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Uni-Anhanguera/ Arquitetura e Urbanismo/ Prototipagem Nábia Leandra de Sousa Magalhães 202010366 PAULO MENDES DA ROCHA É o maior símbolo da Escola Paulista, que empregava um tipo de produção racional e com formas plásticas arrojadas. Além disso, suas obras tinham estruturas que criavam grandes vãos e o uso do concreto armado, sempre aparente e uma característica marcante da arquitetura. O arquiteto percorre o espaço, sente a ambientação e imagina as experiências que podem ser construídas ali. Um exemplo dessa perspectiva é o projeto de uma Praça dos Museus da Universidade de São Paulo – que acabou não realizado. O processo de criação desse desenho se guiava também por quais “momentos interessantes” o espaço permitiria ao público. É o que Mendes da Rocha diz no livro Maquetes de Papel. Para produzir esses instantes de interesse – neste caso, a subida de elevador e a vista do topo –, o método é a imaginação: “Você vai juntando essas imagens e fazendo percursos na sua cabeça: a rua, o elevador, a entrada no volume do museu, onde tem pé-direito duplo, onde é climatizado, e vai se convencendo de que não podia ser de outro jeito. Neste momento aparecem as virtudes da solução que você está adotando”. Assim, um modo de ler os trabalhos do arquiteto é perceber quais vivências eles procuram nos dar, quais cenários recortam, quais situações proporcionam. Engenhosas, doces, incisivas, poéticas, as construções de seu pensamento são expressões de um espírito crítico, porém amoroso. Sua fala – performática, envolvente, viva, irônica, difícil – é o meio primordial, em intimidade com o desenho e na presença do outro, para o esclarecimento conceitual de um projeto: uma ferramenta de inquirição, um meio de produção de sínteses, de reiteração de ideias, de edição e de difusão de novos enunciados. Como se a imaginação estivesse assim solta no ar, a fala em voz alta é uma mídia de experimentação e de geração de ideias e diálogos com seu sofisticado universo de interlocutores vivos ou mortos – uma gama ampla de autores da literatura, das artes plásticas, da ciência, da filosofia. A obra de Mendes da Rocha acontece em pequenas formalizações, em inserções de uma ordem espacial nova em meio à rigidez programática das construções do mercado e à miséria da urbanidade misantropa da era do automóvel. Sua arquitetura nua, carregada do desejo de uma espacialidade arquetípica – espacialidade que engendre novas invenções espaciais –, é informada por um olhar erótico, delicado, atento às sutilezas e às pequenas belezas da vida cotidiana, à pequena política da sociabilidade doméstica e ao impulso de estruturar o espaço para libertar a vida. Arquitetura é uma língua pela qual se conforma o ambiente de transmissão da mentalidade da cidade justa e livre – a máxima expressão da potência humana. Mendes Rocha utilizava papeis para fazer suas maquetes, confira abaixo uma imagem de umas de suas maquetes: Ginásio do Clube Atlético Paulistano, Mendes da Rocha projetou o espaço quando tinha 29 anos e a obra lhe rendeu o Grande Prêmio Presidência da República na 6ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1961. OSCAR NIEMEYER Como se não bastasse toda beleza e funcionalidade das curvas simples e imponentes de Oscar Niemeyer, este ícone da arquitetura nacional ainda era capaz de surpreender e ensinar com frases. Tão sutis, leves e harmônicas quanto suas obras, as frases de Oscar Niemeyer tinham a capacidade de com poucas palavras transmitir uma variedade enorme de sentimentos, que iam do deslumbramento à tomada de consciência. Não importa se com os poucos traços de seus croquis no papel, ou com algumas palavras inspiradas, Oscar Niemeyer nunca deixou de lado uma conotação política em tudo que fazia. As curvas eram a paixão deste gênio que soube usar como ninguém todo potencial de um material que, nas mãos de outros, é bruto: o concreto. Oscar Niemeyer soube criar as mais harmônicas e leves estruturas. Oscar Niemeyer não via limites em sua arte e fazia questão de fazê-la contestadora e libertária sempre que podia. É por meio de traços e rabiscos que um projeto ganha forma e se revela. Assim, a arquitetura se forma pelas mãos habilidosas de grandes mestres. Os croquis de Oscar Niemeyer são belos exemplos disso. Afinal, é a partir da representação gráfica que as propostas conceituais do arquiteto se transformam e encantam. Com habilidade e genialidade, os desenhos de Niemeyer contam com formas icônicas que traduzem, de modo sublime, a inspiração do famoso arquiteto. Com contornos marcantes, os croquis de Oscar Niemeyer são projetados de maneira única e original, exibindo a personalidade e a assinatura do arquiteto. Sem falar que, por meio deles, a história de uma nação é contada, assim como também a evolução de seu processo criativo é registrada. A seguir confira alguns croquis do Arquiteto: PALÁCIO DA ALVORADA CATEDRAL DE BRASÍLIA Em 1957, Niemeyer abre um concurso público para o Plano Piloto de Brasília, a nova capital. O projeto vencedor é o apresentado por Lúcio Costa, seu amigo e ex- patrão. Niemeyer, arquiteto escolhido por Juscelino, seria responsável pela concepção dos edifícios, enquanto Lúcio Costa desenvolveria o plano da cidade. FRANK GEHRY Para alguém nascido em 1929, não há como negar: Frank Gehry tem um espírito inovador, quase combativo, que alguns classificam como starchitect. Responsável pelo impulso na economia da cidade de Bilbao, o Museu de Guggenheim foi construído na área portuária da cidade como parte de um plano de modernização da área industrial. Suas curvas icônicas moldadas em titânio o transformaram em um dos mais famosos e cultuados edifícios do mundo. Museu Guggenheim Bilbao (vista lateral) Croqui do museu Frank Gehry acabou desenvolvendo, ao longo dos anos de 1970 e 80, uma grande identidade com a cidade de Los Angeles e seus arredores, inicialmente construindo uma série de casas residenciais. Entre elas a sua residência no badalado Santa Mônica, que vamos tratar em um tópico separado, e posteriormente diversos grandes edifícios. Nesse período, se destacam algumas de suas obras públicas mais famosas na cidade, que acabariam consolidando sua participação de destaque como um dos idealizadores do movimento arquitetônico chamado Desconstrutivismo. A Arquitetura Desconstrutivista são um movimento arquitetônico pós-moderno que se caracteriza pela fragmentação, por um projeto não linear que foge das convenções ao deslocar elementos como o piso, paredes e tetos de seus “lugares”, formando um caos harmonioso, imprevisível e envolvente. Mas vale lembrar, por exemplo, que Frank Gehry também é urbanista, formado em Harvard, e recebeu em 2014 a incumbência de coordenar a revitalização do Rio Los Angeles, que corta sua cidade, a pedido de uma organização não-governamental. Polêmico como suas curvas, a verdade é que Frank Gehry é um dos poucos arquitetos de sua geração que soube se reinventar ao longo do tempo, como seu software e seu curso online comprovam. https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetos/museu-guggenheim-bilbao/ https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetos/museu-guggenheim-bilbao/ https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetura/desconstrutivismo-na-arquitetura/ A obra de Mendes da Rocha acontece em pequenas formalizações, em inserções de uma ordem espacial nova em meio à rigidez programática das construções do mercado e à miséria da urbanidade misantropa da era do automóvel. Sua arquitetura nua, carregada do... Ginásio do Clube Atlético Paulistano, Mendes da Rocha projetou o espaço quando tinha 29 anos e a obra lhe rendeu o Grande Prêmio Presidência da República na 6ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1961.
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