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Fundamentos do Trabalho - Durkheim

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C.E.F.E.P PRESIDENTE COSTA E SILVA
TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO
ANGÉLICA STEFANIAK
ÈMILE DURKHEIM
IRATI
2019
ANGÉLICA STEFANIAK
ÈMILE DURKHEIM
Trabalho apresentado à professora Juliana Iavorski Vaz Nunes, na disciplina de Fundamentos do Trabalho do curso Técnico em Segurança do Trabalho, para obtenção de nota parcial semestral.
IRATI
2019
Assim como Karl Marx e Max Weber, Durkheim buscava explicar as modificações que o advento da modernidade acarretou para as estruturas sociais. David Émile Durkheim (1858-1917) nasceu e cresceu em uma época na qual ocorreram grandes mudanças. O capitalismo estava sendo difundido e as ideias do feudalismo foram perdendo espaço, o que gerou uma grande transformação na estrutura sócio econômica e deu um novo rumo à sociedade.
É nesse contexto da sociedade moderna Capitalista que Durkheim começa a desenvolver suas análises sociológicas, com métodos empíricos próprios de investigação, e é a partir de seus estudos que a Sociologia passa a ser reconhecida como uma ciência. Para o autor, a Sociologia seria a ciência das sociedades, capaz de mostrar as coisas para além de como elas se manifestam dentro do social, ou seja, uma expressão mais racional da sociedade. Durkheim se preocupava, acima de tudo, em esclarecer quais seriam os elementos capazes de manter a coesão na sociedade que emergiu após a Revolução Industrial e Francesa. 
Teoria Funcionalista
	Émile Durkheim foi muito influenciado pelas obras de Augusto Comte e Herbert Spencer, os iniciadores do positivismo. Podemos notar nas obras do autor a presença de uma vertente Positivista – Funcionalista, que tem como método a investigação empírica e coloca foco na busca pela instauração de um estado de equilíbrio em uma sociedade marcada pelos conflitos de classe, na perspectiva do funcionamento social em seu conjunto e na contribuição que seus componentes podem dar a esse funcionamento.
	A Teoria Funcionalista surge entre as décadas de 1940 e 1960, nos Estados Unidos, e tem como referência a teoria sociológica do estrutural-funcionalismo (que entende o sistema social como um organismo no qual as diferentes partes desempenham funções de integração e de manutenção do sistema).
	O autor faz uma metáfora e analisa a sociedade como um corpo biológico, afirmando que, assim como os órgãos, as instituições podem adoecer e prejudicar a harmonia social. Ele diz que quando uma instituição não exerce suas funções de forma correta, o desenvolvimento de toda a sociedade fica comprometido. 
 	Nessa comparação da sociedade a um organismo vivo, identifica dois estados nos quais a sociedade pode se encontrar, o estado normal, que diz respeito aos fenômenos que ocorrem regularmente na sociedade, e o patológico, que designa aqueles comportamentos que representam doenças e que devem ser mantidos isolados até derem tratados, pois colocam em risco a harmonia social por estarem fora dos limites que são permitidos pela ordem social e moral que está em vigência. 
As instituições sob a visão de Émile Durkheim
	Como já dito, o autor considera as instituições fatores de extrema importância para um bom funcionamento da sociedade, são as instituições sociais como a escola, o Estado, a Igreja e a família que favorecem uma integração social e fazem com que as normas e leis sejam difundidas para o melhor controle da sociedade, sem depender dos indivíduos. Durkheim afirma que essas instituições são responsáveis pela promoção da educação, que é o principal elemento de socialização. O processo de socialização está ligado as regras, normas e crenças sociais que recebemos e internalizamos e que darão margem aos nossos padrões de comportamento dentro da sociedade. 
	 O autor acredita que quando uma instituição não cumpre sua função de maneira correta, há um processo de inadequação as normas e regras sociais e consequentemente um desvio de personalidade e então é possível entender a importância que ele dá ao processo de socialização, para que condutas e personalidades desviantes possam ser evitados.
	Á esse conjunto de normas, leis, crenças, valores e percepções aos quais o homem é exposto desde seu nascimento, Durkheim dá o nome de Consciência Coletiva. 
Consciência Individual e Coletiva
	Em seu Livro “A Divisão do Trabalho Social”, Émile Durkheim traz a afirmação de que, enquanto seres socializados, possuímos tanto uma consciência individual quanto uma consciência coletiva, afirmando ainda que sempre existiria uma predominância da coletiva sobre a individual. Segundo Durkheim (1990) a consciência coletiva é “um conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade [que] forma um sistema determinado que tem vida própria. Sendo assim, a consciência coletiva se caracteriza pelo conjunto de normas e regras sociais que absorvemos, e a consciência individual seria a nossa “própria consciência, nossa percepção de mundo e de homem. 
 	A consciência coletiva é formada por todas as ideias comuns que estão presentes nas consciências individuais de uma sociedade. Ela não vem de um só indivíduo ou grupo, está espalhada em toda a sociedade, seria “aquilo que a sociedade pensa” e que determina nossa conduta. Podemos associar a consciência coletiva as punições e sanções as quais o homem é submetido quando não há cumprimento de alguma determinação social ou a presença de algum desvio de conduta. Dessa forma, é ela que dita nossas ações e práticas sociais, pois se sobrepõe a consciência individual. 
 	Por mais que todos possuam uma consciência individual, podemos notar que dentro de qualquer grupo ou sociedade existem maneiras padronizadas de pensamento e conduta e essa constatação está na base daquilo que Durkheim chama de consciência coletiva. A partir dessa constatação, o autor pretende demonstrar em sua teoria sociológica que os fatos sociais existem por si próprios e não dependem do pensamento ou ações dos indivíduos.
	Mas afinal, o que são fatos sociais?
Fatos sociais: coercitividade, exterioridade e generalidade
 	Para responder à pergunta anterior é necessário que nos perguntemos: qual é a principal questão sociológica para Durkheim?
	A sua principal questão sociológica seria a relação entre indivíduo e sociedade, na qual ele estabelece sua teoria no aspecto de que o social é que determina o individual através das normas e regras, ou seja, através dos fatos sociais, que se constituem no conjunto dessas normas e regras que criamos enquanto coletivo. 
	O fato social consiste, então, em maneiras de pensa, agir e sentir que exercem uma determinada força sobre os indivíduos e que os obrigam a se adequar as regras da sociedade onde vivem através de uma coerção exterior. Eles se impõem sobre a sociedade com o objetivo de homogeneizar e padronizar os comportamentos individuais, garantindo que sejam coletivos. É necessariamente coletivo, o que o torna um elemento essencial no que diz respeito a compreensão dos processos de socialização dos indivíduos. 
	Em sua obra “As Regras dos Métodos Sociológicos” Durkheim afirma que os fatos sociais são coisas”, com a intenção de chamar atenção para a concretude desses fatos sociais. Neste sentido, busca provar no contexto de sua teoria que os fatos sociais são concretos e, portanto, podem constituir o objeto de análise específico de sua teoria sociológica, caracterizando um objeto de investigação próprio da sociologia. 
	Os fatos sociais possuem três características específicas, sendo elas:
· Coercitividade
	Os fatos sociais são coercitivos porque independem da vontade individual do homem. Essa característica está relacionada ao poder, a força com a qual os padrões de cultura de uma sociedade se impõem nos indivíduos que vivem nela, obrigando-os a cumpri-los. 
· Exterioridade
Os fatos sociais são exteriores porque não nascem com os sujeitos. Quando o indivíduo nasce a sociedade já está posta e já tem uma organização socio econômica e de costumes.
· Generalidade
Os fatos sociais são genéricos, são para todos os indivíduos de uma sociedade e devemser reproduzidos por todos eles.
	A forma de consciência que cada sociedade expressa levam o autor a afirmar que os fatos sociais existem por si próprios, de maneira externa aos indivíduos, e que cada sociedade apresenta formas padronizadas de conduta e pensamentos, baseadas na soma dessas categorias. É esta soma que forma aquilo que Durkheim vai chamar de Solidariedades Sociais.
A Divisão Social do Trabalho e as Solidariedades Sociais: do mecânico ao orgânico
	Nas antigas sociedades tribais e feudais a divisão do trabalho era pouco desenvolvida e cada um trabalhava de maneira autônoma e independente (um artesão criava o animal para que depois pudesse usar a sua pele e fazer uma peça de couro para vender, por exemplo). Nesse tipo de relação, na qual não existia um desenvolvimento das relações de trabalho, os veículos sociais se faziam por semelhança e a visão de coletividade de comunidade aparecia muito mais forte. Os indivíduos vivem de maneira comum, pois partilham de uma consciência coletiva, compartilhando dos mesmos valores sociais, principalmente no que diz respeito a crenças religiosas e interesses materiais básicos para sua subsistência.
 As principais características desse tipo de solidariedade social era a pouca divisão do trabalho, a semelhança entre os indivíduos e o predomínio da consciência coletiva sobre a consciência individual. 
Durkheim propõe um segundo tipo de Solidariedade Social: a Solidariedade Orgânica. Para falar sobre esse tipo de solidariedade social, primeiro precisamos entender outro conceito que o autor traz em sua obra, a Divisão do Trabalho. 
 Com o crescimento quantitativo e qualitativo da sociedade, cria-se a necessidade de um processo de especializações de funções, o que Émile Durkheim chama de Divisão Social do Trabalho. Durkheim afirma que a sociedade moderna transforma a dinâmica industrial, o que culmina no abandono da antiga estrutura de trabalho, dando espaço a novas relações sociais e incapacitando o Estado de controlar as vontades individuais como na antiga sociedade. Uma nova sociedade emerge e passa a exigir um indivíduo socializado, pois cada indivíduo teria uma função importante para o funcionamento social para cumprir. Desta forma, cada membro da sociedade cria uma dependência dos demais, dando espaço a divisão do trabalho e ao surgimento de novas atividades.
 	Junto com esta sociedade emerge também a solidariedade orgânica, na qual os indivíduos passam a se unir por consequência da divisão do trabalho. O que torna os indivíduos unidos é a interdependência das funções sociais (cada indivíduo produz uma peça para que no final todas elas sejam unidas e deem forma ao produto final, o que obriga os indivíduos a cumprir suas tarefas e ao mesmo tempo interagir com os demais), fazendo da divisão social do trabalho um novo mecanismo de integração da sociedade. 
	As principais características desse tipo de sociedade são a grande divisão do trabalho, a dependência mútua entre os indivíduos devido a especialização de funções e o predomínio de um individualismo sobre a consciência coletiva.
Conclusão
	Em sua obra, Émile Durkheim nos mostra que a sociedade modela o comportamento social dos indivíduos no processo de evolução social, passando de uma solidariedade mecânica para uma solidariedade orgânica. Ele acredita que o trabalho é um fato social que está presente nos mais diversos tipos de sociedade, se impondo aos indivíduos independente da sua vontade. 
Segundo o autor, a divisão do trabalho que passa a promover a coesão social e é por isso que deve ser preservada. A função da divisão social do trabalho passa a ser a produção da solidariedade social, fazendo com que as ações dos trabalhadores ganhem sentido. Com o reestabelecimento da solidariedade entre os membros de uma sociedade, a divisão do trabalho passa a assumir um caráter moral e ampliar a harmonia, a integração e a coesão na sociedade moderna.
Enfim, o autor acredita que a divisão social do trabalho é que irá ocupar o lugar do Estado, da igreja e de todas as instituições sociais, passando a ser responsável pela integração do indivíduo ao corpo social, levando à coesão da sociedade e consequentemente ao seu progresso através da especialização de funções que cria a interdependência entre os indivíduos. 
Referências Bibliográficas
ARON, Raymond. As Etapas do Pensamento Sociológico, 5a edição, SP, Martins Fontes, 2000.
CAETANO, Érika de Cássia Oliveira. A divisão do trabalho: uma análise comparativa das teorias de Karl Marx e Emile Dürkheim. PUC Minas, 2009.
GIDDENS. Anthony. As idéias de Durkheim. SP, Contrix, 1981.
OLIVEIRA, Márcia Gardênia de. Um toque de clássicos: Marx, Dürkheim e Weber. 2ª ed. Ver. Amp., Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

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