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Texto Complementar Economia e Negocios UNIPLAN

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TEXTO COMPLEMENTAR 
 
Disciplina: Economia e Negócios 
Professor: Maurício Felippe Manzalli 
 
 
Disciplina: Economia e Negócios 
Tema de fórum e texto complementar 
Professor(a): Maurício Felippe Manzalli 
 
 
 
Caro aluno. Para podemos debater no fórum da disciplina de Economia e 
Negócios, 
leia o artigo abaixo1 de que trata de algumas razões para se estudar economia. 
 
 
 
[A economia] é universalmente válida e absoluta e simplesmente humana. 
- LUDWIG VON MISES, Ação Humana 
 
“Quando nos aproximamos, pela primeira vez, de uma ciência que queremos 
conhecer, surge a pergunta: ‘Que é que ela estuda?’ Outra maneira de tratar a questão 
é indagar: ‘Que pressupostos básicos esta ciência traz consigo para a sua investigação 
do mundo?’ Num primeiro passo, ao lidar com um novo assunto, você geralmente tenta 
fazer uma ideia do que ele trata. Antes de comprar um livro de biologia, toma a 
resolução de que irá ler sobre organismos viventes; no início de um curso de química, 
adquire a certeza de que irá estudar os modos pelos quais a matéria se combina em 
diferentes formas. 
Muitos pensam, de modo geral, estar familiarizados com a economia. 
Entretanto, se você perguntar por aí, verá que as pessoas têm dificuldade em definir a 
disciplina. ‘É o estudo do dinheiro’, talvez lhe digam. ‘Tem a ver com negócios, lucro e 
perda, e assim por diante’, outro afirmará. "Não, ela trata de como a sociedade escolhe 
distribuir a riqueza’, argumentará outra pessoa. ‘Nada disso! É a busca por padrões 
matemáticos que descrevem o movimento de preços’, teimará uma quarta. O professor 
Israel Kirzner assinala, em The Economic Point of View, que até mesmo entre 
 
1 Disponível em <https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=823>. Acesso em 14 de maio de 2018 
 
economistas profissionais há ‘uma série de formulações do ponto de vista econômico 
que são assombrosas em sua variedade.’ 
A razão primária dessa confusão é que a economia é uma das mais jovens 
ciências conhecidas pelo homem. Certamente que houve uma proliferação de novos 
ramos das ciências atuais, nos séculos que se passaram desde que a economia se 
tornou reconhecida como disciplina à parte; mas a biologia molecular, por exemplo, é 
uma divisão da biologia, não uma ciência inteiramente nova. 
A economia, no entanto, é diferente. A existência de uma ciência econômica 
própria pode ser rastreada até a descoberta de que há uma previsível regularidade na 
interação das pessoas em sociedade, e que essa ordem veio à luz sem que tivesse 
sido planejada por ninguém. 
A intuição desta regularidade, que se destaca tanto da regularidade mecânica 
do universo físico quanto dos planos traçados por um indivíduo qualquer, foi o primeiro 
surgimento da ideia de ordem espontânea na consciência científica do Ocidente. Antes 
do advento da economia como ciência, simplesmente se supunha que, caso 
encontrássemos ordem nas coisas, estas deveriam ter sido ordenadas por alguém - 
por Deus, em se tratando das leis físicas, e por certos indivíduos, em se tratando de 
objetos fabricados pelo homem e de instituições. 
Os primeiros filósofos políticos propuseram diversos esquemas para organizar 
a sociedade humana. Se o plano falhava, seu criador geralmente dava por certo que 
os governantes ou os cidadãos não tinham sido virtuosos o suficiente para o pôr em 
prática. Não lhe ocorria, a esse planejador, que o plano contradissesse leis universais 
da ação humana e que, portanto, não pudesse dar certo, não importa quão virtuosos 
fossem os participantes. 
O progresso da liberdade humana que teve início na Europa, durante a Idade 
Média, e que culminou na Revolução Industrial, expôs uma terrível lacuna no esquema 
de conhecimento então vigente. Cada vez mais, a sociedade europeia ocidental estava 
deixando de ser explicitamente ordenada pelo comando de um soberano. Uma a uma, 
iam caindo as restrições à produção. O ingresso nas profissões deixou de ser 
estritamente controlado por uma guilda; ainda assim, de algum modo parecia haver 
aproximadamente o número certo de carpinteiros, ferreiros, pedreiros, e assim por 
diante. Não mais se requeria licença real para que alguém passasse a fazer parte 
duma linha de produção; no entanto, ainda que qualquer pessoa pudesse abrir uma 
cervejaria, o mundo não estava mergulhado em cerveja; uma vez mais, a quantidade 
fabricada se mostrava bem perto da necessária. Mesmo sem ninguém para elaborar 
um plano mestre para as importações de uma cidade, a variedade de bens que nela 
aportava parecia cerca da correta. No século XIX, o economista francês Frédéric 
Bastiat comentou a respeito da mágica desse fenômeno, exclamando: ‘Paris é 
abastecida!’ A economia não criou tal regularidade, nem mesmo precisa encarar a 
 
tarefa de provar que ela existe - vemo-la à nossa frente todos os dias -, mas precisa, 
isso sim, explicar como a mesma regularidade acontece. 
Muitos estudiosos contribuíram com o despertar da compreensão de que a 
economia era um novo modo de olhar para a sociedade. As origens da ciência 
econômica se estendem ainda mais no passado do que comumente se pensa, com 
certeza até pelo menos ao século quinze, época do trabalho realizado 
pelos Escolásticos Tardios na Universidade de Salamanca, na Espanha, o que mais 
tarde motivou Joseph Schumpeter a lhes conferir o título de primeiros economistas. 
Adam Smith pode muito bem não ter sido o primeiro economista, como por 
vezes é chamado; porém, mais do que qualquer outro filósofo social, ele popularizou 
a noção de que os seres humanos, deixados livres para perseguirem seus próprios 
objetivos, promoveriam uma ordem social que nenhum deles havia conscientemente 
planejado. Como ele celebremente escreveu n'A Riqueza das Nações, o homem livre 
age como se ‘guiado por uma mão invisível para promover um fim que não fazia parte 
de sua intenção.’ 
Em sua magnum opus, Ação Humana, o economista austríaco Ludwig von 
Mises escreveu que essa descoberta deixou as pessoas tomadas de: estupefação, 
[pois descobriram] que existe outro aspecto, diferente do bom e do mau, do justo e do 
injusto, segundo o qual a ação humana podia ser considerada. Na ocorrência de 
fenômenos sociais prevalecem regularidades às quais o homem tem de ajustar suas 
ações, se deseja ser bem-sucedido. 
Mises assim descreveu as dificuldades iniciais em determinar a natureza da 
economia: 
Na nova ciência, tudo parecia problemático. Ela era uma intrusa no sistema 
tradicional de conhecimento; as pessoas estavam perplexas e não sabiam como 
classificá-la nem como designar o seu lugar. Por outro lado, estavam convencidas de 
que a inclusão da economia no sistema de conhecimento não necessitava de uma 
reorganização ou expansão do programa existente. Consideravam completo o seu 
sistema de conhecimento. Se a economia não cabia nele, a culpa só podia estar no 
tratamento insatisfatório aplicado pelos economistas aos seus problemas. (Ação 
Humana) 
O sentimento de estupefação para muitas pessoas logo foi substituído pelo de 
frustração. Elas tinham ideias para reformar a sociedade, e agora descobriam, 
plantada no meio do caminho, a incipiente ciência da economia. Esta lhes advertia, a 
esses reformadores, que alguns planos para a organização social falhariam, qualquer 
fosse a perícia com que seriam executados, por violarem leis básicas da interação 
humana. 
Interrompidos em seus percursos, em razão dos feitos dos primeiros 
economistas, alguns desses reformadores, como Karl Marx, tentaram invalidar a 
 
disciplina como um todo. Os economistas, redarguia Marx, estavam apenas 
descrevendo a sociedade tal como a haviam encontrado sob dominação dos 
capitalistas; não há verdades econômicas que se apliquem a todos os homens em 
todos os tempos e lugares; mais especificamente, as leis formuladas pela escola 
clássica, por escritores como Smith, Thomas Malthus e David Ricardo,não se 
aplicarão àqueles que viverem na futura utopia socialista. Diziam os marxistas que, de 
fato, esses pensadores não passavam de apologistas da exploração das massas pela 
minoria abastada; os economistas clássicos eram, para dizê-lo ao estilo dos marxistas 
chineses, lacaios dos porcos imperialistas fazedores de guerra. 
Em tal medida Marx e semelhantes pensadores sucederam no objetivo de minar 
as bases da economia, que a fragilidade destes fundamentos se evidenciou. Pois se 
os economistas clássicos haviam descoberto de fato muitas verdades econômicas, 
também se deixaram contaminar, em suas teorias, por certas inconsistências, por 
exemplo, a incapacidade de formular uma teoria de valor que fosse coerente. 
(Trataremos adiante mais detalhadamente desta dificuldade em particular.) 
Foi Mises quem, baseando-se no trabalho de economistas austríacos que 
vieram antes dele (como Carl Menger), finalmente reconstruiu a economia ‘sobre o 
sólido fundamento de uma teoria geral da ação humana.’ 
Pode ser importante, para determinados propósitos, diferenciarmos entre a 
ciência geral da ação humana, que Mises denominava praxeologia, e a economia 
enquanto ramo da ciência que lida com as trocas monetárias. Contudo, uma vez que 
o termo praxeologia não seja de uso corrente, e não seja importante, num livro 
introdutório, traçar uma demarcação rígida entre a economia e o resto da praxeologia, 
usarei o termo economia para me referir à ciência da ação humana, como um todo. O 
próprio Mises frequentemente assim o emprega: ‘A economia... é a teoria de toda ação 
humana, a ciência geral das imutáveis categorias da ação e do seu funcionamento em 
quaisquer condições imagináveis sob as quais o homem age’ (Ação Humana). 
O que Mises entende por ‘ação humana’? Deixemo-lo falar: 
Ação humana é comportamento propositado. Também podemos dizer: ação é a 
vontade posta em funcionamento, transformada em força motriz; é procurar alcançar 
fins e objetivos; é a significativa resposta do ego aos estímulos e às condições do meio 
ambiente; é o ajustamento consciente ao estado do universo que lhe determina a vida. 
(Ação Humana) 
Numa linha parecida, o filósofo britânico Michael Oakeshott descreveu a ação humana 
como a tentativa de substituir o que é pelo que deve ser, aos olhos daquele que age. 
A fonte da ação humana é o descontentamento, ou, caso você prefira 
considerar o copo como estando metade cheio, a ideia de que a vida pode ser melhor 
do que é no presente. Julga-se ‘o que é’ como algo insuficiente. Pois se nos 
contentarmos com o jeito como as coisas estão neste momento, perderemos a 
 
motivação para agir (qualquer ato só poderia torná-las piores!). Mas tão logo nos 
damos conta de algo, em nosso mundo, que consideramos ser menos que satisfatório, 
ergue-se a possibilidade de agir com vistas a remediar tal situação. 
Por exemplo, você se espicha numa rede, perfeitamente satisfeito com o 
mundo, tudo o mais seguindo o curso natural das coisas, quando o seu repouso é 
perturbado por um zumbido. Ocorre-lhe que você se sentiria muito mais à vontade se 
o som cessasse; em outras palavras, é capaz de pressentir condições mais propícias. 
Neste caso, você está experimentando o primeiro componente da ação humana, o 
descontentamento. 
Somente o descontentamento, todavia, não é suficiente para agirmos. Antes de 
tudo, você precisa entender a causa desse mal-estar. Ah, claro, o barulho; e, no 
entanto, não basta meramente desejarmos que desapareçam os ruídos. Precisamos 
descobrir o que está causando o barulho. Para agirmos, necessitamos entender que 
cada causa é o efeito de alguma outra causa; temos de ser capazes de seguir uma 
cadeia de causa e efeito até atingirmos um ponto em que percebemos que a nossa 
intervenção, a nossa ação romperá a cadeia e extinguirá o nosso descontentamento. 
Há que enxergar um plano onde nos possamos mover do que é ao que deve ser. 
Se o zunido vem de um avião que o sobrevoa, você não irá agir. (A menos que 
a sua casa esteja equipada com um canhão antiaéreo, nada há que você possa fazer 
em relação ao avião.) Você precisa crer que a sua ação pode causar um efeito no 
mundo. Para agir, simplesmente, não é essencial que você esteja correto em sua 
crença! O homem primitivo muitas vezes acreditou que representar determinados ritos 
pudesse melhorar o meio em que vivia, talvez trazendo chuva durante a estiagem ou 
quem sabe fazendo com que se multiplicassem as manadas que ele caçava. Até onde 
sei, esses truques não funcionavam; a crença de que funcionariam, porém, era o 
bastante para levar as pessoas a agirem de acordo com eles. 
Ora, você olha ao redor para achar a causa do barulho e depara com um 
mosquito. Talvez você possa fazer algo em relação ao zumbido - pode esmagar o 
mosquitinho. Você está estudando uma finalidade, no caso, a de se livrar do mosquito; 
percebe que alcançá-la lhe trará um benefício - o ruído acabará, e você poderá 
descansar sossegado. 
Logo, você poderia se levantar e matar o mosquito. Mas algo diferente também 
lhe passa pela cabeça: simplesmente ficar à toa, deitado na rede. Tem agora de travar 
uma luta corpo-a-corpo com outro componente da ação humana: precisa fazer 
uma escolha. É óbvio que seria uma beleza se livrar do mosquito - mas para tanto você 
terá de se levantar. Uma maçada. A vantagem que você espera obter em se safando 
do mosquito se dará sob custo de levantar-se. Se o benefício da ação supera o custo, 
mais ganhará você com o agir. 
 
Embora frequentemente usemos ganho para nos referirmos ao benefício 
monetário, o termo possui também sentido mais amplo, como na frase: ‘Pois que 
aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?’ Ora, todas as 
ações que levamos a cabo, seja a compra de ações ou o retiro numa montanha para 
meditarmos, fazemo-las de olho no ganho, nesse sentido psíquico. Conforme indica a 
citação acima, se nos decidimos a levar uma vida santa na pobreza, é porque 
esperamos que o resultado final nos seja mais proveitoso que o preço de nos 
entregarmos à busca das riquezas do mundo: esperamos lucrar com a escolha. 
As escolhas implicam levarmos em conta os meios necessários para 
alcançarmos os nossos objetivos. Eu não me importaria de ser o homem mais forte do 
mundo, mas, se considero esse propósito, sou obrigado a ter em mente, também, o 
que deveria fazer para realizá-lo. Precisaria ter acesso a equipamentos de 
musculação, comprar suplementos alimentares, bem como passar muitas horas, todos 
os dias, fazendo exercícios. Em nosso mundo, nada do que desejamos aparece 
simplesmente por ação do desejo. Muitas coisas que queremos, até mesmo algumas 
de que necessitamos para viver, só podem ser obtidas com dispêndio de tempo e 
esforço. Equipamentos de musculação não caem do céu (graças a Deus!), e, se perco 
horas e horas por dia levantando peso, não tenho como usar essas mesmas horas 
escrevendo um livro ou brincando com os meus filhos. 
Para o homem mortal, o tempo é, entre todos, o bem mais escasso. Até mesmo 
para Bill Gates, o tempo se acha em pequeno estoque. Mesmo que Gates possa, numa 
mesma manhã, custear o fretamento de jatinhos particulares para Aruba e para o Taiti, 
ainda assim não poderá voar para ambos os lugares simultaneamente! Ser humano é 
saber que os nossos dias na terra estão contados, e que é mister escolhermos como 
usá-los. Porque vivemos num mundo de escassez, o uso dos meios para atingir um 
fim envolve custos; para mim, o preço de consumir o meu tempo levantando pesos é 
determinado pelo quanto valorizo as outras maneiras com as quais eu poderia gastá-
lo. 
Para a economia, o valor dos objetivos particulares que podemos mirar é 
subjetivo. Ninguém no mundo poderá me dizer se uma hora despendida no 
levantamento de pesos é mais ou menos valiosa, para mim, do que uma hora 
empregada no escrever. Tampouco existe uma maneira de medir objetivamente a 
diferença naminha valoração destas atividades. Ninguém inventou um ‘valorímetro’. 
Expressões como ‘Aquele jantar foi duas vezes melhor que o de ontem à noite’ são 
meramente figuras de linguagem, que não encerram uma verdadeira capacidade de 
medir a satisfação; o modo de comprová-lo, como notou Murray Rothbard, é perguntar: 
‘Duas vezes o quê?’. Pois bem, nós nem sequer dispomos de uma unidade com que 
possamos medir a satisfação. 
A natureza subjetiva do valor foi um dos principais insights de Carl Menger. O 
valor, para os economistas clássicos, constituía um paradoxo. Intentaram basear sua 
teoria de valor, através de alguma medida objetiva, no trabalho envolvido na produção 
 
de um bem ou na utilidade desse mesmo bem. Considere, porém, o simples caso de 
um diamante encontrado, durante um passeio, jogado no chão: trabalho algum foi 
necessário para produzir a joia, nem se trata de algo mais útil, ao menos no que toca 
diretamente à manutenção da vida, do que um copo d'água. Menger cortou o nó górdio 
ao fundamentar a sua teoria de valor neste fato singelo: os objetos são valiosos porque 
os agentes humanos os têm nessa conta. 
A economia austríaca não se dá ao trabalho de julgar se é sábia ou não a nossa 
escolha de objetivos a serem buscados; não nos diz se estamos errados ao 
valorizarmos certa quantidade de horas de lazer mais que determinada soma de 
dinheiro; não concebe o homem como criatura meramente preocupada com o ganho 
monetário. Nada há de ‘não econômico’ no fato de alguém doar uma fortuna ou abrir 
mão de um trabalho muito bem remunerado para se tornar monge. 
A questão de haver ou não valores objetivos não interessa à economia. Uma 
vez mais, não se deve aqui entender que a economia austríaca é hostil a qualquer 
religião ou sistema de ética. Eu pessoalmente sei de economistas austríacos que são 
católicos, ateus, judeus ortodoxos, budistas, objetivistas, protestantes e agnósticos, e, 
caso conhecesse eu mais economistas, não tenho dúvidas de que poderia mencionar 
muçulmanos, hinduístas, e outros. A economia deveria, muito apropriadamente, deixar 
a comparação dos valores a cargo da ética, da religião e da filosofia; a nossa ciência 
não é uma teoria de tudo, mas tão somente uma teoria das consequências da escolha. 
Quando a estudamos, tomamos os objetivos humanos como um dado fundamental: 
por alguma razão, as pessoas escolhem certos fins e agem com vistas neles. O 
objetivo da nossa ciência é explorar as implicações desses fatos. 
Mises afirmou na introdução a Ação Humana: 
Toda decisão humana representa uma escolha. Ao fazer sua escolha, o homem 
escolhe não apenas entre diversos bens materiais e serviços. Todos os valores 
humanos são oferecidos para opção. Todos os fins e todos os meios, tanto os 
resultados materiais como os ideais, o sublime e o básico, o nobre e o ignóbil são 
ordenados numa sequência e submetidos a uma decisão que escolhe um e rejeita 
outro. Nada daquilo que os homens desejam obter ou querem evitar fica fora dessa 
ordenação numa escala única de gradação e de preferência. A moderna teoria de valor 
estende o horizonte científico e amplia o campo dos estudos econômicos.”

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