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03 - MÉTODO DE ESCAVAÇÃO EM ROCHA NÃO DESTRUTIVO USANDO _SLURRY SHIELD_ completo

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Prévia do material em texto

1 
 
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE 
DIRETORIA DE CIÊNCIAS EXATAS 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
APLICAÇÃO DO MÉTODO NÃO DESTRUTIVO USANDO “SLURRY 
SHIELD” PARA UM NOVO INTERCEPTOR – ESTUDO DE CASO DA 
TRAVESSIA SOB O RIO PINHEIROS - PROJETO TIETÊ III ETAPA. 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2016 
 
 
 
2 
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE 
DIRETORIA DE CIÊNCIAS EXATAS 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
FABIOLA CORREA BARBOSA – RA 911211482 
RODNEI SILVA CHAVES – RA 911212769 
VANILTON MODESTO NEPPEL – RA 913109246 
 
 
APLICAÇÃO DO MÉTODO NÃO DESTRUTIVO USANDO “SLURRY 
SHIELD” PARA UM NOVO INTERCEPTOR – ESTUDO DE CASO DA 
TRAVESSIA SOB O RIO PINHEIROS - PROJETO TIETÊ III ETAPA. 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
como exigência parcial para a obtenção do título 
de Graduação do Curso de Engenharia Civil da 
Universidade Nove de Julho. 
Orientador: Prof. MM. Salomão Silva Neto 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2016
 
 
3 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
Por 
FABIOLA CORREA BARBOSA – RA 911211482 
RODNEI SILVA CHAVES – RA 911212769 
VANILTON MODESTO NEPPEL – RA 913109246 
 
PROJETO DE TRABALHO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL PARA A 
OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL, DO CURSO DE ENGENHARIA 
CIVIL, DA UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO, PELO PROFESSOR ORIENTADOR 
ABAIXO MENCIONADO. 
 
São Paulo (SP) _______ de ____________________ de 2016. 
 
 
 
____________________________________________________ 
 
Prof. Msc. Salomão Silva Neto 
 
 
 
Ciente: 
 
 
____________________________________________________ 
 
Prof. Msc. Salomão Silva Neto 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicamos esse trabalho, principalmente 
as nossas famílias que durante esse tempo 
vem nos motivado e apoiado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
AGRADECIMENTO 
Primeiramente gostaríamos de agradecer à Deus pela oportunidade de chegar onde 
chegamos, pela satisfação de apresentar um projeto benéfico a população. 
 Agradecemos ao nosso orientador Msc. Salomão Silva Neto pelo incentivo, para o 
desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso. 
 Ao engenheiro Raul Garzella (Enotec Engenharia) responsável pelo obra do IPI 8 
 Aos profissionais Engº Marcus Silva (MTS do Brasil), Engº André Marrafon (ServBrax), 
Rodrigo Fernandes (TNL topografia), Engº Neri Iozzelli (Enotec Engenharia), Engº Fabio 
Pudenzi (JNS Engenharia), Engº Edson Peev (Herrenknecht do Brasil), Renato Zuccolo 
(Priarcadis/autor). 
 Ao coordenador do curso de Engenharia Civil Adalberto Chagas pela parceria com os 
alunos. 
 Às nossa famílias e a todos que participaram diretamente e indiretamente nesse trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
RESUMO 
O trabalho trata de um estudo de caso, aplicando o método não destrutivo para uma nova rede 
interceptora de esgoto sanitário, executando um túnel sob o rio Pinheiros. É exposto a tecnologia 
utilizada, os materiais e as etapas empregados neste sistema. O método utilizado é em MND 
(método não destrutível) usando o equipamento Slurry Shield. Serão apresentadas suas vantagens 
e desvantagens, dificuldades e soluções. Será necessária a execução de novas redes de esgoto, 
devido ao crescimento do meio urbano e populacional, execuções de obras em ‘VCA’ (vala a céu 
aberto), estão sendo menos usadas nos grandes centros, devido a sua interferência ao redor da 
obra. 
 
Palavras Chaves: Construção Civil, MND, Esgoto, VCA, Slurry Shield 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
ABSTRACT 
 
The work is a case study, there is the application of non-destructive method for the network of 
new sanitary sewer interceptor, the execution of a tunnel under the river Pinheiros. It is exposed 
to the technology used, the materials and steps used in the present system. So this work is to 
show the non-destructive method using the Slurry Shield will be presented its advantages and 
disadvantages, difficulties and solutions. Will need to run new sewage networks , due to the 
growth of the urban population and environment, works of performances in ' VCA ' ( open ditch ) 
they are less used in large cities due to its interference around work . 
 
 
Keys Word: Construction, MND, Sewage, VCA, Slurry Shield 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnica 
ABRAT Associação Brasileira de Tecnologia Não Destrutiva 
C.T. Coletor Tronco 
CET Companhia de Engenharia e Trafego 
CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo 
CONVIAS Departamento de Controle de Uso das Vias Públicas 
CPTM Companhia Paulista de Trens Metropolitanos 
DAEE Departamento de Águas e Energia Elétrica 
DEPAVE Departamento de Parques e Áreas Verdes 
E.E.E. Estação Elevatória de Esgoto 
E.T.E. Estação de Tratamento de esgoto 
ELETROPAULO Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo S.A. 
EMAE Empresa Metropolitana de Águas e Energia 
GBM Guided Boring Machine 
HDD Horizontal Directional Drilling 
JET GROUTING Jato de Calda de Cimento 
Km Quilômetros 
L.R. Linha de Recalque 
L/s Litros por Segundo 
m Metros 
m³/h Metros Cúbicos por Hora 
m³/S Metros Cúbicos por Segundo 
MCA Metros de Coluna D'água 
mm Milímetros 
MND Método Não Destrutivo 
NATM New Austrian Tunnelling Method) 
NBR Normas Brasileiras Regulamentadoras 
PEAD Polietileno de Alta Densidade 
PI Poço de Inspeção 
PV Poço de Visita 
PVC Policloreto de Vinila 
RMSP Região Metropolitana de São Paulo 
SABESP Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo 
SHIELD Escudo com Cabeça Escarificadora 
VCA Vala a céu aberto 
 
 
 
 
9 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1 – Placa nascente do rio Tietê 19 
Figura 2 – O rio Tietê na cidade de São Paulo (meados de 1900) 20 
Figura 3– O rio Tietê na cidade de Santana de Parnaíba - poluição (2001) 21 
Figura 4 – Esquema de tratamento de esgoto 23 
Figura 5– Vala a céu aberto – obras de saneamento 25 
Figura 6 – Vala a céu aberto do metrô na construção da Linha 1 – Azul do Metrô de SP 25 
Figura 7– Execução de VCA nos métodos cover and cut (esquerda) e cut and cover (direita) 26 
Figura 8 – HDD Rig da HERRENKNECHT TUNNELLING® 30 
Figura 9 – Características básicas do HDD Rig da HERRENKNECHT TUNNELLING® 30 
Figura 10 – Tunnel em Liner 32 
Figura 11 - Ciclo de execução de túneis no método NATM 35 
Figura 12 – EPB Sheild da HERRENKNECHT TUNNELLING® 37 
Figura 13 – Características do EPB Sheild da HERRENKNECHT TUNNELLING® 37 
Figura 14 – TBM - Mixshield da HERRENKNECHT TUNNELLING® 38 
Figura 15 – Características básicas do Mixshield da HERRENKNECHT TUNNELLING® 38 
Figura 16 – Single Shield da HERRENKNECHT TUNNELLING® 39 
Figura 17 – Características básicas do Single Shield da HERRENKNECHT TUNNELLING® 39 
Figura 18 – Direct Pipe da HERRENKNECHT TUNNELLING® 40 
Figura 19 – Características básicas do Direct Pipe da HERRENKNECHT TUNNELLING® 40 
Figura 20 - Equipamento Guided Boring Machine (GBM), execução furo guia 41 
Figura 21 - Equipamento Guided Boring Machine (GBM), alargamento do furo 42 
Figura 22 - Equipamento Guided Boring Machine (GBM), execução furo guia 42 
Figura 23 – Execução de sondagem a percussão 43 
Figura 24 – Testemunho de sondagem mista 43 
Figura 25 – Perfil geológico do túnel Antônio e André Rebouças Rio de Janeiro - RJ 44 
Figura 26 – Esquema da execução de sondagem sísmica 45 
Figura 27 – Ensaio de peneiras para determinação de granulométrica 45 
 
 
10 
Figura 28 – Ensaio de compressão axial de solos 46 
Figura 29 – Ensaio triaxial de solos 46 
Figura 30 – Perfil Geológico 49 
Figura 31 - Princípio do método da eletrorresistividade 51 
Figura 32 - Os eletrodos e cabos multieletrodos foram implantados ao longo da via de acesso em 
terra. 51 
Figura 33 - Estaca topográfica PV 10 interceptada ao longo da seção 52 
Figura 34 - Caminhamento Elétrico indicam as posições aparentes dos pontos de leituras 52 
Figura 35 - valores das resistividades elétricas aparentes associadasa uma escala de cores. 53 
Figura 36 - Syscal Switch Pro - Eletrorresistivímetro digital multi-eletrodo utilizado durante a 
aquisição 53 
Figura 37 - Seções de Imageamento Geoelétrico com indicações das principais feições anômalas 
mapeadas e delimitadas 54 
Figura 38 – Escala Cromática das Resistividades 54 
Figura 39 – Correlação das Resistividades 55 
Figura 40 - Controle dos trechos executados 58 
Figura 41 - Inicio do trecho, Abertura do PS03 61 
Figura 42 - Execução da parede em projetado do PS03 61 
Figura 43 - Laje já executada do PS03 62 
Figura 44 - paredes de reação do Poço de Serviço 03 62 
Figura 45 - Mobilização da máquina “slurry shield” no PS 03 63 
Figura 46 - Mobilização da máquina “slurry shield” no PS 03 63 
Figura 47 - Cravação de tubos entre o trecho do PS03 ao PS01 64 
Figura 48 - Cravação de tubos entre o trecho do PS03 ao PS01 64 
Figura 49 – Aterramento e transformação do PS03 em PV03 65 
Figura 50 – Aterramento e transformação do PS03 em PV03 65 
Figura 51 - trecho conformado dentro dos tubos de 1500mm entre os PV03 e PV01 66 
Figura 52 - PV finalizado 66 
Figura 53 – Transformação do PS01 em PV 67 
Figura 54 - Transformação do PS01 em PV 67 
 
 
11 
Figura 55 - Esquema de jet grouting para reforço de parede de túneis com perfuratriz 
rotopercussiva 68 
Figura 56 – Gráfico de avaliação de custo de métodos construtivos de túneis 69 
Figura 57 – Domínios dos métodos de escavação em função do maciço a desmontar 69 
Figura 58 – ETE de Barueri 71 
Figura 59 – ETE de Barueri (antes da ampliação) 72 
Figura 60 – ETE de Barueri (após a ampliação) 73 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 – Comparação dos Métodos 70 
Tabela 2 – Liberação dos o órgãos de acordo com o trecho (PVE ao PV13) 74 
Tabela 3 – Liberação dos o órgãos de acordo com o trecho (PV 13 ao PV 26) 75 
15 
1 INTRODUÇÃO 
Na RMSP tem uma extensão de aproximadamente 18.000 km de rede de coleta de esgoto, 
atendendo 20 milhões de habitantes, mais ainda não está sendo o suficiente para atender toda a 
região metropolitana de São Paulo. Tende-se a fazer novas redes para atender a demanda 
populacional e para que desafogue as tubulações já existentes, com isso tem que tomar medidas 
rápidas e com menos transtorno possível. 
 As execuções em ‘VCA’ (vala a céu aberto), é um método destrutível muito utilizado, 
mas hoje em dia na capital de São Paulo estão sendo menos aplicados, pois causam muitas 
interferências interditando vias importantes, prejudicando assim o tráfego de veículos e pedestres, 
causando diversos transtornos. 
 As execuções de túneis são feitas em MND (método não destrutível) método antigo e a 
execução manual, esse procedimento não tinha toda a segurança e tecnologia como hoje em dia, 
aconteciam diversos acidentes, e devido a isso as obras atrasavam e os custos aumentavam. As 
novas tecnologias do mercado tendem a melhorar a qualidade e produtividade da obra, 
preservando a segurança do trabalhador e causar um menor impacto ambiental na execução de 
túneis. A aplicação usando o Slurry Shield é um método de alta complexidade, pois é uma 
tecnologia importada, necessitando de mão de obra especializada, transporte e equipamentos 
específicos. 
 O trabalho aborda um estudo de caso executando uma nova rede interceptora de esgoto, 
aplicando tubo de concreto armado cravado com o Slurry Shield, para travessia sob o rio 
Pinheiros. Verificaram-se as etapas de execução dessa obra, os problemas apresentados, as 
soluções, vantagens e desvantagens nesse processo. O fator mais importante para obras deste tipo 
é a análise criteriosa de toda a parte geológica, fazendo com o que o projeto segue a risco o real.
 Este presente trabalho irá abordar as definições, usos, técnicas, materiais, equipamentos e 
um estudo de caso de obras de túneis e subterrâneas. 
 
 
 
16 
2 JUSTIFICATIVA 
Na RMSP conta hoje com 5 estações de tratamento de esgoto, e aproximadamente 18.000 
km de rede coletora de esgoto. Mesmo com essa grande extensão de cobertura, a capacidade de 
coleta de esgoto não é suficiente para atender a demanda da população, que hoje a deficiência da 
rede chega em torno de 25 m³/s, havendo assim a necessidade de ampliação das RCE`s. (Redes 
coletoras de Esgoto). 
O VCA (método destrutivo) para ampliação das redes coletoras de esgoto provoca uma 
grande interferência no meio urbano, interditando importantes avenidas e locais de alto fluxo de 
veículos e pedestres. Devido esse motivo existem hoje disponíveis no mercado, soluções 
alternativas por método não destrutível (MND). 
O Slurry Shield é o que tem de mais moderno de equipamento na execução de túneis, que 
surge como alternativa, onde o método VCA não é tecnicamente viável, como por exemplo a 
travessia sob grandes avenidas, rios, parques, áreas preservadas, entre outras. 
 
 
17 
3 OBJETIVOS 
O objetivo deste trabalho é mostrar o MND (método não destrutivo), em redes de esgotos, 
assim como suas vantagens e desvantagens, e abordar sua eficiência nas obras. 
 
3.1 Objetivo geral 
O objetivo geral é analisar o processo de operação tecnológica, etapa por etapa deste 
processo construtivo, custo da utilização do método não destrutivo, para novas redes de esgoto, 
que devido ao aumento populacional, tende-se se expandir novas redes, para atender a demanda. 
3.2 Objetivos específicos 
Apresentar as vantagens e desvantagens da utilização do método não destrutivo, em novas 
redes de esgoto sanitário. 
Levantar métodos que causem o menor impacto possível ao meio ambiente, que não 
atrapalhe no sistema viário, e fazendo com que se tenha menos impacto ao redor da obra. 
Foi estudado detalhadamente a utilização do método não destrutivo, na execução do 
interceptor IPI-8 na travessia sob o rio Pinheiros na cidade de São Paulo, onde foi utilizado o 
equipamento Slurry Shield, no estudo de caso com a obra do Projeto Tietê III – Etapa. 
18 
4 METODOLOGIA 
Após estudos levantados, foi realizado o acompanhamento de um estudo de caso, da 
Travessia sob o rio Pinheiros, usando o método não destrutível com o Slurry Shield. Foram 
levantadas as etapas dos procedimentos, os problemas encontrados e a solução para a execução 
dessa obra na cidade de São Paulo. 
 
4.1 Atividades Desenvolvidas 
✓ Participação no V congresso brasileiro de MND e do No-Dig Brasil 2015 – 
Organização pela Abratt no Expo Center Norte no período de 04 a 06 de Agosto 
de 2015 
✓ Visita a empresas fabricante de equipamentos e peças (MTS do Brasil e 
Herrenknecht) 
✓ Workshop com a empresa Herrenknecht, explicando a utilização de diferentes 
tipos de equipamentos em método não destrutivo. 
✓ Pesquisa em revistas técnicas (Trenchless international) 
✓ Palestra de Tuneis organizado pela CBT (Comissão Brasileira de Tuneis 
✓ Pesquisas no Instituto de Engenharia 
✓ Palestra da ABMS (Associação Brasileira de Mecânica dos Solos) 
✓ Palestra do CBMR (Comitê Brasileiro de Mecânica de Rochas) 
19 
5 REVISÕES BIBLIOGRÁFICA 
5.1 História do Tietê 
O rio Tietê nasce em Salesópolis (SP), na região da Serra do Mar, atravessando o estado 
de São Paulo, no sentido de leste a oeste, desaguando no rio Paraná, no município de Itapura na 
divisa entre São Paulo e Mato Grosso do Sul. Possui 1.100 quilômetros de extensão e, em seu 
percurso, margeia 62 municípios paulista. 
Faz parte de 6 sub-bacias hidrográficas (Alto Tietê (RMSP), Piracicaba, Sorocaba/Médio 
Tietê, Tietê/Jacaré, Tietê/Batalha e Baixo Tietê). 
 
Figura 1 – Placa nascente do rio Tietê 
 
Fonte: https://vadevintage.wordpress.com/2013/02/22/aqui-nasce-o-rio-Tietê 
Potencial hidrelétrico que é bastante utilizado, as principais barragens instaladas são: 
Edgar de Souza, Pirapora do Bom Jesus, Laras, Anhembi, Rasgão, Barra Bonita, Ibitinga, Três 
Irmãos e Promissão. 
Este rio também foi importante para os bandeirantes no século XVIII, pois serviude rota 
para que eles pudessem chegar ao interior do estado de São Paulo até atingir a região de Mato 
20 
Grosso, e, durante o trajeto, os bandeirantes fundaram muitas cidades, e também navegavam em 
procura de índios para escravizar. 
 
Figura 2 – O rio Tietê na cidade de São Paulo (meados de 1900) 
 
Fonte: arquivos osriosdobrasil.blogspot.com.br/2012/01/os-rios-de-sao-paulo-em-fotos.html 
 
Nas épocas seguintes, por volta de 1900, foi muito utilizado para navegação e até mesmo 
para prática de competições de esportes náuticos, (Regata, Natação e Saltos Ornamentais, onde 
hoje é a ponte das Bandeiras), principalmente, na região metropolitana de São Paulo. 
 Grupos de pessoas exploravam o rio Tietê em canoas compridas feitas de troncos 
maciços, que era palco de diversas frotas de comércio, entre São Paulo e Cuiabá. 
 Por volta da década de 1930, esse quadro começa a mudar drasticamente devido ao 
crescimento populacional e industrial desordenado da cidade de São Paulo, o rio Tietê passa a 
receber grandes volumes de esgoto doméstico e cerca de 150 indústrias despejavam lixo no rio da 
região metropolitana, deixando suas águas poluídas e contaminadas. 
 Devido a poluição das águas, a maioria dos clubes faliu, já que ninguém mais queria 
praticar esportes, pois perceberam que o rio estava se tornando um esgoto a céu aberto. 
21 
 Hoje, joga-se por volta de 200 toneladas de lixo diariamente no rio Tietê, ou seja, esgoto 
puro sem tratamento. 
 
Figura 3– O rio Tietê na cidade de Santana de Parnaíba - poluição (2001) 
 
 Fonte: https://neucla.wordpress.com 
 
Segundo os dados divulgados pelo Ministério das Cidades sobre o saneamento no Brasil, 
mostram um avanço na RMSP. As pessoas com acesso a coleta de esgoto por rede cresceram nos 
últimos anos e milhares de famílias receberam saneamento em suas casas. 
 Contudo o ritmo de crescimento, foi relativamente baixo, com relação as taxas de 
crescimento da população. 
 Conforme dados divulgados pelo Ministério das Cidades, metade do esgoto residencial 
ainda volta para o meio ambiente sem qualquer tratamento, seus levantamentos indicam que do 
esgoto coletado na RMSP apenas 58,9% é tratado antes de retornar pro rio Tietê. 
22 
5.2 Projeto Tietê 
Devido à sua grande importância, o rio Tietê também se tornou um grande símbolo de 
mobilização. O Projeto Tietê foi criado pela SABESP em 1992 devido a uma manifestação 
popular que resultou em um documento com 1,2 milhão de assinaturas a favor da despoluição do 
rio. 
 Seu objetivo é ampliar permanentemente a capacidade de coleta, interceptação e 
tratamento de esgotos em toda a Região Metropolitana de São Paulo, em etapas 
sucessivas. Lembrando também que cerca de 35% da poluição acumulada na Bacia do rio Tietê 
não vem de redes de esgoto, mas sim do lixo jogado nas ruas. Todos os dias, as águas do Tietê 
recebem toneladas de sacolas plásticas, garrafas, latas e outros tipos de lixo abandonados por 
moradores da Região Metropolitana de São Paulo. Se a população não mudar de atitude, a 
situação permanecerá crítica. A SABESP responde pelas redes coletoras do município de São 
Paulo (50% da região) e de mais alguns municípios representando a grande fatia da coleta. 
Responde também a nível metropolitano pelos coletores tronco, interceptores, emissários e 
estações de tratamento (ETE). Considerando que a poluição dos nossos rios e córregos se deve 
fundamentalmente ao lançamento de esgotos domésticos se conclui que a SABESP seja a 
responsável por essa situação. 
 Previu-se a executar a terceira etapa do Projeto Tietê em seis anos, no período de 2010 até 
2016, de forma que a partir de indicadores assumidos para a linha de base de 30/06/2008 seja 
atingida a meta final no período, conforme segue: Redução de carga orgânica, Índice de coleta de 
esgoto, vazão de esgoto tratado, incremento de números de ligação, melhoria no índice de 
qualidade 
 Existem também dificuldades técnicas para a construção dessas redes. Como a região 
metropolitana de São Paulo se desenvolveu praticamente sem rede de esgoto, hoje é muito difícil 
abrir espaço embaixo de casas, prédios, avenidas, rios, parques e outras construções para instalar 
as tubulações subterrâneas que levam o esgoto para tratamento, mas é possível desviar, usando 
métodos não destrutivos. As necessidades de desapropriações atrasam as obras, e o método não 
destrutivo pode ser usado para que não desapropriem essas famílias. 
 
23 
5.3 Sistemas de esgotamento sanitário 
As redes coletoras de esgoto é um conjunto de canalizações que tem a função de coletar 
os efluentes gerados por ligações provenientes de casas, comércios ou indústrias. Estas redes são 
conectadas a coletores troncos que são tubulações de maior diâmetro geralmente instaladas as 
margens de rios, pois são coletores principais em uma bacia de drenagem. Estes recebem a 
contribuição dos coletores secundários, conduzindo seus efluentes a um interceptor. 
 Interceptores são tubulações de diâmetros maiores que conduzem os efluentes até uma 
estação de tratamento de esgoto (ETE). 
 Todo esse sistema é muito importante para despoluição dos rios, pois o esgoto não tratado 
contém muitos transmissores de doenças, micro-organismos, resíduos tóxicos e nutrientes que 
provocam o crescimento de outros tipos de bactérias, vírus ou fungos. O sistema de coleta e 
tratamento de esgoto reflete diretamente nos números de atendimentos médicos, é uma questão 
de saúde pública, porque evitam a contaminação, transmissão de doenças e a preservação do 
meio ambiente. 
Figura 4 – Esquema de tratamento de esgoto 
 
 Fonte: http://www.suzuki.arq.br/unidadeweb/aula%2013/aula13.htm 
24 
6 PROCESSOS CONSTRUTIVO UTILIZADO EM EXECUÇÃO DE 
OBRAS 
6.1 Método Destrutível 
6.1.1 VCA (vala a céu aberto) ou Trincheiras 
 
Também conhecido como método destrutivo devido à sua interferência, o método de 
VCA (Figura 5), ou trincheira (Figura 6), é utilizado em condições geotécnicas e geológicas 
variadas. O recobrimento costuma ser baixo, de até 20 m de profundidade, sendo aplicado onde 
não há interferência com o sistema viário, ou onde seja possível desviar o tráfego sem que isso 
cause grandes transtornos. O método também é utilizado para assentamento de tubulação no solo 
para diversas finalidades como redes de água, esgoto, gás, telefonia, dados e outros mais. A 
abertura de valas, desde a superfície até o ponto que os tubos serão instalados, causa transtornos 
para o trânsito de veículos e de pedestres, além de danificar os pavimentos existentes nos centros 
urbanos, causando imperfeições devido aos reparos e emendas de reposição, seja nas calçadas ou 
vias. A remoção de terra que pode ser feita mecanicamente utilizando retroescavadeiras ou 
manualmente gera volumes de terra e entulho a ser transportado, o que gera a movimentação de 
caminhões e ocupação das vias por entulho e terra. 
 Os procedimentos para o VCA são: abertura de valas, escoramento para contenção do 
maciço, reaterro, construção das estruturas definitivas como paredes, lajes e pilares, rebaixamento 
de lençol freático existente à profundidade necessária. 
 
 
 
 
 
 
25 
Figura 5– Vala a céu aberto – obras de saneamento 
 
Fonte: Acervo pessoal 
 
Figura 6 – Vala a céu aberto do metrô na construção da Linha 1 – Azul do Metrô de SP 
 
Fonte: Metrô SP 
 
26 
Normalmente são utilizados 2 métodos (Figura 7) construtivos para esta solução um 
conhecido como cut and cover (corta e cobrir) e outro cover and cut (cobrir e corta). 
 
Figura 7– Execução de VCA nos métodos cover and cut (esquerda) e cut and cover (direita) 
 
Fonte: Mouratidis, 2008 
27 
6.2 Método Não destrutível 
As informações a respeito dos Métodos MND citados abaixo foram extraídas do edital 
Sabesp CP ME 50.039/13 de JUNHO/2012 disponívelatravés do site da imprensa oficial. 
 
6.2.1 HDD (Perfuração Direcional) 
 O processo tem por objetivo a execução de furos subterrâneos em solo ou rocha, para 
instalação de tubulações de modo rápido e utilizando equipamentos auto transportados e 
instalados sobre caminhões de grande mobilidade. Pode executar perfurações para instalação de 
tubulações de 50 a 400 mm, podendo chegar a 600 mm para travessias curtas e dependendo do 
tipo de tubo utilizado e do tipo de solo existente. O processo consiste na execução primeiramente 
de um furo piloto utilizando-se uma sonda perfuratriz que tem um giro de 180° e pode ser 
inclinada de 15° a 45°, o que proporciona possibilidade de adaptação às mais diversas situações, 
com grande mobilidade. O tamanho da perfuratriz pode variar de acordo com o tipo de 
equipamento e bomba utilizada. Acoplado ao sistema existe uma central propulsora onde estão 
instalados compressor de ar, bombas hidráulicas e tanque misturador de lama bentonítica, 
geralmente instalados no mesmo chassi de caminhão. Para execução do furo piloto é utilizada 
uma cabeça de perfuração composta de uma peça cilíndrica em aço com um corte diagonal 
formando um plano inclinado em forma de chanfro, com bicos injetores dispostos 
estrategicamente pelos quais sairão jatos de lama bentonítica com alta pressão ou ar comprimido. 
A cabeça de perfuração, graças a sua geometria, possibilita o direcionamento do furo piloto em 
qualquer direção e os jatos de lama bentonítica desmontam o solo avançando a escavação. Com a 
utilização de ar comprimido sendo injetado a pressões de até 350 kgf/cm² é possível à perfuração 
em rocha. Normalmente são utilizadas hastes de perfuração em segmentos de 3,00 m 
confeccionadas em aço especial que permite a flexibilidade necessária para acompanhamento das 
curvas provenientes do lançamento e saída da perfuratriz, com raio de curvatura mínimo de 40 
metros. O furo piloto é iniciado após nivelamento da sonda perfuratriz na superfície e, dada à 
inclinação na haste, é iniciada a perfuração que se desenvolve pela conjugação cuidadosa dos 
comandos de avanço linear e rotação das hastes com o comando de injeção de lama bentonítica, 
que garante a estabilidade do furo, ou ar comprimido. Na medida em que progride a perfuração 
28 
novas hastes são sucessivamente acopladas. A escolha do diâmetro dos bicos injetores de lama 
bentonítica, a serem instalados na cabeça de perfuração, deve ser compatível com o tipo de solo 
encontrado, com a densidade da lama e com a pressão de bombeamento. Quando as hastes estão 
em rotação o traçado do furo tende a ser retilíneo, quando não existe rotação e prossegue-se o 
avanço a geometria da cabeça de perfuração em forma de chanfro aliada à injeção promove um 
desvio acompanhando o plano do chanfro da cabeça de perfuração. 
 O monitoramento da perfuração é efetuado através de um transmissor instalado no corpo 
da cabeça de perfuração, em constante comunicação com um receptor na superfície. O dispositivo 
eletrônico de transmissão informa a qualquer momento a posição do plano do chanfro na cabeça 
de perfuração, possibilitando as manobras necessárias para correções de desvios indesejados, 
assim a trajetória pode ser corrigida imediatamente. Ao atingir o ponto final da perfuração a 
broca é substituída pelo escarificador alargador, de forma cônica com sulcos helicoidal, que 
percorrendo o caminho inverso ao da cabeça de perfuração fará o alargamento do furo piloto 
executado inicialmente pela broca. O alargamento do furo piloto pode ser feito em uma ou várias 
passadas, dependendo do tipo de solo e do diâmetro da tubulação a ser passada. Depois de 
executado o alargamento do furo piloto, resultando em um túnel de diâmetro compatível ao da 
tubulação a ser instalada, esta é acoplada ao último escarificador a ser utilizado e ao mesmo 
tempo em que a tubulação vem sendo instalada, as barras de aço inseridas na execução do furo 
piloto vão sendo retiradas. O escarificador também lança jatos de lama bentonítica com alta 
pressão ou ar comprimido para além de desmonte para escavação, estabilizar as paredes do micro 
túnel, formar uma camada protetora e lubrificar a puxada do tubo. Para a puxada da tubulação é 
instalada na ponta do escarificador alargador uma união articulada, que impede a rotação da 
tubulação, e um sistema de apresamento da tubulação a ser instalada. No painel de controle do 
equipamento, pode-se verificar, ao longo de todo o processo, a velocidade de rotação e avanço da 
perfuração bem como o volume e pressão de lama ou ar sendo jateado, parâmetros previamente 
definidos em função do tipo e resistência do solo. Durante todo o processo são observados estes 
parâmetros, pressão e vazão dos jatos de lama bentonítica e velocidades de rotação, avanço e 
retorno das hastes de perfuração, pois quanto maior a resistência do solo maior será a velocidade 
de rotação da cabeça de perfuração, maior a pressão e menor a vazão do jateamento de lama 
bentonítica, ocorrendo o inverso em solos pouco resistentes. Nota-se que não existe grande 
precisão nem total controle sobre o sistema direcional do processo que, mesmo com 
29 
monitoramento contínuo, não garante a instalação da tubulação no eixo de projeto, podendo 
acontecer desvios não programados, portanto este processo não pode ser utilizado para 
assentamento de tubulações para condução de esgotos com declividade inferior a 2%. Os desvios 
máximos permitidos da tubulação implantada estão especificados na NTS 001 SABESP. É 
importante observar que na maioria das aplicações do processo as tubulações deverão ser 
flexíveis suficientes para acompanhar o percurso do furo piloto, no entanto, dependendo da 
situação de execução do furo e para extensões curtas é possível a utilização de tubulações rígidas. 
O tubo normalmente utilizado é o de Polietileno de Alta Densidade (PEAD) - PE e classe de 
pressão PN 06 ou a necessária, deve atender as normas SABESP NTS 049, 050, 052, 054, 055, 
056 e 064, NBR 9023 e 9622, além das normas que se referem à condução de líquidos agressivos. 
A tubulação de PE é montada no local da furação através de solda de topo pelo processo de termo 
fusão, devendo atender a norma de procedimento ABPE / P004. 
 Deverá ser observado antes do início dos serviços, a disponibilidade de espaço físico para 
a sonda perfuratriz e lançamento da tubulação, uma vez que o grande comprimento dos tubos já 
soldados prontos para lançamento exige extensa área para seu posicionamento. Deverão ser 
verificadas as edificações, tubulações e pavimentos adjacentes ao furo, pois, devido às altas 
pressões utilizadas, podem ocorrer danos com a invasão de lama bentonítica em imóveis e 
tubulações, inclusive acidentes devido ao levantamento de pavimentos, portanto, caso haja este 
tipo de risco, é necessário controle rígido sobre as pressões utilizadas. O processo da perfuração 
direcional pode ser extremamente útil quando utilizado como sondagem horizontal na execução 
de túneis, verificando a possível existência de interferências, fraturas geológicas, tipo de solo e 
execução de drenagem horizontal. Em travessias sob rios, quando houver insucesso, por qualquer 
motivo, nas tentativas de se obter a perfuração direcional, o local deverá ser abandonado para se 
tentar outros processos construtivos de túneis que não permitam um total controle sobre a frente 
de escavação, uma vez que, devido às altas pressões utilizadas no furo direcional, o solo estará 
completamente amolgado e desestruturado, podendo permitir a invasão das águas do canal. 
 
 
 
 
30 
 
Figura 8 – HDD Rig da HERRENKNECHT TUNNELLING® 
 
Fonte: HERRENKNECHT TUNNELLING® 
 
 
Figura 9 – Características básicas do HDD Rig da HERRENKNECHT TUNNELLING® 
 
Fonte: HERRENKNECHT TUNNELLING® 
 
 
 
31 
6.2.2 Tunnel Liner 
Caracteriza-se pela escavação modular do solo e montagem simultânea do revestimento 
metálico do “TUNNEL LINER”.Esse revestimento metálico será constituído por anéis de chapa 
de aço corrugado e galvanizadas a fogo. Os anéis são solidarizados entre si, por parafusos e 
porcas galvanizadas nas bitolas convenientes e distribuídas ao longo dos flanges laterais dos 
mesmos. As chapas que compõem cada anel serão também emendadas por transpasse de 
parafusos e porcas da mesma medida que os anteriores. A espessura das chapas será 
dimensionada para resistir aos esforços causados pelas cargas do solo e externas. A escavação do 
solo deverá ser feita de modo que a forma do túnel corresponda exatamente a do cilindro do 
“Tunnel Liner”, a menos do espaço correspondente a corrugação das chapas de aço. Durante a 
execução deverá ser assegurada, se necessário, a sustentação da abóbada da escavação até que 
seja montado o revestimento metálico. Deverão ser utilizados todos os dispositivos e acessórios 
inerentes ao processo (roof shield, escudos frontais, estroncas telescópicas, tirantes metálicos) 
assegurando a estabilidade da frente de escavação, sempre que a característica geotécnica do solo 
assim determinar. Para segurança na execução dos avanços programados, deverão ser executadas 
sondagens na frente da escavação através de furos horizontais e furos com inclinação ascendente 
para verificação de eventual existência de água e alteração localizada de solo. A verificação do 
alinhamento do túnel será feita periodicamente à frequência de um ponto a não mais de 3 m de 
avanço. O desvio observado deverá ser imediatamente corrigido, para repor o eixo do túnel 
escavado na posição do eixo teórico, com a tolerância especificada no projeto. Os únicos vazios 
permitidos ao longo do túnel serão os devidos a corrugação das chapas. Esses vazios serão 
preenchidos com solo-cimento, através de injeção com pressão de 5kgf/cm2, simultaneamente ao 
avanço das escavações ou a critério da fiscalização. O revestimento estrutural interno para o túnel 
deverá ser de concreto impermeável a infiltrações e resistir aos esforços causados pelo solo e 
trânsito de veículos, sem contar com os anéis metálicos. Deverá atender às normas técnicas de 
estruturas de concreto armado para condução de líquidos agressivos, tanto do ponto de vista de 
recobrimento das armaduras, como de fissuração do concreto. No caso de assentamento de 
tubulação internamente ao túnel, o espaço compreendido entre a geratriz externa do tubo e a 
chapa do “Tunnel Liner” deverá ser totalmente preenchido com concreto ou argamassa de 
cimento e areia, conforme projeto. Para tubulação de pequeno diâmetro, o assentamento deverá 
ser apoiado ou suspenso, fixado e travado devidamente, e depois preenchido o espaço entre a 
32 
tubulação assentada e a chapa do “Tunnel Liner”. 
 A injeção de preenchimento entre a tubulação assentada no interior do túnel e o 
revestimento primário em chapas, deverá ser executada de forma que todos os vazios sejam 
preenchidos, utilizando-se um sistema de bombeamento compatível com o material que está 
sendo utilizado para o preenchimento. Este preenchimento interno deverá ser executado em 
lances não maiores que 15 metros, com barragens de jusante e montante, aproveitando a ação da 
gravidade. Após o término da injeção de um lance, deverá haver uma inspeção visual para 
verificação da existência de possíveis vazios remanescentes, e caso haja qualquer dúvida, deverá 
ser executado o preenchimento por gravidade pela superfície, através de furo vertical, 
encamisado ou não, dependendo das características geotécnicas do solo. Os poços de acesso 
deverão ser localizados em pontos convenientes e com dimensões que possibilitem o acesso dos 
equipamentos, tubulações e permitam o trabalho no túnel de modo compatível com a sua 
programação de execução. Os desvios máximos permitidos para a tubulação implantada estão 
especificados nas Normas Técnicas mencionadas acima. 
 
Figura 10 – Tunnel em Liner 
 http://www.linerengenharia.com.br/br/index.php?option=com_content&view=article&id=80&Itemid=61 
 
 
 
 
33 
 
 
 6.2.3 N.A.T.M. (New Austrian Tunnelling Method) 
O método NATM é utilizado com sucesso na construção de túneis e de estações 
subterrâneas de grandes dimensões. Uma de suas vantagens é a adaptabilidade da seção de 
escavação, que pode ser modificada em qualquer ponto, de acordo com as necessidades 
geométricas e de parcialização da escavação. Esta às vezes se torna necessária em maciços pouco 
competentes, ou que estão sob forte pressão hidrostática. Nesses casos, outras medidas associadas 
à aplicação desse método são: rebaixamento do lençol freático, revestimento prévio e a mais 
comumente usando, injeções químicas ou de cimento. 
 O NATM consiste na escavação sequencial do maciço, utilizando concreto projetado 
como suporte, associado a outros elementos como cambotas metálicas, chumbadores e fibras no 
concreto, em função da capacidade autoportante do maciço. 
 Por meio do método NATM, a deformação do maciço adjacente é deliberadamente 
favorecida, adaptando-a ao contorno escavado, bem como redistribuindo e reduzindo as tensões 
máximas induzidas, evitando-se assim a desagregação do maciço. O processo construtivo 
consiste em escavação de túnel, em solo ou rocha, pelo método N.A.T.M. - New Austrian 
Tunnelling Method (Novo Método de Túnel Australiano) - baseia-se na capacidade de auto-
sustentação do material circundante à cavidade. A velocidade de avanço da frente de escavação, 
em função do tipo de solo encontrado, determina a eventual necessidade de escoramento. O 
acompanhamento sistemático das medidas de convergência das seções transversais determina a 
utilização de escoramentos necessários à estabilização de deformações. O Método N.A.T.M. 
deverá ser executado de acordo com a norma NTS 162 SABESP e atender as normas da ABNT 
no que segue: NBR 13597; 13044; 13069; 13070; 13317; 13354, e demais que venham a ser 
publicadas. Será assegurada a sustentação da cavidade através da aplicação de concreto projetado 
sobre tela de aço e da aplicação, simultânea ou não, de cambotas de aço, chumbadores, tirantes e 
enfilagem. A sequência construtiva se resume a escavação de um segmento de túnel compatível 
com a natureza e as características do solo ou rocha existente e no seu eventual escoramento 
através da aplicação de elementos construtivos que assegurem a estabilidade da cavidade e a 
consequente escavação do segmento seguinte. Dependendo das dimensões da seção transversal 
34 
do túnel, será conveniente a divisão da frente de escavação em uma calota superior de avanço 
mais rápido e uma bancada com o maior volume de material a ser desmontado. Para segurança na 
execução dos avanços programados, deverão ser executadas sondagens na frente da escavação 
através de furos horizontais e furos com inclinação ascendente para verificação de eventual 
existência de água e alteração localizada de solo. Com isso pretende-se que todas as providências 
sejam tomadas para que os serviços de escavação sejam executados no seco e que a frente tenha 
estabilidade. A verificação do alinhamento do túnel será feita periodicamente, à frequência de um 
ponto a não mais de 3 m de avanço. O desvio observado deverá ser imediatamente corrigido para 
repor o eixo do túnel escavado na posição de eixo teórico. Em locais convenientemente 
escolhidos, será implantada a instrumentação da seção transversal do túnel através da introdução 
e posterior fixação de pinos que possibilitem medição com uso do medidor de convergência. 
Essas medições deverão ser executadas diariamente. O concreto deverá resistir aos esforços 
causados pelas cargas do solo, acrescidas das cargas causadas pelo trânsito de veículos, ser 
impermeável às infiltrações. Terá que atender as Normas Técnicas de Estruturas de Concreto 
Armado para Condução de Líquidos Agressivos, tanto do ponto de vista de recobrimento das 
armaduras, como de fissuração de concreto. Os poços de acesso deverão serlocalizados em 
pontos convenientes e com dimensões que possibilitem o acesso dos equipamentos, tubulações e 
permitam o trabalho no túnel de modo compatível com a sua programação de execução. Visando 
a preservação da saúde de todos os envolvidos, deverá ser prevista pré-umidificação para 
concreto projetado com aplicação prevista por via seca. Após a aplicação da 1ª camada de 
concreto, nos pontos onde se verificam vazamentos, deverão ser executadas injeções a fim de 
aumentar a estanqueidade do túnel. O túnel N.A.T.M. deverá ser executado de acordo com as 
Normas da ABNT. Os desvios máximos permitidos para a tubulação implantada estão 
especificados nas Normas Técnicas mencionadas acima. 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
Figura 11 - Ciclo de execução de túneis no método NATM 
 
Fonte: http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10011442.pdf 
 
 
36 
6.2.4 Tubos cravados (MTBM, SPB) 
O método construtivo consiste em escavação feita mecanicamente através de máquina 
dotada de cabeça giratória (Shield, Slurry Shield, ou EPB - Earth Pressure Balance ou "tatuzão" 
como é conhecido popularmente) são equipamentos (Figuras 8 e 9) de perfuração mecanizada, 
com frente aberta ou fechada, sob a proteção da couraça. Imediatamente atrás, ainda dentro da 
couraça (eventualmente fora dela, quando o maciço permitir), é montado o revestimento 
segmentado pré-moldado de concreto (ou metálico). O avanço da máquina se dá pela reação de 
macacos contra os anéis de revestimento já montados. No caso de TBM para rocha, sem couraça, 
o avanço se dá mediante sapatas ancoradas nas paredes laterais do túnel. Na parte posterior da 
máquina, são colocados tubos de concreto pré - moldados, que são cravados sucessivamente no 
solo pelo conjunto de macacos hidráulicos. A propulsão é realizada no poço de serviço, 
provocando o avanço do equipamento e demais tubos já instalados. O direcionamento do 
equipamento em avanço ao interior do túnel é ajustado com auxílio de um aparelho de raio laser, 
instalado no poço de serviço. Quando não tripulado, o comando e o controle do direcionamento é 
feito externamente através de um painel de controle que possibilita ao operador monitorar os 
comandos necessários para a correta execução. Os tubos deverão ser de concreto e, também 
resistir aos esforços horizontais causados pelas cargas dos macacos de cravação. Os tubos de 
concreto armado deverão possuir nas extremidades de cada seção um colar para possibilitar a 
emenda através da junta elástica entre os tubos. Os tubos com diâmetros maiores que 1,60 m 
poderão ser emendados por meio de parafusos tensores, previamente preparados para isso. Na 
primeira seção deverá ser adaptada uma carcaça de aço “shield”, com as finalidades de servir 
como câmara de trabalho, proteger o primeiro tubo e facilitar o corte do terreno na cravação. 
 O equipamento shield deverá ser provido dos acessórios necessários que permitam seu 
avanço em solos de alteração ou mesmo rocha, com a utilização de cabeça escarificadora 
especial. Para pequenos diâmetros o shield deverá ser provido de software que execute o gráfico 
de fuga do equipamento em relação ao eixo de projeto. O poço de serviço deverá ter dimensões 
internas mínimas compatíveis com o tipo de equipamento de cravação. Na parede do poço de 
cravação, oposta à direção na qual será cravado o tubo, deverá ser construído um quadro rígido 
para a reação do macaco hidráulico, compatível com o tipo de equipamento e condições de 
resistência do solo. A tubulação cravada deverá entrar justa no terreno, não podendo ficar folgas 
37 
significativas externas, devendo, portanto, a tubulação ocupar totalmente a área escavada, não 
permitindo recalques no terreno, dispensando injeção de preenchimento com argamassa de 
cimento e areia ou outros materiais. Os tubos deverão ser impermeáveis a infiltrações, atender à 
norma NTS 163 SABESP e às normas técnicas de estruturas de concreto armado para condução 
de líquidos agressivos, tanto do ponto de vista de recobrimento de ferragem como de fissuração 
de concreto. Os tubos deverão ser inspecionados e aprovados. Os desvios máximos permitidos 
para a tubulação implantada estão especificados nas Normas Técnicas mencionadas acima. 
 
 
Figura 12 – EPB Sheild da HERRENKNECHT TUNNELLING® 
 
Fonte: HERRENKNECHT TUNNELLING® 
 
Figura 13 – Características do EPB Sheild da HERRENKNECHT TUNNELLING® 
 
 
Fonte: HERRENKNECHT TUNNELLING® 
38 
 
Figura 14 – TBM - Mixshield da HERRENKNECHT TUNNELLING® 
 
 
Fonte: HERRENKNECHT TUNNELLING® 
 
 
 
Figura 15 – Características básicas do Mixshield da HERRENKNECHT TUNNELLING® 
 
 
Fonte: HERRENKNECHT TUNNELLING® 
 
39 
 
Figura 16 – Single Shield da HERRENKNECHT TUNNELLING® 
 
Fonte: HERRENKNECHT TUNNELLING® 
 
 
Figura 17 – Características básicas do Single Shield da HERRENKNECHT TUNNELLING® 
 
Fonte: HERRENKNECHT TUNNELLING® 
 
 
 
 
40 
 
 
Figura 18 – Direct Pipe da HERRENKNECHT TUNNELLING® 
 
Fonte: HERRENKNECHT TUNNELLING® 
 
 
Figura 19 – Características básicas do Direct Pipe da HERRENKNECHT TUNNELLING® 
 
Fonte: HERRENKNECHT TUNNELLING® 
41 
6.2.5 Guided Boring Machine (GBM) 
As informações a seguir são parte integrante do memorial descritivo elaborado pelo 
consórcio Jofegê /Enotec. 
 O método de perfuração horizontal seguida de alargamento e cravação de tubos de 
concreto, tipo pipe jacking com 1m de comprimento, mais conhecido como Guided Boring 
Machine (GBM) ou popularmente Shield rosca, é definido com um sistema de perfuração 
dirigível para instalação de tubulações de esgoto ou aguas pluviais. Consiste da perfuração do 
furo piloto através de uma cabeça de direcionamento e diversos tubos guia, dotado de parede 
dupla com cerca de 75 mm e 1 m de comprimento, a perfuração é feita por rotação hidráulica, 
podendo injetar agua ou bentonita, direcionado por um sistema óptico que dá uma precisão de 
decimo de porcento 0,1% a 0,2%, obedecendo a um feixe de raio laser instalado na parte 
posterior do cravador e dirigido ao centro do tubo guia inicial dotado um Target instalado 
próximo aponta do tubo guia, sendo que a ponta do tubo guia é dotada de uma faca que pode 
corrigir a direção do tubo guia de modo a manter a inclinação correta, deste modo à perfuração 
está sempre seguindo o alvo. 
 Após feito o furo guia, alargamento do furo piloto através de um alargador com diâmetro 
200 mm e 1 m de comprimento, dotado de ferramenta de corte na parte frontal e de diversos 
tubos camisa, dotados de rosca helicoidal interna para o transporte do material escavado ao poço 
de emboque e remoção posterior para o bota fora. O torque do motor hidráulico para girar as 
roscas é de 1800KN. 
 
Figura 20 - Equipamento Guided Boring Machine (GBM), execução furo guia 
 
Fonte: Memorial Descritivo Consórcio Jofegê /Enotec 
42 
 
 
Figura 21 - Equipamento Guided Boring Machine (GBM), alargamento do furo 
 
Fonte: Memorial Descritivo Consórcio Jofegê /Enotec 
 
Depois do alargamento do furo é feito a cravação do tubo condutor ou tubo camisa. Após 
o alargamento do furo piloto é instalado no poço de emboque a ferramenta de corte para o 
diâmetro final e em seguida são cravados os tubos com o transporte do material escavado através 
dos tubos camisas com rosca helicoidal para o PV de desemboque onde à medida que se crava 
um tubo é retirado no poço de desemboque um tubo camisa e o material escavado. A força 
aplicada na cravação dos tubos é de 950 kn. 
 
Figura 22 - Equipamento Guided Boring Machine (GBM), execução furo guia 
 
Fonte: Memorial Descritivo Consórcio Jofegê /Enotec 
43 
7 TIPOS DE SONDAGENS 
 Algumas das investigações de subsolo necessárias para execução de túneis são: 
 
1. Sondagem a percussão (Figura 23); 
Figura 23 – Execução de sondagem a percussão 
 
Fonte: Ação Engenharia 
 
2. Sondagem mista ou rotativa (Figura 24); 
Figura 24 – Testemunho de sondagemmista 
 
Fonte: Pessoal 
44 
3. Perfil geológico; (Figura 25); 
Figura 25 – Perfil geológico do túnel Antônio e André Rebouças Rio de Janeiro - RJ 
 
Fonte: O Globo 
45 
4. Sondagem sísmica (Figura 26); 
Figura 26 – Esquema da execução de sondagem sísmica 
 
Fonte: Alta resolução 
 
5. Granulometria (Figura 27); 
Figura 27 – Ensaio de peneiras para determinação de granulométrica 
 
Fonte: DCE Joinville 
46 
6. Compressão axial (Figura 28); 
Figura 28 – Ensaio de compressão axial de solos 
 
Fonte: LabGeo UFSCAR 
 
7. Compressão triaxial (Figura 29); 
Figura 29 – Ensaio triaxial de solos 
 
Fonte: LabGeo UFJF 
47 
7.1 Aspectos Geotécnicos e Geologia do Local 
Conforme apresentado, as escavações da metade superior dos Poços PV-01 e PV-03 
ocorrerão em solos aluvionares das várzeas do Rio Pinheiros, com espessuras da ordem de quatro 
a cinco metros. Na margem direita predomina areias aluvionares de baixa compacidade. A parte 
superior dessas areias é coberta por argilas orgânicas moles, com espessuras máximas da ordem 
de 1,0m. Na margem esquerda, a predominância é de argilas moles com espessuras da ordem de 
4,0m. Sobre essas, aparece uma lente de areia de um a dois metros de espessura, de baixa 
compacidade. Apesar de sua grande heterogeneidade, apresentam comportamento geomecânico 
bem conhecido, o que não deve acarretar em maiores complicações para as obras. 
 Sobrepostas às camadas quaternárias, ocorrem aterros de argilas siltosas com espessuras 
máximas também da ordem de um a dois metros são matérias sem muitas implicações para o 
presente trabalho. 
 Abaixo das camadas quaternárias ocorrem solos gnaisse muito característicos dessa 
região. São materiais que “guardam” muitas características das rochas que lhe deram origem, e, 
portanto, apresentam comportamento geomecânico muito distinto entre um ponto e outro. De fato 
a anisotropia é uma característica marcante desse material, o que pode resultar em 
comportamentos distintos do esperado pelo projeto. Podem ainda apresentar matacões dispersos 
ao longo da camada, o que pode impactar na produtividade das escavações. 
 Os solos residuais são usualmente subdivididos em solos residuais jovens e solos 
residuais maduros. Os primeiros correspondem aos solos que sofreram poucas ações 
intempéricas, e, portanto, tendem a apresentar uma granulometria mais grosseira. Em geral, 
encontram-se sob a forma de siltes arenosos pouco argilosos. Os solos residuais jovens estiveram 
sob ações intempéricas mais intensas e, portanto, sofreram mais alterações em sua matriz 
mineralógica. Tendem a se apresentar como siltes argilosos. 
 Em ambos os casos, a quantidade de mica existente na matriz mineralógica será 
determinante no comportamento geomecânico. Caso a matriz rochosa tenha sido mais biotítica 
(maior proporção de mica), mais “fofo” ou “mole” será o material. Caso a matriz rochosa tenha 
sido granítica (maior proporção de quartzo e feldspato) mais “compacto” e “duro” será o 
material. É importante frisar que tanto gnaisses biotíticos como gnaisses graníticos ocorrem na 
região em iguais proporções e de forma aleatória, sendo impossível a sua terminação sem a 
48 
análise visual dos testemunhos de sondagem. 
 Outra característica marcante desse material diz respeito ao seu comportamento nos 
ensaios de simples reconhecimentos com medidas de Nspt, e também quando no contato com 
gradientes hidráulicos. Em geral, esses materiais tendem a apresentar elevados valores de 
resistência à penetração do amostrador padrão do ensaio de Nspt. No entanto, quando 
desconfinados, tendem a perder essa característica, chegando a apresentar grande expansividade. 
Esse fenômeno é agravado quando em presença de gradientes hidráulicos, ainda que pequenos. 
Nessas condições é frequente a lixiviação de finos e perdas de material nas escavações (volumes 
escavados superiores aos volumes teóricos), o que acaba resultando em recalques mais 
pronunciados na superfície. 
 O nível d’água local encontra-se a aproximadamente 2,0 m de profundidade, nas camadas 
arenosas quaternárias, o que pode resultar em pressões hidrostáticas da ordem de 100 kPa (10 
mca) em relação ao fundo da escavação. Portanto, o reaterro dos poços se faz necessário como 
medida de prevenção à tendência de flutuação dessas estruturas. Ainda, diante da metodologia 
executiva adotada, para as escavações será necessária a adoção de algum sistema de 
rebaixamento e controle de infiltrações de água. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
Figura 30 – Perfil Geológico 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
O objetivo desse levantamento Geofísico (Imageamento Geoelétrico) foi para o dar 
subsídio aos Estudos de Investigações Geotécnicas Complementares - Coletor IPI 08 no Trecho 
50 
Av. Marginal do Rio Pinheiros”. O trecho investigado está situado na zona sul de São Paulo, às 
margens do Rio Pinheiros. Através da solicitação do consórcio Tietê e consórcio Jofege/Enotec. 
O trecho investigado à margem do Rio Pinheiros, delimitado entre os PVs18 ao 03 as margens do 
rio Pinheiros. 
Foi feita amostragem através de sondagens diretas a percussão (SP) e mistas (SM), que 
mapearam a presença de material rochoso em profundidades que deverão ser interceptadas 
quando da realização dos túneis, notadamente entre os trechos dos PV’s 16 ao 03. 
O Imageamento Geolétrico foi necessário para mostrar as características do solo ao longo 
do trecho onde seria o caminhamento do interceptor IPI 08, dado que as duas sondagens 
executadas foram feitas de forma localizada, não apresentando um quadro geral da situação, o 
objetivo foi identificar potenciais interferências às futuras escavações, como blocos de rocha 
(matacões) e posição do topo rochoso. 
 O Imageamento Geoelétrico é uma técnica de investigação em duas dimensões (2D), a 
partir de medidas tomadas na superfície do terreno. A finalidade é estudar as variações laterais da 
resistividade do subsolo, sendo muito adequado para detectar contatos geológicos verticais ou 
inclinados, mineralizações, diques, fraturamentos e/ou falhamentos, blocos de rochas, 
contaminações por produtos inorgânicos ou orgânicos e outros corpos ou estruturas que se 
apresentem como heterogeneidades. Os eletrodos externos injetam corrente (eletrodos de 
corrente) enquanto os eletrodos centrais (eletrodos de potencial) efetuam a leitura da diferença de 
potencial estabelecida entre eles (Figura 31) 
 
51 
 Figura 31 - Princípio do método da eletrorresistividade 
 
Fonte: Relatório Técnico – Alta Resolução 
 
Figura 32 - Os eletrodos e cabos 
multieletrodos foram implantados ao longo da via de acesso em terra. 
 
Fonte: Relatório Técnico – Alta Resolução 
52 
 
Figura 33 - Estaca topográfica PV 10 interceptada ao longo da seção 
 
Fonte: Relatório Técnico – Alta Resolução 
 
 
Figura 34 - Caminhamento Elétrico indicam as posições aparentes dos pontos de leituras 
 
Fonte: Relatório Técnico – Alta Resolução 
 
53 
Esse método consiste em se cravar vários Eletrodos ao longo do trecho do terreno a ser 
investigado, aplica-se então uma corrente elétrica através de cabos nos eletrodos, as 
condutividades através dos diversos tipos de solo são diferentes, através de uma aparelhagem 
eletrônica esses dados obtidos em diferentes escalas em ohms são convertidos graficamente em 
uma imagem bidimensional com uma escala cromática. O modelo é representado em forma de 
uma função matemática que relaciona os parâmetros físicos (p.e. resistividade, velocidade, 
densidade, etc.) 
 
Figura 35 - valores das resistividades elétricas aparentes associadas a uma escala de cores. 
 
Fonte: Relatório Técnico – Alta Resolução 
 
Figura 36 - Syscal Switch Pro - Eletrorresistivímetro digital multi-eletrodo utilizado durante a aquisição 
 
Fonte: Relatório Técnico – Alta Resolução 
 
54 
 
Figura 37 - Seções de Imageamento Geoelétrico com indicaçõesdas 
principais feições anômalas mapeadas e delimitadas 
 
Fonte: Relatório Técnico – Alta Resolução 
 
 
 
Figura 38 – Escala Cromática das Resistividades 
 
 
Fonte: Relatório Técnico – Alta Resolução 
 
 
 
 
 
55 
 
Figura 39 – Correlação das Resistividades 
 
Fonte: Relatório Técnico – Alta Resolução 
 
O Imageamento Geoelétrico possibilitou a investigação em perfil contínuo do interior dos 
maciços terrosos/rochosos e evidenciou consideráveis contrastes nas resistividades elétricas. A 
integração das informações geofísicas com as sondagens mecânicas permitiu compilar uma 
primeira correlação das faixas de valores das resistividades elétricas (estratos) com os mais 
prováveis materiais que compõem a sub superfície, identificados nas sondagens mecânicas. 
 
 
56 
8 ESTUDO DE CASO 
8.1 Apresentação do Projeto Tietê III – Etapa – Interceptor IPI-8 – São 
Paulo 
O Interceptor de esgotos IPI-8 pertence ao conjunto de obras da 3ª Etapa do Projeto de 
Despoluição do Rio Tietê, estando localizado na zona Oeste da RMSP. Trata-se de uma travessia 
sob o rio Pinheiros a qual interligará a margem esquerda com a margem direita, onde atualmente 
já se encontra o IPI-6, atualmente em operação. O projeto inicial da travessia do rio Pinheiros era 
para ter sido feito em NATM, mas devido aos estudos do solo, foi encontrado um grande número 
de rocha fragmentada, podendo causar riscos da agua percolar e acontecer acidentes. Devido ao 
estudo desenvolvido, verificou-se mudar de método, para o slurry shield, seria mais seguro, e a 
travessia levaria menos tempo para ser executada. Verificando assim que essa mudança iria ser 
viável, foi solicitado uma PEC (Preço extra contratual) para esse novo método, O estudo de caso 
tem como objetivo apresentar os métodos usados para o desenvolvimento de um Interceptor, 
referente ao contrato 61.603/12 sendo ele o IPI-08 (Interceptor Pinheiros-08). O Interceptor IPI-
08 tem uma extensão de projeto de 2.442,61 m, redes em diâmetros de 500mm, 600mm e 800mm 
e uma travessia, sob o Rio Pinheiros, alcançando uma extensão de 197,33m em tubo camisa 
empregado no diâmetro 1.500mm. O Interceptor IPI-08 ao todo foram executados 21 PVs. 
 Na margem direita do rio encontra-se o Poço de Emboque PV-03, um dos objetos do 
presente estudo, enquanto que na margem oposta encontra-se o Poço de Desemboque PV-01, o 
outro objeto desse estudo. 
 O Poço de Emboque PV-03 apresenta diâmetro de 7,40 metros e profundidade de 
13,0 metros, sendo praticamente escavado parte em solo aluvionar e parte em solo residual. O 
Poço de desemboque PV-01 apresenta 4,30 metros de diâmetro e 14,50 metros de profundidade, 
sendo parte escavado em solo aluvionar, parte em solo residual e uma terceira parte em maciço 
rochoso medianamente fraturado e alterado. 
 Em ambos os poços, o Projeto Executivo concebeu o revestimento das escavações 
em concreto projetado reforçado com tela metálica em ambas as faces do revestimento (infra e 
extradorso do revestimento). Trata-se escavações circulares verticais, sendo até mesmo 
empregada em poços de grande diâmetro. 
57 
 A concepção de poços verticais com concreto projetado procura tirar proveito da 
forma geométrica da escavação e da resistência do concreto à compressão. Em geral, são 
estruturas em que os esforços fletores são diminutos, o que possibilita a adoção de estruturas 
esbeltas e econômicas. Adicionalmente, pelo fato do concreto projetado apresentar rápido ganho 
de resistência inicial, as escavações são rápidas e com adequado nível de segurança. 
 
8.1.2 Localização 
A nova rede Interceptora de Esgoto (IPI-8) está localizado a margem do rio Pinheiros/SP. 
Ao lado da Avenida Magalhaes de Castro e Avenida das Nações Unidas, próximo à ponte 
Estaiada de Santo Amaro. O bairro é predominante em comércios e residências, e é considerado 
de alta classe social. A maior parte de sua escavação será realizada, com seção plena em rocha, 
entretanto com alguns trechos em solo, com escavações feitas a mão (método NATM) e 
tratamentos no maciço que consistirão de concreto projetado (com e sem tela de aço) e tirante e a 
Travessia usando o Slurry Shield. O conhecimento sobre os maciços onde irá ser instalado o túnel 
ou galeria são indispensáveis para as previsões de comportamento, eventuais falhas, escolhas de 
equipamentos, métodos construtivos, tratamentos e revestimentos finais. Tudo isso torna uma 
obra mais detalhada, segura e com um custo benefício mais eficiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
58 
Figura 40 - Controle dos trechos executados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Google Maps 
59 
8.1.3 Etapa da Travessia 
Conforme apresentado nos desenhos de sequência executiva, os poços serão escavados em 
etapas. Na primeira etapa, ocorrerão os serviços preliminares de interferência, tratamento 
execução da parede de proteção. Na segunda e na terceira etapas, ocorrem as escavações com 
aplicação do suporte em concreto projetado sobre maciço terroso. Na quarta etapa, as escavações 
com aplicação do suporte em concreto projetado ocorrem em maciço rochoso, sendo sucedido 
pela execução do revestimento secundário, também em concreto projetado. A quinta etapa é 
destinada à execução das lajes de fundo dos poços. 
 Para o PV-01, a sexta e última etapa corresponde à execução das estruturas internas após 
o desemboque da perfuratriz (equipamento de Slurry Shield) e reaterro lateral entre o suporte das 
escavações e as estruturas internas. Para o PV-03, a sexta etapa corresponde à execução da 
estrutura de reação para partida da perfuratriz em concreto moldado, deixando para a sétima e 
última etapa a execução das estruturas internas e reaterro lateral do poço. 
 As escavações ocorrerão em passos de avanço de 1,50m, com a parte central do poço 
ocorrendo em um primeiro momento. A retirada dos bordos poderá ser realizada em uma única 
etapa ou em fases, conforme avaliação das condições de estabilidade do maciço. 
 Foi previsto um tratamento inicial em colunas secantes de jet grouting de resistência 
inicial à compressão simples superior a 3 MPa, e que devem garantir a estabilidade das 
escavações. Não foi previsto, à priori, um sistema de rebaixamento do lençol freático ainda que 
as sondagens acusem a existência de elevadas pressões hidrostáticas no fundo da escavação. Toda 
a responsabilidade de garantia da estabilidade e estanqueidade das escavações reside nas colunas 
de jet grouting (JG). A água acumulada no interior dos poços deverá, pelo projeto, ser retirada 
através de bombas centrífugas de uso corrente. Com relação ao suporte do poço, para os trechos 
de escavação em solo, o projeto previu a aplicação de uma camada de concreto projetado com 
6,0cm de espessura após a escavação de um bordo lateral. Sobre esta, é posicionada uma tela 
metálica Q196, com imediata aplicação de 4,0cm de concreto projetado para complementação do 
revestimento primário do poço. Para os trechos em rocha, o projeto previu a aplicação de uma 
camada de concreto projetado de 15 cm de espessura, reforçada com duas camadas de tela 
metálica Q196 (uma no intradorso do suporte e outra no extradorso), além da aplicação eventual 
60 
de tirantes de resina para 15 tf. Em resumo, pode-se considerar que a metodologia empregada 
está adequada com o tipo e o porte de obra considerado. 
O IPI-08 iniciou, pela jusante na travessia do Rio Pinheiros, que recebe neste ponto a 
contribuição do CT (Coletor Tronco) Cidade Jardim e do CT Goiás I (existente). Foi executado 
na faixa do EMAE (Empresa Metropolitana de Agua e Energia), na margem esquerda do Rio 
Pinheiros e tem seu termino na altura do CT Paes Mendonça. 
O trecho contemplado neste Interceptor foi uma singularidade entre o PV (Poço de Visita) 
01 ao PV03, sendo executado da seguinte maneira: 
Para a execução deste trecho foinecessário à abertura de dois PS (Poços de serviço), 
sendo que um dos, serviu de emboque para uma máquina de “slurry shield” utilizada na cravação 
de tubulações. 
Os poços de serviços foram executados mecanicamente, com os seguintes equipamentos: 
retroescavadeira e mini grua. Os poços tiveram as paredes projetadas com concreto e na parte 
inferior foi executada uma laje pra a conformação hidráulica. 
O PS03 foi executado com o diâmetro de 8,00m e uma profundidade de 12,95m. As 
paredes foram projetadas em concreto, na parte inferior foi executada uma laje e uma parede de 
reação onde a máquina “slurry shied” executou a cravação de 197,33m de tubo cravado sentido 
ao PS01, com o trecho concluído os PS foram transformados em PV. 
 
 
61 
Figura 41 - Inicio do trecho, Abertura do PS03 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
 
Figura 42 - Execução da parede em projetado do PS03 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
62 
Figura 43 - Laje já executada do PS03 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
 
 
 
Figura 44 - paredes de reação do Poço de Serviço 03 
 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
63 
Figura 45 - Mobilização da máquina “slurry shield” no PS 03 
 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
 
 
Figura 46 - Mobilização da máquina “slurry shield” no PS 03 
 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
64 
Figura 47 - Cravação de tubos entre o trecho do PS03 ao PS01 
 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
 
 
 
 
Figura 48 - Cravação de tubos entre o trecho do PS03 ao PS01 
 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
 
65 
Figura 49 – Aterramento e transformação do PS03 em PV03 
 
 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
 
 
Figura 50 – Aterramento e transformação do PS03 em PV03 
 
 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
66 
Figura 51 - trecho conformado dentro dos tubos de 1500mm entre os PV03 e PV01 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
 
 
Figura 52 - PV finalizado 
 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
67 
O PS01 foi executado com o diâmetro de 5,00m e uma profundidade de 13,50m. As 
paredes foram projetadas com concreto, na parte inferior foi executada uma laje, sendo o poço de 
desemboque da máquina “slurry shied” de tubo cravado com o trecho concluído os PS foram 
transformados em PV. 
 
Figura 53 – Transformação do PS01 em PV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
 
Figura 54 - Transformação do PS01 em PV 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
68 
8.1.4 Tratamento do solo (poços de visita) 
 
A técnica jet-grouting (Figura 55) no tratamento de solos, tem como objetivo melhorar as 
propriedades mecânicas do solo, ou seja, aumentar os parâmetros de resistência, diminuir a 
deformabilidade e a sua permeabilidade. Para essa técnica de avanço em obras subterrâneas como 
túneis e galerias as perfuratrizes rotopercussivas são as mais utilizadas, devido sua praticidade, 
segurança e produtividade, abaixo segue exemplo do tratamento do PV 03 
 
 
Figura 55 - Esquema de jet grouting para reforço de parede de túneis com perfuratriz rotopercussiva 
 
Fonte: Acervo pessoal 
 
8.1.5 Comparação de Método 
Na engenharia os métodos construtivos sofreram inúmeras evoluções e estudos sobre os 
equipamentos e materiais empregados, por trata-se de obras com grau de dificuldade elevado, 
risco e custo. Basicamente existem 2 tipos de métodos construtivos de túneis e galerias são eles o 
escavado (vala a céu aberto, método invertido e NATM) e os mecanizados (TBM, Pipe-Jacking e 
Pre-Lining), podemos perceber como avaliar melhor custo para a execução do empreendimento, 
69 
mas sem desprezar a avaliação da melhor técnica, já na Figura 56 podemos apresenta-se a relação 
dos métodos de escavação com o tipo de maciço a desmontar. 
 
Figura 56 – Gráfico de avaliação de custo de métodos construtivos de túneis 
 
Fonte: Martinho, 2012 
 
 Figura 57 – Domínios dos métodos de escavação em função do maciço a desmontar 
 
Fonte: Martinho, 2012 
70 
 
Tabela 1 – Comparação dos Métodos 
 Métodos 
Variáveis de projeto NATM MTBM Tunnel 
liner 
HDD GBM 
diâmetro (mm) >1500 <=800 600 a 
1500 
300 a 800 <500** 
distância curta <=200 curta longa <70 
precisão de trajeto baixa alta 
tipo de solo indicado terra ou rocha terra ou 
rocha 
terra ou 
rocha 
terra terra 
produtividade (m/dia) 1 10 a 20 1 100 20 a 25 
forma de escavação manual/mecanizada mecanizada manual mecanizada mecanizada 
Fonte: Dados extraídos da matéria da publicação da revista infraestrutura urbana (ed 5-Julho/2011) 
 
Na comparação dos métodos existem diversos fatores a se considerar conforme Paulo 
Dequech, presidente da Abratt-Associação Brasileira de Tecnologia Não Destrutiva e Flávio 
Durazzo, engenheiro coordenador. 
 São notadamente grandes as variáveis, e cada método vai ser mais bem aproveitado 
dependendo da especificidade de cada obra, por exemplo, redes coletoras de esgoto do ponto de 
vista de produtividade e diâmetro reduzido seria mais adequado a utilização do método HDD, 
pela produtividade. Para redes que necessitam de maior precisão na declividade do trajeto, e 
diâmetros maiores seria indicado o MTBM OU GBM, que usam tubos cravados e trajetos mais 
retilíneos. A capacidade de cravação de tubos está diretamente relacionada ao diâmetro e 
distância do trecho de execução, quanto maior o diâmetro mais potente terá que ser o 
equipamento e consequentemente maior, ocupando assim maior espaço e limitando a distância de 
cravação a trechos menores. 
 
 
 
71 
8.1.6 Captação para ETE 
 
Figura 58 – ETE de Barueri 
 
Fonte: SABESP-Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo 
 
O no interceptor IPI-8 interligara ao IPI-6 já existe, executado na II etapa do Projeto 
Tietê, todo o esgoto recolhido, estará sendo jogando para a ETE de Barueri, que hoje está sendo 
ampliada, para atender todo esgoto recolhido. A Estação localiza-se no município de Barueri e 
serve a maior parte da cidade de São Paulo. Também atende os municípios de Jandira, Itapevi, 
Barueri, Carapicuíba, Osasco, Taboão da Serra e partes de Cotia e Embu. Data de início da 
operação: 11de maio de 1988 Pessoas beneficiadas: 4,4 milhões de habitantes. Vazão média de 
projeto: 9,5 mil litros por segundo, vazão atual: 9,7 mil litros por segundo (média 2010). 
 O processo de tratamento é de lodo ativado convencional e em nível secundário, com grau 
de eficiência de cerca de 90% de remoção de carga orgânica. Sistema de esgotamento sanitário –
 Os esgotos são transportados para a estação, através de um sistema de esgotamento constituído 
por interceptores, sifões, travessias, emissários, totalizando 73 quilômetros de extensão. 
 ETE passará dos atuais 9,500 litros por segundo de esgoto tratado para 16,000 litros por 
segundo. Assim, a unidade, que já trata os esgotos de 4,4 milhões de pessoas, passará a atender 
mais 3 milhões de moradores de São Paulo, Barueri, Carapicuíba, Cotia, Embu das Artes, Itapevi, 
Jandira, Osasco e Taboão da Serra. 
 
 
72 
Figura 59 – ETE de Barueri (antes da ampliação) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: SABESP-Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo 
 
73 
Figura 60 – ETE de Barueri (após a ampliação) 
Fonte: SABESP-Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo 
 
74 
Tabela 2 – Liberação dos o órgãos de acordo com o trecho (PVE ao PV13) 
 
 
Fonte: Acervo pessoal 
 
 
 
 
Tabela 3 – Liberação dos o órgãos de acordo com o trecho (PV 13 ao PV 26) 
 
75 
Fonte: Acervo pessoal 
 
 
 
76 
77 
9 CRONOGRAMA 
 
Abaixo, é apresentado um cronograma contendo início, meio e fim da execução proposta 
para a pesquisa: suas atividades e seus prazos de execução. 
Tabela 1 – Cronograma de atividades 
ETAPAS Ago-Set 2015 
Out-Nov 
2015 
dez/15 
Mar-Abr 
2016 
Mai-Jun 
2016 
jul/16 
Levantamento bibliográfico 
17/09,19/9,20/09 
e 21/09 
 X 
Fichamento de textos X 
Coleta de fotos X X 
Coleta de fontes X X X 
Análise de fontes X X 
Entrega do projeto do trabalho(TCC1) X 
Apresentação (TCC1) X 
Tabulação de dados X 
Organização do roteiro X 
Redação do trabalho X 
Revisão final / entrega do 
trabalho final e completo 
(TCC2) 
 
03/04 e 
29/04 
30/05/2016 
Apresentação (TCC2) 15/06/2016 
 
78 
 
79 
80 
10 CONCLUSÃO 
O projeto Tietê foi criado, para suprir o tratamento do esgoto e trazer qualidade de vida a 
população, com os avanços da tecnologia, faz com que as obras de saneamento sejam mais 
eficazes, de alta produtividade, sem prejudicar o meio ambiente e a população, o método 
utilizado foi MND (método não destrutível), usando o equipamento Slurry Shield. Devido 
a grande demanda populacional, as obras de saneamento básico tendem-se a aumentar. 
Principalmente nos grandes centros, e para a execução da mesma, tende-se respeitar todas as 
Normas exigidas pela concessionária e as do meio ambiente. As 
tecnologias do mercado estão cada vez mais modernizadas, e causando menos danos ao seu 
redor. Como 
já havia citado, a população está aumentando desorganizadamente, e as obras de tuneis, estão 
cada vez crescendo, e equipamentos como Slurry Shield, estão sendo usadas com mais 
frequência, não apenas em obras de saneamentos, mas também em obras de metro, rodoviárias 
entre outras. A 
tecnologia do método usando o “Slurry Shield” é utilizada para atender critérios com mais 
segurança e automação na aplicação, com produtividade, assim havendo em determinadas obras 
reduções de custo, melhoria no processo de perfuração, atendendo a especificidade da obra que 
nesse estudo de caso foi de rocha fraturada. 
 A geologia do terreno é primordial para obras desse tipo, é ela que mostra os tipos de 
equipamentos a serem usados e as estimativas dos prazos a serem concluídos. O estudo de caso 
mostra o método MND usando o Slurry Shield, equipamento modernos, exportado da Alemanha, 
eficiente em seu serviço, utilizando principalmente em grandes metrópoles, não causando 
interferências ao meio ambiente e a comunidade da região. 
 O Slurry Shield, assim como outros métodos, tem suas vantagens e desvantagens, tem alta 
produtividade, comparado a outros métodos, são requeridos em obras especificas onde se 
necessita de uma entrega em curto prazo, uma das desvantagens é o alto custo, e espaço de 
manejo, devido ao tamanho do equipamento e sua instalação. Enfim a utilização de novas 
tecnologias torna possíveis as construções de obras de alto grau de complexidade, hoje as obras 
de saneamento, optam mais por meios assim, para não haver grandes impactos ambientais. 
 
81 
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (1986), Estudo de 
Concepção de Sistemas de Esgotos Sanitários. ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
NORMAS TÉCNICAS. (1986). NBR 9648:1986. “Estudo de Concepção de Sistemas de 
Esgotos Sanitários”. 
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (1986), Projeto de Redes 
Coletoras de Esgotos Sanitários. ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS. (1986). NBR 9648:1986. “Projeto de Redes Coletoras de Esgotos Sanitários”. 
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (1986), Projeto de Estações 
de Tratamento de Esgoto Sanitário. ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS. (1986). NBR 9648:1986. “Projeto de Estações de Tratamento de Esgoto 
Sanitário”. 
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (1986), Projeto de 
Interceptores de Esgotos Sanitários. ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS. (1986). NBR 9648:1986. “Projeto de Interceptores de Esgotos Sanitários”. 
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2012), Procedimento para 
qualificação de mangoteiro de concreto projetado aplicado por via seca. ABNT, ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2012). NBR 13597:2012. “Procedimento para 
qualificação de mangoteiro de concreto projetado aplicado por via seca”. 
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2012), Concreto projetado - 
Reconstituição da mistura recém-projetada. ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
NORMAS TÉCNICAS. (2012). NBR 13044:2012. “Concreto projetado - Reconstituição da 
mistura recém-projetada”. 
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2012), Concreto projetado - 
Determinação dos tempos de pega em pasta de cimento Portland, com ou sem a utilização de 
aditivo acelerador de pega. ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 
(2012). NBR 13069:2012. “Concreto projetado - Determinação dos tempos de pega em pasta 
de cimento Portland, com ou sem a utilização de aditivo acelerador de pega”. 
82 
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2012), Moldagem de placas 
para ensaio de argamassa e concreto projetados. ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
NORMAS TÉCNICAS. (2012). NBR 13070:2012. “Moldagem de placas para ensaio de 
argamassa e concreto projetados”. 
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2012), Concreto projetado - 
Determinação do índice de reflexão por medição direta. ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA 
DE NORMAS TÉCNICAS. (2012). NBR 13317:2012. “Concreto projetado - Determinação 
do índice de reflexão por medição direta”. 
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Determinação do índice de reflexão em placas. ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
NORMAS TÉCNICAS. (2012). NBR 13354:2012. “Concreto projetado - Determinação do 
índice de reflexão em placas”. 
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2012), Termoplásticos - 
Determinação do índice de fluidez. ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS. (2012). NBR 9023:2015. “Termoplásticos - Determinação do índice de fluidez”. 
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2012), Plásticos - 
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Acesso em: 19 set. 2015 
COMPANHIA DE SANEAMENTO BASICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. NTS 001: Obras 
lineares pelo Método Subterrâneo com anéis segmentados de Concreto – “Mini Shield”. São 
Paulo: SABESP, 2001. 
http://www.tratabrasil.org.br/comeca-perfuracao-de-rocha-de-5-000-toneladas-que-vai-concluir-o-esgotamento-sanitario-do-rio-pinheiros-maxpress-online-geral
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COMPANHIA DE SANEAMENTO BASICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. NTS 021: 
Condutos Forçados. São Paulo: SABESP, 1999. 
COMPANHIA DE SANEAMENTO BASICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. NTS 025: 
Projeto de redes coletoras de esgoto. São Paulo: SABESP, 2006. 
COMPANHIA DE SANEAMENTO BASICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. NTS 026: 
Coletores-Tronco, Interceptores e Emissários por gravidade. São Paulo: SABESP, 1999. 
COMPANHIA DE SANEAMENTO BASICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. NTS 045: Tubo 
de Concreto Armado para Esgoto Sanitário. São Paulo: SABESP, 1999. 
COMPANHIA DE SANEAMENTO BASICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. NTS 162: Obras 
lineares executadas em concreto projetado pelo método NATM. São Paulo: SABESP, 2001. 
COMPANHIA DE SANEAMENTO BASICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. NTS 49: 
Polietileno - Determinação da Densidade por Deslocamento. São Paulo: SABESP, 1999. 
COMPANHIA DE SANEAMENTO BASICO DO ESTADO DE SÃO PAULO. NTS 50: 
Polietileno - Determinação do Tempo de Oxidação

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