Buscar

Fichamento do texto: Os Valores de Maria Lucia Arruda

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
Luana Frare, RA 14.2.0629 
Fichamento do texto: “Os Valores” de Maria Lucia Arruda
Itapevi
2015
Fichamento do texto: “Os valores” de Maria Lucia Arruda
1. O mundo dos valores
O homem como ser cultural é capaz de transformar a natureza de acordo com suas necessidades e para tanto escolhe os meios e os fins da ação a partir de valores, sendo que esses normalmente são adquiridos como herança cultural desde cedo a partir das convenções sociais e comportamentos esperados sendo adequados ou inadequados de acordo com os valores daquela sociedade, e para contemplar todas os níveis de vivência humana existem diversos valores estando entre eles os econômicos, vitais, lógicos, éticos, estéticos, religiosos.
2. Valores e valoração
Constantemente fazemos juízos de realidade, constatando a existência dos seres e fenômenos e a partir daí estabelecemos juízos de valor quando essas realidades nos remetem a atração ou repulsa, aonde julgamos se determinada coisa é bela, se é útil, se é caro, etc. Ao atribuirmos valores, denotamos nossa não indiferença aos seres que constituem nosso mundo familiar, isso porque constantemente atribuímos a eles valores bipolarizados (bom e mau, verdadeiro e falso, belo e feio, etc.), porém, os valores não estão “impregnados” nas coisas, mas sim dependem do homem no seu esforço de valoração. Essa valoração depende da situação vivida, entretanto não podemos dizer que a valoração é subjetiva no sentido de variar de indivíduo para indivíduo, no sentido de que esse termo não compreende a relativização mas sim de mostrar a necessidade do relacionamento dos valores com determinadas situações, e essa comunicação oriunda da valoração ocorre tanto com nossos contemporâneos quanto com nossos antepassados que nos ensinaram seus valores. O ato de valorar “visa” dar um sentido ao nosso mundo.
3. Valores em educação
Como os valores constituem a base de todas as nossas ações, sabemos então que os mesmos estão presentes também na práxis educativa, porém como os valores não são bem tematizados na sociedade, muitos educadores acabam por não refletir acerca de tais valores. Trabalhar essas reflexões a respeito dos valores inerentes a questão educativa nos levará a uma educação mais coerente e eficaz.
Ao tratarmos de educação, necessariamente serão abordados em especial os valores morais, políticos e estéticos.
4. Educação moral: o sujeito autônomo
De forma geral, o conceito de moral trata de um conjunto de regras de conduta adotadas em um grupo social com intuito de organização da sociedade no quesito relações interpessoais segundo valores do bem e do mal, onde cada sociedade determina se comportamentos são ou não adequados de acordo com as situações, e tendo em vista que a moral é oriunda do convívio humano e determinada pela sociedade podemos afirmar que a mesma é aceita ou recusada, ou seja, o indivíduo não nasce moral.
No contexto acima citado, a educação é muito importante pois o processo de conscientização de valores dentro da escola, visa a ligação entre escola e vida para que o indivíduo possa agir segundo os princípios daquela sociedade.
A moral possui duas faces, sendo o aspecto social e o aspecto pessoal (como já citado acima o sujeito pode aceitar ou recusar a moral estabelecida), portanto ser um indivíduo moral é assumir de forma consciente regras que possibilitam um crescimento pessoal enquanto integrante de um grupo e ta fato se torna difícil visto a grande pluralidade presente na sociedade e os valores que por vezes se tornam conflitantes, exigindo assim um posicionamento do homem perante tais valores.
Sabe-se que a educação para a liberdade começa cedo, então teoricamente, ao chegar a idade adulta o homem deveria tornar-se plenamente moral. Essa plenitude é construída ao longo do tempo conforme o homem desenvolve a inteligência e a afetividade, a partir das quais torna-se capaz de ter uma percepção de mundo por meio de abstração crítica. A fase da adolescência é onde ocorre a elaboração da vida moral, pois nessa fase o homem passa da heteronímia a autonomia, onde obedece não mais o que lhe é imposto, mas sim obedece sua própria moral. Ser moral significa também responder por seus atos e ser capaz de reciprocidade; tal aprendizagem não é automática ou espontânea o que acaba por impedir que algumas pessoas alcancem níveis morais mais altos.
5. Educar o cidadão
Em tempos passados educação era completamente influenciada pela política vigente na sociedade, onde a educação era utilizada como ferramenta para exercer dominação já que a educação de crianças e jovens atendia as expectativas de grupos que detém o poder na sociedade, fato bem claro na idade média onde a educação era direcionada pela igreja, posteriormente com o surgimento da classe burguesa, o liberalismo provocou mudanças nas práticas de ensino.
Atualmente, apesar da sociedade possuir ideais muitas vezes oriundas de resquícios de estruturas antigas, solidificadas busca-se a democracia para que o poder político não exclua a maioria da população das decisões.
6. Educação estética
Nenhuma formação que seja puramente intelectual dá conta da totalidade do humano pois o indivíduo não se forma apenas com a razão, mas também com afetividade. Nesse contexto destaca-se a importância da arte como instrumento de valorização integral do homem.
Estética (do grego aisthesis) significa “compreensão pelos sentidos”, “percepção totalizante”. Diferente da razão, a arte possibilita um conhecimento através do sentimento, da intuição e da imaginação, sendo o contrário de tudo que é imposto, estimulando um pensamento divergente, portanto, o ensino da arte é muito relevante na formação da personalidade do indivíduo. È necessário que o educador tenha ciência da importância de se trabalhar a arte e refletir também sobre esse tema, pois a mesma ajuda a evitar um moralismo engessado, rígido e também auxiliaria o educador a ver a realidade sob diferentes perspectivas.
7. Educação e liberdade
Dos valores explanados anteriormente, compreendemos que as ações humanas são intencionais, ou seja, livres; e essa liberdade orienta a validade de toda ação.
Aprender a liberdade
Considerando os três valores aqui abordados (moral, político e estético), fica evidente que a construção da autonomia pessoal, a cidadania e a afetividade são manifestações (assim como outros valores) da liberdade humana.
Existem alguns conceitos de liberdade: há quem diga que liberdade seja fazer o que se deseja (conceito muito superficial para um tema tão complexo); a quem diga que trata-se do cuidado de cada um agir de modo a respeitar os limites da liberdade alheia ( que não favorece as relações humanas), etc. Por se tratar de um tema controverso, aqui serão consideradas duas posições contraditórias, sendo elas: o determinismo absoluto (admite-se que todo ato é causado, ou seja, o homem “é como é” devido ao fato de estar sujeito as leis de seu psiquismo, a uma determinada cultura, onde o ser humano tem somente a ilusão da livre escolha) e a liberdade incondicional (liberdade absoluta onde as ações do ser humano não são condicionadas por forças exteriores a sua vontade). Essas duas concepções são extremas, então para que o impasse seja superado na abordagem dessa questão admite-se inicialmente que o homem é um ser que sofre múltiplas determinações porém é um ser consciente que quando ciente da situação é capaz de agir sobre a realidade de maneira a transformá-la.
O homem age de forma pessoal e autônoma, porém essa individualidade é construída no grupo social e pelo grupo social a que pertence, de forma que somos livres por causa dos outros. Ao considerarmos tal fato a educação se faz necessária ao ponto que a liberdade não é uma dádiva, mas sim é construída a partir de situações e condições históricas concretas. Aprendemos a ser livres gradualmente quando começamos a sair da heteronímia inerente a infância e superar nosso egoísmo e comodismo, sendo que a partir da adolescência o sujeito encontra-se mais próximo do exercício plenoda liberdade.
A autoridade do mestre
Existem muitos desafios nas propostas de educação para liberdade, e um dos grandes problemas está na linha tênue entre autoridade do professor e autoritarismo, ao mesmo tempo em que não pode sucumbir a anomia (ausência de lei) que impede a disciplina e a organização de qualquer trabalho.
Na leitura complementar, Saviani fala sobre o processo educativo envolvendo diferença ou desigualdade no ponto de partida e uma igualdade no ponto de chegada, cabendo então ao educador ser capaz de direcionar esse processo, de modo a saber distinguir o aluno empírico (que traz seus valores, desejos, interesses) e o aluno concreto (valores e interesses são os definidos pela sociedade). Quando há discernimento das necessidades fundamentais de seus alunos que devem ser satisfeitas para que o mesmo se humanize, o educador é capaz de dirigir o processo de ensino de modo a sanar essas necessidades; por exemplo um professor com consciência dos valores a serem adquiridos deve exercer sua autoridade, não de forma a contrariar os interesses do aluno, de forma a dar condições para que sejam alcançados os interesses maiores da humanização do aluno.
A autoridade do professor, portanto, não reside em sua função nem em sua pessoa, mas sim na sua competência e empenho profissional. 
Ao passo que o aluno se desenvolve, a tendência é o educador “perder” autoridade, porque o aspecto assimétrico da relação vai desaparecendo. 
É muito desafiador fazer com que um relacionamento heterogêneo e assimétrico inicialmente se torne simétrico e homogêneo ao final visto que o percurso é cheio de obstáculos já que educar para a liberdade envolve a valorização do pluralismo de ideias, que leva a divergências e ao conflito, que deve ser bem trabalhado já que esse é uma das condições principais a existência de um mundo livre. Educar não trata-se de direcionar o aluno para um ponto escolhido previamente, mas sim de oferecer condições para que o discente se encontre e faça seu próprio caminho, portanto é fundamental que o professor aprenda a exercer a tolerância para ser capaz de reconhecer que seus valores nem sempre são universais, além de possuir humildade para admitir que as vezes ele próprio pode se equivocar. Agindo dessa forma o professor abandonará o desejo de onipotência já que a liberdade implica em acerto e também erros.

Outros materiais