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Aula_5_-_Processo_Legislativo (1)

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Prévia do material em texto

Processo Legislativo 
Regimental
Aula 5
Incidentes Processuais 
Regimentais
Professor
Luciano Henrique da Silva Oliveira
Consultor Legislativo do Senado Federal
Ajuste / Descrição
Cláudio Cunha de Oliveira
Júnia Cláudia Gondim Melo 
Desenho Editorial (PDF)
Vinicius Soares Motinha
Videoaulas
Equipe Programa Saber Jurídico
Produção
Tv Justiça 
Senado Federal
Complexo Arquitetônico do Senado 
Federal, Via N2. Bloco de apoio nº 12.
CEP | 70165-900
Instituto Legislativo Brasileiro
Plataforma de Ensino a Distância Saberes 
TV Justiça
Saber Direito
Distribuição:
saberes.senado.leg.br
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
3
Aula 5 – Curso Processo Legislativo Regimental - 
Incidentes processuais 
No Saber Direito desta semana, vamos aprender sobre Pro-
cesso Legislativo, Ritos Legislativos na Câmara e no Senado, 
medidas provisórias e muito mais. As aulas são com o pro-
fessor Luciano Oliveira.
Olá, eu sou Luciano Oliveira, consultor legislativo do Senado 
Federal. E essa é a nossa a quinta e última aula do curso do 
Saber Direito de Processo Legislativo Regimental.
Na primeira aula, nós falamos sobre as regras constitucionais 
do processo legislativo. Na aula 2, vimos os Ritos Regimentais 
na Câmara dos Deputados. No terceiro encontro, falamos 
sobre os procedimentos regimentais no Senado Federal. Na 
última aula, número 4, falamos sobre o procedimento legis-
lativo regimental das medidas provisórias. E hoje vamos falar 
sobre determinados incidentes processuais regimentais que 
acontecem ao longo do processo legislativo.
Nós veremos, por exemplo, as regras de retirada de propo-
sições, de requerimento de tramitação conjunta, formulação 
de questões de ordem, requerimento de destaque de maté-
rias para votação em separado e outros incidentes.
Vamos começar a falando um pouco sobre o procedimento 
de retirada de proposição. 
O que é a retirada de uma proposição? 
Retirada é o requerimento formulado pelo autor da matéria, 
quando ele desiste de tramitar esta matéria. Ele não tem 
mais interesse, por algum motivo, de que a matéria avance, 
de que o projeto, a proposição que ele apresentou se trans-
forme numa lei, numa PEC, numa emenda à constituição. 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
4
E ele então promove a retirada dessa matéria. A retirada é 
feita então por um requerimento, em nome do autor da pro-
posição, que apresente esse requerimento na casa onde a 
matéria está tramitando. E aprovada essa retirada, a matéria 
então é arquivada. 
O autor do requerimento de retirada, portanto, é o autor da 
matéria. É aquele que apresentou inicialmente a matéria. É 
importante lembrar que uma matéria, uma proposição pode 
ser de autoria individual e nesse caso, o próprio autor pode 
requerer a retirada e o consequente arquivamento de sua 
proposição, como pode ser também uma matéria de autoria 
coletiva, por exemplo, uma proposta de emenda à constitui-
ção em que são necessários 27 Senadores ou 171 deputados 
para apresentar uma PEC.
É claro que ela também pode ser de autoria individual do 
presidente da república, mas me refiro aqui aquela que foi 
apresentada coletivamente, por exemplo, por um grupo de 
senadores. Neste caso, o regimento determina quais são as 
regras para retirada da proposição e as casas têm autonomia 
para fixar as regras, as soluções regimentais que acharem 
melhor. Na Câmara, por exemplo, a proposição de autoria 
coletiva deve ser retirada mediante requerimento assinado 
pela maioria absoluta dos autores iniciais na matéria. Já no 
Senado Federal basta a assinatura do primeiro signatário no 
pedido de retirada.
A retirada de uma matéria é possível enquanto ela ainda não 
foi votada porque uma vez votada pela casa, ela não pode 
ser mais retirada. Se ela já foi aprovada ou já foi rejeitada, 
está prescrito. Na verdade, é uma decadência do direito de 
retirada pelo autor ou pelos autores. A retirada normalmente 
é possível antes de a matéria estar incluída na ordem do dia. 
E é deferida ou pelo presidente ou pela mesa. No entanto, 
quando a matéria já consta da pauta deliberativa daquele 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
5
dia e mesmo assim o autor decide apresentar um requeri-
mento de retirada, normalmente a regra regimental, que é 
adotada nas casas, é de submeter o pedido de retirada ao 
plenário para que ele então decida se ainda assim a matéria 
já pautada, ela pode ser retirada. 
A retirada pode ser utilizada pelo autor por exemplo, para 
evitar que a matéria dele seja rejeitada e incida o chamado 
princípio da irrepetibilidade, que disse que um projeto de 
lei que foi rejeitado, não pode ser objeto de nova proposi-
ção, aquela matéria rejeitada, na mesma sessão legislativa. 
Então pressentindo que o seu projeto será rejeitado antes 
disso o autor solicita a retirada. O projeto retirado pode ser 
reapresentado a seguir com as correções que se fizerem ne-
cessárias as quais iam causar a rejeição da matéria.
Então a retirada é um requerimento, utilizado apenas pelo 
autor e pode ser útil usado inclusive para autores externos. 
Um projeto, que foi apresentado por um tribunal do Judi-
ciário ou pelo presidente da república ou pelo Tribunal de 
Contas da União, da mesma maneira podem ser objeto de 
um requerimento de retirada. Neste caso, o agente ou órgão 
externo ao parlamento, envia um ofício à Câmara dos Depu-
tados ou Senado Federal, onde a matéria está tramitando, 
solicitando que a casa então retire essa matéria e a arquive. 
Uma única observação que nós vimos nela passada é que 
quanto às medidas provisórias o Supremo Tribunal Federal 
não admite a retirada, uma vez que ela já é norma jurídica 
em vigor desde a sua edição.
Na Câmara dos Deputados, há um entendimento de que se a ma-
téria já foi aprovada por uma das casas, não cabe mais a retirada. 
Já o Senado Federal tem admitido a retirada mesmo assim. Por 
exemplo, se a matéria iniciou no Senado, já foi aprovado agora está 
na Câmara em princípio não caberia a retirada mais do projeto. É 
uma questão de ordem que existe na Câmara dos Deputados.
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
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Um outro incidente processual que ocorre com certa frequ-
ência no processo legislativo é a tramitação conjunta. 
Em que consiste a tramitação conjunta? 
É aquele procedimento utilizado para apensar, unir dois ou 
mais projetos que tratam do mesmo assunto. E então se já 
há um projeto de lei, tratando de alíquotas de determinado 
tributo e aí, um outro autor, um parlamentar ou até mesmo 
presidente da república apresenta um outro projeto sobre 
o mesmo assunto, as alíquotas daquele tributo, então nada 
mais natural que essas duas matérias sejam apensadas para 
terem tramitação conjunta e poderem ser decididas de uma 
vez só pelo parlamento.
A tramitação conjunta evita que as casas do Congresso Na-
cional tomem decisões contraditórias em relação a deter-
minada matéria, porque se uma matéria aprovada de de-
terminada maneira no projeto, ela não deve ser aprovada 
de outra maneira em outro projeto. Então para evitar essas 
contradições ocorre a tramitação conjunta e é uma decisão 
única que é adotada. 
Na tramitação conjunta as matérias uma vez a pensadas são 
distribuídas a um único relator em cada comissão, então 
os projetos são a pensados e continuam seu trâmite pelas 
comissões desta vez simultaneamente andando juntos, e o 
relator, ao dar um parecer sobre as matérias que estão ali 
em tramitação conjunta, opina sobre todas elas escolhendo 
uma para ser aprovada e as outras acabam prejudicadas se 
escolhida esta para aprovação.
A tramitação conjunta ela pode acontecer de ofício por deci-
são do presidente da casa no momento em que um projeto 
novo é apresentado ou posteriormente por requerimento 
de qualquer parlamentar. No caso de tramitação de ofício, 
isso ocorre quando um projeto novo é apresentado e já há 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
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outros projetos na casa tramitando sobre o mesmo assunto. 
Neste caso o presidente da casa,verificando essa situação 
desde logo determina de ofício o pensamento do projeto 
mais recente ao projeto mais antigo que está tramitando. 
Já quando ocorre um pedido de tramitação conjunta, pe-
dindo de apensamento a requerimento, isso ocorre quando 
um parlamentar verificando que há projeto sobre o mesmo 
assunto e que não foram desde logo a pensados de ofício, 
ele apresenta ao plenário um requerimento de tramitação 
conjunta o qual, se aprovado, permite que as matérias então 
se juntem e passem a tramitar simultaneamente, de uma 
vez só. 
A tramitação conjunta pode ser feita apenas quando as pro-
posições são da mesma natureza. Então, por exemplo, um 
projeto de lei ordinária vai ser apensado a outros projetos 
de lei ordinária. Um projeto de lei complementar a outros 
projetos de lei complementar. Uma PEC apensada a outras 
PEC s e assim por diante. 
Isso se deve a dois motivos, a primeira razão é que para 
cada proposição legislativa existe um rito, um procedimento 
legislativo específico. Por exemplo, uma PEC está sujeita ao 
plenário em dois turnos de votação. Já o projeto de lei pode 
ir ao plenário um turno só ou até tramitar no rito abreviado, 
apenas pelas comissões. Então essa diferença de ritos faz 
com que matérias diferentes não sejam apensadas. Propo-
sições de natureza diferentes não sejam apensadas. E uma 
outra razão é que cada espécie de proposição trata de deter-
minado assunto. Então o projeto de decreto legislativo trata 
de matéria de competência exclusiva do Congresso Nacional. 
Já um projeto de lei complementar regulamenta dispositivos 
gerais da constituição para os quais a constituição exige essa 
espécie normativa. Então são matérias diferentes que natu-
ralmente não vão estar tramitando em conjunto.
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
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Assim como é possível o requerimento de tramitação con-
junta, também é possível requerimento de desapensamento, 
ou seja, para desfazer uma tramitação conjunta. Isso pode 
acontecer por vários motivos. Um deles é quando o autor de 
um dos projetos que está tramitando conjuntamente verifica 
que o relator do grupo de apensados selecionará para apro-
vação um projeto que não é o dele. Então o que acontece? 
Quando o parecer é pelo sentido de aprovar uma das ma-
térias, as outras apensadas ficarão, o que a gente chama de 
prejudicadas, serão arquivadas sem votação, portanto não 
serão aprovadas. Se o autor de uma delas verificar isso, ele 
pode antes de votada a matéria, solicitar o desapensamento 
da sua para que ela continue tramitando autonomamente 
antes de se tornar prejudicada.
Quando as matérias estão em tramitação conjunta, uma 
delas é escolhida para ser a cabeça do conjunto, o líder, o 
assunto, o tema líder, a proposição que lidera aquele con-
junto. E existem algumas regras para isso que são as regras 
de precedência. Então normalmente quando os projetos são 
da mesma casa, a proposição mais antiga tem precedência 
sobre os demais. É escolhida para ser o líder, o cabeça do 
conjunto. Por exemplo, no projeto número 1, que é o cabeça, 
estão apensadas o número dois, três ou quatro que foram 
apresentados posteriormente.
Quando as proposições são de casas diversas, normalmente 
aqui vêm da outra casa que já está mais adiantada, em fase 
de revisão, passa a ser o cabeça do conjunto mesmo que 
seja mais recente em relação a outras que ainda estão na 
casa iniciadora. 
É importante ressaltar que o relator do conjunto de proposi-
ções em tramitação conjunta não é obrigado a escolher para 
aprovação, aquela que tem a precedência, que é o cabeça 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
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do grupo. Ele pode escolher qualquer uma delas que ele 
achar mais conveniente, inclusive talvez até mais recente, 
possui uma solução jurídica mais adequada e atualizada a 
situação real que se quer resolver e pode inclusive é oferecer 
um substitutivo com partes de cada uma das proposições 
apensadas, compondo assim uma solução jurídica com vá-
rias delas. No Senado Federal a praxe é escolher uma única 
proposição para aprovação ficando as demais prejudicadas. 
Na Câmara dos Deputados ocorre com um pouco mais de 
frequência a escolha de duas ou três proposições para serem 
formalmente aprovadas enquanto as outras são rejeitadas 
ou prejudicadas.
Um outro incidente processual, que acontece com bastante 
frequência no processo legislativo, é o chamado pedido de 
vista. Em que consiste o pedido de vista? Enquanto a maté-
ria está tramitando na comissão, na fase de comissões no 
momento em que o relator apresenta o seu relatório, o seu 
parecer para leitura e posterior discussão dessa peça na co-
missão, qualquer membro da comissão pode solicitar um 
pedido de vista sobre a matéria para que ele possa analisar 
melhor em seu gabinete sobre aquele assunto, 
Sobre aquele projeto e decidir como ele vai votar. Se será 
pela aprovação, pela rejeição, se vai apresentar alguma 
emenda nesse período. Então ele solicita esse pedido de vis-
ta. O pedido de vista pode ser formulado uma única vez pelo 
parlamentar, mas ele pode ser formulado também por mais 
de um parlamentar. Neste caso os regimentos costumam dar 
a solução de que quando mais de um parlamentar, mais de 
um deputado na Câmara, mais de um senador no Senado, 
solicitam à vista sobre uma proposição, é concedida a cha-
mada vista conjunta. É a vista dada em conjunto para todos 
os parlamentares. Normalmente até a semana seguinte, na 
próxima reunião deliberativa da comissão, quando então a 
matéria volta à pauta, o relatório já foi lido, a discussão pros-
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
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segue e aquele parlamentar que solicitou vista pode oferecer 
uma emenda, pode simplesmente concordar com o projeto, 
pode rejeitar, mas o fato é que ele teve tempo para estudar 
um pouco mais sobre o assunto.
Hoje como estamos na fase na internet todo o processa-
do, os autos daquela proposição, que no jargão legislativo 
a gente chama de processado, estão publicados na internet 
em formato PDF e outros formatos, de maneira que quan-
do um parlamentar pede vista, acaba que todos podem ter 
mais tempo para estudar a matéria naquele período em que 
está formalmente o projeto com vistas ao parlamentar que 
o formulou. 
É importante lembrar que o pedido de vista é feito na fase 
de comissões. Não existe vista em plenário. Então uma vez 
ultrapassada a fase de comissões e a matéria já está em 
plenário, não há a previsão regimental de um pedido de vis-
ta com o projeto já em plenário. Nesse caso nada impede 
de haver um requerimento de retirada de pauta, a matéria 
pode. Se o plenário, aprovar retirar de pauta naquele dia e 
voltar numa próxima sessão. Hoje como nós temos todos os 
autos publicados na internet, o efeito prático é ganhar mais 
tempo para estudar. Quase uma vista, mas, regimentalmente 
falando, isso não se chama pedido de vista, pedido de vista 
formulado na fase de comissões.
O fato de um parlamentar ter solicitado a vista em uma co-
missão não impede que ele, na próxima comissão, caso coin-
cida de ele também ser membro da próxima comissão, pedir 
vista novamente para que possa analisar a matéria porque 
pode ser que eles tenham sido oferecidas novas emendas, 
que ele tenha recebido, por exemplo, representantes da so-
ciedade civil que lhe mostraram outros aspectos da propo-
sição, que podem ser aperfeiçoados. Então ele pode pedir 
vistas novamente. O pedido de vista, após a sua formula-
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Processo Legislativo Regimental
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ção, é analisado então pelos parlamentares e quando do 
seu retorno não caberá um novo pedido de vista porque já 
foi concedido anteriormente. Por isso que quando mais um 
parlamentar solicita à vista é dada vista em conjunto.
Então uma vez encerrado esse período de vista, a matéria 
vai então para o prosseguimento da discussão e da votação. 
Se fosse possível formular sucessivos pedidos de vista sema-
nalmente, isso acabaria paralisando o processo legislativo 
praticamente em definitivo e a matéria nunca andaria.É por 
isso que essa limitação do pedido de vista, uma vez só e se 
formulado por mais um parlamentar, ele é concedido em 
conjunto.
Vamos ver então uma questão para fixar nossos conheci-
mentos? Vamos à primeira questão do nosso QUIZ.
QUIZ
O pedido de vista:
A. Deve ser formulado após a conclusão da leitura do parecer 
do relator
B. Não pode ocorrer de forma conjunta 
C. Pode ser formulado em plenário
D. Pode ser concedido mais uma vez a cada parlamentar
Resposta: Letra “A”
Um pedido de vista deve ser formulado após a conclusão da 
leitura do parecer do relator. Exatamente, o pedido de vista 
é formulado após a leitura da peça do relator e não antes. 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
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Às vezes no dia a dia do processo legislativo quem assiste 
TV Senado, TV Câmara pode verificar que um parlamentar 
já anuncia “vou pedir vistas! ” Mas regimentalmente falando, 
ele só pode ser formulado formalmente, após a leitura do 
relatório e não antes. E é importante que o pedido de vista 
tem que ser formulado até o final da discussão, quando o 
presidente da comissão declara que está encerrada a discus-
são. Porque não há mais nenhum orador querendo discutir 
sobre o projeto, defender seu ponto de vista, vamos iniciar 
a votação não é mais cabível o pedido de vista.
Vejamos o erro das outras: A letra B, por exemplo, disse 
que o pedido de vista não pode ocorrer de forma conjunta. 
Está errado porque os regimentos dizem que se mais de um 
parlamentar naquele mesmo momento pede vista sobre a 
mesma matéria ela é concedida de forma conjunta. 
O pedido de vista na letra C pode ser formulado em plená-
rio? Não porque ele é um procedimento aplicável a fase de 
comissões. 
E letra D, pode ser concedido mais uma vez a cada parla-
mentar? Não.
Cada parlamentar pode solicitar uma única vez um pedido 
de vista sobre aquela matéria, pois do contrário se pudesse 
ficar formulando sucessivas vezes a matéria nunca andaria, 
ficaria eternamente em período de vistas.
Um outro incidente regimental, um incidente processual re-
gimental de interesse é o chamado requerimento de prefe-
rência. 
Em que consiste isso? 
Inicialmente vamos lembrar que nos regimentos internos, 
há uma ordem de prioridade para a votação das matérias 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
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na pauta deliberativa, a chamada ordem de precedência. A 
precedência é a prioridade para a votação, prevista como pa-
drão no regimento interno. Então, por exemplo, as matérias 
mais antigas têm precedência para serem votadas sobre as 
mais recentes. Aquelas que já estão em fase de votação com 
discussão encerrada, têm prioridade para ser votadas em 
relação àquelas que ainda estão sendo discutidas. Matérias 
que estão em regime de urgência, seja a urgência constitu-
cional do presidente da república, seja a urgência regimental 
interna, requerida pelos parlamentares, têm precedência as 
matérias urgentes para serem votadas antes daquelas que 
estão em regime não urgente. Na Câmara ainda um regime 
intermediário chamado de prioridade. Então lá tem prece-
dência para serem votadas as em urgência, as em prioridade 
e finalmente aquelas em regime ordinário.
Medidas provisórias normalmente que trancam a pauta, tem 
precedência para serem votadas antes das demais matérias. 
E então, diversas matérias têm essa precedência padrão no 
regimento, mas a qualquer momento um parlamentar pode 
solicitar preferência para que uma outra matéria seja votada 
antes da que tenha precedência original.
Isso é feito por meio de um requerimento de preferência 
conhecido também como inversão de pauta. O requerimento 
então solicita a inversão de pauta para que um projeto, uma 
matéria, uma proposição que esteja que esteja em votação, 
depois de um anterior, seja votada primeiro. 
Em que casos isso pode acontecer? É muito comum por 
exemplo que haja uma polêmica, não haja um acordo, um 
consenso político para a aprovação da matéria que esteja 
digamos o item 1 da pauta. Já o item 2 já há um entendimen-
to pacífico de que ela pode ser votada e aprovada. Já há um 
entendimento dos parlamentares. Então em vez de se ficar 
debatendo por muito tempo, quase eternamente, o projeto 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
14
1, sobre o qual ainda não há consenso, o parlamentar solicita 
a inversão de pauta, o requerimento de preferência para o 
item 2 de maneira que, seja logo votado e a matéria tome 
o seu caminho. E o item 1, que teria precedência, pode até 
neste caso de repente ser retirado de pauta porque ainda 
será melhor negociado pelos parlamentares para uma fu-
tura sessão. A preferência também pode acontecer dentro 
de um mesmo projeto, dentro de um mesmo item da pauta 
nos casos em que há um parecer pela apresentação de um 
substitutivo a um projeto. Vamos imaginar a seguinte situa-
ção. Determinado projeto recebeu parecer da comissão. E a 
comissão concluiu pela apresentação de um substitutivo ao 
projeto. Então uma emenda substitutiva global substitui inte-
gralmente o projeto. E assim, ele foi para a fase de plenário. 
No plenário, quando há um projeto com um substitutivo, nor-
malmente, a regra regimental é que o substitutivo, apresen-
tado pela comissão, será votado primeiro. E se for acatado 
pelo plenário, o projeto original fica prejudicado e arquivado 
porque o substitutivo apresentado pela comissão tem pre-
cedência sobre o projeto original. Vamos supor, no entan-
to, que um parlamentar, um rupo de parlamentares, houve 
uma negociação política e chegou-se ao consenso de que 
é melhor votar o projeto original e não substitutivo. Neste 
caso um parlamentar pode apresentar um requerimento de 
preferência para o projeto original, que se esse requerimento 
for aprovado, é então o projeto votado antes do substitutivo. 
Há uma inversão de precedência. A preferência passa a ser 
do projeto. E se o projeto for aprovado aí é o substitutivo é 
que fica prejudicado.
Então nós temos que a inversão de pauta, o requerimento de 
preferência pode ser feito tanto entre proposições diversas 
que estão na mesma pauta, na mesma ordem do dia do ple-
nário como dentro de um mesmo item para dar preferência 
do substitutivo em relação ao projeto, do projeto em relação 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
15
ao substitutivo.
Tudo bem?
Um outro incidente processual muito importante, este de 
grande uso, de grande ocorrência durante o processo legis-
lativo é o destaque, o chamado requerimento de destaque. 
E o destaque o que é? 
Nada mais é que a retirada, a separação, o destacamento, o 
destaque, a separação de um item da proposição para ser 
em geral votada separadamente, mas há também outras 
finalidades.
Então o que é o destaque? É o requerimento, feito por um 
Parlamentar, para que uma parte da proposição seja sepa-
rada enquanto se vota o resto da matéria.
Imagine a seguinte situação, um projeto tem dez artigos. Há 
um relativo consenso sobre todo ele por parte dos Parla-
mentares. No entanto, o artigo qualquer, digamos o tercei-
ro, ainda está sendo negociado. Não há ainda um consenso 
sobre qual o texto que deve ser aprovado ali neste artigo 3º. 
Neste caso, para que a matéria possa prosseguir um par-
lamentar pode apresentar um requerimento de destaque, 
destacando, separando o artigo 3º do resto do projeto. Aí, 
os parlamentares podem votar o projeto todo, ressalvado 
esse artigo 3º, que foi destacado e ele aprova o que a gente 
chama de texto base da proposição. Aprovado o texto-base, 
resta agora a negociação sobre o texto destacado. Esse texto 
destacado é negociado. Verifica-se ele vai ser aprovado, ou 
não, e para ele é feita uma votação em separado. E ele pode 
ser então, por exemplo, rejeitado se não houver consenso 
de maneira que no texto final ficará só os artigos de um a 
dez, ressalvado o artigo 3º. Depois a mesa na redação final 
reajusta a numeração desses artigos para que o projeto fique 
com a numeração dos seus artigos corretamente. 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
16
Se essamatéria, que foi destacada para votação em separa-
do é aprovada, ela se reincorpora ao texto do projeto origi-
nal sem problemas. Mas se ela não tem consenso para ser 
aprovada, o destaque dela não prejudica que a casa vote 
sobre o resto do projeto evitando assim paralisar a matéria. 
Esse é o destaque para votação separada que a gente usa a 
sigla DVS, lá no processo legislativo, destaque para votação 
em separado.
Existem outros tipos de destaque. O destaque para a rejeição 
e o destaque para aprovação. São dois tipos de destaque, de 
uso um pouco mais raro na prática legislativa atual, mas que 
também são previstos no regimento interno.
Neste caso, quando há o requerimento de destaque para 
aprovação, ou para a rejeição, a aprovação desse requeri-
mento já promove desde logo a rejeição do trecho
destacado, ou, a aprovação do trecho destacado. Note que 
há uma diferença em relação ao tipo de destaque anterior 
que é o destaque para votação em separado. No destaque 
para votação em separado é apresentado um requerimento 
inicialmente para destacar o texto da proposição principal, 
do texto base. Esse requerimento, se for aprovado, o texto 
é destacado, mas ainda tem que ser votado. Ainda tem que 
sofrer uma decisão, se ele será aprovado e se reincorpora 
então ao texto-base ou rejeitado e isso desaparece defini-
tivamente do texto original. Já no destaque para a rejeição, 
ou para aprovação, ao aprovar o destaque, o texto já está 
automaticamente rejeitado ou aprovado. A modalidade pou-
co usada, mas que se for formulada tem que ser objeto de 
atenção dos parlamentares, evitando e inadvertidamente 
rejeitar ou aprovar diretamente um texto, certo.
E finalmente existe também um destaque também não muito 
utilizado que é o destaque para proposição em separado, 
DPS, destaque para projeto em separado ou ainda destaque 
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
17
para a constituição de proposição em separado ou proposi-
ção autônoma. 
Enfim em que consiste esse destaque? 
Consiste no requerimento para que um texto seja destacado, 
mas não para ser votado em separado, seja para ser rejeitado, 
seja para ser aprovado e se reincorporar o texto-base. Não. 
Ele é destacado para constituir um novo projeto com uma 
nova numeração e será apresentado novamente à mesa, tra-
mitando como uma proposição autônoma. O destaque para 
a proposição em separado é feito quando não há consenso 
sobre aquela matéria e se percebe que não será possível re-
solver na tramitação legislativa do texto base. Então há um 
destaque para que se constitua em um novo projeto, enquan-
to se aprova aquele original. E o outro projeto depois vai ser 
renumerado como uma nova proposição e começar o trânsito 
todo tudo de novo, passando pela fase de comissão e pelo 
plenário tudo novamente, de maneira autônoma. 
Por exemplo, numa discussão de um projeto ou numa PEC 
como a da previdência em que há grandes assuntos e que 
geram muita polêmica pode ser que uma parte do texto que 
não seja é considerada ainda consensual pelos parlamen-
tares seja destacado para uma proposição autônoma. No 
caso de uma PEC, ela pode tramitar como uma chamada PEC 
paralela, com uma nova numeração, que é o termo utilizado 
pelos parlamentares. 
Neste caso, o destaque ele tem algumas regras muito im-
portantes. Veja só. Imagina o destaque para votação em 
separado de uma proposição. Uma vez aprovado o reque-
rimento de destaque. O texto sai e é votado o texto base. 
Agora normalmente isso acontece quando há consenso para 
aprovação do texto-base. E o texto destacado, por não haver 
consenso provavelmente, será votado e rejeitado. Mas se o 
inverso acontece é uma coisa – rara, mas que pode acon-
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Processo Legislativo Regimental
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tecer, é preciso que o resultado final do que foi deliberado 
pelo plenário faça sentindo, tenha sentido completo. Então 
imagine o seguinte exemplo: um texto é destacado do pro-
jeto original. O texto base é rejeitado. Ainda é preciso votar 
o texto destacado. Se aquele texto destacado foi aprovado, 
um ou mais, um artigo, um grupo de artigos, ele vai passar 
a ser o texto restante da proposição final. Então o texto tem 
que formar um sentido completo.
É importante então que o destaque forme sentido completo 
porque, se o texto base é rejeitado e somente ele resta, ele 
pode ser utilizado como uma proposição autônoma. 
O destaque pode recair sobre um dispositivo inteiro, um ar-
tigo inteiro, um parágrafo inteiro, mas também sobre uma 
expressão, até sobre uma pequena palavra, sobre a qual 
pode não haver consenso. Então vamos dizer que um deter-
minado projeto vede a conduta A, B e C, na mesma frase. De 
repente, eu posso destacar só conduta B, de maneira que o 
projeto vedará, proibirá quando tais e C e a B são eliminadas 
depois na votação em separado.
O requerimento de destaque pode ser normalmente for-
mulado por qualquer parlamentar. Em algumas situações, 
apenas por líderes. Isso mais nas sessões conjuntas do Con-
gresso Nacional. Mas existe também um requerimento de 
destaque especial que é o chamado requerimento de banca-
da partidária, que é formulado por um partido político, cha-
mado requerimento de bancada. O líder do partido, nesse 
caso, pode formular um requerimento, que independe de 
aprovação do plenário. Como se fosse um direito do partido 
de destacar aquele texto. Quando o destaque é formulado 
por um parlamentar, ele precisa ainda ser votado pelo ple-
nário. A votação é simbólica: aqueles que concordam per-
manecem como estão, mas ele precisa ser submetido à deli-
beração do plenário. Já o destaque de bancada e de partido, 
Saber Direito
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no momento em que ele é apresentado é já considerado de 
aprovação automática, como um direito do parlamentar, ou 
melhor, do partido de reformular esse destaque. 
Nós sabemos que os partidos podem atuar isoladamente 
ou unidos em bloco parlamentar nas casas do Congresso 
Nacional. Mesmo quando o partido está unido em bloco, 
quem formula um requerimento de destaque de bancada é 
o líder de um partido e não líder do bloco. Então os partidos, 
ele tem esses direitos. Dependendo do tamanho do parti-
do, cada um deles pode formular um determinado número 
de destaques. Então existem algumas regras regimentais: 
partidos pequenos podem formular somente um destaque 
de bancada. Partidos médios: dois destaques. Partidos um 
pouco maiores: 3 e às vezes até quatro destaques, conforme 
uma tabela que é dada nos próprios dispositivos regimentais. 
O fato é que formulado um destaque de bancada, o trecho 
destacado está automaticamente separado do texto para ser 
votado separadamente depois.
O destaque ele pode recair não somente sobre um texto 
do projeto principal, mas também sobre uma emenda. Uma 
emenda pode ser destacada para aprovação, para a rejeição 
para a constituição de uma proposição em separado, mas o 
caso mais comum de destaque realmente é o primeiro que 
nós falamos, que é o destaque para votação em separado. 
Imagine o seguinte exemplo: determinado projeto recebeu 
parecer da comissão e a comissão opta por apresentar, por 
aprovar o projeto, aprovar juntamente com emenda número 
um, que tenha sido apresentada. E o parecer opina ainda 
pela rejeição de uma emenda número 2, que foi apresen-
tada. Suponha então esse exemplo: ao projeto foram apre-
sentadas as emendas 1 e 2. O parecer da comissão opta por 
aprovar o projeto e a emenda 1, rejeitando a emenda 2. 
A matéria chega nesses termos ao plenário. Se o plenário 
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resolver votar o projeto, nos termos desse parecer, aque-
les que disserem sim à matéria vão aprovar o projeto e à 
emenda 1 e rejeitar a emenda 2. Agora suponhamos que 
um partido deseje também rejeitar a emenda 1.Ele gostaria 
apenas de aprovar o projeto original sem emendas. Neste 
caso, ele pode formular um requerimento de destaque para 
votação em separado dessa emenda 1. Destacada a emenda 
um, vota- se inicialmente o texto basedo projeto, o qual se 
aprovado, não implica a aprovação da emenda um, que es-
tava nos termos do parecer porque ela foi destacada. Após 
essa primeira votação sobre o texto base, ocorre então a 
votação em separado da emenda destacada, que se apro-
vada, se reincorpora ao texto. E se rejeitada, fica eliminada 
definitivamente do texto. 
Pode ser também aprovado um destaque para votação em 
separado da emenda 2, que estava sendo rejeitada no pare-
cer. Neste caso quem faz o destaque muito provavelmente 
quer votar em separado para aprova-la e fazê-la se reincor-
porar o texto. Enfim o destaque é usado para esse tipo de 
finalidade: separar partes da proposição para normalmente 
se votar em separado ou para rejeição ou aprovação direta, 
sem precisar a nova votação ou ainda para constituir um 
projeto autónomo uma proposição autônoma que começará 
a sua tramitação desde o início. 
Vamos então ao nosso QUIZ.
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
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QUIZ
Vamos ver agora mais uma questão para fixar os conhe-
cimentos ministrados até agora. Em relação ao destaque, 
assinala incorreta.
A. O destaque pode ser feito para votação em separado, para 
aprovação, para supressão ou para constituição de propo-
sição autônoma 
B. Concedido destaque para votação em separado, subme-
ter-se-á votos primeiramente a matéria principal e, em se-
guida, a destacada. 
C. O texto destacado deve ter sentido completo e ajustar-se 
à proposição principal. 
D. O requerimento de destaque dever ser sempre aprovado 
pelo Plenário. 
Resposta: Letra “D”
 Vejam só. O requerimento de destaque deve ser sempre 
aprovado pelo plenário. Por que está errado? Porque nem 
sempre o destaque precisa ser aprovado pelo plenário. Se 
for um destaque de bancada e de partido, a sua mera apre-
sentação pelo partido implica a automática aprovação do 
destaque. Somente nos destaques de autoria de parlamenta-
res individualmente é que eles precisam ainda ser aprovados 
pelo plenário. 
Vamos comentar rapidamente as outras opções. Veja só.
Na letra A, elenca justamente as quatro finalidades que o 
destaque pode assumir. Eu posso destacar um texto para ser 
votado em separado. Uma votação separadamente apenas 
para ele. Um destaque para aprovação. Se eu aprovo des-
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taque imediatamente, o texto está aprovado sem precisar 
ser votado em separado. Um destaque para supressão ou 
rejeição. São sinônimos em que é aprovado o destaque o 
texto está suprimido, ou rejeitado, sem precisar passar por 
nova votação. Ou um destaque para a constituição de pro-
posição autônoma. 
Por exemplo, suponhamos que um capítulo inteiro de um 
projeto de lei seja destacado para virar um novo projeto. 
Lembrando que os casos mais comuns, as finalidades mais 
comuns para u destaque, utilizados no cotidiano do processo 
legislativo é a do destaque para votação em separado e um 
pouco mais raro, o destaque para a constituição de propo-
sição autônoma. São muito raros hoje em dia, mas já foram 
mais utilizados no passado, o destaque para aprovação di-
reta e o destaque para a rejeição direta.
Vamos falar agora um pouco sobre o instituto da prejudicia-
lidade no processo legislativo. A prejudicialidade é um fenô-
meno que acontece quando a matéria deixa de ser deliberada 
pela casa do parlamento por algumas razões. Basicamente 
são dois os motivos que levam à prejudicialidade de um proje-
to: ou o parlamento perdeu o timing, um momento oportuno 
para votar aquela matéria. Ou então, a casa já votou aquele 
assunto em uma outra oportunidade uma outra proposição 
ou até na mesma proposição conforme veremos a seguir.
No caso da perda de oportunidade, isso ocorre quando havia 
um prazo específico para que o parlamento decidisse sobre 
a matéria e ele não o fez nesse prazo. Vamos supor, por 
exemplo, que o parlamento precisasse aprovar a renovação 
de um tratado internacional dentro de determinado prazo. 
E se isso não ocorresse nesse prazo, o acordo internacional 
do Brasil com esse país estaria desfeito. Se por algum moti-
vo parlamento não consegue votar neste prazo, ele perde a 
oportunidade não poderá mais voltar. Depois o presidente 
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da república terá que renegociar os termos do acordo com 
outro país.
Um outro exemplo de perda de oportunidade pode ser um 
caso em que o parlamento esteja votando uma lei, um pro-
jeto de lei para que essa futura lei autorize um auxílio finan-
ceiro com recursos públicos às vítimas de uma catástrofe 
natural, um terremoto, uma enchente ou alguma coisa desse 
tipo, um desastre natural. E durante a tramitação do projeto 
infelizmente as pessoas vêm a falecer. Nesse caso não há 
mais necessidade do auxílio. Infelizmente porque o parla-
mento perdeu a oportunidade. Então a perda de oportuni-
dades refere isso: a perda do timing. Havia um prazo estabe-
lecido por algum motivo para votar o projeto e o Congresso 
não conseguiu votar nesse momento. E e aí por causa disso, 
a matéria fica prejudicada, ou seja, deixa de ser deliberada 
porque o prazo que a casa tinha poder liberar já passou.
Um outro motivo de prejudicialidade e esse de mais frequen-
te ocorrência, é o pré-julgamento da casa sobre o mesmo 
assunto. Isso pode acontecer, por exemplo, quando há dois 
projetos de lei que tratam do mesmo assunto. Um projeto 
de lei é aprovado pela casa e outro que tratava de matéria 
quase idêntica, conexa ou semelhante deixa de ser votado 
porque a casa já adotou uma solução jurídica no outro pro-
cesso. E o projeto pode ser igual ou até antagônico, o opos-
to. Se a casa resolve proibir a importação de determinada 
mercadoria, um outro projeto que, por exemplo, permite, 
estabelecia alíquota do imposto de importação, pode ser 
declarado prejudicado porque já foi adotada uma solução 
jurídica de proibir aquele tipo de importação. 
Pode ocorrer também a prejudicialidade da matéria no âm-
bito de um mesmo projeto. Nós demos um exemplo quando 
falamos da preferência de projeto, substitutivo, no mesmo 
item da pauta. Imagine que um projeto de lei está na pauta 
Saber Direito
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e sobre ele há um substitutivo, apresentado por comissão. 
Pelas regras regimentais, o substitutivo tem precedência re-
gimental para ser votado antes do projeto original. Se a casa 
aprova o texto do substitutivo, o projeto original não será 
mais votado. 
Ele fica prejudicado porque já houve um pré-julgamento da 
matéria, ou seja, um julgamento anterior da matéria, sob a 
forma do substitutivo. Da mesma maneira as emendas apre-
sentadas ao projeto podem ficar prejudicadas, se o projeto 
original foi rejeitado. Imagine que um projeto vai ser vota-
do no plenário por partes. Primeiro vamos votar o texto do 
projeto. E depois haverá uma votação para as emendas ao 
projeto. Então uma vez aprovado o projeto, o plenário vota 
agora as emendas que, se aprovado se reincorporam ao tex-
to, se incorporam ao texto. E se rejeitados ficam excluídas 
definitivamente. No entanto, se por alguma razão o plenário 
resolve rejeitar o projeto principal, as emendas que, são é 
proposições acessórias ao projeto principal, elas ficam pre-
judicadas, ou seja, deixam de ser votadas.
A prejudicialidade não é automaticamente declarada. Ela 
pode até ser, mas normalmente não é. Pode acontecer de 
um projeto ser aprovado pelo plenário e depois mais tarde, 
dias, semanas, até meses, a casa verificar que há um outro 
projeto que trata de matéria que já foi liberada pela casa em 
outro momento. Neste caso, se esse projeto for distribuído 
a um relator de uma comissão, por exemplo, a conclusão do 
relatório ali, o parecer que a comissão irá acatar pode ser 
não pela aprovação, não pela rejeição, mas pela prejudicia-
lidade da matéria. Então a comissão opina pela prejudiciali-
dade a matéria de maneira que quando ela vá ao plenário, 
o plenário corrobora esse parecer. Acata esse parecer e a 
matéria então é declarada prejudicada. 
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Uma matéria prejudicada, ela pode ou não sofrer o princípio 
da irredutibilidade que é aquele princípio, que não permi-
te que a matéria seja repetida. Um projeto com o mesmo 
assunto seja reapresentado na mesma sessão legislativa. 
No caso de projeto de lei, a constituição diz que o proje-
to rejeitado não pode ser reapresentado na mesma sessão 
legislativa, salvo iniciativa da maioria absoluta de qualquer 
das casas, mas se ele foi prejudicado, não há impedimento 
constitucional que ele seja reapresentado no mesmo ano. Já 
com uma proposta de emenda à constituição, a constituição 
expressamente disse que a PEC rejeitada, ou considerada 
prejudicada, sofre o princípio da irrepetibilidade só pode ser 
apresentada no ano seguinte. Inclusive nem com iniciativa de 
mais da maioria absoluta da casa ela pode ser apresentada, 
na mesma sessão legislativa. Inclusive a prejudicada.
Um outro incidente regimental, que acontece com alguma 
frequência, nas casas são as questões de ordem e as recla-
mações. O que são questão de ordem e o que são reclama-
ções? São parecidos, mas vamos pontuar as diferenças. 
A questão de ordem é qualquer dúvida sobre a interpretação 
de dispositivo regimental. Considerando-se o regimento iso-
ladamente aplicado a determinado caso Concreto. Ou corre-
lacionado ao dispositivo constitucional. A questão de ordem 
então pode ser uma dúvida na interpretação regimental do 
regimento em si mesmo, ou do regimento, correlacionado 
com a Constituição Federal. Caso em que a dúvida regimental 
será também uma dúvida constitucional. 
A questão de ordem ela pode ser formulada por qualquer 
parlamentar durante os trabalhos da sessão na ordem do 
dia. Ela deve se relacionar a um caso concreto que está sen-
do tratado naquele momento. O formulador, o requerente 
da questão de ordem deve indicar qual é o dispositivo regi-
mental sobre o qual recai a dúvida interpretativa, de como 
Saber Direito
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aplicar aquela regra regimental. E a questão de ordem não 
pode tratar de tema especulativo, doutrinário. Tem que ser 
realmente uma coisa prática, concreta daquela ocasião, re-
ferente à matéria da ocasião. É muito importante a indicação 
do dispositivo regimental. De maneira que quando um par-
lamentar levanta para formular uma questão de ordem, ele 
fala: “Presidente, por favor, uma questão de ordem. A primei-
ra pergunta que normalmente o presidente faz é: Excelência, 
qual é o dispositivo regimental sobre o qual o senhor quer 
um esclarecimento sobre a interpretação?
Normalmente o parlamentar tem cerca de cinco minutos 
para formular sua questão de ordem e o regimento prevê 
que um outro parlamentar pode fazer a chamada contradita 
ou seja, o contraditório sobre a questão de ordem. Um par-
lamentar pode de repente alegar na sua questão de ordem, 
o recorrente, o formulante, vamos dizer assim, que aquele 
dispositivo regimental não se aplica àquele caso concreto. 
Depois um outro parlamentar que entende diversamente 
pode dar a contradita. Olha eu entendo que sim, que se apli-
ca a este caso por causa disso, disso, disso. A questão de or-
dem após ter sido formulada e após ter recebido a contradita 
de outro parlamentar é decidida pelo presidente da sessão, 
pelo presidente dos trabalhos. 
A questão de ordem pode ser formulada em plenário, ou 
então, numa reunião de comissão. Em qualquer caso, o 
presidente é quem decide. Na comissão, o presidente da 
comissão que está conduzindo os trabalhos da reunião. No 
plenário, o presidente da sessão plenária. Normalmente é 
o presidente da casa que conduz a sessão, ou então, o seu 
substituto eventual, vice-presidente, por exemplo, responde 
à questão de ordem naquele momento.
A questão de ordem, uma vez respondida pelo presidente, 
pode sofrer recurso normalmente por parte de quem formu-
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Processo Legislativo Regimental
27
lou questão de ordem que Não ficou satisfeito com a solu-
ção regimental que foi dada pelo presidente. Neste caso, o 
requerente recorre da decisão do presidente ao plenário e a 
questão de ordem tem que ser submetida ao plenário. Se a 
posição que o formulando e fez na questão de ordem deve ser 
acatada ou não pela casa, o plenário é que costuma decidir.
Nos casos em que há recurso sobre a questão de ordem, 
normalmente a Comissão de Constituição e Justiça pode ser 
ouvida e dar um parecer sobre esse recurso, posicionando-
se aquela questão de ordem procede ou não. Ou seja, se o 
pedido, o entendimento formulado pelo autor da questão 
de ordem deve ou não ser acatado pela casa. No caso do 
Senado Federal, a previsão de oitiva da Comissão de Consti-
tuição e Justiça é adotada, quando a questão envolvida en-
volve também um dispositivo constitucional. Já na Câmara 
dos Deputados é possível motivo da CCJ mesmo que se trata 
de questão de ordem puramente regimental. 
Falamos então das questões de ordem. O que seriam então 
as reclamações? As reclamações são queixas que o parla-
mentar faz ao plenário ao presidente para o correto anda-
mento dos trabalhos. A diferença em relação à questão de 
ordem é que esta, a questão de ordem, envolve o esclareci-
mento sobre a interpretação de um dispositivo regimental, 
a uma dúvida sobre a correta interpretação do dispositivo. 
Já na reclamação, o parlamentar que faz a queixa não tem 
dúvida. Ele estava apenas está arguindo que se cumpra a 
regra regimental, que não está sendo aplicada por algum 
motivo aos trabalhos. Então ele reclama do andamento dos 
trabalhos. Para isso ele faz essa reclamação. Questões de 
ordem e reclamações são também incidentes legislativos. 
Incidentes processuais e regimentais que são muito utiliza-
dos durante o processo legislativo.
Saber Direito
Processo Legislativo Regimental
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Vamos então chamar nossa terceira questão do QUIZ para 
fixar os conhecimentos.
QUIZ
Assinale a alternativa correta sobre as questões de ordem.
A. Considera-se questão de ordem a dúvida sobre interpre-
tação do Regimento Interno não relacionada com a Consti-
tuição Federal.
B. A questão de ordem deve ser objetiva, indicar o dispositivo 
em que se baseia e referir-se à matéria tratada na ocasião, 
podendo também versar sobre tese doutrinária ou 
especulativa.
C. A questão de ordem decidida pelo presidente, com recurso 
ao plenário.
D. Não a contradita nem audiência da CCJ em questão de 
ordem.
Resposta: Letra “C”
Vamos ver o porquê.
A questão de ordem é decidida pelo presidente com recurso 
ao plenário. Isso é o que dizem os regimentos das casas. 
Uma vez formulada e contraditada por outro parlamentar, o 
presidente então decide a questão de ordem e se o formu-
lador, o autor da questão de ordem não ficar satisfeito, ele 
pode recorrer ao plenário. O plenário então decidirá uma vo-
tação colegiada, se o posicionamento interpretativo sugerido 
pelo autor da questão de ordem deve ser acatado, ou não, 
pela casa. Uma coisa que pode ser falado sobre questões de 
ordem é que elas, uma vez decididas tornam-se preceden-
tes, precedentes interpretativos que podem ser invocados 
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Processo Legislativo Regimental
29
em outras ocasiões, na votação de matérias. E elas podem 
inclusive ser consagradas pelo entendimento da casa. Serem 
futuramente incorporadas como regras escritas no Regimen-
to Interno, quando este for reformado, for alterado por uma 
nova resolução da casa.
Vamos ver o erro das outras.
Na letra A, considera-se questão de ordem a dúvida sobre 
interpretação do Regimento Interno, não relacionada com 
a Constituição Federal. Essa questão está errada, a letra A, 
porque a dúvida pode ser puramente regimental ou pode 
ser uma dúvida relacionada a um dispositivo da Constituição 
Federal, certo?
Por exemplo, nós temos hoje que os vetos em sessões con-
juntas do Congresso Nacional são deliberados pelo voto 
aberto, nominal de todos os parlamentares. Então conhece-
se a posição de cada parlamentar na votação do veto. Se ele 
votou sim ou não. No entanto, o regimento internoprecisa 
ser atualizado, o Regimento Comum do Congresso precisa 
ser atualizado para que contemple o voto aberto porque 
antes de 2013 votará secreto. Se de repente um parlamentar 
quiser arguir uma interpretação desse dispositivo, ele vai 
estar relacionado à Constituição. Olha aqui tá dizendo que 
é fechado, mas na Constituição diz que o voto aberto. En-
tão como deve ser interpretado? Então a questão de ordem 
pode ser também uma dúvida regimental de interpretação 
relacionada a um dispositivo de Constituição Federal.
A lera B também está errada porque realmente a questão de 
ordem deve ser objetiva, deve indicar o dispositivo em que 
se baseia. É o pré-requisito e referência na matéria tratada 
na ocasião, podendo também versar sobre tese doutrinário 
especulativa. Este final é que está errado. Não pode versar 
sobre tese doutrinária especulativa. Tem que ser realmen-
te um caso concreto de matéria tratada na ocasião. Aliás é 
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importante lembrar que uma vez decidida uma questão de 
ordem, nenhum parlamentar pode continuar discutindo so-
bre ela na mesma sessão. Em uma outra sessão num outro 
dia, ele pode até tentar formular a questão de ordem nova-
mente para conseguir um aperfeiçoamento da interpretação, 
mas não naquela sessão em que a questão de ordem já foi 
decidida pelo presidente. E realmente porque se tratava de 
um caso concreto daquela sessão.
E a letra D está errada porque há previsão de contradita 
por um outro parlamentar sobre a questão de ordem pelo 
mesmo prazo, que foi concedido ao autor da questão de 
ordem, normalmente é de cinco minutos para cada um. E 
há previsão também de audiência da CCJ, caso o autor da 
questão de ordem formule um recurso ao plenário contra o 
entendimento, contra a resposta que o presidente deu sobre 
a questão de ordem formulada. Então o gabarito realmente 
é a letra C.
Vamos falar agora do incidente legislativo que acontece que 
é referente às proposições de legislaturas anteriores. Uma 
legislatura dura quatro anos. É o mandato de um deputado. 
O senador tem mandato de oito anos. Nós costumamos fa-
lar que o mandato do senador é de duas legislaturas. Então 
ao final da legislatura, os regimentos preveem que todas 
as proposições que estão em trâmite são arquivadas por-
que não foram aprovadas naquela legislatura. A doutrina 
diz que esse é o princípio da unidade da legislatura, em que 
cada Congresso Nacional, cada casa o Senado e a Câmara 
compõe uma legislatura a cada quatro anos. E de maneira 
que iniciada uma nova legislatura é como se fosse um novo 
Congresso Nacional. Ainda que se tratem de parlamentares 
reeleitos, mas é um novo Congresso. É o princípio da unidade 
da legislatura.
Saber Direito
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31
Essa regra de proposições de legislaturas anteriores são ar-
quivadas ao final da legislatura cntem algumas exceções prin-
cipalmente no Senado Federal. No Senado, como o mandato 
de um Senador é de oito anos, em que ele pode ultrapassar 
de uma legislatura para outa, há exceções ao arquivamento 
de matérias ao final da Legislatura. Por exemplo, quando se 
trata de um projeto de autoria de um senador, que continua no 
exercício do mandato. Não haveria lógica em arquivar um pro-
jeto de um autor que ainda está na continuidade do mandato? 
Também há exceção para arquivamento de proposições ao 
fim da legislatura no Senado, quando se trata de matéria 
que já tem parecer favorável de comissão; quando se trata 
de proposição, que é oriunda da Câmara e está agora no 
Senado. Quando se trata de proposição referente a decreto 
legislativo ou a resolução. São exceções ao princípio geral de 
que as matérias são arquivadas ao final da legislatura.
Já na Câmara essa regra é mais rigorosa. Não há Exceções. Ao 
final da legislatura as proposições são arquivadas. E aí quando 
uma proposição é arquivada, no início da legislatura seguinte, 
em fevereiro, o autor pode solicitar o desarquivamento da sua 
proposição para que ela continue tramitando. Na Câmara, 
embora haja um maior rigor de todas as proposições serão 
arquivadas, é possível a cada legislatura solicitar o desarqui-
vamento da proposição para que ela continue tramitando. 
Já no Senado Federal, embora haja várias exceções a que a 
proposição seja arquivada, de maneira que ela pode continu-
ar tramitando, para aquelas que são arquivadas, é possível 
pedir o desarquivamento apenas duas vezes. Uma primeira 
vez na legislatura seguinte e uma segunda vez na outra le-
gislatura seguinte. Se após isso não foi lá não foi aprovada, 
ela é definitivamente arquivada.
Saber Direito
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Agora vejam. O fato de uma proposição ser arquivada não 
impede que ela seja reapresentada como um novo proje-
to com uma nova numeração. Não há impedimento, mas a 
desvantagem disso é que muitas vezes aquela proposição já 
estava num estágio adiantado de tramitação, por exemplo, 
já tinha passado pela fase de comissões, já estava só pen-
dente de deliberação em plenário, e aí a legislatura acaba 
e ela termina arquivada. Depois se uma nova proposição 
com o mesmo assunto é apresentada, trata se de uma nova 
proposição. Ela tem que reiniciar novamente o seu caminho 
pelas comissões até chegar ao plenário. No entanto, se ela 
pode ser desarquivada, trata se da mesma proposição, que já 
passou pelas comissões e pode ser agora desde logo votada 
pelo plenário. 
Isso inclusive pode ser até mais grave, se uma proposição já 
passou por uma casa e agora já está na revisão. Está num 
processo bem adiantado. Se ela é arquivada, um novo projeto 
é apresentado, tem que começar tudo de novo e passar pelas 
duas casas para finalmente conseguir chegar à sua aprovação.
Então esse é o incidente regimental, referente a arquivamen-
to de proposições de legislaturas anteriores e o consequente 
requerimento de desarquivamento por aquele parlamentar 
que tem interesse em que a matéria não fique arquivada e 
continue tramitando, embora tenha virado de uma legisla-
tura para outra.
Então nessa aula, nós vimos diversos incidentes processuais 
e regimentais, que podem acontecer durante o processo le-
gislativo: o requerimento de tramitação conjunta; o pedido 
de retirada de proposições, que deixam de tramitar; o pe-
dido de vista nas comissões; o requerimento de destaque, 
normalmente para votação em separado.
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Processo Legislativo Regimental
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Vimos também que é possível pedir o desarquivamento de pro-
posições arquivadas ao final da legislatura. É possível formular 
questões de ordem e reclamações e outros incidentes regimen-
tais que podem acontecer ao longo do processo legislativo.
E com isso nós encerramos essa nossa quinta aula em que fala-
mos em Processo Legislativo Regimental, abordando o Proces-
so Legislativo na Constituição, as regras regimentais na Câmara 
dos Deputados, as regras regimentais no Senado Federal.
Falamos das regras regimentais das medidas provisórias en-
cerramos esta aula deste curso com os principais incidentes 
processuais legislativos no Congresso Nacional. Espero que 
tenham gostado e muito obrigado. 
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