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1 2 PROSPECÇÃO GEOTÉCNICA DO SUBSOLO 2.1 INTRODUÇÃO É de conhecimento geral a necessidade de se investigar as condições geotécnicas do subsolo para elaboração de projetos e execução de obras de engenharia civil. É necessário que se conheça as camadas que compões o subsolo, as propriedades de engenharia dos solos e das rochas e a posição do nível d’água. Sob o ponto de vista de investigação geotécnica as obras podem ser agrupadas da seguinte forma: - Obras de Fundações de Estruturas: prédios, barragens de concreto, muros de arrimo, condutos enterrados, cortinas, escoramentos, túneis, etc. aquelas em que a interação solo-estrutura é básica; - Obras de Terra: aterros em geral, pavimentos (rodoviários, ferroviários e de aeroportos), barragens, enrocamentos, nas quais os materiais da própria obra interferem de forma significativa na interação da estrutura com o solo de fundação; - Taludes Naturais: encostas, taludes de cortes de estradas, canais, etc. aquelas em que a influência das condições naturais e as suas variações ao longo do tempo são fundamentais. Uma investigação geotécnica do subsolo deve ser conduzida no espaço influente no comportamento da obra e compreende geralmente a busca das seguintes informações: - Natureza do subsolo: origem geológica, histórico sobre aterros, características de drenagem, risco de inundação, viabilidade de exploração mineral; - Identificação de extratos (perfil geotécnico): determinação da extensão, profundidade, espessura e composição de cada camada com descrição detalhada do solo, incluindo características quanto a consistência (solos coesivos) e compacidade (solos não coesivos); - Nível D’Água: posição do lençol freático e suas possíveis variações, análise de artesianismos ou de lençóis empoleirados, fluxos subterrâneos; - Manto Rochoso: Determinação da profundidade e das características da rocha, definindo camadas, espessura, classificação, estado de alteração, composição, qualidade e fraturamento; - Propriedades de Engenharia: determinação de parâmetros de resistência ao cisalhamento, compressibilidade, expansibilidade e permeabilidade dos solos e/ou rochas, etc. 2 No caso de edificações a preocupação com a investigação geotécnica deve surgir quanto se planeja a aquisição do terreno. Não raro são os casos em que os custos de fundações inviabilizaram, financeiramente, o empreendimento. “A sondagem mais cara é aquela que não foi feita.” Karl von Terzaghi Qualquer projetista na ausência de informações de informações adequadas e confiáveis apela para um maior fator de segurança, ou seja, para um super dimensionamento, ou até mesmo para uma alternativa muito mais cara. A obtenção das propriedades de engenharia de solos/rochas tanto pode ser feita através de ensaios de laboratório com através de ensaios “in situ”. De uma forma geral, na prática de engenharia, há uma preferência para os ensaios “in situ”, decorrente das dificuldades da obtenção de amostras do tipo indeformada (necessárias para determinados ensaios de laboratório). Existe uma grande variedade de ensaios “in situ”, ou simplesmente ensaios de campo, utilizados na investigação geotécnica, como por exemplo: - Ensaio de Penetração Padrão (Standard Penetration Test – SPT), ou sondagem de Simples Reconhecimento – NBR 6484; - Ensaio de Penetração com Cone (Cone Penetration Test - CPT) – NBR 3406; - Ensaio de Palheta (“Vane Test”) – MB 3122; - Ensaio Pressiométrico de Menard (PMT); - Ensaio com Dilatômetro de Marchetti (DMT); - Ensaio com Carregamento de Placa – Prova de Carga – NBR 6489; - Ensaios Geofísicos (Sísmica e Resistividade); - Ensaio de Penetração Padrão complementado com medida de Torque (SPT-T). De todos os ensaios, a Sondagem de Simples Reconhecimento do tipo SPT é a mais difundida, podendo se dizer que é utilizada em praticamente 100% das obras de edificações. 2.2 ETAPAS De uma forma geral, a investigação geotécnica do subsolo pode ser dividida em três etapas: - Etapa de Reconhecimento: visitas ao local, exame de mapas geológicos e outros dados existentes sobre a região; - Investigação Exploratória: na qual efetivamente se inicia a sondagem do terreno, com perfuração e obtenção de amostras, visando o traçado do 3 perfil geotécnico, com definição das camadas, composição dos solos e estimativa das propriedades de engenharia; - Investigação Detalhada: ainda pouco utilizada (se comparada com a Investigação Exploratória) na prática de engenharia, é a etapa em que se procura obter com um maior grau de precisão, através de ensaios de laboratório e ensaios “in situ”, as propriedades de engenharia de determinadas camadas (consideradas críticas) selecionadas do subsolo. 2.3 INVESTIGAÇÃO EXPLORATÓRIA É a etapa em que se inicia efetivamente a sondagem do terreno através de perfurações, coleta de amostras para identificação dos subsolo para determinação das propriedades de engenharia. Os principais processos de investigação exploratória ou de sondagem do subsolo são: - Processos manuais: poços e trincheiras; sondagens à trado; - Processos mecânicos: sondagens à percussão do tipo SPT; sondagens rotativas; sondagens mistas. 2.3.1 MÉTODOS MANUAIS Indicadas para obras de pequeno porte, tanto em dimensões quanto em carregamento, e importância. Usualmente, este tipo de sondagem está limitado ao nível do lençol freático, sendo impraticável descer além do mesmo. 2.3.1.1 POÇOS São caracterizados por escavações com o objetivo de observar as camadas do solo ao longo de suas paredes e para coleta de amostras deformadas ou indeformadas. As ferramentas geralmente utilizadas são: pás, picaretas, baldes, sarrilho. 4 2.3.1.2 TRINCHEIRAS As trincheiras também são escavações com o objetivo de observar as camadas do solo ao longo de suas paredes e para coleta de amostras deformadas ou indeformadas, tal como os poços, mas são feitas de forma a expor o subsolo ao longo de uma encosta natural, áreas de empréstimo locais de pedreira, etc. Apesar de ser considerada uma sondagem manual, as trincheiras normalmente são escavadas com retro-escavadeiras. 2.3.1.3 SONDAGENS À TRADO Este processo de investigação está normalizado pela NBR 9603, sendo muito utilizado em engenharia rodoviária na pesquisa de jazidas para aterros. Também é muito utilizado para investigações preliminares das camadas superficiais do subsolo e para determinação do lençol freático. 5 2.3.2 MÉTODOS MECÂNICOS 2.3.2.1 SONDAGEM POR PENETRAÇÃO PADRÃO (SPT) A sondagem por Penetração Padrão do tipo SPT é normalizada pela NBR 6484, de dezembro de 1980, denominada Execução de Sondagem de Simples Reconhecimento dos Solos. As principais vantagens deste método são: - Custo relativamente baixo; - Experiência acumulada ao longo do tempo sob a forma de correlações e tabelas; - Permite a coleta de amostras do terreno, a diversas profundidades, possibilitando a determinação sua estratigrafia; - De acordo com a maior ou menor dificuldade oferecida pelo solo à penetração de ferramenta padronizada, fornece indicações sobre a consistência ou compacidade dos solos investigados; - Possibilita a determinação da profundidade do lençol freático; - Pode ser utilizada em praticamente qualquer tipo de solo. 2.3.2.1.1 EQUIPAMENTO O equipamento para a execução de uma sondagem à percussão é composto em linhas gerais dos seguimentos elementos: - Tripé equipado com sarrilho, roldana e cabo; - Tubos de revestimento; - Haste de aço de perfuração dotadas de roscas para acoplagem das hastes subsequentes; - Martelo para cravação com peso de 65 kg de forma cilíndrica ou prismática; - Amostrador padrão de corpo bipartido; - Conjunto motor-bomba para circulação de água no avanço da perfuração; - Trépano ou peça de lavagem constituído por peça de aço terminada em bisel e dotada de duas saídas laterais para água; - Trado cavadeira com 100 mm de diâmetro; - Materiais acessórios e ferramentasgerais necessárias à operação da aparelhagem. 6 7 2.3.2.1.2 OPERAÇÃO Esta sondagem divide-se em duas etapas distintas, uma de perfuração e outra de amostreamento/ensaio. A perfuração é feita por meio de trado manual do tipo cavadeira até atingir-se o lençol freático. Daí por diante a escavação é feita com trépano e remoção do material do furo por circulação de água (lavagem) realizada por bomba d’água. A restrição a circulação de água visa preservar a umidade natural do solo e também facilitar a determinação do lençol freático. No caso da parede do furo se mostrar instável, é obrigatório o revestimento do furo até onde se fizer necessário. Em casos especiais de sondagens profundas em solos instáveis, a norma NBR 6484 permite o emprego de lamas bentoníticas de estabilização em lugar do tubo de revestimento. O ensaio SPT é realizado a cada metro de perfuração, consistindo basicamente na cravação de um amostrador padrão. Por meio da queda de um peso de 65 kgf de uma altura 75 cm, registra-se o número de golpes necessários para cravar 45 cm do amostrador. Deve-se anotar, separadamente, o número de golpes necessários à cravação de cada 15 cm do amostrador. Para mais informações e instruções sobre os processos do ensaio pressiométrico, a norma NBR 6484 deve ser consultada. 8 O resultado do ensaio a cada metro é denominado de Nspt, que representa a soma do número de golpes para cravar os últimos 30 cm. Das amostras colhidas no amostrador padrão a cada metro, uma parte representativa do solo é recolhida e acondicionada em recipientes herméticos, identificada com informações como: número do serviço, local da obra, número do furo de sondagem, número da amostra, profundidade da amostra e o número de golpes do ensaio de penetração. Apesar das amostras receberem a classificação de campo feita pelo sondador, elas devem ser enviadas para laboratório para receberem, por técnico experiente, uma classificação final táctil-visual mais esperada. A NBR 6484 preconiza que no início da sondagem, até um metro de profundidade, a perfuração seja feita por trado, recolhendo-se quantidade representativa do material do furo para exame posterior. O processo de perfuração por lavagem, associado aos ensaios penetrométricos, deve ser utilizado até onde se obtiver, nesses ensaios, uma das seguintes condições: - Quando, em 3 m sucessivos, se obtiver índices de penetração maior do que 45/15; - Quando, em 4 m sucessivos, forem obtidos índices de penetração entre 45/15 e 45/10; - Quando, em 5 m sucessivos, forem obtidos índices de penetração entre 45/30 e 45/45. 9 Os resultados das sondagens devem ser representados em desenhos na escala 1:100, contendo o perfil individual de sondagem e ou seções do subsolo com vários perfis individuais agrupados. 2.3.2.1.3 OBSERVAÇÃO DO NÍVEL DO LENÇOL FREÁTICO (NÍVEL D’ÁGUA) A norma NBR 6484 estabelece que durante a execução da sondagem à percussão são efetuadas observadas sobre o nível d’água, registrando-se a sua conta, a pressão que se encontra e as condições de permeabilidade e drenagem das camadas atravessadas. Quando se consegue levar a perfuração com trado até a profundidade de ocorrência do lençol freático, interrompe-se a operação de perfuração nessa oportunidade e passa-se a observar a elevação do nível d’água no furo até a sua estabilização, efetuando-se leituras a cada 5 minutos durante 30 minutos. Nos casos onde ocorrem pressão de artesianismo no lençol freático ou fuga de água no furo deverão ser anotadas as profundidades das ocorrências e do tubo de revestimento. Após o encerramento da sondagem e a retirada do tubo de revestimento , decorridas 24 h, e estando o furo ainda aberto, deve ser medida a posição do nível d’água. 2.3.2.1.4 ÍNDICE DE RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO O índice de resistência à penetração (Nspt) é a soma do número de golpes necessários à penetração no solo dos 30 cm finais do amostrador. Despreza-se, portanto, o número de golpes correspondentes à cravação dos 15 cm iniciais do amostrador. Ainda que o ensaio de resistência à penetração não possa ser considerado como um método preciso de investigação, ou valores de Nspt obtidos são uma indicação preliminar bastante útil da consistência (solos argilosos) ou estado de compacidade (solos arenosos) das camadas investigadas. Na tabela abaixo constam as designações e valores adotados no método proposto pela Associação Brasileira de Mecânica dos Solos (ABMS). 10 Solos Índice de Resistência à Penetração (Nspt) Designação ≤ 4 Fofa(o) 5 - 10 Pouco compacta(o) 11 - 30 Medianamente compacta(o) 31 - 50 Compacta(o) > 50 Muito compacta(o) ≤ 2 Muito mole 3 - 4 Mole 5 - 8 Média(o) 9 - 15 Rija(o) 16 - 30 Muito rija(o) > 30 Dura(o) Areias e siltes arenosos Argilas e siltes argilosos 2.3.2.2 SONDAGENS ROTATIVAS Este tipo de sondagem é recomendada para os casos em que a sondagem encontra uma camada de rocha ou de solo de alta resistência, blocos ou matacões de natureza rochosa. Têm como principal objetivo a obtenção do testemunho, isto é, amostra de rocha utilizada para caracterizar o maciço rochoso. Além disso, a sondagem rotativa também permite a realização de ensaios “in situ” na rocha, por exemplo o de perda d’água, quando se deseja conhecer a permeabilidade da rocha ou a localização de fendas e falhas. Sondagem puramente por processo rotativo só se justifica quando realizado em afloramento de rochas ou quando não há necessidade de investigação dos dolos residuais, sedimentares ou coluviais que na maioria dos casos recobrem o maciço rochoso. 2.3.2.2.1 EQUIPAMENTO O equipamento para a realização de sondagens rotativas é composto essencialmente de: sonda, hastes de perfuração, barrilete, ferramentas de corte, conjugado motor-bomba, revestimento e caixa para testemunhos. - Sondas rotativas – Sonda rotativa consta essencialmente de: motor, guincho e cabeçote de perfuração. É a parte do equipamento que vai gerar a rotação para a perfuração; 11 - Hastes – as hastes são tubos ocos sem costuras com comprimentos variando entre 1,5 a 6 m, que transmitem à peça de corte no fundo do furo os movimentos de rotação e penetração para o avanço da sondagem. Também são utilizadas para a condução da água para refrigeração das peças e para limpeza do furo; - Barriletes – são tubos ocos destinados a receber o testemunho da sondagem, presos à ponta da primeira haste a penetrar no solo. Possuem molas em bisel de vários tipos para poder prender o testemunho quando da sua extração (retirada). Podem ser do tipo: simples (tubo único), duplo rígido (dois tubos, interno e externo, unidos) ou duplo giratório (dois tubos, interno e externo, separados por rolamentos); 12 - Coroas – constituem a ferramenta de corte de uma sondagem rotativa, representando o fator que mais contribui para o custo do metro perfurado. É composta de: corpo da coroa, saídas de água e diamantes; - Revestimentos – tubos de aço de paredes finas, indispensáveis quando há possibilidade de desmoronamento das paredes do furo, colocando em risco a contaminação das amostras e também de perda do equipamento (obstrução do furo na retirada do equipamento). Também contribui para a economia de água de limpeza do furo/resfriamento do equipamento em rochas muito fraturadas. 13 2.3.2.2.2 OPERAÇÃO A sonda deve ser instalada sobre uma base devidamente ancorada, possibilitando exercer uma pressão constante sobre a ferramenta de corte. A seguir, a composição (haste, barrilete, alargador e coroa) é acoplada à sonda e, antes de iniciar a perfuração, inicia-se a circulação de fluido de refrigeração. A execução da sondagem rotativa consiste na realização de manobras sucessivas, nas quais a sonda imprime às hastes os movimentos rotativos e de avanço na direção do furo e estas transferem ao barrilete provido de coroa. 14 Ao término de cada manobra, o barrilete é içado do furo e os testemunhossão cuidadosamente retirados e colocados em caixas especiais, obedecendo a ordem de avanço da perfuração. 2.3.2.2.3 RESULTADOS A partir dos testemunhos obtidos na sondagem é elaborado o perfil indivirual do furo, ou seja, um desenho que traduzirá o perfil geológico do subsolo na posição sondada. A descrição dos testemunhos de cada manobra inclúi: Classificação litológica: classificação geológica da rocha; Estado de alteração das rocas para fins de engenharia: extremamente alterada ou decomposta, muito alterada, medianamente alterada, pouco alterada e sã ou quase sã. Grau de fraturamento: fraturamento por metro, recuperação ou RQD (Rock Quality Designation) Fraturamento por metro: é o número de fraturas observadas a cada metro de testemunho; Rocha Nº Fraturas/Metro Ocasionalmente fraturada 1 Pouco fraturada 1 - 5 Medianamente fraturada 6 - 10 Muito fraturada 11 - 20 Extremamente fraturada > 20 Em fragmentos Pedaços de diversos tamanhos caoticamente dispersos Recuperação: é a relação entre o comprimento total dos testemunhos (fragmentos) e o tamanho da manobra (barrilete); RQD: é a relação entre a soma dos tamanhos de fragmentos maiores que 10 cm e o tamanho total da manobra (barrilete); RQD [%] Nº Fraturas/Metro 0 - 25 Muito fraco 25 - 50 Fraco 50 - 75 Regular 75 - 90 Bom 90 - 100 Excelente 15 2.3.2.3 SONDAGENS MISTAS São caracterizadas pela associação entre sondagens percussivas nos trechos de solo penetráveis (SPT) e sondagem rotativa nos trechos impenetráveis à percussão. É importante aopntar o fato da escolha do diâmetro de perfuração para a sondagem rotativa. Caso o perfil do subsolo contenha matacões, pode ser necessária a utilização de tubos de revestimento com redução sucessiva dos diâmetros ao longo da sondagem. 2.4 PLANEJAMENTO DE SONDAGENS A norma NBR 8036 fixa as condições para a programação das sondagens de simples reconhecimento dos solos destinada à elaboração de projetos geotécnicos para construção de edifícios, abrangendo o número, a localização e a profundidade das sondagens. 16 A programação de sondagens deve ser elaborada na fase de estudos preliminares ou de planejamento do empreendimento. Eventualmente poderão ser necessárias investigações complementares para determinação dos parâmetros de resistências ao cisalhamento e da compressibilidade dos solos, que terão influência sobre o comportamento de estrutura projetada, sendo elaboradas programações específicas de investigações complementares. 2.4.1 NÚMERO DE FUROS DE SONDAGEM O número de furos de sondagem e a sua localização em planta dependem do tipo da estrutura, de suas características especiais e das condições geotécnicas do subsolo, devendo sem em quantidade suficiente para fornecer um quadro, o melhor possível, da provável variação das camadas do subsolo do local em estudo. As sondagens devem ser, no mínimo: Área de projeção da edificação Número de furos Até 200m² 2 furos Entre 200 e 400m² 3 furos Até 1200m² 1 furo a cada 200m² Acima de 1200m² até 2400m² 1 furo a cada 400m² (para a área que excerer 1200m²) Acima de 2400m² deve ser fixado de acordo com o plano particular da construção Nos casos em que na época do planejamento da sondagem não houver os projetos do edifício, o número de furos de sondagens deve ser fixado de forma que a distância máxima entre elas seja de 100 m, com um mínimo de três furos. De uma forma geral, procura-se reduzir o espaçamento entre os furos de sondagem em locais onde as cargas previstas são maiores. A tabela abaixo fornece uma orientação geral de espaçamentos para diversos tipos de obras, sendo que para subsolos regulares e uniformes é possível dobrar-se o espaçamento e para condições adversas, recomenda-se reduzi-los à metade. Projeto Espaçamento [m] Estradas 60 - 600 Barragens de terra, diques 15 - 60 Jazidas para empréstimo 30 - 120 Edifícios (vários pavimentos) 15 - 30 Galpões, fábricas 30 - 90 17 2.4.2 LOCALIZAÇÃO DOS FUROS NO TERRENO A localização dos furos de sondagem deve obedecer às seguintes regras gerais: a) Antes de se ter a planta do edifício, as sondagens devem ser igualmente distribuídas em toda a área; uma vez de posse dos projetos, podem-se localizar as sondagens levando-se em conta pormenores estruturais; b) quando o número de sondagens for superior a três, elas não devem ser distribuídas ao longo de um mesmo alinhamento. 2.4.3 PROFUNDIDADE DAS SONDAGENS Ao se definir a profundidade para os furos de sondagens, para efeito do projeto geotécnico, deve-se ter em mente o tipo de edifício, as características de sua estrutura, suas dimensões em planta, a forma da área carregada e as condições geotécnicas e topográficas locais. As sondagens devem ser levadas até a profundidade onde o solo não seja mais significativamente solicitado pelas cargas estruturais, ou seja, aquela profundidade onde o acréscimo de pressão no solo, devida às cargas estruturais aplicadas, for menor do que 10% da pressão geostática efetiva. Dessa forma garante-se que este acréscimo de pressão não venha a prejudicar a estabilidade e o comportamento estrutural ou funcional do edifício. Sowers e Sowers indicam duas fórmulas para a estimativa de profundidade para os furos de sondagem: Obra Profundidade [m] Edifício leve, estreito z=3·S 0,7 Edifício pesado, largo z=6·S 0,7 A norma técnica NBR 8036 – Programação de sondagens de simples reconhecimento de solos para fundações de edifícios indica o gráfico abaixo como guia para estimativa da profundidade. Onde: S: número de pavimentos 18 Para um maior esclarecimento e demais informações, recomenda-se a leitura da norma técnica NBR 8036. Onde: q = pressão média sobre o terreno (peso do edifício dividido pela área em planta) γ = peso específico médio estimado para os solos ao longo da profundidade em questão M = 0,1 = coeficiente decorrente do critério definido em 4.1.2.2 B = menor dimensão do retângulo circunscrito à planta da edificação L = maior dimensão do retângulo circunscrito à planta da edificação D = profundidade da sondagem
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