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MODULO - 2

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MODULO: 02 DIREITO CONSTITUCIONAL
1.Conceito de Constituição
            O Direito Constitucional é um ramo do Direito Público. Porém, distingue-se dos demais ramos do Direito Público, por ser um Direito Público fundamental, segundo José Afonso da Silva, por "referir-se diretamente à organização e funcionamento do Estado, à articulação dos elementos primários do mesmo e ao estabelecimento das bases da estrutura política." Numa conceituação mais aclarada: "Podemos defini-lo como o ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado."  Portanto, o objeto de estudo do Direito Constitucional "é constituído pelas normas fundamentais da organização do Estado, forma de governo, modo de aquisição e exercício do poder, estabelecimento dos seus órgãos, limites de sua atuação, direitos fundamentais do homem e respectivas garantias e regras básicas da ordem econômica e social".
            Obviamente, como o próprio nome diz, a principal norma do Direito Constitucional é a Constituição. A Constituição é a norma fundamental que funda e organiza o Estado. Ou seja:
            "A constituição do Estado, considerada sua Lei fundamental, seria, então, a organização dos seus elementos essenciais: um sistema de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regula a forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição e o exercício do poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os direitos fundamentais do homem e as respectivas garantias. Em síntese, a constituição é o conjunto de normas que organiza os elementos constitutivos do Estado." (SILVA, 2001, p. 38)
            A Constituição Federal de 1988  é a norma fundamental do Direito Positivo Brasileiro. Por normalizar a democracia e restabelecer o Estado Social e Democrático de Direito, a CF/88 é diferente das constituições antecedentes. A CF/88 é organizada em nove títulos:
            "(1) dos princípios fundamentais; (2) dos direitos e garantias fundamentais, segundo uma perspectiva moderna e abrangente dos direitos individuais e coletivos, dos direitos sociais dos trabalhadores, da nacionalidade, dos direitos políticos e dos partidos políticos; (3) da organização do Estado, em que estrutura a federação com seus componentes; (4) da organização dos poderes: Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário, com a manutenção do sistema presidencialista, seguindo-se um capítulo sobre as funções essenciais à Justiça, com Ministério Público, Advocacia Pública (da União e dos Estados), advocacia privada e defensoria pública; (5) da defesa do Estado e das instituições democráticas, com mecanismos dos Estado de Defesa, Estado de Sítio e da segurança pública; (6) da tributação e do orçamento; (7) da ordem econômica e financeira; (8) da ordem social; (9) das disposições gerais. Finalmente, o Ato das Disposições Transitórias." (SILVA, 2001, p. 89-90)
            2.Importância da Constituição Federal de 1988 para o Profissional
            No intuito de seguir as ordens da coordenação e a ementa deste curso, enfocaremos os aspectos da CF/88 relacionados aos direitos e garantias fundamentais (Título II – Dos Direitos e das Garantias Fundamentais, CF/88). Alguns podem se perguntar: "O que a Constituição tem a ver com o meu cotidiano profissional?" Tem tudo a ver. A CF/88 é a norma fundamental e suprema do Estado Brasileiro. Portanto, todas as leis e atos infra-legais lhe devem subordinação. Muito se diz sobre constitucionalidade ou inconstitucionalidade de determinadas medidas. Pois bem, algo é constitucional se estiver segundo a Constituição. É inconstitucional, se apresentar dispositivo contrário à Constituição. Assim, o é com as Leis, com os atos infra-legais (decretos, portarias e demais atos administrativos, entre outros) e com as normas de conduta impostas pelas empresas aos seus funcionários.
            O empregador tem poderes para disciplinar e gerir a empresa e as relações desta com os empregados. Porém, esses poderes são limitados. E não podem, de maneira alguma, contrariar dispositivos contidos na Constituição e na legislação, seja ela administrativa, trabalhista, financeira, tributária, penal, internacional, civil, comercial, ambiental, entre outras. Quer dizer, mesmo sendo uma pessoa de direito privado, a empresa não pode fazer o que quiser no seu âmbito interno, devendo, inclusive, respeitar e implementar os Direitos Fundamentais, naquilo que lhe couber, segundo a Constituição e as Leis. A liberdade, in casu, é para agir segundo o que ordenam e o que permitem as Leis e a Constituição, esta a norma fundamental que confere validade e norteia toda uma ordem jurídica nacional.
 
2.1. Noções Básicas de Direito:
 
 
 
            O ordenamento jurídico possui uma responsabilidade compartilhada entre o Estado e os cidadãos na proteção e preservação do desenvolvimento da humanidade. Pensar sobre o desenvolvimento humano importa em refletir sobre a vida em sociedade - o ambiente em seus infinitos ecossistemas e correlações, em cuja totalidade insere-se a vida humana. É sobre a base da vida em sociedade que o homem desenvolve sua atividade cultural, segundo certos valores, na busca de múltiplos objetivos, cuja multiplicidade de fatos constitui a História.
 
 
 
            O sucesso das ações que devem conduzir ao desenvolvimento social dependerá em grande parte da influencia da opinião pública, do comportamento das pessoas, e de suas decisões individuais. Mesmo considerando que existe certo interesse pelas questões sociais, econômicas e políticas há que reconhecer a falta de informação e conhecimento dos direitos básicos ou considerados fundamentais. Logo, a educação que tenha por objetivo informar e sensibilizar as pessoas sobre os deveres e direitos existentes em sua sociedade, buscando transformar essas pessoas em indivíduos que participem das decisões sobre seus futuros, exercendo desse modo o direito a cidadania torna-se instrumento indispensável no processo de desenvolvimento social.
 
 
 
            Assim é necessário que se faça uma avaliação sob o ponto de vista constitucional, diante da infinidade de novas situações jurídicas que se apresentam, mesmo porque o direito não é estanque, mas sim a têm nos costumes como um dos princípios do direito, e segundo os costumes e a convivência entre os componentes certamente surgiram novas situações que precisam ser regradas em alguns casos e protegida em outros.
 
            Declara a Constituição que a ordem econômica é fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tendo por fim assegurar a todos a existência digna, conforme os ditames da justiça social.  São princípios da ordem econômica: soberania nacional, propriedade privada, função social da propriedade, livre concorrência, defesa do consumidor, defesa do meio ambiente, redução das desigualdades regionais e sociais, busca do pleno emprego e tratamento favorecido às empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte.
 
 
 
            Após esse panorama geral, a linha principal seguirá para uma análise individual, da Constituição Federal, com maior ênfase nos Princípios Constitucionais de Direito, pois baseados em conceitos antropológicos o homem é fruto de meio, e mesmo que essa questão seja passível de discordância, ninguém poderá afirmar que o homem sobreviveria sem apoiar-se no meio em que vive rodeado pelos conceitos culturais e legais.
 
 
 
            E se o desenvolvimento da humanidade não for sustentado por normas o caos estará formado, seja no tocante a saúde, à igualdade das pessoas, à liberdade, à segurança e também à propriedade privada.
 
 
 
            A experiência jurídica é experiência histórico-cultural, em cuja realização o homem altera aquilo que lhe é “dado”, alterando-se a si próprio.
 
            Existe a “Responsabilidade Conjunta do Estado e do Cidadão na busca de uma sociedade “ideal”, onde todos trabalham contra a usurpação dos princípios e dos direitos sociais em termos gerais, respeitam os direitos e zelam pela preservaçãoda lei, enfocando a importância para o mundo jurídico na proteção da interrelação homem e sociedade.
 
 
 
            O tempo que levaremos para atingir essa nova era dependerá da determinação de cada um de nós de conhecer, meditar a respeito, seguir e disseminar os princípios fundamentais da nossa sociedade, assim como de exigir a sua observância por parte de todos. 
 
            O estudo das normas de direito, pressupõe o conhecimento de certos conceitos básicos que servem de pilares para todo o ordenamento de direitos e deveres dentro de um Estado:
 
 
 
                I.   Estado - é uma sociedade política dotada de algumas características próprias, ou de elementos essenciais que a distinguem das demais: povo, território e soberania. POVO: é o elemento humano do Estado, o conjunto de pessoas que mantêm um vínculo jurídico-político com o Estado, pelo qual se tornam parte integrante deste. SOBERANIA: poder de império do Estado, caracterizando-o como o poder jurídico de que são investidas as autoridades. TERRITÓRIO: é o elemento material do Estado, o espaço dentro do qual este exerce a sua supremacia sobre pessoas e bens. O conceito de território é jurídico e não meramente geográfico. Abrange, além do espaço delimitado entre fronteiras do Estado, o mar territorial, o respectivo espaço aéreo, navios e aeronaves em alto-mar e, navios e aeronaves militares onde quer que estejam.
 
 
 
            O Brasil caracteriza-se pela Federação como forma de organização do Estado, formada pela união indissolúvel de seus estados e municípios, cuja forma de governo instituída é uma República (coisa do povo), cujo poder emana do povo.
 
 
 
               II.   Lei – norma escrita, vigente em um país, elaborada pelo Poder Legislativo; podemos definir a lei como uma norma aprovada pelo povo de um país.
 
 
 
Em outras palavras, Lei é a regra escrita feita pelo legislador com a finalidade de tornar expresso o comportamento considerado desejável ou indesejável (âmbito penal) para a coletividade.  O ordenamento jurídico brasileiro assenta-se basicamente nas leis, ou seja, dispõe no Artigo 5º da Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB) que: “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
 
 
 
                 III.    Costume – é o conjunto de normas de comportamento ao qual as pessoas obedecem de maneira uniforme e constante pela convicção de sua obrigatoriedade.  É criado espontaneamente pela sociedade, sendo produzido por uma prática geral, constante e reiterada. Exemplo: Fila, não há uma lei determinando à obediência a fila em locais de atendimento, mas as pessoas por costume a respeitam, por ordem de chegada.
 
 
 
 
 
2.2. Princípios Constitucionais Fundamentais de Direito:
 
 
 
            A Constituição é a lei maior do país, o vértice do sistema jurídico. Contém as normas fundamentais do Estado, estando todos sujeitos ao seu império, inclusive os membros do governo. As regras do texto constitucional, sem exceção, são revestidas de supralegalidade, ou seja, possuem eficácia superior às demais normas.
 
 
 
            A estrutura do ordenamento jurídico é escalonada, sendo que todas as normas abaixo da Constituição devem ser com ela compatíveis.
 
 
 
 
 
	 
	 
	
 
 
 
 
 
 
 
		CF
 
 
                                     
 
                                     
 
 
 
 
 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
		Demais leis/normas
	
	 
	
	
	
	 
	
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
            No ápice da pirâmide estão às normas constitucionais, logo, todas as demais normas do ordenamento jurídico devem buscar seu fundamento de validade no texto constitucional, sob pena de inconstitucionalidade. Basta que a regra jurídica esteja na Constituição Federal para ela ser revestida de supralegalidade, ou seja, a regra encontra-se em nível hierarquicamente superior as demais regras.
 
 
 
            Diversos sinônimos de Constituição são utilizados pelos autores, sempre realçando o caráter de superioridade das normas constitucionais em relação às demais normas jurídicas. Destacamos os mais frequentes, como Carta Magna, Lei Fundamental, Código Supremo, Lei Máxima, Lei Maior e Carta Política.
 
 
 
            Princípios são Direitos fundamentais s considerados indispensáveis à pessoa humana, necessários para assegurar a todos uma existência digna, livre e igual. Não basta ao Estado reconhecer direitos formalmente; deve buscar concretizá-lo, incorporá-los no dia a dia dos cidadãos e de seus agentes.
 
 
 
· Direito à Vida:
 
            O direito à vida é o principal direito individual, o bem jurídico de maior relevância tutelado pela ordem constitucional, pois o exercício dos demais direitos depende de sua existência. Consiste no direito à existência do ser humano. O Direito à Vida, basicamente se resume no DIREITO DE NÃO SER MORTO, mas possui ampla interpretação, incluindo o Viver com Dignidade. Assim, não basta garantir um simples direito á vida, mas assegurá-lo com o máximo de dignidade e qualidade na existência do ser humano. A integridade física deve ser entendida como o absoluto respeito à integridade corporal e psíquica de todo e qualquer ser humano.
 
 
 
· Direito de Liberdade:
 
            Liberdade é a faculdade que uma pessoa possui de fazer ou não fazer alguma coisa, senão em virtude de lei. Um indivíduo é livre para fazer tudo o que a lei não proíbe. Envolve sempre um direito de escolher entre duas ou mais alternativas, de acordo com sua própria vontade.
 
 
 
· Liberdade de Pensamento (art. 5.°, IV e V): O pensamento, em si, é absolutamente livre. Está fora do poder social, pertence ao próprio indivíduo. A tutela constitucional surge no momento em que ele é exteriorizado com a sua manifestação. É importante que o Estado assegure a liberdade das pessoas de manifestarem o seu pensamento. Contudo, foi vedado o anonimato, as pessoas são obrigadas a assumir a responsabilidade do que exteriorizam, caso haja danos materiais, morais ou à imagem. O direito de manifestação de pensamento deve ser exercido de maneira responsável. O limite na manifestação do pensamento se encontra no respeito à imagem e à moral das outras pessoas.
 
 
 
· Liberdade de Consciência, de Crença e de Culto (art. 5.°, VI, VII e VIII): A liberdade de consciência refere-se à visão que o indivíduo tem do mundo, ou seja, são as tendências ideológicas, filosóficas, políticas etc., de cada indivíduo. A liberdade de crença tem um significado de cunho religioso. É importante salientar que inclui o direito de professar ou não uma religião, de acreditar ou não na existência de um ou diversos deuses, ou até mesmo, na não existência de nenhum deus (ateísmo). A liberdade de culto é a exteriorização da liberdade de crença, ou seja, as pessoas têm a liberdade de cultuar o que elas acreditam. A liberdade de culto inclui o direito de honrar as divindades preferidas, celebrar as cerimônias exigidas pelos rituais, à construção de templos e o direito de recolher contribuições dos fiéis. A Constituição Federal proíbe qualquer distinção ou privilégio entre as igrejas e o Estado.
 
 
 
· Liberdade de Atividade Intelectual, Artística, Científica e de Comunicação (art. 5.°, IX): A Constituição Federal estabelece que a expressão das atividades intelectual, artística, científica e de comunicação é livre, não se admitindo a censura prévia. É uma liberdade, no entanto, com responsabilidade, ou seja, se houver algum dano moral ou material a outrem, haverá responsabilidade por indenização.
 
 
 
· Liberdade de Locomoção (art. 5.°, XV): É a liberdade física de ir, vir, ficar ou permanecer. Essa liberdade é considerada pela Constituição Federal como um dos mais fundamentais direitos, visto que é requisito essencial para que se exerça o direito das demais liberdades. No que diz respeito à liberdade de sair, entrar e permanecer em território nacional. A lei pode estabelecer exigências para sair, entrar ou permanecer no país, visando à proteção da soberania nacional.
 
 
 
· Liberdade de Reunião (art. 5.°, XVI): É a permissão constitucionalpara um agrupamento transitório de pessoas com o objetivo de alcançar um fim comum. O legislador exige que a reunião seja PACÍFICA (sem violência ou armas), que tenha um FIM LÍCITO (legal) e que seja COMUNICADO AO PODER PÚBLICO o dia, local e hora da referida reunião para evitar reuniões conflitantes no mesmo local e, para que possa haver uma preparação com o intuito de não atrapalhar os demais cidadãos. O direito de reunião pode ser analisado sob dois enfoques: de um lado a liberdade de se reunir para decidir um interesse comum e de outro lado à liberdade de não se reunir, ou seja, ninguém poderá ser obrigado a reunir-se.
 
           
 
· Direito à Segurança:
 
            A Constituição Federal, no caput do artigo 5.°, quando fala de segurança, está se referindo à segurança jurídica. Refere-se à segurança de que as agressões a um direito não ocorrerão e, se ocorrerem, existirá uma eventual reparação pelo dano que a pessoa tenha. Segurança é a tranquilidade do exercício dos direitos fundamentais. Não basta ao Estado criar e reconhecer direitos ao indivíduo; tem o dever de zelar por eles, assegurando a todos o exercício, com a devida tranquilidade. O Estado deve atuar no sentido de preservar as prerrogativas dispostas nas normas jurídicas.
 
           
 
A competência para dar a segurança jurídica é do Poder Judiciário. É por meio do acesso ao Poder Judiciário que as pessoas conseguem a segurança jurídica. Diante de uma agressão ou de ameaça de agressão a um direito, a pessoa poderá ir ao Poder Judiciário e assegurá-lo. Para que o Judiciário tenha o dever de conceder a segurança jurídica, não é necessário comprovar a efetiva lesão, ou seja, pode-se, preventivamente, buscar essa segurança para impossibilitar a lesão ao direito.
 
 
 
· Direito de Igualdade:
 
            O direito de Igualdade consiste em afirmar que “todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza”. Deve haver um tratamento isonômico, de igualdade. Igualdade consiste em tratar igualmente os iguais, com os mesmos direitos e obrigações, e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade. Tratar igualmente os desiguais seria aumentar a desigualdade existente. Todos os órgãos públicos deverão dar tratamento isonômico para as partes. Responde por discriminação quem sem motivo justo tratar de forma diferenciada qualquer pessoa independente de sexo, origem, cor, raça, crença, posição social, filosófica, política ou cultural.
 
 
 
            O artigo 03º da Constituição Federal estabelece entre as metas do Brasil a erradicação da pobreza e da marginalização, a redução das desigualdades sociais e regionais e a promoção do “bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
 
 
 
· Direito de Propriedade:
 
            Estabelece a Constituição Federal/1988: “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar ou permanecer, sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou ainda, durante o dia, por ordem judicial”.
 
 
 
            Considera-se “casa”, no sentido constitucional, todo local delimitado e separado, que alguém ocupa com exclusividade, a qualquer título, inclusive profissionalmente, desde que constitua um ambiente fechado ou de acesso restrito ao público.  Com relação ao dia e a noite, temos dois critérios: um referente ao período das 06h00min da manhã às 18h00min, o outro chamado de critério físico-astronômico, como o intervalo de tempo situado entre a aurora e o crepúsculo. Entendemos que a aplicação conjunta de ambos os critérios alcança a finalidade constitucional de maior proteção ao domicílio durante a noite (exemplo – horário de verão).
 
 
 
            Exceção – DESAPROPRIAÇÃO: Ato pelo qual o Estado toma para si ou transfere para terceiros bens de particulares, mediante o pagamento de justa e prévia indenização. A Constituição prevê 03 hipóteses de desapropriação:
 
1º)   Por necessidade pública – a Administração Pública defronta com problemas de emergências, sendo a desapropriação indispensável para a realização de uma atividade essencial do Estado.
 
2º)  Por utilidade pública – a desapropriação, embora não imprescindível, é conveniente para a realização de uma atividade estatal.
 
3º)  Por interesse social – a desapropriação é conveniente para o progresso social, para o desenvolvimento da sociedade.
 
           
 
            Requisitos da Indenização: a) Justa – a indenização deve ser feita de forma integral, reparando todo prejuízo sofrido pelo particular que teve seu bem desapropriado.  A indenização deve ser calculada de acordo com o valor de mercado do bem no momento da transferência da propriedade. Devem ser acrescidos os danos emergentes e os lucros cessantes, além do pagamento de juros moratórios e compensatórios, despesas judiciais e correção monetária.  b) Prévia – o pagamento deve ser feito antes do ingresso na titularidade do bem. c) Em dinheiro – o pagamento deve ser feito em moeda corrente.
 
 
 
 
 
OBS.: Na desapropriação para Reforma Urbana e Agrária, o pagamento pode ser feito respectivamente, em títulos da dívida pública, resgatáveis em até 10 anos, ou em títulos da dívida agrária, resgatáveis em até 20 anos.
 
 
 
            Por fim conclui-se que o homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida adequadas, em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna e gozar de bem-estar, e é portador solene da obrigação de proteger e melhorar o meio em que vive, para as gerações presentes e futuras.

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