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Lauro emitiu uma nota promissória com vencimento a dia certo em favor da sociedade empresária W Corretora de Imóveis Ltda. Embora o título esteja assinado pelo emitente, nele não constam a data e o lugar de emissão. Há cláusula de juros remuneratórios, com fixação de taxa anual de 12%. Antes do vencimento, o título recebeu aval em branco prestado por Pedro, irmão de Lauro. Sendo certo que os dados omitidos na nota promissória não foram preenchidos pela sociedade empresária antes da cobrança judicial. Analise a questão com base no estudo do Direito Cambiário.
            A questão em tela mostra um claro vício de formalidade na nota promissória, visto a omissão da data e o lugar de emissão, deixando a assim o título de crédito invalidado, pois sem a colocação da data de emissão do mesmo, não se tem como saber o vencimento e assim o crédito será pagável à vista. Nesse sentido:
Art. 75. A nota promissória contém:
1. denominação "nota promissória" inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação desse título;
2. a promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada;
3. a época do pagamento;
4. a indicação do lugar em que se efetuar o pagamento;
5. o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga;
6. a indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada;
7. a assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor).
Art. 76. O título em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não produzirá efeito como nota promissória, salvo nos casos determinados das alíneas seguintes.
A nota promissória em que se não indique a época do pagamento será considerada à vista.
Na falta de indicação especial, o lugar onde o título foi passado considera-se como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do subscritor da nota promissória.
A nota promissória que não contenha indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar designado ao lado do nome do subscritor.
01- . Na Letra de Câmbio, o aceite é declaração do
a) ( X  )sacado, comprometendo-se a pagar o título no seu vencimento.Correto:
Art. 9ºA apresentação da letra ao aceite é facultativa quando certa a data do vencimento. A letra a tempo certo da vista deve ser apresentada ao aceite do sacado, dentro do prazo nela marcado; na falta de designação, dentro de seis meses contados da data da emissão do título, sob pena de perder o portador o direito regressivo contra o sacador, endossadores e avalistas.
Parágrafo único. O aceite da letra, a tempo certo da vista, deve ser datado, presumindo-se, na falta de data, o mandato ao portador para inseri-la.DECRETO Nº 2.044, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1908
b) ()endossante, comprometendo-se a pagar o título no seu vencimento.
c)()sacador, reconhecendo a operação mercantil realizada e comprometendo-se a pagar o título no seu vencimento.
d)(  ) terceiro beneficiário, reconhecendo a operação mercantil realizada e o seu valor.
1- João Garcia emite, em 17/10/2010, uma Letra de Câmbio contra José Amaro, em favor de Maria Cardoso, que a endossa a Pedro Barros. O título não tem data de seu vencimento. Diante do caso apresentado, na condição de advogado, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
a) Pedro poderá exigir o pagamento da letra de câmbio em face da omissão da data do seu vencimento?
            Sim, tendo em vista de que não houve a estipulação da data do vencimento do título, considerando-se assim pagável à vista. Vejamos:
Art. 1º A letra de câmbio é uma ordem de pagamento e deve conter requisitos, lançados, por extenso, no contexto:
        I. A denominação “letra de câmbio” ou a denominação equivalente na língua em que for emitida.
        II. A soma de dinheiro a pagar e a espécie de moeda.
        III. O nome da pessoa que deve pagá-la. Esta indicação pode ser inserida abaixo do contexto.
        IV. O nome da pessoa a quem deve ser paga. A letra pode ser ao portador e também pode ser emitida por ordem e conta de terceiro. O sacador pode designar-se como tomador.
        V. A assinatura do próprio punho do sacador ou do mandatário especial. A assinatura deve ser firmada abaixo do contexto.
        Art. 2º Não será letra de câmbio o escrito a que faltar qualquer dos requisitos acima enumerados.
        Art. 3º Esses requisitos são considerados lançados ao tempo da emissão da letra. A prova em contrário será admitida no caso de má-fé do portador.
 Art. 20. A letra deve ser apresentada ao sacado ou ao aceitante para o pagamento, no lugar designado e no dia do vencimento ou, sendo este dia feriado por lei, no primeiro dia útil imediato, sob pena de perder o portador o direito de regresso contra o sacador, endossadores e avalistas.
§ 1º Será pagável à vista a letra que não indicar a época do vencimento. Será pagável, no lugar mencionado ao pé do nome do sacado, a letra que não indicar o lugar do pagamento.
        É facultada a indicação alternativa de lugares de pagamento, tendo o portador direito de opção. A letra pode ser sacada sobre uma pessoa, para ser paga no domicílio de outra, indicada pelo sacador ou pelo aceitante DECRETO Nº 2.044, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1908.
b) Que efeitos podem ser verificados com a transmissão do título por meio do endosso?
            Há a transferência da propriedade do título de crédito, podendo o portador cobrar o valor no título mencionado do sacado, e caso este não pague, poderá cobrar de todos os codevedores. Além disso, o endossante se torna garantido da aceitação e do pagamento da letra.
Art. 8ºO endosso transmite a propriedade da letra de câmbio. Para a validade do endosso, é suficiente a simples assinatura do próprio punho do endossador ou do mandatário especial, no verso da letra. O endossatário pode completar este endosso.
        § 1º A cláusula “por procuração”, lançada no endosso, indica o mandato com todos os poderes, salvo o caso de restrição, que deve ser expressa no mesmo endosso.
        § 2º O endosso posterior ao vencimento da letra tem o efeito de cessão civil.
        § 3º É vedado o endosso parcial.
DECRETO Nº 2.044, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1908.
2-Em 9 de novembro de 2010, João da Silva adquiriu, de Maria de Souza, uma TV de 32 polegadas usada, mas em perfeito funcionamento, acertando, pelo negócio, o preço de R$ 1.280,00. Sem ter como pagar o valor integral imediatamente, lembrou-se de ser beneficiário de uma Letra de Câmbio, emitida por seu irmão, José da Silva, no valor de R$ 1.000,00, com vencimento para 27 de dezembro do mesmo ano. Desse modo, João ofereceu pagar, no ato e em espécie, o valor de R$ 280,00 a Maria, bem como endossar a aludida cártula, ressalvando que Maria deveria, ainda, na qualidade de endossatária, procurar Mário Sérgio, o sacado, para o aceite do título. Ansiosa para fechar negócio, Maria concordou com as condições oferecidas e, uma semana depois, em 16 de novembro de 2010, dirigiu-se ao domicílio de Mário Sérgio, conforme orientação de João da Silva. Após a vista, porém, Maria ficou aturdida ao constatar que Mário Sérgio só aceitou o pagamento de R$ 750,00, justificando que esse era o valor devido a José. Sem saber como proceder dali em diante, Maria o(a) procura, como advogado(a), com algumas indagações . Com base no cenário acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
a) É válida a limitação do aceite feita por Mário Sérgio ou estará ele obrigado a
pagar o valor total da letra de câmbio?
            A limitação é válida, mas Mário Sérgio ficará vinculado ao montante aceitado, assim é disposição do parágrafo único do artigo 11do Decreto Nº 2.044, De 31 De Dezembro De 1908.
Art. 11. Para a validade do aceite é suficiente a simples assinatura do próprio punho do sacado ou do mandatário especial, no anverso da letra.
        Vale, com aceite pura, a declaração que não traduzir inequivocamente a recusa, limitação ou modificação.
        Parágrafoúnico. Para os efeitos cambiais, a limitação ou modificação do aceite equivale à recusa, ficando, porém, o aceitante cambialmente vinculado, nos termos da limitação ou modificação.
b) Qual é o limite da responsabilidade do emitente do título?
            O emitente do título (sacador) é responsável pela integralidade do crédito.
 Art. 47. Os sacadores, aceitantes, endossantes ou avalistas de uma letra são todos solidariamente responsáveis para com o portador.
O portador tem o direito de acionar todas estas pessoas individualmente, sem estar adstrito a observar a ordem por que elas se obrigaram.
O mesmo direito possui qualquer dos signatários de uma letra quando a tenha pago.
A ação intentada contra um dos coobrigados não impede acionar os outros, mesmo os posteriores àquele que foi acionado em primeiro lugar. (LUG)
c) Quais as condições por lei exigidas para que ele fique obrigado ao pagamento?
            No caso em tela, o portador deve realizar o protesto para que se formalize a aceitação parcial do aceite e assim possa cobrá-lo pelo valor acordado. Nesse sentido:
           
Art. 44. A recusa de aceite ou de pagamento deve ser comprovada por um ato formal (protesto por falta de aceite ou falta de pagamento).
O protesto por falta de aceite deve ser feito nos prazos fixados para a apresentação ao aceite. Se, no caso previsto na alínea 1ª do artigo 24, a primeira apresentação da letra tiver sido feita no último dia do prazo, pode fazer-se ainda o protesto no dia seguinte.
O protesto por falta de pagamento de uma letra pagável em dia fixo ou a certo termo de data ou de vista deve ser feito num dos 2 (dois) dias úteis seguintes àquele em que a letra é pagável. Se se trata de uma letra pagável à vista, o protesto deve ser feito nas condições indicadas na alínea precedente para o protesto por falta de aceite.
O protesto por falta de aceite dispensa a apresentação a pagamento e o protesto por falta de pagamento.
No caso de suspensão de pagamentos do sacado, quer seja aceitante, quer não, ou no caso de lhe ter sido promovida, sem resultado, execução dos bens, o portador da letra só pode exercer o seu direito de ação após apresentação da mesma ao sacado para pagamento e depois de feito o protesto.
No caso de falência declarada do sacado, quer seja aceitante, quer não, bem como no caso de falência declarada do sacador de uma letra não aceitável, a apresentação da sentença de declaração de falência é suficiente para que o portador da letra possa exercer o seu direito de ação. (LUG)
03- CASO CONCRETO: Augusto comprou de Bernardo um apartamento no valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) que, com o crédito venda de seu imóvel, também comprou um apartamento, pelo mesmo valor, de seu amigo Cardoso. Por ter ouvido falar em um título capaz de vincular todas as partes, Bernardo lhe procura para prestar as seguintes orientações:
1. É possível a emissão de uma letra de câmbio, a fim de vincular augusto ao pagamento e ainda assim dar garantia a Cardoso?
            Sim, no caso, o sacador seria Bernardo, emitindo ordem de pagamento para o sacado, que seria Augusto para pagar ao tomador (beneficiário), que seria Cardoso.
2. Por nunca ter visto uma letra de câmbio, questiona acerca dos requisitos necessários para validade do título em tela.
            A letra de câmbio deve ser elaborado com os seguintes requisitos essenciais:
Art. 1º A letra de câmbio é uma ordem de pagamento e deve conter requisitos, lançados, por extenso, no contexto:
        I. A denominação “letra de câmbio” ou a denominação equivalente na língua em que for emitida.
        II. A soma de dinheiro a pagar e a espécie de moeda.
        III. O nome da pessoa que deve pagá-la. Esta indicação pode ser inserida abaixo do contexto.
        IV. O nome da pessoa a quem deve ser paga. A letra pode ser ao portador e também pode ser emitida por ordem e conta de terceiro. O sacador pode designar-se como tomador.
        V. A assinatura do próprio punho do sacador ou do mandatário especial. A assinatura deve ser firmada abaixo do contexto.
        Art. 2º Não será letra de câmbio o escrito a que faltar qualquer dos requisitos acima enumerados.DECRETO Nº 2.044, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1908
Art. 1ºA letra de câmbio é uma ordem de pagamento e deve conter requisitos, lançados, por extenso, no contexto:
        I. A denominação “letra de câmbio” ou a denominação equivalente na língua em que for emitida.
        II. A soma de dinheiro a pagar e a espécie de moeda.
        III. O nome da pessoa que deve pagá-la. Esta indicação pode ser inserida abaixo do contexto.
        IV. O nome da pessoa a quem deve ser paga. A letra pode ser ao portador e também pode ser emitida por ordem e conta de terceiro. O sacador pode designar-se como tomador.
        V. A assinatura do próprio punho do sacador ou do mandatário especial. A assinatura deve ser firmada abaixo do contexto.
        Art. 2º Não será letra de câmbio o escrito a que faltar qualquer dos requisitos acima enumerados. (LUG)
4- QUESTÃO OBJETIVA: Não é requisito essencial da letra de câmbio:
Xa) Época do pagamento;
 b) Valor
 c) Assinatura do emitente;
d) Cláusula à ordem
Postado por Sergio Veiga às 00:39 Nenhum comentário: 
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Marcadores: Direito Empresarial Aplicado II
Caso Concreto 8 - Direito Empresarial Aplicado II
EMPRESARIAL APLICADO II (III E IV)
CASO 8
CASO CONCRETO: Augusto, portador de Letra de Câmbio, apresentou o título para aceite do sacado Bernardo, que não aceitou, sob alegação de não possuir relação alguma com o sacador. Protestado o título por falta de aceite, Augusto promoveu ação de execução em face de Bernardo que, devidamente citado, alegou ilegitimidade passiva, uma vez que sua assinatura não consta do título, bem como falta a Augusto a qualidade de credor, por falta do aceite.   Indaga-se:
1. Procedentes as alegações de Bernardo? 
            Há que se dá razão a Bernardo, vez que no contexto fático do caso exposto, não se verifica vínculo algum entre o aceitante e o sacador e ainda, a estipulação de aceite não é obrigatória, trata-se de uma faculdade do aceitante que, ao assinar o título, se obriga como devedor principal da dívida. Veja-se:
Art. 28. O sacado obriga-se pelo aceite pagar a letra à data do vencimento.
Na falta de pagamento, o portador, mesmo no caso de ser ele o sacador, tem contra o aceitante um direito de ação resultante da letra, em relação a tudo que pode ser exigido nos termos dos artigos 48 e 49. (LUG)
2. Possível o protesto por falta de aceite na letra de Câmbio? 
            Sim, uma vez reconhecida a validade da letra de câmbio, quando negado o aceite, sendo a obrigação estabelecida por certo termo de vista,o credor poderá protestar o título até a data do vencimento do prazo para a apresentação, caso seja apresentado no último dia do prazo, o credor terá até o primeiro dia útil seguinte para efetuar o protesto. Nesse sentido:
Art. 44. A recusa de aceite ou de pagamento deve ser comprovada por um ato formal (protesto por falta de aceite ou falta de pagamento).
O protesto por falta de aceite deve ser feito nos prazos fixados para a apresentação ao aceite. Se, no caso previsto na alínea 1ª do artigo 24, a primeira apresentação da letra tiver sido feita no último dia do prazo, pode fazer-se ainda o protesto no dia seguinte.
O protesto por falta de pagamento de uma letra pagável em dia fixo ou a certo termo de data ou de vista deve ser feito num dos 2 (dois) dias úteis seguintes àquele em que a letra é pagável. Se se trata de uma letra pagável à vista, o protesto deve ser feito nas condições indicadas na alínea precedente para o protesto por falta de aceite.
O protesto por falta de aceite dispensa a apresentação a pagamento e o protesto por falta de pagamento. (LUG)
(VIII Exame Unificado da OAB – 2ª Fase – Empresarial – Prático-Profissional – 2012)
Pedro emite nota promissória para o beneficiário João, com o aval de Bianca. Antes do vencimento,João endossa a respectiva nota promissória para Caio. Na data de vencimento, Caio cobra o título de Pedro, mas esse não realiza o pagamento, sob a alegação de que sua assinatura foi falsificada. Após realizar o protesto da nota promissória, Caio procura um advogado com as seguintes indagações:
 A) Tendo em vista que a obrigação de Pedro é nula, o aval dado por Bianca é válido?
            O aval é válido, pois se trata de uma obrigação autônoma e independente, não se constituindo, deste modo, qualquer vínculo quer seja pessoal, quer seja formal com o título de crédito, bem como o avalista. Nesse sentido:
Art. 898. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título.
§ 1o Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples assinatura do avalista.
§ 2o Considera-se não escrito o aval cancelado.
Art. 899. O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final.
§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e demais coobrigados anteriores.
§ 2o Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula a obrigação daquele a quem se equipara, a menos que a nulidade decorra de vício de forma.
Art. 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado. (CC)
Art. 43 As obrigações cambiais, são autônomas e independentes umas das outras. O significado da declaração cambial fica, por ela, vinculado e solidariamente responsável pelo aceite e pelo Pagamento da letra, sem embargo da falsidade, da falsificação ou da nulidade de qualquer outra assinatura. ( Decreto n. 2.044/1908)
 B) Contra qual(is) devedor(es) cambiário(s) Caio poderia cobrar sua nota promissória? Responda, justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e indicando os dispositivos legais pertinentes.
            Caio poderá cobrar o título do avalista, que assumira a obrigação como devedora principal do crédito: Bianca; bem como de João, que fora endossante do título, garantindo a existência e o pagamento do mesmo. 
Art. 15. O endossante, salvo cláusula em contrário, é garante tanto da aceitação como do pagamento da letra. O endossante pode proibir um novo endosso, e, neste caso, não garante o pagamento às pessoas a quem a letra for posteriormente endossada (LUG)
(MAGISTRATURA/MG – VUNESP – 2012)
É correto afirmar que o cancelamento do protesto, após quitação do débito: 
a)(  )é ônus do credor
b)(  X)é ônus do devedorCorreto:
Cadastros de inadimplentes (SERASA):quem tem o dever de retirar o nome é o credor. Fundamento: art. 43, §3º do CDC (por analogia).
Registro de protesto: quem tem o dever de retirar o protesto lavrado é o devedor. Fundamento: art. 26 da Lei n. 9492/97.
Art. 26. O cancelamento do registro do protesto será solicitado diretamente no Tabelionato de Protesto de Títulos, por qualquer interessado, mediante apresentação do documento protestado, cuja cópia ficará arquivada.
§ 1º Na impossibilidade de apresentação do original do título ou documento de dívida protestado, será exigida a declaração de anuência, com identificação e firma reconhecida, daquele que figurou no registro de protesto como credor, originário ou por endosso translativo.
§ 2º Na hipótese de protesto em que tenha figurado apresentante por endosso-mandato, será suficiente a declaração de anuência passada pelo credor endossante.
§ 3º O cancelamento do registro do protesto, se fundado em outro motivo que não no pagamento do título ou documento de dívida, será efetivado por determinação judicial, pagos os emolumentos devidos ao Tabelião.
§ 4º Quando a extinção da obrigação decorrer de processo judicial, o cancelamento do registro do protesto poderá ser solicitado com a apresentação da certidão expedida pelo Juízo processante, com menção do trânsito em julgado, que substituirá o título ou o documento de dívida protestado.
§ 5º O cancelamento do registro do protesto será feito pelo Tabelião titular, por seus Substitutos ou por Escrevente autorizado.
§ 6º Quando o protesto lavrado for registrado sob forma de microfilme ou gravação eletrônica, o termo do cancelamento será lançado em documento apartado, que será arquivado juntamente com os documentos que instruíram o pedido, e anotado no índice respectivo.
c)(   )é ônus do tabelião de protestos, que deverá proceder de ofício.
d)(   )dependerá sempre de intervenção do Poder Judiciário, mediante alvará ou mandado, conforme seja jurisdição voluntária ou contenciosa
2 -O protesto de uma letra de câmbio pode ocorrer devido:
a)(  X ) ao seu não pagamento  Correto:
Art. 44. A recusa de aceite ou de pagamento deve ser comprovada por um ato formal (protesto por falta de aceite ou falta de pagamento).
O protesto por falta de aceite deve ser feito nos prazos fixados para a apresentação ao aceite. Se, no caso previsto na alínea 1ª do artigo 24, a primeira apresentação da letra tiver sido feita no último dia do prazo, pode fazer-se ainda o protesto no dia seguinte.
O protesto por falta de pagamento de uma letra pagável em dia fixo ou a certo termo de data ou de vista deve ser feito num dos 2 (dois) dias úteis seguintes àquele em que a letra é pagável. Se se trata de uma letra pagável à vista, o protesto deve ser feito nas condições indicadas na alínea precedente para o protesto por falta de aceite.
O protesto por falta de aceite dispensa a apresentação a pagamento e o protesto por falta de pagamento. (LUG)
b)(   ) à declaração de falência do credor 
c)(  ) ao seu extravio, de forma a viabilizar a emissão da segunda via
d)(   ) à morte do devedor, de forma a torná-lo exigível junto ao espólio
QUESTÃO OBJETIVA 1 (Exame de Ordem Unificado- FGV)
Uma letra de câmbio no valor de R$ 13.000,00 (treze mil reais) foi endossada por Pilar com cláusula de mandato para o Banco Poxim S/A. Não tendo havido pagamento no vencimento, a cambial foi apresentada a protesto pelo endossatário mandatário, tendo sido lavrado e registrado o protesto pelo tabelião. Dez dias após o protesto, Rui Palmeira, aceitante da letra de câmbio, compareceu ao tabelionato e apresentou declaração de anuência firmada apenas pelo endossante da letra de câmbio, com identificação do título e firma reconhecida. Não houve apresentação do título no original ou em sua cópia. À luz das disposições da Lei nº 9.492/97 sobre o cancelamento do protesto, é correto afirmar que o tabelião: (Exame de Ordem Unificado -FGV)
A) não poderá realizar o cancelamento do protesto por faltar no documento apresentado a anuência do endossatário mandatário.
B) não poderá realizar o cancelamento do protesto, porque esse ato é privativo do juiz, diferentemente da sustação do protesto.
XC) poderá realizar o cancelamento do protesto, porque é suficiente a declaração de anuência firmada pelo endossante-mandante. Correto:
Art. 26. O cancelamento do registro do protesto será solicitado diretamente no Tabelionato de Protesto de Títulos, por qualquer interessado, mediante apresentação do documento protestado, cuja cópia ficará arquivada.
§ 1º Na impossibilidade de apresentação do original do título ou documento de dívida protestado, será exigida a declaração de anuência, com identificação e firma reconhecida, daquele que figurou no registro de protesto como credor, originário ou por endosso translativo. (LUG)
D) poderá realizar o cancelamento do protesto, porque o pedido foi feito no prazo legal (30 dias) e pelo aceitante, obrigado principal.
02- CASO CONCRETO: Antônio emitiu uma nota promissória em favor de Bernardo, que circulou através de diversos endossos até chegar ao atual portador, que decidiu executar um dos endossantes, face à inadimplência do devedor original. Uma vez executado, o endossante apresentou exceção de pré- executividade, para demonstrar sua total incapacidade processual, já que ele teve o título transferido de um incapaz, o que prejudicaria a cadeia de endossos.
  
1. A defesa deve ser acolhida pelo Juiz da causa?
            Não há possibilidade de acolhimento de tal defesa, visto a inoponibilidade derivada da autonomiado título de crédito, não podendo assim, o coodevedor opor exceções pessoais desvinculadas da obrigação de pagamento.  
2. Determine o princípio cambiário aplicável ao caso em tela.
            Aplica-se o princípio da abstração e/ou autonomia do título de crédito em confronto dos endossos ocorridos, que aduz sobre a desvinculação do negócio que gerou a cártula e a sua autonomia no que diz respeito às transações do crédito por via de endosso. Devendo, pois, ser sobrelevada a finalidade do pagamento do débito. Nesse teor é o artigo 17 da LUG (lei uniforme em matéria de letras de câmbio e notas promissórias):
Art. 17. As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador exceções fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadores anteriores, a menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente em detrimento do devedor. (LUG)
Assinale a assertiva correta sobre títulos de crédito.
XA) Pelo princípio da abstração, os direitos decorrentes do título são independentes do negócio que deu lugar ao seu nascimento, a partir do momento em que ele é posto em circulação;Correto:
O princípio da abstração também deriva do princípio da autonomia e dele se diz que o título de crédito emitido em razão de uma relação jurídica, após ser negociado, liberta-se da causa que lhe deu origem à sua emissão. Mas entre emitente e beneficiário, em relação direta, é possível opor exceções fundadas em negócio subjacente.
B) Pelo princípio da abstração, os direitos decorrentes do título de crédito não se vinculam ao negócio que deu lugar ao seu nascimento, independentemente de sua circulação;
 C) Pelo princípio da autonomia, o cumprimento da obrigação assumida por alguém no título não está vinculado a outra obrigação, a menos que o título tenha circulado.
D) Pelo princípio da autonomia, vale nos títulos somente o que neles está escrito.
01- com relação à teoria dos títulos de crédito, julgue os itens que se seguem.
a)( X) o título de crédito abstrato dá origem a obrigações desvinculadas da causa que o gerou como forma de garantir-lhe a autonomia, o que permite ao mercado considerar apenas o título que afirma a existência do crédito, representando-o por uma cártula necessária e seu conteúdo;
b)(  ) o título de crédito abstrato dá origem a obrigações vinculadas da causa que o gerou como forma de garantir-lhe a autonomia, o que permite ao mercado considerar apenas o título que afirma a existência do crédito, representando-o por uma cártula necessária e seu conteúdo;
c)(  ) o credor do título de crédito não precisa provar que se encontra na posse do documento para exercer o direito nele mencionado;
d)(   )todas     as        alternativas   acima são     corretas
02- (MAGISTRATURA-PB–CESPE/2011) Considerando a aplicabilidade, no direito cambiário, dos princípios da cartularidade, literalidade e autonomia, bem         como de       outros deles decorrentes,           assinale        aopção         correta.
a)(     )  o princípio    da       literalidade    é          relativizado   pelo    direitobrasileiro,      de       sorte   que            o          aval    tanto   pode   ser      prestado        mediante assinatura          do       avalista          no            próprio           título   quanto           em      documento apartado.Errado:
Nos termos do art. 898 do Código Civil, o aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título. O que não estiver escrito no documento cambiário ou fora dos limites que a lei exige não poderá ser considerado como tal.
Art. 898. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título.
§ 1o Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples assinatura do avalista.
§ 2o Considera-se não escrito o aval cancelado. (CC)
b) ( X) Consoante    o          princípio        da       inoponibilidade, o devedor de dívida representada    por            título   de       crédito só      pode opor ao terceiro  de boa- fé  as exceções            que     tiver             contra este e as fundadas nos aspectos formais do título.Correto:
O princípio da inoponibilidade deriva, conforme dito antes, de outro, da autonomia e está previsto tanto no art. 906 como no art. 915 do Código Civil. Assim, o devedor, além das exceções fundadas nas relações pessoais que tiver com o portador, só poderá opor a este as exceções relativas à forma do título e ao seu conteúdo literal, à falsidade da própria assinatura, a defeito de capacidade ou de representação no momento da subscrição, e à falta de requisito necessário ao exercício da ação.
Art. 906. O devedor só poderá opor ao portador exceção fundada em direito pessoal, ou em nulidade de sua obrigação.
Art. 915. O devedor, além das exceções fundadas nas relações pessoais que tiver com o portador, só poderá opor a este as exceções relativas à forma do título e ao seu conteúdo literal, à falsidade da própria assinatura, a defeito de capacidade ou de representação no momento da subscrição, e à falta de requisito necessário ao exercício da ação.(CC)
c)(    )De acordo com o princípio da literalidade, o título de crédito deve satisfazer          seus requisitos formais          no momento da emissão, sendo,           em      regra, nulo    o         título que,      emitido em branco ou incompleto,       venha            depois            a          ser      preenchido   ou complementado pelo            beneficiário. Errado:
A omissão de qualquer requisito legal não implica a invalidade do título, pois pode ser preenchido em conformidade com os ajustes realizados, observada ainda a boa-fé do credor, conforme a leitura do art. 891 do Código Civil e da Súmula 387 do STF.
Art. 891. O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser preenchido de conformidade com os ajustes realizados.
Parágrafo único. O descumprimento dos ajustes previstos neste artigo pelos que deles participaram, não constitui motivo de oposição ao terceiro portador, salvo se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé.
SÚMULA 387. STF
A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto.
d)(   ) De        acordo com o           princípio        da       abstração, o emitente de título cambial não pode             opor  ao beneficiário as exceções fundadas no negócio jurídico    subjacente, ainda que o    título não     tenha entrado          em      circulação. Errado:
O princípio da abstração também deriva do princípio da autonomia e dele se diz que o título de crédito emitido em razão de uma relação jurídica, após ser negociado, liberta-se da causa que lhe deu origem à sua emissão. Mas entre emitente e beneficiário, em relação direta, é possível opor exceções fundadas em negócio subjacente.
e) (    ) Em razão do princípio        da cartularidade, a duplicata mercantil só         pode   ser      protestada se o credor estiver na posse         do título. Errado:
Cabem exceções aos princípios e, nesse caso, poderíamos citar como sendo um em relação ao princípio da cartularidade. Segundo esse princípio, o exercício dos direitos mencionados no título de crédito pressupõe a posse do documento. Porém, a admite-se o protesto por indicações na duplicata quando retida indevidamente (art. 13, §1º, Lei 5.474/68).
  Art. 13. A duplicata é protestável por falta de aceite de devolução ou pagamento.
 § 1º Por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, o protesto será tirado, conforme o caso, mediante apresentação da duplicata, da triplicata, ou, ainda, por simples indicações do portador, na falta de devolução do título.    (Lei 5.474/68)
01- (Juiz Federal/3ª Região -2006-TRF) segundo a célebre definição de Vivante, título de crédito é:
a)(   ) Documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo, nele contido;
b)( X) Documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado; correto
c)(  ) Documento necessário para o exercíciodo direito, literal e autônomo, nele incorporado
d)(   ) Documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele materializado
02- Não é título de crédito: (OAB-MG-06)
a)(   ) A nota promissória vinculada à compra e venda imobiliária
b) (    )A letra de câmbio em contrato bancário
c) (   )A duplicata de prestação de serviços
d) ( X ) O boleto bancário
A)Direito intertemporal falimentar
Com o advento da nova lei de falências (11.101/2005) surgiram algumas situações em que se tornou necessário aplicar regras de direito intertemporal para saber qual lei se aplica no caso concreto com a superveniência da lei nova
·  Toda falência decretada na vigência da antiga lei de falências (Decreto-lei 7.661/1945), ou seja, até a dia 08/06/2005, terá ela aplicada até o fim da falência 
· Lei 11.101/2005,Art. 192. Esta Lei não se aplica aos processos de falência ou de concordata ajuizados anteriormente ao início de sua vigência, que serão concluídos nos termos do Decreto-Lei no 7.661, de 21 de junho de 1945.
· A lei 11.101/2005 entrou em vigor no dia 09/06/2005
· Então, existem duas leis de falência que podem ser aplicadas no Brasil, a depender da data da sentença
· Toda falência requerida na vigência da antiga lei de falência, será ela a ser aplicada, até a sentença falimentar, exclusive e, a partir daí, inclusive, já se aplica a lei 11.101/2005
· “Requerida”: distribuição da petição inicial
· Termina-se a fase de conhecimento na lei antiga e, a partir da sentença falimentar, usa-se a lei nova
· Lei 11.101, Art. 99: Enumera os requisitos que uma sentença falimentar precisa ter
· Na lei antiga, esses requisitos estavam no artigo 14, parágrafo único
· Direito intertemporal das concordatárias 
· Concordata na lei antiga
· Preventiva: era uma ação judicial para prevenir a falência
· Suspensiva: incidente processual na ação de falência, após a decretação daquela, que suspendia a eficácia da sentença falimentar visando a recuperação do empresário
· Com a lei 11.101, o instituto da concordata desaparece: Art.192, § 1o Fica vedada a concessão de concordata suspensiva nos processos de falência em curso, podendo ser promovida a alienação dos bens da massa falida assim que concluída sua arrecadação, independentemente da formação do quadro-geral de credores e da conclusão do inquérito judicial.
· Hoje, o pedido de concordata é juridicamente impossível. Em seu lugar, nasce um novo instituto chamado “recuperação judicial de empresas”
· A lei 11.101 assegurou um direito potestativo ao concordatárias : Manterem-se na concordata conforme originalmente lhe havia sido deferida, ou convolar (transformar) em recuperação judicial de empresas
· Ninguém tem direito adquirido a uma ação em tese, a pessoa só o adquire a partir do momento que a promove. Então, mesmo tendo a falência gerida pela lei antiga, não há mais o direito de pedir concordata suspensiva, por expressa vedação legal (Art.192,§1 da Lei 11.101)
1.2)Falência
1.2.1)Conceito 
· É o processo promovido contra o devedor empresário em estado econômico especial: insolvente
· Crítica ao conceito: ele leva a um equívoco de que só o empresário pode falir e de que todos os empresários podem falir. Entretanto, o Brasil tem um sistema peculiar, a regra geral presente no artigo primeiro da lei 11.101/2005 diz que quem pode falir é o empresário, mas existem exceções. Por exemplo, o espólio não é empresário, mas pode falir. Por outro lado, existem casos de devedores empresários que são excluídos do processo de falência (Art.2, lei 11.101/2005).
· Então, melhor seria se dizer que a falência é “o processo promovido contra o devedor legitimado em estado econômico especial: insolvente”
A)Execução individual X Execução coletiva 
· Execução individual 
· Cada credor exige do devedor o cumprimento da obrigação pactuada
· Mas, em algumas situações existem inúmeras execuções individuais e o devedor não consegue adimplir todas, então surge a chamada execução coletiva
· Execução coletiva 
· A falência é uma execução coletiva sob um duplo aspecto:
· Aspecto objetivo: quando decretada a falência de um devedor todos os seus bens serão apreendidos para venda coletiva. Há, então, a reunião de todo o patrimônio do devedor para que seja vendido coletivamente na ação de falência
· Aspecto subjetivo: todos os credores deverão vir concorrer pelo seu crédito na ação de falência. Então, toda a comunidade de credores do devedor é congregada, reunida
· Massa falida : é um ente despersonificado que representa toda a massa de bens (objetiva) e pessoas (subjetiva) . São todos os credores e todo o ativo do devedor
· “Vis attractiva” : força de atração
· A execução coletiva atrai para si todas as execuções individuais que haviam contra o devedor, formando o chamado “juízo universal falimentar” 
· “Pars conditio creditorum”
· Igualdade de condições entre os credores, evitando que um credor menos privilegiado receba seu crédito em detrimento de outro que seja privilegiado pela lei
1.2.2)Finalidade (Art.75)
· Direciona a conduta dos operadores do direito
· É preciso interpretar a lei respeitando a finalidade prescrita pelo legislador (interpretação teleológica)
· Finalidade da falência (Art.75) : Preservação da empresa (leia-se da atividade empresarial)
· Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa.
· Empresa é a atividade do empres´rio
· Finalidade da recuperação judicial (Art.45) : Preservação da empresa 
· Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.
· Mesma teoria da falência
· Se, tanto a falência, quanto a recuperação judicial visam a preservação da empresa, no que se refere à finalidade, o que diferencia um instituto do outro?
· Enquanto a falência visa exclusivamente a preservação da empresa, a recuperação judicial visa precipuamente a preservação da empresa, mas também a do empresário, ainda que de maneira subsidiária, reflexa
· Exemplo da aplicação da teria de preservação da empresa:
Linha do tempo: Falência no Decreto-lei 7.661/45:
 
· A fase de sindicância costumava durar aproximadamente 40 anos e era apenas na fase de liquidação que os bens poderiam ser vendidos, devido a possibilidade de se pedir a concordata suspensiva nos 5 dias após a publicação do edital. Até porque, se ainda existia a possibilidade do pedido de concordata suspensiva, não poderia se fazer a alienação dos bens na fase anterior.  Porém, quando chegava o momento processual de requerer a concordata suspensiva, os bens já haviam sido sucateados pelo tempo 
· A Lei 11.101/2005 revogou a concordata suspensiva
· Todo pedido de recuperação de empresas é preventivo, não há mais possibilidade de pedido suspensivo
· Linha do tempo : Falência na nova lei:
· Agora a fase de liquidação tramita concomitantemente com a administração (que corresponde a fase de sindicância). Dessa forma, é possível preservar a empresa, realizando o ativo antes que ele se sucateie pela ação do tempo
· Esse é um exemplo da aplicação da teoria de preservação da empresa como finalidade da nova lei de falências, pois a atividade poderá continuar a ser realizada, uma vez que os ativos não se perderão no tempo
1.2.2.1)Meio de implementação: Realização do ativo 
A)Ordem
Art. 140. A alienação dos bens será realizada de uma das seguintes formas, observada a seguinte ordem de preferência:
        I – alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos em bloco;
· Venda “porteira fechada”: com tudo que ali se encontra
· O preço normalmente ultrapassa a singela soma de valor dos bens individualmente
· É provável que a pessoa que compre “porteira fechada” continue tocando o negócio, preservando a empresa, istoé, a atividade
        II – alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou unidades produtivas isoladamente;
· Na impossibilidade de vender tudo em conjunto, vende-se cada estabelecimento isoladamente, também “porteira fechada”
        III – alienação em bloco dos bens que integram cada um dos estabelecimentos do devedor;
· Venda dos bens em bloco
· Potencializa a constituição de estabelecimento parecido com o do falido em outro ponto da confederação, preservando a empresa em nível nacional. A pessoa que compra os bens em bloco presumivelmente irá tocar um negócio parecido com o do falido
        IV – alienação dos bens individualmente considerados.
· O Estado olvidou todos os esforços para preservar a empresa, mas não houveram interessados em comprar nas modalidades dos incisos anteriores
· Até o inciso III: falência preservatória 
· Inciso IV: falência liquidatória 
Art.141,  II – o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho.
· Todos os ônus reais caem 
· O direito do credor por garantia real não é mais o de sequela, pois com a falência, os ônus reais caem
· A aquisição, na falência, é muito semelhante a uma aquisição originária de propriedade: o comprador não herda nada
· Quem compra na falência não herda nada 
· Tudo isso é feito para aumentar as probabilidade de venda e um preço bem competitivo
Venda na falência X Venda da recuperação 
· Venda na recuperação: Art.60, Parágrafo único. O objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, observado o disposto no § 1o do art. 141 desta Lei.
· Nesse artigo só consta as obrigações de natureza tributária, enquanto no artigo 141,II referente à venda na falência, constam as obrigações de natureza tributária, derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho
· O texto original do artigo 60 era igual ao do artigo 141,II
· Princípio da alteridade (direito do trabalho) : cabe ao empregador assumir o risco do negócio
· Na recuperação, se vende para preservar a atividade nas mãos do próprio empresário. Então, mantem-se as sucessões trabalhistas e de acidente de trabalho
· Supremo decide que a venda na falência e na recuperação será idêntica, não havendo nenhuma sucessão para o comprador (interpretação teleológica)
· RE 583.955 e ADI 3.934
· EMENTA: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. EXECUÇÃO DE CRÉDITOS TRABALHISTAS EM PROCESSOS DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL COMUM, COM EXCLUSÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO. INTERPRETAÇÃO DO DISPOSTO NA LEI 11.101/05, EM FACE DO ART. 114 DA CF. RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO E IMPROVIDO.
I – A questão central debatida no presente recurso consiste em saber qual o juízo competente para processar e julgar a execução dos créditos trabalhistas no caso de empresa em fase de recuperação judicial.
II – Na vigência do Decreto-lei 7.661/1945 consolidou-se o entendimento de que a competência para executar os créditos ora discutidos é da Justiça Estadual Comum, sendo essa também a regra adotada pela Lei 11.101/05.
III – O inc. IX do art. 114 da Constituição Federal apenas outorgou ao legislador ordinário a faculdade de submeter à competência da Justiça Laboral outras controvérsias, além daquelas taxativamente estabelecidas nos incisos anteriores, desde que decorrentes da relação de trabalho.
IV – O texto constitucional não o obrigou a fazê-lo, deixando ao seu alvedrio a avaliação das hipóteses em que se afigure conveniente o julgamento pela Justiça do Trabalho, à luz das peculiaridades das situações que pretende regrar.
IV – A opção do legislador infraconstitucional foi manter o regime anterior de execução dos créditos trabalhistas pelo juízo universal da falência, sem prejuízo da competência da Justiça Laboral quanto ao julgamento do processo de conhecimento.
V – Recurso extraordinário conhecido e improvido.
· STJ: seguiu o entendimento : CC 88.632; CC 92.169; CC 94.460
· Então, hoje, a venda na falência e na recuperação são idênticas, ou seja, não há sucessão nenhuma 
· Os Tribunais do trabalho ficaram muito insatisfeitos com essa situação, então passaram a desconsiderar a personalidade jurídica daqueles que pediam a recuperação
· Súmula 480, STJ: O juízo da recuperação judicial não é competente para decidir sobre a constrição de bens não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa.
· STF: ED AI 794.836/RJ
· Caça a súmula 480 do STJ 
· E M E N T A: AGRAVO DE INSTRUMENTO – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO RECURSO DE AGRAVO – EXECUÇÃO DE CRÉDITOS TRABALHISTAS – EMPRESA EXECUTADA EM PROCESSO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL – CONSTRIÇÃO DE BENS PERTENCENTES A ACIONISTA DA EMPRESA DEVEDORA, ESTRANHO À EXECUÇÃO TRABALHISTA – APLICAÇÃO, PARA ESSE EFEITO, DA TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA (CÓDIGO CIVIL, ART. 50) – COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL PARA DIRIMIR ESSA CONTROVÉRSIA, AFASTADA, DESSE MODO, A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO – ORIENTAÇÃO QUE PREVALECE NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL EM RAZÃO DE JULGAMENTO FINAL, COM REPERCUSSÃO GERAL, DO RE 583.955/RJ – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO
B)Modalidades de realização do ativo 
Ordinárias
· Art. 142. O juiz, ouvido o administrador judicial e atendendo à orientação do Comitê, se houver, ordenará que se proceda à alienação do ativo em uma das seguintes modalidades:
·   I – leilão, por lances orais;
· Oferta mediante lances orais
·   II – propostas fechadas;
· Juiz fixa uma data limite para que os interessados protocolizem suas propostas. Após a protocolização, haverá uma audiência para abertura dos envelopes e o maior lance vencerá
· § 4o A alienação por propostas fechadas ocorrerá mediante a entrega, em cartório e sob recibo, de envelopes lacrados, a serem abertos pelo juiz, no dia, hora e local designados no edital, lavrando o escrivão o auto respectivo, assinado pelos presentes, e juntando as propostas aos autos da falência.
· III – pregão.
· Se desenvolve em duas fases, sendo que da segunda só poderão participar aqueles que se habilitarem na primeira
·  § 5o A venda por pregão constitui modalidade híbrida das anteriores, comportando 2 (duas) fases:
        I – recebimento de propostas, na forma do § 3o deste artigo; (propostas fechadas)
        II – leilão por lances orais, de que participarão somente aqueles que apresentarem propostas não inferiores a 90% (noventa por cento) da maior proposta ofertada, na forma do § 2o deste artigo.
· § 6o A venda por pregão respeitará as seguintes regras:
        I – recebidas e abertas as propostas na forma do § 5o deste artigo, o juiz ordenará a notificação dos ofertantes, cujas propostas atendam ao requisito de seu inciso II, para comparecer ao leilão;
        II – o valor de abertura do leilão será o da proposta recebida do maior ofertante presente, considerando-se esse valor como lance, ao qual ele fica obrigado;
        III – caso não compareça ao leilão o ofertante da maior proposta e não seja dado lance igual ou superior ao valor por ele ofertado, fica obrigado a prestar a diferença verificada, constituindo a respectiva certidão do juízo título executivo para a cobrança dos valores pelo administrador judicial.
· Ex: Em uma venda realizada por pregão, na primeira fase, as propostas são as seguintes : A: R$ 100,000; B: R$ 94,04; C: R$ 90,00; D: 89,99 e E : R$ 76,61. Como a maior proposta foi a de A (R$100,00) só estarão habilitados para a segunda fase aqueles que apresentaram propostas de, no mínimo, 90% do valor ofertado por A, no caso R$ 90,00. Então, D e E estariam eliminados e não participariam da fase de leilão. A, B e C iriam para o leilão, cujo lance inicial seria os R$ 100,00
Extraordinárias
·  Art. 35. A assembléia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre: II – na falência: c) a adoção de outras modalidades de realização do ativo, na forma do art. 145 desta Lei;
· A assembleiageral de credores (AGC) delibera modalidade diversa para a realização de ativos (qualquer modalidade, desde que seja lícita)
· A vontade da AGC tem que ser respeitada e é soberana, se sobrepões sobre a vontade do juiz
· Ordinariamente, a AGC delibera pela maioria econômica E per capta dos presentes ao conclave
· Pluralidade de quora
· Quórum econômico + quórum per capita
· Mas, existem duas exceções (ou seja, situações em que o quórum não será o ordinário)
· Aprovar modalidades alternativas de realização de ativos : o quórum é de 2/3 economicamente considerados dos presentes no conclave
· Aprovação do plano de recuperação judicial (veremos o quórum mais detalhadamente no post sobre recuperação judicial)
1.2.3)Pressuposto fático-jurídico da falência
1.2.3.1)Insolvência 
A)Insolvência de fato ou econômica (Art.748, CPC/73)
· Art. 748. Dá-se a insolvência toda vez que as dívidas excederem à importância dos bens do devedor.
· Passível exigível ultrapassa o ativo, ou seja, as dívidas ultrapassam os averes
· A ação judicial de insolvência civil se exige a prova da insolvência econômica, que é a prevista pelo artigo 748 do CPC de 1973. Mas , na falência, o Estado se abdica da insolvência econômica, pois ela é muito difícil de ser provada, principalmente devido aos ditames dos artigo 1.190 e 1.191 do código Civil, que dizem respeito ao sigilo dos livros comerciais. Então, como pressuposto fático-jurídico da falência o legislador adota a insolvência jurídica
· CC, Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei.
CC,Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de escrituração quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em caso de falência.
B)Insolvência jurídica
· O legislador abandona a insolvência de fato e adere à insolvência jurídica, que se assenta sobre presunções legais, fazendo externar da intimidade da vida do devedor sua ruína jurídica. Trata-se do sistema misto falimentar brasileiro pelo qual há duas maneiras de se externar a insolvência jurídica :
1.2.3.2)Meios de exteriorização da intimidade do devedor 
A) Impontualidade
· Extrajudicial
· Lei 11.101/2005: Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
· Título vencido + protesto + valor que ultrapasse 40 s.m =  falência do devedor
· Art.94, § 1o Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo para o pedido de falência com base no inciso I do caput deste artigo.
· A falência é uma execução coletiva, por isso, possíveis credores de títulos executivos com valores menores do que quarenta salários mínimos podem reunir-se em litisconsórcio ativo para perfazer esse limite mínimo
· “Obrigação quéralle” ou quesível: o credor tem o ônus e apresentar o título ao devedor para pagamento
· “Obrigação portalle”: o devedor tem que oferecer o pagamento
· No Brasil, as obrigações são, em regra, quesíveis, ou seja, cabe ao credor apresentar o título ao devedor . Se, na data de vencimento, o credor não o fizer, ele é quem estará em mora
· O protesto por falta de pagamento é a prova da apresentação do título para o devedor, por isso, para se caracterizar a impontualidade do devedor para fins falimentares, o artigo 94 exige que os títulos tenham sido protestados, isto é, exige a prova de que esse título foi de fato apresentado ao devedor para pagamento e não foi pago
· Segundo o STJ, o protesto cambial por falta de pagamento supre a necessidade do protesto especial com fins falimentares (Lei 9.492/97, Art.23, §único), desde que se revista as formalidades do protesto especial 
· Lei 9492/97, Art.23, Parágrafo único. Somente poderão ser protestados, para fins falimentares, os títulos ou documentos de dívida de responsabilidade das pessoas sujeitas às conseqüências da legislação falimentar.
· Para que o protesto por falta de pagamento supra o protesto especial com fins falimentares é preciso que siga as formalidades do segundo. Então, vejamos quais são as diferenças formais entre os dois protestos:
· 1)Praça : o protesto especial é feito na praça do foro competente para se conhecer do pedido de falência (foro do principal estabelecimento), já no protesto cambial o protesto é feito na praça de pagamento do título ou no domicílio do devedor
· 2)Admissão da teoria da aparência 
· Teoria da aparência : um ato praticado por alguém que não é o representante legal da sociedade, a vinculará, desde que a pessoa que o houver praticado aparente racionalmente ser o representante legal
· O protesto cambial (Art.21, lei de protestos) admite a teoria da aparência, porém a lei de falência não admite
· Apesar de a lei de falência não admitir tal teoria, o artigo 94,§3 desta lei diz que o protesto deve ser tirado em respeito à “legislação especial”, no caso, a lei de protestos, que a admite. Esse conflito foi resolvido pela súmula 361 do STJ, que ao exigir a identificação da pessoa que recebeu a notificação do protesto, rejeita expressamente a aplicação da teoria da aparência. Vale dizer, para configuração da impontualidade do devedor para fins de requerimento de falência, a pessoa que recebe a notificação do protesto tem que ser, de fato, o representante legal da sociedade e não alguém que aparentava ser.
· Súmula 361, STJ: A notificação do protesto, para requerimento de falência da empresa devedora, exige a identificação da pessoa que a recebeu.
· O protesto com fins falimentares exige a identificação do devedor
· Judicial
·  Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal;
· Execução frustada
· O credor pode desistir ou requerer a suspensão da execução
· Não é possível o juiz transformar a execução em falência. O processo falimentar deverá acontecer em autos apartados
· De acordo com o STJ (Resp 6.782-o/RS publicado na RT 699/177), não é necessário que o credor abandone a execução, basta requerer sua suspensão e com a certidão do objeto desse processo executório, iniciar o processo falimentar
Presunções Legais
A lei de falência está toda baseada em presunções legais. Como grande exemplo, tem-se o fato de que a insolvência adotada por ela é a insolvência jurídica, que é toda baseada em presunções legais. Então, torna-se necessário compreender o regime das presunções e seus requisitos de implementação.
· Toda vez que o intérprete se depara com uma presunção legal, deve se fazer um questionamento: “A presunção é absoluta ou relativa?” 
· A presunção absoluta não admite prova em contrário
· Provados os pressupostos de sua implementação, não serão admitidas provas em contrário
· Seria inconstitucional por caracterizar cerceamento de defesa, já que as presunções absolutas não admitem prova em contrário?
· Toda presunção, para se implementar, precisa da demonstração de pressupostos essenciais, que devem ser provados por aquele que a alega e sempre será possível demonstrar que esses pressupostos não ocorreram, evitando, assim, a implementação da presunção.
· O acusado sempre terá o direito de provar que os pressupostos não aconteceram e, por isso, não há de se falar em cerceamento de defesa no caso das presunções absolutas
· A presunção relativa, mesmo com seus pressupostos provados e a presunção implementada, poderá ser elidida 
· A presunção da impontualidade é relativa, pois, ainda que já implementada, o devedor poderá pagar, afastando-a
· O depósito elisivo (ou se afastamento) realizado a tempo de modo hábeis impede a decretação da falência porimpontualidade
· Lei 11.101,  Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do valor pelo autor.
· Tempo hábil para depósito elisivo: Prazo da contestação (10 dias úteis a contar da juntada do mandado aos autos)
· Modo hábil para depósito elisivo: tem que ser realizado em dinheiro, acrescido de juros, correção monetária e honorários de advogado
· Com o depósito elisivo o pedido de falência será improcedente, então o réu ganharia a ação. Nessa lógica, qual seria o sentido dele ter que pagar honorários sucumbenciais ?
· Com o depósito elisivo, a ação de falência assume natureza de ação de cobrança, pois o juiz não pode mais decretar a falência e a cobrança foi procedente. Então, o réu sucumbiu na cobrança, por isso deve pagar honorários sucumbenciais
B) Atos ruinosos (ou de falência)
· Série de condutas típicas que, uma vez praticadas pelo devedor, fazem presumir sua ruína jurídica, autorizando a decretação de sua falência
·  Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:
       a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;
        b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
        c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;
        d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;
       e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
     f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
        g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.
· Conduta que era típica e não só perdeu a tipicidade, mas passou a ser estimulada pelo Estado: Concordata branca 
· Devedor que reúne seus credores e negocia suas dívidas como cada um deles
· Hoje, essa prática é estimulada pelo Estado, é a chamada “recuperação extrajudicial ” 
· Nos casos de atos ruinosos, trata-se de uma presunção absoluta 
1.2.4) Legitimidade
A)Passiva
· Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.
· Quem pode falir no Brasil, em regra, é o empresário
Exceções
Não empresários que podem falir
1. Espólio de empresário individual até 1 ano após o óbito 
· Lei 11.101, Art.96, § 1o Não será decretada a falência de sociedade anônima após liquidado e partilhado seu ativo nem do espólio após 1 (um) ano da morte do devedor. (ou seja, antes de decorrido o prazo de 1 ano, será possível a decretação da falência do espólio)
2. Sócio de responsabilidade ilimitada na hipótese de falência de sociedades que comportem essa modalidade
·  Lei 11.101, Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios ilimitadamente responsáveis também acarreta a falência destes, que ficam sujeitos aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação à sociedade falida e, por isso, deverão ser citados para apresentar contestação, se assim o desejarem.
3. Sociedade de trabalho temporário
· Há uma discussão se a sociedade de trabalho temporário é empresária ou não. Mas, para aqueles que a consideram não empresária, ela seria mais uma hipótese de não empresários que podem falir
· Opinião do professor: é empresária
· Lei 6.019/74: Art. 16 – No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora ou cliente é solidariamente responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias, no tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim como em referência ao mesmo período, pela remuneração e indenização previstas nesta Lei.
Empresários que são excluídos da falência (Art.2, Lei 11.101/2005)
1. Empresas públicas e Sociedade de economia mista 
· Art. 2o Esta Lei não se aplica a: I – empresa pública e sociedade de economia mista;
· Esta estipulação já vem de muito tempo, como era  disposto na Lei das S.A : “Art. 242. As companhias de economia mista não estão sujeitas a falência mas os seus bens são penhoráveis e executáveis, e a pessoa jurídica que a controla responde, subsidiariamente, pelas suas obrigações.  (hoje revogado)
· A discussão é trazida a nível constitucional
· O artigo 173,§1, II da Constituição Federal, prescreve o princípio da isonomia entre público e privado, nos seguintes termos: ” A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários”. Então, haviam pessoas, que diziam que o artigo 242 da lei de S.A, ao excluir as sociedades de economia mista da falência, traz um benefício que não é dado aos particulares, ferindo o referido princípio e, por isso, não teria sido recepcionado pela Constituição.
· Essa questão foi parar no STF : RE 172.816/RJ
· Ficou decidido que a isonomia entre público e privado ocorre somente quando a sociedade de economia mista explora atividade econômica. Então, não se pode generalizar, será preciso analisar o objeto da SEM, realizando uma dicotomia na hermenêutica. Se for a exploração de atividade econômica, haverá isonomia; se não for atividade econômica, ou seja, seu objeto sendo um ato administrativo puro, não haverá isonomia.
· Então, de acordo com esse entendimento, as SEM que exploram atividades econômicas poderiam falir (exemplos: correio, Cemig). Mas, a BH trans, por exemplo, não poderia, já que explora ato administrativo puro de administração e fiscalização do trânsito.
· Veja parte da ementa da decisão :DESAPROPRIAÇÃO, POR ESTADO, DE BEM DE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA FEDERAL QUE EXPLORA SERVIÇO PÚBLICO PRIVATIVO DA UNIÃO. (…) 7. A norma do art. 173, par.1., da Constituição aplica-se as entidades publicas que exercem atividade econômica em regime de concorrência, não tendo aplicação as sociedades de economia mista ou empresas publicas que, embora exercendo atividade econômica, gozam de exclusividade. 8. O dispositivo constitucional não alcança, com maior razão, sociedade de economia mista federal que explora serviço público, reservado a União. 9. O artigo 173, par.1., nada tem a ver com a desapropriabilidade ou indesapropriabilidade de bens de empresas publicas ou sociedades de economia mista; seu endereço e outro; visa a assegurar a livre concorrência, de modo que as entidades publicas que exercem ou venham a exercer atividade econômica não se beneficiem de tratamento privilegiado em relação a entidades privadas que se dediquem a atividade econômica na mesma área ou em área semelhante. 10. O disposto no par.2., do mesmo art. 173, completa o disposto no par.1., ao prescrever que “as empresas publicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos as do setor privado (…)(STF – RE: 172816 RJ, Relator: Min. PAULO BROSSARD, Data de Julgamento: 09/02/1994, TRIBUNAL PLENO, Data de Publicação: DJ 13-05-1994 PP-11365EMENT VOL-01744-07 PP-01374)
· Selecionei as partes da ementa relevantes para o tema. Para ler na íntegra: https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/14706601/recurso-extraordinario-re-172816-rj
· Posteriormente, no governo FHC, é editada a lei 10.303 no dia 31/10/2001, que revoga o artigo 242 da lei de S.A´s. Então, sendo S.A é preciso dar lucro, se não der, poderá sim falir.
· Depois, no governo trabalhista, é editada a lei 11.101/2005, ressuscitando, em seu artigo segundo, inciso I, a exclusão das SEM do processo de falência, incluindo, ainda, as empresas públicas
· A questão ainda não chegou novamente no STF para ser analisada
· Soma-se a tudo isso, uma questão infraconstitucional:
· Lei das S.A´s, Art.25- Subsidiária integral : S.A cuja totalidade de suas ações é de propriedade de uma outra PJ nacional, sendo, portanto, uma sociedade unipessoal.
· Então, uma subsidiária integral cujas ações pertençam a uma SEM ou empresa pública , por exemplo, poderia falir? 
· Sim, pois a exceção se interpreta de maneira restritiva (método interpretativo literal). Então, se a lei de falência excluiu as SEM e as empresas públicas e nada dispôs sobre a subsidiária integral, elas poderão falir, pois são uma PJ distinta
· Resp 729.779/RJ :Falência. Subsidiária integral de sociedade de economia mista. Art. 515, § 3º, do Código de Processo Civil. Art. 242 da Lei nº 6.404/76. 1. A subsidiária integral de sociedade de economia mista está sujeita ao regime falimentar, que só excluía as sociedades de economia controladoras criadas por lei. 2. A realização do depósito elisivo não significa o reconhecimento da legitimidade do título, não se aplicando o art. 515, § 3º, do Código de Processo Civil quando necessária a apuração das razões da empresa ré que postula a impugnação dos títulos e dos valores e requer a produção de prova para sustentar o seu direito. 3. Recurso especial conhecido e provido.(STJ – REsp: 729779 RJ 2005/0031473-1, Relator: Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, Data de Julgamento: 16/02/2006, T3 – TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 22/05/2006 p. 197)
2. Instituições financeiras públicas e privadas 
·     Art. 2o Esta Lei não se aplica a: II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
· O artigo 2,II da lei de falência tem que ser conjugado com o artigo 197 dessa mesma lei
· Art. 197. Enquanto não forem aprovadas as respectivas leis específicas, esta Lei aplica-se subsidiariamente, no que couber, aos regimes previstos no Decreto-Lei no 73, de 21 de novembro de 1966, na Lei no 6.024, de 13 de março de 1974, no Decreto-Lei no 2.321, de 25 de fevereiro de 1987, e na Lei no 9.514, de 20 de novembro de 1997.
· A lei 6.024/1974 dispõe sobre a intervenção e liquidação extrajudicial de instituições financeiras. O artigo 21 desta lei prevê dois casos em que uma instituição financeira poderá falir no Brasil 
· Art . 21. A vista do relatório ou da proposta previstos no artigo 11, apresentados pelo liquidante na conformidade do artigo anterior o Banco Central do Brasil poderá autorizá-lo a: b) requerer a falência da entidade, quando o seu ativo não for suficiente para cobrir pelo menos a metade do valor dos créditos quirografários, ou quando houver fundados indícios de crimes falimentares.
· Primeiro caso
· Decretada a intervenção ou liquidação de uma instituição financeira, será nomeado um interventor ou liquidante, que irá fazer um relatório analisando o ativo e o passivo a preço de mercado. Se o ativo não for suficiente para cobrir, pelo menos, metade dos créditos quirografários, ele irá comunicar ao Banco Central, que poderá autorizar a falência da instituição
· Na garantia quirografária, o credor tem, assegurando o adimplemento da obrigação, todo o patrimônio do devedor como um todo considerado. Já na garantia real, o credor tem, assegurando o adimplemento da obrigação, um bem destacado notadamente no patrimônio do devedor, mas não obrigatoriamente (pois o gravame real pode tomar bens de terceiros, desde que com sua anuência)
· Então, é preciso que a instituição tenha dinheiro para pagar todos os ativos que preferem ao quirografário e, ao chegar neles, ter dinheiro para pagar ao menos a metade. Se não tiver, o presidente do Banco Central autorizará o pedido de autofalência
· O artigo segundo, inciso II da lei de falências impede que o credor peça a falência de instituições financeiras, mas não impede a falência em si. Esta poderá ocorrer apenas na modalidade autofalência, ou seja, requerida pelo próprio devedor. A legitimidade ativa será do devedor e não do credor.
· Então, para que seja decretada a falência de uma instituição financeira , que só poderá ocorrer na modalidade de autofalência, é necessário um pressuposto processual: a prévia existência do processo administrativo de intervenção ou liquidação extrajudicial decretado pelo Banco Central
· Segundo caso 
· Quando houver fundados indícios de crime falimentar 
· O mais correto seria dizer “crime falencial”, por uma questão técnica. Na lei antiga, os crimes só poderiam ocorrer na falência. Mas, na lei nova, o artigo 180 expandiu as hipóteses para além da falência, alcançando também a recuperação judicial e recuperação extrajudicial de homologação necessária. Então, como os crimes não são mais exclusivos da falência, a utilização do termo “crime falencial” seria mais técnica, já que significa “crime tipificado na lei de falências” e não crimes que só podem ocorrer na falência.
· Qual a relevância penal da prática de um crime falencial?
· Nenhuma. Os crimes falenciais são crimes próprios, que só podem ser praticados por aqueles que podem falir. Ou seja, a sentença falimentar é pressuposto objetivo de punibilidade. Constatado o crime, o liquidante comunica o Banco Central, para que tenha autorização de pedir a autofalência e, com a sentença falimentar, o Ministério Público poderia responsabilizar os infratores. Então, decreta-se a falência para se inaugurar a persecução penal contra os ex administradores
B)ATIVA
· Quem pode requerer a falência
· Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:
        I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei;
        II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante;
        III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade;
        IV – qualquer credor.
· 1) Qualquer credor, empresário ou não
· Se for credor empresário, tem que ser regular . O único caso em que um credor irregular pode requerer a falência é no caso de autofalência (Lei 11.101/2005, Art.107)
·  Art.97, § 1o O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas que comprove a regularidade de suas atividades.
· Ordinariamente, há uma presunção de regularidade do empresário. Mas, esse caso é um exceção em que se exige a prova
· 2) Devedor (autofalência)
· Existe falência por ato de ofício?
· Não há, no Brasil, falência por ato de ofício, ela tem que ser requerida. Pode o juiz, por ato de ofício, convolar a recuperação judicial em falência, mas estará apenas mudando o procedimento e não se tornando parte legítima ativa.
· O Ministério Público tem legitimidade ativa para requerer a falência?
· Não. A justificativa é histórica. Até o ano de 1988, os membros do MP não tinham salário, tanto que poderiam cumular sua função com a de advogado. Eles recebiam parcela das custas dos processos em que atuavam. Temendo que algum promotor requeresse a falência de outrem, visando parcela do patrimônio do falido, usando-a como meio para remuneração, os membros do MP foram excluídos do rol de legitimados. A despeito desses membros serem hoje remunerados, continuam excluídos.
· A Fazendo Pública tem legitimidade ativa?
· A Fazendo Público é legitimada por ser credora, mas a jurisprudência extinguiu todos os pedidos de falênciafeitos pela FP não por ilegitimidade ativa, mas por falta de interesse processual (necessidade + utilidade). O pedido de falência formulado pela FP, além de não ser necessário, é muito prejudicial ao erário.
· CTN, Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento.
· Falta de necessidade: A Fazendo Pública não se sujeita ao processo falimentar, é uma execução individual que não é atraída para o juízo universal falimentar. Como ela teria necessidade de um processo pela qual não se sujeita?
· Falta de utilidade: Se não houver a falência, o crédito tributário tem a segunda maior preferência (CTN, Art.186), só perdendo para o trabalhista. Porém, decretada a falência, o crédito tributário despenca do segundo lugar para o oitavo lugar geral, considerando todo o espectro de credores.
1.2.5) Competência 
· Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.
· A competência é absoluta em máteria falimentar, ou seja, o juiz pode declinar sua competência de ofício
· Principal estabelecimento : teorias
· 1: Seria aquele com maior movimentação financeira  (não é aceita)
· Como que o credor vai saber onde o devedor movimenta mais dinheiro?
· Waldo Fazzio Junior
· 2: Seria a sede social, ou seja, aquela mencionada no contrato social ou estatuto
· Luiz Tzurinick
· 3: Seria a sede administrativa, ou seja, o local de onde saem os atos de gestão
· Ex : S.A – onde está a diretoria ; Ltda- onde estão os administradores
· Acolhida pela jurisprudência
· Visa o maior agilidade possível do processo, pois o falido tem o direito de fiscalizar o administrador judicial. Então, caso o processo não fosse proposto na comarca onde está a administração, o processo de falência seria um eterno cumprimento de cartas precatórias
· A falência é causa de dissolução da sociedade e não de extinção
· CC, Art. 1.044. A sociedade se dissolve de pleno direito por qualquer das causas enumeradas no art. 1.033 e, se empresária, também pela declaração da falência.
· CC, Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
·  Lei 11.101/2005, Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações, respeitado o disposto no § 1o do art. 181 desta Lei.
· Lei 11.101/2005,  Art. 103. Desde a decretação da falência ou do seqüestro, o devedor perde o direito de administrar os seus bens ou deles dispor.
· A falência, então, não extingue a pessoa jurídica, mas causa uma limitação na capacidade civil do devedor, que perderá a posse e a administração de seus bens e direitos, que serão arrecadados pelo administrador judicial a fim de constituírem a massa falida objetiva
Recuperação de Empresas
Introdução
· É um instituto que sucede as concordatas que existiam na antiga lei de falência. Apesar de não se confundirem, vem da mesma origem histórica, ambas nascem de uma política interna dos empresários
· Com a recuperação, assim como na concordata, o empresário vai socializar, ou seja, dividir com seus credores o risco de sua atividade, que se concentrado somente nele, não daria para ser suportado
· Essa socialização dos riscos é o pressuposto da recuperação de empresas
Conceito
· É o procedimento de jurisdição voluntária, pelo qual o devedor, em estado de crise econômico-financeira, requererá a repactuação de seu passivo, visando à preservação de sua empresa e a sua própria
Natureza Jurídica 
· A recuperação de empresas tem dupla natureza jurídica, uma processual e uma material
· Processual: procedimento de jurisdição voluntária
· Pois não há lide
· Os credores não são réus, mas sim interessados
· Só tem legitimidade ativa o devedor , ninguém mais
· Não há coisa julgada em sentido material, apenas em sentido formal
· Material: natureza contratual
· Como já decidiu o STF, quando julgou o Resp.1.314.209/SP
· “Repactuação” ; é um contrato celebrado judicialmente
Finalidade
· Lei 11.101/2005: Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.
· Tem como finalidade a preservação da empresa, mas também a preservação do empresário, ainda que de forma secundária
Requisitos e impedimentos
· Requisitos
1. Empresários regulares há mais de 2 anos
· Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: (…)
· Esse prazo de 2 anos vem sendo mitigado pela jurisprudência, principalmente quando a recuperação é requerida em contestação de falência. Se faltam dias ou meses para se completar os dois anos de regularidade, a jurisprudência cem aceitando o pedido de recuperação, dependendo do caso concreto
2. Não ser falido, ou, se for, estar reabilitado
·   Lei 11.101/05, Art.48, I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
· Isso porque a lei brasileira não permite mais a recuperação suspensiva
· Precedentes excepcionalíssimos de recuperação suspensiva
· Primeiro caso do Brasil: Indústria da Bala Chita
· São casos extremamente raros
· Em MG: TJMG – AI 0338.99.003226-4/013
3. Não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
· Existem crimes (todos com proteção patrimonial) que impedem a pessoa de ser empresário ou de gozar de benefícios da lei empresarial
· Ter como administrador ou sócio controlador uma pessoa já condenada por um desses crimes já seria motivo suficiente para a empresa não ser regular, encontrando obstáculo no requisito 1 da recuperação
· Problema: Princípio da não transcendência da infração
· O crime não ultrapassa o infrator (CF, Art.5, XLV)
· Pelo fato de o sócio ou administrador ter cometido o crime e o impedimento de postular a recuperação ser da sociedade, estaria transcendendo o crime para pessoa diversa
· Opinião do professor: esse requisito é manifestamente inconstitucional
4. Tendo o devedor gozado de uma recuperação, para que possa gozar no futuro de outra, há um prazo de desincompatibilização
· Se já tiver gozado de uma recuperação judicial: prazo de 5 anos
· Se já tiver gozado de uma extrajudicial : prazo de 2 anos
· O prazo começa a contar do momento em que ele obteve a primeira recuperação
· Lei 11.101/05, Art.48:
·   II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial;
· III – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo;
· Lei 11.101/05, Art.161, § 3o O devedor não poderá requerer a homologação de plano extrajudicial, se estiver pendente pedido de recuperação judicial ou se houver obtido recuperação judicial ou homologação de outro plano de recuperação extrajudicial há menos de 2 (dois) anos.
Espécies 
A) Recuperação extrajudicial 
· Na recuperação extrajudicial, o devedor convoca seus credores fora de juízo e repactua o passivo, visando a preservação de sua empresa e sua própria
· Existem 3 credores e 5 créditos excluídos da recuperação extrajudicial, ou seja, que não podem ser repactuados
· Credores excluídos (Lei 11.101/05, Art.161, §1)
1. Fazenda Pública
· O crédito tributário não pode ser objeto de transação, somente mediante lei de iniciativa do Poder Executivo
2. Credor trabalhista 
· O crédito

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