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Sistema Digestório - Cavidade Oral

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UFRJ – UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
LIZ JUNGER MOURÃO
ANATOMIA
Sistema Digestório
Componentes do Trato Digestório
• Cavidade oral;
• Faringe;
• Esôfago;
• Estômago;
• Intestino delgado e grosso;
• Reto;
• Ânus;
• Glândulas anexas;
Cavidade oral
• É a entrada do sistema digestório;
A abertura anterior dessa cavidade é ocluída pelos lábios. Os lábios são a região não só que se resume à parte mais proeminente e mais avermelhada, de peles finas, com contornos definidos. Eles são toda a região demarcada pelo sulco nasolabial (bigode chinês).
• Esse sulco nasolabial está entre a asa do nariz e a comissura do lábio. Ele desce e vai até o sulco mentolabial. O mesmo acontece do lado oposto. Toda essa região, independente da diferença na pele, é tudo considerado lábio.
• Essa pele mais abaixo do nariz e no queixo, muda de coloração pela sua fineza, já que os vasos estão mais superficiais, o que dá a coloração mais avermelhada dos lábios. A via de entrada é a rima oral, fenda por onde o alimento entra na cavidade oral.
Delimitações
• É uma região inferior à cavidade nasal, com abertura anterior por meio da rima e uma abertura posterior, que se comunica com a parte oral da faringe.
• Na abertura posterior há uma espécie de válvula, o palato mole. Ele é uma estrutura aponeurótica que contêm músculos, para que possa se movimentar durante a deglutição e obstruir a comunicação entre a parte nasal e a parte oral da faringe. Isso acontece para que a deglutição e inspiração não ocorram simultaneamente. Caso isso ocorresse, o alimento poderia ser direcionado para dentro da laringe –via respiratória-. Evitando isso, o palato mole se eleva, obstruindo a passagem de ar. Assim, somente o alimento pode ser direcionado após a deglutição para a faringe e o esôfago, que está posteriormente à via do sistema digestório.
• O teto é formado pelo palato duro, ósseo.
• O assoalho da cavidade oral é basicamente muscular, onde está a língua.
• As paredes laterais também são envolvidas por músculos.
Função
• A função da cavidade oral é triturar o alimento por meio dos dentes e iniciar o processo de digestão, por algumas enzimas que estão presentes na saliva, e assim o bolo alimentar ser direcionado para as vias mais inferiores.
Divisão da cavidade oral
• Pode ser dividida em uma parte vestibular – o vestíbulo da boca. Ela é a região entre os dentes e as paredes cutâneas da região da face. É o local onde a escova de dente passa para a gengiva e a área externa da coroa dos dentes. Entre os lábios, a gengiva e os dentes. Tem uma prega cutânea que fixa a gengiva aos lábios: duas centrais entre os dentes incisivos superiores e inferiores. Elas são mais profundas. Próximo dos caninos há mais duas pregas menores, as quais são os frênulos.
• Cavidade própria da boca, onde a língua está alojada. É a parte lingual da boca. Que ocupa quase que por completo essa região.
Arcabouço ósseo
• Vista inferior do crânio:
- A parte anterior que contêm os processos alveolares, que servem para ancorar os dentes por meio de suas raízes. Essa parte anterior da base do crânio tem um formato em U, formado pelas maxilas – ossos pares que formam os ossos da face- e os ossos palatinos. Cada um deles estão unidos no centro por uma fissura longitudinal.
- 3⁄4 de todo o palato duro é formado pela maxila, especificamente pelo processo palatino da maxila. E 1⁄4 mais posterior é formado pela lâmina horizontal do osso palatino.
- Na margem mais posterior do palato duro, há a espinha nasal posterior, que serve para fixação do palato duro. E, dois projeções/acidentes ósseos que são os processos piramidais do osso palatino. Nele contêm os forames palatinos maior e menor, que servem para a passagem de estruturas vasculonervosas.
- Superiormente estão as coanas, demonstrando sua relação com a cavidade nasal.
• Na parte mais central, o osso esfenóide e o vômer que contribuem mais com o arcabouço ósseo. Suas assas maiores contribuem para a superfície lateral do crânio. As lâminas mediais e laterais do processo pterigoide servem de ficção para músculos que vão para o palato mole e mm. envolvidos com a faringe.
- Nas lâminas mediais, esse processo pterigoide, mais inferiormente, possui uma estrutura em forma de gancho, chamado de Hâmulo pterigoide. Ele vai servir como uma espécie de polia, para que um dos músculos do palato mole altere a direção de suas fibras e exerça uma função particular.
- A espinha do osso esfenóide também serve para inserção de músculos.
- A fossa escafóidea, posteriormente à lâmina medial do processo pterigoide também se encarrega da inserção de músculos do palato mole.
• Parte nasal da faringe:
- A tuba auditiva está presente na parte da faringe.
- Toda essa região serve de fixação para os músculos da faringe: constritores superior, médio e inferior.
- O tubérculo faríngeo, que serve para fixação de um tendão onde há a comunicação dos músculos constritores da faringe, de cada lado.
• Mandíbula, superfície externa:
- Tem um formato próximo a U.
- Possui o arco alveolar, onde se fixam os dentes inferiores.
- Apresenta um corpo, abaixo do arco alveolar.
- Tem o ramo da mandíbula, que se projeta para cima. A margem superior do ramo da mandíbula tem uma incisura que separa duas estruturas, que é o processo condilar, com a cabeça da mandíbula, e o processo coronóide.
- O processo condilar é uma face articular. O processo coronóide serve como fixação para músculos da mastigação.
• Mandíbula, superfície interna:
- Observa-se uma certa rugosidade no ângulo da mandíbula, que serve como fixação para músculos da mastigação.
- O forame mandibular funciona como entrada para o nevo alveolar inferior.
- A língula é uma estrutura que serve para a fixação de um dos ligamentos extracapsulares da articulação Temporomandibular, que vai movimentar a mandíbula.
- A linha milo-hióidea, que cruza o corpo da mandíbula na face interna, para inserção de um dos músculos do assoalho da cavidade oral. Além disso, ela separa duas fossas rasas, uma superior e anterior, que serve para alojar a glândula sublingual e outra fossa para a glândula submandibular.
- O pequeno ponto vermelho (entre o final do processo coronóide com o último dente) indica uma região para fixação de uma rafe pterigomandibular, uma estrutura tendínea que sai do hámulo pterigoide e serve para fixação de músculos faríngeos e da parede lateral da cavidade oral.
• Osso hióideo:
- É um osso que não articula diretamente com algum outro osso, mas está envolvido como ancora para músculos e estruturas ligamentares. Exemplo: ligamento estilo-hióideo, que sai do processo estiloide e vem em direção ao corno menor do osso hióideo.
- Está ligado com a laringe.
- Músculos do assoalho da cavidade oral vão se ligar a ele, o que permite um movimento de anteriorizar e torná-lo mais superior. Esse movimento é importante, porque trazer o osso hioideo junto com a laringe para a frente e para cima, protege de entrar qualquer corpo estranho proveniente da alimentação para as vias respiratórias durante a deglutição.
Músculos da mastigação
• Masseter:
- Músculo que se origina no arco zigomático.
- São fibras musculares em paralelo. Músculo plano, largo, que vem em direção ao ângulo da mandíbula.
- Um dos músculos mais fortes do corpo humano, embora seja pequeno. Quando comparado com o quadríceps, por exemplo. Devido à alavanca e posição que ele tem, é uma vantagem mecânica muito grande. Gera um trabalho muito eficiente, por conta da sua forma.
- Também faz parte da parede lateral da cavidade oral, junto com o músculo bucinador.
• Temporal:
- Ocupa a fossa temporal.
- Sua inserção é no processo coronóide da mandíbula.
- Músculo em forma de leque, com fibras mais posteriores e horizontais. Todas convergem num tendão que segue para se inserir no processo coronóide. Uma pequena parte do tendão se estende inferiormente na linha oblíqua da mandíbula, que dá uma maior estabilidade ao osso.
• M. Pterigóide lateral e M. Pterigóide medial:
- Os laterais contribuem para a protrusão – o ato de levar a mandíbula para frente – dentes inferioresà frente dos superiores;
- M. P. Medial contribui para elevar a mandíbula ao abri-la. É um músculo sinergista em relação ao masseter e ao temporal, que tem a ação de fechar a boca.
Visualiza-se o músculo pterigóide lateral e a articulação temporomandibular.
- A fossa mandibular é formada por um tubérculo articular, onde a cabeça da mandíbula vai se encaixar.
- Ela é uma articulação sinovial e apresenta um disco que divide a articulação em dois compartimentos. Isso é importante pois o compartimento superior permite movimentos de abrir e fechar a boca, enquanto o inferior permite que mandíbula vá para frente – de protrusão-.
- Quando mandíbula desce é a depressão, o oposto é a elevação. O oposto de protrusão será a retração.
- O músculo pterigoide lateral tem uma cabeça superior, uma inferior. A inserção da superior é na crista infratemporal e da inferior é na margem posterior da maxila. Suas fibras vão em direção à fóvea pterigoidea, acidente anatômico localizado no colo da mandíbula.
- Logo, esse músculo está associado com a protrusão e a depressão da mandíbula.
- Outro ligamento extracapsular da articulação ATM é o esfenomandibular. Ele sai da espinha do esfenóide e segue em direção ao forame da mandíbula. Ele vai estabilizar a articulação.
- A articulação temporomandibular é crítica, pois pode apresentar muita disfunção e tende a parecer que desarticulou. Pode sofrer também instabilidade em casos de bruxismo, que é o aperto dos dentes durante o sono.
• Músculos pterigoideos mediais:
- Eles saem da lâmina lateral do processo pterigoideo, que é uma estrutura do osso esfenoide. Uma outra parte dele sai da margem posterior da maxila. Ela tem uma cabeça profunda e uma superficial, seguindo em direção à fase interna do ângulo da mandíbula.
- Os músculos se contraem de acordo com o sentido das suas fibras, as quais são paralelas e estão dispostas obliquamente. O encurtamento dessas fibras vai ocasionar a elevação da mandíbula, assim como podem auxiliar na protrusão da mandíbula (as fibras mais superiores).
• M. orbicular da boca:
- Músculo esfincteriano que oclui a entrada da boca, a rima.
• Língua:
- Órgão muscular envolvido com a mastigação.
Paredes laterais da cavidade oral
• M. Bucinador:
- Músculo da região lateral da cavidade oral.
- Se inicia na rafe pterigomandibular, entre o hámulo do pterigoide e uma região posterior ao terceiro dente molar.
- Suas fibras vão em direção anterior, em direção ao músculo orbicular da boca.
- As fibras mais superiores e as mais inferiores se misturam com as extremidades do músculo orbicular, enquanto as fibras mais centrais se cruzam na região da comissura dos lábios, formando um entrelaçamento das fibras musculares.
• Assoalho da cavidade oral (muscular):
- M. Milo-hióideo e M. Genio-hióideo:
- Inserem-se no corpo do osso hióideo.
- O primeiro mais inferior, o segundo mais superior.
- Na superfície profunda da mandíbula há as espinhas mentuais, corpos arredondados, dois superiores e dois inferiores.
- Há também uma linha que serve para fixação do músculo Milo-hióideo.
- Centralmente há uma rafe, onde as fibras do Milo-hióideo seguem obliquamente em direção a ela. Essa rafe parte para se inserir no corpo do osso hióideo.
- O M. Genio hióideo é um músculo cordonal, em forma de cordão. Ele sai das espinhas mentuais inferiores e se dirige em direção ao corpo do hioide. Suas fibras têm uma disposição oblíqua, o que permite que durante a deglutição o osso hióideo seja anteriorizado e assume uma direção superior, o que faz com que a laringe também suba – impedindo a entrada de alimento para a laringe.
• Todos os músculos da mastigação são inervados por uma pequena parte motora do nervo trigêmeo. Inervará o pterigoideo lateral e o medial, o temporal, o masseter. O nervo mandibular do trigêmeo vai emitir um monte de ramos para a inervação dos músculos da mastigação. Ele emite ramos temporais, massetérico e pterigoideos.
- Ele emite 2 ramos para inervação do músculo temporal, ramos temporais profundos.
• Nervo massetérico:
- É um ramo do nervo auriculotemporal, que se origina do nervo mandibular.
• Nervos pterigoideos:
- Tem o nervo para o p. lateral e o p. medial.
• O M. Milo-hióideo:
- Também inervado pelo V3 (mandibular);
• M. Genio-hióideo:
- Inervado pelo primeiro ramo cervical, C1.
Língua
• Órgão muscular;
• Possui: - Ápice, corpo, raiz -mais posterior-. 
• Fixada ao osso hióideo.
• Composta por músculos extrínsecos e intrínsecos. Esses são pares e tem de cada lado da língua. São separados por um septo, estrutura cartilaginosa.
• Na superfície superior da língua há a presença das papilas gustativas (pontinhos esbranquiçados).
• No dorso da língua está um sulco mediano, que demarca o septo.
• Há a presença de um sulco terminal, com formato em V, que separa a parte pré-sulcal e pós-sulcal. No ápice desse sulco há um formato de forame cego, que é onde a glândula tireóide se desenvolve e depois desce para sua posição no pescoço pelo ducto tireoglosso.
• Margeando esse sulco terminal, há uma série de papilas circunvaladas, que são as papilas gustativas.
• Há uma coleção de tecido linfóide, que é a tonsila lingual, localizada na parte pós-sulcal da língua.
• As tonsilas palatinas também são coleções de tecido linfóide, mais nas laterais.
• Por meio desse sulco terminal, a língua é dividida em uma parte anterior, pré-sulcal e posterior, pós-sulcal.
- A parte pré-sulcal é horizontal, enquanto a pós-sulcal é mais vertical e serve como parede anterior da parte oral da faringe.
• Um dos músculos da língua, genioglosso, tem formato de leque e está logo superior ao m. genio-hióideo.
• A superfície da língua apresenta as papilas linguais, que são as papilas fundiformes - pontinhos-, as papilas firiformes -mais refinadas-, as papilas circunvaladas -que estão margeando o sulco terminal e as maiores- e as papilas folhadas -que estão mais nas extremidades da língua e perto do sulco terminal-. Essas papilas, exceto as firiformes, apresentam calículos gustatórios, que servem para a detecção dos sabores.
• A superfície inferior da língua:
- Há uma prega franjada, que é a transição de uma mucosa da superfície da língua para uma mucosa mais fina.
- No centro da língua há um frênulo da língua, extensão da mucosa que reveste o assoalho da cavidade oral e ascende o plano mediano, limitando a mobilidade da língua.
- Profundamente encontra-se a veia profunda da língua, mais superficial e facilita a absorção de fármacos, glicose etc.
- Também há algumas estruturas que são aberturas de ductos de glândulas salivares.
• Músculos intrínsecos da língua:
- Todos são pares, separados pelo septo. Relacionam-se com a mudança da forma da língua: estreitar, alargar, achatar, enrolar, desenrolar o ápice da língua. Não estão associados com a saída da língua.
- M. Longitudinal superior: mais superior.
- M. Transverso: rede de fibras centrais.
- M. vertical: rede de fibras centrais.
- M. Longitudinal inferior: mais inferior.
- São todos inervados pelo nervo hipoglosso, XII par de nervo craniano.
• Músculos extrínsecos da língua:
- M. Genioglosso: está centralizado, entrando como leque para o corpo da língua. Se origina nas espinhas mentuais superiores, seguindo em direção ao corpo do osso hioideo.
- M. Hioglosso: músculo mais lateral, par, entra na língua. Ele é um marco, porque se fixa no osso hióideo e ascende em direção à língua. Encontrando esse mm é fácil de identificar o nervo lingual e o nervo hipoglosso, que estão nas suas laterais. Além disso, tem a artéria lingual que vai profundamente a ele, como trígono orofaríngeo, formado pelo músculo constritor superior, constritor médio e a margem posterior no mm. Mileo-hióideo.
- M. Estiloglosso: Sai do processo estiloide e entra nas laterais da língua.
- M. Palatoglosso: Faz parte da língua e do palato-mole. Ele sai do alto do palato mole e desce em direção às extremidades da língua. Forma uma espécie de arco na cavidade oral. Essa estrutura em arco, junto com a mucosa que reveste a cavidade oral vai formar o arco palatogrosso, chamado de Istmo das fauces,ou seja, o estreitamento das fauces. É a abertura posterior da cavidade oral. Então essa região demarca o limite posterior da cavidade oral e o início da parte oral da faringe. É a fronteira entre a parte oral da laringe e a cavidade própria da boca.
- Todos esses músculos, com exceção do palatogrosso, são inervados pelo nervo hipoglosso (XII). Já o palatogrosso é inervado pelo nervo vago.
- As funções desses músculos são ações mais grossas, protrair a língua, colocar para fora, baixar...
• Vascularização da língua:
- Tem a artéria lingual, ramo direto da carótida externa. Ela entre profundamente no músculo hioglosso.
• Drenagem venosa:
- A drenagem venosa ocorre pela veia profunda, que segue acompanhando o nervo hipoglosso.
- Uma tributária -veia dorsal- segue profundamente ao músculo hioglosso junto com a artéria lingual e ambas as veias -dorsal e profunda- se encontram para se abrir para a veia jugular interna.
• Inervação:
- Envolve uma parte sensitiva e uma parte motora.
Parte motora:
- Todos os músculos intrínsecos e extrínsecos, exceto o m. Palatogrosso são inervados pelo nervo hipoglosso. O palatogrosso é inervado pelo nervo vago.
Parte sensitiva:
• Há uma parte pré-sulcal e pós-sulcal, com 2/3 anteriores e 1/3 posterior.
- A língua além de ter uma sensibilidade geral, terá uma sensibilidade especial. A geral envolve o toque, bração, temperatura, dor. A sensibilidade especial é a gustação, sentir o sabor dos alimentos. Essas sensibilidades possuem vias diferentes, na parte pré-sulcal.
- A informação geral da sensibilidade geral que entra no sistema nervoso central segue pelo nervo mandibular, um ramo do trigêmeo, pelo nervo lingual.
- A sensibilidade especial vai seguir fibras parassimpáticas, por meio do nervo facial, 7mo par de nervo craniano.
- Mesmo sendo dois destinos diferentes, não significa que a informação não possa seguir por um único nervo até certo ponto.
Pós-sulcal: A sensibilidade geral e a sensibilidade especial seguem o nervo glossofaríngeo.
• A sensibilidade da parte pré-sulcal da língua vai seguir pelo nervo lingual. Esse nervo lingual é um ramo da parte mandibular o trigêmeo.
- Ele vai conduzir a informação geral e especial. Contudo, vai direcionar duas sensibilidades para que sejam interpretadas por vias diferentes, nervos diferentes.
- Quando chega próximo à incisura da mandíbula há a separação. As fibras que conduzem a informação geral continuam pelo nervo lingual (trigêmeo) e a sensibilidade especial segue para o nervo facial, por meio da corda do tímpano (nervo).
• Corda do tímpano:
-A parte mandibular do V3 -nervo trigêmeo- sai pelo forame oval. Os dois maiores ramos dele são o alveolar inferior e o nervo lingual.
- O nervo lingual segue em direção à língua e traz informação especial e geral. A especial segue para o nervo facial pela corda do tímpano e a geral segue para o trigêmeo pelo nervo lingual.
- O nervo corda do tímpano é uma ponte/ligação do nervo facial com o nervo trigêmeo.
- Além de levar informação para dentro do SNC por meio desses nervos distintos, o trigêmeo e o facial, o corda do tímpano também é responsável por trazer informação do SNC, que já é a parte parassimpática do nervo facial.
- O nervo facial contribui com fibras parassimpáticas, do sistema nervoso autônomo, por meio do nervo lingual, para secreção de glândulas salivares.
- Se houver uma lesão do nervo corda do tímpano e não do lingual, não haverá condução de fibras parassimpáticas, as glândulas salivares sublingual e submandibular não vão secretar saliva; ao mesmo passo que a sensibilidade especial dos 2/3 anteriores da língua vai deixar de existir, só ocorrerá a sensibilidade geral. Se a lesão for proximal ao nervo corda do tímpano, vai se perder somente a sensibilidade geral da parte pré-sulcal dos 2/3 anteriores da língua.
• Nervo hipoglosso:
- As fibras de C1 estão aderidas ao nervo hipoglosso. Esse C1 é responsável pela inervação do músculo genio-hióideo.
Glândulas salivares
- Glândula parótida
• A maior.
• Fica abaixo da orelha, posteriormente ao músculo esternocleidomastóideo e anteriormente ao masseter.
• Tem um ducto parotídeo que sai de sua margem anterior, segue na horizontal, passa da margem anterior do músculo masseter, contorna medialmente, entra no ventre do músculo bucinador e se abre na coroa do segundo dente molar superior.
• Revestida pela fáscia parotídea.
• A papila (abertura) do ducto parotídeo localizada na altura do segundo dente molar superior, parte gengival. 
• Parotidite epidêmica (caxumba): Doença infecciosa. Fica com inchaço da parótida, aumenta de tamanho. Estendendo essa fáscia e gera dor. Ou as vezes pela obstrução do ducto parotídeo pode gerar um incomodo.
• Parotidectomia:
- Consiste na retirada dessa glândula. A cirurgia é bem delicada, pois o nervo facial que inerva os músculos da face segue próximo à parótida e se ramifica em diversos nervos: temporal, zigomático, bucal, marginal da mandíbula e cervical. Tem que conservar esses nervos para não comprometer a inervação dos músculos da face.
• Inervação:
- Ocorre por meio do nervo glossofaríngeo.
- Saem fibras pré-ganglionares por meio do nervo timpânico. Ele vai fazer uma conexão com o gânglio óptico e sai o nervo auriculotemporal, que vai inervar a glândula parótida.
- Esse nervo auriculotemporal é um ramo de V3.
- Embora a origem das fibras simpáticas que vão inervar a parótida seja do nervo glossofaríngeo, essas fibras chegam até o gânglio óptico anexado ao nervo V3; as fibras pós-ganglionares pegam o trajeto do nervo V3. Logo, esse nervo V3 emite o ramo auriculotemporal, que não trará fibras parassimpáticas para a glândula parótida. Quem traz é o nervo glossofaríngeo.
- Com relação à sensibilidade da glândula parótida, o nervo trigêmeo receberá as sensações de dor, temperatura... Porque o nervo trigêmeo é basicamente sensitivo e o glossofaríngeo não, ele já é mais de enviar fibras parassimpáticas, tem uma função motora também para inervar alguns músculos da farínge.
Glândula submandibular e sublingual
• A submandibular tem um formato de gancho que envolve a margem posterior do músculo milo-hióideo.
- Tem uma parte profunda e uma parte superficial.
- Um único ducto sai da sua parte profunda e segue em direção à base da língua, anterior.
• A sublingual tem diversos ductos pequenos que se abrem mais nas laterais do assoalho da cavidade oral. 
Perceber o nervo lingual e sua relação com a rafe pterigomandibular. Ele passa bem próximo, imediatamente abaixo do terceiro dente molar. A extração de dentes pode acabar lesionando esse nervo. Ao lesionar, perde a sensibilidade geral e especial da língua.
• O ducto submandibular está em direção anterior. E diversos ductos pequenos da glandula sublingual.
• Tem a prega lingual, onde há a abertura dos diversos ductos da glândula sublingual.
• E, o ducto único, que se abre bem adjacente ao frênulo da língua de cada lado, numa região que se eleva, que é a carúncula sublingual.
• Inervação:
- A inervação das glândulas submandibular e sublingual ocorre por meio do nervo facial.
- Há pequenas glândulas labiais, no teto da cavidade oral e no assoalho... essas são glândulas salivares menores. O nervo facial vai inervar todas a menores da cavidade oral, a submandibular e a sublingual.
- Do nervo facial saem mais dois nervos: um que sai do gânglio geniculado, nervo petroso maior, que vai inervar todas as glândulas salivares acima da rima da boca. Todas as glândulas abaixo da rima da boca também vão ser pelo nervo facial, porém a informação vai chegar pelo nervo corda do tímpano.
- Lesões em alguma dessas áreas, que não seja o facial exatamente, pode comprometer a inervação de glândulas salivares, dependendo da altura da cavidade oral.
- O nervo facial emite fibras pré-ganglionares parassimpáticas, as quais fazem conexões em gânglios com fibras pós-ganglionares parassimpáticas. Logo, o nervo petroso maior vai fazer conexão com o gânglio pterigopalatino. O nervo corda do tímpano vai fazer uma conexão com o gânglio submandibular. 
• Observam-se diversas glândulas salivaresmenores, localizadas no teto da cavidade oral. Seus óstios se abrem tanto no palato duro quanto no palato mole, pequenos orifícios.
• Teto da cavidade oral:
- Há o palato duro.
- Formado pelos processos palatinos da maxila e pela lâmina horizontal dos ossos palatinos, mais posteriormente.
Palato mole
- O palato mole é a parte mais posterior.
- Há uma rafe do palato centralizada, alinhada com a úvula.
- Na metade anterior do palato duro há diversas rugas palatinas que saem da rafe e servem para auxiliar na trituração do alimento.
• O palato mole é uma estrutura que parece uma válvula.
- Localizado na abertura posterior da cavidade oral.
- Tem o músculo bucinador, que faz parte da parede lateral da cavidade oral.
- A rafe pterigomandibular.
• Esse palato mole que funciona como válvula é uma estrutura aponeurótica que vai servir para a fixação de músculos que emergem do assoalho do crânio, é mais superior.
- Vemos as coanas, a cavidade nasal, superiormente a parede óssea que limita o encéfalo.
- Esses músculos saem superiormente e vem em direção ao palato mole para tensionar essa estrutura e elevar.
• Músculo tensor do véu palatino:
- É o nome de acordo com sua função. Ele desce da base do crânio próximo da cartilagem da tuba auditiva e tem um trajeto inferior e reto.
- Para tensionar, ele precisa do acidente ósseo chamado de hâmulo pterigóideo, o qual vai fazer com que o tendão mude sua posição em 90 graus e assuma outro trajeto, tensionando.
• Levantador do véu palatino:
- Músculo que sai do alto e vem inferior, mas não há mudança de trajetória do seu tendão, visto que sua função é de levantar e não tensionar.
- Vai se ligar à superfície superior do véu palatino.
• Com a ação desses dois músculos, um que tensiona e outro que levanta, a estrutura do palato mole vai subir e encostar na musculatura representada em verde, que é o constritor superior da faringe.
- A sombra amarelada indica que nessa musculatura há uma pequena parte onde ocorre o espessamento dessas fibras, que é uma extensão do músculo constritor superior. Quando ele se contrai para empurrar o bolo alimentar para baixo, essa região se torna mais espessa e as margens do palato mole chegam no músculo, vedando e obstruindo essa passagem. O resultado disso é que o ar que vem da cavidade nasal não consegue passar para a parte inferior. Isso acontece porque provavelmente o indivíduo está deglutindo, o palato abre espaço para o bolo alimentar e impede a passagem de ar.
- O tensor do véu palatina: seu tendão mais esbranquiçado ao chegar no hámulo pterigoideo muda de direção em 90 graus. Como as fibras se contraem nessa posição vertical, se ele encurta, puxa para a lateral o véu palatino, tensionando.
• M. Palatofaríngeo:
- Ele vai deprimir o palato mole.
- Sai da superfície superior do palato e segue em direção à parede da faringe.
• M. Palatoglosso
-Músculo da língua.
- Faz parte dos músculos palatinos e da língua.
- Parte da superfície inferior do palato mole e vai em direção à língua, às extremidades da língua.
• M. da úvula
- Sai da espinha nasal posterior e segue até o ápice da úvula.
- Entre o arco do palatoglosso e o palato faríngeo há a tonsila palatina
• Inervação:
- Todos os músculos do palato mole, com exceção do tensor do véu palatino são inervados pelo nervo vago.
- O tensor do véu palatino é inervado pelo V3 (ramo mandibular do trigemeo) – pterigóideo medial.
- O palatoglosso também é inervado pelo nervo vago. Está em observação pois pertence aos músculos da língua e aos do palato.
Tonsila palatina
• Encontra-se entre o arco palatofaríngeo e o arco palatoglosso.
- Lembrando que o arco palatoglosso é a fronteira da cavidade oral e a parte oral da faringe. Quando esses arcos se contraem vem em direção medial, há a elevação da língua e fecha-se o istmo das fauces, ocluindo a cavidade oral.
• Vascularização:
- O palato duro tem a artéria palatina maior e a artéria palatina menor, que é um ramo terminal da artéria maxilar.
- A artéria palatina ascendente sai da artéria facial.
- A artéria faríngea ascendente, um dos primeiros ramos da artéria carótida interna. Ascende e irriga a região.
- A artéria palatina maior se encontra na fossa pterigopalatina, segue pelo canal palatino, anteriormente e sai pelo forame palatino maior.
- A artéria palatina menor é descendente e vai para o palato mole.
- A artéria esfenopalatina entra pelo forame esfenopalatino, segue pela cavidade nasal e desce pelo forame incisivo, posterior aos dentes incisivos.
- Na fossa incisiva encontram-se dois forames incisivos.
- A artéria palatina maior acaba se anastomosando com a artéria da cavidade nasal.
• Inervação:
- Acontece por meio do nervo palatino maior e nervo palatino menor. Fazem o mesmo caminho que as artérias. São ramos do nervo maxilar V2.
- Tem o gânglio pterigopalatino, saem de V2.
- Na região logo depois aos dentes incisivos centrais há uma sobreposição de inervação, pois é uma contribuição do nervo nasopalatino. Ele também é um ramo de V2 que entra na cavidade nasal, atravessa e sai pelo forame incisivo.
• Drenagem:
Ocorre por veias que vão drenar o território que as artérias ramos da maxilar percorrem.
- As veias têm o mesmo nome que as artérias e todas elas se relacionam, formando um grande plexo pterigoideo na fossa infratemporal.
- Ele se converge para a veia maxilar, para a veia facial e formam a veia retomandibular. Elas vão levar o sangue para a veia jugular interna.
• Artérias labiais:
- Ramos da artéria facial, que é um ramo da artéria carótida externa.
- Vasos bem superficiais nos lábios.
- Há umas glândulas salivares pequenas.
• Fenda labial:
- Quando os processos palatinos da maxila e a lâmina horizontal do osso palatino não e fecham, acaba tendo uma fenda no lábio. Isso gera uma comunicação da cavidade oral com a cavidade nasal.
• Fenda palatina: Caso mais cirúrgico.
Dentes
• Temos os dentes superiores e inferiores ligados aos processos alveolares.
• 32 no total: 16 em cima e 16 em baixo. 8 em cada quadrante.
• Considerando 1 quadrante:
- Temos um dente incisivo, central.
- Um incisivo lateral.
- Um canino;
- 2 pré-molares
- Dentes molares.
- Isso em um adulto, os dentes permanentes.
- Os incisivos são mais fortes, pois sua coroa é bem estreita. Os caninos são mais longos para perfurar. Os pré-molares geralmente apresentam 2 cúspides. Os molares apresentam de 3 a 5 cúspides, dentes de trituração.
- Os molares apresentam de 3 a 5 raízes, enquanto os pré-molares 2 raízes. Os demais 1 raízes.
- Inferior ocorre os dentes incisivos, caninos, pré-molares e molares.
- As raízes dos molares são bem longas, chegam a alcançar o seio paranasal e maxilar.
- Como esses seios aumentam de acordo com a idade, a margem desse seio pode alcançar a raiz de um dente molar.
- Pela comunicação dos seios com a cavidade nasal, líquidos da cavidade oral podem entrar na cavidade nasal caso ocorra a extração de um dente, deixando uma fístula que pode não cicatrizar bem.
• Dentes deciduais:
- Dentes de leite.
- 2 dentes incisivos, um central e um lateral.
- 1 dente canino.
- 2 dentes molares.
- Não há os dentes pré-molares.
- Todos os dentes deciduais serão trocados.
- Começam a fazer erupção de acordo com a idade.
- O siso se inicia com o indivíduo entre 17 e 25 anos.
• Vascularização:
- Ocorre praticamente por meio de artérias alveolares superiores, artéria alveolar superior anterior e uma superior posterior.
- A posterior vai irrigar os dentes molares e pré-molares, enquanto a superior anterior os dentes incisivos e caninos.
- A artéria alveolar inferior entra no canal da mandíbula e chega a todos os dentes inferiores. Quando ela sai pelo forame mentual, pode ser chamada como artérias incisivas.
- As alveolares superiores e inferiores são ramos da artéria maxilar.
• Drenagem:
- Ocorre por meio de veias com o mesmo nome. Drenam para o plexo pterigóideo.
- Algumas veias emissárias podem entrar no crânio pelo forame oval e se comunicam com o seio cavernoso. As vezes uma infecção dentária pode entrar ao encéfalo, gerando até uma meningite.
• Drenagem linfática:- Vai para linfonodos cervicais profundos, principalmente do teto da cavidade oral.
- A parte inferior da cavidade oral vai para linfonodos submandibulares e submentuais. Embora todos vão convergir para os linfonodos cervicais profundos.
• Inervação:
- É uma inervação sensitiva que vai levar a informação para dentro do sistema nervoso central.
- Há 3 nervos alveolares superiores: um posterior, um médio e um anterior, ramos de V2 – nervo maxilar.
- O nervo alveolar inferior, ramo maxilar de V3.
- De forma geral, é tudo via nervo trigêmeo.
- V3 sai do forame oval e V2 sai pelo forame redondo, na fossa pterigopalatina. Antes de entrar na fissura orbital inferior, sai o nervo alveolar superior posterior.
- O nervo alveolar superior médio entra e antes de sair como infraorbital, emite o nervo alveolar superior anterior.
- O alveolar inferior entra no canal da mandíbula e segue emitindo seus nervos para todos os dentes.
- Quando o nervo mentual emerge do forame mentual passa a ser chamado de nervo incisivo.
• Gengiva:
Parte superior:
- A gengiva tem uma parte lingual e uma parte externa – vestibular.
- A parte superior, do teto da cavidade oral é inervado pelo nervo palatino maior ou nervo nasopalatino, ramos de V2.
- A parte vestibular é pelo nervo alveolar superior, tanto o anterior, médio e o posterior.
Parte inferior:
- A parte lingual é pelo nervo lingual; a parte vestibular é pelo nervo bucal, todos de V3;
- Mais anteriormente é pelo nervo mentual.
• Toda a inervação dos dentes superiores quanto da gengiva, parte vestibular e lingual são de V2, nervo maxilar. Toda a parte inferior é pelo V3, nervo mandibular. De forma geral, V2 e V3 pertencem ao nervo trigêmeo.

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