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SEMIOLOGIA 1) SEMIOTÉCNICA - técnicas para avaliação do paciente 2) SEMIOGÊNESE - origem dos sinais clínicos e sintomas do paciente 3) PROPEDÊUTICA CLÍNICA - diagnóstico, prognóstico e tratamento EXAME CLÍNICO: ①Resenha: Identificação e caracterização do paciente/proprietário (nome, espécie, raça, gênero, idade, cor do pelame, sinal particular, uso e peso) ②Anamnese: histórico médico/desenvolvimento do paciente Anamnese é uma entrevista realizada pelo médico veterinário ao tutor do pet, que tem a intenção de ser um ponto inicial no diagnóstico de uma doença, ou uma resposta aos processos patológicos do paciente. 1) Histórico médico atualqueixa principal e dados médicos relacionados. 2) Histórico fisiológicodados sobre as funções dos órgãos, manejo e nutrição, aspectos reprodutivos. 3) Histórico médico pregressoVacinas e vermífugos, doenças anteriores, cirurgias, tratamentos em andamento ou concluídos. SEMIOTÉCNICA ③Exame físico: Avaliação do paciente por meio de técnicas/métodos para constatação de normalidade ou de alterações do paciente 1) Contenção física ou química 2) Exame clínico geral (análise dos aspectos gerais/grandes funções): 1. Inspeção (apenas visualização) * Panorâmica - avaliação geral do paciente * Focal - avaliação de uma área específica do paciente * Direta * Indireta (uso de equipamentos) Comportamento: 1. Sinal de desconforto 2. Sinais de dor 3. Sinais de agressividade 4. Sinais de inquietação 5. Sinais de apatia 6. Sinais de desorientação 7. Vocalização imprópria Características físicas e funcionais: 1. Conformação geral 2. Pelame 3. Alterações anatômicas ou posturais 4. Qualidade da marcha 5. Qualidade dos movimentos básicos 6. Secreções/excreções anormais 7. Alteração respiratória 8. Hemorragia 9. Postura à micção/defecação 10. Característica da urina e fezes Características físicas e funcionais: FOCAL 1. Detalhes da pele e anexos 2. Lesões aparentes 3.Aumentos de volume localizados 4. Movimentos respiratórios 5. Ruminação 6. Mucosas 7. Características de secreções aparentes 8. Postura à micção/defecação 9. Característica da urina e fezes 2. Palpação * Externa - superficial ou profunda * Interna - órgãos acessíveis por via oral, retal, vaginal * Direta (tato) * Indireta (equipamentos) Obs: Tipos de palpação: *Mão espalmada (palmas e dedos) - consistência, forma, tamanho, mobilidade, sensibilidade). *Dorso dos dedos - verificação da temperatura. *Digitopressão (polpa do polegar/indicador) - dor, edema (teste godê +), circulação superficial capilar. *Punhopressão (mão fechada) - pressão contra a parede abdominal para pesquisa de dor abdominal, avaliação de consistência de rúmen ou abomaso. *Pesquisa de flutuação (palma da mão) - pesquisa de coleção líquida (compressão contralateral ao golpe). 3. Auscultação * Direta * Indireta (estetoscópio ou fonendoscópio) 1. Percussão: avaliação da repercussão de um som causado na parede do órgão a ser avaliado. Tipo de som Causa AÉREO Movimentação de massa gasosa HIDROAÉREO Movimentação de massa gasosa em meio líquido LÍQUIDO Movimentação de massa líquida SÓLIDO Ruído entre duas superfícies rugosas Tipo de som Classe 1 Tipo de som Classe 2 Claro Hipersonoro Timpânico Hipersonoro ou submaciço Maciço Submaciço 1. Pele e subcutâneo 2. Musculatura e ossos 3. Mucosas 4. Linfonodos 5. Glândulas salivares e cavidade oral 6. Globo ocular 7. Glândulas mamárias, testículos e estruturas anexas 8. Pulso arterial, choque precordial e frêmitos. 9. Órgãos abdominais e retroperitônios Métodos de palpação: *Consistência - Mole, firme ou dura - Flutuante, pastosa ou crepitante *Forma - Irregular - Definida (oval, redonda, cilíndrica) *Tamanho *Mobilidade (móvel ou aderida) *Sensibilidade (normal, ausente, dolorosa ou hiperestesia) *Temperatura local Métodos de avaliação: *Auscultar os ruídos/sons produzidos 1. Laringe e traqueia 2. Área pulmonar 3. Coração (válvulas, pericárdio) 4. Trato digestório Métodos de avaliação: *Acústica: 1. Dígitodigital (pequenos) 2. Martelo-plessimétrica (grandes) *Dolorosa: 1. Digital direta (pequenos) 2. Martelo direta (grandes) 3. Punhopercussão (grandes) *Especiais: Precursão auscultatória 2. Olfação: RESUMO: 1) INSPEÇÃO externa PANORÂMICA 2) INSPEÇÃO DIRETA externa + PALPAÇÃO de toda a superfície corporal 3) SINAIS VITAIS * FC * FR * TR°C 4) MUCOSAS APARENTES * Mucosa oral, palpebrais (pálpebra superior, inferior e terceira pálpebra) * Mucosa bulbar ou escleral * Mucosa nasal * Mucosa prepucial * Mucosa vulvar * Mucosa anal 5) LINFONODOS PALPÁVEIS (superficiais) Linfonodos/esp. CÃO GATO EQUI BOVI 1. Mandibular √* √* √* √* 2.Parotídeo √ √ √ √ 3.Retrofaríngeo √ √ √ √ 4.Cadeia cervical √ √ √ √ 5.Pré-escapular √* √* √ √* 6.Pré-crural - - √* √* 7.Poplíteo √* √* - √ 8.Inguinal √* √* √ √ 9.Mamário √ √ √ √* Avaliação de odores: 1. Ar expirado 2. Hálito 3. Áreas de lesão externa 4. Urina 5. Fezes 6. Secreções Avaliar: 1. Coloração 2. Estado de repleção dos vasos e TPC 3. Umidade 4.Pesquisar a existência de alterações Legenda: √*- palpável em condições normais e patológicas √ - palpável somente em condições patológicas - SEMPRE palpar Obs: a musculatura ou gordura podem dificultar a palpação Esp. Linfon. Alteração Causa CÃO ①⑤ ⑦⑧ ⑨ Linfadenopatia Carcinomas (mieloma e linfoma), neoplasmas mamários, processos inflamatórios ou infecciosos (ex: leishmaniose) GATO ①⑨ Linfadenopatia Carcinomas (linfoma), neoplasmas mamários, processos inflamatórios ou infecciosos EQUI ①⑤ ⑥ Linfadenopatia Carcinomas e processos inflamatórios ou infecciosos (ex: Streptococcus equi) BOVI ⑤⑥ ⑨ Linfadenopatia Intoxicação alimentar, carcinomas e processos inflamatórios ou infecciosos (ex: leucose bovina) *Palpação geral do abdome (para carnívoros pequenos) *Avaliação dos Movimentos ruminais e da Ruminação (para ruminantes) 3) Exame clínico específico (análise de áreas/órgãos/funções específicas): * Sistema tegumentar (pele e anexos) * Olhos e orelhas * Sistema circulatório, respiratório, digestório, urinário, reprodutor, musculoesquelético e nervoso) AVALIAÇÃO DO SISTEMA TEGUMENTAR ①Resenha ②Anamnese: Anamnese geral Queixa principal DERMATOLÓGICA Alterações comportamentais Funções fisiológicas: Alimentação/Água: Fezes: Urina: Qual alimento Tamanho/formato Coloração e odor Quantidade Consistência, cor e odor Frequência Frequência Frequência Funções gerais dos órgãos dos sentidos e demais Vacinas, ectoparasiticidas e vermífugos *Quais, quando, frequência Antecedentes mórbidos *Doenças, alergias, traumas, cirurgias – castração Tratamentos em andamento ou concluídos Histórico familiar Hábitos do paciente/atividades ③Exame físico: 1. Inspeção: * Panorâmica * Focal direta * Focal indireta (lâmpada dermatológica, lâmpada de Wood (Microsporum canis), lupa, otoscópio) 2. Palpação 3. Percussão 4. Olfação Avaliar: 1. Intensidade 2. Duração 3. Frequência de contrações ruminais Obs: O nº e a intensidade variam em função do tempo desde a última refeição, composição do alimento, ingestão de água e excitação recente. Anamnese específica do sistema tegumentar Prurido (nota 1 a 10) Descrição das lesões Tempo de evolução Recidivas e sazonalidade Tratamentos/respostas Ectoparasitas Contactantes Habitat *LESÕES DERMATOLÓGICAS: Primárias: consequência direta da afecção.Secundárias: complicações por outros fatores devido á afecção. 1) Alterações de cor Coloração diferenciada e plana em uma pequena porção ou área do tecido cutâneo (vasculossanguíneas ou pigmentares) 2) Formações sólidas Resultantes de processos inflamatórios ou neoplásicos (derme, epiderme ou hipoderme). 3) Formações líquidas: Acúmulos localizados de líquidos seroso, sanguinolento ou purulento. Alteração de cor Descrição Mácula (≤ 1cm) Área circunscrita, plana e não palpável, com cor distinta à da pele ao redor. Mancha (> 1cm) Área circunscrita, plana e não palpável, com cor distinta à da pele ao redor. Eritema Pele avermelhada devido à vasodilatação, (dermatopatia inflamatória). Púrpura Petéquia (≤1cm) Equimose (>1cm) Víbice (forma linear) Mancha avermelhada devido ruptura vascular traumática (evolução: roxo, verde e amarelada). Teleangiectasia Evidenciação de vasos sanguíneos cutâneos através da pele adelgaçada por cicatrização atrófica ou doença endócrina. Hiperpigmentação Deposição de pigmento na pele (melanodermia). Formação Sólida Descrição Pápula (≤ 1cm) Lesão sólida circunscrita, elevada e superficial. Placa (> 1cm) Lesão sólida, circunscrita, elevada e superficial maior que as pápulas. Nódulo (2-3cm) Lesão sólida circunscrita e saliente. Nodosidade (>3cm) Lesão sólida circunscrita e saliente. Tumor Nodosidade neoplásica. Goma Nódulo/nodosidade que evolui em depressão ou ulceração central e elimina material necrótico (+ processo infeccioso envolvido). Vegetação Lesão sólida exofítica devido ao aumento da camada espinhosa da epiderme. Verrucosidade Lesão sólida exofítica, dura e áspera originada da camada córnea da epiderme, com coloração acinzentada. Formação Líquida Descrição Vesícula (≤1cm) Elevação circunscrita com conteúdo seroso, turvo (purulento) ou hemorrágico. Bolha (> 1cm) Elevação circunscrita com conteúdo seroso. Cisto Formação, que pode ser elevada ou não, constituída por uma cavidade envolta por epitélio e cujo conteúdo pode ser líquido/semissólido. Pústula (≤1cm) Elevação circunscrita, com conteúdo purulento. Abcesso Formação circunscrita encapsulada com conteúdo purulento e consistência flutuante, decorrente de um processo infeccioso que atinge a pele/tecidos subjacentes. Flegmão Formação circunscrita não encapsulada com conteúdo purulento e consistência flutuante (processo infeccioso que atinge a pele/tecidos subjacentes). Hematoma Formação circunscrita, elevada ou não, decorrente de derramamento de sangue por traumatismo na pele ou tecido subjacente. 4) Alterações de espessura: Espessamento de uma das camadas da derme (papilar e reticular), por fibrose de colágeno, acúmulo de plasma no interstício ou por processo cicatricial. 5) Perdas teciduais e reparação: Lesões associadas à eliminação superficial patológica ou destruição de tecido cutâneo. 6) Outras lesões: Alteração de espessura Descrição Hiperqueratose Espessamento de pele resultante de aumento da camada córnea da epiderme. A pele perde elasticidade e torna-se acinzentada, áspera e endurecida. Liquenificação e Lignificação Espessamento de pele decorrente de aumento da camada espinhosa da epiderme e acentuação dos sulcos cutâneos (aspecto em favo de mel). Formação, que pode ser elevada ou não, constituída por uma cavidade envolta por epitélio e cujo conteúdo pode ser líquido/semissólido. Edema Aumento de espessura da pele em decorrência de extravasamento e acúmulo de plasma na epiderme e derme. Esclerose Aumento da consistência da pele, dado por fibrose de colágeno. A pele torna-se lardácea/coriácea, não é depressível e difícil pregueamento. Perda tecidual/reparação Descrição Cicatriz Lesão de aspecto variável, saliente ou deprimida, móvel, retrátil ou aderida. Trata- se de tecido de reparação, após processo de destruição da pele (atrofia, fibrose e discromia, com ausência de estruturas foliculares e de sulcos cutâneos). Descamação Farinácea Furfurácea Micácia Placas de células da camada córnea da epiderme que se desprendem da superfície devido queratinização precoce ou epidermopoese. Escoriação Erosão linear por trauma ou auto-trauma (coceira) abrasivo. Erosão Perda superficial de camada ou camadas da epiderme Ulceração Perda circunscrita de epiderme e derme (exposição da mucosa). Afta Úlcera pequena na mucosa oral. Colarete epidérmico Área circunscrita de descamação, resultante da eclosão de pústulas, vesículas ou bolhas (comum em piodermites). Fissura Perda linear de epiderme ao redor de orifícios naturais ou áreas de dobras ou pregas cutâneas. Crosta Melicérica Esverdeada Vermelho-escuro Concreção, formada sobre área de perda tecidual, decorrente de dessecamento de serosidade, pus ou sangue, somados a restos epiteliais. Escara Área circunscrita de necrose tecidual resultante de reação a injeção, decúbito prolongado ou crioterapia. A superfície da lesão tem coloração esbranquiçada ou enegrecida cercada por tecido necrosado. Após eliminação do esfacelo (porção central da escara) revela-se uma cavidade margeada por necrose. Fístula Canal estreito na pele, que drena foco de supuração ou necrose e elimina material purulento ou sanguinolento. Indica foco infeccioso ou corpo estranho alojado em tecido subjacente. *CELULITE - Inflamação da derme/hipoderme. *COMEDO - Oclusão do folículo piloso, que permanece dilatado e preenchido por queratinócitos, secreção sebácea e microrganismos. *MILIUM - Pequeno cisto de queratina, branco-amarelado, na superfície da pele. *HIPOTRICOSE - Rarefação pilosa *ALOPECIA - Ausência de pelos localizada ou generalizada *Exames dermatológicos complementares: Lâmpada de Wood Raspado Tricograma Imprint Cultura Citologia Histopatologia Teste alérgicos AVALIAÇÃO DO SISTEMA URINÁRIO ①Resenha ②Anamnese: Anamnese geral Queixa principal (aspecto, início e evolução) Alterações comportamentais Funções fisiológicas: Alimentação/Água: Fezes: Urina: Qual alimento Tamanho/formato Coloração e odor Quantidade Consistência, cor e odor Frequência Frequência Frequência Funções gerais dos órgãos dos sentidos e demais Vacinas, ectoparasiticidas e vermífugos *Quais, quando, frequência Antecedentes mórbidos *Doenças, alergias, traumas, cirurgias – castração Tratamentos em andamento ou concluídos Histórico familiar Hábitos do paciente/atividades *Composição e avaliação do sistema urinário: Anamnese específica do sistema urinário Causas sistêmicas Características da urina (volume, coloração, odor, aspecto) Características da micção (frequência, volume, sinais de dificuldade, dor, tenesmo) Frequência e volume de água ingerida (normodipsia, polidipsia, oligodipsia e adipsia) Relato de doença urinária anterior Substâncias nefrotóxicas Vômitos e diarreia (ureia - úlceras TGI) Perda de peso e anorexia s. urinário superior s. urinário inferior 1) RINS Néfron: unidade funcional do rim. SUMÁRIO DAS DOENÇAS RENAIS Causas e origem: Doença renal: glomerulonefrite, pielonefrite e nefrite Congênitas ou hereditárias Rim policístico, displasia renal, glomerulonefrite, nefrite intersticial Infecciosas e parasitárias Glomerulonefrite, nefrite intersticial, pielonefrite, destruição do parênquima renal (Dioctophyma renale) Autoimunes Glomerulonefrite Secundárias a doenças sistêmicas Glomerulonefrite (diabetes, lúpus eritematoso, PIF, FELV, erliquiose, leishmaniose, piometra), nefropatia por pigmentos (hemoglobinúria e mioglobinúria) Fármacos e isquemia renal Nefrose química ou isquêmica, nefrite intersticial Obstrução ureteral Nefropatia obstrutiva, hidronefrose Idiopáticas Glomerulonefrite e lipidose glomerularOutras causas Neoplasia renal, nefropatia hipercalcêmica, doença renal cística 2) URETERES: transportam a urina dos rins para a bexiga e desembocam no trígono vesical (dois meatos uretrais e uretra). 3) BEXIGA URINÁRIA: armazenamento temporário da urina. 4) URETRA: transporte da urina para o meio externo. ♂: uretra pré-prostática, uretra prostática (hipertrofia prostática pode causar obstrução uretral), uretra pélvica e uretra peniana - diâmetro uretral mais estreito (urina, sêmen, secreções seminais e esmegma - secreção purulenta peniana). CRANIAL RD RE FUNÇÕES: Filtração do plasma sanguíneo e formação do filtrado glomerular; Reabsorção de água e eletrólitos; Regulação da homeostase e do equilíbrio ácido-base; Excreção de metabólitos indesejáveis ao organismo (amônia, ureia e creatinina); Regulação da pressão sanguínea (renina- angiotensina-aldosterona); Metabolismo Ca/P; Produção de eritropoietina (hematopoiese). Glomérulo: filtração do plasma sanguíneo ♀: tubérculo uretral. Obs: em felinos machos a uretra sofre afunilamento em direção ao pênis sendo mais susceptível a obstrução. *Armazenamento: armazenamento da urina - relaxamento do músculo detrusor da bexiga e contração dos esfíncteres uretrais (SNAS). *Micção: eliminação da urina - contração do músculo detrusor da bexiga e relaxamento dos esfíncteres uretrais (SNAP). Distúrbios da micção: Obs: Avaliar se a bexiga urinária está distendida, pequena ou normal. * Incontinência urinária - extravasamento constante e incontrolado de urina sem a realização do posicionamento de micção. Bexiga distendida: alterações neurológicas (neurônio motor superior - difícil compressão vesical e hiperreflexia do esfíncter uretral; neurônio motor inferior - fácil compressão vesical e hiporreflexia do esfíncter uretral) ou obstruções vesicais. Bexiga pequena ou de tamanho normal: incapacidade do mecanismo do esfíncter uretral, hiporreflexia ou instabilidade do músculo detrusor, anomalias congênitas. Ureter ectópico em animais jovens. Castração precoce: distúrbio hormonal interfere no fechamento do esfíncter uretral. * Retenção urinária - incapacidade total ou parcial de eliminação da urina da bexiga (obstrução). Obs: bexiga distendida pode comprimir o intestino e causar fecaloma. Obs: hipertrofia da próstata pode causar obstrução vesical. Avaliação da produção de urina: Causas: Anúria Ausência de produção da urina IRA ou IRC grave, desidratação grave, hipovolemia e hipotensão grave. Poliúria Aumento do vol. de urina produzida ICR, pielonefrite, distúrbios endócrinos/metabólicos (diabetes), hepatopatia, encefalopatia, dor, uso de diuréticos, polidipsia. Oligúria Diminuição do vol. de urina produzida IRA ou IRC grave, desidratação, hipovolemia e hipotensão, febre, urólitos Piúria Presença de pus na urina Pielonefrite, cistite, uretrite, urólitos Hematúria Presença de sangue na urina (macro/micro) Causas anteriores, urólitos, piometra* Avaliação da micção: Disúria Animal sente dor ao urinar Estrangúria Eliminação lenta e dolorosa da urina Tenesmo vesical Esforço constante e prolongado da micção Polaquiúria Aumento na frequência de micção Oligosúria Diminuição na frequência de micção Detecção da hemorragia (hematúria) Urina/órgão Rim Bexiga Uretra 1º jato de urina 2º jato de urina 3º jato de urina ③Exame físico: 1. Inspeção: * Panorâmica: postura de micção e característica da urina. * Focal direta * Focal indireta 2. Palpação: Órgão Localização Avaliação Rins Porção caudal das últimas costelas e ventral as vértebras lombares (RD Cr e RE Cl) Localização, tamanho, contorno, sensibilidade e mobilidade (gatos). Ureteres Somente através de exames complementares (radiografia contrastada e ultrassom) - megaureter, ruptura de ureter e ureter ectópico. Bexiga Paredes laterais da região caudal do abdome (animal em qualquer decúbito). Localização, distensão, espessamento da parede, dor, massas e urólitos. Uretra Realizar a compressão manual da bexiga para avaliar a integridade da uretra + avaliação da próstata (palpação retal: avaliar tamanho, simetria e sensibilidade) 3. Percussão 4. Olfação *Exames do sistema urinário complementares: Hemograma. Exame bioquímico: perfil renal concentração de ureia e creatinina no plasma sanguíneo (avaliação da função renal/eliminação desses compostos tóxicos pelos rins). Uremia: aumento da concentração de ureia no sangue. Azotemia: aumento da concentração se metabólitos nitrogenados não proteicos no sangue (ureia creatinina). Pré-renal (desidratação, IC, hipoadrenocorticismo), renal (doença renal) ou pós-renal (obstrução da uretra/bexiga, bexiga rompida, deslocamento da bexiga, como hérnia perineal ou inguinal e consequentemente retenção urinária). Urinálise, cultura e antibiograma fornece pistas importantes sobre doenças do trato urinário. *Coleta da urina para exames laboratoriais: micção espontânea ou por compressão manual, cateterismo vesical (sondagem), cistocentese (evita contaminação pelas bactérias uretrais). Hematúria Sangue na urina Hemoglobinúria Hg na urina (origem infecciosa como leptospirose ou babesiose) Bilirrubina na urina Bilirrubinúria Leucocitúria Leucócitos na urina Mioglobinúria Mioglobina (proveniente dos músculos) na urina Glicosúria Glicose na urina (não ocorre a reabsorção de glicose pelos rins - diabetes, síndrome de fanconi) Proteinúria Proteínas na urina (nefropatia, glomerulonefrite) Cristalúria/urólitos Cristais na urina Bacterinúria/piúria Bactérias na urina/pus na urina Densidade Alta densidade: + odor forte (problema pré-renal = desidratação, oligúria) Baixa densidade: (doença renal, poliúria, polidipsia) pH Deve ter pH ácido (5,5-7): excreção de compostos ácidos e nitrogenedos pH alcalino: presença de bactérias (urease/odor fétido) ou dietas pobres em proteínas pH mais ácido: acidose metabólica, doença renal, dietas ricas em proteínas Aumento de volume localizado Mucosas - halitose urêmica e ulceras orais, mucosas pálidas (anemia por redução da hematopoese/eritropoietina) Características de secreções Característica da urina v v Anemia hemolítica, hepatopatia, nefropatia v v v Radiografia (simples, contrastada, urografia excretora e uretrocistografia). Ultrassom abdominal. Biópsia renal (exame citológico e histopatológico). Exame de fundo de olho (IR e hipertensão). Aferição da pressão arterial. Afecções gerais do trato urinário: Órgão Inflamação/Infecção bacteriana Rins Glomerulonefrite, pielonefrite, nefrite Ureteres Ureterite Bexiga Cistite (sondagem, estase urinária, neoplasias, urólitos) Uretra Uretrite AVALIAÇÃO DO SISTEMA REPRODUTOR ①Resenha ②Anamnese: Anamnese geral Queixa principal (aspecto, início e evolução) Alterações comportamentais Funções fisiológicas: Alimentação/Água: Fezes: Urina: Qual alimento Tamanho/formato Coloração e odor Quantidade Consistência, cor e odor Frequência Frequência Frequência Funções gerais dos órgãos dos sentidos e demais Vacinas, ectoparasiticidas e vermífugos *Quais, quando, frequência Antecedentes mórbidos *Doenças, alergias, traumas, cirurgias - castração Tratamentos em andamento ou concluídos Histórico familiar Hábitos do paciente/atividades ③Exame físico: 1. Inspeção: * Panorâmica * Focal direta * Focal indireta 2. Palpação 3. Percussão 4. Olfação Anamnese específica do sistema reprodutor ♀: ♂: 1º cio, cios irregulares Cópula sem fertilização Dor ou aumento de volume abdominal Indiferença sexual ou relutância para copular Anormalidades anatômicas na vulva (neoplasia, prolapso)Hiperplasia testicular ou peniana Secreção vaginal: *sanguinolenta, purulenta, esverdeada, amarronzada. Secreção peniana: *sanguinolenta, purulenta Cruzamentos Administração de hormônios Parto: *distócico ou eutócico Ausência de um ou dois testículos: *Anorquidismo *Monorquidismo *Criptorquidismo Pseudociese Anticoncepcional Castração Castração AVALIAÇÃO DO SISTEMA CARDIOVASCULAR ①Resenha ②Anamnese: Anamnese geral Queixa principal (aspecto, início e evolução) Alterações comportamentais Funções fisiológicas: Alimentação/Água: Fezes: Urina: Qual alimento Tamanho/formato Coloração e odor Quantidade Consistência, cor e odor Frequência Frequência Frequência Funções gerais dos órgãos dos sentidos e demais Vacinas, ectoparasiticidas e vermífugos *Quais, quando, frequência Antecedentes mórbidos *Doenças, alergias, traumas, cirurgias - castração Tratamentos em andamento ou concluídos Histórico familiar Hábitos do paciente/atividades CORAÇÃO: ③Exame físico: 1. Inspeção: * Panorâmica: verificar simetria do corpo. * Focal direta * Focal indireta Anamnese específica do sistema cardiovascular Cardíaco ou respiratório? Tosse Cansaço, fraqueza Taquipneia, dispneia, ortopneia Cianose Síncope (desmaio) Ascite, edema de peito e membros Distensão da v. jugular Arritmias, morte súbita Hepatoesplenomegalia Consumo hídrico e micção ICCD: Congestão sanguínea no fígado/jugular, ascite *Insuficiência da válvula tricúspide (refluxo para o AD): hipertrofia do VD. *Insuficiência da válvula pulmonar (refluxo para o VD): distensão do VD. ICCD: Congestão sanguínea no pulmão (edema pulmonar) *Insuficiência da válvula mitral (refluxo para o AE e pulmão): hipertrofia do VE. *Insuficiência da válvula aórtica (refluxo para o VE): distensão do VE. AE VE VD .A. .M. .T. .P. V.CAVA A O R TA V.PULMONARES Circulação sistêmica Circulação pulmonar A .P U LM O N A R AD FUNÇÕES DO SISTEMA CARDIOVASCULAR: Coração: bombeamento de sangue venoso que chega dos tecidos e órgãos para os pulmões, onde ocorre a oxigenação do sangue, e posterior bombeamento de sangue arterial para os tecidos e órgãos. Coração e vasos sanguíneos: manutenção da pressão sanguínea. Irrigação (oxigenação e nutrição) dos tecidos e órgãos. Transporte de oxigênio, nutrientes, eletrólitos, hormônios, e substratos metabólicos. Distribuição de calor. Manutenção da HOMEOSTASE. Narinas (úmidas) Mucosas: normocoradas, hiperêmicas, hipocoradas, perláceas (anemia), ictéricas (icterícia) ou cianóticas (cianose/hipóxia) Pulso jugular e femoral Tamanho da v. jugular Tamanho dos linfonodos 2. Palpação * Choque de ponta * Pulso arterial (jugular e femoral) * Detecção de frêmitos (atrito pleural ou do pericárdio) * Detecção de edemas (abdômen e membros - teste de Godet Positivo) * Fraturas * Massas * Reflexo da tosse 3. Percussão (nos espaços intercostais) 4. Auscultação * FC: Frequência cardíaca * Ritmo cardíaco * Identificação de ruídos normais e anormais * FR: Frequência respiratória Bulhas cardíacas: SÍSTOLE: contração ventricular 1) BULHA: TUM (som grave e prolongado): fechamento passivo das válvulas atrioventriculares (mitral LE e tricúspide LD), válvulas semilunares abertas (aórtica e pulmonar) e turbilhonamento sanguíneo para as artérias, em seguida, contração ventricular. Obs: insuficiência ventricular torna o som mais baixo. DIÁSTOLE: relaxamento ventricular e contração atrial 2) BULHA: TA (som breve, alto e nítido): abertura das válvulas atrioventriculares (mitral LE e tricúspide LD), válvulas semilunares fechadas (aórtica e pulmonar) e turbilhonamento sanguíneo para os ventrículos, em seguida, contração atrial, seguida de abertura das válvulas semilunares (aórtica e pulmonar) e contração ventricular (em que as válvulas atrioventriculares encontram-se fechadas). Sons anormais: 3) BULHA: produz som mais baixo que a segunda bulha (TA). FOCO MITRAL (LE): Ocorre em ventrículos dilatados causando rápido enchimento ventricular. LD: T 4EIC P 1EIC A 2EIC M 3EIC LE: 4) BULHA: FOCO AÓRTICO E PULMONAR (LD): Ocorre em átrios dilatados causando contração atrial em decorrência de hipertrofia ventricular. *Exames do sistema cardiovascular complementares: Pressão arterial sistêmica; Radiografia torácica; Eletrocardiografia convencional (ritmo sinusal - despolarização cardíaca tem origem no nodo sinoatrial); Ecocardiografia (US) bidimensional. SOPRO: Grau Som I Prolongamento de S1 II Leve III Baixo IV Alto sem frêmito V Alto com frêmito VI Extremamente alto SOPRO: turbulência do fluxo sanguíneo através do coração e dos vasos Fisiológicos Patológicos Anemia Doença cardíaca ou valvular Hipoproteinemia (edema) Estenose valvar (aórtica ou pulmonar) Insuficiência valvar (mitral ou tricúspide) Shunts intra ou extra cardíacos Fase/nomenclatura PROTO MESO TELE PAM ou T? HOLO Sistólico Início Meio Fim Diastólico Início Meio Fim P: Despolarização atrial QRS: Despolarização ventricular T: Repolarização ventricular AVALIAÇÃO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ①Resenha ②Anamnese: Anamnese geral Queixa principal (aspectos, início, evolução) Alterações comportamentais Funções fisiológicas: Alimentação/Água: Fezes: Urina: Qual alimento Tamanho/formato Coloração e odor Quantidade Consistência, cor e odor Frequência Frequência Frequência Funções gerais dos órgãos dos sentidos e demais Vacinas, ectoparasiticidas e vermífugos *Quais, quando, frequência Antecedentes mórbidos *Doenças, alergias, traumas, cirurgias - castração Tratamentos em andamento ou concluídos Histórico familiar Hábitos do paciente/atividades *Composição e avaliação do sistema respiratório: Anamnese específica do sistema respiratório Respiratório ou cardíaco? Lesão na via superior ou inferior Tosse e espirro (tipo e intensidade) Deformidades nas narinas Epistaxe e secreções nasais Raças pequenas e braquicefálicas Cianose Síncope Cansaço fácil Ruídos durante a respiração Taquipnéia ou dificuldade respiratória Há respiração abdominal? Vias aéreas: Superiores Inferiores Narinas Brônquios Cav. nasal Bronquíolos Seios paranasais Alvéolos (trocas gasosas) Laringe PULMÃO Traqueia Narinas Cav. nasal Seios paranasais Laringe Traqueia Pulmões FUNÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO: Vias aéreas superiores: condução, filtração, umidificação e aquecimento do ar. Vias aéreas inferiores: condução do ar até os alvéolos, onde ocorre as trocas gasosas, e defesa da via respiratória. Hematose (trocas gasosas nos alvéolos pulmonares/barreira alvéolo-capilar) Manutenção do equilíbrio ácido-base (hipoventilação - acidose respiratória/acúmulo de CO2; hiperventilação - alcalose respiratória/remoção excessiva de CO2) Termorregulação Metabolização de substâncias Proteção contra a inalação de partículas nocivas e substâncias tóxicas (epitélio respiratório - pseudoestratificado e ciliado não queratinizado com células caliciformes, macrófagos alveolares e anticorpos) ③Exame físico: 1. Inspeção: * Panorâmica * Focal direta * Focal indireta NARINAS: avaliar se há deformidades nas narinas, simetria facial e presença de secreções uni (ulcera, traumatismo, corpos estranhos) ou bilaterais(processo infeccioso ou inflamatório) *Purulenta *Mucoide/serosa *Epistaxe FR: avaliar frequência, ritmo (se há arritmia respiratória), atividade e tipo respiratório (costoabdominal, costal - alteração abdominal ou abdominal - alteração torácica). *Eupneia: atividade respiratória normal *Taquipneia: aumento da FR *Bradipneia: diminuição da FR *Dispneia e ortopneia: dificuldade respiratória *Apneia: ausência de movimentos respiratórios *Ritmo respiratório: INSPIRAÇÃO - pausa menor - EXPIRAÇÃO - pausa maior CAVIDADE NASAL: avaliar a simetria facial e a presença de corpos estranhos (obstrução), ulcerações, feridas, ressecamento, secreções, fluxo de ar, odor, estenoses e neoplasias. Espirro: fluxo de ar explosivo pelo nariz para expelir agente irritante. Tosse: fluxo de ar explosivo dos pulmões para a cavidade oral para expelir agente irritante - estímulo das terminações nervosas presentes na laringe e na traqueia. Inspiração: vias aéreas superiores (estenose, corpos estranhos ou inflamação). Expiração: tórax (processos que dificultam a saída do ar). *Realizar o REFLEXO DA TOSSE: compressão dos primeiros anéis traqueais e observar a reação do animal e o tipo de tosse. Tosse úmida: liberação de exsudatos, muco, edema ou sangue (hemoptise - liberação de sangue espumoso). Tosse seca: inflamações nas vias aéreas superiores. Outras causas: Megaesôfago: pneumonia aspirativa (febre e tosse). Endocardiose: tosse por compressão e edema pulmonar. 2. Palpação: avaliar se há fraturas (ossos nasais e costelas), aumentos de volume (neoplasias, abscessos) e a presença de corpos estranhos. Realizar palpação e percussão na região torácica. 3. Auscultação: com o animal em estação, deve-se realizar a auscultação na região traqueal e em toda região torácica, em que deve ser registrado no mínimo dois movimentos respiratórios por campo. Ruídos respiratórios normais: turbulência do fluxo de ar nas vias aéreas Laringotraqueal Vibração das paredes da laringe e traqueia cervical Traqueobrônquico Ruído forte/passagem de ar da traqueia para os brônquios Bronco-bronquiolar Ruído suave/vibração da parede dos brônquios e bronquíolos Ruídos respiratórios patológicos: Crepitação grossa (estertor úmido) Som de bolhas de estourando/indica líquido nos brônquios Crepitação fina (estertor crepitante) Som de “esfregar fios de cabelo perto das orelhas” /indica líquido nos bronquíolos Inspiração interrompida Pequenas interrupções na inspiração devido obstruções (líquido ou muco) nos brônquios Sibilo Som agudo de alta intensidade (chiado)/estenose das vias aéreas por acúmulo de secreções nos brônquios Ronco Ruído grave de alta intensidade causado pela vibração das secreções viscosas aderidas as paredes dos grandes brônquios Roce pleural Som de “esfregar duas folhas de papel” /ruído causado pelo atrito entre a pleura visceral e a pleura parietal (processos inflamatórios e deposição de fibrina) 4. Percussão: avaliação da repercussão de um som causado na parede do órgão a ser avaliado. 5. Olfação *Exames complementares do sistema respiratório: Hemograma Exame radiográfico e ultrassom Toracocentese (punção da cavidade pleural) Lavado traqueal Cultura e antibiograma de secreções Biópsia pulmonar Endoscopia Necropsia AVALIAÇÃO DO SISTEMA DIGESTÓRIO ①Resenha ②Anamnese: Anamnese geral Queixa principal (aspectos, início, evolução) Alterações comportamentais Funções fisiológicas: Alimentação/Água: Fezes: Urina: Qual alimento Tamanho/formato Coloração e odor Quantidade Consistência, cor e odor Frequência Frequência Frequência Funções gerais dos órgãos dos sentidos e demais Vacinas, ectoparasiticidas e vermífugos *Quais, quando, frequência Antecedentes mórbidos *Doenças, alergias, traumas, cirurgias – castração Tratamentos em andamento ou concluídos Histórico familiar Hábitos do paciente/atividades *Composição e avaliação do sistema digestório: Anamnese específica do sistema digestório Apetite e sede Discriminação dos alimentos Tipo de alimentação Hiporexia/anorexia Vômito (características e frequência) Sialorréia Engasgos Dor e distensão abdominal Diarreia/característica das fezes Utilização de fármacos Contactantes, acesso à rua, vacinas e vermifugação Doenças hemolíticas ou hepáticas Cav. oral Língua Faringe Esôfago Fígado Estômago ID: Duodeno Jejuno IG: Íleo Ceco Cólon Reto e ânus FUNÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO: Captação e mastigação de alimentos/água Digestão e absorção de alimentos e água ③Exame físico: 1. Inspeção: * Panorâmica * Focal direta * Focal indireta Avaliação da ingestão de alimentos: Normorexia Quantidade de alimentos consumidos dentro da normalidade Polifagia Aumento na quantidade de alimentos consumidos (parasitismo, deficiência nutricional, endocrinopatias) Hiporexia Diminuição na quantidade de alimentos consumidos Anorexia Ausência de ingestão de alimentos Alotriofagia Ingestão de substâncias não alimentares - osteofagia (deficiência de Ca/P), fitofagia (vômito), geofagia (deficiência de minerais), coprofagia (verminose, pancreatite) Disfagia Dificuldade de deglutição, dificultando a ingestão Odinofagia Dor ao deglutir Avaliação da ingestão de água: Normodipsia Quantidade de água consumida dentro da normalidade Polidipsia Aumento na quantidade de água consumida Hipodipsia Diminuição na quantidade de água consumida Adipsia Ausência da ingestão de água CONCEITOS: Halitose: odor desagradável do hálito Hematoemese: presença de sangue no vômitos Diarreia: aumento da quantidade de água nas fezes, além de odor fétido e coloração diferenciada Melena: sangue digerido nas fezes Hematoquesia: sangue nas fezes Disquesia: dor ao defecar Tenesmo: dificuldade para defecar ou urinar Constipação: retenção fecal Obstipação: retenção fecal grave Fecaloma: fezes secas no intestino Vômito: eliminação forçada do conteúdo gástrico pela boca controlado centro do vômito do hipotálamo * Náuseas - sialorreia e deglutições repetidas * Ânsia - contrações da musculatura abdominal * Vômito - eliminação do conteúdo gátrico Regurgitação: eliminação passiva do conteúdo esofágico, sem esforço abdominal, ocorre antes do alimento adentrar (formato tubular) Avaliar postura do animal, estado nutricional (score), se há dermatite úmida perineal, aspecto e quantidade de vômitos e diarreias. Sinais clínicos Qual: O que é? Possíveis causas: Halitose Odor desagradável do hálito Tártaro (cálculo dentário), corpo estranho na cav. oral, faringe ou esôfago, neoplasias, miíases, uremia, cetoacidose, coprofagia Disfagia Dificuldade de deglutição Fraturas mandibulares ou maxilares, neoplasias orais, corpos estranhos em cav. oral, doenças neuromusculares Vômito (pH ácido) Eliminação forçada do conteúdo gástrico Alteração na dieta, gastrite, corpo estranho gástrico ou intestinal, neoplasias, gastroenterites infecciosas, pancreatites, azotemia, piometra Regurgitação (pH alcalino) Eliminação passiva do conteúdo esofágico Megaesôfago, corpos estranhos no esôfago, substâncias abrasivas Hematoemese Vômito com sangue Erosão ou ulceração gastroduodenal, AINES, gastrite, neoplasia, corpo estranho Constipação Dificuldade de eliminação das fezes, tenesmo e retenção da fezes (palpação abdominal: acúmulo de fezes firmes e dor) Comportamentais e ambientais, fármacos, dietas ricas em fibras em animais desidratados, obstrução do cólon (corpo estranho, neoplasia),doenças neuromusculares, dor (fraturas, displasia, síndrome da cauda equina), aumento prostático Incontinência fecal Incapacidade de controlar a eliminação das fezes (relaxamento do esfíncter anal) Doenças neuromusculares, danos no esfíncter anal, inflamação prostática Diarreia Aumento da frequência de defecação e quantidade de líquido na fezes (perda de peso e desidratação/pode haver melena - ID ou hematoquesia - IG) Falha no mecanismo de digestão ou absorção, aumento na secreção de líquidos intestinais, aumento da permeabilidade vascular e distúrbio de motilidade intestina (parasitismo, inflamações no TGI, alterações da dieta, neoplasias, fármacos Tenesmo Dificuldade para defecar Constipação, obstrução de cólon ou reto, hérnias perineais, prostomegalia Disquesia Dor ao defecar 1. Cavidade oral: avaliação da mucosa oral (hiperêmicas, hipocoradas, ictéricas, cianóticas), dentes (presença de tártaro), presença de úlceras, inflamação, infecção bacteriana, deformidades (neoplasias), presença de corpos estranhos e sialorreia (tamanho das glândulas salivares). *estomatite: inflamação da cavidade oral *gengivite: inflamação da gengiva *glossite: inflamação da língua *quelite: inflamação dos lábios 2. Esôfago: avaliação do esôfago cervical (palpação), torácico (radiografia, endoscopia e ultrassom) e abdominal. 3. Abdômen: avaliação da região epigástrica (cranial), mesogástrica (média) e hipogástrica (causal). Verificar se há aumento de volume abdominal, ascite (abdominocentese). 3.1. Estômago: auscultação (borborigmos) e percussão (gás ou líquido) *Dilatação ou torção gástrica: isquemia e congestão de órgãos abdominais. Ocorre devido exercício após alimentação, aerofagia e ingestão de água durante o exercício. 3.2. Fígado: afecções no fígado podem causar vômito, diarreia, hematoemese, melena, ascite, icterícia, coagulopatias, encefalopatia hepática (sinais neurológicos). 3.3. Pâncreas: afecções no pâncreas podem causar polifagia/diabetes (ausência da produção de insulina e consequentemente não utilização de glicose pelas células), coprofagia, vômito, diarreia, perda de peso, dor abdominal. 2. Palpação: realizar no intestino delgado e intestino grosso para identificação de massas e conteúdo intestinal. 3. Percussão: avaliação da repercussão de um som causado na parede do órgão a ser avaliado. *Exames complementares do sistema digestório: Hemograma (anemia devido afecção no TGI ou hemoparasitose?) Bioquímicos (função renal e hepática) Urinálise (bilirrubinúria, glicosúria) Métodos de avaliação: *Acústica: 1. Dígitodigital (pequenos) 2. Martelo-plessimétrica (grandes) Som Repercussão Timpânico Ar Submaciço Líquido Maciço Massa Obs: movimentos intestinais em cavalos lado direito movimentos ruminais em ruminantes rúmen do lado esquerdo AR (som timpânico) LÍQUIDO (som submaciço) MASSA (som maciço) Exame parasitológico de fezes Radiografia simples e contrastada (esôfago, trânsito gastrintestinal) Ultrassom Endoscopia Citologia e histopatologia AVALIAÇÃO DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO O sistema musculoesquelético é um arranjo complexo de músculos, tendões (músculo com osso, promovendo a movimentação), ligamentos (osso com osso, promovendo estabilidade articular), ossos e articulações que em interação promovem a estabilidade e movimentação do animal. * A disfunção de qualquer componente pode resultar em claudicação (membro lesionado chega a apoiar no chão), impotência funcional (membro lesionado fica suspendido) ou impossibilidade de locomoção. ①Resenha ②Anamnese: Anamnese geral Queixa principal (aspectos, início e evolução) Alterações comportamentais Funções fisiológicas: Alimentação/Água: Fezes: Urina: Qual alimento Tamanho/formato Coloração e odor Quantidade Consistência, cor e odor Frequência Frequência Frequência Funções gerais dos órgãos dos sentidos e demais Vacinas, ectoparasiticidas e vermífugos *Quais, quando, frequência Antecedentes mórbidos *Doenças, alergias, traumas, cirurgias – castração Tratamentos em andamento ou concluídos Histórico familiar Hábitos do paciente/atividades Anamnese específica do sistema musculoesquelético Quais membros envolvidos? Qual a duração das afecções? Forma aguda ou crônica? (Descrição completa da afecção) Problema contínuo ou intermitente? * Claudicação * Impotência funcional * Paresia ou plegia O que precipita a afecção? * Dor/desconforto ao caminhar * Dor/desconforto ao exercitar * Dor/desconforto ao levantar, sentar, deitar, pular, brincar Antecedentes mórbitos Acidentes/traumas Dieta e peso VOCABULÁRIO ORTOPÉDICO Abdução O membro é afastado do esqueleto axial Adução O membro é aproximado do esqueleto axial Claudicação Ato de caminhar com inclinação assimétrica do corpo Impotência funcional Ato de caminhar sem apoiar o membro lesionado Valgo Desvio LATERAL anormal da extremidade Varo Desvio MEDIAL anormal da extremidade Luxação Quando o(s) osso(s) da articulação sai de seu respectivo posicionamento anatômico definitivamente Subluxação Quando o(s) osso(s) da articulação sai de seu posicionamento anatômico e retorna ao mesmo local. ③Exame físico: 1. Inspeção: * Panorâmica * Focal direta * Focal indireta 2. Palpação: 1) Palpação criteriosa e delicada de cada articulação em todos seus movimentos sempre no sentido caudal para cranial; 2) Comparar com o lado normal quando possível; 3) Ao identificar a lesão, repetir o exame ortopédico no local várias vezes; 4) Realizar o exame completo em todo membro. Membros pélvicos: avaliação da estabilidade dos membros Avaliação da conformação e postura corporal do paciente, andadura e deambulação (marcha) DISTÚRBIOS ORTOPÉDICOS BILATERAIS Osteocondrite dissecante (OCD) Degeneração óssea e fragmentos ósseos na articulação Ruptura do Ligamento Cruzado Cranial (RLCCr) Ruptura do ligamento que une os ossos da articulação do joelho (fêmuro-tíbio-patelar) Luxação patelar Patela sai de seu respectivo posicionamento anatômico Displasia coxofemoral Instabilidade da articulação coxofemoral Fraturas Perda da solução de continuidade óssea Avulsão da tuberosidade tibial Fratura da tuberosidade tibial Membro pélvico Pés Tarso Verificar aumento de volume, poliartrite (dor), hiperextensão Tíbia e fíbula Joelho Patela, estabilidade, deslocamento medial ou lateral, profundidade do sulco troclear, posicionamento da tuberosidade da tíbia, teste de sentar, teste de gaveta, teste de compressão tibial Fêmur Articulação coxofemoral Flexão, extensão, abdução (dor durante movimentação), estabilidade, crepitação, Teste de Ortolani Pelve ①Teste de ortolani (coxofemoral): avaliar se há instabilidade na articulação coxofemoral (quadril) ②Luxação de patela (patela): detecção de possível luxação de patela lateral ou medial (joelho) ③Teste de gaveta e teste de compressão tibial (LCCr): detecção de possível rompimento do ligamento cruzado cranial, testando a instabilidade do joelho 1) Paciente em decúbito lateral ou dorsal; 2) Com o apoio de uma das mãos, deve-se estabilizar a região lombossacra dorsal; 3) Com a outra mão deve-se segurar o joelho e pressioná-lo contra o fêmur; 4) Em seguida, deve-se realizar a abdução do MP avaliado; *Resultado: Se houver estalo, há instabilidade articular. 1) Paciente em decúbito lateral; 2) Com uma das mãos, deve-se rotacionar a extremidade da pata (medial/lateral) e simultaneamente,com a outra mão, deve-se pressionar a patela com o polegar na mesma direção (medial ou lateral). *Resultado: se a patela se movimentar ou houver crepitação, indica luxação patelar. Teste de gaveta: 1) Paciente em decúbito lateral; 2) Com uma das mãos, deve-se segurar o fêmur distal e com a outra mão deve-se segurar a tíbia proximal; 3) Fêmur: polegar na fabela e indicador na patela; 4) Tíbia: polegar na cabeça da fíbula e indicador na crista da tíbia; 5) Deve-se estabilizar o fêmur e projetar a tíbia cranialmente. *Resultado: se houver deslocamento cranial da tíbia há RLCCr. Membros torácicos: avaliação da estabilidade dos membros Teste de compressão tibial: 1) Paciente em decúbito lateral; 2) Com uma das mãos, estabiliza-se o fêmur deixando o indicador sobre a crista da tíbia; 3) Com a outra mão deve-se estabilizar a articulação do tarso e metatarso; 4) Deve-se estabilizar o fêmur e flexionar o tarso. *Resultado: se houver projeção cranial da tíbia (o dedo do examinador percebera o deslocamento) há RLCCr. Membro pélvico Mãos Carpo Verificar aumento de volume, poliartrite (dor), hiperextensão Rádio e ulna Cotovelo Flexão, extensão, palpar o processo coronoide, aumento de volume, dor Úmero Articulação escápulo-umeral Flexão, extensão, abdução (dor durante movimentação), estabilidade Escápula *Outros testes: Controle do choque Integridade da bexiga Ruptura diafragmática Pneumotórax/hemotórax Traumatismos de outros órgãos Ocorrência de problemas concomitantes (por ex.:fratura de tíbia e luxação de patela no mesmo membro, membro contralateral) *Exames complementares: Radiologia Tomografia computadorizada Ultrassom Ressonância magnética Patologia clínica Citologia (punção biópsia aspirativa) Artrocentese Imunologia Cultura e antibiograma AVALIAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO: ①Resenha ②Anamnese: Anamnese geral Queixa principal (aspecto, início e evolução) Alterações comportamentais Funções fisiológicas: Alimentação/Água: Fezes: Urina: Qual alimento Tamanho/formato Coloração e odor Quantidade Consistência, cor e odor Frequência Frequência Frequência Funções gerais dos órgãos dos sentidos e demais Vacinas, ectoparasiticidas e vermífugos *Quais, quando, frequência Antecedentes mórbidos *Doenças, alergias, traumas, cirurgias – castração Tratamentos em andamento ou concluídos Histórico familiar Hábitos do paciente/atividades *Avaliação dos problemas neurológicos: 1) ATAXIA: falta de coordenação dos movimentos musculares voluntários e equilíbrio * Cerebelar (dismetria): base ampla e hipermetria (tremores) * Vestibular: inclinação da cabeça (head tilt e head turn) * Proprioceptiva: perda da percepção de si próprio no espaço Propriocepção Ataxia com paresia leve Paresia Ataxia com paresia grave Dor superficial Perda da dor superficial Plegia Paralisia/plegia Controle da micção Incontinência urinária Dor profunda Perda da dor profunda ③Exame físico: 1. Inspeção: * Panorâmica * Focal direta * Focal indireta Anamnese do sistema nervoso É neurológico? Onde é a lesão? O que está causando alterações? Locomoção anormal Quais os membros afetados Problema: claudicação, ataxia, paresia ou plegia? Exame Neurológico Estado mental Postura e locomoção Nervos cranianos Reações posturais Reflexos segmentares Sensibilidade dolorosa Localização da lesão 1) Localização das lesões na medula espinhal: 1º - Avaliação da marcha e postura 2º - Testes proprioceptivos, salto/saltitar e posicionamento tátil (reações posturais) 3º - Membro pélvico: tono muscular e reflexos * Reflexo patelar * Reflexo de retirada * Reflexo gastrocnêmio * Reflexo tibial cranial * Reflexo isquiático * Reflexo extensor cruzado (lesões crônicas) * Reflexo anal/perineal (n. pudendo S1-S3) 4º - Membro torácico: tono muscular e reflexos * Reflexo de retirada * Reflexo bicipital * Reflexo tricipital * Reflexo extensor carporradial * Reflexo extensor cruzado 5º - Reflexo panicular (troncocutâneo): contração cutânea ao beliscar a pele dorsal de T2 a L4. A lesão encontra-se +/- duas vértebras posteriores/caudais a área de início da sensibilidade. SNC C1-C5 C6-T2 T3-L3 L4-S3 NMS NMI (intumescência cervico-torácica e lombossacra) 2) Avaliação dos nervos cranianos: tabela 2. Palpação: palpação epaxial (das vértebras) e sensação de dor superficial e profunda. *Paresia: perda parcial da locomoção do membro lesionado *Plegia: perda total da locomoção do membro lesionado *Exames complementares do sistema nervoso: Radiografia Mielografia Tomografia computadorizada Ressonância magnética Exames laboratoriais Tabela: Nervos Cranianos Nervos cranianos Origem Função Avaliação I. Olfatório (S) Bulbo olfatório Olfato Estimulação com comida II. Oftálmico (S) Quiasma óptico Visão Resposta a ameaça III. Oculomotor (M) Tronco encefálico (movimentos) Mesencéfalo Somática: m. palpebrais e m. do globo ocular; Parassimpática: miose Presença de estrabismo ventrolateral e reflexo pupilar a luz IV. Troclear (M) Inerva o m. oblíquo dorsal e limita a rotação lateral do olho V. Trigêmio (MS) 1) Oftálmico (S) 2) Maxilar (S) 3) Mandibular (MS) Ponte 1) Sensibilidade dos olhos, canto medial da face e narinas 2) Sensibilidade do canto lateral da face e narinas 3) Motora e sensitiva Avaliar sensibilidade da porção periocular e maxilar VI. Abducente (M) Bulbo Inervação do m. retrator do bulbo e reto lateral Avaliar reflexo corneano ao toque (retração do bulbo) (estrabismo medial) VII. Facial (MS) Função motora e sensitiva dos m. palpebrais e m. faciais Resposta a ameaça (piscar), testar sensibilidade da face e observar reação muscular, avaliar simetria facial VIII. Vestibulococlear (S) Audição e equilíbrio Observar posicionamento da cabeça, nistagma e estrabismo/Verificar reflexo vestíbulo-ocular IX. Glossofaríngeo (MS) X. Vago (MS) (SNAP) XI. Acessório (M) Atuam em conjunto: inervação da faringe, laringe e esôfago Reflexo protetor da traqueia XII. Hipoglosso (M) Inervação dos m. da língua Avaliar simetria
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