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1 Motores de Combustão Interna • Histórico • Ciclo Otto: Quatro Tempos • Ciclo Otto: Dois Tempos • Ciclo Diesel • Aplicações 2 Breve Histórico • 1862 - ALPHONSE BEAU DE ROCHAS, patente francesa de um motor de quatro tempos • 1876 - NICOLAUS OTTO motor de quatro tempos, reduz 1/3 o peso do motor e 1/16 o curso do pistão, a eficiência aumenta para 14% . As características básicas deste motor são as mesmas dos motores de hoje. • 1880 - DUGALD CLERK e JAMES ROBSON e KARL BENZ desenvolvem o motor de dois tempos • 1886 - GOTTLIEB DAIMLER apresenta um documento com a patente registrada. Por isso, hoje, o "triciclo" de Daimler é - historicamente - o primeiro automóvel. • 1892 - RUDOLF DIESEL - data da patente, motor de ignição por compressão demora 5 anos para desenvolver um protótipo comercial 3 Características dos motores segundo sua aplicação Tipo de motor Utilização Potência kW IC ou Diesel Tempos Resfria mento Veículos de Motocicletas Scooters 0.75 - 70 IC 2,4 Ar passeio Carros pequenos 15 - 75 IC 4 Ar,água Carros grandes 75 - 200 IC 4 Ar,água Comerciais leves 35 - 150 IC, D 4 Ar,água Comerciais pesados 120 - 400 D 4 água Veículos fora de estrada Veículos leves (aeroportos, fazendas) 1,5 - 15 IC 2,4 Ar,água agricultura 3 - 150 IC, D 2,4 Ar,água Movimento de terra 40 - 750 D 2,4 água Militares 40 - 2000 D 2,4 água Estrada de ferro locomotivas 400 - 3.000 D 2,4 água Marinhos Fora de borda 0,4 - 75 IC 2 água Lanchas a motor 4 - 750 IC,D 4 água Barcos a motor 30 - 2.200 D 2,4 água Navios 3.500 - 22.000 D 2,4 água Aeronaves Aviões 45 - 2.700 IC 4 ar Helicópteros 45 - 1.500 IC 4 ar Domésticos Cortador de grama 0,7 - 3 IC 2,4 ar Estacionários Potência elétrica 35 - 22,000 D 2,4 água IC: ignição por centelha, D: Diesel 4 5 6 7 8 Cabeçote do motor : válvulas, velas, Balancim (controla a apertura das válvulas), dutos de admisão e escapamento câmaras de explosão Conjunto de árvores de manivelas, os pistões estão ligados à árvore por meio das bielas, a árvore está apoiada na base do bloco do motor Bloco do motor: cilindros, êmbolos, bielas dutos para água de resfriamento, dutos para o sistema de lubrificação Correia de transmissão Componentes do motor Motor FIAT 9 Princípio de Funcionamento • Os princípios que regem o seu funcionamento são os mesmos, quer seja motores de automóveis, aviões, lancha ou navios. • O corpo do motor é um bloco de ferro fundido onde estão localizados os cilindros. • Dentro do cilindro desloca-se o pistão, cujo movimento é subir e descer. Atravessado no pistão, há um pino que fica numa haste chamada biela. • Quando o pistão sobe e desce, a biela o acompanha. Na outra extremidade, a biela se prende a um eixo que tem a forma de uma manivela. O nome correto dessa peça é árvore de manivelas, vulgarmente conhecida por virabrequim. 10 Princípio de Funcionamento • No movimento de subida e descida, o pistão passa por dois pontos extremos durante o seu curso: Ponto Morto Superior (PMS) e Ponto Morto Inferior - PMI • Na parte superior do cilindro existem duas válvulas. Uma é a válvula de admissão; outra, a válvula de escapamento. No caso dos motores ciclo Otto (ICE) existe tb. a vela, cuja função é fazer saltar, no momento adequado, uma faísca, que vai incendiar o combustível. 11 12 1º tempo: admissão 2º tempo: compressão 3º tempo: explosão ou tempo útil 4º tempo: escape Princípio de Funcionamento – Motor de Quatro Tempos 13 aspirado, sem válvulas de aspiração e escape, de ignição por centelha Combustão e Escape 1 Aspiração e Compressão 2 Princípio de Funcionamento – Motor de Dois Tempos • Estudaremos dois ciclos termodinâmicos ideais nos quais se baseiam dois tipos largamente utilizados de motores de combustão interna. o O ciclo Otto. o O ciclo Diesel. 14 Funcionamento de um motor de combustão interna • Ponto morto superior - PMS • Ponto morto inferior - PMI • Curso: distância do PMI ao PMS • Volume útil: Volmax - Volmin =V1 – V2 • Relação de compressão: rv = V1/V2 • Pressão média efetiva: pme • Np = número de pistões • Nt = número de tempos 15 útilVolume cicloporrealizadoútilTrabalhopme O CICLO OTTO 16 Ciclo padrão a ar Otto • Hipóteses básicas para concepção dos ciclos padrão ar Otto • O conjunto cilindro-pistão encerra uma massa fixa e conhecida de ar, que continuamente sofre processos termodinâmicos. Esta massa de ar é tratada como um sistema. • A combustão da mistura ar-combustível é substituída por um processo de transferência de calor de um reservatório a alta temperatura. Como ocorre em um intervalo de tempo muito 17 Ciclo padrão a ar Otto • A admissão da mistura ar-combustível e a exaustão dos produtos de combustão são substituídas por um único processo de transferência de calor com um reservatório em baixa temperatura. Como o volume dos produtos de combustão ao início da sua exaustão é igual ao volume da mistura ar-combustível ao final da sua admissão, consideraremos que este processo de transferência de calor ocorre a volume constante. 18 Ciclo padrão a ar Otto • A compressão da mistura ar-combustível é entendida como sendo a compressão do ar presente no interior do conjunto cilindro-pistão. Por hipótese consideraremos que este processo é adiabático e reversível, ou seja: isentrópico. • A expansão dos produtos de combustão é entendida como sendo a expansão do ar presente no interior do conjunto cilindro-pistão logo após a troca de calor com o reservatório quente. Por hipótese consideraremos que este processo é 19 20 O Ciclo padrão a ar Otto • O ciclo Otto é o ciclo ideal de um motor de ignição por centelha. • É constituído pelos seguintes processos: – 1-2: compressão isoentrópica – 2-3: isocórico – 3-4: expansão isoentrópica – 4-1: isocórico 21 Ciclo Otto 22 Ciclo Otto O Ciclo padrão a ar Otto • Determinação do rendimento térmico do ciclo Otto • Hipótese: o ar é uma gás ideal com calores específicos constantes. 23 H L H LH Q Q Q QQ 1 32QQH 2332 TTmcQ v 14 QQL )TT(mcQ v 4114 23 1411 TTmc TTmc Q Q v v H L 23 141 TT TT 1 11 232 141 T/TT T/TT O Ciclo padrão a ar Otto • Continuando... • Os processos 1-2 e 3-4 são isentrópicos, logo: • Como então: • O que resulta em: 24 23 1411 TTmc TTmc Q Q v v H L 23 141 TT TT 1 11 232 141 T/TT T/TT 1 2 1 1 2 k T V T V 1 3 4 4 3 k T V T V p v c k c 3 4 2 1 V V V V 1 2 4 3 T T T T 1 4 2 3 T T T T 2 1 232 141 1 1 11 T T )T/T(T )T/T(T 11 1 2 11 1 1kv k v T r T r 25 O Ciclo padrão a ar Otto • Exemplo Ciclo Otto Um motor a gasolina é alimentado com ar a 100 kPa e 300 K. O ar é comprimido em um processo que apresenta relação de compressão igual a 12 para 1. Sabendo que o combustível libera 1300 kJ/kg de ar no processo de combustão, que esse motor opera segundo um ciclo ideal e que os calores específicos do ar são constantes e iguais a cp = 1,004 kJ/(kg.K) e cv = 0,717 kJ/(kg.K), determine o rendimento do ciclo, a sua temperatura máxima, a pressão imediatamente após o processo de combustão e o trabalho específico líquido realizado por ciclo. • Resp : 63%; 2621 K; 10 48 MPa; 815 5 kJ/kg 26 27 28 O CICLO DIESEL 29 O ciclo padrão ar Diesel • Hipóteses básicas para concepção dos ciclos padrão ar Diesel • O conjunto cilindro-pistão encerra uma massa fixa e conhecida de ar, que continuamente sofre processos termodinâmicos. Esta massa de ar é tratada como um sistema. • A combustão é substituída por um processo de transferência de calor de um reservatório a alta temperatura. Como, à medida que ocorre, o pistão se movimenta pode-se considerarem 30 O ciclo padrão ar Diesel • A admissão do ar e a exaustão dos produtos de combustão são substituídas por um único processo de transferência de calor com um reservatório em baixa temperatura. Como o volume dos produtos de combustão ao início da sua exaustão é igual ao volume da mistura ar- combustível ao final da sua admissão, consideraremos que este processo de transferência de calor ocorre a volume constante. 31 O ciclo padrão ar Diesel • A expansão dos produtos de combustão que ocorre após o encerramento do processo de combustão, é entendida como sendo a expansão do ar presente no interior do conjunto cilindro- pistão logo após a troca de calor com o reservatório quente. Por hipótese consideraremos que este processo é adiabático e reversível, ou seja: isentrópico. 32 33 Ciclo Otto 34 • Adotando estas hipóteses, chega-se ao ciclo ideal associado ao motor Diesel. • O ciclo Diesel é constituído pelos seguintes processos: – 1-2: compressão isoentrópica – 2-3: isobárico – 3-4: expansão isoentrópica – 4-1: isocórico O Ciclo padrão a ar Diesel 35 • O rendimento térmico de um ciclo Diesel é dado por: • Esta expressão é válida sob a hipótese de calores específicos constantes. O Ciclo padrão a ar Diesel 23 14 23 14 11 TTc TTc TTmc TTmc p v p v • Exemplo Um motor Diesel de quatro tempos tem volume útil total igual a 2000 cm³ e relação de compressão igual a 20:1. Considere que esse motor admite ar a 100 kPa e 20ºC e que o combustível utilizado libera 1600 kJ por quilograma de ar utilizado no processo de combustão. Sabendo que o motor opera segundo um ciclo ideal e que se pode considerar o ar como um gás ideal com calores específicos constantes (cp = 1,004 kJ/ (kg.K) e cv = 0,717 kJ/(kg.K)), determine o seu rendimento. • Resp.: 62,0%. 36 37 38 Princípio de funcionamento do motor Diesel 39 Potência produzida 40 Exemplo – Ciclo Diesel Um ciclo padrão a Diesel apresenta relação de compressão igual a 18 e o calor transferido ao fluido de trabalho,por ciclo,é 1800 kJ/kg.Sabendo que no início do processo de compressão,a pressão é igual a 0,1MPa e a temperatura é 15ºC. 41 Questões 1. a pressão e a temperatura em cada ponto do ciclo; 2. o rendimento térmico; 3. a pressão média efetiva Sistema : Ar contido no cilindro Informação do estado 1 : p1=0,1MPa;T1 = 288,2K Informações do processo : rv = 18 e qH = 1800kJ/Kg Modelo : Gás perfeito com calor específico constante avaliado a 300K. 42 Análise Segunda lei da termodinâmica para o processo de compressão 1-2; Assim , e 12 SS 1 2 1 1 2 k V V T T k V V p p 2 1 1 2 43 Primeira lei da termodinâmica para o processo de transferância de calor 2-3 : qH = 2q3 = cp ( T3 - T2 ) Segunda lei para o processo 3-4 : 2332 . TTCqq ph 43 SS 44 Assim , Também , e 1 4 3 3 4 k V V T T h líq térmico q w 21 vv w pme líq 45 Solução: T2 = 915,8 K Kgmv /827,0 100 2.288287,0 3 1 Kgmvv /04595,0 18 827,0 18 31 2 1777,318 4,0 1 2 1 1 2 k V V T T 46 p2 = 5,72 Mpa T3 = 2710 K 4,5718 2 1 4,1 1 2 k V V p p kgkJTTCqq ph /1800. 2332 1794 0035,1 1800 23 TT 47 959,2 8,915 2710 2 3 2 3 T T V V kgmv /113598,0 33 0588,2 13598,0 827,0 4.01 3 4 3 4 k V V T T KT 13164 48 kgkJ TTCqq vl /6,736 13162,2887165,04114 kgkJWlíq /4,10636,7361800 49 %1,59 1800 4,1063 h líq térmico q w kPavv w pme líq 1362 04595,0827,0 4,1063 21 50 Ciclo diesel Ciclo Otto Na compressão, somente ar é comprimido na câmara Na compressão é comprimida uma mistura de ar + combustível O ar é comprimido até atingir uma temperatura acima da de auto-ignição O ar é comprimido a mais baixas pressões, a temperatura atingida fica abaixo da de autoignição O combustível é injetado (quase no final da corrida do pistão) e entra em autoignição O combustível entra em ignição através de uma faísca Taxas de compressão altas Taxas de compressão mais baixas Aceita combustível menos "nobre" : óleo Diesel ou gás natural + 20% óleo Diesel Combustível: gasolina, álcool, gás natural Ciclo a ar ideal: o calor entra a pressão constante Ciclo a ar ideal: O calor entra a volume constante 51 VARIÁVEL OTTO DIESEL Pressão no fim da compressão 8 a 15 kg/cm2 40 a 50 kg/cm2 Pressão máxima da combustão 45 a 55 kg/cm2 60 a 75 kg/cm2 Pressão no fim da explosão 4 a 5 kg/cm2 3 a 4 kg/cm2 Teor de mistura ar-combustível 11/1 a 17/1 20/1 a 50/1 Tempo de formação da mistura Antes da combustão Simultânea a combustão Volatibilidade do combustível Alta Baixa Temperatura dos gases de descarga 800ºC 600ºC Custo de fabricação Baixo Alto Taxa de compressão 6/1 a 12/1 18/1 a 23/1 Relação Peso/Potência Menor Maior Ignição Centelha elétrica Compressão 52 MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA : áreas em desenvolvimento - controle de poluição Carros Poluente Impacto % (do total) emissões fontes móveis Emissão em veículos não controlados (g/km) (#) Redução nos novos motores % Motores IC (g/km) Motores Diesel (g/km) NO e NOx Névoa, tóxicos 40-60 2,5 75 7 12 CO tóxico 90 65 95 150 17 Hidrocarbo- netos não queimados névoa 60-80 10 90 17 3 Particulados Reduz visibilidade 0,5(*) 40 -- 0,5 (#) valores médios antes do início da normatização (USA - 1968) (*) motores Diesel - diminuição do consumo de combustível - novos combustíveis : álcool, gás, biogás, gases pobres, hidrogênio - competitividade no mercado - diminuição de ruído Caminhões 53 • http://auto.howstuffworks.com/engine.htm • http://www.keveney.com/Engines.html • http://library.thinkquest.org/C006011/english/sites/otto motor.php3?v=2 • http://www.ul.ie/~kirwanp/fourstrokecycle.htm • http://www.shermanlab.com/science/physics/thermo/en gines/OttoG.php • Prof.Silvia Azucena Nebra-Unicamp • Professor Maurício Nogueira-PUC RJ
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