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construcao dos indicadores sociais no decorrer de decadas

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A década de 1960 foi o período fundador dos indicadores sociais. Nos Estados Unidos, por exemplo, seu surgimento se deu em meio a um período conturbado: assassinato do Presidente Kennedy, participação na Guerra do Vietnã e movimentos de protesto.
Neste cenário, os sociólogos foram convocados a estudar a sociedade. Eles se concentraram na temática da modernização.
A expressão “indicadores sociais” surgiu nos Estados Unidos, em 1966, quando foi veiculada em uma obra coletiva organizada por Raymond Bauer, Social Indicators. A finalidade desse estudo era avaliar os impactos da corrida espacial sobre a sociedade americana. A observação da mudança na sociedade em termos socioeconômicos, dada a precariedade dos dados existentes, só pôde ser contornada por Bauer e seus colegas através da construção de indicadores de caráter social. Isso permitiu uma análise aprofundada do conjunto das condições sociais, políticas, econômicas e teóricas (ALTMANN, 1981 apud SANTAGADA, 2007, p. 118).
Durante o governo Nixon, em julho de 1969, foi criado o Serviço Nacional de Metas e Pesquisa, com o propósito de elaborar, a cada ano, um relatório sobre o estado social da nação. A partir de dados estatísticos, haveria uma quantificação dos indicadores sociais. Essas informações espelhariam a “qualidade de vida” norte-americana. Pela primeira vez, aparece a vinculação entre a qualidade de vida e os indicadores sociais (ALTMANN, 1981; INDICADORES SOCIAIS/RS, 1975 apud SANTAGADA, 2007, p. 119).
Na década de 1970, ocorreu o aumento e a mobilização de diversas sociedades empenhadas em estudar os indicadores, como, por exemplo, a Organização das Nações Unidas (ONU), que elabora um estudo para a construção de um sistema de indicadores.
Na década de 1980, caracterizada como um período de rejeição aos indicadores sociais, principalmente durante a gestão de Reagan e George Bush. Tal desprezo se deu em função ao neoliberalismo implantado no mundo.
Em seu “Relatório do Desenvolvimento Humano”, o PNUD/ONU (DESARROLO, 2002), afirma que o número de pobres no mundo é da ordem de três bilhões de pessoas e mostra que a concentração de renda aumentou, pois a diferença entre os 20% mais ricos do mundo e 20% mais pobres que era de 30 para 1, em 1960, passou para 78 para 1, em 1994. (SANTAGADA, 2007, p. 121).
Assim, na década de 1990, ocorreu o período de revitalização dos indicadores, no qual diversas organizações lançaram campanhas de luta e buscas por melhorias de vida. Um exemplo disso foi o Fórum Social Mundial de 2002, que foi elaborado em uma Agenda Mundial das Políticas Sociais sob o âmbito dos indicadores sociais para monitorar: a qualidade de vida no mundo, os direitos humanos, as liberdades políticas, a dívida externa dos países pobres e a biodiversidade.
Foi período em que a ONU aprimorou seus estudos sobre o crescimento e desenvolvimento humano. Dentre seus estudos, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) trabalha com os seguintes indicadores:
· Índice de Desenvolvimento Humano – IDH (1990);
· Índice da Liberdade Humana – ILH (1991);
· Índice de Liberdade Política – ILP (1992);
· Medida da Participação Ajustada ao Sexo – MPS (1995);
· Índice Desenvolvimento por Gênero – IDG (1997);
· Índice de Poder por Gênero (IPG);
· Medida de Privação de Capacidade – MPC (1996);
· Índice de Pobreza Humana – IPH (1997);

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