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Empresa Individual de Responsabilidade Limitada 2

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Revista Virtual Direito Brasil – Volume 6 – nº 2 - 2012 
 
1 
Empresa Individual de Responsabilidade Limitada 
 Maria Bernadete Miranda 
1
 
 
1. Disposições Gerais e Sistema Legal 
O Projeto de Lei nº 4.605/2009, apresentado no dia 04 de fevereiro de 2009, de 
autoria do Deputado Federal Marcos Montes, culminou na Lei nº 12.441, de julho de 2011, 
que alterou a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, Código Civil brasileiro, prevendo a 
empresa individual de responsabilidade limitada - EIRELI como nova modalidade de 
pessoa jurídica. 
Esta nova modalidade vem atender uma parcela de empresários que não tinham a 
opção de formalizar um negócio desacompanhado de sócio e que acabavam por constituir 
uma sociedade limitada, muitas vezes, fictícias. 
Segundo o legislador a empresa individual de responsabilidade limitada surge com 
o intuito de incentivar a formalização de milhares de empreendedores que atuam em nosso 
país de forma desorganizada e de desestimular a criação de sociedade que na prática são 
constituídas por uma única pessoa, com o intuito de se beneficiar da limitação de 
responsabilidade. 
A Lei nº 12.441, de 11 de julho de 2011, ao instituir a empresa individual de 
responsabilidade limitada - EIRELI acrescentou novos dispositivos ao Código Civil 
brasileiro de 2002, são eles: o inciso VI ao artigo 44, o artigo 980 A, ao Livro II da Parte 
Especial e alterou o parágrafo único do artigo 1.033. Com a entrada em vigor do novo 
ordenamento jurídico, as empresas individuais de responsabilidade limitada, constituídas 
por uma única pessoa titular da totalidade do capital social integralizado não inferior a 100 
(cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País, são consideradas pessoas jurídicas de 
direito privado. A empresa individual de responsabilidade limitada surge no mundo 
jurídico, concedendo ao empreendedor optante por essa modalidade, as mesmas regras 
previstas para sociedade limitada. O objetivo principal da lei é a separação dos bens da 
empresa, dos bens pessoais do seu titular, onde os bens pessoais do empresário não serão 
necessários para assegurar qualquer débito contraído pela gestão da empresa. 
 
 
1 Mestrado e Doutorado em Direito das Relações Sociais, sub-área Direito Empresarial, pela Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo. Professora de Direito Empresarial na Universidade de Sorocaba, Uniso; 
professora de Direito Empresarial na União das Instituições Educacionais do Estado de São Paulo, Uniesp - 
São Roque; Diretora responsável pela Revista Eletrônica da Faculdade de Administração e Ciências 
Contábeis de São Roque - Fac. Advogada. 
 
 
Revista Virtual Direito Brasil – Volume 6 – nº 2 - 2012 
 
2 
2. Ato Constitutivo 
Ato constitutivo é o documento redigido de acordo com determinadas normas, 
suscetível de produzir conseqüências jurídicas. Seria o ato de constituir, estabelecer. 
O ato constitutivo da empresa individual de responsabilidade limitada deverá 
conter, no mínimo, os seguintes elementos: a) título (Ato Constitutivo); b) preâmbulo; c) 
corpo, que são as cláusulas obrigatórias; e d) fecho. 
Do ato constitutivo da empresa individual de responsabilidade limitada constituída 
apenas por pessoa natural deverá constar, também, cláusula com a declaração de que o seu 
titular não participa de nenhuma outra empresa dessa modalidade. 
Somente será arquivado o ato constitutivo de empresa individual de 
responsabilidade limitada cujo capital social corresponda a, no mínimo, 100 (cem) vezes o 
maior salário mínimo vigente no País na data do protocolo do registro conforme dispõe o 
artigo 980-A do Código Civil brasileiro de 2002. 
O ato constitutivo não poderá conter emendas, rasuras e entrelinhas, admitida, 
porém, nesses casos, ressalva expressa no próprio instrumento, com assinatura da parte. 
No preâmbulo do ato constitutivo da empresa individual de responsabilidade 
limitada deverão constar: a) qualificação do titular da empresa e, se for o caso, de seu 
procurador: nome civil, por extenso; nacionalidade; estado civil; data de nascimento, se 
solteiro; profissão; documento de identidade, número e órgão expedidor/UF; cadastro de 
pessoas físicas, CPF; endereço residencial (tipo e nome do logradouro, nº, complemento, 
bairro, município, unidade federativa e CEP; e b) tipo jurídico: Empresa Individual de 
Responsabilidade Limitada. 
O corpo do ato constitutivo deverá contemplar, obrigatoriamente, as seguintes 
cláusulas, conforme disposto no artigo 980-A, e parágrafos, c/c artigo 1.054, do Código 
Civil de 2002: a) nome empresarial, que poderá ser firma ou denominação, do qual 
constará obrigatoriamente, como última expressão, a abreviatura EIRELI; b) capital 
expresso em moeda corrente, equivalente a pelo menos, 100 (cem) vezes o maior salário 
mínimo vigente no País; c) declaração de integralização de todo o capital; d) endereço 
completo da sede (tipo e nome do logradouro, número, complemento, bairro/distrito, 
município, unidade federativa e CEP) bem como o endereço das filiais; e) declaração 
precisa e detalhada do objeto da empresa; f) prazo de duração da empresa; g) data de 
encerramento do exercício social, quando não coincidente com o ano civil; h) a(s) 
pessoa(s) natural(is) incumbida(s) da administração da empresa, e seus poderes e 
 
Revista Virtual Direito Brasil – Volume 6 – nº 2 - 2012 
 
3 
atribuições; i) qualificação do administrador, caso não seja o titular da empresa; e j) 
declaração de que o seu titular, não participa de nenhuma outra empresa dessa modalidade. 
Sendo os administradores nomeados no ato constitutivo, é obrigatória a indicação 
de seus poderes e atribuições. 
O ato constitutivo poderá conter cláusulas facultativas, são elas: a) atos que 
dependam de aprovação prévia do titular da empresa para que possam ser adotados pela 
administração (por exemplo, assinatura de contratos acima de determinado valor, alienação 
de ativos etc.); b) declaração, sob as penas da lei, de que o administrador não está 
impedido, por lei especial, e nem condenado ou encontrar-se sob os efeitos de condenação, 
que o proíba de exercer a administração de empresa individual de responsabilidade 
limitada; c) outras, de interesse do titular da empresa. 
Na parte final do ato constitutivo da empresa individual de responsabilidade 
limitada deverá constar a localidade, data, nome do titular e sua assinatura. 
O ato constitutivo da empresa individual de responsabilidade limitada deverá ser 
assinado por seu titular. A assinatura será lançada com a indicação do nome do signatário, 
por extenso, de forma legível, não sendo necessário o reconhecimento da firma. Na dúvida 
quanto à veracidade da assinatura aposta, deverá a Junta Comercial exigir o 
reconhecimento da firma. 
Se o titular for analfabeto, o ato constitutivo deverá ser assinado por seu 
procurador, nomeado através de procuração passada por instrumento público, contendo 
poderes específicos para assinar o ato constitutivo. 
O ato constitutivo deverá conter o visto de advogado, com a indicação do nome e 
número de inscrição na Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil. 
Fica dispensado o visto de advogado no ato constitutivo de EIRELI que, juntamente 
com este, apresentar declaração de enquadramento como microempresa ou empresa de 
pequeno porte. 
As folhas do ato constitutivo, não assinadas, deverão ser rubricadas pelo titular ou 
seu procurador. 
O requerimento de arquivamento deverá ser assinado por administrador, titular, 
terceiro interessado ou por procurador com poderes específicos, devendo ser indicado o 
nome do signatário por extenso, de forma legível e, em querendo, o número do telefone. 
No caso de procurador, deverá ser juntada a procuração, com firma reconhecida, se por 
instrumento particular. 
 
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4 
Os atos constitutivos da empresa individual de responsabilidade limitada deverão 
ser arquivados no órgão competente para dar nascimento à pessoa jurídica de direito 
privado. 
Segundo Enunciado nº 471 do Conselho da Justiça Federal, aprovado na V Jornada 
de Direito Civil: “Os atos constitutivos da EIRELI devem ser arquivados no registro 
competente, para fins de aquisição de personalidade jurídica. A falta de arquivamento ou 
de registro de alterações dos atos constitutivos configura irregularidade superveniente”. 
Compete principalmente aos administradores da empresa providenciar o 
encaminhamento dos atos sujeitos ao registro para que seja procedido o arquivamento. No 
caso de omissão ou demora, o titular ou qualquer interessado passará a ter legitimidade. 
Configura-se omissão ou demora, independentemente de notificação, o não 
arquivamento do ato no prazo de trinta dias, contados da sua lavratura. 
 
3. Titular da Empresa 
Referente ao titular de empresa individual de responsabilidade limitada, assim 
dispõe os Enunciados nº 468 e 469 do Conselho da Justiça Federal, aprovado na V Jornada 
de Direito Civil: 
Enunciado 468. “A empresa individual de responsabilidade limitada só poderá ser 
constituída por pessoa natural”. 
Enunciado 469. “A empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) não 
é sociedade, mas novo ente jurídico personificado”. 
Segundo Enunciado nº 3 do Conselho da Justiça Federal, aprovado na I Jornada de 
Direito Comercial: “A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI não é 
sociedade unipessoal, mas um novo ente, distinto da pessoa do empresário e da sociedade 
empresária”. 
Pode ser titular de empresa individual de responsabilidade limitada a pessoa 
natural, que não tenha impedimento legal, por exemplo: 1) maior de 18 anos, brasileiro ou 
estrangeiro, que se achar na livre administração de sua pessoa e bens; 2) menor 
emancipado: a) por concessão dos pais, ou de um deles na falta de outro se o menor tiver 
dezesseis anos completos. A outorga constará de instrumento público, que deverá ser 
inscrito no Registro Civil das Pessoas Naturais e arquivado na Junta Comercial. b) por 
sentença do juiz que, também, deverá ser inscrita no Registro Civil das Pessoas Naturais; 
c) pelo casamento; d) pelo exercício de emprego público efetivo (servidor ocupante de 
cargo em órgão da administração direta, autarquia ou fundação pública federal, estadual ou 
 
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5 
municipal); e) pela colação de grau em curso de ensino superior; f) pelo estabelecimento 
civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, 
o menor com 16 anos completos tenha economia própria. 
A prova da emancipação do menor de 18 anos e maior de 16 anos, anteriormente 
averbada no registro civil, deverá instruir o processo ou ser arquivada em separado, 
simultaneamente, com o ato constitutivo, devendo constar da qualificação de titular 
emancipado o motivo da emancipação. 
Segundo Enunciados nº 397 do Conselho da Justiça Federal, aprovado na V 
Jornada de Direito Civil: “A emancipação por concessão dos pais ou por sentença do juiz 
está sujeita a desconstituição por vício de vontade”. 
Não pode ser titular de empresa individual de responsabilidade limitada a pessoa 
jurídica, e a pessoa natural impedida por norma constitucional ou por lei especial. 
Não pode ser administrador de empresa individual a pessoa condenada a pena que 
vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de 
prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra 
o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra relações 
de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perduraram os efeitos da condenação, 
e aquelas impedidas por norma constitucional ou por lei especial, dentre elas: a) brasileiro 
naturalizado há menos de 10 anos em empresa jornalística e de radiodifusão sonora e 
radiodifusão de sons e imagens; b) estrangeiro sem visto permanente. A indicação de 
estrangeiro para cargo de administrador poderá ser feita, sem ainda possuir “visto 
permanente”, desde que haja ressalva expressa no ato constitutivo de que o exercício da 
função depende da obtenção desse “visto”; c) natural de país limítrofe, domiciliado em 
cidade contígua ao território nacional e que se encontre no Brasil; d) português, no gozo 
dos direitos e obrigações previstos no Estatuto da Igualdade, comprovado mediante 
Portaria do Ministério da Justiça, pode ser administrador de EIRELI, exceto na hipótese de 
empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens; e) pessoa jurídica; f) o 
cônsul, no seu distrito, salvo o não remunerado; g) o funcionário público federal civil ou 
militar da ativa. Em relação ao funcionário estadual e municipal, observar as respectivas 
legislações; h) o Chefe do Poder Executivo, federal, estadual ou municipal; i) o 
magistrado; j) os membros do Ministério Público da União, que compreende: Ministério 
Público Federal; Ministério Público do Trabalho; Ministério Público Militar; Ministério 
Público do Distrito Federal e Territórios; os membros do Ministério Público dos Estados, 
 
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conforme a Constituição respectiva; l) o falido, enquanto não for legalmente reabilitado; 
m) o leiloeiro; n) a pessoa absolutamente incapaz; o) a pessoa relativamente incapaz: 
 
4. Nome Empresarial 
O nome empresarial obedecerá ao princípio da veracidade e da novidade, 
incorporando os elementos específicos ou complementares exigidos ou não proibidos em 
lei. 
O nome empresarial da empresa individual de responsabilidade limitada poderá ser 
uma denominação ou uma firma e deverá conter ao final a expressão "EIRELI". 
O titular poderá optar por firma ou denominação. Quando adotar firma, esta será 
formada com o seu próprio nome, que deverá figurar de forma completa, podendo ser 
abreviados os prenomes. Poderá aditar se quiser ou quando já existir nome empresarial 
idêntico, designação mais precisa de sua pessoa ou de sua atividade. É obrigatória a 
alteração da firma quando houver a alteração do nome civil do titular ou em razão da 
transferência da titularidade da EIRELI. 
Adotando denominação, esta poderá conter o seu nome. 
A denominação deve designar o objeto da empresa, de modo específico, não se 
admitindo expressões genéricas isoladas, como: comércio, indústria, serviços. Havendo 
mais de uma atividade, poderão ser escolhidas uma ou mais dentre elas. 
É obrigatória a alteração da denominação quando dela constar nome do titular que 
tenha sido alterado e quando for suprimida do objeto atividade constante da denominação. 
Quando a empresa individual de responsabilidade limitada apresentar para 
arquivamento declaração de enquadramento como microempresa ou empresa de pequeno 
porte, simultaneamente ao ato constitutivo, é facultativa a indicação do objeto (atividade) 
na denominação. 
A adição ao nome empresarial da expressão ME ou microempresa e EPP ou 
empresa de pequeno porte, se aplicável, não pode ser efetuada no ato constitutivo. 
Somente depois de procedido o arquivamento do ato constitutivo e efetuado pela 
Junta Comercial o enquadramento da EIRELI na condição de microempresa, ou empresa 
de pequeno porte, mediante declaração em instrumento próprio para essa finalidade, é que, 
nos atos posteriores, se deve fazer a adição de tais termos ao nome empresarial. 
 
5. Capital e Patrimônio 
 
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7 
No que tange ao capital da empresa individual de responsabilidade limitada, pelo 
fato de ser detido por apenas um titular, não precisa ser dividido em quotas. 
Segundo Enunciados nº 472 do Conselho da Justiça Federal, aprovado na VJornada de Direito Civil: “É inadequada a utilização da expressão “social” para as 
empresas individuais de responsabilidade limitada”. 
A constituição da EIRELI exige capital não inferior a 100 (cem) vezes o maior 
salário mínimo vigente no País, e deverá estar inteiramente integralizado na constituição 
ou em aumentos futuros, poderá constar do ato constitutivo que “a responsabilidade do 
titular é limitada ao capital integralizado”. 
Segundo Enunciado nº 4 do Conselho da Justiça Federal, aprovado na I Jornada de 
Direito Comercial: “Uma vez subscrito e efetivamente integralizado, o capital da empresa 
individual de responsabilidade limitada não sofrerá nenhuma influência decorrente de 
ulteriores alterações no salário mínimo”. 
Poderão ser utilizados para integralização de capital quaisquer bens, desde que 
suscetíveis de avaliação em dinheiro. 
Conforme dispõe o Enunciados nº 473 do Conselho da Justiça Federal, aprovado na 
V Jornada de Direito Civil: ”A imagem, o nome ou a voz não podem ser utilizados para a 
integralização do capital da EIRELI”. 
No caso de imóvel, ou direitos a ele relativo, o ato constitutivo, por instrumento 
público ou particular, deverá conter sua descrição, identificação, área, dados relativos à sua 
titulação, bem como o número de sua matrícula no Registro Imobiliário. 
No caso de titular casado, deverá haver a anuência do cônjuge, salvo no regime de 
separação absoluta. 
A integralização de capital com quotas de determinada sociedade implicará na 
correspondente alteração do contrato social modificando o quadro societário da sociedade 
cujas quotas foram conferidas para integralizar o capital, consignando a saída do sócio e 
ingresso da EIRELI que passa a ser titular das quotas. Se as sedes das empresas envolvidas 
estiverem situadas na mesma unidade da federação, os respectivos processos de 
constituição e de alteração tramitarão vinculados. Caso estejam sediadas em unidades da 
federação diferentes, deverá ser primeiramente, promovido o arquivamento do ato 
constitutivo e, em seguida, promovida a alteração contratual de substituição de sócio. 
Não é exigível a apresentação de laudo de avaliação para comprovação dos valores 
dos bens declarados na integralização de capital de EIRELI. 
 
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No caso de empresário individual, já existente e a utilização de acervo, para versão 
em capital de EIRELI implica em cancelamento da sua inscrição. Esse cancelamento 
deverá ser feito concomitantemente com o processo de arquivamento da alteração da 
EIRELI. 
Na empresa individual de responsabilidade limitada é vedada a contribuição ao 
capital que consista em prestação de serviços. 
A empresa individual de responsabilidade limitada poderá reduzir o seu capital, 
desde que respeitado o valor mínimo exigido em lei, nos seguintes casos: a) se sofrer 
perdas irreparáveis; b) se for excessivo em relação ao objeto da empresa. 
No caso de redução de capital por ter sido considerado excessivo, restitui-se a 
respectiva parte ao titular. Essa redução deve ser objeto de deliberação publicada. O credor 
quirografário tem 90 dias após a publicação da deliberação para impugnar a redução. Se, 
nesse prazo, não houver impugnação ou, se provado o pagamento da dívida ou depósito 
judicial, a redução torna-se eficaz. Só então, a empresa procede o arquivamento da 
deliberação na Junta Comercial. 
A deliberação do titular que contiver alteração do ato constitutivo poderá ser 
efetivada por instrumento público ou particular, independentemente da forma de que se 
houver revestido o respectivo ato de constituição. 
Serão arquivadas alterações independentemente de consolidação do ato 
constitutivo, salvo quando se tratar de transferência de sede ou do Registro Civil para a 
Junta Comercial. 
Sugere-se que, após as cláusulas modificativas propriamente ditas, sejam 
transcritas, sob o título “Consolidação do Ato constitutivo”, todas as cláusulas, inclusive 
as alteradas e incluídas na própria alteração, mantendo-se, assim, atualizado o ato 
constitutivo. 
No que tange ao aumento do capital, este poderá ser aumentado a qualquer 
momento, desde que imediatamente integralizado. 
Referente ao patrimônio da empresa individual de responsabilidade limitada e a 
desconsideração da personalidade jurídica, o Enunciado nº 470 do Conselho da Justiça 
Federal, aprovado na V Jornada de Direito Civil, determina que: “O patrimônio da 
empresa individual de responsabilidade limitada responderá pelas dívidas da pessoa 
jurídica, não se confundindo com o patrimônio da pessoa natural que a constitui, sem 
prejuízo da aplicação do instituto da desconsideração da personalidade jurídica”. 
 
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9 
Portanto é possível a desconsideração da personalidade jurídica da EIRELI, desde 
que verificadas algumas das situações excepcionais que autorizam essa desconsideração, 
por exemplo, aquelas listadas no artigo 50 do Código Civil de 2002. 
Consoante a desconsideração da personalidade jurídica, assim dispõe os 
Enunciados nº 7 e 51 do Conselho da Justiça Federal, aprovado na I Jornada de Direito 
Civil e os Enunciado nº 281, 282, 283, 284 e 285 aprovados na IV Jornada de Direito Civil, 
que: 
Enunciado nº 7: “Só se aplica a desconsideração da personalidade jurídica quando 
houver a prática de ato irregular e, limitadamente, aos administradores ou sócios que nela 
hajam incorrido”. 
Enunciado nº 51: “A teoria da desconsideração da personalidade jurídica – 
disregard doctrine – fica positivada no novo Código Civil, mantidos os parâmetros 
existentes nos microssistemas legais e na construção jurídica sobre o tema”. 
Enunciado nº 281: “A aplicação da teoria da desconsideração, descrita no art. 50 do 
Código Civil, prescinde da demonstração de insolvência da pessoa jurídica”. 
Enunciado nº 282: “O encerramento irregular das atividades da pessoa jurídica, 
por si só, não basta para caracterizar abuso da personalidade jurídica”. 
Enunciado nº 283: “É cabível a desconsideração da personalidade jurídica 
denominada “inversa” para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para 
ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiros”. 
Enunciado nº 284: “As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos ou 
de fins não-econômicos estão abrangidas no conceito de abuso da personalidade 
jurídica”. 
Enunciado nº 285: “A teoria da desconsideração, prevista no art. 50 do Código 
Civil, pode ser invocada pela pessoa jurídica, em seu favor”. 
 
6. Objeto da Empresa 
O objeto da empresa individual de responsabilidade limitada não poderá ser ilícito, 
impossível, indeterminado ou indeterminável, ou contrário aos bons costumes, à ordem 
pública ou à moral. 
O ato constitutivo deverá indicar com precisão e clareza as atividades a serem 
desenvolvidas pela empresa, sendo vedada a inserção de termos estrangeiros, exceto 
quando não houver termo correspondente em português ou já incorporado ao vernáculo 
nacional. 
 
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10 
Entende-se por precisão e clareza a indicação de gêneros e correspondentes 
espécies de atividades. 
Segundo Instrução Normativa nº 117, de 22 de novembro de 2011 e Lei nº 8.906, 
de4 de julho de 1994, é vedado o arquivamento na Junta Comercial de empresa cujo objeto 
inclua a atividade de advocacia. 
 
7. Prazo de Duração 
A empresa individual de responsabilidade limitada poderá ter um prazo 
determinado ou indeterminado. 
Deverá ser indicada a data de término do prazo da EIRELI, quando este for 
determinado, ou declarado que o prazo é indeterminado. Quando não coincidente com o 
ano civil deverá também se indicar a data de encerramento do exercício social. 
 
8. Administração da Empresa 
A administração da empresa de responsabilidade limitada será exercida por uma ou 
mais pessoas designadas no atoconstitutivo. Não há obrigatoriedade de previsão de prazo 
do mandato de administrador, que, não estando previsto, entender-se-á ser de prazo 
indeterminado. Não é exigível a apresentação do termo de posse do administrador 
nomeado, quando do arquivamento do ato de sua nomeação. 
O administrador será designado e destituído, sempre por vontade do titular, 
mediante alteração da cláusula de administração do ato constitutivo. 
Preferencialmente, deverá constar do ato constitutivo, em cláusula própria, 
declaração, sob as penas da lei, de que o administrador não está impedido, por lei especial, 
e nem condenado ou encontrar-se sob efeitos da condenação, que o proíba de exercer a 
administração. 
A empresa individual de responsabilidade limitada poderá ser administrada pelo 
titular ou por não titular. Não podendo a pessoa jurídica ser administradora. 
O administrador não titular considerar-se-á investido no cargo mediante aposição 
de sua assinatura no ato constitutivo em que foi nomeado. 
A declaração de inexistência de impedimento para o exercício de administração, se 
não constar do ato constitutivo, deverá ser apresentada em ato separado, que instruirá o 
processo. 
Se o administrador for estrangeiro deverá ter visto permanente e não estar 
enquadrado em caso de impedimento para o exercício da administração. 
 
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Observadas as disposições da Instrução Normativa do Departamento Nacional do 
Registro do Comércio nº 111, de 1º de fevereiro de 2010, os cidadãos dos países dos 
Estados Partes do Mercosul (República Argentina, República do Paraguai e República 
Oriental do Uruguai); e dos Estados Associados (Estado Plurinacional da Bolívia e 
República do Chile) que obtiveram a residência temporária de dois anos, poderão ser titular 
ou administrador de empresa individual de responsabilidade limitada.. 
O administrador poderá renunciar o seu cargo, tornando-se eficaz, perante a 
empresa, a partir do momento em que esta toma ciência do ato, e, perante terceiros, a partir 
da data do arquivamento e publicação. 
 
9. Vantagens da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada 
A grande expectativa é que haja uma redução na criação de empresas limitadas 
fictícias, ou seja, aquelas sociedades constituídas por dois sócios apenas com o intuito de 
limitar a responsabilidade de ambos. Na prática, são administradas apenas por uma pessoa 
de fato. Em linhas gerais, a empresa individual de responsabilidade limitada vem somar 
positivamente às modalidades societárias brasileira, pois, ao mesmo tempo, reduzirá a 
constituição de sociedades cítricas, com laranjas, figuras que normalmente ficam com 1% 
(hum por cento) ou 2% (dois por cento) das quotas ou ínfima parte do capital social, e 
oferecerá solução a um dos maiores problemas dos futuros empresários, qual seja: a busca 
por sócios. 
Vale mencionar que o empresário que constituiu sociedade limitada poderá migrar 
para a empresa individual mediante protocolo de alteração do contrato social registrado na 
Junta Comercial de sua jurisdição, desde que o capital social da empresa seja superior a 
cem salários mínimos, conforme já destacado. A referida migração também será uma 
alternativa ao dispor do empresário remanescente em sociedade limitada, a quem é 
conferido o prazo legal de 180 (cento e oitenta) dias para agregar novo sócio. 
Vale salientar que, cada vez mais, o judiciário vem concedendo desconstituição da 
personalidade jurídica das empresas em ações de execuções, autorizando o direcionamento 
aos sócios, sem muito critério. Dessa forma, sob esse ponto de vista, se não forem 
respeitados na integra os requisitos legais para direcionar as execuções aos sócios e seus 
bens, a empresa individual de responsabilidade limitada não vai trazer nenhuma mudança 
de garantias ou segurança ao empresário na proteção de seus bens pessoais. Ainda essa 
blindagem continuará se dando por meio de um competente assessoramento jurídico. 
 
Revista Virtual Direito Brasil – Volume 6 – nº 2 - 2012 
 
12 
Outra expectativa é que qualquer pessoa jurídica poderá instituir subsidiária integral 
sob a forma de empresa individual de responsabilidade limitada. Atualmente, essa 
autorização só existe para as sociedades anônimas, em seus artigos. 251 e 252 da Lei nº 
6.404/76. A instituição da subsidiária integral é uma faculdade legal que poderá ser 
adotada quando se vislumbrar a necessidade de melhorar a organização administrativa, seja 
para fins de planejamento societário, familiar, sucessório ou tributário. 
Essa nova modalidade de empresa vem tomando espaço no mercado, e irá crescer 
cada vez mais, pois quem tiver o capital exigido irá se beneficiar desse novo tipo de pessoa 
jurídica. 
Por fim, num contexto administrativo, a não existência de conflitos trará 
economicidade a empresa e evitará situações burocráticas de disputas na justiça, má gestão 
e excessos financeiros cometidos por falta de planejamento entre os sócios. 
 
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