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SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS www.esab.edu.br 3 Sumário 1. Apresentação I.......................................................................08 2. Tipos de Sistemas de Comunicação Móvel.............................09 3. Causas da Atenuação do Nível do Sinal................................23 4. Construindo um Balanço de Potência....................................35 5. Técnicas de Acessos Múltiplos...............................................53 6. Sistema de Comunicações Via Satélite.................................65 7. Resumo I................................................................................83 8. Apresentação II......................................................................84 9. Redes WPAN (Bluetooth, ZigBee, VLC e WBAN)..................85 10. Tecnologia Wi-Fi.....................................................................97 11. RFID e Sistemas de Comunicação Veicular...........................110 12. WMAN e WWAN..................................................................122 13. Evolução da Tecnologia WWAN (Projeto I) .........................133 14. Resumo II.............................................................................153 15. Apresentação III...................................................................154 16. Características de Sistemas WWAN (Projeto II).................155 17. 2ª e 3ª Geração do Sistema WWAN (Sistema CDMAOne)..........................................................................162 18. 3ª Geração do Sistema WWAN (CDMA2000 & WCDMA)..............................................................................169 19. 4ª Geração do Sistema WWAN...........................................176 20. LTE–Advanced.....................................................................181 21. Resumo III............................................................................192 22. Glossário..............................................................................193 23. Bibliografia...........................................................................212 www.esab.edu.br 4 Sobre o Autor Engenheiro eletrônico especializado nas áreas de Teleinformática e Telecomunicações. Mestrado e Doutorado outorgados pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em 1998 e 2004 respectivamente. A Tese de Mestrado rendeu o primeiro prêmio “Comandante Quandt de Telecomunicações” na TELEXPO de São Paulo em 1999. Categoria: Trabalhos Técnicos. Autor de softwares na área de engenharia de tráfego, principalmente para medir, analisar e emular o comportamento agregado de pacotes IP. Autor de vários artigos técnicos apresentados em importantes congressos a nível nacional e internacional. Boa experiência no estudo, análise, dimensionamento e implementação de projetos na área de Teleinformática. Palavras do Tutor Caros alunos, é com muita alegria que a ESAB chega até você através deste material de estudo preparado e pensado sobre um tópico muito importante e bastante atual na vida cotidiana de todos nós, que são os Sistemas de Comunicações Móveis. A tecnologia, sobre das telecomunicações, de uma forma generalizada domina a sociedade atual, interligando pessoas e organizações. Os sistemas de comunicação em particular desempenham um papel predominante, neles assentando o trabalho, segurança, bem-estar ou qualidade de vida de muitos cidadãos. Os exigentes e constantes requisitos de mobilidade, capacidade de transmissão (largura de banda) ou qualidade de serviço estão na base da proliferação tecnológica a que se assiste diariamente. www.esab.edu.br 5 É desta maneira que a presente apostila, e consequentemente o módulo completo, tem como único objetivo de servir como um apoio presencial para a disciplina de SISTEMAS DE COMUNICAÇÕES MÓVEIS e seu conteúdo foi pensado de forma que possa ser útil para seu aprendizado fácil e didático ao longo do curso. Para que você, caro aluno, possa fazer um bom uso desta apostila é de fundamental importância a leitura, resolução das atividades e acesso às referências extras apresentadas no final da mesma. Não esqueça de ler constantemente este material, e tirar suas dúvidas ou observações com o tutor, acompanhar regularmente a disciplina em seu ambiente On-line de aprendizagem, além de interagir com o suporte acadêmico, professores, tutores e colegas. Desejamos assim um excelente aprendizado e que você possa utilizar e colocar em prática os conhecimentos adquiridos neste módulo. Lembre-se, o seu sucesso depende de seu esforço e dedicação. Um grande abraço e bons estudos! Prof./Tutor Aníbal D. A. Miranda Apresentação Introduzir e familiarizar ao aluno com os conceitos básicos e avançados dos Sistemas de Comunicações Móveis, e mostra a importância destes sistemas no mundo atual, pois praticamente ninguém, de uma ou outra forma, está fora da interconexão neste mundo globalizado. Dessa forma, entender a importância desta www.esab.edu.br 6 explosão de interconectividade na vida atual, pois moramos cada vez em um ambiente de comunicações digitais, o que se conhece com o nome de cidades digitais, portanto, ter um conhecimento básico porem sólido sobre estes sistemas móveis no mundo das telecomunicações, para um professional da área da Tecnologia da Informação (TI) é fundamental e mandatório. Objetivos Temos três (3) objetivos muito bem definidos nesta apostila, cada um deles abrange cinco (5) unidades consecutivas da mesma e são explicados a seguir. • 1º objetivo (Unidades 1 até 5): Ter uma ideia básica, porem clara sobre tipos de Sistemas de Comunicação Móvel, assim como saber as causas que produzem uma atenuação de um sinal transmitido no espaço livre, saber identificar os dispositivos que fornecem energia (potência) e quais outros consumem energia dentro e um sistemas de telecomunicações. Entender o que se conhece como as técnicas de acesso de múltiplos sinais (usuários) em um sistema de comunicações via satélite. Toso esses pontos fazem parte do 1° objetivo deste módulo • 2º objetivo (Unidades 6 até 10): Aqui teremos uma visão ampla, geral e bastante completa sobre todo os tipos de redes sem fio, começando pelas que tem uma cobertura de metros, tais como as redes de cobertura pessoal PAN (Bluetooth, ZigBee, VLC e WBAN), também estudaremos a tecnologia Wi-Fi utilizada em redes com cobertura de área local. Para depois prosseguir com as redes de maior cobertura, tais como as MAN e WAN sem fio, sendo um exemplo típico de uma WMAN as redes WiMAX. Para www.esab.edu.br 7 finalmente estudar a evolução das redes de área estendida (sem fio) WWAN, um primeiro projeto encerra este 2° objetivo. • 3º objetivo (Unidades 11 até 15): O nosso 3° e último objetivo começa com um segundo projeto sobre as características dos sistemas WWAN, neste sentido serão vistas e estudadas (em grande detalhe) as gerações 2ª, 3ª, 4ª e 5ª dos sistemas WWAN. Desta forma concluímos o último objetivo deste módulo dedicado aos Sistemas de Comunicação Móveis. Espera-se que este material seja de grande valia para o aluno tanto no desempenho da sua vida acadêmica assim como para sua vida profissional. Ementa Neste módulo apresentamos de forma geral os conceitos básicos, porem completos sobre os Sistemas de Comunicações Móveis tão em voga nos dias atuais. Portanto, conceitos tais como, sistemas celulares, arquiteturas de múltiplo acesso, reutilização de frequências, gerenciamento da utilização de canais e padrões de comunicação, entre muitos outros de grande importância nas telecomunicações atuais, serão vistos e estudados ao longo deste módulo, desta maneira tentamos fazer um compilado bastante completo sobre tais assuntos para o aluno ter uma boa base na análise e estudo dos Sistemas de Comunicações Móveis, certamente a informação obtida neste módulo lhe será muito útil tanto academicamente como na sua vida profissional. www.esab.edu.br 8 1º Introdução aos Sistemas de Comunicações Móveis Neste 1ºeixo temático temos como objetivo o estudo dos conceitos básicos dos Sistemas de Comunicações Móveis, mais conhecidos como sistemas sem fio. Uma das principais características (e preocupações) destes sistemas é o fato que o sinal enviado (que é o sinal desejado) sofre degradações (leia-se atenuações) ao longo do percurso livre entre as antenas transmissoras e receptoras. Este assunto é tratado aqui de maneira completa. Assim como as diversas técnicas de acesso múltiplo para sistemas de comunicações móveis terrestres como sistemas de comunicações via satélite. • Unidade 1: Tipos de Sistemas de Comunicação Móvel • Unidade 2: Causas da Atenuação do Nível do Sinal • Unidade 3: Construindo um Balanço de Potência • Unidade 4: Técnicas de Múltiplos Acessos • Unidade 5: Sistema de Comunicações Via Satélite www.esab.edu.br 9 Introdução Os Sistemas de Comunicações Móveis Digitais, são usados em uma grande variedade de aplicações utilizando para isto vários tipos de tecnologias que possibilitam a realização do transporte, tanto de voz, de vídeo assim como dados. Algumas das tecnologias utilizadas pelos atuais sistemas de comunicações móveis podem ser consideradas de ponta, porém, a maior parte é amparada por tecnologias, projetadas a partir do final do século XX, ainda capazes de atender a demanda do usuário. Na seguinte figura se mostra de maneira completa a evolução destes sistemas. (DAHLMAN, 2011) www.esab.edu.br 10 Evolução dos sistemas móveis comerciais sem fio Tipos de Sistemas Os Sistemas de Comunicações Móveis são divididos em sete tipos de redes, a seguir apresentamos esses diferentes sistemas com as explicações necessárias para cada um deles. (RUMMEY, 2009) Sistemas de Modo Direto Esta é uma rede em que a estação móvel pode conversar diretamente com outra estação congênere, ou grupo de congêneres, sem a intermediação de uma estação base fixa. Este modelo de comunicação é ainda utilizado em algumas redes como www.esab.edu.br 11 alternativa ao método móvel-fixo-móvel em que uma estação fixa coordena a comunicação entre estações móveis. A comunicação no modo direto é bastante utilizada por forças militares, equipes de resgates, comunicações entre navios ou eventos públicos. Dentre as vantagens de operar nesse modo de comunicação pode-se citar: inexistência de custo com infraestrutura, rápida implantação, não limitação do serviço a uma determinada área, simplicidade de operação e, no caso de operações militares destaca-se, a utilidade que a comunicação de curto alcance provê em relação a não possibilidade de interceptação por parte do inimigo. No entanto, as restrições a seguir também são encontradas no modo direto: dificuldade de planejamento do sistema com antecedência, adequação apenas a pequenos números de assinantes em virtude de o tráfego limitar o desempenho do sistema e também a alta vulnerabilidade a interferências, embora mesmo com estas limitações o sistema continua sendo utilizado face sua utilidade em operações temporárias. (DAHLMAN, 2011) Único Sítio Este é o mais simples tipo de rede móvel. A configuração possui infraestrutura fixa capaz de fornecer cobertura sobre uma pequena área de serviço. Esse modo caracteriza-se ainda por realizar operações simples e também pelo fato de permitir a um grupo de assinantes acessar um único outro assinante do serviço por vez. Entre os aproveitamentos usuais do único sítio encontram- se: aplicações aeronáuticas e marítimas, companhias de taxi além de serviços de emergência. www.esab.edu.br 12 As principais vantagens atribuídas a esse sistema são: • Baixo custo da estação base e das unidades móveis • Compartilhamento do espectro entre vários usuários e padrões • Simplicidade do projeto já que as únicas variáveis são o tamanho e localização da antena. Já as desvantagens são: • Limitada capacidade para suportar grande número de assinantes • Possibilidade de um assinante não autorizado bloquear o sistema. Simulcast Neste modo, várias ERB (Estações Rádio Base), são implantadas na região onde o serviço será oferecido e é utilizado quando a área a ser coberta é extensa e a demanda de fluxo é baixa. No Simulcast cada estação móvel transmite a mesma informação sobre frequências iguais e cada assinante situado nas áreas cobertas pelo Simulcast recebe o sinal das ERBs dessa região. (RUMMEY, 2009) Nesse sistema, devido a questões de múltiplos percursos, vários sinais provenientes do usuário acabam chegando à estação rádio base. Esses sinais são analisados e o sinal de intensidade mais forte é aceito, sendo ignorados sinais com menor potência e diferente fase. Esta ação contribui para um melhor Uplink do sinal. Já no Downlink, quando o sinal oriundo de duas ou mais estações www.esab.edu.br 13 chegam ao dispositivo móvel com potências semelhantes o aparelho sofre um fenômeno denominado Beating, onde um ruído no áudio que dificulta a compreensão da mensagem. Como público alvo do Simulcast destacam-se: os serviços de emergência, marítimos e comunicações aeronáuticas entre terra e aeronaves. Os principais benefícios oferecidos pelo Simulcast são: • Baixo custo de implantação do sistema • Cobertura em grandes áreas utilizando mínima infraestrutura • Diminuição dos riscos por ser considerada uma tecnologia madura, adequada à instalação em diversos locais. Já as limitações são: • Dispositivo móvel do usuário deve estar habilitado a trabalhar com grandes atrasos de propagação além de não poder acomodar alta demanda de tráfego. Os projetos de redes Simulcast são considerados mais complexos do que os elaborados para redes do tipo Único Sítio, em virtude da existência de mais variáveis. Frequentemente, isto exige que sejam escolhidas áreas com reduzido número de obstruções dentro do horizonte de cobertura. Além disso, o projeto deve incluir planejamento para deslocamento de frequência; atraso de emissão do sinal, e os ajustes de interferência são realizados longe das áreas operacionalmente importantes. O projeto também deve considerar a necessidade de se efetuar a interligação das estações rádio base através de centrais de telefonia pública ou redes privadas ponto a ponto permitindo o encaminhamento das chamadas através de tais redes. (RUMMEY, 2009) www.esab.edu.br 14 Sistema de Rádio Entroncado No Sistema de Rádio Entroncado, um único circuito é compartilhado por vários assinantes, através de técnicas de multiplexação no tempo (TDM), na frequência (FDM) ou por codificação do sinal (CDM). Diferente dos sistemas móveis anteriores, em que uma única frequência é utilizada, no Sistema de Rádio Entroncado existem várias frequências de uso paralelo, permitindo assim a sobreposição dos nós de acesso. Essas frequências podem ser reutilizadas em diversas áreas, desde que tais regiões estejam distantes o suficiente uma das outras evitando assim interferências. (ANDERSON, 2003) O Sistema de Rádio Entroncado apresenta algumas vantagens em relação às anteriormente discutidas, como por exemplo, a área de serviço ser de tamanho elevado; a reutilização da frequência proporcionando eficiência espectral além de proporcionar diversos serviços, atais como, chamada em grupo, alerta de emergência e inibição de uso de aparelhos roubados ou perdidos, este sistema fornece ainda a capacidade de Roaming possibilitando aos usuários transitar entre diversas redes sem a perda do sinal, por ser, um sistema de baixo tráfego, ele é mais eficiente que o sistema celular; também a sua infraestrutura é inferior ao sistema celular possibilitando a instalação de forma mais rápida e barata. (DAHLMAN, 2011) As principais desvantagens desta arquitetura é ter maior custo que os métodos mais simples, além da necessidade de haver tráfego menor que o sistema celular. Dentre os usuários desse sistema estão os serviços de emergência e redes militares. www.esab.edu.br 15 O projeto dessas redes deve considerar questões como: a infraestrutura, a entregada chamada (Handover), atribuição de frequência visando minimizar interferências, ajuste de cobertura de áreas individuais visando atender a capacidade do tráfego, capacidade suficiente para atendimento da demanda de tráfego e seleção de áreas capazes de cobrir o maior número de usuários. Sistema Celular No Sistema Celular a área total onde será fornecido o serviço é dividida em várias subáreas denominadas células, os usuários pertencentes a estas subáreas são servidos por infraestrutura e frequências atribuídas a cada célula, embora tais frequências possam ser reutilizadas em células distantes. O projeto do Sistema Celular é considerado mais complexo que dos outros sistemas já descritos, pois deve simultaneamente considerar a cobertura e a capacidade do tráfego sem excluir as restrições da alocação da frequência. Na prática, os sistemas móveis instalados em uma determinada área, dependem da composição das abordagens discutidas anteriormente. www.esab.edu.br 16 Sistema de telefonia celular Mecanismos de Propagação e Modelagem Um enlace de Sistema Móvel é composto pelos elementos transmissor e receptor além do canal de comunicação. Os Sistemas de Comunicações Móveis estão diretamente ligados a modelos que preveem o comportamento das ondas de rádio transmitidas pelas redes implantadas nesses sistemas. Assim, a correta escolha e configuração do modelo de propagação é fator preponderante para o sucesso de qualquer projeto. (GRAHAM,2007) Propagação do Sinal A literatura afirma que os serviços móveis podem utilizar faixas de frequências compreendendo entre 0.3 MHz, correspondendo a frequência média (MF) e a 3 GHz denominada de frequência ultra alta (UHF). No entanto, os atuais serviços móveis operam na faixa entre 30 MHz, considerada frequência muito alta (VHF) e 3 GHz. www.esab.edu.br 17 Independente da frequência utilizada em um sistema de comunicações móveis, o comprimento de onda (λ) do sinal, é calculado conforme a relação dada por, (DAS, 2010) Onde, c ≈ 8 × 108 m/s (metros por segundo) é a velocidade de propagação da luz e é a frequência de operação medida em Hertz (ciclos por segundo). Este valor de λ é pequeno em comparação ao tamanho das características do terreno, construções e outras estruturas, logo estes fatores exercem um considerável efeito na propagação da energia do sinal. Devido a estes atributos, a propagação nas bandas VHF e UHF possuem as seguintes peculiaridades: existência de difusão entre transmissor e receptor em face de distância, reflexão em superfícies planas, espalhamento nas superfícies irregulares, refração em virtude de mudanças nos atributos da atmosfera (especialmente com a altitude), difração originada pela presença de obstruções sólidas e absorção originada pela existência de objetos que atenuam a energia de radiofrequência (RF). (DAS, 2010) Modelos Com base nesses fenômenos alguns modelos de propagação fo- ram elaborados, tais como: • Modelo Espaço Ponto: destinado a fornecer uma estimativa geral da propagação da onda de rádio com base em características nominais ao invés de dados do caminho específico. www.esab.edu.br 18 • Modelo Ponto a Ponto: fundamentado em predições matemáticas e físicas do enlace, tendo por objetivo oferecer uma eficiente e simplificada simulação computacional do cenário do enlace. Neste modelo, o método mais comum de atingir este objetivo é através do Elipsoide de Fresnel e suas variações como, por exemplo, a difração do gume de faca. • Modelo híbrido: compartilha as características do modelo empírico (Modelo Espaço-Ponto) e do determinístico (Modelo Ponto a Ponto). Este é o modelo mais utilizado por oferecer um potencial computacional com menor custo de implementação além de considerar de forma simplificada os elementos naturais e artificiais existentes na superfície terrestre. Pontos Principais de um Projeto de Comunicações Móveis Na elaboração de um projeto para um Sistema de Comunicações Móveis, alguns pré-requisitos devem ser considerados, como: Distância Qualquer sinal irradiado tem sua potência reduzida à medida que se afasta da fonte de irradiação. Quando nenhum outro fator, além desse, está presente a perda de potência, em função da frequência e da distância, é dada por: Onde, L é a perda em dB (decibéis), ƒ é a frequência em MHz e d é a distância em km. www.esab.edu.br 19 Reflexão A Reflexão das ondas de rádios ocorre quando a onda encontra grandes superfícies planas causando modificações na fase do sinal. Este fenômeno cria um caminho secundário entre transmissor e receptor originando duas ondas que sofrerão interferência na antena receptora visto que há uma diferença de tempo entre a chegada delas. Esta interferência pode ser: construtivas ou destrutivas. O vetor soma decorrente desta interferência varia em amplitude, fase e intensidade. Fenômeno da reflexão Espalhamento O Espalhamento apresenta características similares à Reflexão, porém esta ocorre quando a superfície não é lisa e, portanto, os reflexos ocorrem de forma desorganizada. Na prática, esta é a situação mais frequente. A modelagem do Espalhamento é considerada mais complexa que a modelagem realizada para www.esab.edu.br 20 Reflexão, por este motivo, pequenas modificações na posição do receptor provocam grandes mudanças no nível do sinal recebido. Refração A Refração ocorre sempre que a onda atravessa meios com diferentes níveis de atmosfera e, portanto, com diferentes índices de Refração Atmosférica. Em geral, a variação do índice de Refração provoca o dobramento da onda eletromagnética para baixo fazendo com que o horizonte da onda se estenda a uma distância maior que o horizonte ótico. A onda celeste (ou ionosférica) se propaga na atmosfera por meio de refrações na ionosfera, retornando à superfície terrestre. Ao retornar, ela pode ser refletida na ionosfera, repetindo o processo e possibilitando transmissões a longas distâncias. A ionosfera influi de maneira decisiva na propagação por onda celeste, pois pode agir como condutor, absorvendo parte da energia da onda transmitida, ou como espelho rádio, refratando a onda celeste na superfície. A capacidade da ionosfera de retornar uma onda de rádio depende de fatores como densidade de íons, ângulo de irradiação e frequência de transmissão. Em algumas situações, a onda nem mesmo é refratada, atravessando a ionosfera. www.esab.edu.br 21 Fenômeno da refração Difração A Difração acontece quando o caminho entre uma estação rádio base e o dispositivo móvel é obstruído por elementos, tanto naturais como artificiais. Fenômeno da difração www.esab.edu.br 22 Absorção O nível do sinal pode ainda ser atenuado quando ele é consumido pelo meio. Esta Absorção pode ser em decorrência da presença de construções, vegetação, veículos e também seres humanos. Outros Outros Itens importantes na elaboração do projeto, além dos fenômenos naturais expostos anteriormente, são os seguintes: • Intervalo de frequência; • Tamanho do enlace; • Características do ambiente de implantação; • Altura da antena; • Verificação de se o modelo escolhido se aplica ao que está sendo planejado e coincide com os dados disponíveis. www.esab.edu.br 23 Introdução Dentre os fatores que impedem uma melhor qualidade do sinal em Sistemas de Comunicação Móvel encontra-se o fading, ou desvanecimento (em português), também está a propagação por múltiplos percursos e propagação inclinada. Entender as características destes fenômenos e conhecer os modelos estatísticos já produzidos, que descrevem alguns desses acontecimentos, é essencial para elaboração de um excelente projeto de Redes Móveis. Tipos de Fading A literatura especializada em sistemas móveis de comunicação classifica o Fading em dois tipos: em pequena e em larga escala. Fading em Larga Escala Este fenômeno inclui efeitos provenientes do relevo, vegetação e construções sendo caracterizado pela distribuição Log Normal. OFading em larga escala diferencia-se por atingir dispositivos móveis a uma distância de vários comprimentos de onda. www.esab.edu.br 24 Fading em Pequena Escala O fading em pequena escala é um fenômeno que causa variações no nível do sinal em intervalos correspondentes a ½ λ. Ele é causado por Espalhamento e Reflexões, ocorrendo principalmente nas proximidades da antena receptora. Essa manifestação é intensificada se a antena estiver situada próxima a obstruções. Esse sintoma pode ser percebido quando usuário de telefonia móvel se encontra localizado em uma região cuja cobertura apresenta baixa qualidade, em tal situação, o usuário é obrigado a procurar um local onde o sinal recebido possua um nível aceitável, portanto, a elevada variabilidade é efeito da atuação do fading em pequena escala. Medições práticas e trabalhos teóricos mostram que em situações em que o elemento móvel se encontra em um ambiente com intenso barulho e não há linha de visada com a estação rádio base o fading em pequena escala, possui distribuição semelhante à de Rayleigh. Esta manifestação é frequentemente associada a situações em que o usuário está localizado na borda da área de cobertura. Ele também afeta sistemas aeronáuticos, contudo, nesses casos, o efeito é decorrência de mudanças na fase da linha de visada e da existência de pelo menos um caminho devido à reflexão, fato comum em tais enlaces. Correção do Fading A compensação do fading é realizada inserindo no projeto uma margem de tolerância em dB garantindo assim, que o nível do sinal alvo seja superior a um valor mínimo em determinada percentagem de locais. www.esab.edu.br 25 Como exemplo, supondo-se que o nível médio do sinal em determinado setor seja “X” dBm e a maior parte dos modelos estatísticos existentes afirme que em 50% dessa área a intensidade do sinal é inferior a esse valor médio e outros 50% está acima desse limiar aceitável. Para efeitos de planejamento esta situação também deve ser considerada, pois se a exigência for uma cobertura de 90% e só em 50% dos pontos esse nível é atingido, logo o serviço apresentado está bem inferior ao desejado. Projeto Em resumo, o processo para determinar o nível de sinal real a ser utilizado em um determinado sistema móvel apresenta os seguintes passos: • Identificar a métrica de desempenho, por exemplo, 98% de cobertura; • Determinar qual distribuição estatística é a melhor a ser utilizada (Log-Normal, Rayleigh); • Determinar o valor do desvio padrão a ser utilizado no cálculo. Isto será baseado em dados medidos; • Calcular o coeficiente do desvio padrão para alcançar a probabilidade que o valor desejado precisa exceder (por exemplo 3σ); • Multiplicar o desvio padrão pelo seu coeficiente para alcançar a margem desejada em dB. Se, por exemplo, se o desvio padrão é 4 dB e o coeficiente 3σ então a margem desejada será 4 x 3 = 12 dB. • Adicionar este valor ao nível de potência do sinal emitido. www.esab.edu.br 26 Propagação por Múltiplos Percursos A Propagação por Múltiplos Percursos ocorre devido a reflexões, difrações e espalhamentos. Estes múltiplos caminhos possuem diferentes comprimentos e assim ocorre uma variação no momento da chegada do sinal no receptor. Esta variação temporal é definida como atraso de propagação, que pode ser calculado a partir do perfil de atraso da energia do canal do rádio. Felizmente, a propagação por múltiplos percursos não atinge receptores GSM, pois os dispositivos móveis que utilizam este padrão são equipados com um equalizador capaz suprimir diferenças referentes a atraso provenientes de múltiplos percursos de até 16 µs ou 4,5 km de comprimento. Propagação Inclinada A Propagação Inclinada se caracteriza pelo fato da perda de potência do sinal de rádio no espaço livre ser proporcional ao quadrado da distância (r) existente entre transmissor e receptor. Em um enlace entre a estação rádio base (ERB) e o dispositivo móvel, conforme dados apresentados na Tabela 3.1 dependendo do tipo do terreno o nível de potência do sinal apresenta uma queda entre 25 e 50 dB. A seguinte tabela mostra a quantificação de queda em um enlace entre uma ERB e um dispositivo móvel. Tipo de ambiente Queda (dB) Urbano densamente povoado 25 Urbano povoado 30 Urbano levemente povoado 40 Rural >45 www.esab.edu.br 27 Modelos Estatísticos Modelos estatísticos são importantes, pois descrevem como o nível do sinal recebido varia em torno do valor médio calculado pelo modelo de propagação e também para saber se o sinal recebido estará abaixo ou acima da sensibilidade do dispositivo móvel. As distribuições mais utilizadas para modelar as atenuações presentes em sistemas móveis são: Log normal e Rayleigh. Distribuição Log normal A distribuição Log normal é a versão logarítmica da distribuição normal ou Gaussiana. Esta distribuição é amplamente utilizada em sistemas móveis em virtude de representar o efeito de grandes obstruções no caminho da propagação devido ao relevo, prédios, árvores, etc. O fading caracterizado pela distribuição Log normal afeta a potência média do sinal transmitido. A função de distribuição de probabilidade da distribuição log-normal é dada por: Onde, m é a potência média do sinal e σ é o desvio padrão da potência transmitida. www.esab.edu.br 28 Distribuição de Rayleigh A distribuição de Rayleigh é utilizada para caracterizar o efeito de múltiplos percursos, sintoma observado em sistemas de comunicação em que cada raio chega ao receptor por diferentes caminhos e fases. A taxa de variação do fading representado pela distribuição de Rayleigh é proporcional à velocidade do dispositivo móvel. O tipo fading afeta os detalhes do sinal transmitido. Esta distribuição é definida matematicamente por: Onde, σ é o desvio padrão da potência transmitida. Elementos Importantes em Projeto de Sistemas Móveis Para elaborar um projeto de Rede Comunicação Móvel é necessário que o projetista além de dominar o conhecimento teórico também esteja familiarizado com os elementos que compõe o enlace e também com as ferramentas que facilite a confecção do projeto. Diagrama de Enlace Embora nem todos os elementos apresentados estejam sempre presentes em todas as redes, esta ilustração é bastante www.esab.edu.br 29 representativa, pois mostrar permite uma visão teórica dos diversos enlaces de uma rede móvel. Um diagrama de enlace de uma típica rede móvel é apresentado na seguinte figura. Diagrama típico de um rádio enlace de telefonia celular Os níveis de potência coletados após os principais dispositivos presentes no enlace são registrados em um gráfico cartesiano, como ilustrado no seguinte gráfico. Este gráfico permite verificar o comportamento do sinal ao longo do enlace através da realização do balanço de potência. Através desse gráfico de níveis de potência, percebe-se quão grande é a diferença entre os níveis de potência observados nos rádios transmissor e receptor, verifica-se também que a maior incidência de perdas se encontra no espaço livre existente entre as antenas transmissora e receptora, embora também sejam significativas as perdas registradas no percurso entre os rádios e as antenas transmissora e receptora. www.esab.edu.br 30 Níveis de sinal em cada dispositivo contido no enlace Potência Nominal Denomina-se Potência Nominal aquela medição registrada na saída do rádio transmissor. Esta medição pode ser apresentada em Watts (W), dB relativo a Watt (dBW) ou dB relativo a miliWatt (dBm), sendo a versão em decibéis (dB) a mais adequada para efetuar o balanço de potência de um enlace, uma vez que todas as outras unidades serão cotadas em dB. As relações entre as unidades acima são: www.esab.edu.br 31 Alimentadores e Conectores Alimentadores são cabos elétricos que conectam o rádio à antena através dos conectores. Amplificadores, Combinadores e Unidades de Ajustes Os amplificadores são elementos ativos que proporcionam ganho ao sinal emitidopelo rádio transmissor, e podem estar localizados após a fonte geradora ou imediatamente antes da antena transmissora. Os combinadores, por sua vez, são usados quando sinais de diferentes sistemas utilizam uma mesma antena para transmissão. Esta combinação pode ser feita por razões de eficiência ou economia de espaço. Um exemplo disso é o sistema de múltiplas entradas e saídas (MIMO), esse sistema requer a implantação de várias ERBs, exigência que tem sido rechaçado por órgãos www.esab.edu.br 32 competentes. Esta reivindicação pode então ser atendida utilizando combinadores e uma única antena (BAHAI, 2004). Já as unidades de ajustes servem para corrigir eventuais descompassos existentes entre rádios e antenas e costumam operar em faixas de frequências distintas. Antenas As antenas operam como interfaces entre os transmissores e o meio, tendo a função de irradiar energia na direção da estação receptora ou captar a energia de uma estação transmissora. Elas variam de forma tamanho e possuem características próprias como será visto a seguir. Portanto, as Antenas são elementos que transformam energia condutora em energia irradiada. A conversão da energia de potência elétrica em potência irradiada acontece como resultado do movimento dos elétrons ao longo da antena. O desempenho nas frequências de VHF/UHF de uma determinada antena é expresso em termos de um tipo de antena referência, no caso de sistemas móveis a antena utilizada em estações de rádio base e do tipo dipolo. Nesse tipo de antena, denominada isotrópica, o ganho é igual em todas as direções. A antena dipolo é um arranjo bastante simples e largamente utilizado devido ao seu baixo custo. A seguinte figura mostra um dipolo de meia onda. Normalmente é usada com polarização horizontal em HF. Antena Dipolo com polarização horizontal www.esab.edu.br 33 A antena dipolo tem as seguintes características: • Opera em uma única frequência para a qual foi cortada. • Possui um ganho de 2,15 dB. • Ilumina dois setores de aproximadamente 70o para a frente e para trás (com polarização horizontal). • A direção de irradiação principal é perpendicular a direção de extensão da antena, Já para os dispositivos móveis as antenas devem ser pequenas, leves, de baixo custo e discreta. Por isso, as atuais antenas utilizadas em aparelhos celulares são do tipo antenas microstrip patch, como apresentados na seguinte figura, fabricadas diretamente sobre placas de circuito impresso. Antenas microstrip utilizadas na telefonia celular Antenas microstrip patch www.esab.edu.br 34 Sensibilidade do Receptor O desempenho de um dispositivo móvel quando não está sujeito a interferências externas é governado por sua sensibilidade. A sensibilidade é o nível de potência do sinal na entrada do aparelho celular – tecnicamente denominado de rádio – necessário para alcançar um determinado grau de desempenho. Isto significa que há diferentes níveis de potência para cada grau de desempenho. A sensibilidade é determinada através do gráfico da taxa de erro de bit ou BER (Bit Error Rate), entretanto, na prática, o usuário utiliza tabelas elaboradas pelo fabricante do equipamento a ser utilizado. Todos os métodos de especificação da sensibilidade de um receptor de rádio utilizam o fato de que o fator limitante da sensibilidade do mesmo, não é o nível de amplificação disponível, mas os níveis de ruído que se encontram presentes, se eles são gerados dentro do receptor de rádio ou do lado de fora. Nesse sentido, o limite inferior da sensibilidade em um receptor é definido pelo valor do ruído térmico, que é a energia causada por movimentos aleatórios do elétron e pela corrente devido ao movimento dos elétrons no receptor. www.esab.edu.br 35 Introdução O Balanço de Potência é uma técnica utilizada para especificar as propriedades do enlace ou calcular um determinado valor útil no processo de modelagem do sistema proposto. Normalmente, o conceito de balanço de potência se aplica para estabelecer a distância máxima de operação (alcance máximo) entre as partes (transmissor e receptor). Calculando o Nível de Potência no Receptor Para fins de cálculo da potência no receptor será utilizado o diagrama em blocos ilustrado na seguinte figura. Exemplo de um enlace de rádio simplificado www.esab.edu.br 36 A determinação do nível mínimo de potência a ser emitido pelo transmissor é efetuada utilizando cálculo semelhante ao existente na seguinte Tabela. Descrição do elemento Valor Unidade Cálculo Elementos transmissores A Potência nominal na saída do rádio 41,5 dBm B Total de perdas nos alimentadores do transmissor 3,0 dB C Total de perdas nos conectores do transmissor 1,0 dB D Ganho na antena transmissora em relação ao dipolo 2,5 dBd E Potência efetiva irradiada 40,0 dBd A – B – C + D F Perda do enlace 135 dB Elementos receptores G Nível de potência na antena receptora –95 dBd E – F H Perda na antena receptora –3 dBd I Total de perdas nos conectores do receptor 1 dB J Total de perdas no alimentador do receptor 0,5 dB Potência na entrada no receptor –93,5 dBm G + H – I – J Através da tabela anterior é possível averiguar que para irradiar uma potência nominal de 40 dBd (dB em relação ao dipolo) no ambiente atmosférico é necessário que o rádio transmissor emita uma potência nominal igual a 41,5 dB e que a antena transmissora apresente um ganho (em relação ao dipolo) de 2,5 dBd. Essa necessidade ocorre em virtude da perda de 4 dB existente entre a fonte geradora e a antena transmissora. Observa-se também, através das informações contidas na tabela, que a propagação do sinal através da atmosfera insere mais 135 dB de perdas, fazendo com que o nível de sinal capturado na antena receptora seja –95 dB. O sinal recebe então um ganho 3 dBd na antena receptora e acaba sofrendo outros 1,5 dB de perdas fazendo com que a www.esab.edu.br 37 potência máxima registrada na entrada do receptor seja de –93,5 dBm; que é a sensibilidade mínima necessária ao dispositivo móvel do usuário capaz de permitir a ele desfrutar dos benefícios do sistema móvel a qual é assinante. Determinando as Perdas Máximas Permitidas Se o objetivo é determinar a perda máxima permitida em um determinado enlace, dado um desempenho mínimo aceitável, então é preciso calcular a potência efetiva irradiada a partir do transmissor e também a sensibilidade da antena receptora tomando em seguida a diferença entre os dois, conforme ilustrado na Tabela a seguir. Descrição do elemento Valor Unidade Cálculo Elementos transmissores A Potência nominal na saída do rádio 41,5 dBm B Total de perdas nos alimentadores do transmissor 3,0 dB C Total de perdas nos conectores do transmissor 1,0 dB D Ganho na antena transmissora em relação ao dipolo 2,5 dBd E Potência efetiva irradiada 40,0 dBd A – B – C + D Elementos receptores F Sensibilidade do receptor –104 dBd G Ganho na antena receptora –3 dBd H Total de perdas nos conectores do receptor 1 dB I Total de perdas no alimentador do receptor 0,5 dB J Nível de sinal mínimo requerido –99,5 dBm F – G + H + I Perdas máximas permitidas –139,5 dBd E – J Em tal situação o cálculo no transmissor é o mesmo, no entanto o cálculo deve ser feito a partir do rádio receptor para determinar qual é o nível de sinal necessário a ser emitido pela antena www.esab.edu.br 38 transmissora, por isso é preciso somar as perdas dos alimentadores e conectores e subtrair o ganho. A intensidade do campo elétrico médio mínimo é uma medição usada com frequência em ferramentas computacionais utilizadas para efetuar balanços de enlace. Neste cálculo é necessário adicionar a margem requerida em face da existência de eventuais perdas no espaço. Como a potência é calculada em dBm e a unidade do campo elétrico é dBµV/m a conversão pode ser realizada utilizando a seguinte relação. Um exemplo desse tipo de cálculo para a determinação da intensidade do campo elétrico médio mínimo em um sistemaoperando com a frequência de 1.8 GHz é apresentado na seguinte tabela. Descrição do elemento Valor Unidade Cálculo A Sensibilidade do rádio receptor -111,0 dBm B Total de perdas nos alimentadores 2,0 dB C Total de perdas nos conectores 1,0 dB D Perdas na antena do dispositivo móvel 6,0 dBd E Potência equivalente requerida na antena transmissora -102 dBm A + B + C + D F Margem de segurança requerido 10 dB Valor a ser convertido para campo elétrico –92,0 dBm E + F Campo elétrico equivalente em uma f = 1,8 GHz 50,3 (dBµV/m) Equação 5.1 Processos de Telecomunicação Em um Processo de Telecomunicação alguém pode estar interessado em transmitir diretamente o sinal natural. Para isso www.esab.edu.br 39 ocorrer é preciso utilizar dispositivos eletrônicos, tais como: amplificadores operacionais, transístores, resistores, indutores, capacitores, etc. Todos estes dispositivos constituem a Comunicação Analógica. Por outro lado, a Comunicação Digital é utilizada quando o sistema lida digitalmente com os sinais analógicos previamente processados. Nesta situação os processos digitais, que fazem uso de memórias RAM, microprocessadores, microcontroladores, etc., possuem papel de destaque no processo de transmissão e recepção do sinal. Embora a geração dos sinais seja analógica e a conversão para digital demande a adição de alguns dispositivos, a comunicação digital é preferida em relação analógica devido a: • Maior imunidade a ruído; • Tamanho da informação inferior àquele apresentado no analógico; • Facilidade para reconfigurar o sistema de comunicação; • Modificação do resultado devido ao envelhecimento dos elementos presentes no circuito da comunicação analógica. Elementos da Comunicação Digital O sinal gerado pela fonte de informação é conduzido ao transmissor digital através de um dispositivo denominado transdutor de entrada, este componente, um microfone, por exemplo, é responsável por converter uma grandeza física em um sinal elétrico. Após passar pelo transdutor de entrada o sinal chega ao codificador de fonte onde é convertido em uma sequência www.esab.edu.br 40 binária de bits denominada Sequência de Informação. Uma vez realizado o sequenciamento da informação, o sinal é encaminhado ao codificador do canal para que seja introduzida uma redundância intencional na sequência da informação, visando combater os efeitos do ruído encontrados no canal durante a transmissão. Após esse processo, os bits são enviados ao modulador digital para executar a modulação para, só então, ser transmitido. Após a propagação pelo canal de comunicação que pode ser: o espaço livre, fibra óptica, cabo metálico ou sistemas subaquáticos, o sinal é reprocessado em um dispositivo chamado demodulador. Depois desse passo o sinal é enviado ao decodificador do canal que tenta reconstruir a sequência da informação original. Esse procedimento é realizado utilizando o conhecimento do código e a redundância; respectivamente utilizado e inserido pelo codificador de canal. Todo esse processo é apresentado no seguinte diagrama em blocos que representa um sistema básico (porem completo) de comunicação digital. Elementos básicos para um sistema de comunicação digital www.esab.edu.br 41 Já no decodificador da fonte é realizada a reconversão do sinal do modo digital para o analógico e então encaminhado ao transdutor de saída que realiza a reconversão do sinal elétrico, em grandeza física, possibilitando a recuperação da informação enviada. Categorias Um sistema de telecomunicações é classificado pelo modo como interagem as partes, isto é, o receptor e o transmissor, nesse sentido, existem três categorias bem definidas, que são as seguintes: 1) Simplex, 2) Half Duplex 3) Full Duplex. Sistema Simplex A comunicação só é realizada em uma única direção. Logo, o transmissor envia um sinal e cabe ao receptor identificar o que está sendo enviado. Esse tipo de comunicação apresenta maior eficiência quando há um grande fluxo de dados unidirecional e nenhum tráfego na direção contrária. Sistemas de rádio e televisão são considerados do tipo simplex. Transmissão em um único sentido www.esab.edu.br 42 Sistemas Half Duplex Nestes sistemas é possível à comunicação bidirecional, entretanto só pode ocorrer em uma única direção por vez. Estão enquadrados nessa configuração os sistemas utilizados pela polícia. Transmissão nos dois sentidos, mas um de cada vez Sistemas Full Duplex Nos sistemas do tipo full duplex, a comunicação pode ocorrer em ambos os sentidos ao mesmo tempo. O Sistema De Comunicação Telefônica é um exemplo de comunicação full duplex. Transmissão nos dois sentidos, mas de forma simultânea Modulação Digital Os sistemas de telecomunicações apresentam uma elevada quantidade de problemas tanto no lado do transmissor quanto do receptor. Para contornar esses problemas podem ser utilizados www.esab.edu.br 43 tanto esquemas de modulação analógicas (AM e FM) quanto digitais. A modulação digital segue um determinado organograma, como visto na figura a seguir, e consiste na modificação individual ou conjugada de três propriedades básicas de um sinal analógico. amplitude, frequência e/ou fase. (DAS, 2010) Classificação dos principais esquemas de modulação digital Conforme o tipo de modificação realizado o esquema de modulação recebe um determinado nome, a seguir serão apresentados os principais esquemas de modulação utilizados. (DAS, 2010) Amplitude Shift Keying (ASK) É o tipo de modulação digital mais simples e consiste em alterar a tensão do sinal permitindo associar um determinado nível de tensão ao bit 0 e outro nível ao bit 1 sendo chamada de Binary ASK (BASK) como apresentado da seguinte figura. www.esab.edu.br 44 Exemplo de um sinal BASK Quando nenhuma tensão é gerada para representar o bit zero, o esquema de modulação recebe o nome de On Off Keying (OOK) como visto a seguir. Exemplo de u sinal do tipo OOK Também dentro do esquema de modulação ASK, existe a denominada ASK de múltiplos ou vários níveis ou MASK (Multilevel ASK), como vista na figura abaixo. Observar que neste exemplo, o sinal tem uma diferente modulação para cada dois bits de informação, ou seja, para os valores 00, 01, 10 e 11. www.esab.edu.br 45 Exemplo de um sinal do tipo ASK de vários níveis (MASK) Frequency Shift Keying (FSK) Na modulação FSK a frequência da onda portadora é variada em função do sinal a ser transmitido. A modulação FSK é a que exige a maior largura de faixa, pois os espectros centrados nas frequências F0 e F1 não podem ser sobrepostos a fim de que a informação seja preservada. A principal vantagem desta modulação é uma maior imunidade a ruídos e a desvantagem é a necessidade de haver um equipamento de recepção mais elaborado. A modulação FSK é denominada de BFSK (Binary FSK), observar a seguinte figura, quando duas frequências diferentes são atribuídas à portadora conforme o bit desejado. Se M frequências diferentes são atribuídas à portadora a modulação passa a ser chamada de MFSK (Multiple FSK). (DAS, 2010) www.esab.edu.br 46 Exemplo de um sinal modulado do tipo BFSK O inconveniente do esquema de modulação MFSK é o fato dela ocupar uma banda de frequência muita alta, contudo a utilização de várias frequências aumenta a taxa de transmissão. Phase Shift Keying (PSK) Neste processo a fase da portadora é alterada conforme o sinal a ser transmitido. Logo, é possível conservar a fase da portadora em 0º quando deseja representar o bit 0 e alterar a fase, geralmente para 180º, para representar o bit 1, como apresentado na seguinte figura. Esquema denominado BPSK. (DAS, 2010) www.esab.edu.br 47 Exemplo de um sinal modulado com o esquema BPSK Differential PSK (DPSK) Porém, quando a fase é modificada para indicar o bit 0 e permanece inalterada para representar o bit 1, tem-se o esquema de modulação DPSK (Differential Phase Shift Keying), como ilustra a seguinte figura. Exemplo de modulaçãoDPSK www.esab.edu.br 48 Quadrature PSK (QPSK) A técnica de modulação QPSK (Quadrature Phase Shift Keying) utiliza tanto os parâmetros de fase (I) como a quadratura da onda portadora (Q) para realizar a modulação do sinal de informação. Em virtude da utilização de dois parâmetros é possível representar outros tipos de símbolos possibilitando a transmissão de mais bits por símbolo. Exemplo de um sinal QPSK Entre as variações dessa técnica está OQPSK, SQPSK e DQPSK. O esquema de modulação QPSK é utilizado para maximizar a eficiência da largura de banda da transmissão. (DAS, 2010) www.esab.edu.br 49 Quadrature Amplitude Modulation (QAM) Na modulação QAM os símbolos são representados no diagrama de fase e quadratura apresentando uma distância pré-determinada em relação à origem do diagrama. Desta forma, as informações são transportadas através da amplitude e da quadratura da onda portadora. Exemplo de uma constelação QAM para 4 bits Orthogonal Frequency Division Multiplexing (OFDM) Utilizada em padrões como: European DVB, wireless local área network (Wi-Fi; IEEE 802.11 a/g/n), Wireless Metropolitan Area Network (WiMAX; 802.16e), ADSL (Asymmetric Digital Subscriber Line; ITUC G.992.1) e LTE (Long Term Evolution) o OFDM caracteriza-se por dividir a transmissão dos bits em vários subcanais paralelos de taxa menor, diferente de outras técnicas que utilizam um único canal para transmitir todos os bits. A vantagem desta forma de transmissão está no fato do tempo de www.esab.edu.br 50 cada símbolo ser maior, o que proporciona: mais resistência a ruídos, multiplicidade de caminhos, interferência entre símbolos e espectral. Um símbolo OFDM corresponde ao conjunto de símbolos transportado por todas as portadoras durante o tempo de duração de um símbolo. (RUMMEY, 2009) (BAHAI, 2004) Sinal OFDM no tempo e na frequência A condição de ortogonalidade das portadoras determina uma distância mínima entre portadoras igual a 1/Ts , em que Ts é o tempo de duração de cada símbolo OFDM. A seguinte figura representa o espectro de portadoras de um sinal OFDM. Como é possível observar, este espectro é constituído por uma sequência de funções sinc, correspondentes aos pulsos retangulares de duração Ts , cujas passagens por zero coincidem exatamente nas frequências fk=k/Ts das várias portadoras, nesta figura são apresentados, a maneira de exemplo, sete espectros do tipo sinc para vários valores de k (BAHAI, 2004) www.esab.edu.br 51 Espectro de portadoras ortogonais adjacentes em um sinal OFDM Qualquer sinal OFDM, utilizado para a transmissão em redes LAN, MAN ou WAN, resulta da soma de todas as portadoras, moduladas em QPSK, 16QAM ou 64QAM. Por exemplo, para o padrão Wi-Fi IEEE 802.11a, se tem as seguintes especificações, para o esquema de modulação QPSK: 2 bits/símbolo, para o esquema de 16QAM: 4 bits/símbolo e para o esquema de 64QAM: 6 bits/símbolo. A seguinte figura mostra estas constelações para os esquemas de modulação BPSK, QPSK, 16QAM e 64QAM. www.esab.edu.br 52 Constelações das codificações de bits para os esquemas BPSK, QPSK, 16QAM e 64QAM www.esab.edu.br 53 Introdução Compartilhar recursos é uma maneira bastante eficiente para fornecer alta capacidade em redes de comunicações, em comunicações móveis esses recursos podem ser bandas de frequência e/ou canais, portanto, é importante disponibilizar mecanismos que possibilitem designar canais a usuários conforme haja demanda dos mesmos, isto é conhecido como a técnica de múltiplo acesso. Temos cinco técnicas, quatro são determinísticas, tais como, FDMA, TDMA, CDMA, SDMA e o esquema de acesso aleatório, o CSMA. Acesso Múltiplo por Divisão de Frequência (FDMA) Em sistemas móveis que utilizam a técnica FDMA (Frequency Division Multiple Access), as estações móveis transmitem informações de forma contínua e o canal transporta várias portadoras, simultaneamente, em diferentes frequências, ou seja, uma banda de frequência é alocada a cada usuário. www.esab.edu.br 54 Esquema de acesso FDMA Essa banda é disponibilizada conforme o usuário requisita o serviço, implicando que no período de sua utilização nenhum outro usuário poderá utilizar aquele intervalo (banda) de frequência. (ILCEV, 2005) (MARAL, 2009) A técnica de acesso FDMA caracteriza-se por: • Ser implementada em sistema de banda estreita; • Possuir elevado espaço de tempo entre os símbolos possibilitando reduzir a interferência entre símbolos ou ISI (Intersymbol Interference) e a necessidade de uma equalização; (DAS, 2010) • Utilizar menos bits no transporte das informações de cabeçalho. Acesso Múltiplo por Divisão de Tempo (TDMA) Em sistemas móveis que utilizam o TDMA (Time Divison Multiple Access), os usuários fazem uso da mesma frequência www.esab.edu.br 55 para transmitir e receber a informação, porém em tempos distintos denominados intervalos (ou franjas) de tempo (Time Slots). Cada usuário ocupa um intervalo temporal que se repete em ciclos, de maneira que um determinado canal pode ser associado a um único intervalo de tempo. O qual volta a acontecer novamente a cada certo grupo de intervalos de tempo, este grupo é conhecido como um quadro ou Frame, ou seja, N intervalos (ou franjas) de tempo formam um frame. (MARAL, 2009) Esquema de acesso TDMA A transmissão em sistemas TDMA é entrelaçada em quadros (Frames) cíclicos. Cada quadro é composto de uma quantidade de franjas temporais ( da figura anterior) onde, cada um deles, possuem cabeçalho, informação útil e os bits necessários de guarda. O TDMA também separa metade dos intervalos de tempo para canais de Uplink e a outra metade para Downlink. Diferentes tecnologias TDMA são: GSM, PDC, iDEN, IS-136. Algumas outras características relevantes desse sistema são: • Altas taxas de transmissão; • Necessidade de sincronização dos receptores, face às transmissões serem realizadas por meio de rajadas; www.esab.edu.br 56 • Obrigação da presença de intervalo de guarda para separar os usuários, devido ao fato do TDMA necessitar de muitos bits para transportar informações do cabeçalho. • Consentimento para alocação de diferentes números de intervalos de tempo (Time Slots) por quadro (Frame) a diferentes usuários, permitindo que a largura de banda seja suprida sob demanda a esses usuários por meio da concatenação dos intervalos de tempo com base em prioridades. Acesso Múltiplo por Divisão de Código (CDMA) O esquema CDMA (Code Division Multiple Access) é um método de acesso a canais em sistemas de comunicações móveis, bastante utilizado na telefonia celular e no sistema de rastreamento via satélite GPS (Global Position System). Utiliza os prefixos tecnológicos como o IS-95 da 1º geração (1G) e o tão popular IS-2000 da 3º geração (3G). (CUNHA, 2009) (ILCEV, 2005) No CDMA tanto os dados quanto a voz são separados por códigos, e depois são transmitidos em um amplo conjunto de frequências. Assim, sobra mais espaço para a transferência de dados (esse foi um dos motivos do CDMA ser a tecnologia mais indicada para o acesso ao 3G, que consiste em acesso a banda larga e troca de pesadas mensagens multimídias). 14% do mercado global pertence ao CDMA. Para a 3G, o CDMA escolheu as tecnologias CDMA1x EV-DO e EV-DV (CUNHA, 2009). As principais características da técnica CDMA são: • Utilizar sinais com largura de banda com várias ordens de grandeza superior a largura de banda de RF mínima necessária; • Possuir uma sequência pseudoaleatória que converte o sinal de banda estreita em um sinal semelhante a um ruído, de banda larga, antes da transmissão; www.esab.edu.br 57 • Ser imune à interferência; • Dispor de robusta capacidade de múltiplo acesso; • Ser eficiente no aproveitamento espectral. Esquema de acesso CDMA Acesso Múltiplo por Divisão de Espaço (SDMA) Na técnica SDMA (Space Division Multiple Access) todos os usuários encontram-se dentro do sistema e aptos a comunicar ao mesmo tempo utilizando o mesmocanal. Além disso, um sistema de antenas adaptativas rastreiam componentes de múltiplos percursos para cada usuário combinando-os de forma ótima objetivando coletar a energia do sinal disponibilizado por cada usuário. Para um melhor entendimento deste sistema e método de acesso múltiplo, temos as seguintes entidades e suas respetivas definições. (MARAL, 2009) www.esab.edu.br 58 Célula Esta técnica é muito utilizada em comunicações celulares. Neste caso temos que, uma célula é uma região espacial, normalmente com formato circular, na qual existem vários terminais de dados. Estes terminais de dados se comunicam com uma unidade central denominada ERB (Estação Rádio-Base). Esta comunicação se dá nos dois sentidos (modo Full-Duplex). A comunicação da ERB para os terminais se dá no enlace denominado direto, enquanto que a dos terminais para a ERB ocorrem no enlace reverso. Método de acesso SDMA Interferência Co-Canal Os canais de um sistema celular são divididos entre os terminais ativos. Terminais situados em células que estejam bastante afastadas uma da outra podem utilizar um mesmo canal. Denominamos de interferência Co-canal, à interferência www.esab.edu.br 59 produzida pelo uso de um mesmo canal em uma rede celular. (MARAL, 2009) (BAHAI, 2004) Setorização A setorização consiste no uso de antenas direcionais nas ERBs, ao invés de uma única antena omnidirecional. Deste modo, somente uma parte da interferência de co-canal proveniente de todas as direções é captada por uma antena direcional. Na prática, são utilizadas 3 antenas direcionais, de tal modo que uma célula é setorizada em setores de 120 graus. O objetivo da setorização é, portanto, diminuir a interferência co-canal. Arranjo de Células Um arranjo (“Cluster”) é um conjunto de células, no qual todos os canais de um sistema celular são utilizados. Muitas vezes, estes canais não podem ser utilizados em uma única célula, pois neste caso haveria um excesso de interferência co-canal. Um modo de se diminuir a interferência co-canal é dividir os canais em um conjunto de células, de tal modo que as células que utilizam os mesmos canais fiquem suficientemente afastadas. Estas células que utilizam os mesmos canais são denominadas co-células. A seguinte figura apresenta os arranjos regulares mais comuns. (MARAL, 2009) www.esab.edu.br 60 Arranjos típicos de células em uma rede de telefonia celular Acesso Múltiplo por Detecção de Portadora (CSMA) Na técnica CSMA (Carrier Sense Multiple Access) o acesso múltiplo acontece quando cada terminal, através de algum protocolo específico, monitora o canal de comunicações e não inicia a transmissão até que o canal esteja sem uso (ocioso). Esta técnica é muito utilizada em redes de computadores com (e sem) cabo. As redes com cabo são antigas Ethernet (padrão IEEE 802.3) e as atuais FastEtherent (padrão IEEE 802.3u), e nas redes sem fio, ou redes Wi-Fi, é utilizada com o padrão IEEE 802.11x. www.esab.edu.br 61 Esta técnica CSMA utiliza duas formas: 1) CSMA/CA: Que é o Acesso Múltiplo por Detecção de Portadora com Evasão de Colisão (Carrier Sense Multiple Access with Collision Avoidance) é quando todos os terminais não detectam nenhuma transmissão em curso e podem enviar a informação. Mas enquanto um terminal transmite os outros terminais que desejam também transmitir deverão esperar até que o canal de comunicações fique liberado. Exemplo do CSMA/CD 2) CSMA/CD: Aqui temos o Acesso Múltiplo por Detecção de Portadora com Detecção de Colisão (Carrier Sense Multiple Access with Collision Detection) é quando o terminal transmissor detecta a colisão na transmissão, então, a transmissão é encerrada e este terminal fica na espera até que uma nova oportunidade de transmissão aconteça. www.esab.edu.br 62 Exemplo do CSMA/CD www.esab.edu.br 63 Diagrama de fluxo do algoritmo CSMA Portanto, o CSMA é utilizado em qualquer rede de difusão com acesso aleatório, neste tipo de redes a questão fundamental é determinar quem tem direito de usar o canal quando há uma disputa por ele. Nas redes do tipo Ethernet, os protocolos usados (para determinar quem será o próximo em fazer uso do canal de Dispositivo que pretende enviar dados Escutando o méio de Transmissão Méio de Transmissão Livre?N Escutar o Méio de Transmissão pelo tempo de duração de 1 bit Fim dos Dados? Colisão?N Abortar o Processo de Envio e Esperar Finalizar o Processo de Envio S S S N www.esab.edu.br 64 comunicações) para transmitir pertencem a uma subcamada do nível de enlace de dados, chamada MAC (Medium Access Control). Esta subcamada MAC é especialmente importante em LANs, pois, nestas redes os usuários fazem uso do canal de forma completamente aleatória. www.esab.edu.br 65 Introdução Um satélite é um objeto pequeno (em massa) que se move ao redor de um objeto muito maior (em massa). A Terra é um satélite porque ela se move em torno do Sol. A lua é um satélite porque ela se move em torno da Terra. Tanto a Terra quanto a Lua são satélites naturais. Mas existem também os satélites artificiais. Satélites artificias são objetos feitos por humanos para orbitar a Terra e outros planetas do Sistema Solar. Eles são utilizados para estudar a Terra, outros planetas, melhorar a comunicação, melhorar ligações telefônicas e várias outras funções. Os satélites podem até comportar pessoas dentro deles. É o caso da Estação Espacial Internacional e do Ônibus Espacial. O primeiro satélite artificial foi o Sputnik 1, lançado em 1957, pela extinta União Soviética. A partir desse primeiro satélite, muitos outros países lançaram satélites de telecomunicações, espiões, de sensoriamento remoto, etc., ou seja, existem satélites com as mais diversas funções orbitando a Terra. Porém, com o passar do tempo, os satélites perdem gradualmente a sua função, virando apenas detritos espaciais. Estima-se que existem atualmente mais de 8.000 peças orbitando o planeta sem nenhuma função, formando parte da grande massa de lixo espacial. (MARAL, 2009) www.esab.edu.br 66 Breve Resenha Histórica • 1945: Arthur C. Clarke sugere, num artigo publicado na revista Wireless World, a possibilidade de comunicações “globais” através do uso de 3 satélites em órbita geoestacionária; • 1954: A Lua é utilizada como repetidor passivo, mantendo- se um serviço regular para transmissão de voz entre o Hawai e Maryland, no período 1956-1962; • 1957: É lançado o Sputnik I, o primeiro satélite Russo, com órbita a 950 km de altura. Manteve-se operacional durante 62 dias. EUA “aceleram” programa espacial; • 1958: É lançado o Explorer I, o primeiro satélite americano. Manteve-se operacional durante 5 meses; • 1964: Estabelece-se a organização internacional INTELSAT (International Telecommunications Satellite). Também nesse mesmo ano a companhia aérea estadunidense PanAM, juntamente com a NASA conseguiram ativar um enlace de satélite utilizando a espaçonave Syncom III GEO utilizando a banda de frequência VHF (117,9 a 136 MHz). • 1965: É lançado o primeiro satélite da INTELSAT, conhecido como Early Bird ou Intelsat I; • 1975: A concorrência Rússia-EUA levou à intensificação das investigações e ao lançamento de novos satélites. Criam-se várias redes de satélites para comunicações comerciais, tais como, a INTELSAT, a MARISAT, a INMARSAT, etc. • 1998: Aparecem as primeiras redes de satélite com cobertura global: IRIDIUM (66 satélites) e GLOBALSTAR (48 satélites). A partir de então, torna-se possível a comunicação entre quaisquer dois pontos da Terra, utilizando terminais portáteis ou sistemas de comunicações móveis. www.esab.edu.br 67 Tipos de Satélites Os satélites podem ser classificados como geoestacionário e não geoestacionário. Dentre as características apresentadas por um satélite geoestacionário estão: órbita circular paralela ao equador, a altitude de 35.786 km na qual estes dispositivos estão situados, proporciona a mesma velocidade derotação da Terra, cobrindo assim 1/3 da sua superfície. (MARAL, 2009) Os satélites do tipo geoestacionário dividem-se em: • FSS (Fixed-Satellite Service): São sistema de comunicação via satélite que atendem um ponto fixo da superfície terrestre, como por exemplo, prover comunicação em caixas eletrônicos de bancos ou serviço de televisão. • MSS (Mobile-Satellite Service): São sistema de comunicação via satélite que atendem pontos móveis, como por exemplo, o sistema de telefonia celular ou GPS. Já os satélites denominados não geoestacionários também atendem a pontos fixos (FSS) e a pontos móveis (MSS), mas, normalmente, estão localizados em: baixa orbita (abaixo dos 2000 km), média órbita (entre os 2000 e 5000 km) ou alta orbita (acima dos 5000 km). (MARAL, 2009) www.esab.edu.br 68 Tipos de satélites Configuração de um Sistema de Comunicação Via Satélite Um sistema de comunicações via satélite é dividido (sempre) em três segmentos: 1) Segmento espacial: Este segmento contém um ou mais satélites ativos e reservas formando uma constelação. 2) Segmento de controle: No segmento de controle estão localizadas as estações que realizam o controle, o comando e a telemetria, ou seja, a gerencia do tráfego e dos recursos disponíveis no satélite. 3) Segmento terrestre: Este segmento é composto pelas estações (antenas) que podem variar de alguns centímetros, como o caso de sistemas móveis, até antenas de dezenas de metros para sistemas fixos. www.esab.edu.br 69 Enlace de Comunicação Existem três tipos de enlaces de comunicações nos sistemas de comunicação via satélite: Uplink, Downlink e Intersatélite. O primeiro é a porção de um enlace de comunicação utilizado para transmitir sinais de uma plataforma terrestre até o satélite. (MARAL, 2009) (POPESCU-ZELETIN, 2010) Esses sinais podem ser retransmitidos para outra estação terrestre o que se denomina Downlink ou para outro satélite, enlace conhecido como comunicação intersatélites. Tipos de enlaces em um sistema de comunicações via satélite EIRP O desempenho do equipamento transmissor em enlaces via satélite é medido através da potência irradiada isotrópica efetiva ou EIRP (Effective or Equivalent Isotropic Radiated Power), esta é a potência emitida pela antena vezes o ganho proporcionado pela mesma, este parâmetro e definido como, (MARAL, 2009) www.esab.edu.br 70 Onde, PT é a potência de transmissão da antena, L é a perda devido aos cabos de interconexão e provavelmente a leves desajustes da antena e G é o ganho da antena. O termo L pode ser ignorado por ser, na maioria das vezes, uma fração mínima de 1 dB. Se o valor do ângulo pico para o parâmetro EIRP assim como a Diretividade (D) são conhecidas para uma determinada antena, então, a potência total irradiada ou TRP (Total Radiated Power) pode ser encontrada por médio da seguinte relação: Figura de Mérito Por outro lado, o desempenho dos equipamentos receptores é chamado figura de mérito e é obtida através da relação G/T definida por, Onde, G é o ganho da antena receptora e T é a temperatura de ruído do sistema. Esta temperatura (medida em Kelvins) é a quantidade de ruído térmico gerado pelo amplificador, quanto menor a temperatura melhor o amplificador. (MARAL, 2009) Relação Sinal / Ruído (C/N0) Outra medida importante é o desempenho do enlace, dado pela relação entre o nível de potência do sinal recebido, C , e www.esab.edu.br 71 a densidade espectral de ruído, N0=kT (W/Hz). Essa relação é a relação sinal a ruído e é medida em hertz (Hz) e é definida como, Onde, L é a perda devido aos cabos de interconexão, T é a temperatura de ruído do sistema e k é a constante de Boltzman (1,38x10-23 W/Hz-K). Os resultados apresentados por esta relação demonstram que, nas comunicações digitais, a qualidade de serviço é especificada pela taxa de erro de bit ou BER (Bit Error Rate). (DAS, 2010) (MARAL, 2009) Largura de Banda Outro parâmetro relevante neste tipo de comunicação é a largura de banda, , ocupada pela portadora do sinal. A largura de banda depende da taxa de transmissão da informação, da taxa de codificação do canal ou FEC (Forward Error Correction) e do tipo de modulação utilizada pela portadora. (MARAL, 2009) Frequências de Alocação Em se tratando das frequências de alocação, a Terra foi dividida em três grandes regiões: • Região 1: Europa, África, Oriente médio e a Rússia; • Região 2: América; • Região 3: Ásia, excluído Oriente Médio e a Rússia. www.esab.edu.br 72 Sistemas Disponíveis Devido à proliferação do sistema celular e serviços de comunicação pessoal terrestre ainda existem enormes áreas não atendidas por qualquer sistema de comunicação terrestre sem fio. Estas áreas já estão começando a ser exploradas por sistemas de comunicação via satélite tais como INMARSAT, IRIDIUM e GLOBALSAT que fornecem principalmente serviços de telefonia celular e GPS. Os próximos serviços a serem disponibilizados são: televisão móvel, multimídia e online (telemedicina; ensino a distância, televisão interativa etc.). (DAS, 2010) Introdução às Redes WPANs (UWB, WUSB) As redes de área pessoal sem fio ou WPAN (Wireless Personal Area Network) são redes de pequeno alcance, no máximo com uma cobertura desde 10 até 30 metros. Normalmente utilizadas para conectar dispositivos compatíveis que se encontram posicionados em uma região próximo a um local central. (BASAGNI, 2004) www.esab.edu.br 73 Exemplo de uma WPAN As principais características desse padrão, denominado IEEE 802.15, são: • Regular as funções e serviços necessários a dispositivos para operarem em redes Ad Hoc; • Utilizar a frequência não licenciada de 2.4 GHz, que se estende de 2,4 até 2,4835 GHz, para fornecer comunicação entre os dispositivos que possuem a mesma tecnologia e que estejam dentro do raio de alcance. (BASAGNI, 2004) WUSB A tecnologia WUSB (Wireless Universal Serial Bus) é fruto de um consórcio entre as empresas: HP, Intel, LSI, Microsoft, NEC, Sansumg e ST-Ericcsson. A revisão 1.1 aprovada e publicada em 9 de setembro de 2010 registra que a motivação para utilizar a tecnologia USB originou-se em dois principais motivos: a facilidade www.esab.edu.br 74 de uso e a possibilidade de expansão da taxa de transmissão. O objetivo do WUSB é ser uma evolução do USB. (CHAOUCHI, 2007) Características Técnicas A tecnologia Wireless USB permite conectar até 127 dispositivos USB periféricos ao USB host utilizando um modelo denominado “Hub and Spoke”. Neste modelo, cada intervenção (Spoke) é uma conexão ponto a ponto entre o USB anfitrião (Wireless Host) e os dispositivos periféricos (Wireless USB), conforme ilustrado na seguinte figura. Exemplo básico de uma WUSB As WUSB suportam taxas de dados iguais a 53.3, 80, 106.7, 200, 320, 400 e 480 Mbps através de múltiplos canais. O padrão define www.esab.edu.br 75 que as taxas de transmissão iguais a 53.3, 106.7 e 200 Mbps são obrigatórias enquanto as taxas de transmissão restantes são opcionais. Para alcançar tais taxas esta tecnologia utiliza o método de acesso TDMA. Na teoria, este sistema suporta taxas brutas de transmissão (excluindo a perdas, correção de erros e atenuação) de até 480 Mbps para distância de até 3 metros e 110 Mbps a até 10 metros. Além dos dispositivos portadores de transmissor nativo, existem dois adaptadores que possibilitam esta conectividade. 1) DWA (Device Wired Adaptor): Este dispositivo tem um formato semelhante a um Pen Drive que permitem que PCs sem transmissores realizem conexões via WUSB. 2) HWA (Host Wired Adaptor): Dispositivo que liga dispositivos USB ao computador. Exemplo de dispositivos DWA e HWA Aplicações Entre as possíveis aplicações encontra-se: • Cluster para aplicações multimídia centralizado em um computador desktop capaz de agrupar dispositivos como: www.esab.edu.br 76 webcam, câmeras fotográficas e de vídeo, teclados, mouse, tocador de música, HD externo entre outros. • Cluster para áudiocentralizado em micro system aglomerando tocador de música e celular; • Cluster para jogos podendo ser centralizado em Xbox, Wii ou Play Station utilizando TV de alta definição e consoles quaisquer. • Cluster para vídeos centralizado em host capaz de conectar câmera de vídeo, televisor de alta de definição e Home Theater e a internet possibilitando o download de vídeos sob demanda tecnologia que tem por objetivo substituir as locadoras de vídeo. • Cluster para escritório centralizado em laptop com HD externo, SmartPhones, Tablets e impressoras multifuncionais entre os dispositivos periféricos. Todos estes clusters poderiam se interligar a outros dispositivos como telefone IP sem fio, roteador wireless, com acesso à internet em banda larga, e controle remoto universal formando rede de longo alcance de alta conectividade conforme ilustrado no seguinte gráfico. www.esab.edu.br 77 Aplicações das WUSB UWB A tecnologia UWB (Ultra Wide Band) ou banda ultra larga. Esta tecnologia, padronizada pelo IEEE 802.15.3, é utilizada para designar qualquer tecnologia de radiofrequência que utilize largura de banda igual a 500 MHz ou a 25% da frequência central. O objetivo central de uma UWB é permitir transmissão em alta velocidade entre aparelhos eletrônicos domésticos. (WANG, 2008) www.esab.edu.br 78 Características Técnicas O UWB além de ter um amplo espectro de atuação também transmite por rajadas de sinais (sinais emitidos centenas de vez por segundo). Esta combinação permite menor consumo de energia e taxas de transmissão maiores que tecnologias como Wi-Fi. Outras características consideradas importantes do UWB são: • Banda de frequência: 3,1 a 10,6 GHz; • Largura de canal: 528 MHz, 1,368 GHz e 2,736 GHz; • Taxa de transmissão máxima: 480 Mbps; • Modulação: QPSK e BPSK; • Acesso múltiplo utilizando a 3ª geração de CDMA e OFDM; • Alcance inferior a 3 metros. Aplicações A tecnologia UWB pode ser aplicada nas seguintes situações: • Substituição do padrão IEEE 1394 que possibilita conectividade a dispositivos multimídia como câmeras fotográficas ou vídeo, reprodutores de MP3, tablets, celulares, etc. • Permissão de conectividade de alta taxa de transmissão a periféricos como, scanner e impressora que utilizam a tecnologia WUSB. • Disponibilização de conexão para dispositivos bluetooth e aparelhos móveis pertencentes as tecnologias XG. www.esab.edu.br 79 • Utilização das larguras de banda 528 MHz ou 2736 MHz para realização de streaming de vídeo. Vantagens e Desvantagens As principais vantagens da tecnologia UWB são: • Imunidade à interferência; • Segurança do usuário; • Baixo custo; • Não interferência em outras tecnologias sem fio. Enquanto as desvantagens temos: • Alcance curto; • Interferência de ruído ao longo da banda prejudica a qualidade do sinal; • Dificuldade na transmitir em elevadas taxas. Ferramentas Pedagógicas Saiba Mais Pesquisar e dar exemplos sobre as redes do tipo WPAN, WLAN, WMAN e WMAN. www.esab.edu.br 80 O seguinte diagrama mostra a cobertura de cada tipo de rede sem fio, essa figura é bastante útil para entender o conjunto total e alcance das redes do tipo Wireless. Diagrama de abrangência das diferentes tecnologias de redes sem fio Dica Um satélite geoestacionário é aquele que tem uma velocidade de rotação idêntica à velocidade de rotação da Terra, portanto, um satélite geoestacionário se situa sobre o mesmo ponto geográfico da Terra e a altitude para conseguir este sincronismo com a Terra é de aproximadamente 36.000 Km. www.esab.edu.br 81 Estudo Complementar Qual é a diferença entre um enlace via satélite e um enlace de rádio terrestre? Para Sua Reflexão Temos três canais de comunicações móveis e eles apresentam os seguintes padrões de relação sinal a ruído, indicar qual é o melhor e por que? 1) C/N0=10 2) C/N0=1 3) C/N0=0,1 www.esab.edu.br 82 Fórum Explicar mais sobre os satélites geoestacionários. www.esab.edu.br 83 Aqui concluímos o nosso primeiro eixo temático. Neste eixo temático foram vistos e estudados vários tópicos, entre os mais relevantes temos, os diversos tipos de Sistemas de Comunicação Móvel, também foram vistas e estudadas as causas que provocam uma degradação (atenuação) do sinal transmitido, assim como as várias técnicas de acesso múltiplo para os sistemas de comunicações móveis e via satélite. Como vistos, são cinco técnicas amplamente estudadas nas redes de Acesso Múltiplo, quatro delas são determinísticas, isto significa que a informação enviada terá uma alocação de tempo (TDMA), frequência (FDMA), espaço (SDMA) ou código (CDMA) garantida e a qualidade do serviço terá bons níveis tanto na transmissão como na recepção, estas quatro técnicas são muito utilizadas para redes via satélite como para redes terrestres de telefonia celular. E uma última técnica não determinística e sim estatística, a denominada CSMA, está técnica é muito utilizada nas redes de área local (LAN). Estas técnicas de Múltiplos Acessos são muito importantes para o estudo e aprendizado do aluno, por isso recomenda-se o bom e claro entendimento de cada uma delas. www.esab.edu.br 84 2º Topologias e Arquiteturas das Redes Neste 2º eixo temático, temos o objetivo de apresentar ao aluno os tópicos de redes sem fio de cobertura pessoal de poucos metros, apresentaremos as diferentes tecnologias dentre estas redes de área pessoal. Na sequência entramos nas redes Wi-Fi que são a versão sem fio das clássicas redes de área local (LAN). Estudaremos outras tecnologias de comunicação sem fio, tais como as comunicações por luz infravermelha. E nas comunicações sem fio de cobertura maior estudaremos às redes metropolitanas e de área estendida, para finalizar com a evolução destes últimos sistemas, ou seja, das redes de área (ou cobertura) estendida sem fio. • Unidade 6: Redes WPAN (Bluetooth, ZigBee, VLC e WBAN) • Unidade 7: Tecnologia Wi-Fi • Unidade 8: RFID e Sistemas de Comunicação Veicular • Unidade 9: WMAN e WWAN • Unidade 10: Evolução do Sistema WWAN (Projeto I) www.esab.edu.br 85 Introdução Na unidade anterior foi dada uma introdução às redes de área (ou cobertura) pessoal sem fio ou WPAN, e foram abordadas algumas das tecnologias destas redes como a WUSB e UWB. Nesta unidade continuaremos o estudo deste tipo de redes, também chamadas de redes domésticas sem fio, são redes sem fio cujo alcance é de, aproximadamente, algumas dezenas de metros. Estas redes servem geralmente para conectar dispositivos, tais como, impressoras, celulares, aparelhos domésticos, assistentes pessoais ou PDAs (Personal Digital Assistant) em um computador sem conexão por cabo. (SOYINKA, 2010) Exemplo de rede WPAN ou simplesmente PAN www.esab.edu.br 86 As WPANs também permitem a conexão entre duas máquinas próximas. Existem várias tecnologias utilizadas para as WPAN que serão estudadas a seguir. Portanto, nesta unidade analisaremos outras redes WPANs também regulamentadas pelo padrão IEEE 802.15. Bluetooth A principal tecnologia WPAN é a Bluetooth, lançada pela Ericsson em 1994, com uma taxa de transmissão nominal de 1 Mbps para um alcance máximo de aproximadamente 30 metros. O Bluetooth, também conhecido como IEEE 802.15.1, tem a vantagem de consumir pouca energia, o que o torna adaptado para o uso em pequenos dispositivos. Suas especificações foram elaboradas e licenciadas pelo Bluetooth Special Interest Group e proveem uma forma simplificada de troca de informações através de uma frequência de curto alcance, não licenciada e segura. A gráfico a seguir mostra que o Bluetooth é utilizado para realizar conexão entre impressoras, laptops, celulares, microcomputadores, câmeras fotográficas e qualquer dispositivo que tenha um endereço IP, além de teclados e mouses eliminado assim a necessidade de cabos. www.esab.edu.br 87 Exemplo de uma rede Bluetooth Este protocolo possui como características principais o baixo consumo de
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