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ATM- Articulação Temporomandibular Anatomia Odontológica II- Odontologia UFPR É uma articulação sinovial, e, portanto, permite amplos movimentos da mandíbula em torno de um osso fixo, o temporal. É uma articulação bilateral, interligada pela mandíbula e interdependente, com movimentos próprios de cada lado, porém simultâneos. Podendo ser considerada com uma única articulação. Há também uma relação de interdependência da ATM com a oclusão dos dentes de ambos os arcos. Outras peculiaridades são: os revestimentos de fibrocartilagem e não de cartilagem hialina; a cabeça da mandíbula cresce na superfície, sem cartilagem epifisária; as faces articulares, tem movimentos de rotação e de translocação associados; impulsos proprioceptivos são gerados também ao nível dos dentes e estruturas bucais. Faces articulares ósseas As partes ósseas são a cabeça da mandíbula- conhecida como côndilo, e eminência articular e fossa mandibular do osso temporal. Cartilagem articular As faces articulares temporal e condilar são cobertas por cartilagem fibrosa. Ambas as camadas têm espessuras variáveis. São particularmente espessas na vertente anterior da cabeça da mandíbula e na vertente posterior da eminência articular. Essas áreas são funcionalmente as mais importantes, por absorverem impacto. No fundo da fossa mandibular, a cartilagem fibrosa é muito delgada, isso significa que a transferência de forças da mandíbula para o temporal nesse local é diminuta. Portanto, o côndilo não exerce força diretamente na fossa mandibular. Disco articular Uma placa fibrocartilaginosa, fica na cabeça da mandíbula como se fosse um boné. A extensão anterior do boné corresponde a parte anterior do disco. acima, não se prende no temporal, mas na cabeça da mandíbula insere-se fortemente em dois pontos: nos polos medial e lateral. Isso significa que a mandíbula pode girar abaixo do disco articular sem que este se movimente. Nos movimentos de translocação o disco acompanha o deslocamento da mandíbula. Um descompasso entre disco e mandíbula pode provocar estalidos/ ruídos articulares. O disco articular regulariza a discrepância anatômica existente entre elas, absorve choques e promove uma movimentação suave da ATM. A parte central é bem delgada se comparada a periferia. Esta é ligada a capsula articular que fecha a articulação. Com essa conexão periférica e por se colocar entre as superfícies articulares, o disco divide a cavidade articular em dois compartimentos, o supradiscal e o infradiscal, A borda anterior do disco também se fusiona com a cápsula articular, mantém contato com as fibras do m. pterigoideo lateral. Posteriormente, a fusão com a cápsula é intermediada pelo coxim retrodiscal, uma camada bem vascularizada e inervada, de tecido conjuntivo frouxo com fibras elásticas. Cápsula articular A ATM é circundada por uma cápsula fibrosa bastante frouxa, que permite os amplos movimentos da articulação. Prende-se acima, nos limites da face articular do temporal e abaixo no colo da mandíbula. É uma cápsula bem inervada, com abundante inervação sensitiva, que se relaciona com os nervos auriculotemporal, massetérico e temporal profundo posterior. Sua vascularização, também abundante se estende até a periferia do disco articular e principalmente membrana sinovial, mas nunca a sua porção central. Membrana sinovial Reveste internamente a cápsula articular nos compartimentos supra e infradiscal e se estende em cima e embaixo do coxim retrodiscal. Não recobre o disco articular. A membrana sinovial elabora a sinóvia, um líquido viscoso nutritivo e lubrificante. Trata-se de uma solução aquosa de sais retirados do sangue, glicose e pequenas quantidades de proteína que, com esses elementos, penetra e nutre as fibrocartilagens. Possui em sua composição o ácido hialurônico, que dá viscosidade ao líquido, deixando a fricção reduzida e facilitando os movimentos de uma superfície a outra. Ligamento temporomandibular Único verdadeiro ligamento da ATM. Cobre quase toda a superfície lateral da cápsula articular e é contínuo a ela. As fibras convergem no sentido inferior para se inserirem no colo da mandíbula, logo abaixo do disco articular. Essa convergência dá um aspecto triangular. Ela age como ligamento suspensório da mandíbula, mas como suas fibras profundas são muito inclinadas, quase horizontais, servem também para limitar movimentos retrusivos da mandíbula e assim evitar a compressão das estruturas situadas atrás da cabeça da mandíbula. Ligamentos acessórios São considerados ligamentos adicionais, apesar de estarem distantes da ATM e não terem influência sobre seus movimentos. São eles: o ligamento esfenomandibular, que vai da espinha do esfenoide a língula da mandíbula, e o ligamento estilomandibular, que vai do processo estiloide até o ângulo da mandíbula. Dinâmica da ATM Rotação e translocação são os dois movimentos básicos da ATM. Na rotação a mandíbula se movimento sobre um eixo transversal que passa pelos côndilos. A cada abertura e fechamento da boca, o movimento de rotação é realizado. Na translação o côndilo excursiona até a frente e retorna à sua posição de origem, levando consigo o disco articular que a seus polos se prende. Assim, o côndilo e disco deslizam sobre a face articular temporal da articulação na abertura e fechamento da boca. Abaixamento e elevação da mandíbula Para se abrir a boca, ambos os movimentos básicos são realizados. O movimento se inicia com rotação pura do côndilo até a abertura de +/- 20mm. Depois disso, para continuar a abertura a rotação ocorre concomitantemente com a translação. Não há nenhum músculo vertical abaixo da mandíbula para puxá-la para baixo. Na verdade, a depressão da mandíbula é feita pelos pterigoideos laterais, que são músculos protrusores, ajudados pelos digástricos, que são retrusores. Se esses dois músculos antagônicos agem simultaneamente, a mandíbula é deprimida, porque eles não se encontram em nível. Os músculos gênio-hióideos fazem ponto fixo. O movimento inverso é o de elevação da mandíbula. Ocorre tudo ao contrário, e os músculos atuantes nesse movimento são o masseter, pterigoideo medial e o temporal. A resultante final do somatório de força dos três músculos é dirigida para cima e ligeiramente para frente. Isso faz com que o côndilo se encontre com a vertente posterior da eminência articular no final do fechamento da boca. Nossos ossos maxilares e a ATM são adaptados para a mastigação molar, forças ao nível dos molares são melhore absorvidas e escadas. Mastigar com os dentes incisivos gera uma sobrecarga e pode gerar disfunções na ATM. Para se ter uma boa condição da ATM é importante ter uma boa oclusão Abertura: Relaxados: Masseter, temporal, pterigoideo medial Contraídos: pterigoideo lateral e músculos supra hioideos (digástrico) Trajetória do côndilo: para frente e para baixo Fechamento: Relaxados: digástrico e pterigoideo lateral Contraídos: masseter, temporal e pterigoideo medial Trajetória do côndilo: para cima e para trás Protrusão e retrusão da mandíbula Para realizar o movimento de retrusão, a mandíbula se abaixa ligeiramente, tirando os dentes de oclusão, e então projeta-se para frente com o côndilo e o disco saindo da fossa mandibular, e deslizam-se na vertente posterior da eminência articular. Na projeção extrema, o côndilo fica posicionado abaixo da parte mais proeminente da eminência articular. Essa projeção do côndilo também é adquirida no final da abertura máxima da boca e confere a ele uma certa instabilidade. Quando é realizado um movimento muito exagerado, como o bocejo, o côndilo pode cair na fossa infratemporal. A esse fenômeno se da o nome de luxação mandibular. A protrusão simétrica da mandíbula é efetivada pelos músculos pterigoideos laterais. A participação dos músculos elevadores, principalmente o temporal, como coadjuvantes desse movimento, é no sentidode manter a mandíbula elevada enquanto ela se desloca para frente. O movimento de retrusão, ainda sobre a assistência dos elevadores, funcionam efetivamente o músculo disgástrico e porção posterior do temporal. Os músculos gênio-hióideo e milo-hióideo podem participar desse movimento com menos força. Inserido na borda posterior do disco ligando este à capsula articular há o coxim retrodiscal. Sua frouxidão permite que o disco se mova anteriormente com uma certa liberdade. Esse, serve também para preencher o espaço deixado pelo disco. Na retrusão ele é ineficiente para suportar a carga e limitar o movimento. Lateralidade da mandíbula É uma variante da protrusão. Um dos côndilos realiza o movimento de protrusão, sob ação do músculo pterigoideo lateral que nele se insere. Se o mento se translada para a esquerda é o músculo pterigoideo lateral do lado direito que traciona o côndilo direito para diante. O côndilo esquerdo se move com muito menor percurso para fora (movimento de Bannett) No movimento de retorno, o côndilo que se adiantou percorre a mesma via, sob ação do digastrico e das fibras posteriores do temporal. Resumindo: A ATM é uma articulação sinovial, bilateral, interdependente e discordante (movimento de translocação- não tem o contato côncavo x convexo), participação da oclusão dental Ossos: temporal (fossa mandibular e eminência mandíbula) mandíbula (côndilo mandibular, colo da mandíbula e fóvea pterigoidea). Temos uma camada chamada fibrocartilagem articular que reveste essas superfícies ósseas. Ela serve para diminuir o atrito e absorver impactos. Entre as duas cartilagens temos o disco articular, que acompanha em movimentos de abertura de boa → a zona bilaminar ou coxim retrodiscal, que é rica em terminações nervosas. O músculo pterigoideo lateral (principal) faz o côndilo se movimentar. O disco permite o movimento de translação (entre duas superfícies convexas) Existe o espaço articular anterior (entre o côndilo e o disco) e o espaço articular superior (entre o disco e o osso temporal), esses não se comunicam. O disco se insere por ligamentos colaterais no polo lateral e no polo medial A cápsula articular envolve toda a articulação e evita o deslocamento errôneo da articulação temporomandibular A membrana sinovial produz o líquido sinovial, que tem função de lubrificação e nutrição além de absorver impactos. Os ligamentos articulares estabilizam a articulação → ligamento lateral/temporomandibular, ligamentos acessórios/extrínsecos, ligamento esfenomandibular, ligamento estilomandibular e ligamento pterigomandibular Movimento de rotação- primeiros 10 mm de abertura de boca Glândulas Salivares Anexas do sistema digestório; Saliva: humedece e lubrifica o alimento para a deglutição. Amilase: enzima que faz a degradação de amido. Início da digestão Auxilia na sensação de tato, autóclise> limpeza da boca, possui imunoglobulinas> defesa, eletrólitos> tampão salivar Glândulas Salivares Maiores – 3 pares ➔ Parótida ➔ Submandibular ➔ Sublingual Glândulas Salivares Menores ➔ Glândulas Labiais ➔ Glândulas Bucais ➔ Glândulas Palatinas ➔ Glândulas Linguais Produção salivar- quantidade/dia: 800 ml a 1500 ml/dia Fluxo salivar em repouso: 0,3- 0,5 mm e secretante: 1,0 mm Glândulas que se abrem no vestíbulo Glândula Parótida É a maior glândula. Possui saliva serosa e bem fluida; 25% da produção salivar A frente e abaixo da orelha, envolta por uma fáscia parótida/cápsula parotídea, que forma um compartimento fechado, responsável pela intensa dor causada pelo edema inflamatório na glândula. A saliva passa pelo ducto parotídeo, que passa por cima do músculo masseter e cai na cavidade oral. Ducto Parotídeo/ Ducto de Stenon: se abre na altura do 2 molar superior, na papila parotídea. Sua inervação é pelo Nervo Glossofaríngeo, IX par de nervos cranianos- PARASSIMPÁTICA Obs: o nervo facial passa por dentro dessa glândula, mas não a inerva Glândulas Labiais Numerosas pequenas glândulas situadas nas submucosas dos lábios. Chegam a formar uma camada quase contínua entre a mucosa e o músculo orbicular da boca, seus ductos abrem-se diretamente na mucosa dos lábios Glândulas Bucais Pequenas e escassas glândulas arredondadas dispersas irregularmente na submucosa da bochecha, entre os feixes do músculo bucinador e mesmo na face externa dele. São aquelas situadas próximos aos dentes posteriores, alguns autores as chamam de glândulas molares. Glândulas que se abrem na cavidade própria da boca Glândula Submandibular É a segunda maior glândula, possui saliva mista (serosa e mucosa), 60 a 65% da produção salivar; Composta por um número variável de lóbulos unidos entre si por tecido conjuntivo. Ocupa o triângulo submandibular. Tem formato de noz, é uma glândula encapsulada, mas frouxamente aderida. Maior parte é localizada inferiormente ao músculo milo-hióideo. Ducto Submandibular/ Ducto de Wharton: 5- 7 cm de comprimento, emerge na face medial, abre-se na carúncula sublingual, ao lado do freio da língua. É muito comum a ocorrência de cálculos (cialolitíase) salivares na face lingual dos dentes incisivos inferiores, pela saliva conter bastante eletrólitos. Sua inervação é pelo Nervo Facial- VII par de nervos cranianos- PARASSIMPÁTICA Glândula Sublingual É a menor glândula, possui saliva mucosa, 10% da produção salivar Não há cápsula, é mais superficial, e está logo abaixo da mucosa do soalho da boca, é arredondada e mais alongada Ducto Sublingual/ Ducto de Rivinus: possui abertura no soalho da boca. Não tem um ducto único, mas uma dúzia de ductos menores, ou até mais, que se abrem na prega sublingual. Sua inervação é pelo Nervo Facial- VII par de nervos cranianos- PARASSIMPÁTICA Rânula: inchaço por retenção de saliva no soalho da boca Glândulas Palatinas Agrupadas, formam uma camada no palato mole, ocupam também parte do palatoglosso e uma porção do palato duro. Cada pequena glândula tem seu próprio ducto, apesar de estarem agrupadas. Em paciente com a boca aberta por muito tempo, pode-se observar algumas gotículas no palato em decorrência dessas glândulas. Glândulas Linguais Consistem em dois conglomerados. Umas são encontradas na raiz da língua, próximas ao dorso. São do tipo seroso, que desembocam na vala das papilas valadas, e do tipo mucoso, que se abrem por seus diminutos ductos nas criptas linguais dos nódulos linfáticos e da tonsila lingual. Outro aglomerado constitui a glândula lingual anterior, que fica incrustada na mucosa muscular da língua, próxima ao ápice. Glândulas Salivares Menores Camada submucosa das regiões bucal, labial, palato mole e soalho da boca Sua inervação é pelo Nervo Facial- VII par de nervos cranianos A saliva é mucosa, bem espessa, e ajuda na lubrificação Mucocele: inchaço por retenção de saliva na mucosa oral A secreção serosa (fluida, aquosa) ajuda a remover partículas de alimento da superfície da gengiva, bochecha e dorso da língua, enquanto a secreção mucosa (viscosa, espessa) ajuda a ligar (grudar) a comida mastigatória para formar um bolo para ser deglutido e depois digerido. Protege também o epitélio bucal da ação das partículas do alimento. A inervação simpática promove vasoconstrição e uma secreção viscosa pouco abundante. A inervação parassimpática promove vasodilatação e secreção fluida e abundante. Cavidade Nasal e Seios Paranasais Nariz é uma projeção externa da cavidade nasal. Suas partes são: →Dorso →Narinas: Primeira barreira de filtragem, contém vibrissas →Septo Nasal (osso e cartilagem) →Porção Lateral das Narinas (asa do nariz) - osso etmoide, lâmina perpendicular Cavidade nasal: é dividida em duas câmaras pelo septo nasal, comunica-se posteriormente com a parte nasal da faringe pelas coanas. Possui três conchas nasais: superior e média formadas pelo osso etmoide, e inferior sendo com um “osso à parte” ➔ Meatosnasais: são os espaços entre as conchas nasais ➔ O soalho da cavidade nasal é também o palato duro. Teto: osso frontal, etmoide e esfenoide ➔ Comunicação entre a cavidade nasal e os seios paranasais é chamado de ósteos dos seios paranasais ➔ É revestida por um epitélio respiratório que produz muco e é coberto de cílios para movimentá-lo. Também permite que o ar seja umedecido, umidificado e filtrado. ➔ Outra função importante da cavidade nasal está relacionada com a sensação de olfato. A área olfatória está localizada na lâmina cribiforme do osso etmoide, teto da cavidade nasal. ➔ Tem função também de drenar a lágrima produzida pela glândula lacrimal, que entra no meato nasal inferior. Seios Paranasais Existem 4 pares de seios, o frontal, o esfenoidal, o etmoidal e o maxilar. Esses, são cavidades pneumáticas nos ossos. Eles são revestidos por um epitélio respiratório que produz muco e drena para a cavidade nasal. O crescimento dos seios é importante para o desenvolvimento da face. Funções: ➔ Umidificar e aquecer o ar respirado ➔ Regular a pressão intranasal ➔ Absorção de choques ➔ Contribuir no crescimento facial ➔ Ressonância da voz ➔ Aumentar a área receptora ➔ Diminuição do peso do crânio Drenagem dos seios: ➔ Meato Nasal Médio- seio frontal, seio maxilar e células etmoidais anteriores ➔ Meato Nasal Superior- seio esfenoidal e células esfenoidais posteriores ➔ Meato Nasal Inferior- ducto lacrimal Seio Maxilar É o mais importante na odontologia. Seus limites são: Superior: soalho da cavidade orbitária Inferior: processo alveolar da maxila Medial: cavidade nasal Lateral: parede lateral da maxila Anterior: porção anterior da maxila Irrigação arterial: a maioria são ramos da artéria maxilar→ artérias alveolares superiores, artéria palatina maior, artéria esfeno-palatina, artéria infra- orbital e artéria labial superior. Irrigação venosa: plexo venoso pterigoide, veia facial Drenagem linfática: nódulos cervicais profundos Óstium do seio maxilar: se abre na parede lateral do meato médio. O muco só consegue ser drenado para esse óstium por conta da presença dos cílios nesse epitélio, que auxilia na movimentação do muco contra a gravidade. Sinusite maxilar: é uma inflamação no seio maxilar que gera fortes dores de cabeça, e pode ser causada por: ➔ Inflamação da cavidade nasal, levando a obstrução do óstium, ➔ Função ciliar alterada ➔ Secreções viscosas no interior do seio ➔ Baixa imunidade (pacientes imunodeficientes) ➔ Contaminação por bactérias da boca, devido o seio ser próximo da raiz de alguns dentes- cárie Comuniacação bucosinusal: comunicação do seio maxilar com a boca
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