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ABACAXI Fitossanidade Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia Brasília - DF 2000 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Mandioca e Fruticultura Ministério da Agricultura e do Abastecimento Aristóteles Pires de Matos Organizador Série Frutas do Brasil, 9 Copyright © 2000 Embrapa/MA Exemplares desta publicação podem ser solicitados a: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia SAIN Parque Rural - W/3 Norte (final) Caixa Postal: 040315 CEP 70770-901 - Brasília-DF Fone: (61) 448-4236 Fax: (61) 340-2753 vendas@spi.embrapa.br www.spi.embrapa.br CENAGRI Esplanada dos Ministérios Bloco D - Anexo B - Térreo Caixa Postal: 02432 CEP 70849-970 - Brasília-DF Fone: (61) 218-2615/2515/321-8360 Fax: (61) 225-2497 cenagri@agricultura.gov.br Responsável pela edição: José Márcio de Moura Silva Coordenação editorial: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia Revisão, normalização bibliográfica e edição: Vitória Rodrigues Planejamento gráfico e editoração: Marcelo Mancuso da Cunha 1ª edição 1ª impressão (2000): 3.000 exemplares Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação do Copyright © (Lei nº.9.610). CIP-Brasil. Catalogação-na-publicação. Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia. Abacaxi. Fitossanidade / Aristóteles Pires de Matos, organizador; Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA). — Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, 2000. 77p.; il. ; (Frutas do Brasil ; 9). Inclui bibliografia. ISBN 85-7383-085-9 1. Abacaxi - Cultivo. 2. Abacaxi - Praga - Manejo integrado. 3. Abacaxi - Doença - Manejo integrado. 4. Abacaxi - Exportação - Fitossanidade. I. Matos, Aristóteles Pires de, org. II. Embrapa Mandioca Fruticultura (Cruz das Almas, BA). III. Série. CDD 634.44 © Embrapa 2000 Embrapa Mandioca e Fruticultura Rua Embrapa, s/nº Caixa Postal 007 CEP 44380-000 - Cruz das Almas-BA Fone: (75) 721-2120 Fax: (75) 721-1118 sac@cnpmf.embrapa.br www.cnpmf.embrapa.br AAUTUTORESORES Aristóteles Pires de Matos Engº Agrº, MSc, PhD, Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007, 44.380-000, Cruz das Almas, Bahia, E-mail apmatos@cnpmf.embrapa.br Dilson da Cunha Costa Engº Agrº, MSc, Embrapa mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007, 44380-000 Cruz das Almas, Bahia, E-mail dcosta@cnpmf.embrapa.br Jairo Ribeiro da Silva Engº Agrº, MSc, Secretaria de Defesa Sanitária Vegetal, Ministério da Agricultura, Brasília, DF Luiz Francisco da Silva Souza Engº Agrº, MSc, Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007, 44380-000 Cruz das Almas, Bahia, E-mail lfranc@cnpmf.embrapa.br Nilton Fritzon Sanches Engº Agrº, MSc, Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007, 44380-000 Cruz das Almas, Bahia, E-mail: sanches@cnpmf.embrapa.br Zilton José Maciel Cordeiro Engº Agrº, MSc, DS, Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007, 44.380-000, Cruz das Almas, Bahia, E-mailZilton@cnpmf.embrapa.br APRESENTAPRESENTAÇÃOAÇÃO Uma das caraterísticas do Programa Avança Brasil é a de conduzir os empreendi- mentos do Estado, concretizando as metas que propiciem ganhos sociais e institucionais para as comunidades às quais se destinam. O trabalho é feito para que, ao final da implantação de uma infra-estrutura de produção, as comunidades envolvidas acrescen- tem, às obras de engenharia civil requeridas, o aprendizado em habilitação e organização, que lhes permita gerar emprego e renda, agregando valor aos bens e serviços produzidos. O Ministério da Agricultura e do Abastecimento participa desse esforço, com o objetivo de qualificar nossas frutas para vencer as barreiras que lhes são impostas no comércio internacional. O zelo e a segurança alimentar que ajudam a compor um diagnóstico de qualidade com sanidade são itens muito importantes na competição com outros países produtores. Essas preocupações orientaram a concepção e a implantação do Programa de Apoio à Produção e Exportação de Frutas, Hortaliças, Flores e Plantas Ornamentais – FRUPEX. O Programa Avança Brasil, com esses mesmos fins, promove o empreendimento Inovação Tecnológica para a Fruticultura Irrigada no Semi-árido Nordestino. Este Manual reúne conhecimentos técnicos sobre a fitossanidade do abacaxi. Tais conhecimentos foram reunidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa – em parceria com as demais instituições do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária, para dar melhores condições de trabalho ao setor produtivo, preocupado em alcançar padrões adequados para a exportação. As orientações que se encontram neste Manual são o resultado da parceria entre o Estado e o setor produtivo. As grandes beneficiadas serão as comunidades para as quais as obras de engenharia também levarão ganhos sociais e institucionais incontestáveis. Tirem todo o proveito possível desses conhecimentos. Marcus Vinicius Pratini de Moraes Ministro da Agricultura e do Abastecimento SUMÁRIOSUMÁRIO CAPÍTULO 1 FITOSSANIDADE NA EXPORTAÇÃO DE ABACAXI .................................................................... 9 Importância ..................................................................................................................................................... 9 Termos e conceitos ........................................................................................................................................ 9 Praga ................................................................................................................................................................ 9 Fitossanidade .................................................................................................................................................. 9 Pragas Quarentenárias ................................................................................................................................. 10 Erradicação ................................................................................................................................................... 10 Inspeção ........................................................................................................................................................ 10 Quarentena pós-entrada .............................................................................................................................. 11 Monitoramento ............................................................................................................................................. 11 Área livre ....................................................................................................................................................... 11 Planos de contingência ou emergência ...................................................................................................... 11 Tratamento pós-colheita.............................................................................................................................. 11 Exigencias para exportação ......................................................................................................................... 12 CAPÍTULO 2 MANEJO INTEGRADO DAS PRAGAS E DOENÇAS DO ABACAXI ........................................ 13 Introdução..................................................................................................................................................... 13 Desenvolvimento dos problemas fitossanitários ...................................................................................... 13 Ambiente e localização do pomar .............................................................................................................. 14 Tipo e origem do material de plantio .........................................................................................................14 Implantação e condução do plantio ........................................................................................................... 15 CAPÍTULO 3 PRAGAS ............................................................................................................................................................ 17 Broca-do-Fruto (Thecla basalides) ................................................................................................................. 17 Murcha associada à cochonilha (Dysmicoccus brevipes) ................................................................................ 19 Broca-do-talo (Castnia icarus) ....................................................................................................................... 23 Ácaro-alaranjado (Dolichotetranychus floridanus) ........................................................................................... 25 CAPÍTULO 4 DOENÇAS ....................................................................................................................................................... 27 Fusariose (Fusarium subglutinans) .................................................................................................................. 27 Mancha-negra-do-fruto (Penicillium funiculosum e Fusarium moniliforme) .................................................... 31 Podridão-negra-do-fruto (Chalara (thielaviopsis) paradoxa) ......................................................................... 33 Podridão-do-olho (Phytophthora nicotiana var. parasitica) ............................................................................ 34 Podridão-das-raízes (Phytophthora cinnamomi) ............................................................................................. 36 Podridão-da-base-da muda (Chalara (thielaviopsis) paradoxa) ..................................................................... 38 Mancha-amarela (Tomato spotted wilt virus) ........................................................................................... 39 CAPÍTULO 5 NEMATOSES ................................................................................................................................................. 41 Nematóides das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus) ...................................................................... 41 Outros nematóides ...................................................................................................................................... 45 Medidas de controle ..................................................................................................................................... 46 CAPÍTULO 6 PROBLEMAS DE CAUSA ABIÓTICA ................................................................................................... 48 Queima-solar................................................................................................................................................. 48 Murcha por estresse hídrico ........................................................................................................................ 49 Fasciação ....................................................................................................................................................... 50 Escurecimento ou brunimento interno ..................................................................................................... 50 Fruto-macho ................................................................................................................................................. 51 Deficiências nutricionais .............................................................................................................................. 52 Sintomas de deficiências minerais .............................................................................................................. 52 Deficiência de nitrogênio ............................................................................................................................ 52 Deficiência de fósforo ................................................................................................................................. 52 Deficiência de enxofre ................................................................................................................................. 52 Deficiência de potássio ................................................................................................................................ 52 Deficiência de cálcio .................................................................................................................................... 53 Deficiência de magnésio .............................................................................................................................. 53 Deficiência de ferro ...................................................................................................................................... 53 Deficiência de manganês ............................................................................................................................. 53 Deficiência de zinco ..................................................................................................................................... 55 Deficiência de cobre .................................................................................................................................... 55 Deficiência de boro ...................................................................................................................................... 55 Deficiência de molibdênio .......................................................................................................................... 56 Avaliação do estado nutricional do abacaxizeiro ...................................................................................... 56 CAPÍTULO 7 USO DE AGROTÓXICOS EM ABACAXIZEIRO ............................................................................. 58 Introdução..................................................................................................................................................... 58 A fruticultura e os agrotóxicos ................................................................................................................... 58 Agrotóxicos ................................................................................................................................................... 58 Receituário agronômico ............................................................................................................................... 60 Elaboração da receita ................................................................................................................................... 60 A tecnologia e os cuidados na aplicação de agrotóxicos .......................................................................... 62 Identificação do problema .......................................................................................................................... 62 Época de aplicação ....................................................................................................................................... 63 Escolha do produto ..................................................................................................................................... 63 Aplicação do agrotóxico .............................................................................................................................. 64 Cuidados antes da aplicação ........................................................................................................................ 64 Cuidados durante a aplicação ...................................................................................................................... 65 Cuidados depois da aplicação .....................................................................................................................66 Manutenção dos equipamentos de pulverização ...................................................................................... 66 CAPÍTULO 8 ENDEREÇO ÚTEIS .................................................................................................................................... 68 CAPÍTULO 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................... 71 CAPÍTULO 10 GLOSSÁRIO .................................................................................................................................................... 75 99Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9 Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade 1 se levarem ao produtor informações práti- cas e objetivas, que possibilitem a internalização das informações e a conse- qüente aplicação de novos conhecimentos para a solução dos problemas nas próprias áreas de produção. TERMOS E CONCEITTERMOS E CONCEITOSOS PragaPraga De acordo com o Artigo II do novo texto da Convenção Internacional para Proteção de Vegetais adotado na XX Ses- são da Conferência da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agri- cultura (FAO), assim como pela Resolução 14/79, promulgada pelo Decreto n.º 318, de 31 de outubro de 1991 e publicado no Diário Oficial da União (DOU) de 1º de novembro de 1991, o termo praga significa qualquer forma de vida vegetal ou animal, ou qualquer agente patogênico daninho ou potencialmente daninho para os vegetais ou produtos vegetais. FitossanidadeFitossanidade A presença de pragas constitui, por- tanto, motivo de preocupação para o agri- cultor por representar uma ameaça cons- tante à sua produção vegetal. As pragas podem disseminar-se de uma região para outra por agentes naturais, como por exemplo o vento e os pássaros, ou ainda por vias criadas pelo homem, o qual, sem dúvida, vem contribuindo para tal dispersão desde que se engajou na agri- cultura. Nesse sentido, o homem tem de- sempenhado um papel de destaque devido à expansão dos movimentos migratórios das populações, à intensificação do comér- cio internacional e ao progresso dos meios de transporte (terrestre, marítimo e aéreo), IMPORTÂNCIAIMPORTÂNCIA Com uma produção mundial de cerca de treze milhões de toneladas, o abacaxi ocupa lugar de destaque entre as principais frutas tropicais no comércio internacional. O Brasil, com uma produção superior a um milhão e setecentas mil toneladas, é o se- gundo produtor mundial de abacaxi, sendo superado apenas pela Tailândia. Em 1998, o valor da produção brasileira de abacaxi foi superior a três milhões e oitocentos mil dólares. Apesar de sua importância como grande produtor mundial, o Brasil tem par- ticipação inexpressiva no mercado interna- cional dessa fruta. Praticamente, toda a produção nacional é comercializada no mercado interno com uma pequena parce- la, estimada em 1% da produção nacional, exportada sobretudo para o Uruguai e a Argentina. E embora o Brasil seja um grande produtor e consumidor de abacaxi, a abacaxicultura brasileira enfrenta sérios problemas, especialmente de ordem fitossanitária, nas fases de produção e pós- colheita, que limitam a sua inserção no mercado internacional. Além disso, exis- tem exigências específicas da parte dos países importadores de frutas frescas, que devem necessariamente ser atendidas. Em primei- ro lugar, são feitas rigorosas restrições à entrada de frutas portadoras de organismos exóticos, que possam representar risco para a agricultura do país importador. Outra restrição importante diz respeito aos agrotóxicos utilizados e a seus resíduos, os quais são objeto de vigilância permanente. Esses fatores e condições mostram a importância da fitossanidade na exportação dessa fruta e apontam para a necessidade de FITOSSANIDADE NA EXPORTAÇÃO DE ABACAXI Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade1010 fatos que ampliaram substancialmente os riscos de disseminação de pragas. No início do século, os países passa- ram a adotar maior controle sanitário, a fim de evitar o ingresso e o estabelecimento de pragas exóticas, já pensando na proteção da agricultura e do meio ambiente. O conjunto de práticas, medidas ou métodos para im- pedir a introdução e o estabelecimento, bem como controlar essas pragas, consti- tui-se no que se denomina defesa sanitária vegetal, quarentena vegetal ou fitossanidade. A quarentena vegetal, que as autorida- des públicas de um país impõem aos de- mais, restringe a entrada de plantas, produ- tos vegetais (frutas, sementes, folhas) e culturas de organismos vivos, assim como material de embalagem e até mesmo contêineres nos quais os produtos são trans- portados. Com isso, cada governo protege sua agricultura das pragas inexistentes no seu território. A partir de 1º de janeiro de 1995, as medidas quarentenárias têm sido estabelecidas com base em evidências bio- lógicas e jamais por razões políticas ou econômicas, conforme determina o Acor- do de Marrakesh, do qual o Brasil é signa- tário, e que criou a Organização Mundial do Comércio, da qual nosso país é membro. Pragas QuarentenáriasPragas Quarentenárias Segundo o texto da Convenção Inter- nacional para a Proteção das Plantas apro- vado em Roma em 1979 - referendado pelo Governo Brasileiro pelo Decreto Legislativo n.º 12 de 1985 - define-se como praga quarentenária para um determinado país, todo organismo de natureza animal ou ve- getal que, não estando presente no país, apresenta características de ser potencial causador de importantes danos econômi- cos se nele introduzido. Existem dois tipos de praga quarentenária: Praga quarentenária A1 - aquela que ainda não está presente no país; Praga quarentenária A2 - aquela que já está presente no país, porém não se encon- tra amplamente distribuída, ou seja, exis- tem áreas e/ou regiões geográficas em que a praga não está estabelecida e que possuem programas oficiais de controle. Para que uma praga seja considerada quarentenária A2 para o Brasil, é preciso obter esse reconhecimento por parte dos demais países que, com o Brasil, compõem a região da América do Sul conhecida como Cone Sul (Argentina Chile, Paraguai e Uru- guai), por meio do seu Comitê de Sanidade Vegetal - COSAVE. Tal procedimento foi acordado pela Resolução Única da V Reu- nião do Conselho de Ministros do COSAVE, em 12 de junho de 1995 e ado- tado pela Portaria Ministerial n.º 641, de 10 de outubro de 1995, publicada no DOU da mesma data. Por esses mesmos instrumen- tos, foram criadas e adotadas, pelo Brasil, as Diretivas para o Reconhecimento de Áreas Livres de Pragas. ErradicaçãoErradicação A introdução de uma nova praga e/ ou doença nos países tem em geral forte repercussão social e econômica. Um bom exemplo é o da mosca-do-mediterrâneo (uma praga de frutos) no estado da Califórnia, Estados Unidos da América que, no período de 1980 a 1982, represen- tou para aquele país perdas de 100 milhões de dólares nas vendas de frutas e o dispên- dio de outros 100 milhões para erradicá-la. O processo de erradicação consiste na eliminação total de uma praga, seja por métodos químicos, seja por biológicos ou outros que também se prestem a este pro- pósito. InspeçãoInspeção Como o trânsito de plantas ou de suas partes, por meio de turistas ou do comércio internacional e regional, representa uma ameaça para qualquer país ou região, são necessários atos normativos e pessoal qua- lificado para a fiscalização e inspeção inte- restadual ou internacional desses produtos. 1111Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9 Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade Os profissionais desta área atuam geral- mente em portos, aeroportos e postos de fronteira, executando tarefas rotineiras de inspeção de vegetais, emissão de certifica- do fitossanitário, fornecimentode atesta- dos liberatórios, apreensão, interdição e destruição de material suspeito. A inspeção corresponde ao exame vi- sual e minucioso, com o auxílio de instru- mentos próprios para a detecção de sinais e sintomas de organismos exóticos. Suas téc- nicas podem incluir uma série de exames destinados a constatar a presença tanto de ovos de ácaros e insetos como da estrutura de reprodução de fungos e outros agentes, quer em plantas quer em produtos de ori- gem vegetal, ou no material de embalagem. Esse procedimento permite que só os pro- dutos tidos como livres de pragas quarentenárias entrem no país. Quarentena pós-entradaQuarentena pós-entrada Quando os exames não acusam a pre- sença de pragas, o inspetor responsável pela quarentena fornece um atestado que garante a fitossanidade da partida e, em conseqüência, a sua liberação. Em contraposição, se o produto for considera- do de alto risco, passará pela análise da quarentena pós-entrada que consiste no envio do produto a uma estação quarentenária a fim de ser examinado sob condições de isolamento que indicarão se o produto será liberado ou destruído, geral- mente por meio de incineração. MonitoramentoMonitoramento No caso das frutas destinadas à expor- tação, deve-se em princípio escolher as cultivares mais resistentes às pragas, cujos frutos tenham boa aceitação pelo mercado a que se destinam. O monitoramento da região onde o pomar está localizado é indis- pensável para a manutenção de boas condi- ções fitossanitárias. O monitoramento do plantio deve ser feito mediante visitas peri- ódicas por profissionais qualificados, nas diferentes épocas do ano e nas diversas fases fenológicas da cultura. Tais visitas têm o objetivo de verificar a ocorrência de pragas, proceder ao exame da qualidade e da quantidade dos insetos capturados pelas armadilhas adequadamente distribuídas pelo pomar, para subsidiar uma avaliação do estado fitossanitário do abacaxizal e poder adotar as medidas cabíveis com a maior brevidade possível. Área livreÁrea livre Não se constatando na região inspeci- onada a presença de pragas quarentenárias, ela poderá ser considerada área livre, embo- ra deva seguir, necessariamente, um amplo plano de monitoramento, envolvendo ar- madilhas, eliminação dos hospedeiros po- tenciais de pragas específicas e assistência da estação quarentenária, onde serão reali- zados testes semelhantes aos descritos no processo de quarentena na pós-entrada. A Portaria Ministerial n.º 641, de 10 de outu- bro de 1995, publicada no DOU da mesma data, assim como as Diretivas para o Reco- nhecimento de Áreas Livres de Pragas, preconizadas pela FAO, regulamentam o estabelecimento de áreas livres. Planos de contingência ouPlanos de contingência ou emergênciaemergência Se numa área considerada livre for detectada alguma praga, entrarão em vigor os chamados planos de contingência ou emergência. Estes consistem na implementação de medidas para impedir a proliferação da praga, envolvendo a inten- sificação de pulverizações com agrotóxicos, aumento no número de armadilhas e da quantidade de atrativo, e a remoção de material para exame em estações quarentenárias. Tratamento pós-colheitaTratamento pós-colheita O período de tempo entre a colheita e a comercialização dos frutos de abacaxi gira em torno de 22 dias, dependendo da distân- cia entre o centro produtor e o mercado consumidor. Para que um fruto colhido possa chegar ao seu destino em boas condi- ções, alguns cuidados especiais devem ser Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade1212 tomados. Durante a colheita, o transporte, a lavagem, o tratamento químico e o acon- dicionamento, os frutos devem ser manu- seados com bastante cuidado, evitando ferimentos os quais podem ser rapidamen- te colonizados por patógenos, especialmente Chalara (Thielaviopsis) paradoxa, agente causal da podridão-negra do abacaxi, a mais impor- tante doença em pós-colheita dessa fruta. Exigencias para exportaçãoExigencias para exportação As exigências para a exportação de abacaxi dependem de cada país importa- dor. Na Argentina, por exemplo, o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar – Senasa exige que a merca- doria cumpra as normas de qualidade co- mercial, agrotóxicos e condições para o seu consumo. Ao chegar naquele país, a partida será submetida à inspeção de rotina e serão colhidas amostras do material para posterior análise em laboratório. Sabe-se que somente a alta qualidade de frutos produzidos, livres de pragas, de doenças e de distúrbios fisiológicos, é capaz de conquistar novos mercados. Existem, entretanto, exigências específicas por parte dos países importadores que devem ser atendidas, como a entrada de frutas porta- doras de organismos ameaçadores à agri- cultura do país e frutos com excesso de resíduos agrotóxicos. Ainda com respeito a restrições, as embalagens de madeira têm sido alvo de exigências, pois muitas delas podem servir de veículo para introdução de pragas, como o besouro-chinês (Anoplophora glabripennis). Esse besouro, recentemente estabelecido nos Estados Unidos, nos esta- dos de Nova Iorque e Illinois, preocupa as autoridades de sanidade vegetal daquele país por constituir uma ameaça concreta às regiões americanas produtoras de madeira. Nesse particular já existem restrições no Chile e também no Brasil onde, em novem- bro de 1999, os Ministérios da Fazenda, da Agricultura e do Abastecimento editaram a Portaria Interministerial n.º 499, de 3 de novembro de 1999, publicada no DOU do dia 5 de novembro de 1999, sobre o assunto. Assim sendo, é muito importante que o exportador em potencial verifique as exi- gências do país importador. Para tanto, é recomendável buscar informações sobre o assunto junto ao adido agrícola na embaixa- da ou consulado do país para onde se deseja exportar, informações estas que podem ser complementadas por meio de contatos com outros exportadores. 1313Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9 Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade 2MANEJO INTEGRADODAS PRAGAS E DOENÇAS DO ABACAXI Figura 1.Figura 1. Interação entre os fatores responsáveis pelo desenvolvimento de problemas fitossanitários na cultura do abacaxizeiro. INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO A crescente demanda, pelos consumi- dores, por produtos de boa aparência e qualidade, aliada ao menor uso de agrotóxicos, tem feito com que os produto- res que se dedicam à fruticultura de expor- tação adotem, cada vez mais, práticas inte- gradas de manejo de pragas e doenças em seus pomares. Neste sentido, as práticas e cuidados abordados neste Manual devem ser implementados, sempre que possível, visando à redução do uso de agrotóxicos, sem, contudo, causar decréscimo na produ- ção de frutos nem em suas qualidades. DESENVDESENVOLOLVIMENTVIMENTO DOSO DOS PROBLEMAS FITPROBLEMAS FITOSSANITÁRIOSOSSANITÁRIOS Para que determinado problema fitossanitário se estabeleça em maior ou menor intensidade sobre uma cultura, é necessária a integração de quatro compo- nentes importantes no seu processo epidemiológico: hospedeiro suscetível; pre- sença de pragas e patógenos; ambiente fa- vorável; e a ação de vetores e do próprio homem (Figura 1). Quando um ou mais dos três primeiros fatores ocorrem de maneira desfavorável, ou quando o homem inter- vém com o objetivo de controlar as pragas Ilu st ra çã o: M ar ce lo M an cu so d a C un ha Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade1414 e doenças, os problemas fitossanitários não ocorrem ou ocorrem em níveis insignifi- cantes. Por outro lado, o homem e os vetores podem agir como disseminadores de pragas e doenças fazendo com que de- terminados problemas fitossanitários apa- reçam em lugares onde eles não existiam, ou então tornando-os mais severos.AMBIENTE E LAMBIENTE E LOCALIZAÇÃOOCALIZAÇÃO DO POMARDO POMAR O abacaxi é uma planta originária da região amazônica, razão pela qual as áreas localizadas na faixa compreendida entre os paralelos 25ºN e 25ºS são consideradas as mais adequadas ao seu cultivo. Entretanto, pomares comerciais de abacaxi podem ser encontrados fora dessa faixa como é o caso da região de Assam, na Índia, a 30º45’N, e de Port Elizabeth, na África do Sul, 33º58’S. A faixa ótima de temperatura para que o abacaxizeiro possa expressar seu melhor desenvolvimento das raízes e da parte aérea situa-se entre 22ºC e 32ºC, porém ele é capaz de suportar temperaturas de até 40ºC, embora haja risco de queima das folhas. As temperaturas mínimas registradas, onde ainda se observa crescimento do abaca- xizeiro, estão em torno de 5ºC. No entanto, sob condições de baixa temperatura o de- senvolvimento da planta é muito lento. Outro fator ambiental importante no cultivo do abacaxizeiro é a precipitação pluviométrica. Chuvas bem distribuídas, num total de 1.000 a 1.500 mm por ano, são suficientes para propiciar bom crescimento e produção ao abacaxizeiro. Porém, plantios comerciais têm sido encontrados tanto em regiões onde a precipitação anual é de 500 a 600 mm, quanto acima de 3.000 mm. Para a instalação do plantio, deve-se escolher um terreno plano ou de declividade inferior a 5%, cujo solo apresente profun- didade superior a 70 cm, textura média ou arenosa, pH entre 4,5 e 5,5 e boa drenagem, devendo-se dar preferência a áreas próxi- mas a reservatórios de água, devido à neces- sidade de sua utilização na mistura de pro- dutos químicos. TIPO E ORIGEM DO MATIPO E ORIGEM DO MATERIALTERIAL DE PLANTIODE PLANTIO O primeiro passo para a instalação de um pomar sadio e produtivo consiste na utilização de material de plantio de boa qualidade e procedência. Os padrões míni- mos de qualidade para produção, transpor- te e comercialização de mudas de abacaxizeiro, baseados na Portaria n.º 384, de 15 de dezembro de 1980, publicada no DOU de 17 de dezembro de 1980, são a seguir especificados: o comprimento da muda, a partir do colo, deverá ser de 20 cm a 40 cm para qualquer variedade, exceto para as mudas do tipo coroa, cujo compri- mento mínimo não poderá ser inferior a 15 cm; mudas da cultivar Pérola ou simila- res deverão pesar entre 150 a 250 gramas e as de Smooth Cayenne, de 200 a 350 gramas; as mudas deverão estar isentas de pragas e moléstias e não apresentarem danos mecâni- cos; a comercialização das mudas poderá ser a granel ou em embalagem ventilada. O abacaxizeiro produz, naturalmente, quatro tipos de mudas: rebentão, filhote- rebentão, filhote e coroa (Figura 2). Além dessas mudas, podem ser obtidas por seccionamento do caule de plantas que já produziram. Todas estas mudas possuem características distintas que devem ser con- sideradas no momento de escolher o tipo do material a ser utilizado para a instalação de novos pomares: • Rebentão. É a mais precoce das mudas do abacaxizeiro. Porém, devido pro- vavelmente ao seu desenvolvimento a par- tir de gemas situadas na base do caule, região geralmente infectada pelo fungo Fusarium subglutinans, agente causal da fusariose, os rebentões apresentam alta in- cidência dessa doença, o que limita seu uso como material de plantio. • Filhote rebentão. Muda que se forma na base do pedúnculo, o filhote 1515Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9 Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade rebentão, como o próprio nome indica, apresenta características tanto das mudas tipo filhote quanto dos rebentões. • Filhote. Originados de gemas situ- adas na região apical do pedúnculo, próxi- ma da base dos frutos, os filhotes são as mudas formadas em maior número no abacaxizeiro. Apesar de serem menos pre- coces do que o rebentão e de apresentarem altos percentuais de infecção pela fusariose, os filhotes têm sido o material de plantio preferido pelos produtores, especialmente na cultivar Pérola. • Coroas. Localizadas no topo dos frutos, as coroas só são utilizadas como material de plantio em regiões onde os frutos são destinados à indústria. Além de possuírem ciclo mais longo do que os de- mais tipos de mudas e apresentarem alta suscetibilidade a F. subglutinans, as coroas são também facilmente atacadas por outros patógenos. • Plântulas ou mudas de secção de caule. Produzidas em condições de vivei- ro, a partir de plantas que já produziram frutos, as plântulas apresentam como prin- cipal vantagem sua sanidade no que diz respeito à fusariose, mais grave doença da abacaxicultura brasileira. A escolha da variedade a ser cultiva- da deve ser feita com base na sua aceitação pelo mercado consumidor onde devem ser colocados os frutos. Deve também ser leva- da em conta a sua capacidade de adaptação às condições de clima e ao solo da região. Outro ponto importante diz respeito à dis- ponibilidade de mudas de boa qualidade para a instalação do plantio. IMPLANTIMPLANTAÇÃO EAÇÃO E CONDUÇÃO DO PLANTIOCONDUÇÃO DO PLANTIO Com uma antecedência de 60 a 90 dias, devem-se coletar amostras de solos para análise. Esta antecedência se faz neces- sária uma vez que, sendo preciso realizar a correção do solo, esta será efetuada em tempo hábil. Em áreas virgens, o preparo do solo consiste em roçagem, destoca, encoiva- ramento, queima, aração e gradagem. Caso a área tenha sido anteriormente cultivada com abacaxi, deve-se proceder à incorpo- ração dos restos culturais, a menos que tenha ocorrido incidência de pragas e doen- ças no cultivo precedente. A aração e a gradagem deverão ser efetuadas nos dois sentidos do terreno a uma profundidade de 30 cm. Como regra geral, sob condições de sequeiro, o plantio do abacaxizeiro deve ser efetuado no final da estação seca e início das chuvas, dando-se preferência a espaçamentos mais adensados, em fileiras simples ou duplas, que permitam um nú- mero mínimo em torno de 37.000 plantas por hectare. É importante, durante o ciclo da cultura, manter o abacaxizal livre das plan- tas invasoras, especialmente nos primeiros seis meses após o plantio. Capinas manuais, cobertura morta ou aplicação de herbicidas são as medidas mais comumente emprega- das no controle do mato. Cultivadores à tração animal têm uso restrito aos primei- ros meses após o plantio. A adubação deve ser feita sempre com base na análise do solo. Na primeira adubação, realizada um a dois meses após o Figura 2.Figura 2. Planta de abacaxizeiro mos- trando os diferentes tipos de mudas. A ut or : D om in go H ar ol do R ei nh ar dt Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade1616 plantio, o adubo deve ser colocado no solo, próximo da planta, enquanto na segunda e na terceira adubações, o adubo tanto pode ser colocado no solo quanto na axila das folhas basais. A decisão sobre a escolha das fontes dos nutrientes deverá ser fundamen- tada, dentre outros aspectos, no custo por unidade do nutriente em questão. A época de floração do abacaxizeiro, e por conseguinte da colheita, pode ser antecipada e uniformizada mediante a aplica- ção de fitorreguladores, sendo o carbureto de cálcio e o ácido 2-cloroetilfosfônico os mais utilizados. Além de possibilitar escalonamento e homogeneidade na pro- dução, com reflexos positivos na renda do produtor, a prática da indução floral permi- te também que se programe o desenvolvi- mento da inflorescência e do fruto em épocas desfavoráveis à incidência da fusariose, o que constitui vantagem adicio- nal desta prática. 1717Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9 Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade 3PRAGAS Figura 3.Figura 3. ( ) Locais onde a broca-do-fruto já foi encon- trada em abacaxi. Algumas espécies de insetos,ácaros, nematóides e sínfilospodem afetar a produção do abacaxizeiro, assumindopapel de pragas e trazendo prejuízos acentuados ao produtor. Cerca de 85 espécies de organismos já foram encontradas associadas com o aba- caxi no mundo. No Brasil, 29 espécies de artrópodos, pertencentes às ordens Homoptera, Coleoptera, Hymenoptera, Lepidoptera, Isoptera, Hemiptera e Thysanoptera, já foram relatadas em asso- ciação com esta cultura. Entre esses, a cochonilha Dysmicoccus brevipes (Cockerell, 1893), a broca-do-fruto, Thecla basalides (Geyer, 1837), a broca-do-talo, Castnia ica- rus (Cramer, 1775) e o ácaro-alaranjado, Dolichotetranycus floridanus (Banks, 1900) têm sido considerados como causadores de pro- blemas à abacaxicultura. BROCA-DOBROCA-DO-FRUT-FRUTOO ((Thecla basalidesThecla basalides)) INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO A broca-do-fruto Thecla basalides (Geyer, 1837) é considerada uma das prin- cipais pragas do abacaxi no Brasil. Presente praticamente em todas as regiões produto- ras, T. basalides já foi encontrada sobre Ananas ananassoides (Baker) L. B. Smith, var. typicus L. B. Smith, e em plantas pertencentes ao gênero Achmea. Fora da família Brome- liaceae, a praga pode ser encontrada em Heliconia. DISTRIBUIÇÃODISTRIBUIÇÃO A broca-do-fruto ocorre em todo o continente americano, desde o México até a Argentina, atacando, além do abacaxizeiro, espécies de bromeliáceas nativas. No Brasil é encontrada, praticamente, em todas as regiões produtoras (Figura 3). DESCRIÇÃO E CICLDESCRIÇÃO E CICLO DE VIDO DE VIDAA O adulto pode ser encontrado, duran- te todo o dia, voando de um modo rápido e irregular, realizando as posturas dos ovos nas inflorescências, desde a emergência destas no centro da roseta foliar até o fechamento das últimas flores. Após esta fase, não mais ocorre a oviposição na planta. Os ovos são brancos, circulares, leve- mente achatados e possuem 0,8 mm de diâmetro. Cerca de cinco dias após a postura, a lagarta eclode e imediatamente começa a procurar um local entre os frutilhos, onde inicia a perfuração da inflorescência, per- manecendo no interior desta em torno de Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade1818 15 dias, abrindo galerias e destruindo os tecidos. Ao completar o seu desenvolvimen- to, a lagarta pode atingir de 18 mm a 20 mm de comprimento por 6 mm de largura, apresenta coloração avermelhada e aspecto típico de “lesma” ou “tatuzinho-de-jardim” (Figura 4). Após essa fase de destruição, ela desce até a base do pedúnculo, transfor- mando-se em uma pupa, de coloração cas- tanha, com pequenas manchas escuras, medindo 12 mm de comprimento e 5 mm de largura. Sete a dez dias após, emerge o adulto, uma borboleta de pequenas dimen- sões (28 mm a 35 mm de envergadura), de coloração cinzento-ardósia na face superior das asas, e pardo-clara, na inferior (Figura 5). DDANOS E EFEITANOS E EFEITOSOS ECONÔMICOSECONÔMICOS À medida que os tecidos da inflorescência vão sendo destruídos pela lagarta (Figura 6), ocorre a exsudação de uma resina incolor e fluida que, em contato com o ar, torna-se amarelada e, ao solidifi- car-se, apresenta coloração marrom-escura. Mesmo que algumas vezes a lagarta também possa penetrar na inflorescência pelo olho do frutilho (cavidade floral), nor- malmente é possível diferenciar um ataque da broca da ocorrência da doença fusariose, pelo local da exsudação da resina na inflorescência: no ataque da fusariose, a resina exsuda a partir do olho do frutilho enquanto que aquela exsudada entre os frutilhos, corresponde ao da broca-do-fruto. Embora esse inseto possa também atacar as gemas de mudas na base da inflorescência, mudinhas em viveiros e, mais raramente, assumir o hábito de minador de folhas de abacaxi, na maioria das vezes o ataque ocorre durante a fase de florescimento e formação do fruto. Os danos causados pela broca variam conside- ravelmente, podendo chegar a mais de 90%. Em algumas regiões produtoras do Nor- deste os períodos mais secos parecem favorecer o seu ataque. CONTROLECONTROLE O produtor deve realizar o monitoramento periódico da praga, desde o surgimento da inflorescência no centro da roseta foliar, até o fechamento das últi- mas flores para observar a ocorrência das posturas dessa borboleta. Em caso de baixa incidência, o controle será dispensado, evi- tando-se gastos desnecessários. Ocorrendo a praga, deverão ser realizadas quatro apli- cações de inseticidas (pulverização ou polvilhamento) em intervalos regulares, sendo a primeira após a emergência da inflorescência (antes da abertura das pri- meiras flores) e as demais até o fechamento das últimas flores. Figura 4.Figura 4. Lagarta da Thecla basalides deixando a inflorescência. Figura 5.Figura 5. Adulto da broca-do-fruto Thecla basalides. Fo to : N ilt on F itz on s Sa nc he s Fo to : N ilt on F itz on s Sa nc he s 1919Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9 Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade Durante o preparo da calda insetici- da, quando forem usados agrotóxicos de formulação pó molhável, deve-se adicionar um espalhante adesivo à mistura, para pro- mover a aderência e a distribuição do pro- duto à superfície da planta. O polvilhamento na inflorescência pode ser realizado em pequenas áreas ou onde a água é escassa, usando-se uma pequena lata com diminutos furos em sua base, fazendo com que a quantidade dese- jada de pó venha a ser facilmente distribu- ída pela superfície da inflorescência. Um grama do produto comercial/planta é o suficiente para o controle da praga. É con- veniente lembrar que em períodos chuvosos essa prática não é recomendada pois o pro- duto pode ser facilmente lavado da planta. MURCHA ASSOCIADMURCHA ASSOCIADA ÀA À COCHONILHACOCHONILHA ((Dysmicoccus brevipesDysmicoccus brevipes)) INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO A murcha associada à cochonilha Dysmicoccus brevipes (Cockerell, 1893) é con- siderada um dos maiores problemas mun- diais da cultura do abacaxi. Essa doença foi detectada em 1910, no Havaí e, desde en- tão, vem causando elevados prejuízos aos abacaxicultores. Apesar de conhecida há longo tempo, a murcha é ainda um proble- ma de etiologia não totalmente esclarecida: a presença de D. brevipes em plantas sinto- máticas fez com que, por muito tempo, a murcha fosse considerada como resultante do ataque deste inseto. A constatação de partículas virais em plantas atacadas, entre- tanto, tem indicado a possibilidade do envolvimento desse agente na etiologia da murcha. DISTRIBUIÇÃODISTRIBUIÇÃO A murcha associada à cochonilha é um problema que ocorre em todas as regiões produtoras de abacaxi do mundo. No Brasil, encontra-se disseminada por todo o país (Figura 7). DESCRIÇÃO E CICLDESCRIÇÃO E CICLO DE VIDO DE VIDAA D. brevipes possui um grande número de hospedeiros, podendo ser observada também nas culturas de arroz, batatinha, algodão, banana, milho, sorgo, cana-de-açúcar, Figura 6.Figura 6. Inflorescência atacada pela broca-do-fruto: emissão de dejetos de um frutilho. Fo to : N ilt on F itz on s Sa nc he s Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade2020 Brachiaria plantaginea, entre outros, assim como em plantas invasoras como Cyperus sp. (dandá ou tiririca). Essa cochonilha é, normalmente, en- contrada vivendo em colônias, na base das folhas e nas raízes do abacaxizeiro (Figura 8). A fêmea possui um corpo ovalado, leve- mente rosado, coberto por uma massa cerosa branca, de aspecto farinhento, cir- cundado por vários apêndices cerosos bran- cos, e medindo 0,5 mm (ninfa) a 2,5 mm (adulto) de comprimento. O macho é me- nor, medindo de 0,5 mm (ninfa) a 1,20 mm (adulto) de comprimento, normalmente en- contrado dentro de formações cerosas se- melhantes a pequenos flocos de algodão. Cada fêmea adulta pode gerar em seu perí- odo de vida, em média,295 descendentes, ovipositando, aproximadamente, 5 ovos/dia. DDANOS E CONSEQÜÊNCIASANOS E CONSEQÜÊNCIAS ECONÔMICASECONÔMICAS Os sintomas iniciais da murcha associ- ada à cochonilha ocorrem nas raízes que paralisam o crescimento e apodrecem. Na Figura 7. Figura 7. ( ) Locais onde a murcha associada à cochonilha já foi encontrada em abacaxi. Figura 8.Figura 8. Abacaxizeiro com alta infestação da cochonilha Dysmicoccus brevipes. Fo to : D om in go H ar ol do R ei nh ar dt 2121Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9 Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade parte aérea, as folhas expressam coloração avermelhada e os bordos se curvam para baixo e para dentro. Com o desenvolvi- mento da doença, as folhas perdem a turgescência e apresentam seca da região apical (Figura 9). Uma planta atacada pela murcha de cochonilha produz fruto peque- no e de baixo, ou nenhum, valor comercial. Os prejuízos causados por essa doença podem, algumas vezes, ultrapassar 70%. A cultivar Smooth Cayenne é altamente sus- cetível à murcha, sendo a Pérola um pouco mais tolerante. Formigas-doceiras podem viver em processo simbiótico, por protocooperação, com a cochonilha: ao mesmo tempo em que as formigas alimentam-se da secreção açucarada, produzida pela cochonilha, pro- tegem aquela praga de seus inimigos natu- rais, e transportam as ninfas, propiciando a dispersão da praga entre plantas. CONTROLECONTROLE O controle da murcha associada à cochonilha depende da integração de várias medidas. A primeira delas consiste na utili- zação de mudas sadias e com baixa infestação da cochonilha. Após a colheita das mudas, essas podem ficar expostas ao sol, na pró- pria planta, com a base voltada para cima, por 1 a 2 semanas. Este procedimento, denominado de cura, auxilia a destruição das cochonilhas que se encontram nas fo- lhas mais externas da base da muda. Caso as mudas estejam altamente in- festadas pela cochonilha, elas devem ser tratadas por imersão numa suspensão con- tendo diazinon ou outro inseticida, e um espalhante adesivo, por três a cinco minu- tos. Após o tratamento, deve-se deixar es- correr o líquido excedente (Figura 10). Tra- tamento alternativo consiste em utilizar o tratamento por fumigação, cobrindo as mudas com uma lona de plástico e aplican- do-se um grama de fosfina/metro cúbico, durante 72 horas. Outra opção, menos one- rosa por exigir menos mão-de-obra, é a pulverização de uma suspensão de insetici- da associada a um espalhante adesivo sobre as mudas ainda aderidas à planta-mãe, após Figura 9.Figura 9. Abacaxizeiro apresentando sintomas da murcha. Fo to : N ilt on F itz on s Sa nc he s Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade2222 a colheita do fruto, durante a fase de cres- cimento (ceva). D. brevipes deve ser controlada de ma- neira preventiva durante o ciclo vegetativo do abacaxizeiro, pulverizando-se as plantas aos 60, 150 e 240 dias após o plantio, aplican- do-se, respectivamente, 30 ml, 40 ml e 60 ml, de uma solução inseticida/planta, usando- se, na oportunidade, um dos produtos registrados para este fim. É também importante destruir os res- tos da cultura anterior, caso esta tenha Figura 10.Figura 10. Tratamento de mudas de abacaxi por imersão em solução inseticida. manifestado infestação pela cochonilha, a fim de eliminar focos, evitando assim a disseminação da praga. Além disso, deve-se manter a cultura livre de plantas daninhas, uma vez que essas servem de fontes de alimento e abrigo para algumas espécies de formigas-doceiras, já referidas como simbiontes da praga. Um bom preparo do solo ajuda a destruir os ninhos das formigas-doceiras, porém, em áreas com alta infestação desta praga, deve-se realizar o seu controle para evitar a disseminação da cochonilha. Fo to : N ilt on F itz on s Sa nc he s 2323Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9 Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade Figura 11. Figura 11. ( ) Locais onde a broca-do talo já foi encontrada em abacaxi. Figura 12. Figura 12. Adulto da broca-do-talo Castnia icarus. BROCA-DOBROCA-DO--TTALALOO ((Castnia icarusCastnia icarus)) INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO A broca-do-talo Castnia icarus (Cramer, 1775), também conhecida como broca-do- olho, broca-do-caule, broca-gigante e lepidobroca, além de atacar o abacaxi, pode também ser encontrada em pseudocaule de bananeira e outras musáceas no Amazonas e no Pará. DISTRIBUIÇÃODISTRIBUIÇÃO A ocorrência dessa praga está restrita ao Norte e Nordeste do Brasil onde já foi relatada em regiões produtoras de abacaxi dos estados do Amazonas, da Bahia, do Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Pernambuco, de Alagoas e de Sergipe (Figura 11). DESCRIÇÃO E CICLDESCRIÇÃO E CICLO DE VIDO DE VIDAA Na fase adulta é uma mariposa com cerca de 34 mm de comprimento e 87 mm 105 mm de envergadura (Figura 12). As asas apresentam uma forte coloração mar- rom com reflexo verde nas anteriores, e vermelho, nas posteriores. As posturas são realizadas durante o dia, na base das folhas mais externas da planta. Os ovos, facilmente reconhecidos, são ovóides- alongados com 6 mm de comprimento e 2,7 mm de diâmetro, e apresentam uma coloração rosa-alaranjada (Figura 13). Após a eclosão, a lagarta perfura as folhas, procurando penetrar no talo. Em seu interior, vai abrindo galerias, destruin- do os tecidos. As lagartas, de coloração branco-amarelada, podem atingir 60 mm de comprimento ou mais (Figura 14). Quando a lagarta atinge o seu comple- to desenvolvimento, confecciona um casu- lo, usando as fibras do talo e, em seguida, transforma-se em pupa, de coloração mar- rom-escura. DDANOS E EFEITANOS E EFEITOSOS ECONÔMICOSECONÔMICOS Uma vez no interior da planta, a lagar- ta alimenta-se dos tecidos, abrindo galeria no talo e promovendo o definhamento e a Fo to : N ilt on F itz on s Sa nc he s Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade2424 morte da planta afetada. Os sintomas de seu ataque são as folhas seccionadas na região basal, o “olho morto” (Figura 15), a presen- ça de resina misturada com dejetos, na base das folhas e a emissão de rebentão. Apenas uma lagarta é o suficiente para destruir uma planta. Em áreas infestadas, já foram constatados danos variando de 0,6% a 80%. CONTROLECONTROLE Como a broca-do-talo pode ocorrer praticamente durante todo o ciclo da cultu- ra, o controle químico torna-se demasiado caro, fazendo com que o controle mecâni- co seja, ainda, a opção mais econômica. Durante o monitoramento dessa praga, o agricultor deve arrancar as plantas atacadas e, com auxílio de um facão, cortar o caule até localizar a lagarta e destruí-la. Esta prá- tica, ao ser adotada por todos os produtores da região, fará com que o nível populacional da praga decresça, gradativamente, a cada ciclo da cultura. Figura 13.Figura 13. Ovo da Castnia icarus. Figura 14.Figura 14. Pupa, casulo e lagarta da Castnia icarus. Figura 15.Figura 15. Abacaxizeiro apresentando um sintoma de ataque por broca-do-talo: “olho morto”. Fo to : N ilt on F itz on s Sa nc he s Fo to : N ilt on F itz on s Sa nc he s Fo to : N ilt on F itz on s Sa nc he s 2525Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9 Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade ÁCAROÁCARO-ALARANJADO-ALARANJADO ((Dolichotetranychus floridanusDolichotetranychus floridanus)) INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO Também conhecido como ácaro-pla- no-da-base-das-folhas, o ácaro-alaranjado Dolichotetranhycus floridabus (Banks, 1900) é uma praga que, além de atacar o abacaxizeiro, já foi também encontrada sobre orquídeas, bambus e algumas gramíneas. DISTRIBUIÇÃODISTRIBUIÇÃO D. floridanusestá presente em quase todas as regiões produtoras de abacaxi do Brasil e do mundo em ocorrência variável. Em períodos secos e quentes, durante o ciclo da cultura, a praga se apresenta em níveis populacionais mais elevados, em com- paração com épocas mais frias e chuvosas (Figura 16). DESCRIÇÃO E CICLDESCRIÇÃO E CICLO DE VIDO DE VIDAA De coloração alaranjada, D. floridanus tem corpo alongado cujo comprimento pode variar de 0,300 mm a 0,366 mm. A largura da fêmea, 0,130 mm, é maior que a do macho, 0,120 mm. Além disso, o opistossoma do macho termina afilado. A despeito de sua dimensão reduzida, o ácaro- alaranjado pode ser visto a olho nu, devido à sua forte coloração. Uma colônia obser- vada sob microscópio estereoscópico evi- dencia adultos, formas jovens, exúvias bran- cas e ovos alaranjados agrupados em áreas necrosadas. DDANOS E CONSEQÜÊNCIASANOS E CONSEQÜÊNCIAS ECONÔMICASECONÔMICAS As colônias do ácaro-alaranjado loca- lizam-se na parte aclorofilada das folhas (base das folhas) onde causam lesões nos tecidos (Figura 17). Os maiores danos cau- sados por este ácaro ocorrem nos tecidos tenros como os de mudas novas de abacaxi, provenientes de campos de produção de mudas por seccionamento do talo. Na Côte d’Ivoire, em 1982, populações elevadas Figura 16. Figura 16. ( ) Locais onde o ácaro-alaranjado já foi encontrado em abacaxi. Figura 17.Figura 17. Lesões na base das folhas de abacaxizeiro ocasionadas pelo ácaro-alaranjado Dolichotetranychus floridanus. Fo to : N ilt on F itz on s Sa nc he s Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade2626 desse ácaro chegaram a causar fortes defor- mações nas folhas da coroa do fruto, impe- dindo a exportação de parte da produção de abacaxi. CONTROLECONTROLE A destruição dos restos de cultura, assim como das plantas invasoras, é uma forma de evitar novas fontes de infestação. O ácaro-alaranjado também pode ser controlado pelos produtos fosforados apli- cados para o controle da cochonilha Dysmicoccus brevipes, no tratamento de mudas ou durante o ciclo vegetativo. 2727Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9 Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade 4DOENÇAS O abacaxizeiro é uma plantaque pode ser afetada por umagrande variedade de doen- ças causadas por fungos, bactérias e vírus, além de anomalias de origem não parasitá- ria. Embora existam poucas informações sobre a importância e o efeito de alguns agentes patogênicos sobre o rendimento desta cultura, considera-se que, no Brasil, a fusariose é a doença mais destrutiva do abacaxizeiro, enquanto, em outras regiões produtoras do mundo, a mancha-negra constitui a doença mais grave. Também graves são as podridões do olho e de raízes que, a depender das condições ambientais, podem provocar perdas consideráveis na produção nas principais regiões produtoras do mundo, incluindo o Brasil. Em pós- colheita, a podridão-negra é considerada a mais grave doença do abacaxizeiro princi- palmente quando os frutos são destinados ao consumo in natura. FUSARIOSEFUSARIOSE Fusarium subglutinansFusarium subglutinans INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO Descrita pela primeira vez em 1964, em São Paulo, sobre frutos da cultivar Smooth Cayenne, a fusariose, causada pelo fungo Fusarium subglutinans (Wollenw. & Reinking) Nelson, Tousson & Marasas comb. nov., anamorfa de Giberella fujikuroi (Saw.) Wollewn. var. subglutinans Edw. é a doença mais grave do abacaxizeiro no Bra- sil. Presente também na Bolívia, onde foi constatada em 1992 em frutos e mudas da cultivar Red Spanish, a fusariose constitui- se em séria ameaça à abacaxicultura mundi- al tendo em vista a suscetibilidade a esta doença manifestada pelas cultivares de aba- caxi que apresentam participação expressi- va na produção dessa cultura no mundo. DISTRIBUIÇÃODISTRIBUIÇÃO A fusariose está presente nas princi- pais regiões produtoras de abacaxi do Bra- sil, excetuando-se os estados do Tocantins e do Pará. Na Bolívia, essa doença já foi detectada em plantios localizados nas regiões de Santa Cruz de la Sierra e El Chapare. (Figura 18). Figura 18. Figura 18. ( ) Locais onde a fusiariose já foi encontra- da em abacaxi. ORGANISMO CAORGANISMO CAUSADOR EUSADOR E SINTSINTOMASOMAS O agente causal da fusariose é o fungo Fusarium subglutinans (Wollenw. & Reinking) Nelson, Tousson & Marasas comb. nov., anamorfa de Giberella fujikuroi (Saw.) Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade2828 Wollewn. var. subglutinans Edw. Outras sinonímias para o patógeno são: Fusarium moniliforme Sheld. var. subglutinans Wollenw. & Reinking, Fusarium sacchari (Butter) Gams var. subglutinans (Wollenw. & Reinking) Niremberg, e Fusarium moniliforme Sheldon emend. Snyd. & Hans. ‘Subglutinans’ sensu Snyd., Hans. & Oswald. Embora sejam encontrados em várias regiões do mundo sobre uma ampla gama de hospedeiros, os isolados de F. subglutinans oriundos de plan- tas do abacaxizeiro têm demonstrado patogenicidade apenas a esta cultura. F. subglutinans sobrevive em material propagativo, o qual é infectado quando ainda aderido à planta-mãe. Mudas doen- tes, principalmente aquelas com infecção incipiente, podem não ser descartadas du- rante a seleção pré-plantio, sendo levadas ao campo, constituindo, assim, o inóculo inicial. Plantios abandonados, devido à in- cidência de fusariose, constituem também importantes fontes de inóculo. Tanto no material propagativo quanto nas plantas em desenvolvimento vegetativo, F. subglutinans incita lesões localizadas geral- mente na região inferior do caule e na parte basal, aclorofilada das folhas inseridas nesta região. A exsudação de uma substância gomosa pode ser facilmente observada na região infectada. Outros sintomas exter- nos, geralmente observados em plantas sob condições de campo, porém menos fre- qüentes no material propagativo, são: a) curvatura do caule, geralmente para o lado onde se localiza a infecção; b) encurtamen- to do caule; c) modificação na filotaxia, aumentando o número de folhas por espi- ral; d) redução no comprimento das folhas; e) redução no desenvolvimento geral da planta; f) clorose; g) e morte da planta (Figura 19). Nos frutos, os sintomas da fusariose caracterizam-se pela exsudação de goma através da cavidade floral (Figura 20). A polpa, na região infectada, apresenta-se apodrecida com os lóculos do ovário cheios de goma (Figura 21). Externamente, os frutilhos afetados evidenciam descolora- ção amarronzada e, em conseqüência da exaustão dos tecidos internos, apresentam- se em nível inferior em comparação com os vizinhos sadios. Figura 19. Figura 19. Sintoma de fusariose em muda, tipo filhote, de abacaxizeiro. Fo to : A ris tó te le s Pi re s de M at os 2929Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9 Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade Figura 20.Figura 20. Fruto de abacaxi Pérola ex- pressando sintoma de fusariose, carac- terizado pela exsudação de goma a partir do frutilho infectado. DDANOS E EFEITANOS E EFEITOSOS ECONÔMICOSECONÔMICOS As flores abertas são os principais sítios de infecção do patógeno. Ferimentos na superfície da planta hospedeira, resul- tantes do processo normal de crescimento ou da ação de fatores exógenos, constituem também sítios de infecção. A movimentação de material propagativo infectado é o principal veículo de disseminação da doença. Uma vez intro- duzido em uma região, o patógeno é disse- minado pelo vento, chuva e insetos visitadores da inflorescência. Dentro de uma mesma região produ- tora, a incidência da fusariose varia de acor- do com a época de produção, estando esse efeito relacionado com a precipitação plu- vial e a temperatura. A associação de eleva- das precipitações pluviais com temperatu- ras amenas, durante o desenvolvimentodas inflorescências, favorece a incidência da doença. Figura 21.Figura 21. Fruto de abacaxi mostrando sintoma na polpa em decorrência da incidência da fusariose. Fo to : A ris tó te le s Pi re s de M at os Fo to : G er al do R od rig ue s Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade3030 Os prejuízos devidos à fusariose são decorrentes da infecção e morte de mudas, morte de plantas durante o desenvolvimen- to vegetativo e podridão dos frutos, que perdem seu valor comercial. Em épocas favoráveis, a incidência da doença F. subglutinans pode causar perdas superiores a 80% na produção de frutos. Além do efeito direto no fruto, o patógeno infecta aproxi- madamente 40% do material propagativo e causa a morte de cerca de 20% das plantas antes da colheita. CONTROLECONTROLE Controle culturalControle cultural O controle satisfatório da fusariose do abacaxizeiro requer a integração de práticas culturais e de controle químico, sendo que a primeira medida a ser implementada con- siste na redução do inóculo inicial median- te utilização de material propagativo sadio para a instalação dos novos plantios. Mudas sadias podem ser produzidas tanto por seccionamento do caule, quanto por micropropagação. Durante a fase de crescimento vegetativo, é necessário efetuar inspeções periódicas do plantio, a fim de erradicar todas as plantas que expressarem sintomas da fusariose. Esta ação é complementada com a eliminação dos restos culturais e de plantios abandonados, principalmente aque- les onde ocorreu elevada incidência da fusariose. Considerando o efeito sazonal sobre a incidência da fusariose nos frutos, o estabe- lecimento de um programa de escape à doença, fundamentado em sua curva de incidência na região produtora, constitui medida eficiente de controle. Controle químicoControle químico Para a produção de frutos em épocas favoráveis à incidência da fusariose é neces- sária a implementação do controle químico da doença. As pulverizações devem ser iniciadas com o surgimento das inflo- rescências na roseta foliar, o que ocorre cerca de 45 dias após o tratamento de indução floral (TIF), e suspensas após o fechamento das flores, aproximadamente, três meses após TIF. Embora vários produ- tos sejam eficientes no controle da fusariose, benomyl e captan são os registrados para este propósito. Tendo em vista a associação de insetos, principalmente a T. basalides, com F. subglutinans, deve-se adicionar um inseticida, como o carbaril, à calda fungicida, para aumentar a eficiência de controle. Controle genéticoControle genético O plantio de variedades resistentes é o método mais eficiente e econômico de con- trole de doenças de plantas. No caso espe- cífico da fusariose do abacaxizeiro, resis- tência varietal foi inicialmente detectada, em observações de campo, no final da década de sessenta, e, em seguida, confir- mada mediante inoculação artificial. Den- tre os genótipos resistentes, destacam-se Perolera e Manzana cultivados em algumas regiões produtoras do mundo, a exemplo da Colômbia, e Primavera. Híbridos resis- tentes e com boas características agronômi- cas vêm sendo obtidos, demonstrando o alto potencial do melhoramento genético como medida de controle da fusariose do abacaxizeiro. 3131Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9 Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade MANCHA-NEGRA-DOMANCHA-NEGRA-DO-FRUT-FRUTOO Penicillium funiculosumPenicillium funiculosum e e Fusarium moniliformeFusarium moniliforme INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO A mancha-negra-do-fruto do abacaxizeiro é uma das mais graves doenças do abacaxi em todo o mundo, especialmen- te sobre a cultivar Smooth Cayenne, cujos frutos afetados não expressam sintomas externos, dificultando o seu descarte du- rante o processamento em pós-colheita. DISTRIBUIÇÃODISTRIBUIÇÃO A mancha-negra-do-fruto é encontra- da, praticamente, em todas as regiões pro- dutoras de abacaxi do mundo, variando em severidade, dentro de uma mesma região, de acordo com a época de colheita. Esta doença encontra-se disseminada em todo o Brasil, ocorrendo em maior intensidade em regiões quentes e de baixa umidade relativa(Figura 22). ORGANISMO CAORGANISMO CAUSADOR EUSADOR E SINTSINTOMASOMAS A mancha-negra-do-fruto do abacaxizeiro é uma doença atribuída à in- fecção das inflorescências por Penicillium funiculosum Thom e/ou Fusarium moniliforme Sheldon. A expressão externa de sintomas da mancha-negra-do-fruto depende da culti- var. Frutos infectados de Smooth Cayenne, cultivar de maior participação no mercado internacional, não evidenciam sintomas externos; já os de Queen e Perolera expres- sam coloração amarelo-alaranjada nos frutilhos infectados, os quais se apresentam em nível inferior em comparação com os sadios circundantes. Em algumas cultiva- res, os frutilhos atacados permanecem ver- des durante a maturação. Internamente, os sintomas da mancha-negra caracterizam-se pelo desenvolvimento no frutilho infecta- do de uma podridão mole, de coloração Figura 22.Figura 22. ( ) Locais onde a mancha-negra-do-fruto já foi encontrada em abacaxi. marrom-clara que passa a marrom-escura (Figura 23). Eventualmente, essa doença ma- nifesta-se sob a forma de uma podridão dura. À semelhança do que ocorre com a fusariose, o agente causal da mancha-ne- gra-do-fruto infecta a inflorescência em desenvolvimento através das flores abertas. Porém, no que se refere à mancha-negra- do-fruto, a sua ocorrência depende da pre- sença de ácaros na inflorescência, especial- mente o Steneotarsonemus ananas, vetor do patógeno causal da doença. DDANOS E EFEITANOS E EFEITOSOS ECONÔMICOSECONÔMICOS A mancha-negra-do-fruto do abacaxizeiro apresenta incidência variável de acordo com a época de produção. A ocorrência de chuva seguida de período seco, antes da abertura das flores, condiciona Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade3232 alta incidência da doença nos frutos os quais perdem o valor comercial devido ao apodrecimento da polpa, resultando em prejuízos acentuados ao produtor. A principal característica da doença nas cultivares Pérola e Smooth Cayenne é a não expressão de sintomas externos, conferindo ao fruto um aspecto sadio. Devido à ausência de sintomas externos em frutos infectados de algumas varieda- des, é praticamente impossível descartar esses frutos os quais são levados ao merca- do de fruta in natura. CONTROLECONTROLE O controle da mancha-negra-do-fruto do abacaxizeiro tem-se mostrado uma práti- ca bastante difícil, fundamentando-se quase exclusivamente na aplicação de produtos químicos para controlar a entomofauna presente nas inflorescências, em especial o ácaro S. ananas. Em todo o mundo, a man- cha-negra-do-fruto tem sido controlada me- diante aplicações do produto endosulfan. As pulverizações devem ser iniciadas logo após a indução floral e serem suspensas quando ocorrer o fechamento das flores. Figura 23.Figura 23. Sintoma interno de mancha-negra em fruto de abacaxi Pérola. Fo to : D om in go H ar ol do R ei nh ar dt 3333Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9 Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade PODRIDÃOPODRIDÃO-NEGRA-DO-NEGRA-DO-- FRUTFRUTOO ChalaraChalara ( (ThielaviopsisThielaviopsis)) paradoxa paradoxa INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO A podridão-negra-do-fruto do abacaxizeiro, também conhecida como podridão-mole, é uma doença de pós-co- lheita de ocorrência significativa, principal- mente, em frutos destinados ao mercado de fruta fresca. Perdas também ocorrem nos frutos destinados à indústria, neste caso variando de acordo com o período de tem- po decorrido entre a colheita e o pro- cessamento. DISTRIBUIÇÃODISTRIBUIÇÃO Doença amplamente difundida nas áreas tropicais, a podridão-negra-do-frutoestá presente em todas as regiões produto- ras de abacaxi do mundo. No Brasil, essa doença é observada, em maior ou menor intensidade, em todos os estados onde se pratica a abacaxicultura. ORGANISMO CAORGANISMO CAUSAL EUSAL E SINTSINTOMASOMAS O agente causal da podridão-negra- do-fruto do abacaxizeiro é o fungo Chalara (Thielaviopsis) paradoxa, cuja forma perfeita corresponde à Ceratocystis frimbriata Ell. & Halst. A infecção de frutos do abacaxizeiro por C. (T.) paradoxa pode ocorrer por duas vias distintas: a) através de ferimentos no pedúnculo, em decorrência do corte da colheita, e da remoção das mudas tipo filhote; b) por meio de ferimentos na casca, resultantes do manuseio e transporte inade- quados. A partir do ferimento no pedúnculo, o patógeno avança pelo eixo central em direção ao ápice do fruto e mais lentamente na polpa, dando origem a uma lesão em formato de cone, de coloração amarela intensa (Figura 25). Ocorrendo a infecção via ferimento na epiderme, a lesão progride de fora para dentro em direção ao eixo Figura 24.Figura 24. ( ) Locais onde a podridão-negra-do fruto já foi encontrada em abacaxi. central do fruto, causando apodrecimento da polpa. Com o desenvolvimento da doen- ça toda a polpa liqüefaz-se, o suco exsuda restando no interior do fruto apenas as fibras dos feixes vasculares, escurecidas. DDANOS E CONSEQÜÊNCIASANOS E CONSEQÜÊNCIAS ECONÔMICASECONÔMICAS As condições favoráveis à incidência da podridão-negra-do-fruto caracterizam-se por umidade relativa elevada, associada a tempe- raturas amenas. Além disso, a ocorrência de chuva durante a colheita resulta, geralmente, em altos percentuais de frutos infectados, os quais perdem o valor comercial. CONTROLECONTROLE O controle da podridão-negra-do-fru- to tem início no momento da colheita que deve ser procedida cortando-se o pedúnculo, a aproximadamente, 2 cm da base do fruto. Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade3434 PODRIDÃOPODRIDÃO-DO-DO--OLHOOLHO Phytophthora nicotianaPhytophthora nicotiana var. var. parasiticaparasitica INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO A podridão-do-olho é uma das mais sérias doenças do abacaxizeiro que vem adquirindo importância econômica, espe- cialmente em plantios conduzidos sob con- dições irrigadas. DISTRIBUIÇÃODISTRIBUIÇÃO A podridão-do-olho é uma doença disseminada em todas as regiões produto- ras do mundo. No Brasil, apesar de ocor- rências esporádicas em todas as regiões produtoras, essa doença não tem sido con- siderada uma ameaça para a cultura do abacaxi. Porém, sua incidência tem aumen- tado em áreas irrigadas (Figura 26). ORGANISMO CAORGANISMO CAUSAL EUSAL E SINTSINTOMASOMAS O agente causal da podridão-do-olho do abacaxizeiro é o fungo Phytophthora nicotiana van Brenda de Haan var. parasitica (Dastur) Waterhouse, um habitante do solo que pode infectar a planta do abacaxizeiro em qualquer estádio de desenvolvimento. A disposição das folhas do abacaxizeiro facilita a deposição de propágulos do patógeno, seja por salpicos de água ou de terra úmida resultantes de chuvas fortes, seja pela água que escorre na superfície da folha em direção à parte basal da planta. Os zoósporos do fungo, atraídos por tactismo, encistam nos tricomas, germinam, pene- tram e crescem intercelularmente, atingin- do o mesófilo. Uma planta de abacaxi infectada por P. nicotiana var. parasitica apresenta, inicial- mente, alterações nas folhas mais novas que na folha D, que passam da coloração verde normal ao amarelo-fosco e cinza, enquanto aquelas mais velhas não sofrem alteração na cor. Com o desenvolvimento da doença, Figura 25.Figura 25. Fruto de abacaxi Pérola mostrando sintoma da podridão-negra. As demais medidas de controle dessa doen- ça são: a) evitar ferimentos na superfície do fruto durante a colheita e em pós-colheita; b) eliminar os restos culturais nas proximi- dades da área onde os frutos são armazena- dos e processados; c) reduzir ao mínimo o período entre a colheita e o processamento dos frutos; d) armazenar e transportar os frutos sob refrigeração, em temperatura próxima de 12ºC; e) tratar o corte da colhei- ta e os ferimentos resultantes da remoção dos filhotes, com fungicidas benzimidazóis. Fo to : A ris tó te le s Pi re s de M at os 3535Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9 Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade pode-se observar na parte basal, aclorofilada, das folhas atacadas, lesões translúcidas que se expandem rapidamente. Esta expansão, entretanto, é bloqueada na parte verde in- tensa da folha, podendo-se notar claramen- te uma zona marrom-escura que separa os tecidos sadios e infectados (Figura 27). A partir da base das folhas, o patógeno atinge o caule, provocando apodrecimento e mor- te do olho da planta, o qual pode ser remo- vido por inteiro, evidenciando uma podri- dão-mole, com odor desagradável devido à invasão por organismos secundários. DDANOS E CONSEQÜÊNCIASANOS E CONSEQÜÊNCIAS ECONÔMICASECONÔMICAS P. nicotiana var. parasitica é um fungo habitante do solo que, embora possa infectar o abacaxizeiro em qualquer estádio de de- senvolvimento, tem preferência pelos perí- odos após o plantio e a indução floral. Uma característica importante da po- dridão-do-olho é o fato de as coroas apre- sentarem maior suscetibilidade ao patógeno do que os outros tipos de muda. CONTROLECONTROLE O controle da podridão-do-olho do abacaxizeiro deve ser uma atividade roti- neira, tendo como alvo os períodos críticos da cultura, favoráveis ao desenvolvimento da doença, ou seja, imediatamente após o plantio e o tratamento de indução floral. Para tanto, é necessária a implementação de medidas envolvendo práticas culturais e de controle químico. Dentre as práticas cultu- rais, destacam-se: a) escolha da área onde instalar o novo plantio, devendo-se evitar solos mal drenados ou sujeitos a encharcamento; b) a realização da calagem deve ser feita de maneira cuidadosa, pois o patógeno torna-se mais eficiente em solos com valores de pH próximos da neutralida- de, c) plantio em camalhões, de cerca de 25 cm de altura, capazes de promover a drena- gem do solo, reduzindo os riscos de infec- ção por P. nicotiana var. parasitica; d) não Figura 26.Figura 26. ( ) Locais onde a podridão-do-olho já foi encontrada em abacaxi. utilização das mudas tipo coroa, uma vez que estas apresentam alta suscetibilidade ao patógeno; e) não colocação de plantas dani- nhas sobre as plantas de abacaxi pois esta prática faz com que o solo contaminado com P. nicotiana var. parasitica caia na base das folhas do abacaxizeiro, incitando a in- fecção. Em regiões produtoras onde a podri- dão-do-olho é um problema, o controle dessa doença deve começar antes da colhei- ta das mudas, mediante a aplicação de fungicidas sistêmicos, como o fosetil Al, duas semanas antes da colheita. Nestas condições, deve-se também proceder ao tratamento pré-plantio mediante imersão das mudas numa calda fungicida, sendo captan o produto registrado para este fim. O controle da podridão-do-olho com- pleta-se com aplicações de fungicidas entre Frutas do Brasil, 9Frutas do Brasil, 9Abacaxi FitossanidadeAbacaxi Fitossanidade3636 Figura 27.Figura 27. Sintoma de podridão-do-olho em planta de abacaxizeiro Smooth Cayenne. a terceira e quarta semanas após o plantio. Uma semana após o tratamento de indução floral, deve-se aplicar um fungicida sistêmico, dirigido para a roseta foliar, a fim de proteger a inflorescência em desenvolvi- mento, em especial quando o carbureto de cálcio for utilizado como indutor. PODRIDÃOPODRIDÃO-D-DASAS-RAÍZES --RAÍZES - Phytophthora cinnamomiPhytophthora cinnamomi INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO O abacaxizeiro é uma cultura cujo sistema radicular é bastante sensível à in- fecção por fungos de solo, dentre os quais destaca-se
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