece que quando olhamos para a questão da comunidade e de como ela se 
desenvolve, começamos a explorar o tópico de responsabilidade, regras, papéis 
e normas compartilhados. Por meio da participação, dividimos a 
responsabilidade pelo desenvolvimento do grupo. As regras precisam ser fluídas 
e, na verdade, devem ser poucas. A única e verdadeira discussão que muitos 
dos nossos grupos levaram a diante foi acerca da participação e das normas, 
mais precisamente acerca de quanto e de com que frequência às queria. Não 
havia sempre consenso. Ás vezes parece que nós, como facilitadores, temos 
expectativas diferentes quanto à participação. Consequentemente, é 
 
importante discutir de maneira aberta tais questões já na primeira vez que o 
 
 
 
 
grupo se reúne. 
 
Papéis 
 
No que diz respeito aos papéis, o facilitador tem várias funções: de organizador, 
de animador, de comunicador de informações. Os participantes também 
assumem seus papéis. A literatura sobre grupos de trabalho que interagem pela 
tecnologia sugere que os papéis voltados à execução de tarefas e á continuação 
do processo realmente surgem nesses grupos (McGrath e Hollingshead, 1994). 
Descobrimos que sempre há um participante que tenta fazer com que as coisas 
continuem a acontecer quando a discussão esfria, assim como há outro que 
sempre tenta mediar conflitos ou que busca outros participantes quando estes 
estão ausentes da discussão há alguns dias. O surgimento desses papéis é um 
indicador de que a comunidade está desenvolvendo-se, de que os participantes 
estão começando a ir ao encontro do outro e a tomar conta do desenvolvimento 
do próprio curso. Na sala de aula tradicional, com certeza, o espirito de liderança 
surgirá em um ou em alguns membros do grupo, o que também representa uma 
via pela qual os alunos conectam-se e vão ao encontro do outro. 
 
Normas, regras e participação 
 
Nesses grupos, as normas surgem à medida que se desenvolve o processo. 
Encontramos, com frequência, grupos que discutem questões de franqueza, 
honestidade e segurança como sendo normas a que geralmente obedecemos, 
mas que precisam ser reforçadas. Como grupo, também podemos discutir 
objetivos, os diferentes estilos pelos quais nos comunicamos e as 
responsabilidades envolvidas nessa espécie de comunicação. Tais discussões 
ajudam a criar uma comunidade que se desenvolve emocional e espiritualmente, 
bem como oferecem um espaço seguro e coeso, em que nos sentimos mais 
próximos e podemos compartilhar abertamente nossos pensamentos e 
sentimentos à medida que aprendemos com o outro. Poucas normas são 
estabelecidas no começo de nossos seminários; os participantes concordam 
quanto ás questões de franqueza e de honestidade. As normas referentes ao 
nível de participação surgem com o desenvolvimento do grupo. 
 
 
 
 
 
Cada vez mais se espera, e até mesmo se exige, dos estudantes que ingressam 
na universidade um endereço eletrônico (e-mail)- na esperança, é claro, de que 
eles usem. Contudo, ter um e-mail, não significa que os alunos estarão 
envolvidos, porque muitos ainda relutam quanto à utilização de tal meio. Alguns 
alunos dizem até mesmo sentir fobia tecnológica. Além disso, ter um endereço 
eletrônico não é garantia de que as pessoas responderão às mensagens 
recebidas. Não responder a uma mensagem, às vezes, é fruto de excesso de 
informação. Portanto, nesse meio, é fácil, enviar mensagens destinadas ao queparece ser um buraco negro. 
 
Algo semelhante ocorre no seminário eletrônico. Sempre temos ao menos um 
aluno que envia sua apresentação e depois não se comunica mais, o deixando 
todos os outros a se perguntar sobre o que teria acontecido. Uma aluna, a qual 
desistiu de um seminário sem dar nenhuma explicação, entrou em contato 
conosco depois de muito tempo para dizer que sua expectativa após ter enviado 
a apresentação era a de que os outros lhe responderiam em nível pessoal, 
fazendo comentários sobre o que ela havia dito de si. Como isso não aconteceu, 
ela se sentiu desanimada e desapareceu, relutando mesmo em responder às 
nossas indagações sobre sua intenção de continuar. 
 
É interessante que o mesmo fenômeno ocorra nos grupos da vida real. 
 
Algumas pessoas por uma razão qualquer, simplesmente desistem, enquanto 
um grupo constitui-se em núcleo e continua. Em uma situação de grupo-talvez 
não em uma sala de aula, pede-se àquelas pessoas que porventura tenham 
desistido de participar que um dia retornem para se despedir dos outro. A 
presença e a ausência física são notadas no grupo, quer a participação seja 
verbal ou não. No meio eletrônico, as pessoas podem desaparecer mais 
facilmente; sua ausência é notada, porém é algo mais fácil de ignorar do que 
uma cadeira vazia. Também é fácil manter-se em silêncio em um grupo real, 
porque as pessoas sabem de sua presença mesmo quando você não fala. Em 
grupos eletrônicos o participante silencioso simplesmente não existe. 
 
 
 
 
 
 
 
 
É importante que os professores fiquem atentos para saber quais alunos enviam 
mensagens e quais não enviam. Pelo fato de o sucesso do seminário depender 
da participação de todos, os professores precisam lembrar seus alunos de que é 
sua responsabilidade participar, seja pelo envio de mensagens no site do curso, 
seja pelo contato individual. 
 
Questões Psicológicas e espirituais 
 
A discussão sobre as questões psicológicas e espirituais na sala de ala 
tradicional é frequentemente considerada controversa e mesmo frívola. Ao 
apresentarmos essas questões como sendo parte da comunidade on-line, não 
estamos querendo dizer que os professores precisam tornar-se conselheiros ou 
consultores espirituais de seus alunos. 
 
No entanto, pelas tentativas de conexão ao mundo on-line, nossos participantes 
farão com que tais questões venham à tona. Por isso, precisamos reconhecê-las 
e admiti-las quando surgem, pois são questões centrais na formação da 
comunidade. 
 
O individualismo é extremamente valorizado em nossa cultura. O fato de nos 
apegarmos intensamente ao individualismo é parte daquilo que nos causa 
incomodo emocional e psicológico (Peck, 1993; Ornstein,1995). Assim, a busca 
da comunidade e o consolo que nela encontramos são em parte nossa 
necessidade de conexão, interdependência, proximidade e segurança- 
psicologicamente falando (Shaffer e Anundsen, 1993; Walker, 
1993;Whitmyer,1993). 
 
O medo é que nos impede de experimentar um alto nível de conexão psicológica 
com os outros; o medo de que nos percamos no processo, o medo de que 
sejamos rejeitados, o medo de que sejamos uma fraude, o medo de que não 
sejamos bons o suficiente. 
 
 
 
 
 
 
 
Questões psicológicas na comunidade virtual 
 
A comunidade certamente pode oferecer todos esses benefícios psicológicos 
recém-mencionados. Porém, falando de uma perspectiva junguiana, ela também 
tem um lado obscuro: elementos que estão “enterrados” e inconscientes, 
elementos que não queremos enfrentar. Um deles é a tendência de promover o 
“pensamento de grupo”, isto, a sutil e nem tão sutil pressão para que estejamos 
de acordo com o grupo, tanto na ação quanto no pensamento. Essa espécie de 
opressão pode ter um efeito psicológico devastador. Quando se experimenta 
essa verdadeira pressão, o resultado pode ser o sentimento de desconforto, de 
não se encaixar no grupo, de não se sentir seguro – sentimentos de quem se 
considera um estranho, um intruso. Há também, quando um pequeno grupo cuja 
voz é mais forte fala pela comunidade ou pelo grupo, a tendência ao silêncio e 
ao desconforto da resignação. Depois de algum tempo, podemos deixar de falar, 
correndo o risco de cair no ostracismo e de abandonar o grupo. Se isso ocorrer 
na sala de aula on-line, os alunos que não se sentem à vontade possivelmente 
venham a deixar o curso. Pode ser difícil para o professor reengajar aqueles 
alunos que domina a discussão. Quando isso ocorre, é importante que o 
professor intervenha e crie espaço no processo para os participantes que se 
manifestam menos. Assim como pode pedir a participação de um aluno mais 
quieto na sala de aula tradicional, pode fazê-lo no grupo on-line, particularmente 
para apoiar o aluno cuja opinião é discordante. 
 
Do ponto de vista tecnológico, as questões psicológicas dependem do hardware 
e do software. Se a pessoa estiver à vontade com esses dois componentes, o 
ambiente será de segurança e de confiança. O oposto, porém, pode ocorrer se o 
hardware ou o software mudarem ou forem de difícil navegação. Tal fato pode 
causar problemas fisiológicos, como cansaço ocular, dores nas costas, dores de 
cabeça e estresse, os quais podem ter consequências psicológicas. Já tivemos 
alunos que se sentiram frustrados e infelizes devido ao hardware e ao software 
utilizados. 
 
 
 
 
 
 
Por isso, os professores devem conhecer as questões psicológicas que podem 
determinar o sucesso ou o fracasso do curso on-line. Assim como na sala de 
aula tradicional, deve-se prestar atenção aos alunos que se mostram 
excessivamente estressada ou que expressam um alto grau de emoção em suas 
mensagens. Os professores, com certeza, querem estimular seus alunos a correr 
riscos e a enviar mensagens que possam ser consideradas diferentes ou 
controversas, mas é importante que busquem sempre o equilíbrio e intervenham 
caso um deles demonstre problemas de ordem psicológica. 
 
Vulnerabilidade, Privacidade e Ética 
 
Toda interação social- qualquer tentativa de conexão- faz com que nos tornemos 
vulneráveis. Quando buscamos o outro, corremos o risco da rejeição, da dor e do 
desentendimento. Porém, os benefícios da conexão suplantam em muitos seus 
riscos. As questões relativas à privacidade são da maior importância na 
comunidade. Quanto precisamos abrir-nos, para o outro e quanto podemos 
legitimamente guardar para nós sem que ponhamos em risco a essência da 
comunidade? As questões referentes à privacidade surgem sob outras formas na 
comunidade. Por exemplo, na interação face a face ou telefônica, podemos ter 
conversas, de certa forma, particulares. Também podemos estar crtos de que a 
mensagem enviada diretamente para o endereço eletrônico de alguém é algo 
relativamente particular. Na verdade, porém, não há garantias de privacidade 
quando nos comunicamos na sala de aula virtual. Vários autores notaram que as 
pessoas que se comunicam por meio de quadros de aviso eletrônicos 
frequentemente agem como se suas mensagens fossem privativas, ficando 
chocadas e machucadas quando descobrem que não são. É algo semelhante a 
ter uma conversa particular em um lugar público. Nunca sabemos se alguém 
ouve o que dizemos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ética 
A questão da ética abre uma área de discussão bastante controversa. Pelo fato 
de a área da comunicação eletrônica ser muito recente, a ética que a governa 
ainda está sendo debatida. Há muitos lugares, tanto na sala de aula eletrônica 
quanto na internet, em que a noção da ética vem à baila. As pessoas que já 
usaram o e-mail no trabalho provavelmente têm muitas histórias sobre o uso 
ético e antiético do meio. Cada vez mais, vemos artigos sobre o assunto em 
jornais, em revistas e na internet. Além disso, os diretores das universidades 
estão sendo pressionados a enfrentar essas questões e a estabelecer padrões 
de inaceitabilidade, e até mesmo de ilegalidade, no uso dee-mail 
(McDonald,1997),Mary Sumner (1996,p.1) categoriza entre os novos problemas 
éticos e sociais desse meio o mau dos recursos públicos de computação, o que 
inclui a suspensão de estações de trabalho de livre acesso, espaço de disco, 
impressoras de rede e outros recursos compartilhados; a invasão de privacidade, 
tal como acessar, sem autorização e pela quebra da senha de acesso ou de 
fraude, o correio eletrônico de outra pessoa; o uso impróprio de sistemas de 
computação, incluindo assédio, uso comercial de informações relativas a 
instruções de programação e distorção da comunicação feita pelo usuário. 
 
As questões sexuais são outra preocupação inevitável na comunicação 
eletrônica. Experiências comuns nessa área incluem fazer-se passar por pessoa 
de outro sexo, fazer insinuações em mensagens de texto e assediar 
sexualmente. Uma professora relatou-nos sua experiência com um seminário 
eletrônico interrompido por um certo “Tom voyeur”. Os alunos que participavam 
do seminário sentiram-se desrespeitados e ficaram indignados quando essa 
pessoa apresentou-se ao grupo de maneira inadequada. Embora os sites dos 
cursos estejam protegidos por uma senha, é possível que um intruso consiga 
acessá-lo. Apesar de observadores poderem estar presentes ou de outras 
pessoas conseguirem acessar o site, o grupo constrói uma ilusão de privacidade 
que permite a seus integrantes continuar a comunicar-se abertamente entre si 
(Pratt, 1996). 
 
 
 
 
 
Nenhuma sala de aula eletrônica é totalmente privativa. Em geral, 
administradores do sistema têm acesso ao site para solucionar problemas 
técnicos que porventura surjam. Como parte de um sistema de inspeção mútua 
ou do programa de treinamento para novos professores on-line, muitas 
instituições pedem que os professores trabalhem em conjunto, ás vezes cobrindo 
a ausência de um colega. Outro fato que pode acontecer é que um aluno de fora 
ganhe acesso ao curso atuando como hacker, como fez o aluno recém -
mencionado. Assim, tantos os mestres quanto os alunos devem pensar bem 
naquilo que comunicam aos outros. O objetivo deve ser o de equilibrar o diálogo 
aberto com a cautela. 
 
 
Se o professor sentir que as mensagens de um aluno são muito íntimas ou 
abertas, é importante contatá-lo confidencialmente para que se discuta a 
questão. Além disso, os professores devem imediatamente relatar qualquer 
rompimento da segurança do sistema, a fim de que a integridade do curso seja 
mantida. 
 
Privacidade 
 
A privacidade é algo sobre o qual é virtualmente impossível estarmos totalmente 
seguros na comunicação eletrônica. As mensagens criptografadas, raramente 
utilizadas no meio acadêmico, são as maneiras mais seguras para se garantir a 
privacidade. Todas as mensagens podem ser lidas mesmo quando não se está 
fisicamente presente na sala. Já que há incerteza quanto ao fato de as 
mensagens serem usadas pelos outros, a vulnerabilidade de participação nesse 
meio tornar-se evidente. Embora isso não devesse impedir os professores e 
estudantes de fazer uso desse meio para fins educacionais, questões bastantes 
significativas surgem e devem ser enfrentadas quando uma comunidade virtual 
está em formação. Os participantes devem avaliar bem o que escrevem. Certos 
limites devem, assim, ser mais importantes do que na comunicação face a face. 
Deve-se também aderir a esses limites e fortalece-los. 
 
 
 
 
 
4. Texto Complementar 
 
Reorganização dos currículos 
 
Com todas as cautelas e problemas que este tema tem por trás, é importante 
que as universidades reorganizem seus currículos e projetos pedagógicos. As 
universidades, que têm mais autonomia, poderiam flexibilizar os currículos até 
chegar a uma carga horária, na média, de cinquenta por cento presencial e 
cinquenta por cento à distância. Na média, significa que algumas disciplinas 
teriam menos atividades a distância e outras poderiam ter mais. A implantação 
poderia ser progressiva, para fazer uma transição progressiva do totalmente 
presencial para o real semi presencial. 
 
A ideia não é aligeirar os cursos, nem pagar menos aos professores, mas 
realizar um planejamento de atividades muito mais racional, atraente, 
interessante e motivador para professores e alunos e para as instituições. 
Estar em aula vale a pena, mas durante menos tempo e com mais intensidade. 
Hoje aproveitamos efetivamente, em média, menos da metade do tempo nela, 
pela percepção que um curso é muito longo e de que muitas das informações 
que acontecem na sala de aula podem ser acessadas ou recuperadas em 
outro momento. 
 
Estar menos tempo em sala de aula permite que haja uma maior rotatividade 
de alunos nos mesmos espaços, necessitando construir menos prédios e 
otimizando melhor os já existentes. Com 25 por cento de um curso feito de 
modo não presencial é possível organizar horários de aula de três horas 
diárias por turma, o que permite organizar duas turmas diferentes por período, 
duplicando o uso de cada sala. Isso, visto numa escala de muitas turmas, 
poderia baratear o custo final da mensalidade do aluno sem perder qualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
Novos modelos de cursos 
Com a Internet podemos reorganizar o tempo de sala de aula, o tempo de 
pesquisa juntos (laboratório) e o tempo de atividades à distância. 
 
Com a evolução da comunicação audiovisual em tempo real, via tele aula, 
videoconferência ou pela Internet banda larga, podemos pensar em 
professores atendendo a várias turmas/salas ao mesmo tempo, interagindo 
com elas ao vivo e organizando atividades à distância, com ajuda de 
assistentes. Alguns dos modelos atuais de educação à distância poderiam ser 
introduzidos na educação presencial. O que proponho é introduzir no 
presencial muitas das soluções e tecnologias utilizadas na 
educação a distância ou na educação on-line. 
 
Concordo que é um desafio, que há inúmeros problemas nestas propostas, 
que podem ser utilizadas para banalizar o ensino. Sei que algumas instituições 
verão nestas propostas só enxugamento de custos, assim como muitos 
professores só enxergarão a diminuição possível de aulas e de postos de 
trabalho. Mas é também verdade que até agora só tentamos paliativos para 
resolver os problemas de falta de motivação de alunos e professores no ensino 
presencial. As tecnologias não são a solução mágica, mas permitem pensar 
em alternativas que otimizem o melhor do presencial e o melhor do virtual. 
Sei também que muitas instituições não estão prontas para atender a alunos 
carentes e que precisam ser encontradas soluções de facilitação do acesso 
dos alunos ao computador e à Internet. Não podemos permanecer 
imobilizados, no entanto, porque educação de qualidade hoje se faz com 
soluções inovadoras pedagógicas, gerenciais e tecnológicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conclusão 
Com as tecnologias cada vez mais rápidas e integradas, o conceito de 
presença e distância se altera profundamente e as formas de ensinar e 
aprender. Estamos caminhando para uma aproximação sem precedentes entre 
os cursos presenciais (cada vez mais semi-presenciais) e os a distância. Os 
presenciais terão disciplinas parcialmente a distância e outras totalmente a 
distância. E os mesmos professores que estão no presencial-virtual começam 
a atuar também na educação a distância. Teremos inúmeras possibilidades de 
aprendizagem que combinarão o melhor do presencial (quando possível) com 
as facilidades do virtual. 
Em poucos anos dificilmente teremos um curso totalmente presencial. Por isso 
caminhamos para muitas fórmulas de organização de processos de ensino-
aprendizagem. Vale a pena inovar, testar, experimentar, porque avançaremos 
mais rapidamente e com segurança na busca destes novos modelos que 
estejam de acordo com as mudanças rápidas que experimentamos em todos 
os campos e com a necessidade de aprender continuamente. 
Todas as universidades e organizações educacionais, em todosos níveis, 
precisam experimentar como integrar o presencial e o virtual, garantindo a 
aprendizagem significativa. Precisamos vivenciar uma nova pedagogia da 
comunicação e gestão do presencial e do virtual. É importante que os núcleos 
de educação a distância das universidades saiam do seu isolamento e se 
aproximem dos departamentos e grupos de professores interessados em 
flexibilizar suas aulas, que facilitem o trânsito entre o presencial e o virtual. 
Capitulo V 
A educação à distância 
 
A educação a distância é mais do que um software que permite a uma 
instituição oferecer um curso on-line. Em qualquer situação, acadêmica, 
 
 
 
 
 
 
 
organizacional ou corporativa, é importante lembrar que são as pessoas que 
utilizam as máquinas, as quais fazem o curso prosseguir. O elemento humano, 
portanto, tem o seu papel na sala de aula eletrônica. 
Assim, qualquer pessoa, em qualquer lugar e em qualquer tempo, pode ter 
acesso ao conhecimento. 
 
Podemos conceituar que a educação a distância é uma modalidade de 
aprendizagem em que a comunicação e a construção de conhecimentos 
podem acontecer com a participação de pessoas em locais e tempos distintos. 
 
Essa nova forma de ensino e aprendizagem, tem exigido cada vez mais de 
instrumentos sofisticados desenvolvidos pela nova tecnologia, que busca 
corresponder como uma ferramenta a mais de forma significativa para o bom 
desempenho da relação aluno- professor no processo de aprendizagem. 
 
Ação docente, tecnologia e ambiente virtual de videoconferência 
 
A sociedade da informação ou do conhecimento é caracterizada por processos 
constantes de mudanças os quais abrangem vários aspectos: politica, cultura, 
relações sociais, ciência, entre outros. Essas mudanças foram permeados pelo 
fator comunicacional e este teve a sua aceleração pelos avanços tecnológicos. 
Não significa, contudo, que a comunicação por si só, gere as transformações 
da sociedade, e tampouco a tecnologia, é da relação estabelecida entre 
comunicação, sociedade e tecnologia que emergem novos processos sociais, 
tecnológicos e comunicacionais. 
Tais transformações incidem também na cognição do ser humano, uma vez 
que este desenvolveu a capacidade de aprender a partir de fontes difusas de 
informação, não se restringindo a uma única e restrita fonte. 
 
 
 
 
 
A escola, responsável pelo processo de ensino e aprendizagem, legitimada 
pela sociedade é chamada a atender as demandas impostas por quem a 
legitimou e a desenvolver em seus alunos habilidades e competências para 
atuarem num mundo no qual o conhecimento é constantemente atualizado e 
re-elaborado, de acordo com os diversos contextos mutantes que se 
apresentam ao aluno, e também reconhecer as novas dimensões de 
aprendizagem inerentes ao mesmo. 
Embora a comunicação seja natural ao ser humano, a escola não se 
apercebeu do fato que os processos de ensino são permeados por processos 
comunicacionais, independentes da modalidade de ensino. Hoje a 
comunicação passa a assumir um outro status nos processos educacionais, já 
que os dispositivos midiáticos tornam-se necessários para que haja uma 
diversidade de disponibilização e utilização da informação nos processos de 
ensino aprendizagem. 
Os avanços tecnológicos recentes (computador e internet) propiciaram um 
salto qualitativo e quantitativo na comunicação. Quantitativo na medida em que 
se pode armazenar e socializar um grande número de dados, e quantitiarivo na 
medida em que as diferentes informações podem se articular gerando novos 
conhecimentos. 
A informação disseminada faz parte de uma rede de comunicação na qual o 
papel de receptor e emissor se alterna, uma vez que, o emissor e o receptador 
não mais pertencem a categorias estáticas. Hoje a velocidade na 
disseminação da informação resultou em modificações profundas no 
entendimento do que venha a ser o tempo e espaço. O espaço não possui 
mais como referência a distância geográfica, bem como o tempo não está 
subordinado ao fuso horário, há, então, a redução da dificuldade de 
comunicação em razão do tempo e espaço, resultando na ampliação do 
campo comunicacional. 
A escola inserida nesta sociedade mutante permeada por diferentes meios de 
comunicação passa por um conflito interno, pois ao mesmo tempo em que a 
sociedade lhe atribui a função de sedimentar ás novas gerações os 
 
 
 
 
 
 
 conhecimentos acumulados pela humanidade, ela deve preparar o individuo 
para uma sociedade em permanente estado de mutação onde o tempo e o 
espaço adquirem nova dimensão. Neste sentido, a escola assume o duplo 
papel; o de conservar o já existente e o de educar para a mudança. 
 
Este conflito está mais propenso a ir à direção da transmissão das informações 
uma vez que o status da escola residia em ser a detentora da informação 
assumida por ela como o conhecimento da humanidade. Na medida em que 
formamos o aluno para uma sociedade em constante mudança, isto pressupõe 
trabalhar com informações atualizadas constantemente onde o intervalo de 
tempo não é previsível e o papel do aluno é o de construir conhecimento a 
partir de informações contextualizadas para que se transformem em 
conhecimentos significativos. 
A imprevisibilidade de tempo, espaço e conhecimento tornam, assim, a escola 
insegura dificultando o novo papel para o qual ela é requisitada a assumir pela 
sociedade no contexto atual. Por sua vez o professor responsável 
historicamente pelo ensino se apoia quase que exclusivamente na estabilidade 
da transmissão de conhecimentos sedimentados pela escola através da 
oralidade, pois esta é tão natural ao processo educativo que o mesmo não 
possui a consciência do processo comunicacional vivido nesta dinâmica. 
A sociedade frente aos grandes desenvolvimentos tecnológicos que acabaram 
resultando na potencialidade dos processos comunicacionais legitimou, além 
da escola, outros segmentos responsáveis por disseminar e difundir as 
informações. Vale ressaltar que quando nos referimos à comunicação estamos 
considerando a existência de interações sejam elas conceituadas como 
interações conversacionais (face face), as interações mediadas de tipo 
dialógico e as interações deferida e/ou difusas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Muito embora os alunos estejam imersos nesta sociedade, na qual o acesso a 
diferentes meios de comunicação lhe propicia a transmissão de informações 
em linguagens diversificadas, o ensino desenvolvido pela maioria de nossos 
professores ainda é pautado exclusivamente pela oratória, a despeito dos 
avanços da tecnologia e das novas formas de comunicação e linguagem, 
dando pouco espaço para outros meios de comunicação, pois a integração das 
tecnologias nos processos educacionais tem despertado, desde há muito, 
certa rejeição. 
As diferentes formas de comunicação foram sempre consideradas pela 
educação como aspectos importantes, mas de segunda grandeza. A 
mobilidade didática esteve voltada para as concepções de ensino, organização 
do trabalho docente, metodologias e técnicas de ensino, enquanto a 
comunicação na educação esteve relegada à exposição oral alternada com 
recursos didáticos (retroprojetor, mapas, cartazes) com a finalidade de 
dinamizar a exposição oral, porem de forma a garantir o conhecimento já 
estabelecido, onde o aluno assume uma posição de consumidor do 
conhecimento. 
Independente de como os educadores valora a comunicação uma verdade se 
apresenta incontestável, “Não existe ensino sem a comunicação”, porem é 
importante ressaltar que a comunicação por si só não garante o ensino e tão 
pouco os processos educacionais. 
A dificuldade que os professores apresentam em incorporar as tecnologias no 
ensino nos remete a três questões básicas: a necessidade de o professor ter 
consciência de que ele deixou de ser a única fonte de informação do aluno; de 
que a apropriação de um novo recurso tecnológico requer o reconhecimento

Outros materiais