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Teorias da Inteligência Prof. Dr. Thiago da Silva Gusmão Cardoso O que é ser inteligente? A resposta a esta pergunta determina a forma de pensar sobre o que deve ser a formação do homem. Por isso, é interessante ver como as concepções de inteligência variaram em cada época histórica. IDEAL Gregos antigos – agilidade física, racionalidade e comportamento virtuoso; Romanos – coragem máscula; Chineses – dons para poesia, música, caligrafia, manejo de arco, desenho; IDEAL (INICIO SEC. XX) Ocidentais – pessoas “inteligentes”; Escolas tradicionais – línguas clássicas e matemática (geometria); Área comercial – prever oportunidades, calcular riscos, satisfazer acionistas; Sec. XX – pessoa capaz de executar ordens com eficiência. Platão (428 - 347 a.C.) Estudos de inteligência: 1)Platão: idealizou a separação entre alma (imortal) e corpo (material) Platão (428 - 347 a.C.) As idéias de Platão influenciaram especialmente Santo Agostinho (354 - 430), para quem a mente era uma unidade com faculdades independentes: razão, memória, vontade e imaginação Essas faculdades estão em perpétuo conflito. O homem é um ser em guerra consigo mesmo: a imaginação está de um lado, a memória do outro, a vontade e a razão não estão de acordo. Será que somos assim mesmo? Será que essas faculdades são mesmo tão distintas? Seja como for, a partir destas matrizes, esses conceitos estão em nossa cultura, na literatura, no cinema, nas propagandas de televisão. Com esta divisão em conflito das partes que comporiam o pensamento humano, surge a necessidade de dizer quem é que manda. Virá então o conceito moderno de inteligência, como algo que seria definidor do modo de pensar dos indivíduos. Francis Galton (1822-1911) foi um dos pioneiros no desenvolvimento de medidas da inteligência humana. De acordo com a tradição filosófica empirista, o conhecimento é adquirido pela experiência através dos órgãos sensoriais. Dessa forma, Galton acreditava que poderia mediar a inteligência humana através da capacidade do sujeito descriminar estímulos. Para tal, desenvolveu os primeiros aparelhos específicos para medir com precisão processos relacionados com discriminação sensorial e coordenação motora. Início do Estudo da Inteligência A Origem da Psicologia Diferencial O Laboratório de Galton O anúncio do Laboratório Antropométrico Alfred Binet (1857-1911): Psicólogo francês. Junto com Théodore Simon desenvolveu primeiro teste de inteligência de habilidades cognitivas em 1905. Trabalhou com crianças de diferentes idades. O teste era padronizado de acordo com a idade da criança. Conceito de «idade mental». Ou seja, se o teste fosse realizado com sucesso pela maior parte das crianças com idade superior a 12 anos, mas fosse mal respondido pelas mais novas, significava que a sua idade mental era de 12 anos. Binet e os testes de inteligência Objetivos do Provão de PsicologiaBinet trabalhando com crianças Binet & Simon (1916) “... julgamento, também chamado bom senso, sentido prático, iniciativa, capacidade de se adaptar às circunstâncias. Ajuizar bem, compreender bem, raciocinar bem, estas são as atividades essenciais da inteligência.” Pensamento inteligente é formado por três aspectos distintos: 1. Direção: saber o que fazer e como fazer 2. Adaptação: criação de uma estratégia 3. Crítica: revisar estratégias e pensamentos Objetivos do Provão de PsicologiaUm teste de inteligência de Binet • No inicio do século XX procurou-se definir a especificidade da inteligência. • William Stern (1871-1938) e Edouard Claparède (1873-1940) definiram-na como a capacidade de resolver novas tarefas e dominar novos problemas. • Mas a inteligência é uma capacidade única ou um conjunto de habilidades cognitivas ou mentais? Charles Spearman (1863- 1945) – Sólida formação em estatística.Percebe que existe uma grande correlação com as varias medidas de inteligência. Todas as medidas correlacionam-se muito bem. Inferência de uma “Inteligência Geral”. Início da teoria dos dois fatores da inteligência. Uma Inteligência Geral: O Fator g Spearman (1945) “capacidade de fazer deduções a partir de relações e correlações” “energia mental essencialmente inata” Teoria dos dois fatores: Fator g T1 T2 T3 T4 T5 T6 Fator g S1 S2 S3 Teoria dos dois fatores: Fator g Edward Thorndike (1874-1949) Além de descobrir a Lei do Efeito, propôs que existem três tipo diferentes de inteligência. Teoria dos Fatores Múltiplos Tipo de Inteligência Descrição Abstrata Inteligência "tradicional" Mecânica Visualizar relações entre objetos e entender como o mundo físico funciona Social Capacidade de se relacionar bem socialmente “capacidade de aprendizagem, que consistia em utilizar experiências anteriores para a resolução de problemas”. Louis Thurstone (1887-1955) Utilizando técnicas de analise fatorial, propôs que a inteligência pode ser melhor descrita e avaliada através de de habilidade mentais ao invés de um único fator. Esse fator único não fornece informações específicas acerca do tipo de inteligência. Teoria dos Fatores Múltiplos Teoria dos fatores Múltiplos Fatores relativamente Independetes T1 T2 T3 T4 T5 T6 Fluência Verbal Memória Associativa Raciocínio Indutivo ... etc S1 S2 S3 ... ... Comparação entre os dois modelos Um único fator T1 T2 T3 T4 T5 T6 Fluência Verbal Memória Associativa Raciocínio Indutivo ... etc S1 S2 S3 ... ... T1 T2 T3 T4 T5 T6 Fator g S1 S2 S3 Vários fatores Teoria dos Fatores Múltiplos Inteligência formada por 7 fatores independentes Tipo de Inteligência Descrição Compreensão Verbal Entender o que leu. Analogias. Testes de vocabulários Fluência Verbal Nomear objetos. Rimas. Fluência Numérica Realização de cálculos Visuo-Espacial Relações espacias e geométricas Memória Associativa memória pura ou associada a outras memórias Velocidade Perceptual Percepção rápida e precisa de detalhes Raciocínio Indutivo Completar uma série ou descobrir uma regra J. P. Guilford (1887-1955) Crítica à teoria do fator único. Utilizando técnicas de análise fatorial, chega a propor a existência de 150 habilidade mentais. Produto de três dimensões: Conteúdos, Operações e Produtos Teoria dos Fatores Múltiplos Inteligência como um conjunto de aptidões independentes. Guilford (1897-1988) em 1959 elaborou um modelo para representar as categorias de funcionamento intelectual: capacidade de realizar operações, dar origem a produtos e manifestar conteúdos em nível intelectual. Esse modelo gerou os testes vocacionais e testes multifatoriais utilizados em seleção de pessoal. Teoria dos Fatores Múltiplos Inteligência formada por 150 habilidades independente como resultado de uma interação entre 5 tipos de conteúdos, 6 tipos de produtos e 5 tipos de operações. 5 Conteúdos X 6 Produtos x 5 Operações = 150 Habilidades Fatores Hierárquicos UMA NOVA PERSPECTIVA PARA A RESOLVER O PROBLEMA DOS FATORES A Organização Hierárquica Teorias de Fatores – Único e Múltiplos Um único fator T1 T2 T3 T4 T5 T6 Fluência Verbal Memória Associativa Raciocínio Indutivo ... etc S1 S2 S3 ... ... T1 T2 T3 T4 T5 T6 Fator g S1 S2 S3 Vários fatores T1 T2 T3 T4 T5 T6 F1 F2 F3 Fator g S1 S2 S3 Teoria dos Fatores Hierárquicos Fatores Hierárquicos T1 T2 T3 T4 T5 T6 F1 F2 F3 Fator g S1 S2 S3 Teoria dos Fatores Hierárquicos Fatores Hierárquicos Um único fator T1 T2 T3 T4 T5 T6 Fluência Verbal Memória Associativa Raciocínio Indutivo ... etc S1 S2 S3 ... ... T1 T2 T3 T4 T5 T6 Fator g S1 S2 S3 Vários fatores Teoria dos Fatores Hierárquicos Philip Vernon (1905-1987 ) Teoria dos Fatores Hierárquicos V: ED (verbal: educacional) K: M (espacial: mecânico) Fator 1 – habilidade verbal Fator 2 – habilidade numérica Fator 3: habilidade espacial Fator 4: habilidade mecânica e psicomotora John Horn(1928 – 2006) Fatores Hierárquicos Raymond Cattell (1905-1988 ) John B. Carroll (1916- 2003 ) Teoria dos Fatores Hierárquicos Alguns teóricos que propuseram uma organização hierárquica da inteligência • Teoria de Raymond Bernard Cattell (1905-1998). Defende a existência de dois tipos de inteligência: a) Inteligência fluída. Capacidade para resolver problemas novos, sem recurso a conhecimentos já adquiridos. Reflete a capacidade de raciocínio, de memória e de processamento da informação. b) Inteligência cristalizada. Capacidade para usar habilidades, conhecimentos e experiências adquiridas para a resolução de problemas. John Horn (1928 – 2006) – foi um grande colaborador do modelo de Catell John B. Carroll (1916- 2003 ) Teoria dos Fatores Hierárquicos modelo CHC Teoria dos Fatores Hierárquicos modelo CHC Perspectiva Cognitiva UMA NOVA PERSPECTIVA PARA A COMPREENSÃO DA INTELIGÊNCIA Processamento da Informação Howard Gardner (1943 - )Psicólogo do desenvolvimento. Professor da Universidade de Harvard. Propõem que a inteligência não é constituída de um fator. Inicio da teoria das inteligências múltiplas. O sistema educacional não está preparado para lidar com todas estas formas de inteligência Teoria da Inteligências Múltiplas Gardner (1999) “ Potencial biopsicológico para processar informações que pode ser ativado num cenário cultural para solucionar problemas ou criar produtos que sejam valorizados numa cultura.” Teoria da Inteligências Múltiplas Teoria Triarquica da inteligência Robert Sternberg (1949- ) Psicólogo cognitivo e psicometrista. Foi professor de psicologia na Yale University e presidente da American Psychological Association. Sternberg (1986) “... atividade mental envolvida na adaptação intencional a, modelamento e seleção de meios do mundo real, relevantes para a vida do indivíduo”. Teoria Triarquica da inteligência Uma ou Várias Inteligências: Resumo Inteligência: Uma ou Várias? Perspectiva Psicométrica (Análise Fatorial) Teoria do Dois Fatores Fator g Spreaman - 1904 Perspectiva Cognitiva (Processamento do Informação) Teoria Multifatorial Fatores Independentes Organização Hirerarquica Thorndike - 1920 Guilford - 1967 Thurstone - 1936 Vernon-Burt - 1950 Carroll - 1993 Cattell -Horn - 1966 Teoria da Inteligências Múltiplas Teoria Triárquica da Inteligência Sternberg - 1984 Gardener - 1983 Inteligência Emocional Inteligência emocional Perceber emoções Conhecimento emocional Regulação emocional Uso das emoções para facilitar o pensamento De acordo com a proposta de Mayer e Salovey (1990), inteligência emocional é a capacidade de raciocinar em cima de informações emocionais de maneira a se adaptar melhor aos eventos que acontecem em nossa vida. Mayer Salovey Inteligência Emocional Daniel Goleman (1995) propôs um modelo misto (cognitivo, personalidade e motivação) de inteligência emocional. Autoconhecimento emocional Capacidade de reconhecer as próprias emoções e sentimentos. Controle emocional Habilidade de lidar com os próprios sentimentos, adequando-os a cada situação vivida. Automotivação Trata-se da capacidade de dirigir as emoções a serviço de um objetivo ou realização pessoal. Reconhecimento das emoções em outras pessoas Diz respeito à habilidade de reconhecer emoções no outro e ter empatia de sentimentos. Relacionamentos interpessoais Habilidade de interação com outros indivíduos, utilizando competências sociais. O relacionamento é, em grande parte, a habilidade de gerir sentimentos de outros. “intelligence, like electricity, is easier to measures than to define” Jensen (1969) mailto:carolatp@hotmail.com mailto:carolatp@hotmail.com Referências •Darwin, C. R. (1871). Descent of man and selection in relation to sex. London, John Murray. •Deary, I. J., Penke, L., & Johnson, W. (2010). The neuroscience of human intelligence differences. Nature Reviews Neuroscience. Publicado on line 10 de fevereiro. •Galaburda, A.M. (1999). Albert Einstein's brain, Lancet, 354, 1821 •Gottfredson, L.S. (1997). Mainstream science on intelligence: An editorial with 52 signatories, history, and bibliography. Intelligence, 24, 13-23. •Jung, R. E. & Haier, R. J. The Parieto-Frontal Integration Theory (P-FIT) of ntelligence: converging neuroimaging evidence. Behavioral and. Brain Science 30, 135–154; •Neubauer, A. C. & Fink, A. (2009). Intelligence and neural efficiency. Neuroscience & Biobehavioral Review, 33, 1004– 1023 •Turken, A. et al. (2008). Cognitive processing speed and the structure of white matter pathways: convergent evidence from normal variation and lesion studies. Neuroimage 42, 1032–1044. •Yu, C. et al. (2008) White matter tract integrity and intelligence in patients with mental retardation and healthy adults. Neuroimage, 40, 1533–1541
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