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Faculdade Cásper Líbero Relações econômicas Bra x EUA e Bra x China Disciplina: Economia Docente: Adalton Diniz Discentes: Bianca Mathias Bruna Pereira Fernanda Hirata Rafaela Correia Taís Rodrigues 2PPA São Paulo 2019 Análise comparativa das relações econômicas entre Brasil X EUA e Brasil X China Brasil X EUA Algumas mudanças no cenário internacional devem ser compreendidas para o entendimento de como o Brasil passou a desenvolver sua política internacional, principalmente em relação aos Estados Unidos. Entre as principais transformações, cabe destacar o processo de intensificação do unilateralismo norte-americano na primeira década do século XXI, o impacto da ascensão da China, a valorização das commodities agrícolas a partir de 2003, a reestruturação dos eixos de desenvolvimento mundial, em particular o papel de Índia, Rússia e África do Sul, o crescimento dos fluxos de comércio para países que até 1990 não eram relevantes para o Brasil, o papel atribuído pelo Brasil às negociações econômicas multilaterais, inclusive na fase imediatamente posterior à crise de 2008, evidenciado pela participação ativa do país no G20 financeiro, a consolidação de um cenário regional, no Mercado Comum do Sul (Mercosul), na América do Sul e Latina, onde não há liderança, mas criam-se condições favoráveis para um diálogo construtivo e forte com os Estados Unidos. Os Estados Unidos e o Brasil tradicionalmente possuem fortes relações comerciais, políticas e econômicas. Os EUA foi o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil em 1822. Como as duas maiores democracias e economias do hemisfério ocidental, os dois países têm uma parceria que está enraizada em um compromisso compartilhado para expandir o crescimento econômico, promover paz e segurança internacionais e respeito pelos direitos humanos, além de fortalecer a cooperação em defesa e segurança. O Brasil é a nona maior economia do mundo e os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil. O comércio bidirecional tem atingido níveis recordes nos últimos anos, totalizando US$ 95,4 bilhões em 2015. Os Estados Unidos tiveram um excedente comercial de US$ 23,6 bilhões com o Brasil em 2015. As principais importações brasileiras dos Estados Unidos são aeronaves, máquinas, produtos petrolíferos, eletrônicos e instrumentos ópticos e médicos. Os Estados Unidos são o segundo maior mercado de exportação do Brasil. Os principais produtos são petróleo bruto, aeronaves, ferro, aço e máquinas. De acordo com o Departamento de Análise Econômica dos Estados Unidos, o país norte-americano investiu US$ 65,2 bilhões no Brasil a partir de 2015. Nos últimos anos, houve um aumento no envolvimento entre EUA e Brasil em questões econômicas. Em março de 2016, o Representante Comercial dos EUA acolheu o Acordo sobre Comércio e Cooperação Econômica (ATEC), que foi realizado pela primeira vez no nível ministerial. Na sequência dessa reunião, os dois governos assinaram um novo Memorando de Cooperação sobre Desenvolvimento Bilateral de Infraestrutura para complementar e fortalecer o engajamento no âmbito da Parceria de Transportes dos Estados Unidos, Parceria de Aviação e do Diálogo Estratégico sobre Energia. Em junho de 2016, o Departamento de Comércio liderou o Diálogo Comercial dos EUA e do Brasil para expandir os laços comerciais e abordar as barreiras não tarifárias ao comércio. Em agosto de 2016, após mais de 13 anos de mercados fechados de carne bovina, os governos dos EUA e do Brasil concordaram em abrir o acesso mútuo ao mercado de carne bovina entre os dois países. Atualmente, a relação com os Estados Unidos é a prioridade da política externa do governo de Jair Bolsonaro. O presidente brasileiro teve negociações com o governo de Trump em um momento de tensão no comércio mundial. As disputas e ameaças tarifárias entre as duas maiores economias do mundo, Estados Unidos e China, colocando o Brasil em uma posição delicada. O governo Bolsonaro já deixou clara sua intenção de reforçar os laços com o governo Trump. A dificuldade está no fato de que a China ser o maior parceiro comercial do Brasil. A economia brasileira está fragilizada e terá que resistir a mais um grande impacto neste ano, a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. A tensão entre as duas potências mundiais está mais inflamada, após o país asiático anunciar, que irá aumentar a taxação de produtos norte-americanos. Prevendo o impacto negativo na economia global, as bolsas de valores em todo o mundo caíram, assim como o Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo. Nas duas décadas mais recentes, o comércio entre Brasil e Estados Unidos teve, pelo menos, quatro fases distintas. Na primeira, que durou entre 1997 e 2001, o Brasil comprou mais do que vendeu aos americanos. Entre 2002 e 2008, o Brasil expandiu significativamente suas exportações e passou a ser superavitário. A situação se inverteu depois da crise de 2008, quando os Estados Unidos cortaram drasticamente suas compras do Brasil. Durante o primeiro governo Dilma Rousseff (2011-2014), as compras brasileiras cresceram significativamente, atingindo seu pico em 2013 e a balança comercial foi deficitária. Na época, entre os principais produtos importados dos EUA apareciam trigo, fertilizantes e partes de motores - além dos derivados de petróleo e carvão. Com a crise brasileira veio a quarta fase: o país reduziu as importações gerais, e, também as dos Estados Unidos, e o saldo da balança comercial ficou praticamente neutro nos anos seguintes. De acordo com o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central (BC), a mediana das previsões dos analistas do mercado financeiro para a expansão da economia do país no ano de 2019 é de apenas 1,45%. Mas há instituições financeiras com previsões ainda piores. O Itaú Unibanco calcula que o PIB deve subir apenas 1%, depois de já ter avançado somente 1,1% no ano passado. As projeções para 2020 também estão em queda livre. O banco diminui a estimativa de 2,5% para 2%; o Santander revisou de 3% para 2,5%, e o Bradesco, de 3% para 2,2%. Brasil X China Desde 2009, China se tornou nosso principal parceiro comercial e o Brasil se posicionou entre os dez maiores sócios comerciais chineses, superando a relação com os Estados Unidos. Os investimentos em cada parte começaram a crescer de forma significativa. Só no ano passado, as vendas de mercado somaram US$62,2 bilhões. As importações, US$34,7 bilhões. Desde 2012, os dois mantêm Parceria Estratégica Global, com intensa agenda de cooperação em diversas áreas, tais como economia, comércio, ciência, tecnologia e inovação, educação, cultura e esportes. As exportações brasileiras são basicamente de soja, petróleo e minério de ferro. Ao Brasil interessa expandir a pauta de exportações, incluindo produtos de maior valor agregado. Em 2017, a China permaneceu como o maior importador de produtos para o Brasil, como também principal destino das exportações brasileiras. Ainda que a economia chinesa tenha desacelerado na economia e mantido uma estabilidade contínua, o país buscou formas de sustentar seu crescimento através de novas tecnologias e inovação, bem como pela atração de capital estrangeiro. Entre eles, o Brasil sendo considerado uma grande oportunidade para a china expandir seus negócios. Entretanto, no começo do fluxo comercial, em 2009, não apresentava investimentos relevantes, recaindo sobre a atividades ligadas às commodities (matérias-primas), que são a maior parte da pauta de exportação brasileira para a China. A compra de 40% das operações brasileiras da Repsol, companhia energética e petroleira espanhola, pela estatal chinesa Sinopec explicita esse momento. Entre 2011 e 2013, os setores industriais da China começarama buscar novas oportunidade no setor industrial. Nessa época, estava sendo focados no próprio mercado interno brasileiro que estava em plena expansão. Entre 2014 e 2015, ocorreu um ponto de inflexão nas relações comerciais entre os dois países, pelo aumento de volume de investimentos e comercio e pela inserção chinesa em novos setores de aspectos administrativos e estratégicos. Em 2016, 80% das importações de frango da China, proveio do Brasil. Assim como, nosso país foi responsável por 60% da soja importada pela China. Entretanto, a comissão bilateral foi suspensa após o impeachment da presidente Dilma Rousseff, por uma questão de ordem formal. Essa comissão bilateral é presidida pelo vice- presidente do Brasil e o vice-primeiro-ministro da China. Quando Temer assumiu a presidência, o Brasil ficou sem vice. E o governo chinês não aceitou a sugestão do Itamaraty de que o Brasil fosse representado pelo Ministro das Relações Exteriores, na época o senador José Serra. E só no ano de 2019, que seria reativada. Já em 2017, Marcos Caramuru, embaixador brasileiro em Pequim, declara que a relação comercial entre Brasil e China é dinâmica e está “em franca ascensão”.a balança comercial Brasil-China apresentou superávit de 50,2 bilhões de dólares em exportação do Brasil para a China e 27,9 bilhões de dólares em importação. A China, com mais de 1,3 bilhão de habitantes, tem demanda crescente por produtos brasileiros, devido ao aumento da renda per capita dos chineses. Os principais produtos exportados foram: soja triturada, minérios de Ferro e seus concentrados, óleos brutos de petróleo, além de outras commodities, produtos semimanufaturados e manufaturados. A maior parcela dos produtos importados são de produtos manufaturados, ligados à tecnologia. Em 2018, o Brasil exportou para a China um total de US$ 64,2 bilhões e importou daquele país US$ 34,7 bilhões. Após a posse do presidente Jair Bolsonaro, a China estava com medo de que as relações fossem cortadas, porém em outubro de 2019, o presidente foi até Pequim para discutir sobre o comércio e investimentos. Além disso, foram tratadas de assuntos de interesse de setor privado brasileiro a fim de possibilitar o melhor acesso de produtos brasileiros ao mercado chinês. Ambos os lados coincidiram na avaliação de que atualmente a pauta exportadora brasileira se encontra excessivamente concentrada em poucos produtos primários e concordaram na necessidade de incrementar qualitativamente e quantitativamente os fluxos bilaterais de comércio. Outros temas bilaterais, como a cooperação em ciência, tecnologia e inovação e em educação, também foram tratados por ocasião da visita. Ademais, com a recente guerra comercial entre Estados Unidos e China, o Brasil e outros países da América Latina que foram colocados em uma posição de escolher entre Washington e Pequim. Isso fez com que as relações do Brasil e China fossem prejudicadas. Como principal parceiro, as empresas chinesas hoje têm colocado um volume maior de investimentos no país. Foi desenvolvido um setor industrial forte que procura por grandes mercados no mundo e para os pesquisadores é importante manter uma boa relação bilateral, mostrando a empresas e investidores chineses que o Brasil é um país amigável e seguro para se investir. Isso já tem se mostrado efetivo, visto que ao se reunir na Cúpula dos Brics, que aconteceu em Brasília em novembro, o presidente chinês, Xi Jinping se reuniu com Bolsonaro e disse que a China confia plenamente na cooperação com o Brasil e que está disposta a alcançar a prosperidade comum com o país sul-americano. Ele mencionou a visita de Estado que Bolsonaro fez à China em outubro e disse que o consenso atingido pelos dois lados está sendo ativamente implementado. Além disso, o presidente da China expressou a vontade de trabalhar ao lado de Bolsonaro para manter e guiar propriamente o desenvolvimento das relações China-Brasil. Ele enfatizou que os dois grandes países devem manter o foco estratégico, aderir ao respeito mútuo, tratar-se um ao outro como iguais, fortalecer os intercâmbios e cimentar a confiança mútua. O presidente chinês disse que ambos os lados devem trabalhar juntos para promover os intercâmbios e a cooperação integrais entre a China e os países latino- americanos, defender o multilateralismo, construir uma economia mundial aberta, e defender os direitos de desenvolvimento e interesses legítimos dos mercados emergentes. Ele ainda acrescentou que a China apoia o Brasil na organização da próxima Cúpula do BRICS e está disposta a trabalhar com todas as partes para tornar a cúpula um sucesso. Bolsonaro, por sua vez, pode observar que a China é um importante grande país e a maior parceira comercial do Brasil, e disse que o povo brasileiro mantém admiração, respeito e sentimentos amistosos em direção ao povo chinês, e que a cooperação Brasil-China tem crescente significado para o desenvolvimento futuro do Brasil. Segundo o Boletim SEAIN/MP, os chineses investiram em 97 projetos no Brasil no valor de US$ 54 bilhões entre 2003 e 2017. Estima-se relação 2,5:1 entre os investimentos totais anunciados e os efetivamente realizados. Foram anunciadas, mas não concretizadas, outros 158 projetos no valor de US$ 72 bilhões. São 4 setores que os investimento chineses são concentrados no Brasil, dentre eles são, extração de petróleo e gás, energia elétrica, extração de minerais metálicos e metalurgia. Investimentos chineses no Brasil de 2003 a abril de 2018, por setor, fonte: MP/SEAIN Referências Bibliográficas http://www.itamaraty.gov.br/images/2019/Fact_Sheet_Visita_PR_a_China_out 2019.pdf http://funag.gov.br/biblioteca/download/1174-brasil-e-china-40-anos.pdf https://g1.globo.com/economia/blog/joao-borges/post/2019/01/31/brasil-e- china-decidem-reativar-comissao-bilateral.ghtml https://www.chinalinktrading.com/blog/relacoes-comerciais-brasil-china-2018/ http://www.chinahoje.net/xi-diz-que-china-busca-alcancar-prosperidade- conjunta-com-o-brasil/ https://exame.abril.com.br/mundo/investimento-chines-no-brasil-depende-de- boas-relacoes-diz-pesquisadora/ http://www.planejamento.gov.br/apresentacoes/2018/apresentacao-_-relacoes- economicas-entre-brasil-e-china-_.pdf http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2017-06/relacao-bilateral- entre-brasil-e-china-e-dinamica-diz-embaixador-em-pequim http://www.itamaraty.gov.br/images/2019/Fact_Sheet_Visita_PR_a_China_out2019.pdf http://www.itamaraty.gov.br/images/2019/Fact_Sheet_Visita_PR_a_China_out2019.pdf http://funag.gov.br/biblioteca/download/1174-brasil-e-china-40-anos.pdf https://g1.globo.com/economia/blog/joao-borges/post/2019/01/31/brasil-e-china-decidem-reativar-comissao-bilateral.ghtml https://g1.globo.com/economia/blog/joao-borges/post/2019/01/31/brasil-e-china-decidem-reativar-comissao-bilateral.ghtml https://www.chinalinktrading.com/blog/relacoes-comerciais-brasil-china-2018/ http://www.chinahoje.net/xi-diz-que-china-busca-alcancar-prosperidade-conjunta-com-o-brasil/ http://www.chinahoje.net/xi-diz-que-china-busca-alcancar-prosperidade-conjunta-com-o-brasil/ https://exame.abril.com.br/mundo/investimento-chines-no-brasil-depende-de-boas-relacoes-diz-pesquisadora/ https://exame.abril.com.br/mundo/investimento-chines-no-brasil-depende-de-boas-relacoes-diz-pesquisadora/ http://www.planejamento.gov.br/apresentacoes/2018/apresentacao-_-relacoes-economicas-entre-brasil-e-china-_.pdf http://www.planejamento.gov.br/apresentacoes/2018/apresentacao-_-relacoes-economicas-entre-brasil-e-china-_.pdf http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2017-06/relacao-bilateral-entre-brasil-e-china-e-dinamica-diz-embaixador-em-pequim http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2017-06/relacao-bilateral-entre-brasil-e-china-e-dinamica-diz-embaixador-em-pequim
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