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Prévia do material em texto

Revista Brasileira de
Brazilian Journal of Functional Nutrition
NUTRIÇÃO
FUNCIONAL
ano 18. edição 74
www.vponline.com.br
ISSN 2176-4522
Aplicação da nutrigenômica
na determinação do melhor tipo de dieta
Uma revisão sobre os efeitos benéficos 
de fitoquímicos presentes em flores comestíveis
Panorama do desperdício 
de alimentos no Brasil
RECEITA
Sopa imunoestimulante de 
cará-moela, gengibre e alho-poró
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Editorial
A individualidade bioquímica é um pilar fundamental da nutrição funcional, que 
direciona condutas personalizadas para cada indivíduo. Esta edição traz uma 
revisão que tem como tema central a aplicação da nutrigenômica na determinação 
do melhor tipo de dieta, mostrando o impacto das variações genéticas nas nossas 
necessidades nutricionais individuais. 
Contribuindo para a atualização e prática clínica dos nutricionistas em relação às 
doenças crônicas não transmissíveis, duas revisões elucidam o papel da nutrição tanto 
na perda e manutenção do peso corporal, evitando o efeito sanfona ao considerar as 
variações endócrinas nas fases de perda de peso, quanto na tireoidite de Hashimoto, 
trazendo a importância do selênio na modulação desse desequilíbrio tireoidiano. 
Na área de fitoterapia funcional, esta edição conta com um artigo esclarecedor 
acerca dos efeitos da canela no diabetes mellitus, mostrando resultados promissores 
dessa especiaria como agente terapêutico coadjuvante principalmente para o diabetes mellitus tipo 
2, em pacientes descompensados. 
As flores comestíveis são muito apreciadas na gastronomia por sua beleza, cores vivas e sabores 
marcantes. Os benefícios dessas flores vão além das características sensoriais, podendo ser promissores 
à saúde humana, e nesta edição você vai conhecer mais sobre algumas dessas flores comestíveis 
encontradas em nosso país. 
Com a chegada do inverno, torna-se essencial o suporte nutricional ao 
sistema imunológico. Na sessão de gastronomia, trazemos uma receita com 
propriedades nutricionais voltadas ao fortalecimento do sistema imune e que 
ainda valoriza a nossa biodiversidade: sopa imunoestimulante de cará-moela, 
gengibre e alho-poró.
Recentemente foi lançada no Brasil a campanha Stop Food Waste Day, que 
teve como embaixadora a Dra. Valéria Paschoal. Na matéria jornalística desta 
edição, conheça mais sobre essa importante campanha e outras iniciativas 
contra o desperdício de alimentos, que é uma temática preocupante no Brasil 
e no mundo.
 Boa leitura!
Dra. Valéria Paschoal
Diretora da VP Centro de Nutrição Funcional
Dra. Lenita Salgado
Presidente do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional
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Expediente
Conselho Editorial
Ana Cláudia Poletto 
Nutricionista pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (2002) e mestre em Ciências, com ênfase em 
Fisiologia Humana pela Universidade de São Paulo (2006). Pesquisadora (doutoranda, desde 2007) do 
programa de Fisiologia Humana da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Fisiologia 
Endócrina, atuando nos temas: mecanismos transcricionais envolvidos na regulação da expressão do gene 
SLC2A4, sensibilidade à insulina, metabolismo lipídico, obesidade e diabetes mellitus. 
Ana Vládia Bandeira Moreira 
Nutricionista graduada pela Universidade Estadual do Ceará (1996), mestre em Ciências dos Alimentos pela 
Universidade de São Paulo (1999) e doutora em Ciências dos Alimentos pela Universidade de São Paulo (2003). 
Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal de Viçosa (MG). Coordenadora do Laboratório 
de Análise de alimentos e coordenadora do Projeto de extensão pró-celíaco. Ministra as disciplinas de 
Técnica Dietética na Graduação e Dietética Aplicada no Mestrado e Doutorado e Gastronomia Funcional na 
especialização na UFV. 
Andréia Naves 
Nutricionista e Educadora Física. Diplomada pelo The Institute for Functional Medicine (USA) em 2007. Editora 
Científica da Revista Brasileira de Nutrição Funcional. Diretora da VP Centro de Nutrição Funcional. Docente 
convidada dos cursos de pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional e Nutrição Esportiva Funcional da VP 
Centro de Nutrição Funcional em parceria com a Universidade Cruzeiro do Sul. Autora dos Livros “Nutrição 
Clínica Funcional: dos Princípios à Prática Clínica”, “Nutrição Clínica Funcional: Obesidade”, “Nutrição Clínica 
Funcional: Modulação Hormonal” e “Tratado de Nutrição Esportiva Funcional”. Colaboradora do livro 
“Suplementação Funcional Magistral: dos Nutrientes aos Compostos Bioativos”. Membro do The Institute 
for Functional Medicine – USA. Coordenadora científica dos cursos de pós-graduação em Nutrição Esportiva 
Funcional da VP Centro de Nutrição Funcional em parceria com a Universidade Cruzeiro do Sul. 
Revista Brasileira de Nutrição Funcional - 2018 - edição 74
Indexação: Sumários (www.sumarios.org) e ESALQ (http://dibd.esalq.usp.br)
Diretoras Responsáveis
Valéria Paschoal e Andréia Naves
Coordenação Científica
Ana Beatriz Baptistella
consultoriacientifica@vponline.com.br
Neiva dos Santos Souza
neiva.souza@vponline.com.br
Jornalista Responsável
José Maria M. Filho
MTB – 19.852 - josemaria@vponline.com.br
Revisão Ortográfica
Lemuel Cintra
lcintra@gmail.com
Capa, Ilustrações e Editoração
Bárbara Feracin Meira
Ctp e Impressão
A.R. Fernandez Pré-Impressão e Gráfica
www.arfernandez.com.br
comercial@arfernandez.com.br
Redação, Publicidade e Administração
VP Centro de Nutrição Funcional
Associação
Atendimento ao Associado
Paula Gimenez - contato@vponline.com.br
Fone/ Fax: (11)3582-5600
As condutas nutricionais preconizadas na
Revista Brasileira de Nutrição Funcional
devem ser supervisionadas exclusivamente
por nutricionistas ou médicos especializados.
Os editores não se responsabilizam pelo
conteúdo dos anúncios, matérias e artigos
assinados. A reprodução total ou parcial
desta publicação só será permitida mediante
autorização prévia.
VP Centro de Nutrição Funcional
Fone/ Fax: (11)3582-5600
contato@vponline.com.br
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Coordenação e Autores
Anna Cecília Queiroz de Medeiros
Nutricionista pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Mestre em Ciências da Saúde pela 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Docente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 
Experiência na área de Nutrição, com ênfase em Nutrição e metabolismo de nutrientes nos diversos estados 
fisiológicos. 
Fátima Aparecida Arantes Sardinha 
Nutricionista. Doutora em Ciência dos Alimentos pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas/USP. Mestre em 
Ciências Aplicadas à Pediatria pela UNIFESP/EPM. Especialista em Nutrição e Saúde Pública pela UNIFESP/
EPM. Docente convidadado curso de pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional da VP Centro de Nutrição 
Funcional em parceria com a Universidade Cruzeiro do Sul. 
Fernanda Serpa 
Diretora e Docente da Empresa Nutconsult. Nutricionista pela Universidade do Estado do RJ/UERJ. Título de 
residência em Clínica Médica no Hospital Universitário Pedro Ernesto/UERJ. Pós-graduada em Nutrição Clínica 
Funcional da VP Centro de Nutrição Funcional em parceria com a Universidade Cruzeiro do Sul. Docente 
convidada dos cursos de pós-graduação e extensão da VP Centro de Nutrição Funcional em parceria com 
a Universidade Cruzeiro do Sul. Mestre em Clínica Médica - IPPMG/UFRJ. Nutricionista Militar do Corpo de 
Bombeiros do RJ. Nutricionista Municipal do Hospital Souza Aguiar. 
Gilberti Hübscher 
Nutricionista. Mestre e Doutora em Fisiologia Cardiovascular pela UFRGS. Especialista em Gestão e Saúde 
pela PUC-RS, Gestão em UAN pela UNISINOS e em Saúde da Família pela ULBRA (RS). Docente convidada 
dos cursos de pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional da VP Centro de Nutrição Funcional em parceria 
com a Universidade Cruzeiro do Sul e dos cursos de graduação em Nutrição e pós-graduação em Saúde e 
Trabalho da Feevale (RS). Membro do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional (IBNF). 
Márcia Cristina Paiva
Nutricionista, graduada na Universidade de Passo Fundo - RS. Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional e 
pós-graduanda em Fitoterapia Funcional da VP Centro de Nutrição Funcional em parceria com a Universidade 
Cruzeiro do Sul. Educadora em diabetes certificada pela empresa Medtronic Brasil de equipamentos médicos 
(Bombas de infusão de insulina). Atua em atendimento clínico em clínica de gastroenterologia em São José 
dos Campos - SP.
Rosangela Passos de Jesus 
Professora Adjunta da Escola de Nutrição da UFBA (ENUFBA). Doutora em Ciências da Saúde pela Faculdade 
de Medicina da USP. Mestre em Nutrição pela Universidade Federal de São Paulo. Especialista em Nutrição 
Clínica Funcional, coordenadora do Ambulatório de Nutrição e Hepatologia do Hospital Universitário Prof 
Edgard Santos. 
Sandra Matsudo 
Médica Especializada em Medicina Esportiva pela Escola Paulista de Medicina - UNIFESP. Doutorado e pós-
doutorado em Ciências pela Escola Paulista de Medicina - UNIFESP. Diretora Geral do Centro de Estudos do 
Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul - CELAFISCS. Coordenadora geral do Projeto Longitudinal 
de Envelhecimento e Aptidão Física de São Caetano do Sul. Coordenadora pela IUHPE dos Cursos de Atividade 
Física e Saúde Pública - Agita Mundo. Professora Titular do Curso de Educação Física do Centro Universitário 
FMU. Editora Executiva da Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Autora dos Livros: “Avaliação do Idoso 
- Física e Funcional”, “Envelhecimento e Atividade Física” e “Obesidade e Atividade Física”. 
Valéria Paschoal 
Nutricionista. Mestre na área de Nutrição e Pediatria pela UNIFESP – EPM. Editora Científica da Revista 
Brasileira de Nutrição Funcional. Coordenadora científica e docente convidada dos cursos de Nutrição 
Clínica Funcional e Nutrição Esportiva Funcional da VP Centro de Nutrição Funcional em parceria com a 
Universidade Cruzeiro do Sul. Diretora da VP Centro de Nutrição Funcional. Autora dos Livros “Nutrição 
Clínica Funcional: dos Princípios à Prática Clínica”, “Suplementação Funcional Magistral: dos Nutrientes aos 
Compostos Bioativos”, “Nutrição Clínica Funcional: câncer” "Tratado de Nutrição Esportiva Funcional" e 
"Nutrição & Sustentabilidade: alimentando um mundo saudável". Coordenadora da Comissão Científica do 
Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional (IBNF). Membro do The Institute for Functional Medicine – USA. 
Nutricionista do CSA Brasil (Community Supported Agriculture - Agricultura Sustentada pela Comunidade). 
Membro do conselho consultivo da CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários 
Regulamentados).
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Coordenação e Autores
Lista de Autores
Adriano Cavalcanti Nóbrega 
Nutricionista, especialista em Nutrição Clínica Funcional, especializando em Fitoterapia Funcional, Educador em Diabetes, 
membro da Sociedade Brasileira de Diabetes, professor dos cursos de pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional e 
Nutrição Esportiva Funcional da UNICSUL em parceria com a VP Centro de Nutrição Funcional, atende em consultório 
particular em Aracaju-SE.
Ana Paula Souza Pereira de Siqueira
Nutricionista graduada pela Universidade Federal de Juiz de Fora e pós-graduanda em Nutrição Clínica pela Universidade 
Federal do Rio de Janeiro.
Andrea Plothow
Graduanda em Nutrição pelo Centro Universitário Católica de Joinville – SC. Mestrado em Imunogenética, Universidade 
Federal do Paraná – Curitiba – PR. Graduação em Biologia, UNIVILLE – Joinville - SC.
Andreza Braulos de Mello
Graduanda em Nutrição pelo Centro Universitário Católica de Joinville – SC. Estagiária em nutrição na Unidade Básica 
de Saúde Ulysses Guimarães.
Camila Buttendorff
Graduanda em Nutrição pelo Centro Universitário Católica de Joinville – SC.
Camila Komatsu
Nutricionista graduada pela UNESP-Botucatu. Mestre em Ciências Nutricionais pela UNESP- Araraquara. Pós-graduada 
em Nutrição Clínica Funcional e Fitoterapia Funcional pela UNICSUL em parceria com a VP Centro de Nutrição Funcional. 
Pós-graduanda em Terapia Vibracional Quântica pela Uninter.
Cíntia Milene Comelli Bussi 
Nutricionista Graduada pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. Pós-graduada em Gastronomia – ênfase em 
gastronomia saudável – UNIVALI. Pós-graduada em Obesidade e Emagrecimento pela Universidade Estácio de Sá. Pós-
graduada em Fitoterapia pela Faculdade do Meio Ambiente e de Tecnologia e Negócios, FAMATEC. Pós-graduanda em 
Nutrição Clínica Funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul em parceria com a VP Centro de Nutrição Funcional. Atua 
em atendimento clínico nutricional em consultório e domiciliar. Realiza cursos e consultorias na área de gastronomia 
funcional. 
Daniela de Araújo Medeiros Dias
Nutricionista. Mestre em Nutrição e Saúde pela Universidade Federal de Goiás. Docente do curso de Nutrição do Centro 
Universitário UniCEUB.
Fernanda Fontes Cohen
Nutricionista formada pelo Centro Universitário UniCEUB. Pós-graduanda em Nutrição Clínica Funcional pela VP Centro 
de Nutrição Funcional em parceria com a Universidade Cruzeiro do Sul.
Gabriela Fagundes
Nutricionista formada pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Mestre e Doutora em Ciências da 
Saúde/ Grupo de Pesquisa em Genética Toxicológica (UNESC). Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional e Fitoterapia 
Funcional (UNICSUL/VP). Pós-graduanda em Nutrição Esportiva Funcional (UNICSUL/VP). Docente do curso de Nutrição 
do Centro Universitário Católica de Santa Catarina. Docente do curso de Medicina na Faculdade Estácio de Sá de Jaraguá 
do Sul. Docente dos cursos de Pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional e Fitoterapia Funcional da VP Consultoria 
Nutricional/ UNICSUL.
Nathércia Percegoni 
Nutricionista pela UFV. Mestre em Bioquímica - UFV. Doutora em Ciências - Fisiologia Endócrina - IBCCF/UFRJ. Pós-
doutora em Nutrição - INJC/UFRJ. Professora Adjunta III do Departamento de Nutrição - ICB/UFJF. Palestrante.
Wagner Alessandro dos Reis
Nutricionista formado pelo Centro Universitário Newton Paiva/BH. Especialista em Formação Pedagógica para 
Profissionais de Saúde pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Pós-graduado 
em Nutrição Esportiva Funcional e Fitoterapia Funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul. Pós-graduando em Nutrição 
Clínica Funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul. Docente convidado do curso de pós-graduação da Universidade 
Cruzeiro do Sul. Docente da Escola Técnica Profissional de Nível Médio do SITIPAN – MG. Nutricionista e diretor do 
Espaço Wagner dos Reis. Personal Nutrition Funcional. Realiza palestras em empresas, escolas e academias.
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Índice7
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Uma revisão sobre os efeitos benéficos de fitoquímicos presentes em flores comestíveis
Uso da canela na prevenção e tratamento do diabetes mellitus
Panorama do desperdício de alimentos no Brasil
A importância do selênio nos níveis dos anticorpos antiperoxidase na tireoidite de 
Hashimoto
Receita: Sopa imunoestimulante de cará-moela, gengibre e alho-poró
Aplicação da nutrigenômica na determinação do melhor tipo de dieta
Balanço hormonal e efeito sanfona pós-emagrecimento 
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Cíntia Milene Comelli Bussi 
Uma revisão sobre os efeitos benéficos de 
fitoquímicos presentes em f ores comestíveis
A review about the beneficial effects of phytochemicals on edible f owers
Resumo
As flores são consumidas há centenas de anos para fins culinários e medicinais. Achados na literatura relatam uma composição nutricional 
interessante e a presença de compostos bioativos benéficos à saúde humana. Assim, este artigo objetivou apresentar uma revisão sobre 
a presença desses compostos em flores comestíveis. Devido à existência de uma vasta gama de flores comestíveis, para esta revisão 
optou-se por dar ênfase ao estudo de flores cultivadas e utilizadas no Brasil e que fazem parte da lista de flores permitidas para consumo 
na alimentação por órgão certificador, definindo a relação de flores a serem estudadas. A revisão da literatura foi realizada a partir de 
artigos pesquisados nas bases de dados BIREME, MEDLINE, LILACS, SciELO, publicados a partir de 1995. Verificou-se que as flores 
mais investigadas em estudos são capuchinha, calêndula e amor-perfeito. Embora quase todas as flores já tenham sido avaliadas em 
estudos, há necessidade de pesquisas que avaliem os benefícios das flores em sua forma fresca. A elaboração desta revisão permitiu 
verificar o grande potencial que as flores comestíveis possuem para serem mais utilizadas como alimentos. Apresentam um considerável 
conteúdo de compostos bioativos com diversos efeitos benéficos à saúde humana, que incluem atividades antioxidante, anti-inflamatória, 
hipolipemiante, diurética, hipoglicemiante, vasodilatadora. 
Palavras-chave: Flores comestíveis, compostos bioativos, nutrientes, antioxidantes, benefícios.
Abstract
Flowers have been consumed for hundreds of years for culinary and medicinal purposes. Findings in the literature report an interesting 
nutritional composition and the presence of bioactive compounds beneficial to human health. Thus, this article aims to present a review 
of the presence of bioactive compounds in edible flowers. Because there is a wide range of edible flowers, for this review we chose to 
emphasize the study of those cultivated and used in Brazil, which are part of the list of flowers allowed for use in food by the certifi-
cation entity, defining the list of flowers to be studied. The literature review was conducted from articles found in databases BIREME, 
MEDLINE, LILACS, SciELO, published since 1995. It was found that the flowersmostinvestigated in studies are nasturtium, calendula 
and pansy. Although almost all flowers have already been evaluated in studies, there is need for studies assessing the benefits of flowers 
in their fresh form. The preparation of this review has shown the great potential that the edible flowers have to be more used as food. 
They offer a considerable content of bioactive compounds with several beneficial effects on human health, including antioxidant, an-
ti-inflammatory, lipid-lowering, diuretic, hypoglycemic, and vasodilator activities.
Keywords: Edible flowers, bioactive compounds, nutrients, antioxidants, benefits. 
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Cíntia Milene Comelli Bussi 
A
Introdução
A flor é um ramo de crescimento determinado, 
localizado na porção terminal de um caule. 
Compreende um órgão altamente especializado 
das plantas angiospermas, com função reprodutiva 
visando à preservação da espécie. No grupo das 
angiospermas estão inseridas as espécies vegetais 
que possuem flores verdadeiras, mais evoluídas, e 
com maior potencial no que diz respeito à presença 
de compostos bioativos¹.
As flores são consumidas há centenas de anos, 
e algumas características fazem com que elas 
possam ser interessantes ao paladar e encontrar 
seu espaço na culinária e alimentação humana: 
a textura, a presença do néctar – que é uma 
secreção adocicada e agradável ao paladar – e de 
óleos essenciais, que proporcionam um aroma 
diferenciado2,3. 
Na Antiguidade, as flores já eram utilizadas 
na culinária de povos como romanos, gregos, 
chineses e indianos, com finalidade alimentar e/
ou terapêutica4. O ato de comer flores era comum 
na Europa Medieval, quando muitas vezes o 
alimento tinha um papel medicinal e, também, um 
objetivo nutricional. Em registros antigos já foram 
encontradas receitas que utilizavam inclusive 
flores consideradas hoje perigosas5. Estima-se que 
a primeira menção do uso de flores na culinária data 
de 140 a.C. Os romanos cultivavam rosas, violetas 
e borragem para uso na cozinha. A lavanda era 
utilizada em molhos. Já na Idade Média, as flores 
eram utilizadas com a finalidade de embelezar 
os pratos; as flores da planta Althaea officinalis, 
da família Malvaceae, eram utilizadas como 
ingredientes de salada e apresentavam função de 
normalização do intestino. Na Inglaterra foram 
as rainhas que começaram a servir aos comensais 
pétalas de rosas cristalizadas. As flores também 
estão presentes desde longa data na alimentação 
de americanos nativos, como, por exemplo, a 
tribo Zuni, que é citada por sua afeição as flores 
de abóbora3,6.
Ao analisar um panorama da história acerca do 
uso de flores comestíveis, percebe-se que foram 
amplamente utilizadas na Antiguidade, depois 
caíram em desuso por um longo período. Há 
alguns anos o uso de flores vem renascendo, em 
primeiro momento, com finalidade decorativa na 
alta cozinha. Esse interesse renovado do seu uso 
fomentou também o interesse de pesquisadores 
acerca do valor nutritivo e potencial fitoquímico 
de flores7. Embora exista uma vasta gama de flores 
com importante valor nutricional e elevado teor 
de compostos bioativos, seu consumo é pouco 
relevante na cultura alimentar brasileira. Há algum 
tempo as flores vem sendo usadas em restaurantes 
de alta gastronomia, e há um movimento de 
estimular seu uso em grande parte pela divulgação 
e incentivo no consumo das plantas alimentícias 
não convencionais (PANC), grupo no qual as flores 
comestíveis estão inseridas. Em adição à função 
nutracêutica, a introdução de flores comestíveis na 
alimentação diária pode influenciar positivamente 
o aspecto sensorial, por incrementar cores e 
texturas diferentes a preparações8. Pelo exposto, o 
presente trabalho objetiva apresentar uma revisão 
sobre compostos bioativos presentes em flores 
comestíveis e seus benefícios propostos à saúde. 
Metodologia
Após levantamento prévio de dados da 
literatura, constatou-se a existência de uma vasta 
gama de flores comestíveis. Assim, optou-se, 
para este trabalho, por uma ênfase em flores 
cultivadas e utilizadas no Brasil. Para esta escolha, 
foi realizado contato com produtor de flores 
comestíveis de Santa Catarina para listar quais 
espécies de flores comestíveis contemplam sua 
lista de cultivo. A partir deste levantamento, foi 
definida a lista de flores a serem estudadas. 
A revisão da literatura foi realizada a partir de 
artigos pesquisados nas bases de dados do Centro 
Latino-Americano e do Caribe de Informações 
em Ciências da Saúde (BIREME), MEDLINE, 
LILACS e biblioteca virtual SCIELO, publicados a 
partir de 1995. Para fundamentação deste trabalho, 
a pesquisa foi ampliada também para livros e 
documentos com lançamento a partir de 1995 
sobre o tema flores comestíveis. A busca de artigos 
foi baseada nos descritores “flores comestíveis”, 
“compostos bioativos”, “antioxidantes”. Os 
descritores em inglês foram “edible flowers”, 
“bioactive compounds”,“antioxidants”.
Resultados e Discussão
 
Baseado no levantamento bibliográfico e 
com produtor catarinense de flores comestíveis 
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Uma revisão sobre os efeitos benéficos de fitoquímicos presentes em f ores comestíveisl
orgânicas, certificado pela EcoCert (organismo 
de certificação credenciado pelo Ministério 
da Agricultura), foram listadas as flores que o 
produtor em questão cultiva, as quais estão na 
lista da EcoCert de flores permitidas para cultivo 
para consumo humano, com seu nome comum, 
científico e outros nomes populares pelos quais 
também são conhecidas (Tabela 1).
Tabela 1. Lista de flores comestíveis cultivadas por produtor de Santa Catarina, permitidas pela EcoCert.
Nome comum Nome científico Outros nomes populares 
Cebolinha 
Begônia 
Borago 
Capuchinha 
Amor-perfeito 
Calêndula 
Centáurea azul 
Impatiens 
Cravina 
Rosa 
Pelargônio 
Boca-de-leão 
Caliopsis 
Hesperis 
Crisântemo 
Rúcula 
Tulipa 
Allium schoenoprasum
Begonia spp.
Borago officinalis 
Tropaeolum majus 
Viola tricolor 
Calendula officinalis 
Centaurea cyanus 
Impatiens spp.
Dianthus caryophyllus
Rosa chinensis
Pelargonium capitatum
Antirrhinum L.
Caliopsis elegans 
Hesperis matronalis 
Chrysanthemum spp.
Diplotaxis tenuifolia
Tulipa spp.
Begônia tuberosa 
Borragem 
Agrião indiano, chaguinha
Violeta 
Margarida dourada, escocesa 
Maria-sem-vergonha, beijo-de-frade, bálsamo-de-jardim, não-me-
toque, beijinho, beijo-pintado e beijo-turco
Cravo, craveiro 
Mini-rosa 
Gerânio 
Rúcula-doce, flor do crepúsculo 
Capuchinha (Tropaeolum majus)
De sabor pungente e coloração que pode variar 
do amarelo ao vermelho, a capuchinha é umas das 
flores mais conhecidas e consumidas9. É originaria 
da América do Sul, particularmente Bolívia e Peru. 
Na medicina popular, a capuchinha é utilizada 
para desordens do rim e da bexiga, constipação, 
gripe, tosse, dores de garganta, cansaço crônico, 
desordens do sangue10,11. Silva et al.12 realizaram 
avaliação de diversas plantas não convencionais 
brasileiras e encontraram na capuchinha teores 
consideráveis de vitamina C e compostos fenólicos 
totais. No que diz respeito a compostos bioativos, 
já foi relatado por estudos que a capuchinha possui 
elevados teores de luteína, a qual está associada 
à saúde visual, e alguns trabalhos relatam 
especialmente a redução do risco de catarata e 
prevenção da degeneração macular13,14. Outros 
estudos mostram um potencial anti-inflamatório 
pela inibição de lipoxigenase e ciclo-oxigenase, 
embasando o conhecimento tradicional de efeitos 
positivos em dor, desordens do trato respiratório 
e bexiga15. O estudo de Platz et al.16 mostrou 
que a capuchinha possui boas quantidades de 
glicotropaeolina, um tipo de glicosinolato que se 
torna biodisponível para realizar seus efeitos já 
bem conhecidos de quimioprevenção. No estudo 
de Garzón17, no qual foram avaliados compostos 
fenólicos específicos em pétalas de capuchinha, 
foram encontradas boas doses de flavonoides como 
miricetina, quercetina e kampferol e antocianinas, 
as quais foram identificadas em maiores teores nas 
pétalas de coloração vermelha. 
Amor-perfeito (Viola tricolor)
A Viola tricolor, popularmente chamada de 
amor-perfeito, é conhecida de longa data na 
história da fitoterapia e está bem documentada 
na Farmacopeia da Europa. Devido às suas 
propriedades anti-inflamatórias, é descrita como 
um remédio tradicional contra as doenças da pele 
– para o tratamento de escaras, prurido, úlceras, 
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eczema e psoríase, por exemplo – e também é 
utilizada no tratamento de inflamação dos pulmões 
e do peito, tais como bronquite ou asma, além de 
ser utilizada com função diurética18-20. Possui um 
importante teor de flavonoides e outros compostos 
fenólicos e é considerada um fonte promissora de 
antioxidantes naturais21. Dentre os flavonoides 
encontrados no amor-perfeito destaca-se a rutina, 
a qual tem ação antioxidante, hipolipidêmica e 
anti-inflamatória22-26. Em outro estudo, realizado 
por Vukics et al.24, também foram encontrados 
outros flavonoides como kampferol, quercetina e 
luteolina em análises de amor-perfeito. No estudo 
de Sadeghinia27, que avaliou os efeitos do extrato 
de V. tricolor em células cancerígenas de frangos, 
observou-se um relevante potencial de compostos 
do amor-perfeito com ação quimiopreventiva por 
meio de apoptose e atividade antiangiogênica. Já 
Toiu et al.28, em seu estudo, dosaram a presença 
de carotenoides, onde 8 tipos foram encontrados 
em boas doses nas partes aéreas de amor-perfeito. 
Foram encontradas, também, mucilagens e 
saponinas, às quais é atribuído o efeito auxiliar 
da diurese. A propriedade anti-inflamatória da 
Viola tricolor é atribuída à presença de salicilatos, 
nos quais encontram-se cerca de 0,3% de ácido 
salicílico e seus derivados, bem como a presença 
de rutina29.
Calêndula (Calendula officinalis)
A calêndula, também conhecida como escocesa 
ou margarida dourada, possui flores que variam 
da cor amarela até alaranjada-escura, e suas 
pétalas contêm alto teor de carotenoides e óleos 
essenciais10. A calêndula é conhecida como açafrão 
dos pobres, por ser utilizada com finalidade 
colorante em pratos, semelhante ao açafrão. Os 
principais componentes da calêndula citados na 
literatura são triterpenoides e flavonoides. Várias 
propriedades benéficas têm sido atribuídas devido à 
presença desses constituintes, incluindo atividades 
anti-inflamatória, imunoestimulante, bactericida, 
antiviral, antiprotozoária e antineoplásica. O estudo 
de Miguel et al.30, que fizeram uma caracterização 
química de calêndula, encontrou considerável 
teor de flavonoides. O conteúdo de luteína na 
calêndula, citado por alguns autores, também 
faz dessa flor um alimento interessante como 
promotor da saúde visual, uma vez que a luteína 
está relacionada a benefícios como prevenção da 
catarata e da degeneração macular31-33. Efeitos 
hipoglicemiantes, inibidores do esvaziamento 
gástrico e ação gastroprotetora têm sido atribuídos 
à presença de calendossaponinas, glicosídeos 
e sesquiterpenos. Foi sugerida, também, a 
presença de substâncias na calêndula que 
estimulam o sistema imunológico, além de 
oferecer considerável teor de vitamina C34. O uso 
de calêndula não é recomendado por pessoas com 
hipersensibilidade conhecida a plantas da família 
Asteraceae/Compositae, assim como também não 
há segurança no uso para gestantes e lactantes35.
Centáurea azul (Centaurea cyanus) 
O uso de centáurea tanto na culinária como 
medicinal é bastante antigo, e, segundo Roberts10, 
seu uso culinário se perdeu ao longo dos tempos. 
Em relação ao conhecimento empírico, a centáurea 
era utilizada para diversos fins: relatos históricos 
descrevem que, no século XII, monges na 
Inglaterra e depois também na Irlanda e França 
preparavam um vinho a base de centáurea utilizado 
para diversos fins, como problemas estomacais, 
doenças do rim e bexiga, tosse, produção excessiva 
de muco e gripe. Outros registros ainda fazem 
menção a benefícios na inflamação reumática 
e que possui antibióticos naturais. As flores 
de Centaurea cyanus são usadas na fitoterapia 
europeia para o tratamento de inflamações 
oculares menores36.
A centáurea é originária da Europa, cresce 
como erva daninha nos campos de cevada e 
centeio, mas pode se desenvolver de forma 
selvagem em qualquer clima temperado. Possui 
flores de coloração azul, roxa e rosa. Para 
consumo, são utilizadas apenas as pétalas, pois 
o cálice é extremamente amargo37. Segundo 
Shiono, Matsugaki e Takeda38, sua coloração é 
resultado da presença de antocianinas e flavonas 
e da interação destas com minerais como ferro, 
magnésio e cálcio. O pigmento azul da centáurea 
é denominado de protocianina. 
Os estudos acerca da C. cyanus até o momento 
têm foco sobre os seus pigmentos, como citado 
anteriormente. Não foram encontrados estudos 
com o consumode centáurea propriamente dito, 
mas possivelmente seus benefícios residem na 
presença de flavonoides, como as antocianinas, 
que já possuem ações bem conhecidas, como 
a antioxidante e a anti-inflamatória39. A 
presença dessas substâncias provavelmente está 
relacionada aos diversos efeitos medicinais citados 
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Uma revisão sobre os efeitos benéficos de fitoquímicos presentes em f ores comestíveisl
empiricamente, para a centáurea ser utilizada em 
tantas indicações. 
Begônia (Begonia spp.)
A begônia é possivelmente originária dos 
Andes. Um grande número de espécies engloba 
o termo begônia, porém a espécie comestível é a 
begônia tuberosa, cujo nome científico é Begonia 
X tuberhybrida Voss. Da begônia é recomendado 
o consumo apenas das pétalas, e, mesmo assim, 
sem uso de grande quantidade, uma vez que 
contém ácido oxálico. De sabor levemente cítrico, 
na culinária é utilizada para ornar diversos 
pratos. Também pode ser preparada geleia, o 
que ajudaria a diminuir as quantidades de ácido 
oxálico3,5. Na literatura não foram encontrados 
estudos específicos ou registros sobre compostos 
e benefícios das pétalas de begônia.
Impatiens (Impatiens spp.)
Impatiens é um termo que reúne diversas 
espécies divididas em 2 gêneros. As flores de 
impatiens comestíveis incluem as espécies: 
Impatiens balsamina, conhecida popularmente 
como beijo-de-frade, bálsamo-de-jardim, não-
me-toque ou beijinho; Impatiens hawkery, 
conhecida como beijo-pintado; e Impatiens 
walleriana, conhecida como maria-sem-vergonha 
ou beijo-turco3. Na medicina popular, a Impatiens 
balsamina é usada para tratar lombalgia, neuralgia, 
queimaduras40. Alguns estudos que avaliaram 
I. balsamina encontraram efeitos como ação 
antidiabética, prevenção de fibrose hepática e 
ação apoptótica de células de tumor bucal41,42.O 
estudo de Lim, Kim e Seo43 relata a presença de 
kampferol e quercetina em I. balsamina, e seu 
uso concomitante ao bactericida clindamicina 
melhorou a resposta ao tratamento da acne. Acerca 
das demais espécies de impatiens citadas nesta 
revisão, não foram encontrados estudos relatando 
presença de compostos benéficos à saúde humana. 
Borago (Borago officinalis)
Borago officinalis, conhecido como borago 
ou borragem, é nativo das regiões mediterrâneas. 
Na Antiguidade era uma erva muito reverenciada 
como planta medicinal e alimento. Como uso 
medicinal, era utilizada para amenizar ansiedade 
e medo, para tosse e resfriados, bronquite e para 
facilitar a eliminação de muco10,44.
Flores de borago contêm cerca de 30% de 
mucilagem e possuem compostos fenólicos. A 
capacidade antioxidante do borago já foi verificada 
em alguns estudos, bem como sua atividade anti-
inflamatória45-47. Estudo de Renna et al.48, avaliando 
a presença de minerais em plantas selvagens, 
detectou boas doses de manganês e ferro no 
borago. Seu consumo em grande quantidade 
também pode apresentar efeito diurético49.
Cebolinha (Allium schoenoprasum)
As flores de cebolinha apresentam-se com 
coloração roxa, possuem um leve aroma de 
cebola e estão dispostas como uma inflorescência 
globosa. Na Europa, uma mistura de gengibre 
fresco e flores de cebolinha em um pouco de mel 
é um dos compostos preferidos para tratar tosse 
de forma natural3,50.
Segundo Kucekova e Micek51, a flor de 
cebolinha contém compostos fenólicos com 
considerável ação antioxidante, testada in vitro em 
células viáveis. No estudo de García52, os principais 
compostos encontrados nas flores de cebolinha são 
os ácidos cafeico, ferúlico e sinápico. No mesmo 
estudo, verificaram que o extrato metanólico das 
flores de cebolinha apresenta uma importante 
atividade antiproliferativa. 
Tulipa (Tulipa spp.)
As tulipas, assim como outros alimentos e 
ervas, estão presentes em alguns momentos da 
história da humanidade. Já eram cultivadas no Irã 
desde o século XIII. Durante a ocupação nazista, 
devido à falta de alimentos, as holandesas comiam 
flores e bulbos de tulipa – o bulbo, inclusive, era 
considerado um disruptor do ciclo menstrual3. 
As pétalas de tulipa possuem sabor adocicado, 
dependendo da variedade seu sabor remete a 
alface ou ervilhas, sendo de fácil utilização em 
saladas ou sanduíches5. Empiricamente, as pétalas 
de tulipa eram utilizadas como cataplasma para 
aliviar vermelhidão na face e também em cortes, 
escoriações, calos, calosidades, mordidas de 
insetos infeccionadas. Com respeito ao uso interno, 
acredita-se que o uso de um suco preparado com 
pétalas de tulipa auxiliava a amenizar sardas10. 
Pela literatura, parece que a tulipa foi muito mais 
utilizada na culinária – os registros datam do 
século XV – do que para fins medicinais. 
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Poucos estudos têm sido realizados para 
investigação de compostos bioativos presentes 
nas pétalas de tulipa e seus benefícios. No 
estudo de Sagdic et al.53, a Tulipa spp., devido à 
presença de antocianinas, possui efeitos bioativos 
e citotóxicos, sendo que as tulipas com pétalas de 
coloração amarela e vermelha apresentaram efeitos 
mais citotóxicos às células de adenocarcinoma de 
mama, enquanto as de coloração rosa, roxa e 
laranja não apresentaram essa citotoxicidade. 
Cravina (Dianthus caryophyllus)
Segundo registros históricos, a cravina já era 
utilizada por gregos e romanos e começou a ser 
cultivada pelos mouros em Valência no ano de 
14603. Durante cerca de 2.000 anos, as pétalas 
de cravina foram utilizadas medicinalmente para 
aliviar nervosismo e ansiedade, para o tratamento 
de desordens nos rins e bexiga, doenças de 
pele como eczema e para constipação10. Nas 
comunidades indígenas do norte do Iraque, 
as pétalas de cravina são utilizadas com fins 
medicinais para tratamento de feridas, infecções de 
garganta e gengiva e distúrbios gastrointestinais54. 
De acordo com Abe et al.55, as cravinas de diversas 
cores possuem boa quantidade de antocianinas 
em suas pétalas. Estudo in vitro de Martineti et 
al.56 avaliou a ação de um extrato de pétalas de 
cravina, o qual possui alto teor de um flavonol 
(kaempferida), em células de câncer colorretal. 
A kaempferida triglicosídeo mostrou-se eficaz 
em bloquear a proliferação dessas células. No 
estudo de Mohamed e Al-Bayati55, foi avaliado 
o efeito bactericida de eugenol, presente no óleo 
essencial de pétalas de cravina, e constatou-se 
eficácia contra patógenos como B. cereus, L. 
monocytogenes e K. pneumoniae. Curir et al.57 
atribuem à presença da substância kaempferida 
triglicosídeo a ação antifúngica da cravina.
Rúcula (Diplotaxis tenuifolia)
As flores de rúcula possuem um leve sabor 
apimentado e apresentam-se em forma de cruz, 
em colorações que variam do branco ao amarelo 
e, às vezes, rajadas com violeta3. Segundo a 
literatura empírica, as flores de rúcula possuem um 
bom conteúdo de vitaminas e minerais, inclusive 
potássio e sílica. Com finalidade medicinal, são 
utilizadas para dores, para tratar manchas de 
pele, para tosse em uma mistura com mel e como 
estimulante sexual10.
Existem 2 espécies principais de rúcula que 
são citadas na literatura: Diplotaxis tenuifolia e 
Eruca vesicaria, ambas da família Cruciferae. 
No entanto, na lista de flores permitidas para 
produção para consumo humano, a espécie 
relatada é a D. tenuifolia. Em busca na literatura, 
os únicos artigos encontrados acerca das flores 
de rúcula datam de 1958 e não estão disponíveis 
para acesso. Alguns estudos já foram realizados 
sobre as folhas de rúcula de ambas as espécies, e, 
no geral, está bem elucidado que a rúcula é boa 
fonte de glicosinolatos, flavonoides, kaempferol 
e quercetina e apresenta um grande potencial 
em inibir o crescimento de células de câncer 
colorretal58-61. Segundo Pasini et al.62, a presença 
de glicosinolatos e compostos fenólicos tem 
um papel importante na determinação do sabor 
característico dessas espécies. Assim como 
as flores, as folhas também apresentam sabor 
levementepungente e possivelmente contenham 
algumas dessas substâncias. 
Crisântemo (Chrysanthemum spp.)
O crisântemo apresenta-se com pétalas, 
que na verdade são lígulas, de diversas cores e 
com sabores que variam de suave a amargo. O 
crisântemo, há séculos, é extensamente utilizado 
na cozinha e medicina oriental. Na China, 
particularmente, é muito utilizado por diversas 
propriedades medicinais como tônico de sangue, 
como auxiliar na eliminação de toxinas, suave 
diurético e para desordens respiratórias10,63.
Diversos compostos benéficos estão presentes 
no crisântemo, como luteolina, antocianinas, 
protocianidinas, ácido clorogênico, carotenoides, 
polissacarídeos, arabinolactanos. Diversos 
efeitos positivos são relatados devido à gama 
de compostos existentes, incluindo atividades 
antioxidante, antiangiogênica, antitumoral e anti-
inflamatória, modulações da função endotelial e 
da função imunológica64-68.
Considerando que os componentes do 
crisântemo são metabolizados pela microflora 
intestinal, Tao et al.69 avaliaram a microbiota de 
humanos e ratos após consumo de um extrato de 
crisântemo. Nesse estudo, 32 metabólitos foram 
detectados e identificados em amostras bacterianas 
intestinais humanas e de rato. A presença desses 
metabólitos indicou que as vias principais de 
conversão de flavonoides presentes em um 
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Uma revisão sobre os efeitos benéficos de fitoquímicos presentes em f ores comestíveisl
extrato de crisântemo in vitro foram hidrólise, 
hidroxilação, acetilação, metilação, hidrogenação 
e desoxigenação. Nesse estudo observou-se que 
bactérias patogênicas tais como Enterobacter, 
Enterococcus, Clostridium e Bacteroides foram 
significativamente inibidas pelo crisântemo, 
enquanto probióticos comensais, tais como 
Lactobacillus e Bifidobacterium, tiveram seu 
crescimento moderadamente promovido. 
Ma et al.70 avaliaram a presença de compostos 
em crisântemo durante o seu desenvolvimento 
floral. Constataram que a presença de peróxido 
de hidrogênio, antocianinas, carotenoides e 
clorofila diminui consideravelmente conforme 
o desenvolvimento floral avança. Já os teores 
de açúcares, aminoácidos e vitamina C 
aumentaram significantemente com o avanço 
do desenvolvimento floral. A presença de ácido 
clorogênico e flavonoides é consideravelmente 
maior na fase 2, que é a fase de botão. A exposição 
aos raios UVB se mostrou um influenciador positivo 
na produção de compostos em todos os estágios 
da flor. Verificou-se que a presença de compostos 
se dá em várias fases do desenvolvimento da 
planta; entretanto, as fases 2 e 3, que são as fases 
de botão e estágio jovem da flor, são aquelas com 
maior teor de compostos bioativos. No estudo de 
Wu et al.71 também foi encontrado um maior teor 
de ácido clorogênico, luteolina e ácido quínico na 
fase inicial de abertura da flor. 
Boca-de-leão (Antirrhinum L.)
A boca-de-leão é originária da Europa e foi 
uma planta muito cultivada desde a Idade Média. 
Até hoje a boca-de-leão é extensamente cultivada, 
em sua maioria com finalidade decorativa e em 
muito pequena escala com finalidade comestível, 
fato este que pode ser verificado ao realizar 
levantamento da literatura, na qual se encontra uma 
vasta gama de estudos acerca do Antirrhinum, que 
investigam fatores sobre floração, produtividade, 
genética; por outro lado, raros são os estudos sobre 
o consumo como alimento/erva e seus possíveis 
efeitos na saúde humana. Rop et al.72avaliaram a 
presença de compostos fenólicos totais, conteúdo 
de flavonoides totais e de minerais em diversas 
flores comestíveis. Em relação à boca-de-leão, 
encontraram teor de compostos fenólicos totais e 
teor de flavonoides totais de 3,49 g e 1,78 g por 
kg de massa fresca, respectivamente. Os minerais 
foram mensurados em mg por kg de massa fresca, 
sendo encontrados teores de fósforo (417,62); 
potássio (2861,83); cálcio (357,20); magnésio 
(172,02); sódio (87,74); ferro (4,38); manganês 
(5,73); cobre (1,62); zinco (8,89) e molibdênio 
(0,84). Na medicina popular, o gargarejo para 
feridas na boca é feito a partir das flores e poucas 
folhas, sendo considerado um excelente remédio 
mais para dor, cansaço e garganta irritada. 
Acredita-se que a presença de mucilagem, 
pectina, ácido gálico e conteúdo de resina sejam 
responsáveis por sua ação anti-inflamatória e 
calmante10.
Hesperis (Hesperis matronalis)
Hesperis matronalis é utilizada na medicina 
popular com função antimicrobiana73. A maioria 
dos estudos encontrados na literatura disponível 
tem um enfoque maior para investigação de 
genética, polinizadores e resistência no cultivo 
de hesperis, não sendo encontrados relatos de 
compostos bioativos e seus efeitos benéficos. 
Caliopsis (Caliopsis elegans) 
Também conhecida como margaridinha-escura, 
a caliopsis possui flores amarelas com mancha 
escura central. Com nome científico de Caliopsis 
elegans, a caliopsis permitida no Brasil para 
consumo foi encontrada na literatura também 
como Coreopsis tinctoria, a qual é alvo de muitos 
estudos acerca do seu potencial antioxidante e 
suas ações antidiabética e anti-hipertensiva3,74. 
Em sua composição apresentam-se compostos 
que incluem flavanoides, fenilpropanóis, 
sesquiterpenos e fitoesterois75. Estudo de Cai et 
al.76 demonstrou, em modelo animal, que o extrato 
de caliopsis utilizado durante 8 semanas apresenta 
atividade hipoglicemiante via inibição de alfa-
glicosidase. Também houve melhoras nos níveis 
de triglicerídeos e sensibilidade à insulina. Yao et 
al.77 realizaram estudo com ratos com danos renais 
induzidos por diabetes, avaliando os efeitos do 
extrato da flor de caliopsis administrado durante 4 
semanas. Houve inibição do processo inflamatório 
e da fibrinogênese e ativação do AMPK nos rins, 
confirmando efeitos protetores do extrato dessa 
flor em danos renais causados por diabetes. Jiang 
et al.67 investigaram efeito de decocção preparada 
com flores de caliopsis em tratamento de 4 
semanas com ratos alimentados com dieta com alto 
teor de gordura, constatando uma melhora global 
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do quadro de resistência à insulina. A atividade 
anti-hipertensiva da caliopsis já foi relatada 
em alguns estudos, sendo associada a diversos 
compostos fenólicos presentes na planta78. O 
principal mecanismo citado é a inibição da enzima 
conversora de angiotensina, bem como efeito 
vasorrelaxante, que envolve a inibição do influxo 
de cálcio através das membranas celulares79.
Pelargônio (Pelargonium capitatum)
Pelargônio é uma planta originária da África 
do Sul, apresenta-se com pequenas flores rosas ou 
brancas que possuem perfume e gosto de rosas, 
limão e laranja3,80.
Além do Pelargonium capitatum, várias 
outras espécies de pelargônio ou gerânio, como é 
chamado no Brasil, são usadas para fim comestível. 
Para fins medicinais, as espécies mais citadas são o 
P. sidoides e o P. graveolens10,80. P. sidoides é bem 
conhecido por seus efeitos benéficos no tratamento 
de tosse, resfriados e fortalecimento do sistema 
imunológico81-83. P. capitatum é citado em alguns 
estudos pelo potencial antimicrobiano, baseado 
em investigações com o uso do óleo essencial84,85.
Rosa (Rosa chinensis)
Rosas são cultivadas desde a Antiguidade, 
com relatos de cultivo em 3000 a.C. na China e 
uso na culinária da Grécia e Roma antiga. Dentre 
as diversas espécies de rosas encontra-se a R. 
Chinensis, que é uma planta ornamental bem 
conhecida, e suas flores são comumente utilizadas 
na medicina tradicional chinesa, principalmente 
para desordens do ciclo menstrual e cólicas86,87.
Cai et al.88, visando identificar compostos 
fenólicos, realizaram um estudo com extrato 
metanólico de flores secas de R. chinensis. 
Um total de 36 compostos fenólicos foram 
encontrados, dentre eles: taninos, flavonóis, 
antocianinas, galotaninos, elagitaninos, quercetina, 
kampferol, mono e diglicosídeos e cianidinas. 
Nesseestudo também foi avaliada a atividade 
antioxidante, com resultados que mostraram 
que compostos fenólicos dessa flor exibiram um 
potente efeito antioxidante. Os altos níveis de 
flavonoides e taninos hidrolisáveis são importantes 
princípios bioativos nas flores de R. chinensis. 
Xiong et al.89 avaliaram compostos fenólicos e 
capacidade antioxidante em 10 flores comestíveis 
comuns na China, dentre elas R. chinensis. Pelo 
método de avaliação FRAC (ferric reducing/
antioxidant capacity), a R. chinensis mostrou 
um potente efeito antioxidante. Qing et al.87 
encontraram 12 flavonoides glicosídeos em R. 
chinensis, ressaltando que esses são os principais 
compostos responsáveis pela importante atividade 
antioxidante reconhecida de R. chinensis. 
 
Conclusão
A elaboração desta revisão permitiu verificar 
o grande potencial que as flores comestíveis 
possuem para serem mais utilizadas como 
alimentos. Apresentam um considerável conteúdo 
de compostos bioativos com diversos efeitos 
benéficos à saúde humana, que incluem: atividades 
antioxidante, anti-inflamatória, hipolipemiante, 
diurética, hipoglicemiante, vasodilatadora, 
imunomoduladora e saúde visual. Embora a 
maioria dos estudos concentre suas investigações 
em alguma forma de extrato, o uso regular, mesmo 
que em pequenas quantidades, das flores frescas 
em receitas pode contribuir para adicionar esses 
compostos bioativos na alimentação diária. 
Juntamente aos benefícios funcionais, o aspecto 
sensorial confere visual atrativo e proporciona 
texturas e sabores diferentes às preparações. Assim, 
as flores podem ser utilizadas amplamente como 
matéria-prima para a elaboração de preparações 
alimentares, na gastronomia e em produtos 
nutracêuticos e, inclusive, como uma fonte de 
corantes naturais. Nesse contexto, conclui-se que 
as flores comestíveis representam uma categoria 
de alimento promissora para maior utilização na 
alimentação por suas características funcionais ou 
sensoriais. Ressalta-se a importância da realização 
de mais estudos com flores comestíveis em 
nível nacional, especialmente ensaios clínicos, 
fornecendo embasamento para a educação 
nutricional para a população, a fim de promover 
o consumo de flores comestíveis por meio de 
profissionais da nutrição, gastronomia e áreas 
afins.
Referências
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Andrea Plothow, Andreza Braulos de Mello, Camila Buttendorff, Gabriela Fagundes
Aplicação da nutrigenômica na 
determinação do melhor tipo de dieta
Application of nutrigenomics in determination of the best type of diet
Resumo
A genética é uma ciência que estuda a transmissão, as alterações e a expressão dos genes, estudos estes que se tornaram possíveis a 
partir do Projeto Genoma Humano. A nutrigenômica se tornou parte de um campo mais amplo, a genômica nutricional, que busca 
analisar o controle da expressão gênica, as interações entre os genes e o ambiente. Em determinadas localizações do cromossomo (locus) 
pode haver variabilidade devido a mutações na sequência do DNA. Se a mutação é encontrada em uma frequência superior a 1% da 
população, denomina-se polimórfica, e esses polimorfismos podem atuar como marcadores genéticos. A aplicação destes conceitos à 
nutrição esclarece o impacto das variações genéticas individuais nas necessidades de um determinado nutriente para um determinado 
sujeito. Testes genéticos são utilizados para avaliações nutrigenéticas, e vários polimorfismos de nucleotídeos únicos podem ser 
determinados em um único teste, havendo posterior análise individual do resultado de cada polimorfismo ou avaliação conjunta com 
outros genes também envolvidos com a nutrição. O resultado é uma análise de como cada organismo metaboliza determinados nutrientes 
ou substâncias e aponta tendências, como, por exemplo, para obesidade. Isoladamente, não são suficientes para a personalização da 
alimentação e não substituem um tratamento médico ou recomendação nutricional, mas, sim, servem como ferramenta auxiliar na 
nutrição individualizada e de precisão.
Palavras-chave: Nutrição, polimorfismos, nutrigenética, nutrigenômica.
Abstract
Genetics is a science that studies the transmission, alterations and expression of genes, and these studies have become possible through 
the Human Genome Project. Nutrigenomics has become part of a broader field, the nutritional genomics, which seeks to analyze the 
control of gene expression, interactions between genes and the environment. At certain locations of the chromosome (locus) there 
may be variability due to mutations in the DNA sequence. If the mutation is found at a frequency greater than 1% of the population it 
is called polymorphic, and these polymorphisms may act as genetic markers. The application of these concepts to nutrition clarifies 
the impact of individual genetic variations on the needs of a particular nutrient for a particular subject. Genetic tests are used for 
nutrigenetic evaluations, and several single nucleotide polymorphisms can be determined in a single test, with subsequent individual 
analysis of the result of each polymorphism or joint evaluation with other genes also involved with nutrition. The result is an analysis 
of how each organism metabolizes certain nutrients or substances and points out tendencies, such as to obesity. Individually, they are 
not enough for food customization and do not replace medical treatment or nutritional recommendation, but serve as an auxiliary tool 
for individualized and accurate nutrition.
Keywords: Nutrition, polymorphisms, nutrigenetics, nutrigenomics.
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Aplicação da nutrigenômica na determinação do melhor tipo de dieta
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Introdução
Desde o início do século XX, a genética 
geral se tornou uma promissora área da biologia 
moderna. Essa ciência conceitua-se pelos estudos 
da hereditariedade, que qualifica as características 
gênicas e fenotípicas de indivíduos e que podem 
ser transmitidas dos pais para os filhos, como, por 
exemplo, cor dos owlhos, cabelo, doenças1.
O Proje to Genoma Humano fo i um 
empreendimento internacional para determinar a 
sequência completa do genoma humano, definido 
como a soma total de informações genéticas da 
nossa espécie. A genética médica se tornou parte 
de um campo mais amplo e busca aplicar uma 
análise em grande escala do genoma humano, 
incluindo controle da expressão gênica, variação 
gênica humana e interações entre os genes e o 
ambiente2.
Estudada atualmente, a genômica nutricional 
procura fornecer conhecimentos de como os 
nutrientes afetam o balanço entre saúde e doença, 
alterando a expressão e/ou estrutura dos genes 
do indivíduo, e tem como objetivo desenvolver 
conhecimento que permita estabelecer um 
tratamento nutricional baseado no genótipo 
individual, mediante dois ramos principais: 
nutrigenética e nutrigenômica3,4.
Muitos testes genéticos são baseados em 
polimorfismos de nucleotídeo único (single 
nucleotide polymorphism – SNP) de genes 
envolvidos com efeitos metabólicos ou nutrição.SNPs são variações que podem ocorrer numa 
sequência de DNA em uma porção significativa 
(mais de 1%) de uma população. São resultados 
de mutações, que se propagaram ao longo das 
gerações, sendo as mais frequentes formas de 
variações genéticas, representando 90% delas5.
Análises dos testes genéticos revelam como 
cada organismo metaboliza determinados 
nutrientes (e.g.: ômega 3) e substâncias (e.g.: 
cafeína) e pode apontar tendências genéticas 
para a obesidade e para o desenvolvimento de 
intolerâncias alimentares (e.g.: lactose). Essas 
análises se apresentam como uma peça importante 
da orientação nutricional individualizada, uma 
vez que consideram as características metabólicas 
de casa indivíduo, porém isoladamente não são 
suficientes para a personalização da alimentação6.
Dessa forma, este artigo teve como objetivo 
pesquisar sobre a relação das informações obtidas 
a partir das observações realizadas no contexto 
da genômica nutricional, com a possibilidade de 
utilizar essas informações na determinação do 
melhor tipo de dieta.
Metodologia
Para o levantamento de dados, foi realizada 
uma revisão bibliográfica por meio de pesquisa 
em livros e nas bases de dados SciELO, PubMed, 
SNPedia, com as palavras isoladas ou associadas: 
genética, polimorfismo, nutrigenética, testes 
genéticos, obesidade, FTO, MC4R, PPARγC1α, 
PPARγ, FADS1, CYP1A2, MCM6, MTHFR, HLA-
DQ2 / HLA-DQ8, doença celíaca, intolerância à 
lactose, obesidade, GWAS. Os genes escolhidos 
foram aqueles com polimorfismos envolvidos com 
efeitos metabólicos e nutrição.
Resultados
Com o advento dos estudos de associação 
ampla do genoma (Genome-wide association 
study – GWAS), tem-se caminhado a passos largos 
no caminho do entendimento dos fundamentos 
genéticos da obesidade. Atualmente, sabe-se que 
as formas comuns de obesidade são poligênicas, 
com cada variante contribuindo com um pequeno 
efeito7. 
Uma vez que os efeitos dos diferentes loci 
envolvidos com alterações no índice de massa 
corporal (IMC) são pequenos, o risco genético 
normalmente é calculado para o indivíduo 
somando-se o número de alelos de risco dos vários 
loci envolvidos7.
O primeiro locus com robustez estatística 
identificado com associação ao IMC foi do gene 
FTO, publicado em um GWAS. Uma meta-
análise com dados de GWAS de descendentes 
de europeus corroborou a associação do FTO 
e identificou um outro sinal próximo ao gene 
receptor de melanocortina-4 (melanocortin-4 
receptor – MC4R)7. 
O polimorfismo de nucleotídeo único (single 
nucleotide polymorphism - SNP) rs9939609 
(substituição de uma timina - alelo T - por adenina 
- alelo A - risco) do gene FTO tem sido avaliado 
pela sua associação com o acúmulo excessivo 
de gordura. Também se avalia a interação desse 
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polimorfismo com os demais fatores promotores 
do excesso de peso. Contudo, divergências entre 
resultados para diferentes grupos populacionais 
têm sido encontradas8,9. 
Atualmente, não se sabe ao certo como o 
alelo A do polimorfismo rs9939609 do gene 
FTO influencia no risco de obesidade, porém 
os mecanismos apontam para interferência no 
sistema de saciedade do sistema nervoso central, 
aumentando a ingestão de alimentos (hiperfagia) 
e reduzindo a sensação de saciedade10,11.
Outro gene também envolvido com a obesidade 
é o MC4R, tendo as primeiras descrições sobre a 
associação entre MC4R e IMC sido publicadas em 
1998 por dois grupos diferentes na mesma edição 
da revista Nature Genetics12,13.
O gene MC4R é expresso principalmente 
no hipotálamo, onde neurônios POMC (pró-
opiomelanocortina), situados no núcleo arqueado, 
são ativados pela leptina e pela insulina e 
produzem o hormônio estimulante α-melanócito 
(α-MSH). Este, por sua vez, ativa o receptor 
MC4R, resultando num sinal de saciedade14,15.
Mutações no MC4R representam a alteração 
genética mais comum presente na obesidade 
humana de início precoce, e vários mecanismos 
moleculares pelos quais a perda de função 
(consequente de mutações no gene MC4R) leva 
a obesidade são possíveis: expressão de MC4R 
anormal na membrana, defeito na resposta 
agonista e alteração no transporte intracelular 
dessa proteína14,15.
Embora seja de interesse o conhecimento 
da razão biológica (por exemplo: alteração da 
via da melanocortina) responsável pela maior 
suscetibilidade à obesidade em alguns indivíduos, 
ainda não existe terapêutica específica disponível. 
No entanto, o estudo molecular para detectar 
indivíduos elegíveis para tratamento pode tornar-
se necessário em poucos anos, caso surjam 
fármacos específicos, tais como agonistas de 
MC4R15,16.
Genes associados ao metabolismo energético e 
de carboidratos também podem ser avaliados em 
testes genéticos. A proteína codificada pelo gene 
PPARγC1α (peroxisome proliferator-activated 
receptor gamma coactivator 1-alpha) é expressa 
em altos níveis em tecidos metabolicamente ativos 
e está envolvida no controle do estresse oxidativo 
por meio da desintoxicação de espécies reativas de 
oxigênio, além de atuar na biogênese mitocondrial 
e na oxidação de lipídios e glicose17.
A proteína codificada pelo gene PPARγC1α 
coativa pelo menos 30 fatores de transcrição 
envolvidos em vários aspectos do metabolismo 
energético celular e estase vascular17,18. O gene é 
expresso em tecidos com alta atividade metabólica, 
como coração, fígado, rim e tecido adiposo 
marrom, e poderia desempenhar um papel 
na regulação da pressão arterial por meio da 
interação com mineralocorticoides e receptores 
de estrogênio ou da destoxificação de oxigênio 
reativo19.
Associações entre esse polimorfismo 
(rs8192678 G>A) e DM2, HAS, obesidade, 
dislipidemia, aptidão aeróbica e resistência à 
insulina têm sido amplamente relatadas20.
O PPARγ (peroxisome proliferator-activated 
receptor gamma) é um membro da superfamília 
de receptores nucleares e um fator de transcrição 
ativado por ácidos graxos, prostanoides e 
tiazolidinediona (glitazonas), regulando a 
expressão de genes envolvidos na lipogênese 
e adipogênese, a sensibilidade à insulina, o 
balanço energético, inflamação, angiogênese 
e aterosclerose. Tem sido mencionado como 
um gene candidato para determinar o risco de 
síndrome metabólica e outras comorbidades21-23.
Entre as variantes genéticas do PPARγ, o 
polimorfismo de nucleotídeo único rs1801282 
C>G, também conhecido como Pro12Ala, 
foi o mais extensivamente estudado, sendo 
caracterizado pela substituição de uma prolina 
(CCA) por uma alanina (GCA) no códon 12 do 
exon B, devido à troca de uma citosina por uma 
guanina22.
Resultados de meta-análises e estudos 
prospectivos mostraram redução no risco de 
DM2 variando de 21% a 27% para o alelo 
polimórfico alanina, provavelmente pela melhora 
na sensibilidade à insulina24-26. 
Em relação aos indivíduos obesos, as 
associações não são tão fortes, e, de fato, 
pesquisadores têm encontrado associação entre 
o alelo alanina e aumento, e não decréscimo, de 
peso em indivíduos obesos27.
Em relação aos lipídeos, a capacidade de 
metabolização e absorção também apresenta 
importante componente genético, e tanto a dieta 
quanto a variação genética do gene FADS1 podem 
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Aplicação da nutrigenômica na determinação do melhor tipo de dieta
coronariana30,32.
A velocidade de metabolização de certas 
substâncias, como a cafeína, também é de interesse 
de estudo, e o gene CYP1A2 (Cytochrome P450 
1A2) pode ser avaliado por teste genético para 
identificação do perfil individual do paciente33.
O polimorfismo rs762551 (-163 C>A) gera 
aumento de atividade da enzima que participa 
da metabolização da cafeína. Indivíduos que 
carregam o alelo C são metabolizadores lentos 
de cafeína, enquanto que o alelo A indica rápida 
metabolização, ou seja, uma mesma quantidade de 
cafeína tende a ter efeito mais estimulante naquele 
indivíduo de metabolizaçãolenta33,34. Hoje em dia, 
ser fatores importantes que irão influenciar nas 
concentrações sanguíneas de ácidos graxos 
poli-insaturados de cadeia longa (PUFAs) e seus 
precursores28. 
A dessaturação de ácidos graxos é um processo 
chave na geração de precursores para a formação 
de eicosanoides anti e pró-inflamatórios, bem 
como LC-PUFA, que tem papéis chave no 
desenvolvimento cerebral e neuronal29.
As proteínas codificadas pelos genes FADS1 
e 2 (fatty acid desaturase) são membros de uma 
família de dessaturases ômega-3 e ômega-6, que 
atuam por meio da introdução de ligações duplas 
entre os carbonos e catalisam o passo final de 
formação dos ácidos eicosapentaenoico (EPA) e 
araquidônico30-32.
A função biológica mais conhecida do FADS1 
é a do ácido linoleico, que atua como uma enzima 
limitante da velocidade de metabolização de 
LC-PUFA, precursores de eicosanoides e outros 
mediadores importantes na participação de 
processos inflamatórios30,32.
Está localizado em uma região cromossômica 
relacionada a uma variedade de doenças complexas 
como, por exemplo, doenças cardiovasculares, 
alterações no metabolismo desses ácidos em 
mulheres durante a gravidez e lactação, asma, 
atopia, osteoartrite e diabetes tipo 130-32.
O polimorfismo do FADS1 (rs174547 C>T) 
pode atuar como um importante fator que irá 
contribuir para a variabilidade nos níveis de 
PUFA nos fosfolipídeos séricos e pode estar 
associado com o aumento de triglicerídeos e 
com a diminuição de colesterol HDL (high 
density lipoprotein – proteína de alta densidade), 
aumentando, assim, o risco para doença arterial 
coronariana30,32.
certas doenças estão relacionadas com a ingestão 
de café, como diminuição da densidade mineral 
óssea e aumento do risco de hipertensão, ou ainda 
como fator protetor na diminuição do risco de 
cânceres e contra a doença de Parkinson34.
A intolerância a produtos lácteos tem se tornado 
uma questão importante para a nutrição, e genes 
estão envolvidos na capacidade de síntese da 
enzima lactase até a vida adulta. Por muitos anos, o 
termo intolerância à lactose tem sido uma maneira 
de distinguir o uso e risco de produtos lácteos 
por pessoas de diferentes etnias, uma vez que há 
ocorrência de sintomas gastrointestinais agudos 
como inchaço, flatulência, dor abdominal, fezes 
moles e diarreia ou constipação naqueles que não 
têm persistência da atividade de lactase35,36.
O SNP do intron 13 do gene da lactase LCT 
(LCT-13910 C>T ou rs4988235) é o mais 
prevalente entre os polimorfismos para o gene. Um 
indivíduo homozigoto para o alelo C é considerado 
intolerante à lactose ou lactase não persistente37. 
Diferente da maioria das variantes genéticas que 
apresentam consequências nutrigenômicas de 
perda de função, mutações no gene LCT resultam 
em persistência da lactase (PL), conferindo a 
habilidade de produzir a enzima lactase até a 
idade adulta38.
Manifestações de desconforto intestinal 
podem ser devidas a outra condição que não a 
intolerância à lactose, como por exemplo, doença 
celíaca. Antigamente, a doença celíaca (DC) era 
considerada rara e limitada a crianças, porém 
atualmente estima-se prevalência de 1% (uma em 
cada 100 pessoas tem DC), sendo predominante 
em mulheres, na razão de 3:139,40.
A DC apresenta base autoimune, multigênica, 
com genes que predispõem a autoimunidade, 
como alelos HLA (human leucocyte antigen) 
contribuindo com 36-53% de suscetibilidade41,42. 
A associação primária é com os genes HLA-DQ2 
(DQA1⁎05/DQB1 02) e DQ8 (DQA1⁎0301/
DQB1⁎0302), e a presença dessas proteínas HLA 
é necessária para o desenvolvimento da DC, 
porém não suficiente para determinar que o fator 
ambiental (exposição às proteínas do glúten) gere 
resposta imune específica39,43.
Cerca de 95% dos pacientes diagnosticados 
com doença celíaca apresentam HLA-DQ2, 
e 5% apresentam HLA-DQ8. Contudo, 
aproximadamente 20-30% de caucasianos 
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saudáveis são HLA-DQ2 positivos, apontando 
para o envolvimento de genes não HLA40. 
Conhecer o genótipo HLA-DQ é importante para 
estabelecer o gradiente de risco, uma vez que a 
ausência dos alelos de risco DQ2 e DQ8 tem um 
valor negativo preditivo de 99%41,43.
O ácido fólico é um nutriente cujo metabolismo 
envolve etapas dependentes de enzimas. Genes que 
sintetizam essas enzimas podem ser polimórficos 
e avaliados em testes genéticos. No organismo, 
para exercer seus efeitos como doador de grupo 
metil com importante papel no metabolismo de 
um carbono, atuando como coenzima na síntese 
de purinas e pirimidinas do DNA, síntese de RNA 
e proteínas, além da importância na produção de 
energia e adequada divisão celular o folato deve 
ser convertido em 5-metil-tetrahidrofolato pela 
ação da enzima metileno tetrahidrofolato redutase 
– MTHFR44,45.
A MTHFR é o principal componente no 
metabolismo do folato, e seu gene está localizado 
no cromossomo 1 p36.3, havendo até o presente 
mais de 40 mutações pontuais identificadas, onde 
C677T e A1298C têm o maior significado clínico, 
podendo levar a redução de atividade da enzima, 
interferindo, assim, nos níveis de metilfolato46.
O polimorfismo rs1801133 (C677T) tem 
como consequência a substituição de alanina em 
valina, o que resulta em uma enzima com 65% 
da sua atividade para heterozigotos e 30% para 
homozigotos do alelo de risco, estando associado 
com níveis elevados de homocisteína em indivíduos 
com baixo nível de folato no plasma46-48. A 
concentração plasmática de homocisteína pode ser 
influenciada tanto por fatores nutricionais, como 
concentrações de ácido fólico e vitaminas B6 e 
B12, quanto por fatores hereditários, em especial 
aqueles ligados às enzimas do metabolismo da 
metionina e da cisteína. Existem evidências que 
sugerem que a homocisteína possa estar envolvida 
na aterogênese e na trombogênese49,50.
Polimorfismos em genes específicos, como o 
MTHFR, podem conferir uma base genética para 
riscos de doenças cardiovasculares. A homozigose 
para o polimorfismo C677TT está associada com o 
risco de doença arterial coronariana em diferentes 
lugares do mundo, como em Israel, na América 
do Norte e no Japão; contudo, não está ligada à 
China50.
Discussão
Nutrigenética é a interface entre nutrição e 
as informações genéticas de cada indivíduo, 
que explica o impacto das variações genéticas 
individuais nas necessidades ótimas de um 
determinado nutriente para um determinado 
sujeito. Por exemplo, dependendo das informações 
genéticas, um indivíduo pode se beneficiar de 
maneiras variáveis de certas vitaminas ou minerais, 
tais como ácido fólico ou ferro, entendendo que 
uma orientação dietética adequada a um indivíduo 
pode não ser adequada ao outro, ou pode até 
mesmo ser prejudicial51-53.
Polimorfismos podem atuar como marcadores 
genéticos, já que são transmitidos associados a 
outros genes localizados na região cromossômica 
próxima a eles. Dessa maneira, se um gene 
próximo a um marcador causa uma doença, todos 
os indivíduos afetados na família recebem tanto o 
marcador como o gene causador da doença5. 
Os polimorfismos de interesse na nutrição 
podem ser analisados por testes genéticos, 
trazendo os conceitos da genômica nutricional 
para a prática clínica do profissional de nutrição, 
com resultados que auxiliam no embasamento da 
nutrição individualizada personalizada.
Conclusões
Vários SNPs podem ser determinados em um 
único teste genético, havendo posterior análise 
individual do resultado de cada polimorfismo 
ou avaliação conjunta com outros genes também 
envolvidos com a nutrição. Podem-se avaliar, por 
exemplo, polimorfismos de genes associados ao 
risco de desenvolvimento de sobrepeso/obesidade 
(FTO rs9939609 e MC4R rs17782313), genes 
associados ao metabolismo energético e de 
carboidratos (PPARγ rs1801282 e PPARγC1α 
rs8192678), genes associados à capacidade de 
metabolização e absorção de lipídeos (FADS1rs174547), gene associado à velocidade de 
metabolização da cafeína (CYP1A2 rs762551), 
gene associado com persistência da enzima lactase 
(MCM6 rs498823), genes associados com doença 
celíaca (HLA-DQ2, HLA-DQ8), gene associado 
com a metabolização do ácido fólico (MTHFR).
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Aplicação da nutrigenômica na determinação do melhor tipo de dieta
O perfil analisado em um teste não exclui a 
possibilidade da existência de outros marcadores 
associados à característica/condição analisada, 
e os resultados do teste não substituem um 
tratamento médico ou recomendação nutricional, 
mas, sim, servem como ferramenta auxiliar na 
nutrição individualizada6.
Esse campo tem potencial para otimizar a saúde 
humana por meio de boas práticas alimentares 
e recomendações individualizadas de macro e 
micronutrientes norteadas pelas características 
polimórficas do indivíduo51.
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Fernanda Fontes Cohen e Daniela de Araújo Medeiros Dias
A importância do selênio nos níveis dos 
anticorpos antiperoxidase na 
tireoidite de Hashimoto
The importance of selenium in the levels of anti-peroxidade antibodies in Hashimoto's thyroiditis
Resumo
A tireoidite de Hashimoto é uma doença caracterizada por inflamação crônica da glândula tireoide, ocasionada por um processo 
autoimune, cujo tratamento convencional consiste na administração de levotiroxina para reposição hormonal. Entretanto, a busca por 
terapias alternativas que atuem na modulação anti-inflamatória é de fundamental importância para melhora da qualidade de vida dos 
doentes. Sabe-se que, na deficiência de selênio, algumas interleucinas não são inibidas pelas células T supressoras, o que resulta na 
estimulação de células T autorreativas e na produção de autoanticorpos. Assim, observa-se a importância desse mineral no curso da 
patologia. Apesar de muitos estudos mostrarem a redução dos níveis de anticorpo antiperoxidase com a suplementação de selênio, vários 
outros não apontam o mesmo benefício. Ainda assim, observa-se a modulação de parâmetros relevantes, os quais podem significar 
melhora na evolução da doença de Hashimoto.
Palavras-chave: Doença de Hashimoto; tireoidite autoimune; autoanticorpos; selênio.
Abstract
Hashimoto’s thyroiditis is a disease defined as a chronic inflammation of the thyroid gland caused by an autoimmune process, which 
is conventionally treated with levothyroxine administration for hormone replacement. However, researches for alternative therapies 
that work on anti-inflammatory modulation are very important to improve the quality of life for those patients. It is known that, on 
selenium deficiency, some interleukins are not inhibited by suppressor T cells, stimulating the autoreactive T cells and the production 
of autoantibodies. Therefore, the importance of this mineral on the course of this pathology is observed. Despite of the fact that many 
studies demonstrate the reduction of the levels of anti-peroxidase antibody with selenium supplementation, many others do not show the 
same benefit. Nevertheless, the modulation of relevant parameters which can signal some improvement on the evolution of Hashimoto’s 
disease is observed.
Keywords: Hashimoto disease; autoimmune thyroiditis; autoantibodies; selenium.
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A
Introdução
A tireoidite de Hashimoto, também conhecida 
como tireoidite linfocitária crônica1, consiste 
em uma doença autoimune com etiologia e 
patogênese ainda não definidas completamente2. 
Essa doença é caracterizada por uma inflamação 
crônica da glândula tireoide2 iniciada com a 
ativação de células T auxiliares, as quais induzem 
a secreção de anticorpos pelas células B3 devido 
à produção excessiva de citocinas1. O anticorpo 
antitireoperoxidase (anti-TPO) é considerado o 
melhor marcador sorológico para estabelecer 
o diagnóstico dessa tireoidite, sendo detectado 
em aproximadamente 95% dos pacientes. Por 
sua vez, o antitireoglobulina (anti-TG) é menos 
sensível – positivo apenas em 60 a 80% dos 
pacientes – e menos específico do que o anti-
TPO2.
Na evolução da patologia, ocorre perda 
gradual da função da tireoide, acompanhada pela 
elevação do TSH (hormônio tireoestimulante). 
Enquanto T4 (tiroxina) e T3 (tri-iodotironina) 
apresentam-se normais, classifica-se como 
hipotireoidismo subclínico. Com a progressão da 
falência da glândula, o T4 diminui, instalando-se 
o hipotireoidismo clínico. O avanço da doença 
levará à baixa, também, de T3 e ao surgimento 
dos sinais e sintomas4, como constipação, 
bradicardia, anemia, oligomenorreia, retenção 
hídrica, perda de memória, depressão, entre 
outros2.
O tratamento médico convencional é realizado 
pela administração de levotiroxina para reposição 
de T4, levando à normalização do TSH4. Uma 
vez que não existe modalidade específica de 
terapia para suprimir a destruição autoimune, 
o procedimento adotado é paliativo5. Assim, 
o desenvolvimento de terapias alternativas 
baseadas nos mecanismos conhecidos dessa 
patologia, no lugar de tratar apenas os sintomas, 
melhorará a qualidade de vida dos pacientes6.
Dentre outros aspectos, a manutenção da 
função imune-endócrina, o metabolismo e a 
homeostase celular dependem do selênio7. As 
enzimas glutationa peroxidase e tiorredoxina 
redutase são selenoproteínas envolvidas na 
regulação do estado redox e na proteção contra 
o dano oxidativo. Além disso, a glândula tireoide 
contém mais selênio por grama de tecido do 
que qualquer outro órgão8. Na deficiência desse 
mineral, as células T supressoras não inibem a 
produção de algumas interleucinas, o que resulta 
na estimulação de células T autorreativas e na 
produção de autoanticorpos7. Aqueles pacientes 
com resposta imune ativada estão mais suscetíveis 
a essa deficiência9,10. 
No Brasil, o consumo alimentar de selênio 
varia de 18 a 139 μg/dia, a depender da região11. 
Possuindo menor concentração no solo, Mato 
Grosso e São Paulo são os estados onde se 
constata maior deficiência alimentar12. Sabe-se 
que a ingestão adequada desse micronutriente 
é importante para a manutenção da integridade 
funcional e estrutural da tireoide13. Entretanto, 
ainda são escassos os estudos que avaliaram o 
consumo de selênio na modulação inflamatória. 
Os artigos questionam a biodisponibilidade e a 
quantidade do consumo de alimentos fontes para 
que tenha a ação esperada. Dessa forma, faz-se 
necessário observar a dieta da população de modo 
a promover seu consumo apropriado, favorecendo 
o funcionamento ótimo do organismo e evitando 
o acometimento de patologias vinculadas a sua 
deficiência14.
Estudos têm mostrado que a suplementação 
com selenometionina normaliza a liberação 
linfocitária de citocinas, inibindo a secreção de 
interferon gama (IFN-γ), fator de necrose tumoral 
alfa (TNF-α) e interleucina 2 (IL-2)15, e esse efeito 
é aumentado quando combinado com o tratamento 
com levotiroxina7. Sugere-se que essa regulação 
da secreção de citocinas diminua os níveis de anti-
TPO15. Visto que esseanticorpo é o mais relevante 
marcador do Hashimoto, buscar mecanismos 
de modulação dessa resposta autoimune é de 
fundamental importância. 
Diante do exposto, este estudo teve por objetivo 
realizar uma revisão de literatura sobre o efeito do 
selênio nos níveis de anticorpos antiperoxidase na 
tireoidite de Hashimoto.
Metodologia
O presente estudo foi realizado por meio de uma 
revisão de literatura a respeito do tema mediante 
consulta à base de dados PUBMED. Na pesquisa, 
buscou-se publicações em língua inglesa, utilizando 
os descritores DeSC: Autoimmune Thyroiditis; 
Thyroiditis; Autoantibodies; Selenium. Foram 
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A importância do selênio nos níveis dos anticorpos antiperoxidase na tireoidite de Hashimoto
aplicados os seguintes filtros: data de publicação 
no período de 2007 a 2017; e artigos cujo tipo 
de publicação não era revisão de literatura. Em 
princípio, foram obtidos 71 artigos.
A análise de dados foi iniciada a partir da 
leitura dos títulos, resumos e artigos na íntegra. 
Selecionou-se publicações originais em humanos 
que avaliaram o efeito do selênio nos anticorpos 
antiperoxidase na tireoidite autoimune e que 
forneceram maior compreensão do tema proposto 
para esse trabalho. Foram excluídos da pesquisa: 
artigos de revisão; estudos de caso isolados; 
estudos ainda não concluídos; estudos em animais; 
estudos apenas em crianças, adolescentes e 
gestantes; publicações com classificação Qualis 
abaixo de B3; estudos realizados com pacientes 
com hipertireoidismo; estudos não realizados 
com portadores da tireoidite de Hashimoto; 
que não avaliaram os parâmetros de anticorpos 
antiperoxidase; que avaliaram exclusivamente 
o tratamento medicamentoso com levotiroxina; 
que avaliaram apenas o status de selênio nos 
indivíduos. Empreendeu-se uma leitura minuciosa 
e crítica dos artigos para identificação dos núcleos 
de sentido de cada texto e posterior agrupamento 
de subtemas que sintetizassem as produções.
Resultados e discussão
Foram elegíveis onze artigos de acordo 
com os critérios estabelecidos nesta revisão, 
conforme observado na Tabela 1. Destaca-se 
que foi verificada uma diferença na distribuição 
da população estudada, com maior prevalência 
de Hashimoto em pacientes do sexo feminino, 
estatística essa já apresentada em literatura2. 
Esse achado foi claramente observado em todas 
as amostras dos estudos avaliados, visto que os 
grupos de intervenção que incluíam ambos os 
sexos sempre apresentavam número bem mais 
expressivo de mulheres do que homens. 
Sabe-se que o alimento mais rico em selênio é 
a castanha-do-Brasil, com concentração registrada 
entre 8 e 126 μg/g11. Outras boas fontes alimentares 
são alguns peixes e frutos do mar, como ostras, 
atum, sardinha e merluza; miúdos, como rim e 
fígado; cogumelos; alfafa; cereais, como centeio 
e farinha de trigo integral; semente de girassol; 
espécies crucíferas, como mostarda, repolho, 
brócolis e couve-flor; e carnes em geral11,12,16,17.
Tabela 1. Estudos que avaliaram o efeito do selênio no tratamento da tireoidite de Hashimoto, publicados 
entre 2007 e 2017
Estudo Estudo / Local População Resultados Conclusões
Anastasilakis et al.18
De Farias et al.19
Esposito et al.20
Karanikas et al.21
Mazokopakis et al.22
Estudo 
prospectivo 
clínico (Grécia)
Estudo 
randomizado, 
prospectivo 
(Brasil)
Estudo 
randomizado 
duplo-cego 
(Itália)
Estudo 
randomizado 
cego (Áustria)
Estudo 
prospectivo 
(Grécia)
n=86. Pacientes com HT, 57% 
com LT. 200 μg SeMet por 
3 m (n=15); 200 μg SeMet 
por 6 m (n=46); ou placebo 
(n=25)
n=55. Pacientes com CAT, 
com LT se necessário. 200 
μg SeMet (n=28); ou placebo 
(n=27) por 3 m – 2 h antes ou 
após refeição
n=76. Mulheres com HT. 
166 μg l-SeMet (n=38); ou 
placebo (n=38) por 6 m
n=36. Mulheres com 
AIT, utilizando LT. 200 µg 
Na2SeO3 (n=18); ou placebo 
(n=18) por 3 m – 2 h antes ou 
após uma refeição 
n=80. Mulheres com HT 
(37 em uso de LT). 200 µg 
l-SeMet por 12 m (n=40); ou 
200 µg l-SeMet por 6 m + 6 m 
sem suplementação (n=40)
↓ TgAb (significativa, 
mas modesta em termos 
absolutos)
↓ TPOAb 
↑ GPx1
↑ Vascularização da tireoide
↑ T3L (grupo suplementado)
↓ T3L (grupo controle)
↑ Bem-estar
↓ TPOAb com suplementação
↑ TPOAb 4,8% com 
interrupção, mas 12,2% 
menor nos níveis basais
Selênio em doses 
farmacológicas por 6 m não 
tem efeito clínico, hormonal 
e autoimune significativo na 
HT
Selênio foi associado com 
a diminuição dos níveis de 
TPOAb em 6 m e com o 
aumento da vascularização 
da tireoide
Sugere-se aumento de 
atividade das DIOs, induzido 
pela l-SeMet, pelo aumento 
do T3L
Não houve diminuição 
significativa dos níveis de 
TPOAb e no padrão da 
produção de citocinas após a 
administração de Se
Selênio gera redução de 
TPOAb, e a interrupção do 
uso provoca seu aumento
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Esse mineral está presente no solo e entra 
na cadeia alimentar pelas plantas. Dessa forma, 
sua concentração em plantas e animais depende 
da composição do terreno onde é realizado o 
cultivo16,17.
Em um estudo populacional, Wu et al.29 
evidenciaram a diferença na prevalência de 
distúrbios na glândula tireoide entre regiões 
com suprimento baixo e adequado de selênio, 
como reflexo da presença desse micronutriente 
na alimentação proporcional à concentração do 
solo, que era diferente nessas áreas. Observou-se 
associação entre a deficiência desse mineral e o 
risco de doença29. Sendo o selênio constituinte 
importante de enzimas envolvidas na regulação 
hormonal da tireoide e na sua proteção dos ataques 
de radicais livres como em doenças autoimunes, 
a dieta deve garantir sua ingestão adequada16. 
Todavia, não foi possível encontrar estudos 
que façam a abordagem da terapia via alimento 
para modulação dos parâmetros relevantes para 
melhoria do quadro da doença de Hashimoto. 
Talvez isso se deva à dificuldade de estabelecer 
um padrão na concentração desse micronutriente, 
mesmo quando se considera apenas um alimento 
específico.
Vale ressaltar que houve diferentes formas de 
intervenção em diferentes estágios de evolução 
da doença, pela heterogeneidade no uso ou 
não da levotiroxina. Além disso, nos trabalhos 
selecionados, resultados divergentes foram 
alcançados quanto ao efeito nos anticorpos 
antitireoperoxidase (anti-TPO). A literatura tem 
buscado alternativas no tratamento da tireoidite 
de Hashimoto com o intuito de modular o 
sistema imunológico e o processo inflamatório 
característico dessa patologia. Nesse sentido, 
verifica-se que alguns estudos avaliaram 
marcadores diretamente ligados ao mecanismo 
de defesa antioxidante, como a enzima da classe 
Estudo Estudo / Local População Resultados Conclusões
Nacamulli et al.23
Nordio e Basciani24
Nordio e Pajalich25
Pilli et al.26
Pirola et al.27
Yu et al.28
Estudo 
prospectivo 
randomizado 
(Itália)
Estudo 
randomizado 
prospectivo 
(Itália)
Ensaio 
randomizado 
duplo-cego 
(Itália)
Estudo 
randomizado 
(Itália)
Estudo 
randomizado 
(Itália)
Estudo 
randomizado 
(China)
n=76. Pacientes com AIT, sem 
LT. Sem tratamento (n=30); 
ou 80 µg Na2SeO3 por 12 m 
(n=46)
n=168. Pacientes com HT. 
16,6 mg l-Semet (=83 µg Se) 
(n=84); ou 600 mg MI + 16,6 
mg l-Semet (n=84) por 6 m – 
2 h antes ou após refeição
n=46. Mulheres com AIT sem 
LT. 83 μg SeMet (n=22); ou 
600 mg MI + 83 μg SeMet 
(n=24) por 6 m – 2 h antes ou 
após refeição
n=60. Mulheres com AIT, 
sem LT. Placebo (n=20); 80 
μg Semet (n=20); ou 160 μg 
Semet (n=20) por 12 m
n=192. Adultos com SH leve. 
83 μg SeMet, após refeição, 
por 4 m (n=96); ou sem 
nenhuma ingestão (n=96)
n= 60. Pacientes com TLC 
em uso de LT. Sem nenhuma 
ingestão (n=26); ou 200 μg 
Se, 2x ao dia, por 3 m (n=34)
↑ Ecogenicidade da tireoide
↓ TPOAb
↓TgAb
↓ TSH
↓TPOAb
↑ T4L
↓ TSH (MI + SeMet)
↓ TPOAb (42% com 
SeMet/44% com MI + SeMet)
↓ TgAb (38% com SeMet/48% 
com MI + SeMet)
↑ TPOAb(placebo)
↓ CXCL-9 e CXCL-10 
(suplementados)
↓ TPOAb
31,3% restauraram o 
eutireoidismo
↓ TPOAb
↓ TgAb
Doses fisiológicas de Se 
influenciam o curso da AIT 
A terapia de MI + Se é 
efetiva no tratamento da 
HT, restaurando o estado 
eutireoidiano daqueles com 
SH
SeMet em pacientes no SH 
são melhorados ainda mais 
pelo cotratamento com MI; 
além disso, a terapia com 
MI reduz as taxas de TSH 
próximas às concentrações 
fisiológicas
Sugere-se efeito protetor do 
uso do Se na progressão da 
doença
Se pode restaurar o 
eutireoidismo em pacientes 
com hipotireoidismo 
subclínico decorrente da HT
LT + Se resulta em melhores 
efeitos terapêuticos na 
prevenção da progressão da 
TLC
Legenda: HT=tireoidite de Hashimoto / LT=levotiroxina / SeMet=selenometionina / m=meses / TgAb=antitireoglobulina 
/ Se=selênio / CAT=tireoidite crônica autoimune / TPOAb=antitireoperoxidase / GPx1=glutationa peroxidase 1 / T3L=T3 
livre / DIO=deiodinase / AIT=tireoidite autoimune / Na2SeO3=selenito de sódio / MI=myo-inositol / TSH=hormônio 
tireoestimulante / T4L=T4 livre / SH=hipotireoidismo subclínico / TLC=tireoidite linfocítica crônica
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A importância do selênio nos níveis dos anticorpos antiperoxidase na tireoidite de Hashimoto
da glutationa peroxidase GPx119, além de citocinas 
envolvidas na sinalização imunológica, como a 
IL-228.
Ao verificar o impacto da suplementação 
de selenometionina no controle oxidativo, De 
Farias et al.19 encontraram que a elevação de 
selênio intracelular reduziu o dano provocado 
por espécies reativas de oxigênio pela elevação 
na expressão das GPxs. Também concluíram que 
o aumento da GPx1 auxilia na melhora do estado 
redox no tireócito, devido ao aumento da atividade 
da tiorredoxina redutase. Por sua vez, Yu et al.28 
verificaram o efeito imunomodulador a partir 
da diminuição da IL-2 no grupo suplementado, 
revelando melhora no desequilíbrio da resposta 
Th1 (linfócito T auxiliar do tipo 1), o qual 
é predominante em pacientes com tireoidite 
autoimune. Como o desenvolvimento dessa doença 
envolve infiltração linfocítica, Esposito et al.20 
resolveram analisar o efeito da selenometionina 
nas citocinas inflamatórias Th1 e Th2 em células T 
CD4+ e CD8+. Entretanto, não obtiveram sucesso 
na intervenção, seja nesses parâmetros, seja no 
anticorpo anti-TPO.
Destaca-se que a deficiência de selênio pode 
estar relacionada com a ocorrência da tireoidite 
de Hashimoto19,22,25, visto que esse nutriente 
é essencial para síntese hormonal e defesa 
antioxidante7,14. Interessante salientar um achado 
de correlações positiva entre a concentração 
sanguínea de selênio e o T4 livre e negativa com 
o TSH28, sugerindo que a depleção desse mineral 
pode estar ligada à propensão ao hipotireoidismo 
em indivíduos suscetíveis e à progressão da 
doença. Corroborando com essa hipótese, De 
Farias et al.19 mostraram que, quanto menor a 
concentração de selênio antes da suplementação, 
maior foi o aumento na atividade da GPx1 na 
intervenção. 
Ao encontro desse achado, aponta-se que o 
quadro de repleção moderada desse mineral nos 
participantes pode ter refletido na diferença não 
significativa observada na atividade da GPx3 e 
na concentração da selenoproteína P depois de 6 
ou 12 meses de intervenção26. Pode-se inferir que 
esse fato tenha contribuído para a ineficácia da 
suplementação na redução das taxas de anti-TPO 
nesse estudo. Dessa forma, é possível que o estado 
da reserva de selênio influencie nos resultados 
obtidos. 
Percebem-se efeitos positivos no anticorpo 
antiperoxidase em intervenções nas quais a 
dosagem utilizada de selênio é maior do que a dose 
diária recomendada de 55 µg10. Nacamulli et al.23 
suplementou os pacientes com 80 μg de selenito 
de sódio. Já Yu et al.28, apesar de terem realizado 
estudo de curto prazo – 3 meses –, conseguiram 
êxito com dosagens diárias ainda maiores 
chegando a UL – 400 μg. Nos demais estudos 
com resultados favoráveis, a suplementação ficou 
na faixa de 80 a 200 µg, sendo essa dose maior 
predominante nos estudos de menor tempo de 
duração. Vale ressaltar que não foram reportados 
efeitos adversos no uso do selênio nas diversas 
doses e tempos de administração, com exceção 
do estudo de Mazokopakis et al.22 que apontou 3 
pacientes (3,75%) com desconforto gástrico.
Diante desses dados, uma dificuldade 
observada na comparação dos artigos é a falta 
de padronização no tipo de suplementação 
utilizada. Os estudos informam uso de selênio28, 
selenometionina18,19,25,26,27, l-selenometionina20,22,24 
e selenito de sódio21,23. Outra falta de padrão ocorre 
no momento definido para a administração do 
selênio, o que prejudica no estabelecimento do que 
seria ideal. Um estudo orientou a suplementação 
duas vezes ao dia28, enquanto diversos outros 
prescreveram uma vez ao dia18,20,22,23,26. Por sua 
vez, Pirola et al.27 afirmam que a selenometionina 
era utilizada após refeição, ao passo que 
outros prescreveram duas horas antes ou após 
refeição19,21,24,25.
Ponto interessante avaliado por Yu et al.28 
foi a diferença dos resultados da suplementação 
em indivíduos eutireoideos e aqueles já com 
hipotireoidismo instalado. Quando comparados 
com os pacientes não suplementados, observou-
se diferença significativa na redução do anti-TPO 
apenas naquele subgrupo de pacientes com redução 
na função tireoidiana, que provavelmente foi 
reflexo do estado de selênio desses indivíduos. De 
fato, os dados mostram que, antes do tratamento, 
sujeitos eutireoideos estavam com valores mais 
elevados desse micronutriente, favorecendo 
resultado mais positivo da suplementação naqueles 
com função tireoidiana prejudicada28.
Mais do que efeitos nos parâmetros sanguíneos, 
alguns trabalhos demonstram melhora tanto no 
bem-estar de pacientes quanto na ecogenicidade da 
glândula tireoide23,27. Quadros de aparente remissão 
da doença também são apontados por resultados 
negativos de anti-TPO alcançados23. Em outro 
estudo25, observam-se níveis de anti-TG retornando 
para a normalidade, concomitantemente com a 
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normalização da ecogenicidade. Por sua vez, Pirola 
et al.27 demonstraram que um terço dos pacientes 
com hipotireoidismo subclínico decorrente da 
tireoidite autoimune restauraram o eutireoidismo 
com a suplementação de selenometionina.
Vale ressaltar que Nordio e Pajalich25 
conseguiram resultados positivos de forma 
mais expressiva no grupo com a suplementação 
combinada com myo-inositol (MI). Mais 
recentemente, Nordio e Basciani24 também 
realizaram estudo com essa mesma abordagem: 
todavia, no grupo de intervenção isolada com 
l-selenometionina, a única alteração significativa 
observada foi a melhoria do bem-estar24. Por outro 
lado, no grupo que utilizou o combo MI-Se, houve 
redução significativa nos níveis de TSH, anti-TPO 
e anti-TG, além de elevação do T4 livre e melhoria 
ainda mais proeminente no bem-estar24. Desse 
modo, vislumbra-se esse tratamento, talvez, como 
mais promissor e eficaz, sugerindo a busca por 
mais evidências que comprovem tais resultados. 
Uma questão levantada em alguns estudos é 
a manutenção do efeito benéfico com a retirada 
da suplementação. Apesar da queda de 15,5% 
das taxas de anti-TPO observada com 6 meses 
de intervenção, Mazokopakis et al.22 verificaram 
incremento de 4,8% nesses valores no grupo que 
interrompeu o uso de selênio. Não se sabe se, em 
longo prazo, as taxas retornam para os valores 
anteriores, mas é essa a tendência observada. Assim 
sendo, fica complicado estabelecer a eficácia dessa 
intervenção e a durabilidade dos seus efeitos. 
Fato curioso observado por Mazokopakis et al.22 
foram os níveis basais maiores de anticorpos 
antiperoxidase em fumantes: promovendo a 
formação de radicais livres, o fumo onera mais a 
defesa antioxidante22, o que pode ter contribuído 
para essa estatística.
Quanto aos parâmetros hormonaistireoidianos, 
algumas alterações pontuais foram observadas. 
Pirola et al.27 referiram que 31% dos pacientes 
tiveram seus níveis de TSH restaurados, ou 
seja, reduzidos à faixa de normalidade. Já De 
Farias et al.19 apontaram elevação do TSH, 
mas não atribuíram esse resultado ao efeito da 
selenometionina, e sim especularam utilização 
irregular de levotiroxina. Por outro lado, 
quando houve acréscimo de myo-inositol na 
suplementação25, verificou-se diminuição do 
hormônio tireoestimulante a níveis próximos 
de concentrações fisiológicas, resultado esse 
justificado pela melhora na sensibilidade a esse 
hormônio pela modulação via inositol exercendo 
papel de segundo mensageiro.
Além das alterações no TSH, identificaram-se, 
também, mudanças nos hormônios tireoidianos. 
Um estudo demonstrou a redução do T4 livre 
acompanhada da elevação do T3 livre após 3 
meses de intervenção20. Esse comportamento 
deve-se, possivelmente, ao aumento da ação das 
deiodinases, as quais realizam a conversão de T4 
em T3. Apesar de não constarem os níveis séricos 
de selênio nos dados do artigo, sugere-se que os 
pacientes tratados eram deficientes nesse mineral 
pela depleção no solo da região. Curioso notar que 
o grupo placebo apresentou queda significativa 
nos níveis de T3. Assim, extrapolando a análise 
do referido trabalho, considerando a evolução da 
doença e a maior necessidade de selênio, supõe-
se que houve queda na atividade das deiodinases 
no grupo controle, prejudicando o metabolismo 
tireoidiano.
Dos trabalhos avaliados, alguns demonstraram 
que não houve diminuição significativa 
dos anticorpos antiperoxidase, mas foram 
observados outros aspectos que podem ser 
relevantes na melhora do quadro patológico. 
Pilli et al.26 sugeriram efeito imunomodulador 
da suplementação com selenometionina pelos 
resultados na redução de CXCL-9 e CXCL-10, 
citocinas pró-inflamatórias que podem amplificar 
a resposta autoimune, reforçando o efeito 
protetor do selênio na progressão da doença. 
Em contrapartida, outro estudo não encontrou 
alteração na CXCL-10 com a intervenção20. Os 
pacientes dos dois estudos não estavam em uso 
de levotiroxina, mas os envolvidos que haviam 
recém desenvolvido a tireoidite não apresentaram 
melhorias20. Assim, sugere-se a influência do grau 
de evolução da doença. Parece que o impacto 
positivo em CXCL-10 foi resultado da intervenção 
frente a um quadro patológico um pouco mais 
avançado.
Diante do exposto, percebe-se a importância 
do selênio no tratamento da tireoidite autoimune. 
Ainda que os resultados não sejam conclusivos 
quanto ao seu uso efetivo na diminuição das 
taxas dos anticorpos antiperoxidase, parece que o 
impacto dessa intervenção pode trazer melhoras no 
quadro geral da doença, devendo ser considerada 
na terapia dos pacientes.
Como limitação no estabelecimento da eficácia 
dessa abordagem, tem-se a fase da doença 
contemplada nos estudos. Deveria ser realizada 
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A importância do selênio nos níveis dos anticorpos antiperoxidase na tireoidite de Hashimoto
pesquisa estratificando os pacientes pelo grau 
de evolução da patologia. Entretanto, até essa 
delimitação não é fácil de ser estabelecida pela 
própria complexidade envolvida, visto que esse 
distúrbio da tireoide ainda não tem patogênese 
definida de forma completa2.
Outras limitações estão na dificuldade de 
estabelecer o grau de deficiência de selênio, ainda 
mais quando se consideram os níveis intracelulares. 
Além disso, um maior tempo de intervenção talvez 
trouxesse dados mais sólidos para avaliação de 
efeitos de longo prazo, e o tamanho da amostra 
envolvida poderia trazer dados mais consistentes 
se fosse abordado um quantitativo mais expressivo 
de pacientes. Apesar da definição desse parâmetro 
ter sido baseada no mínimo necessário para se 
obter resultados significativos, certamente uma 
amostra maior traria mais peso nas conclusões 
estabelecidas pelo estudo. Nesse sentido, existe 
um ensaio clínico sendo realizado por Winther et 
al.30 com 236 participantes em cada grupo (placebo 
e controle). Infelizmente, essa pesquisa ainda está 
em fase de análise de dados, não podendo compor, 
assim, esta revisão. 
Visto que, no escopo deste trabalho, se 
observaram resultados mais efetivos com a 
utilização do myo-inositol, sugerem-se mais 
pesquisas abordando esse composto, seja de 
forma isolada ou combinada com o selênio, em 
intervenções futuras, vislumbrando alternativas 
ao tratamento do Hashimoto. Faz-se necessário 
avaliar o comportamento dos marcadores com 
a retirada dessa suplementação, assim como já 
foi contemplado em alguns estudos apenas com 
selênio.
Conclusões
Os tratamentos alternativos vêm ganhando 
destaque, posto que a doença de Hashimoto é a 
tireoidite autoimune mais prevalente e que seu 
tratamento convencional deixa a desejar. Esses 
tratamentos estão sendo estudados de forma a 
modular a resposta imunológica e promover 
melhora da qualidade de vida dos pacientes, 
buscando preservar a glândula tireoide. Nesse 
sentido, observam-se diversos trabalhos abordando 
a utilização do selênio na tentativa de conter a 
progressão da lesão tireoidiana e promover a 
remissão da doença.
Considerando que o anticorpo antiperoxidase 
é o principal marcador dessa tireoidite, esta 
revisão avaliou os efeitos do selênio nesse 
parâmetro. São necessários mais estudos para 
avaliar a real ingestão de iodo e selênio pela 
população brasileira, com a finalidade de evitar 
sua deficiência ou, ainda, seu excesso. Sugere-se 
que pesquisas sejam realizadas em outras bases 
de dados, bem como seja verificada a possível 
interferência de outros nutrientes ou substâncias 
alimentares na função tireoidiana. 
Conclui-se que ainda não há consenso quanto 
à diminuição do anti-TPO na administração desse 
micronutriente. Entretanto, a falta de padronização 
dos estudos realizados e das amostras envolvidas 
entra como fator limitante, visto que, mesmo 
sem estabelecer certeza da eficácia dessa terapia, 
vários trabalhos apontam benefícios, seja nos 
parâmetros dos anticorpos da tireoide, seja em 
outros marcadores inflamatórios que afetam a 
saúde da glândula e do organismo do paciente 
como um todo.
Diante das análises realizadas, apesar de 
o efeito no anti-TPO ainda não estar bem 
estabelecido, sugere-se que o uso do selênio é 
benéfico na terapia de pacientes com Hashimoto, 
cabendo ainda ser esclarecida a dose ideal e a 
melhor forma de suplementação. Observa-se a 
necessidade de pesquisas futuras para avaliar 
a resposta ao tratamento dessa tireoidite com o 
impacto nos parâmetros relevantes, entre eles o 
anticorpo antiperoxidase, por meio do manejo de 
alimentos ricos em selênio.
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Nathércia Percegoni e Ana Paula Souza Pereira de Siqueira
Balanço hormonal e efeito sanfona 
pós-emagrecimento
Hormone balance and rebound effect after weight loss 
Resumo
Abstract
Embora a perda de peso possa ser alcançada por meio de restrição dietética e/ou aumento de atividade física, sua manutenção em longo 
prazo é rara, levando ao ciclo recorrente de peso, associado à piora dos quadros metabólicos e cardiovasculares. Dessa forma, o objetivo 
deste trabalho é descrever as fases da perda de peso, bem como as principais alterações endócrinas que ocorrem em cada uma delas. Para 
tanto, foi realizada uma revisão narrativa da literatura nas bases de dados PubMed e LILACS. Os termos utilizados foram: obesidade, 
sobrepeso, perda de peso, emagrecimento, manutenção do peso, restrição calórica, metabolismo, hormônios, estratégias, nutrição e 
dieta. À medida que os indivíduos perdem peso, travam uma batalha crescente contra as respostas biológicas que se opõem à perda de 
peso adicional. Esse processo pode ser dividido em algumas fases, que traduzem as alterações decorrentes de uma restrição energética 
em curso temporal: Choque, Adaptação, Resistência e Manutenção. Intervenções nutricionais baseadas nas alterações endócrinas que 
ocorrem em cada uma das fases do emagrecimento, de forma específica, podem representar melhores estratégias de perda e manutenção 
da perda de peso corporal, evitando o “efeito sanfona” vivenciado por muitos indivíduos. 
Palavras-chave: Obesidade, emagrecimento, hormônios, nutrição. 
Although a loss of weight may be achieved through a dietary restriction and/or the increase of physical activities, its maintenance is rare, 
leading to a recurring weight cycle related to the worsening of metabolic and cardiovascular conditions. The objective of this paper is 
to present nutritional strategies on weight loss and maintenance of the lost weight, through modulation of the major hormones involved 
in the weight loss process. Therefore, a narrative review of the literature was conducted in PubMed and LILACS databases. The terms 
used were: obesity, overweight, weight loss, weight maintenance, calorie restriction, metabolism, hormones, strategies, nutrition and 
diet. As the individuals lose weight, they fight an increasing battle against biological responses that oppose a further weight loss. This 
process can be divided into some phases, which reflect changes due to an ongoing energetic restriction. They are: Shock, Adaptation, 
Resistance and Maintenance. Nutritional interventions based on neurophysiological changes that happen in each of the weight loss 
phases, in a specific way, may possibly represent strategies on loss and maintenance of weight, avoiding fat rebound effect faced by 
many individuals. 
Keywords:Obesity, weight loss, hormones, nutrition 
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Nathércia Percegoni e Ana Paula Souza Pereira de Siqueira
A
Introdução
A obesidade continua sendo uma enfermidade 
de elevada prevalência, com consequências 
vasculares, metabólicas e psicossociais1-3. Embora 
a perda de peso possa ser alcançada por meio de 
restrição dietética e/ou aumento de atividade física, 
sua manutenção em longo prazo é rara e difícil, 
levando, frequentemente, ao ciclo recorrente de 
perda e ganhode peso corporal.
Há uma contribuição genética para a 
determinação do peso de um indivíduo4, mas, 
em última análise, o estado estacionário do peso 
corporal é influenciado por diversos fatores, que 
se dividem em três categorias inter-relacionadas: 
homeostáticos, regulados pelo sistema neuro-
hormonal; ambientais (ambiente obesogênico), 
que impacta as áreas cerebrais relacionadas ao 
sistema de recompensa; e comportamentais5.
Há evidências de que a redução do peso aumente 
o apetite e a preferência por alimentos de elevada 
densidade calórica6,7. As intervenções visando 
perda de peso, em geral, são capazes de induzir 
uma redução de 9,5% em relação ao peso inicial. 
No entanto, um ano após as intervenções, apenas 
54% desta perda é mantida8. São necessárias 
intervenções que possam manter o peso perdido e 
evitar e “efeito sanfona”, comum após o processo 
de emagrecimento. 
Metodologia
Foi realizada revisão narrativa da literatura 
nas bases de dados PubMed e LILACS, além de 
livros-texto.
Os termos utilizados na busca foram: obesidade, 
sobrepeso, perda de peso, emagrecimento, 
manutenção do peso, restrição calórica, 
metabolismo, hormônios, estratégias, nutrição 
e dieta. Foram incluídos artigos originais e de 
revisão, sem restrição de tempo de publicação. 
Fases da perda de peso
As mudanças fisiológicas sobrepostas que 
ocorrem com a perda de peso ajudam a explicar 
o curso do tempo de emagrecimento mais 
frequente: perda de peso seguida de recuperação 
progressiva do mesmo9. Diferentes intervenções 
resultam em graus variáveis de perda de peso e 
recuperação, mas os cursos em tempo integral são 
semelhantes. À medida que os indivíduos perdem 
cada vez mais peso, travam uma batalha contra 
as respostas biológicas que se opõem à perda de 
peso adicional10. Tal processo consiste em um 
mecanismo de defesa orgânico, que visa manter 
os estoques de energia para possíveis situações 
de necessidade.
Júnior11 propôs um modelo representativo das 
etapas envolvidas na perda de peso. A curva em 
formato parabólico (Figura 1) está dividida em três 
fases, que traduzem os processos neurofisiológicos 
decorrentes de uma restrição energética em 
curso temporal. São elas: Choque, Adaptação e 
Resistência. Neste texto será trabalhada ainda uma 
quarta fase: Manutenção.
Figura 1. Curva de perda de peso.
Peso 
Corporal
1ª fase
Choque
2ª fase
Adaptação
3ª fase
Resistência
Plato
Tempo do Programa de Dieta
Fonte: Adaptado de Júnior11.
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Balanço hormonal e efeito sanfona pós-emagrecimento
Fase 1 – Choque
Nesta fase, os sistemas fisiológicos não são 
capazes de igualar o gasto ao consumo energético, 
principalmente quando há restrições severas, 
levando a uma perda de peso mais acentuada nos 
primeiros 15 dias, em média. Como característica, 
o início da curva de perda de peso apresenta 
uma inclinação negativa acentuada. As primeiras 
adaptações, iniciadas nesse período, envolvem 
a diminuição da termogênese induzida pela 
dieta (TID), da secreção e ação dos hormônios 
da tireoide (T4 e T3) e, consequentemente, do 
metabolismo celular11. 
Embora represente uma proporção relativamente 
pequena do gasto energético total (cerca de 
10%), a TID é um componente importante do 
desenvolvimento e manutenção da obesidade, e 
qualquer restrição energética leva à sua redução12. 
Toda perda de peso resulta em perda de tecido 
metabolicamente ativo13. Os estudos referem-se 
à queda no gasto energético como termogênese 
adaptativa, e sugere-se que funcione para 
promover a restauração do peso corporal basal14,15. 
É provável que a magnitude dessas adaptações seja 
proporcional ao tamanho do déficit de energia, 
portanto é recomendado utilizar o menor déficit 
possível para promover perda de peso no início 
da intervenção nutricional16,17. 
A redução de peso resulta em modificações 
na homeostase dos hormônios tireoideanos18, 
caracterizadas pela supressão central do eixo 
hipotálamo-hipófise-tireoide e pela inibição da 
conversão periférica de T4 em T3, o que, por sua 
vez, pode levar à queda da taxa metabólica19. Mais 
recentemente, além do papel desses hormônios na 
regulação do gasto energético, tem-se estudado os 
seus efeitos na regulação do processo de fome-
saciedade. A expressão reduzida do receptor 
tipo beta (TRb) no hipotálamo promoveu 
maior consumo alimentar e ganho de peso em 
camundongos. As possíveis causas da hiperfagia 
deveram-se à redução da expressão de pró-
opiomelanocortina (POMC) e do gene associado 
à massa de gordura e obesidade (FTO), bem como 
ao aumento na expressão de neuropeptídeo Y 
(NPY) no hipotálamo18. 
Alguns compostos como toxinas, edulcorantes 
alimentares e pesticidas, além do consumo de 
brássicas e minerais como zinco, selênio e iodo, 
têm sido associados à função tireoidiana. Toxinas 
como bisfenol A (BPA) têm potencial para afetar 
a sinalização de hormônios tireoidianos (HT)20. A 
principal via de exposição ao bisfenol é a comida21. 
O BPA tem estrutura química semelhante aos HT 
e é capaz de se ligar aos receptores tiroidianos 
(TR), especialmente TRb, interrompendo a 
transcrição genética mediada por TR in vitro e in 
vivo22,23. Altos níveis séricos ou urinários de BPA 
estão positivamente correlacionados a obesidade, 
resistência à insulina e síndrome metabólica20. 
Os pesticidas organoclorados (OCs) também têm 
demonstrado atividade disruptora da tireoide. 
Em animais, os pesticidas OC podem afetar a 
desiodação de HT, interferir com a função do 
receptor de hormônio tireoestimulante (TSH) e se 
ligar aos receptores T3 e T4, alterando a expressão 
de genes mediada por HT24,25,26. Organofosforados, 
ditiocarbamatos e piretroides podem interferir com 
a função da tireoide, afetando o eixo hipotálamo-
hipófise-tireoide27.
A sucralose figura como o edulcorante mais 
associado aos efeitos interferentes na tireoide 29-32, 
reduzindo a atividade da tireoperoxidase (TPO) 
e do TSH e as concentrações plasmáticas de TH 
totais. Entretanto, ao mesmo tempo, aumentaria 
os índices de T3 e T4 livres33. 
Os nutrientes mais relacionados à atividade da 
tireoide são iodo, selênio e zinco. As necessidades 
individuais de iodo para garantir a síntese de T4 e 
T3 são pequenas34-36. De acordo com a OMS, 30,6% 
da população mundial apresenta insuficiência 
de iodo36. No Brasil, o estado nutricional de 
iodo geralmente é adequado37. Zinco e selênio 
são essenciais para a atividade das desiodases, 
necessárias para a interconversão de T4 para 
T338,39. Vários estudos relataram concentrações 
mais baixas de zinco no soro de indivíduos com 
excesso de peso, em comparação aos indivíduos 
eutróficos40. Alguns têm demonstrado redução 
significativa de T3 e T4 devido à deficiência 
de zinco, bem como um efeito inibitório 
sobre hormônios tireoidianos41,42, enquanto a 
suplementação apresentaria efeito oposto43,44. A 
deficiência de selênio é menos preocupante, pois 
a atividade das desiodases diminui apenas na 
deficiência grave desse mineral45-48.
A ingestão dietética de vegetais da família 
das brássicas, que inclui brócolis, couve, nabo, 
rabanete e couve-flor, foi associada a efeitos 
adversos sobre a tireoide. Os efeitos da goitrina 
e dos tiocianatos presentes nessa espécie podem 
inibir a utilização de iodo pela tireoide49-51. Porém, 
o consumo de tamanhos de porções típicos na 
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Nathércia Percegoni e Ana Paula Souza Pereira de Siqueira
alimentação habitual corresponde às exposições 
em concentrações muito inferiores às necessárias 
para prejudicar a função da tireoide52. 
Fase 2 – Adaptação
Na segunda fase da perda de peso, o gasto 
energético se adapta ao consumo. A perda de peso 
continua, porém a inclinação da curva é menor11. 
Os adipócitos com menor volume produzem menos 
leptina53, o que gera aumento do neuropeptídeo Y 
(NPY) e queda da resposta do sistema nervoso 
autônomo simpático (SNS). Outras adaptações 
incluem diminuição de esteroides sexuaise de HT 
e aumento de cortisol54-59.
A dieta rica em lipídeos leva ao desenvolvimento 
de resistência central à leptina, provavelmente 
mediada pela inflamação hipotalâmica, levando 
à hiperfagia60. A dieta hiperlipídica reduz a 
expressão do receptor da leptina, aumenta a 
expressão de NPY e aumenta a proporção de 
NPY/POMC no hipotálamo. Dessa forma, dieta 
hiperlipídica não deve ser indicada nessa segunda 
fase do processo de emagrecimento.
As tentativas de reduzir o peso corporal podem 
aumentar o estresse orgânico61. Cortisol elevado 
pode estimular o apetite, alterar o humor e o 
metabolismo periférico a favor do ganho de peso. 
Em geral, dietas com baixas calorias são menos 
estressantes que o estado de fome introduzido 
pelo jejum em curto prazo62. Muitos estudos têm 
sugerido que a dieta rica em gordura em humanos 
aumenta os níveis de cortisol e pode afetar 
negativamente a função cerebral63.
Além disso, os indivíduos que praticam exercícios 
e dietas restritivas durante vários dias contendo 
menos de 10% da ingestão de energia proveniente 
dos carboidratos têm respostas maiores de hormônios 
do estresse (cortisol, epinefrina), além de aumento na 
produção de citocinas plasmáticas (IL-1a, IL-6, IL-
10), quando comparados aos indivíduos que fazem 
dietas com médias ou elevadas concentrações de 
carboidratos64- 66. Uma elevada ingestão proteica (4 
g/kg) pode elevar as concentrações de cortisol67-71.
Fase 3 – Resistência
A terceira fase da perda de peso é denominada 
resistência, devido à completa adaptação dos 
sistemas fisiológicos à restrição energética. A taxa 
metabólica, o gasto energético de repouso e o gasto 
energético total são baixos. Aqui, a inclinação 
da curva de perda de peso é próxima a zero, pois 
consumo e gasto energético se igualam. O baixo 
consumo energético provoca a diminuição da 
termogênese, principalmente por redução na ação 
de T3, já explicitado anteriormente. Essa redução 
em T3 acontece progressivamente, à medida que 
o emagrecimento continua11. 
Quando a perda de peso é estagnada, a 
alternativa é promover um choque metabólico 
por modificação do estímulo. Isso pode ser 
alcançado pela prática ou alteração da atividade 
física11 ou por meio de estratégias nutricionais 
diferentes das praticadas até o momento. Em 
alternativa à restrição calórica diária, o jejum 
intermitente poderia constituir um “gatilho” para 
esse “choque metabólico”72-74. Em geral, o jejum 
intermitente e a restrição calórica constante têm 
resultados equivalentes na redução do peso 
corporal. Contudo, o jejum foi considerado 
superior na supressão temporária da fome75. 
Trepanowski et al.76 demonstraram que os dois 
tipos de dietas obtiveram resultados semelhantes 
em relação à aderência, perda de peso, manutenção 
de peso e melhoria nos indicadores de risco para 
doenças cardiovasculares em adultos obesos. 
Apesar disso, muitos especialistas propuseram que 
os regimes de jejum podem melhorar a composição 
corporal em indivíduos com sobrepeso77. 
Fisiologicamente, práticas de jejum podem 
predispor um indivíduo a comer em excesso ou 
compulsivamente78. Essa prática pode esgotar 
o triptofano, um precursor da serotonina, 
aumentando a probabilidade de compulsão 
alimentar em uma tentativa de restaurar seus 
níveis séricos79. Dessa forma, a prática de jejum 
pode ser prejudicial para indivíduos vulneráveis 
ao desenvolvimento de transtornos alimentares80. 
Indivíduos com transtornos alimentares 
aumentaram significativamente a ingestão de 
alimentos após um jejum de 14 horas81,82. 
Alguns componentes dietéticos podem 
potencializar a termogênese e estimular a biogênese 
mitocondrial via produção de tecido adiposo 
bege (TABE)83,84. Neste sentido, os componentes 
bioativos dos alimentos mais estudados em 
humanos são: a capsaicina e seus capsinoides 
análogos, chá verde e suas catequinas e curcumina. 
A capsaicina, presente nas pimentas vermelhas, 
possui capacidade de aumentar o gasto de energia 
e a oxidação da gordura, especialmente em altas 
doses (~10 mg/dia)85-87. Em estudos em animais, 
os capsinoides mostraram efeitos β-adrenérgicos8, 
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e a capsaicina (20-200 mg/kg de peso corporal) 
aumentou a secreção de catecolaminas89. Mais 
estudos devem ser realizados, pois a ativação de 
receptores adrenérgicos pode desencadear efeitos 
adversos como taquicardia, hipertensão arterial e 
vasoconstrição, entre outros90.
A suplementação diária de 200 mg/kg de 
curcumina, após a cessação da prática de exercícios 
físicos e restrição calórica, levou a melhoria na 
sensibilidade à insulina e no teor de gordura 
corporal e reduziu a corticosterona circulante84, 91. 
A suplementação de 800 mg de curcumina duas 
vezes ao dia foi tolerável, aumentou a perda de 
peso e promoveu a redução da massa gorda, bem 
como das circunferências da cintura e do quadril 
em humanos92. A curcumina induz marcadores 
específicos de TABE, podendo ser implicada nos 
processos de biogênese mitocondrial93.
O chá verde94.95 também está associado à perda 
de peso. Tanto a mistura de catequina e cafeína 
quanto apenas cafeína foram capazes de aumentar 
o gasto energético em humanos, mas apenas a 
combinação de catequinas e cafeína resultou em 
aumento da oxidação de ácidos graxos96. 
Além das moléculas mencionadas, outros 
compostos bioativos dos alimentos e fitoquímicos 
estão sob invest igação como possíveis 
termogênicos. Porém, mais estudos em humanos 
são necessários.
Fase 4 – Manutenção
A manutenção do peso corporal pós-
emagrecimento tem demonstrado ser mais difícil 
que a perda de peso97. Uma revisão sistemática 
realizada com estudos de manutenção de peso 
demonstrou que é necessária, basicamente, uma 
combinação de atividade física regular, restrição 
de energia e estratégias comportamentais para 
manutenção de peso em longo prazo, associadas 
à vigilância constante, naqueles indivíduos com 
predisposição ao ganho de peso8.
As dietas com elevada concentração de 
proteínas (18-40% do valor energético total - 
VET), durante a fase de manutenção do peso 
parecem promover melhor manutenção do peso 
perdido88,99. Contudo, o efeito em longo prazo 
não é conclusivo na maioria dos estudos100. Uma 
metanálise evidenciou que o incentivo a uma menor 
ingestão de carboidratos (com ingestão de proteína 
de 25-60% do VET) favoreceu perda de peso e 
gordura corporal sem efeito na massa magra101. 
Por outro lado, Naude et al.102 compararam os 
efeitos de dietas hipocalóricas equilibradas com 
a distribuição de macronutrientes dentro da faixa 
recomendada (45 a 65% do VET para carboidratos, 
entre 10 e 35% para proteínas e entre 20 e 35% para 
gorduras) e dietas com baixo teor de carboidrato 
(< 45% do VET) e demonstraram perda de peso 
semelhante em ambos os grupos após 3 a 6 meses 
e 1 a 2 anos de acompanhamento. 
Em contrapartida às diferentes estratégias que 
podem ser empregadas para alcançar a perda 
de peso efetiva, estudos revelam que o nível de 
aderência dietética, em vez do tipo de dieta, é 
o principal preditor da perda e manutenção do 
peso103-106. Considerando-se todas as variáveis 
discutidas acima, não é possível simplificar a 
conduta nutricional apenas à distribuição de 
macronutrientes: outras variáveis como aceitação, 
palatabilidade, consumo de fibras, dentre outras, 
devem ser levadas em consideração107,108.
Conclusão
Durante o processo de emagrecimento, muitas 
alterações endócrino-metabólicas determinam 
diferentes fases da perda de peso. As intervenções 
nutricionais devem ser direcionadas para cada 
uma dessas fases, visando a manutenção de peso 
corporal sem “efeito sanfona”.
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Uso da canela na prevenção e tratamento do 
Diabetes Mellitus
Resumo
Diabetes mellitus é classificado como um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos caracterizados por hiperglicemia resultante 
de defeitos na ação da insulina, na secreção, ou em ambas. No diabetes tipo 1 (DM1) ocorre destruição das células beta-pancreáticas, 
levando à deficiência de insulina. Já o diabetes tipo 2 (DM2) é resultante de defeitos na produção e ação da insulina e na regulação da 
produção hepática de glicose. O diabetes gestacional (DMG) associa-se tanto à resistência à insulina quanto à sua menor produção. 
A canela é uma especiaria obtida de várias espécies de árvores do gênero Cinnamomum, família Lauraceae, e em grego significa 
“madeira doce”. Desde a Antiguidade, vem sendo usada para fabricação de óleos voláteis, e a casca da madeira, como especiaria. As 
primeiras propriedades relatadas são sua ação antioxidante, seus efeitos antidiabéticos e ações antimicrobiana e antifúngica. O principal 
composto bioativo da canela ainda não está esclarecido: parece ser o cinamaldeído, porém outros compostos têm demonstrado ação. Os 
principais mecanismos sugeridos para a ação hipoglicemiante da canela são a redução do esvaziamento gástrico, inibição das enzimas 
α-glicosidase e α-amilase pancreática, aumento dos níveis GLP-1, ativação dos receptores da insulina, aumento da expressão gênica e 
maior translocação do GLUT-4, ativação do GLUT-1, redução da gliconeogênese e aumento da glicogênese, aumento da expressão de 
PPAR-α e PPAR-γ. Estudos in vitro e in vivo favorecem o uso da canela para o controle glicêmico, porém o “n” reduzido dos estudos e 
as evidências conflitantes, contraditórias e heterogêneas tornam a eficácia da canela questionável. Conclusão: há poucos estudos sobre 
a canela em DM1, sem efeitos significativos em humanos; em DM2, os efeitos são melhores em pacientes descompensados; no DMG, 
não é recomendado extrapolar os dados para humanos. A toxicidade da canela é baixa, e seu uso é seguro por até 4 meses, de acordo 
os estudos. Doses usuais (pó ou extrato seco): 500 mg a 6 g/dia.
Palavras-chave: Cinnamomum, canela, diabetes mellitus.
Abstract
Diabetes is classified as a heterogeneous group of metabolic disorders characterized by hyperglycemia resulting from defects in insu-
lin action, secretion, or both. In type 1 diabetes (T1DM), beta-pancreatic cell destruction leads to insulin deficiency. Type 2 diabetes 
(T2DM) is a result of defects in the production and action of insulin and in the regulation of hepatic glucose production. Gestational 
diabetes (GDM) is associated with both insulin resistance and its decreased production. Cinnamon is a spice obtained from several 
species of trees of the genus Cinnamomum, family Lauraceae, and in Greek it means "sweet wood". Since ancient times it has been 
used for the manufacture of volatile oils, and the bark of wood, as spice. The first reported properties are its antioxidant action, an-
ti-diabetic effects and antimicrobial and antifungal actions. The major bioactive compound of cinnamon is still unclear: it seems to be 
cinnamaldehyde, but other compounds have shown action. The main mechanisms suggested for the hypoglycaemic action of cinnamon 
are gastric emptying reduction, inhibition of α-glycosidase and pancreatic α-amylase enzymes, increase of GLP-1 levels, activation of 
insulin receptors, increase in gene expression and greater GLUT-4 translocation, activation of GLUT-1, reduction of gluconeogenesis 
and increased glycogenesis, increased expression of PPAR-α and PPAR-γ. In vitro and in vivo studies favor the use of cinnamon for 
glycemic control but the reduced "n" of the studies and the conflicting, contradictory and heterogeneous evidences make the cinnamon 
efficacy questionable. Conclusion: there are few studies about cinnamon in T1DM, with no significant effects in humans; in T2DM, the 
effects are better in decompensated patients; in GDM, it is not recommended to extrapolate data to humans. The toxicity of cinnamon 
is low, and its use is safe for up to 4 months, according to studies. Usual doses (powder or dry extract): 500 mg to 6 g/day.
Keywords: Cinnamomum, cinnamon, diabetes mellitus.
Use of cinnamon in the prevention and treatment of Diabetes Mellitus 
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DDiabetes mellitus é classificado como um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos caracterizados por hiperglicemia resultante de defeitos na ação da insulina, na secreção desta, 
ou em ambas. Tem sua classificação etiológica 
dividida em tipo 1 (autoimune ou idiopático), tipo 
2, gestacional e outros tipos específicos. Há, ainda, 
duas categorias de risco aumentado conhecidas 
como pré-diabetes: a glicemia de jejum alterada 
e a tolerância diminuída à glicose1.
No diabetes tipo 1 ocorre destruição das 
células beta-pancreáticas, levando à deficiência 
de insulina. Corresponde a 5-10% dos casos 
de diabetes e é mais comum em crianças e 
adolescentes. O tipo 1A (autoimune) apresenta 
intensa associação entre genética (associada ao 
sistema HLA classe II) e fatores ambientais, sendo 
os principais: infecções virais, hipovitaminose D, 
introdução precoce ao leite de vaca e interrupção 
precoce do aleitamento materno. Já o tipo 1B 
(idiopático) é a minoria dos casos de DM1, tem 
causa desconhecida e caracteriza-se pela ausência 
de marcadores de autoimunidade e pela não 
associação ao sistema HLA1.
Já o diabetes tipo 2, que corresponde a 90-95% 
dos casos, é resultante de defeitos na produção 
e ação da insulina e na regulação da produção 
hepática de glicose (disfunção de células alfa) 
(Figura 1). Apresenta intensa associação entre 
genética e ambiente, é mais comum após 40 anos e 
está relacionada com sobrepeso/obesidade (achado 
comum ao diagnóstico)1.
Figura 1. Sequência patogênica de eventos que levam ao desenvolvimento de resistência à insulina
Fonte: Adaptado de: SBD1.
Deficiência de Insulina
Resistência à Insulina
Hiperglicemia
Pâncreas
Fígado Tecido adiposo e muscular
Produção hepática de 
glicose aumentada
Captação de glicose
diminuída
Éconsiderada diabetes gestacional (DMG) 
qualquer intolerância à glicose apresentada pela 
primeira vez na gestação. É um dos agravos 
mais comuns nesta fase (1-14%; no Brasil, 7%), 
apresentando reversão pós-parto, porém com 
risco aumentado de desenvolver DM2 em 10-63% 
destas mulheres em 5-16 anos. Associa-se tanto 
à resistência à insulina quanto à menor produção 
desta (semelhante ao DM2)1.
Em resumo, o DM2 apresenta produção 
insuficiente de insulina, baixa ação periférica, 
elevada produção hepática de glicose. O tratamento 
visa, portanto, a melhorar ou aumentar a produção 
de insulina, melhorar sua ação nos tecidos 
periféricos e reduzir a produção hepática de 
glicose.
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Uso da canela na prevenção e tratamento do diabetes mellitus
No DM1 há ausência de produção de insulina, 
portanto o tratamento visa à reposição deste 
hormônio (não há como melhorar ou aumentar a 
produção, uma vez que as células produtoras estão 
mortas). Importante salientar que é possível haver 
resistência à insulina não associada à etiopatologia 
do DM1, mas sim aos hábitos de vida, como 
sedentarismo, má alimentação, entre outros. 
O DMG apresenta tanto produção insuficiente 
de insulina quanto menor ação periférica. 
Nesse contexto, é importante avaliar os riscos 
teratogênicos de qualquer tratamento. 
Dados epidemiológicos apontam que, em 2015, 
havia 415 milhões de diabéticos no mundo, e a 
previsão para 2040 é que este número alcance 
642 milhões2. 
Diabetes é uma doença complexa e multifatorial, 
necessi tando de t ratamentos conjuntos 
e complementares. Em geral, os pacientes 
apresentam baixa aderência aos tratamentos 
convencionais, seja porque são complexos, por 
riscos de hipoglicemias ou efeitos secundários, seja 
por crenças3. Estudos demonstram que pacientes 
diabéticos são 1,6 vezes mais propensos a aderir 
a tratamentos complementares e alternativos do 
que não-diabéticos4. Nesse contexto, ganha espaço 
a medicina integrativa, que combina medicina 
convencional com medicina complementar 
baseada em evidências3. Além disso, parte 
da população diabética não tem acesso aos 
medicamentos convencionais5. Todos esses 
aspectos justificam o estudo da fitoterapia aplicada 
ao diabetes. 
A canela é uma especiaria obtida de várias 
espécies de árvores do gênero Cinnamomum, 
família Lauraceae. Em grego significa “madeira 
doce”. Existem mais de 250 espécies identificadas, 
sendo 20 só na Índia. A C. cassia, conhecida 
como “canela chinesa”, é a mais estudada e 
comercializada; já a C. verum ou zeylanicum é 
conhecida como “canela verdadeira” ou C. ceylon, 
originária do Sri Lanka6.
Desde a Antiguidade a canela vem sendo usada 
para fabricação de óleos voláteis extraídos das 
folhas e utilizados em sabonetes e perfumes, e 
a casca da madeira (pó, raspa, rama/pau), como 
especiaria, agregando aroma e sabor a alimentos 
e bebidas6.
O óleo extraído das folhas e do caule é rico em 
eugenol, cinamaldeído, copane, cinamil-acetato 
e cânfora, sendo estes considerados os principais 
compostos bioativos da canela6. 
As primeiras propriedades relatadas foram sua 
ação antioxidante (melhorando o funcionamento 
celular por meio da ação do eugenol); efeitos 
antidiabéticos, através da ação potencializadora 
da insulina (cinamaldeído) e da própria ação 
antioxidante; ação antimicrobiana, conservando 
carnes; ação antifúngica em milho e contra 
salmonela em queijos, sendo conhecida, assim, 
como um conservante natural6.
Verificando a ação hipoglicêmica do 
cinamaldeído, foi utilizado extrato da C. 
zeylanicum em ratos diabéticos (STZ), resultando 
em significativa redução da glicemia em jejum 
(GJ) e da hemoglobina glicosilada (HbA1c)7.
A administração do óleo essencial extraído da 
C. ramulus, rico em ácido 2-metoxi-cinâmico, 
apresentou a maior concentração sérica do 
metabólito hepático do cinamaldeído8.
Interessantemente, Anderson et al.5, utilizando 
extrato aquoso de canela, reportaram aumento 
de 20 vezes na ação da insulina em adipócitos 
sobrenadantes com glicose. O extrato utilizado 
era rico em compostos hidrossolúveis com efeitos 
antioxidante e insulin-like, sendo os principais: 
flavonoides, catequina e epicatequina (estes 
últimos os compostos bioativos). Nesse estudo, 
cinamaldeído, eugenol e 2-metoxi-cinamaldeído 
não apresentaram nenhuma ação insulin-like5.
Em virtude dos diferentes resultados 
encontrados na literatura, Medagama afirma que 
“as evidências disponíveis acerca dos compostos 
ativos da canela continuam inconclusivas. 
Múltiplos compostos ativos em diferentes níveis 
da sinalização da insulina é provavelmente uma 
interpretação intermediária e segura enquanto 
evidências mais robustas surgem”9.
Ainda segundo Medagama9, os principais 
mecanismos sugeridos para a ação hipoglicemiante 
da canela estão descritos na Figura 2. São eles: 
redução do esvaziamento gástrico, inibição das 
enzimas α-glicosidase e α-amilase pancreática, 
aumento dos níveis de GLP-1, ativação dos 
receptores da insulina, aumento da expressão 
gênica e maior translocação do GLUT-4, ativação 
do GLUT-1, redução da gliconeogênese e aumento 
da glicogênese, aumento da expressão de PPAR-α 
e PPAR-γ9.
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Shen et al.10 avaliaram os efeitos não 
insulinodependentes da canela em ratos induzidos 
ao DM1 e não tratados. Para isso, compararam 
grupo placebo versus grupo tratado com extrato 
aquoso de canela (CE) na dose de 30 mg/kg/dia por 
22 dias. Houve redução da glicemia e nefropatia, 
aumento na regulação da UCP-1, aumento na 
translocação de GLUT-4 para a membrana no 
tecido adiposo marrom e músculo esquelético. 
Como conclusão, os autores afirmam que “a canela 
apresentou efeitos antidiabéticos independentes da 
insulina, pois aumentou a atividade mitocondrial 
e a captação periférica de glicose”. 
Altschuler et al.11 realizaram o primeiro ensaio 
com canela em pessoas com DM1. Em um estudo 
duplo-cego, placebo, randomizado, 72 indivíduos 
usaram 1 g de canela em pó ou placebo por 90 dias. 
Foram avaliados HbA1c, total de insulina utilizada 
ao dia e efeitos adversos (hipoglicemia). Nenhum 
benefício foi encontrado com o uso da canela em 
indivíduos diabéticos tipo 1. 
Em ratos diabéticos tipo 2, Babu et al.7 
utilizaram 5, 10 e 20 mg/kg/dia durante 45 
dias, comparando-os a ratos saudáveis e ratos 
diabéticos usando glibenclamida. Houve redução 
significativa (p<0,05) de GJ, HbA1c e colesterol 
Figura 2. Mecanismos moleculares pelos quais a canela exerce atividade hipoglicêmica
FígadoWAT
PPAR-α
ACO
PPAR-γ
LPL
CD36
GLUT4
Redução da 
Resistência à 
Insulina
Canela Estômago 1. Atrasos no esvaziamento gástrico
2. Inibição da amilase pancreática
3. Inibição da glicosidase
Pâncreas
Intestino Delgado
Glicose
Célula 4. Melhora da fosforilação do 
receptor de insulina
6. Translocação do GLUT-4 para a membrana
5. Síntese do receptor GLUT-4
Aumento da 
atividade de PK
Redução da 
atividade de PEPCK
Aumento da 
síntese de 
glicogênio 
PK: piruvato quinase; PEPCK: fosfoenolpiruvato carboxiquinase; PPAR-gama: receptor ativado por proliferadores de 
peroxissoma gama; WAT: tecido adiposo branco; ACO: acil-CoA oxidase; GLUT-4: proteína transportadora de glicose-4; 
LPL: lipoproteína lipase; CD36: Transportador de ácidos graxos
Fonte: Adaptado de: Medagama9.
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Uso da canela na prevenção e tratamento do diabetes mellitus
total (CT), aumento de insulina, glicogênio 
hepático e HDL-c, e normalização das enzimas 
ALT, AST, LDH com o uso da canela.
Extrato aquoso de canela (CAE) nas doses 
de 200 e 400 mg/kg/dia foi ofertado a 42 ratos 
obesos e diabéticos versus ratos eutróficos e ratos 
obesos e diabéticos não tratados com CAE. Como 
resultado, verificaram-se efeitos antiobesogênico, 
antidislipidêmico, antidiabetogênico, antioxidante 
e hepatoprotetor do CAE12.
Medagama9 avaliou 7 ensaios clínicos utilizandocanela em indivíduos diabéticos tipo 2. C. cassia, 
C. aromaticum e C. burmanii foram as espécies 
mais utilizadas (C. zeylanicum não foi utilizada em 
nenhum dos estudos). “N” variou de 25 a 137; a 
duração dos estudos, de 40 dias a 16 semanas; e as 
doses, de 500 mg a 6 g/dia. Resultado da análise: 
cinco estudos apresentaram melhora da GJ e/ou 
HbA1c, enquanto dois não apresentaram melhora 
do controle glicêmico.
Leash et al.13 e Akilen et al.14, ambos em 
2012, Allen et al.15, em 2013, e Costello et al.16, 
em 2016, publicaram revisões sistematizadas e 
meta-análises dos principais estudos sobre o uso 
da canela em diabetes. 
Leash et al.13 avaliaram 10 estudos com 
diabéticos tipos 1 e 2, num total de 577 participantes. 
C. cassia foi a espécie utilizada, em dose média 
de 2 g/dia por 4 a 16 semanas. O resultado foi 
inconclusivo para a glicemia em jejum; já para 
HbA1c, insulina e GPP, houve melhora, mas sem 
efeito estatístico. Leash et al.13, destacam os riscos 
de vieses moderados na maioria dos estudos.
Akilen et al.14 investigaram 6 estudos com 
diabéticos tipo 2, num total de 435 pacientes, 
utilizando C. cassia (5 estudos com pó, 1 estudo 
com extrato), em doses de 1 a 6 g/dia por 40 dias 
a 4 meses. Para esses autores, houve redução 
significativa de HbA1c e GJ, entretanto em 2 dos 
6 estudos aonde essa redução foi mais significativa 
(influenciando no resultado da meta-análise), o 
valor de HbA1c inicial foi mais alto.
Allen et al.15, em 2013, analisaram 10 estudos 
totalizando 543 pacientes diabéticos tipo 2: 6 
estudos com capsula ou pó de C. cassia; 1 estudo 
com C. cassia associada a zinco e cálcio; 1 estudo 
com C. Aromaticum; e 2 estudos sem descrição 
da forma de uso da canela. As doses utilizadas 
foram de 120 mg a 6 g/dia (extrato aquoso ou 
pó) durante 4 a 18 semanas. Houve redução 
significativa de GJ, CT, LDL, TG e aumento de 
HDL comparado ao grupo controle, sem efeito 
significativo na HbA1c. Como observações, 
os autores destacam que os dados foram muito 
heterogêneos para GJ, HbA1c, TG, CT, LDL; 
houve elevado risco de viés para os resultados 
da GJ, baixo risco para HbA1c; e as formas 
encapsuladas apresentaram melhores resultados 
comparados ao uso em pó. Os pesquisadores 
ainda compararam o efeito da canela com outras 
terapias: para o impacto na GJ, compararam canela 
com metformina (redução de 24,59 e 58 mg/dl, 
respectivamente) e com sitagliptina (redução de 
16 e 21 mg/dl, respectivamente); para o impacto 
na LDL-c, compararam com a estatina (redução 
de 9,4 e 50 mg/dl, respectivamente); e para o TG, 
compararam com fibrato (redução de 29,6 e 50 
mg/dl, respectivamente). O grupo apontou, ainda, 
que a cada estudo adicionado o impacto da canela 
na redução da HbA1c tornava-se menos evidente, 
enquanto para a GJ tornava-se maior. O perfil dos 
pacientes estudados, as doses e formas utilizadas 
e o tempo dos estudos revelaram forte influência 
nos resultados sobre a HbA1c.
Mais recentemente, Costello et al.16, ao analisar 
11 estudos com 694 pacientes diabéticos tipo 2 
(em 10 deles foi mantido o uso da metformina) 
utilizando 120 mg a 6 g/dia de canela por 4 a 16 
semanas, concluíram que os 11 estudos reportaram 
alguma redução na GJ, enquanto que a redução na 
HbA1c foi modesta. O mais importante da análise 
do grupo foi a observação de que os dados foram 
muito heterogêneos e os efeitos modestos tanto na 
GJ quanto na HbA1c.
Em estudo conduzido com ratas gestantes 
diabéticas, o uso do cinamaldeído reduziu 
significativamente a hiperfagia e intolerância a 
glicose durante a gestação; reduziu, ainda, os níveis 
séricos de frutosaminas, CT, TG, leptina, TNF-α 
e malondialdeído (MDA), enquanto aumentou 
níveis de HDL, adiponectina, glicogênio hepático, 
glutationa-S-transferase, catalase, aumentou a 
expressão gênica de PPAR-γ e o número de fetos 
viáveis17. Todavia, esses dados não devem ser 
extrapolados para mulheres grávidas diabéticas, 
uma vez que não existem estudos demonstrando 
segurança.
Quanto à toxicidade, Anand et al.18 e Medagama9 
avaliaram os efeitos de doses elevadas em animais 
e humanos, respectivamente. 
Anand et al.18 demonstraram que o uso agudo 
por até 4 dias de C. zeylanicum em doses de 100, 
200 ou 400 mg/kg em ratos não induziu a morte ou 
mudança comportamental e não gerou mudanças 
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nas funções renais ou hepáticas, como se pôde 
ver através dos níveis séricos de ALT, AST, FAL, 
creatinina e bilirrubinas totais.
Medagama9, ofertando doses de 400 mg/
kg (equivalente a 600 a 2.400 mg/kg) a adultos 
também não demonstrou riscos, parecendo o 
cinamaldeído não ter efeito tóxico mesmo 20 
vezes acima da dose estimada, apresentando, 
portanto, margem de segurança elevada, ainda que 
os efeitos sejam contraditórios de acordo com as 
meta-análises apresentadas anteriormente.
A C. cassia, em doses de até 6 g/dia, não 
apresentou evento adverso significante13. Todavia, 
em 4 ocasiões houve relato de erupção cutânea, 
urticária, náusea e hipoglicemia13. A C. cassia 
possui alto teor de cumarinas9, possivelmente, 
associado aos efeitos acima relatados. Embora os 
estudos clínicos com C. cassia não demonstrem 
efeitos adversos em curto prazo (< 4 m), os riscos 
com o uso prolongado são desconhecidos9. 
Considerações sobre os estudos apresentados9:
• Estudos in vitro e in vivo favorecem o uso 
da canela (em pó ou como extrato seco) para o 
controle glicêmico;
• “N” reduzido nos estudos em animais 
ou com humanos e as evidências conflitantes, 
contraditórias e heterogêneas tornam a eficácia 
da canela para o diabetes questionável;
• O principal composto bioativo da canela ainda 
não está esclarecido: parece ser o cinamaldeído, 
porém outros compostos têm demonstrado ação 
biológica;
• Estudos utilizaram canela isolada ou associada 
a tratamentos convencionais, podendo causar 
redução dos efeitos da canela ou competição entre 
as ações;
• Melhora de controle glicêmico, lipidograma 
e composição corporal foram vistas em ratos 
diabéticos (STZ), mas não nos ratos saudáveis;
• Em humanos, efeitos são mínimos quando o 
controle glicêmico está próximo do normal (GJ 
ou HbA1c), sendo mais significativos quando os 
valores de baseline são mais altos;
• Para efeitos na HbA1c, é necessária duração 
mínima de 2 a 3 meses, mas muitos dos estudos 
utilizaram período menor em suas metodologias.
Como utilizar a canela na prática clínica:
• Todos os estudos clínicos randomizados, 
placebo-controlados, com humanos utilizaram 
C. cassia. A C. zeylanicum (“verdadeira”) possui 
menor teor de cumarina, porém não foi utilizada. 
Canela em pó foi a forma mais utilizada9;
• Doses mais comuns: 500 mg a 6 g/dia, sempre 
junto às refeições, podendo dividir a dose total em 
2-3 vezes ao dia9;
• Decocção de canela em pau: colocar 2 a 3 
ramos em 150-200 ml de água morna e deixar por 
5 a 15 minutos; tomar 1 a 3 vezes ao dia;
• Em preparações culinárias: bebidas, vitaminas, 
sucos, chás, cafés, chocolates, carnes, aves, 
canjicas, arroz doce, esfirras, quibes etc.
Conclusões
• Canela em diabetes tipo 1: há poucos estudos, 
sem efeitos significativos em humanos;
• Canela em diabetes tipo 2: efeitos melhores 
em pacientes descompensados;
• Canela em diabetes gestacional: não 
recomendado extrapolar dados para humanos;
• Toxicidade: baixa. Cumarinas presentes na 
C. cassia podem exercer algum efeito nefro ou 
hepatotóxico em uso prolongado;
• Tempo de uso: seguro por até 4 meses, 
segundo os estudos.
• O uso da canela deve ser entendido como 
tratamento complementar. A base da prevenção e 
do tratamento do diabetes está no estilo de vida 
(sono, dieta, exercício, estresse). 
• A canela é uma das especiarias mais antigas e 
mais utilizadas na história da humanidade. Embora 
os estudos sejam controversos quanto ao seu 
efeito terapêutico no diabetes, seu uso é seguro, 
e seu impacto gastronômico justifica o estimulo 
à prescrição
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Ingredientes:
• 03 colheres (sopa) de azeite extravirgem
• 01 xícara (chá) de cebola picada em cubos 
• 05 dentes de alho picado em lâminas finas
• 02 xícaras (chá) de cenoura picada em cubos 
• Sal marinho a gosto
• Pimenta-do-reino a gosto
• 02 xícaras (chá) de cará-moela picado em cubos
• 02 xícaras (chá) de abóbora moranga picada em cubos 
• 01 xícara (chá) de pimentão vermelho picado em cubos
• 01 colher (sopa) de gengibre fresco ralado 
• 02 xícaras (chá) de alho-poró cortado em rodelas finas
• ½ xícara (chá) de salsa fresca picada
• Em uma panela de aço inoxidável, aquecer brevemente 02 colheres de 
sopa de azeite. Refogar a cebola e depois o alho. Em seguida, adicionar a 
cenoura e refogar. Cobrir com água quente e adicionar sal e pimenta-do-reino 
a gosto. Deixar cozinhar por 5 minutos. Acrescentar o cará e a abóbora. Se 
necessário, acrescentar mais água até cobrir os vegetais e deixar cozinhar por 
mais 10 minutos. Adicionar o pimentão e o gengibre. Apurar o sal e deixar 
cozinhar mais um pouco, se necessário, até todos os vegetais ficarem macios 
e o caldo ficar bem espesso. Desligar o fogo e reservar. Em uma frigideira de 
aço inoxidável, aquecer brevemente o azeite restante e refogar o alho-poró 
com um pouco de sal até murchar e misturar a salsa fresca. Servir o alho-
poró sobre a sopa em pratos individuais ou misturar na panela antes de servir. 
Observação: usar todos os vegetais orgânicos, podendo adicionar cogumelos, 
leguminosas ou alguma proteína animal. 
Modo de preparo:
Sopa imunoestimulante de cará-moela, 
gengibre e alho-poró
Sopa imunoestimulante de cará-moela, gengibre e alho-poró
Rendimento: 
• 03 porções
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Sopa imunoestimulante de cará-moela, gengibre e alho-poró
Propriedades nutricionais da receita
• O cará-moela (Dioscorea bulbifera L.), também conhecido como cará-do-ar, cará-voador, cará-
aéreo, cará-traramela, cará-de-árvore e cará-borboleta, é um tubérculo aéreo, de formato globular, 
arredondado ou alado, da família Dioscoreaceae, a mesma dos carás (Dioscorea spp.), originário da 
Ásia e África1. Rico em carboidratos e com valores apreciáveis de tiamina, riboflavina, niacina, ácido 
ascórbico e vitamina A3, é considerado uma planta alimentícia não convencional (PANC)2, podendo 
ser encontrado nas regiões Sudeste e Nordeste do Brasil. Ainda, possui minerais como ferro, cobre, 
zinco, manganês, cobalto, molibdênio, vanádio, boro, cloro, iodo, bromo e sódio, além de carotenoides, 
alcaloides, glicosídeos, taninos, polifenóis, flavonoides e saponinas, em especial a diosgenina, que, em 
conjunto, exercem atividades antitumoral, antidiabética, antidislipidêmica, analgésica, antioxidante, 
anti-inflamatória, diurética, gastroprotetora, antimicrobiana, antifúngica e cardioprotetora e melhora 
do sistema imune4. Em ratos, a decocção de D. bulbifera melhorou significativamente as atividades 
das células Natural Killer, a quantidade de anticorpos de células B e a quantidade e proliferação de 
linfócitos T5;
• A cenoura (Daucus carota L.) é fonte de vitaminas como as do complexo B, C, D, E, fibras e 
carotenoides como o alfa e β-caroteno6;
• A abóbora moranga (Cucurbita maxima), nativa das Américas e cultivada em grande escala no 
Brasil7, é fonte de fibras alimentares, amido, vitaminas (A, B1, B2 e C), minerais (ferro, cálcio, sódio, 
potássio, magnésio e fósforo) e β-caroteno, assim como a cenoura8. O β-caroteno possui atividade 
fotoprotetora9 e contribui com a diminuição do risco de câncer de próstata10. Além disso, por ser 
precursor de vitamina A, este carotenoide está associado com uma melhora da resposta imune, sendo 
que uma alta concentração plasmática de β-caroteno foi associada com menor ocorrência de infecções 
respiratórias agudas em idosos11;
• O gengibre (Zingiber officinale) é uma especiaria consumida no mundo todo, rica em vários compostos 
fenólicos bioativos, incluindo gingeróis, paradol e shogaols, que possuem propriedades antioxidantes 
e anti-inflamatórias, antifúngicas, antimicobacterianas e anticancerígenas12. É eficaz e seguro para 
combater náuseas e vômitos no contexto da gravidez e quimioterapia13,14. Tem um papel no tratamento de 
distúrbios respiratórios, reduzindo a inflamação alérgica das vias aéreas, possivelmente pela supressão 
da resposta imune mediada por Th215. No estudo de Kawamoto et al.16, o 6-gingerol aliviou os sintomas 
de rinite alérgica por suprimir a produção de citocinas destinadas a ativação e proliferação de células 
T, o que causou o impedimento da ativação de células B e mastócitos; 
• O alho (Allium sativum) é fonte de compostos sulfurados responsáveis pelos seus efeitos hipolipemiante, 
antiplaquetário, antioxidante, hepatoprotetor, anticancerígeno e quimiopreventivo e melhora do sistema 
imunológico17. Em estudo, a suplementação de alho foi eficaz em fortalecer o sistema imunológico de 
pacientes com altaincidência de infecções oportunistas, internados em Unidade de Terapia Intensiva 
(UTI)18;
• A cebola (Allium cepa) possui propriedades antioxidante, anti-inflamatória, diurética, 
hipocolesterolemiante, anticoagulante, antibacteriana e antifúngica19. Possui quercetina, um flavonoide 
com atividade estimuladora do sistema imunológico, que inibe a liberação de histamina e pode melhorar 
o equilíbrio Th1/Th2 e restringir a formação de anticorpos IgE específicos para antígenos20. Possui, 
também, outras substâncias imunomoduladoras como lectinas (Allium cepa Aglutinina)21 e fruto-
oligossacarídeos (FOS)22. O reforço imunológico exercido pelo alho e pela cebola foram confirmados 
por Mirabeau e Samson23;
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• O alho-poró (Allium porrum) é uma rica fonte de vitaminas C, E, do complexo B, potássio, ferro e 
cobre, carotenoide, clorofila, glicosídeos e flavonoides24. Além disso, contém polissacarídeos específicos 
que exercem atividades imunoestimulantes consideráveis25;
• O pimentão (Capsicum annuum L.) possui vitaminas, em especial a vitamina C, além de vitaminas 
A, B1, B2 e minerais como cálcio, ferro e potássio
26. Conforme a recente revisão de Rondanelli et 
al.27, a suplementação regular de vitamina C reduz a duração (8% em adultos e 14% em crianças) e a 
gravidade do resfriado comum. O pimentão possui, ainda, carotenoides pró-vitamina A (α-caroteno e 
β-criptoxantina)28 e outros carotenoides como capsantinas e capsorubina29. Muitos desses compostos 
estão relacionados com ações antioxidantes, antimicrobianas, antivirais, anti-inflamatórias e 
anticancerígenas30;
• A salsa (Petroselinum crispum) é uma erva que possui compostos fenólicos, flavonoides, óleo essencial 
e cumarinas e exerce propriedades carminativa, diurética, antisséptica do trato urinário, anti-inflamatória 
e previne cálculos renais31. Além dessas funções, estudos mostram que a salsa, em especial o seu óleo 
essencial, pode exercer um importante efeito imunomodulador32,33;
• O azeite de oliva extravirgem possui polifenóis e ácidos graxos monoinsaturados, os quais proporcionam 
proteção contra câncer, aterosclerose e doenças cardiovasculares34,35. Os polifenóis podem, também, 
modular o sistema imunológico humano e afetar a proliferação e a atividade de linfócitos, bem como 
a produção de citocinas ou outros fatores que participam da defesa imunológica36;
• Por fim, a pimenta-do-reino (Piper nigrum) é uma especiaria muito utilizada na culinária, fonte 
de piperina, que exerce também efeitos imunomoduladores, além de efeitos anticancerígenos, 
antiasmáticos, hepatoprotetores, anti-inflamatórios, antimicrobianos e anti-úlcera37.
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Por: José Maria Filho – Jornalista
Panorama global do desperdício de alimentos
IIniciativas como o Guia Alimentar para a População Brasileira, a CSA – Comunidade que Sustenta a Agricultura – e a campanha Stop Food Waste Day Brasil são importantes caminhos que, além de contribuírem diretamente para a redução do desperdício de alimentos, orientam hábitos alimentares mais sustentáveis tanto para o homem como para o planeta.
 Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO ONU), um 
terço de toda a produção de comida no mundo vai para o lixo1, representando 1,3 bilhão de toneladas de 
alimento todos os anos. Indo na contramão do desperdício, que mostra que o mundo produz alimentos 
em quantidade mais do que suficiente, em várias regiões do mundo a fome continua afetando milhares de 
pessoas e permanece como um dos desafios de desenvolvimento mais urgentes. Dados da FAO mostram 
que uma em cada sete pessoas no mundo passa fome e, diariamente, mais de 20 mil crianças menores 
de 5 anos morrem em decorrência da desnutrição2.
De acordo com a ONU, são várias as causas para o desperdício de alimentos: hábitos culturais das 
populações, falha na gestão e governança da produção e logística para distribuição de alimentos da terra 
à mesa, modelo agrícola que agride o meio ambiente, com consequências negativas para o solo, água, 
fauna, flora e a saúde das pessoas3.
As perdas alimentares representam, ainda, um desperdício de recursos e insumos utilizados na 
produção, como terra, água e energia, além do aumento desnecessário das emissões de gases que causam 
o efeito estufa, uma vez que 25% das terras habitáveis são destinadas à produção de alimentos, a qual é 
responsável por 70% do consumo de água potável, 80% do desmatamento e 30% das emissões de gases2.
O Brasil desperdiça cerca de 35% da produção agrícola e está na entre os 10 países que mais 
desperdiçam alimentos no mundo4,5. No pós-colheita é estimado que perdas de frutas e vegetais chegue 
a 45%; de cereais, a 30%; peixes e frutos do mar, a 30%; e carnes e produtos lácteos, a 20%6. As fases 
de manuseio e transporte são as maiores responsáveis pelo desperdício de alimentos no país, mas outros 
fatores também contribuem, como o abastecimento e comercialização, a produção no campo, a venda 
em supermercados e os próprios consumidores6. 
Com isso, reporta-se que 60% do lixo doméstico brasileiro era composto de restos de comida e sobras, 
e que o descarte de partes comestíveis de vegetais pode chegar a 30%4. 
Saiba mais sobre perdas e desperdícios de alimentos no mundo nos links abaixo:
http://www.fao.org/docrep/016/i2697s/i2697s.pdf
https://www.theweek.in/news/sci-tech/2018/06/09/award-winning-smart-drones-to-take-on-illegal-
-fishing.html
https://www.theweek.in/news/sci-tech/2018/06/11/AI-matching-human- intelligence-still-decades-away.
html
https://www.theweek.in/news/sci-tech/2018/06/12/ace-turtle-launches-ai-platform-for-omni-channel-
-retail.html
https://www.theweek.in/news/india/2018/06/15/monsoon-seen-slowing-indiaafter-strong-start.html
https://www.youtube.com/watch?v=q3VFy0XlU7Y
https://nacoesunidas.org/fao-recomenda-acoes-para-evitar-perder-um-terco-da-comida-no-mundo
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Panorama global do desperdício de alimentos
Novo Guia Alimentar para a População Brasileira
No Brasil, várias são as iniciativas que orientam o consumo consciente e o combate ao desperdício de 
alimentos. O Ministério da Saúde lançou, em 2014, um importante instrumento que orienta o consumo 
de alimentos: o Guia Alimentar para a População Brasileira.
Iniciativas brasileiras contra o desperdício de alimentos
Guia Alimentar para a População Brasileira, lançado em 2014 pelo 
Ministério da Saúde. Foto: Rafael Bicalho - ASCOM/CNS 
O Guia diferencia alimentos de produtos 
alimentícios
A publicação é um instrumento importante 
para combater a obesidade e o avanço das doenças 
crônicas no Brasil. Mais da metade da população 
brasileira está acima do peso. Dados da pesquisa 
Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e 
Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito 
Telefônico) indicam que, atualmente, 50,8% dos 
brasileiros estão acima do peso ideal e 17,5% são 
obesos. Os percentuais são 19% e 48% superiores 
aos registrados em 2006, quando a proporção de 
pessoas acima do peso era de 42,6% e a de obesos 
era de 11,8%. 
O Guia orienta as pessoas a optarem por refeições 
caseiras e evitarem a alimentação em redes de fast 
food e produtos prontos que dispensam preparação 
culinária (‘sopas de pacote’, pratos congelados 
prontos para aquecer, molhos industrializados, 
misturas prontas para tortas). Outras recomendações 
são o uso moderado de óleos, gorduras, sal e açúcar ao 
temperar e cozinhar alimentos e o consumo limitado 
de alimentos processados (queijos, embutidos, 
conservas), utilizando-os preferencialmente como 
ingredientes ou parte de refeições. Na hora da 
sobremesa, o ideal é preferir as caseiras, dispensando 
as industrializadas.
Preparação do alimento 
O novo guia também busca valorizar a culinária e indica o planejamento das refeições e interação 
social, com o envolvimento de amigos e família na elaboração da comida. “No Brasil e em muitos outros 
países, a transmissão de habilidades culinárias entre gerações vem perdendo força” admite Patrícia Jaime, 
coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde e responsável pela coordenação geral 
do projeto de elaboração do Guia Alimentar. “Por isso, o Guia Alimentar dedica uma parte importante de 
suas recomendações à valorização do ato de cozinhar, ao envolvimento de homens e mulheres, adultos e 
crianças nas atividades domésticas relacionadas ao preparo de refeições e à defesa das tradições culinárias 
como patrimônio cultural da sociedade”, enfatiza.
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Por: José Maria Filho – Jornalista
Os dez passos para uma alimentação adequada e saudável:
• Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação;
• Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentose criar 
preparações culinárias;
• Limitar o consumo de alimentos processados;
• Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados;
• Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia;
• Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados;
• Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias;
• Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece;
• Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora;
• Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas 
comerciais;
Fonte: Ascom/MS
Acesse o Guia Alimentar para a População Brasileira na íntegra em: 
http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/novembro/05/Guia-Alimentar-para-a-pop-brasiliera-
Miolo-PDF-Internet.pdf
Saber e Sabor – Publicação da Fundação Mokiti Okada traz novas técnicas 
dietéticas para o alimento orgânico e utiliza 100% do alimento nas preparações 
O grupo de alimentação natural da Fundação Mokiti Okada-SP, integrado pelo coordenador Luis 
Fernando Buck, as nutricionistas Maria Tereza Casulli e Thaís Yumi Kogachi, a engenheira de alimentos 
Cláudia Regina Valente e grupo de culinaristas voluntários, pesquisa há 14 anos e publica as receitas que 
são desenvolvidas na cozinha experimental, sempre utilizando alimentos da agricultura natural e orgânicos. 
Desse estudo nasce uma nova forma de cozinhar com alimentos orgânicos, pois ele tem um 
comportamento diferenciado do convencional. É uma excelente descoberta pela nova técnica dietética 
para o orgânico, pois se aproveita 100% do alimento. Sem fator de correção no preparo, seu rendimento 
é maior, e, consequentemente, o custo final da preparação também reduz significativamente, caindo o 
mito de que o alimento orgânico é mais caro do que o convencional.
Nova tabela de fator de correção específica para o alimento orgânico com comparativo de rendimento 
e custos:
Abóbora
Rendim. 
Org.
Rendim. 
Conv.
R$/Kg 
Org.
R$/Kg
Conv.
R$/Kg
F. Corr. 
Org.
R$/Kg
F. Corr. 
Conv.
Alface crespa 
Abóbora 
Couve-flor 
Couve-manteiga 
Cenoura 
Maçã 
Pepino
100%
93%
100%
100%
100%
100%
100%
67%
85%
78%
63%
89%
74%
87%
2,40 (maço)
4,20
9,35
12,80
5,50
7,90
4,30
2,46 (maço)
1,19
8,23
6,36
2,29
5,29
3,89
 2,40
4,20
9,35
12,80
5,50
7,90
4,30
3,67
1,40
10,55
10,10
2,57
7,15
4,47
Rendim.= Rendimento; Org.= Orgânico; Conv.= Convencional; F. Corr.= Fator de Correção
Fonte: Sabor & Saber – Fundação Mokiti Okada - Grupo de Alimentação Natural (www.fmo.org.br)
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Panorama global do desperdício de alimentos
região para região e também de acordo com a safra. O sistema da CSA baseia-se em atividades que visam 
aproximar agricultores e consumidores, de forma que possa ser constituída uma parceria direta entre eles. 
A CSA é uma instituição que incentiva a agricultura orgânica local, permitindo acesso a alimentos de boa 
qualidade com preço justo, o que fortalece o vínculo entre pequeno agricultor e consumidor7. 
A CSA ajuda a reduzir o desperdício de comida, pois oferece alimentos orgânicos e biodinâmicos que, 
por não conterem agrotóxicos e fertilizantes químicos, podem ser consumidos integralmente sem oferecer 
os riscos à saúde associados a essas toxinas. 
Saiba mais em: www.csabrasil.org
Campanha Stop Food Waste Day contra desperdício de alimentos aconteceu simul-
taneamente em mais de dez países
O Brasil é um dos países da América Latina que participa de uma grande 
campanha internacional contra o desperdício de alimentos. A Stop Food 
Waste Day – Salve o Alimento! – teve seu Dia D em 27 de abril, em São 
Paulo. A campanha une forças com iniciativas que serão realizadas em 
mais de dez países, como Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, França, 
Alemanha, Espanha, Turquia, Japão e Austrália, em todos os continentes 
onde o Grupo Compass, maior empresa de serviços de alimentação e suporte 
do mundo, com atuação em mais de 50 países, está presente. No Brasil, 
a ação acontecerá por meio da GRSA|Compass, que é responsável pela 
alimentação diária de mais de dois milhões de pessoas em todo o país. A meta global é reduzir o desperdício 
de alimentos em 50% até 2030 nas operações do Grupo Compass.
A nutricionista Dra. Valéria Paschoal (3ᵃ dir. para esq.) e o chef Renato Caleffi (1° dir. para esq.), embaixadores da campanha, com a equipe 
da GRSA Brasil e Le Majue Organique durante o dia D da Campanha Stop Food Waste Day Brasil no Le Manjue Organique, em São Paulo
CSA – Comunidade que Sustenta a Agricultura: uma alternativa fantástica para 
combater o desperdício de alimentos e os danos ao meio ambiente
A Comunidade que Sustenta a Agricultura é 
uma forma de produção alimentar agrícola que 
tem por objetivo fornecer alimentos frescos e sem 
agrotóxicos com um preço acessível, estimulando 
a agricultura familiar e a cultura orgânica e 
biodinâmica. A CSA conta com a parceria de 
produtores e da comunidade interessada na compra 
de suprimentos alimentares cultivados pela cultura 
biodinâmica. Os alimentos fornecidos variam de 
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Por: José Maria Filho – Jornalista
Stop Food Waste Day Brasil, fala das ferramentas mais eficazes de combate ao desperdício, desde a 
sustentabilidade do produtor até formas de aproveitamento total dos alimentos, partes não convencionais 
e como, por exemplo, as PANCs – plantas alimentícias não convencionais – podem contribuir para o 
combate ao desperdício e a melhora das condições nutricionais da população. 
http://cbn.globoradio.globo.com/media/audio/174909/campanha-global-chama-atencao-para-o-
desperdicio-d.htm
Outro embaixador da campanha é o chef Renato Caleffi, sócio proprietário do restaurante Le Manjue 
Organique e especialista em gastronomia orgânica e funcional, pioneiro no assunto.
Saiba mais em:
VP Centro de Nutrição Funcional: www.vponline.com.br
Campanha Stop Food Waste Day: 
Site mundial: http://www.stopfoodwasteday.com
Site Brasil: http://www.stopfoodwasteday.com.br
Vídeo institucional: https://www.youtube.com/watch?v=fzQ8t-7xRaU
Mídias sociais: @stopfoodwastedaybrasil
Referências
1. NAÇÕES UNIDAS DO BRASIL. FAO: 30% de toda a comida produzida no mundo vai parar no lixo. ONUBR, 2017. 
Disponível em: <https://nacoesunidas.org/fao-30-de-toda-a-comida-produzida-no-mundo-vai-parar-no-lixo/>. Acesso 
em: 09/06/2018. 
2. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Dia Mundial do Meio 
Ambiente 2013 reforça campanha contra o desperdício de alimentos. OMS/OPAS, 2013. Disponível em: <>. Acesso em: 
09/06/2018.
3. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA AGRICULTURA A ALIMENTAÇÃO (FAO). Perdas e desperdícios de alimentos 
na América Latina e no Caribe. FAO, 2017. Disponível em: <http://www.fao.org/americas/noticias/ver/pt/c/239394/>. 
Acesso em: 10/06/2018.
4. HENZ, G.P.; PORPINO, G. Food losses and waste: how Brazil is facing this global challenge? Hortic Bras; 35 (4): 2017. 
5. GOULART, R.M.M. Desperdício de alimentos: um problema de saúde pública. Integração; 54 (1): 285-288, 2008.
6. BRASIL. EMBRAPA. Perdas e desperdício de alimentos. Disponível em: <https://www.embrapa.br/tema-perdas-e-
desperdicio-de-alimentos/sobre-o-tema>. Acesso em: 14/03/2018.
7. VASQUEZ, A.; SHERWOOD, N.E.; LARSON, N. et al. Community-Supported Agriculture as a Dietary and Health 
Improvement Strategy: A Narrative Review. J Acad Nutr Diet; 117 (1): 83-94, 2017.
No link abaixo você poderá ouvir uma entrevista completa concedida pela Dra. Valéria 
Paschoal ao Programa Noite Total da Radio CBN. A nutricionista, que é embaixadora da campanha 
Normas para Publicação de Artigos Científicos
A Revista Brasileira de Nutrição Funcional publica 
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desenvolvimento da ciência da nutrição nas áreas de 
Nutrição Clínica Funcional, Nutrição Esportiva Funcional, 
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caso), metanálise, artigos de revisão e receitas. Os artigos 
recebidos são avaliados pelo Conselho Editorial da revista. 
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nos artigos. Os artigos publicados na Revista Brasileira 
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