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Aula 04: Fundamento de radio comunicação – Parte II PROF. JOÃO INÁCIO A. FERREIRA Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -2 Conteúdo Programático desta aula Ao final desta aula, você será capaz de: • Entender: • Spread Spectrum - SS, • Frequency Hopping Spread Spectrum - FHSS, • Direct Sequency Spread Spectrum – DSSS e • Orthogonal Frequency Division Multiplexing - OFDM. • Entender e especificar Antenas e acessórios de rádio. • Analisar Diagrama de irradiação. • Calcular perda no espaço livre, o alcance e a relação sinal/ruído. Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -3 Transmissão por espalhamento espectral O processo que possibilita que vários sinais possam ser enviados ao mesmo tempo em um mesmo canal, é chamado de multiplexação. Existem diferentes técnicas de multiplexação sendo as mais importantes a multiplexação por divisão em frequência, por divisão no tempo e por divisão em códigos. Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -4 Transmissão por espalhamento espectral O espalhamento espectral (SS) é uma técnica que distribui a informação a ser transmitida por uma largura de banda maior que a necessária para sua transmissão. Envolve a utilização de múltiplas portadoras (frequência) com o objetivo de aumentar a confiabilidade na recepção. Uma vantagem desta técnica é que, como a quantidade necessária de energia por banda é menor, garante uma maior imunidade a interferências. Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -5 Transmissão por espalhamento espectral O espectro utilizado nas aplicações de uso não-licenciado sofre com uma considerável quantidade de sinais interferentes. O uso desta técnica se justifica pois a banda de frequência disponível é dividida em canais independentes e os dados são enviados alternado-se o canal de transmissão ao longo do tempo. Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -6 Transmissão por espalhamento espectral O espalhamento do sinal pode ser obtido de várias formas, como por sequência direta, por salto de frequência ou formas híbridas. As técnicas de espalhamento espectral podem ser: • Com Salto de Frequência (FHSS) • Com Sequência direta (DSSS) Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -7 Transmissão por espalhamento espectral Frequency Hopping Spread Spectrum – FHSS O espectro de dispersão de saltos de frequência, em sistemas WLAN que operam na faixa de 2.400 a 2.483MHz, divide a banda em 79 canais com 1 MHz de largura cada um. Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -8 Transmissão por espalhamento espectral Frequency Hopping Spread Spectrum – FHSS Os dados são transmitidos por canais escolhidos por uma sequência pseudo-randômica e utilizada pelo transmissor e que deve ser conhecida do receptor para que a informação seja totalmente recuperada. Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -9 Transmissão por espalhamento espectral O uso de um mesmo padrão pseudo-aleatório por todas as estações, garante que estas mudem para a mesma frequência de forma simultânea seguindo a ordem de canais escolhidos. Isto gera também uma boa segurança já que para monitorar a transmissão será necessário o conhecimento prévio da sequência de canais utilizada. O FHSS tem como vantagem ser pouco sensível a interferência de rádio e como desvantagem uma baixa largura de banda. Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -10 Direct Sequency Spread Spectrum A técnica de espalhamento espectral por sequência direta combina dois sinais, o de informação, que tem uma taxa menor, com um outro de taxa mais elevada. A largura de banda necessária para transmitir um sinal digital esta diretamente relacionada com a taxa de bits deste sinal. Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -11 Direct Sequency Spread Spectrum A técnica chamada chipping, consiste em modular cada bit com a sequência Barker respectiva, conforme figura: Todo este processo espalha a banda transmitida do sinal resultante, reduzindo a potência de pico,mas mantendo a potência total sem alteração. Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -12 Orthogonal Frequency Division Multiplexing - OFDM Utilizada na primeira WLAN de alta velocidade, a 802.11a este método de modulação é utilizado em diversas tecnologias como xDSL. O OFDM divide a largura de banda disponível em várias faixas estreitas e modula cada uma com uma taxa de dados (bits) menor, em vez de transmitir mais dados em uma única portadora. A banda é dividida em 52 sub-canais, sendo 48 utilizados para transmissão de dados e 4 para controle. O OFDM pode utilizar modulação: • BPSK, • QPSK, • 16 QAM e 64 QAM. Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -13 Antenas As antenas são as responsáveis por promover a dispersão da energia confinada no cabo para o espaço e vice-versa. É um dispositivo crítico para o bom funcionamento de sistemas sem fio e com uma característica básica. Antenas devem possuir características de reciprocidade, ou seja, funcionam tanto para transmissão como para recepção. Equipamentos com antenas externas e que podem ter suas posições alteradas, permitindo uma nova polarização (mudança do ângulo), auxiliam na correção de problemas com interferências intra ou intersistemas em ambientes indoor ou outdoor. • Assim como em outras tecnologias de transmissão via rádio, a distância que o sinal é capaz de percorrer depende também da qualidade e do tipo da antena usada. As antenas dipole utilizadas por padrão nos pontos de acesso são pequenas, práticas e baratas, mas existe a opção de utilizar antenas mais sofisticadas para aumentar o alcance da rede. • O alcance típico de uma rede 802.11g é de 30 metros em espaços fechados (como uma casa ou um prédio, onde existem paredes e outros obstáculos) e 150 metros em campo aberto, sem obstáculos. Entretanto, a distância máxima e a qualidade do sinal (e, conseqüentemente, a velocidade de transmissão) podem variar bastante de um modelo de ponto de acesso para outro, de acordo com a qualidade e potência do transmissor e do ganho da antena usada pelo fabricante, sem contar os obstáculos presentes entre o ponto de acesso e o cliente. Antenas • As antenas usadas por padrão nos pontos de acesso são chamadas de dipole ou omnidirecionais, pois irradiam o sinal em todas as direções, permitindo que você se conecte à rede a partir de qualquer ponto na área em torno do ponto de acesso. Na verdade, o "em todas as direções" é uma figura de linguagem, pois as antenas concentram o sinal na horizontal, em um raio de 360 graus, irradiando, em compensação, pouco sinal na vertical. Antenas Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -16 O objetivo principal das antenas não é o de amplificar o sinal transmitido, apenas direcionam (focalizam) a energia deste sinal. As dimensões de uma antena devem ser proporcionais à frequência em que operam. Antenas Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -17 Ganho e Diretividade O ganho é a relação entre a energia irradiada por uma antena com base no diagrama de irradiação da mesma, em comparação com as mesmas características de uma antena isotrópica (irradiador hipotético capaz de irradiar em todas as direções), ambas de mesma potência. Antenas Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -18 Ganho e Diretividade O ganho é a representação numérica dessa diretividade indicando o quanto a antena verificada é mais diretiva que a antena isotrópica, e não deve ser interpretado como uma amplificação de potência. Uma antena com um lóbulo principal de maior ângulo possui menor diretividade mas cobre uma área maior, já uma antena com um lóbulo de ângulo mais fechado tem maior diretividade e concentra maior energia.Uma antena terá uma maiordensidade de potencia irradiada em uma determinada direção, quanto maior for sua diretividade e o seu ganho. Antenas Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -19 Antenas Polarização A polarização refere-se à posição do campo elétrico em relação a Terra, sendo vertical quando está perpendicular ao eixo e horizontal quando está paralela ao eixo.A polarização de uma antena pode ser vertical, horizontal ou circular e é uma propriedade da RF produzida na antena. Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -20 Polarização Alguns sistemas podem operar com antenas de dupla polarização. Esta característica permite a mudança da orientação de polarização de acordo com determinados efeitos indesejáveis, como minimizar efeitos de interferências. Antenas Antenas omnidirecionais Antenas omnidirecionais • As antenas do ponto de acesso devem ficar sempre na posição vertical, a menos é claro que se deseje que o sinal seja irradiado na vertical, de forma a conseguir se conectar à rede quando estiver no andar de cima, por exemplo. Ao instalar o ponto de acesso, o ideal é que ele fique em uma posição central e um pouco mais alto que os móveis e demais obstáculos, de forma que o sinal possa trafegar até os clientes sem muitos desvios. Se instalar o ponto de acesso em uma posição central não for possível, considere usar uma antena setorial ou um defletor caseiro (veja a seguir), de forma a direcionar o sinal para a área desejada. • A partir daí, é possível aumentar a potência de transmissão do ponto de acesso de duas maneiras: A) Usando um amplificador de sinal, de forma a aumentar a potência de transmissão do ponto de acesso. B) Substituindo a antena padrão por uma antena de maior ganho, ou seja, por uma antena que concentre o sinal, permitindo que ele atinja distâncias maiores. Antenas omnidirecionais • Existem no mercado antenas omnidirecionais com maior ganho, que podem substituir diretamente as antenas do ponto de acesso. Temos aqui uma antena de 5 dBi ao lado de uma antena padrão de 2.2 dBi: Antenas omnidirecionais • Antenas omnidirecionais maiores, de uso externo, podem oferecer ganhos de 10 ou até mesmo 15 dBi. O sinal continua sendo transmitido em todas as direções na horizontal, mas o ângulo vertical se torna muito mais estreito em relação ao oferecido pelas antenas padrão, ou seja, o maior ganho da antena não faz com que ela transmita mais sinal, mas apenas com que concentre a transmissão em uma faixa mais estreita: Antenas direcionais • As antenas direcionais, que além de concentrarem o sinal na vertical, concentram-no também na horizontal, fazendo com que, em vez de um ângulo de 360 graus, o sinal seja concentrado em um ângulo de 90 graus ou menos. • As primeiras em ordem hierárquica são as antenas setoriais, que concentram o sinal em um ângulo de aproximadamente 90 graus, ou seja, um quarto de um círculo completo. Se instaladas no canto de um galpão ou cômodo, elas distribuem o sinal em todo o ambiente, deixando pouco sinal vazar no outro sentido. A maioria das antenas setoriais trabalham com ganho de 12 a 17 dBi. Embora no papel a diferença possa parecer pequena, uma antena de 17 dBi trabalha com uma potência de transmissão pouco mais de 3 vezes maior que uma de 12 dBi. Antenas direcionais • Duas variações das antenas setoriais são as patch antenas (antenas de painel) e as round patch antenas (antenas circulares). • As patch antenas são antenas quadradas, que contêm internamente uma folha de metal. Elas trabalham com um ângulo de cobertura mais aberto do que as antenas setoriais, mas em compensação oferecem menos ganho, servindo como uma espécie de meio-termo entre elas e as antenas ominidirecionais: Antenas direcionais • Em seguida temos as antenas yagi, que oferecem um ganho ainda maior, mas em compensação são capazes de cobrir apenas uma pequena área, para a qual são diretamente apontadas (normalmente em um raio de 24 x 30 graus, ou mais estreito). Antenas direcionais • Continuando, temos as antenas parabólicas, que também captam o sinal em apenas uma direção, de forma ainda mais concentrada que as yagi, permitindo que sejam atingidas distâncias ainda maiores. A maioria das antenas parabólicas destinadas a redes WI-FI utilizam uma grelha metálica no lugar de um disco sólido, o que reduz o custo e evita que a antena seja balançada pelo vento, saindo de sua posição ideal. Por causa disso, elas são também chamadas de antenas de grelha, ou grid antennas, em inglês. A maioria das miniparabólicas disponíveis no mercado oferecem ganhos de 22 a 24 dBi, mas pesquisando é possível encontrar antenas com ganhos ainda maiores. Para uso profissional, existe também a opção de usar antenas parabólicas com refletor sólido, que oferecem ganhos de até 32 dBi. Entretanto, devido ao alto ganho, é muito difícil usar uma (legalmente) sem obter a licença apropriada junto à Anatel Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -29 Acessórios para redes sem fio Divisor - Splitter Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -30 Acessórios para redes sem fio Divisor - Splitter Utilizado para dividir o sinal de saída, para alguma finalidade específica, como ampliar a área de cobertura incluindo mais uma antena para alcançar uma área não atendida por uma única antena. Características como: • perda por inserção (atenuação), • fator de divisão de potência (perda teórica por divisão) e • isolamento (Atenuação entre as saídas do divisor), devem ser observados antes da utilização deste acessório. Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -31 Acessórios para redes sem fio Amplificador de Potência Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -32 Acessórios para redes sem fio Amplificador de Potência Utilizado para amplificar o sinal transmitido ou recebido. São úteis para compensar perdas por atenuações. Quando utilizados em sistemas ponto-área (um ponto para diversas estações) devem ser bidirecionais (amplificar o sinal transmitido e o recebido), pois caso contrário devem ser também incluídos nas estações, o que em alguns casos não é possível. Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -33 Acessórios para redes sem fio Power Over Ethernet – PoE Baseado no padrão IEEE 802.3af, que define o uso do cabo Ethernet (cabo de dados) para conduzir também a energia elétrica necessária a alimentação do equipamento. Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -34 Acessórios para redes sem fio Conversores de frequência Utilizados com a finalidade de alterar a frequência de comunicação entre dois dispositivos. Devem ser utilizados em pares (transmissor – receptor). Úteis quando a frequência padrão, utilizada, está comprometida por excesso de ruído (interferências). Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -35 Acessórios para redes sem fio Protetor de Linha Utilizado para proteção contra descargas atmosféricas quando a antena está instalada em área externa e conectada por cabo de RF. Não esquecer do aterramento bem executado para todos os dispositivos. Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -36 Diagrama de irradiação A descrição da energia irradiada por uma antena é de grande importância, por representar graficamente esta característica em um determinado plano. O diagrama exibe, entre outros parâmetros: • Plano de irradiação vertical e horizontal; • Relação de irradiação frente/costa; • Abertura do feixe. Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -37 Diagrama de irradiação de uma antena dipolo de meia onda Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -38 Diagrama de irradiação de uma antena isotrópica Antena teórica ideal, usada como referência para descrever propriedades diretivas de antenas reais. Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -39 Diagrama deirradiação, em três dimensões,de uma antena dipolo. Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -40 Diagrama de irradiação de uma antena setorial Normalmente utilizadas em sistemas ponto-multiponto e ponto-área. Mais comuns em ângulos de 30, 60, 90 e 120 graus de abertura. Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -41 Diagrama de irradiação de uma antena omni. Transmissão horizontal de 360° e vertical mais estreita. Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -42 Diagrama de irradiação de uma antena parabólica vazada. Ângulos vertical e horizontal estreitos, maior alcance. Podem ter o alimentador focal (no ponto focal da antena) ou alimentador off-set (fora do ponto focal). Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -43 Cálculos de potência Perda no espaço livre (Free Space Loss - FSL) Ondas de rádio se propagam no espaço em linha reta e parte da potência de irradiação se perde no espaço livre, mesmo sem obstáculos. O FSL é uma medida em decibel e que representa a quantidade de força de sinal que é perdida no espaço livre. Também não leva em consideração os ganhos das antenas e/ou perdas no cabo. O FSL é proporcional aos quadrados da distância e da frequência. Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -44 Cálculos de potência FSL(dB) = 92,4 + 20log(d.f) Onde: d = distância em quilômetros f = frequência (GHz) Para f em MHz, a fórmula será: FSL(dB) = 32,4 + 20log(d.f) Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -45 Cálculos de potência Alcance e relação sinal/ruído Não é suficiente que o sinal transmitido atinja o receptor com um nível de sinal maior que a sensibilidade do mesmo. Um sinal com potência ideal mais com muito ruído não será adequado ao bom funcionamento. A relação entre o sinal e o ruído (SNR – Signal Noise Ratio) é o valor obtida da relação entre a potência da portadora no receptor, e a potência do ruído, numa dada largura de banda, expressa em dB. Os ruídos podem ter origem térmica, industrial ou de outro sistema sem fio. Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -46 Cálculos de potência Alcance e relação sinal/ruído A SNR pode ser obtida pela expressão: SNR = 10log(Ps/Pr) Onde: Ps = potência do sinal (Watt) Pr = potência do ruído (Watt) Fundamentos de radio comunicação – Parte II – AULA 04 -47 Resumo da Aula • Spread Spectrum - SS, • Frequency Hopping Spread Spectrum - FHSS, • Direct Sequency Spread Spectrum – DSSS e • Orthogonal Frequency Division Multiplexing - OFDM. • Entendeu e especificar Antenas e acessórios de rádio. • Analisou Diagrama de irradiação. • Calculou perda no espaço livre, o alcance e a relação sinal/ruído.
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