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Prova de Pericia

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Perícia Contábil, Legislação e Ética Profissional para CFC 
 
Prof. Arthur Leone 
Prof. Andrey Sores 
 Aula 00 
1 de 58| www.direçãoconcursos.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 00 - Perícia Contábil 
 
Perícia Contábil, Legislação e Ética 
Profissional para CFC 
 
Prof. Arthur Leone e Prof. Andrey Soares 
Perícia Contábil, Legislação e Ética Profissional para CFC 
 
Prof. Arthur Leone 
Prof. Andrey Sores 
 Aula 00 
2 de 58| www.direçãoconcursos.com.br 
 
Sumário 
SUMÁRIO .......................................................................................................................................................2 
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................................ 3 
SOBRE O CURSO ............................................................................................................................................ 5 
CONSIDERAÇÕES SOBRE A COBRANÇA DA DISCIPLINA PELO CFC ................................................................ 8 
NOÇÕES INICIAIS ......................................................................................................................................... 10 
ORIGEM DA PERÍCIA.................................................................................................................................................... 10 
CONCEITO ................................................................................................................................................................ 11 
FINALIDADE DA PERÍCIA CONTÁBIL ................................................................................................................................ 14 
CLASSIFICAÇÃO DA PERÍCIA CONTÁBIL ....................................................................................................... 16 
PERÍCIA JUDICIAL ....................................................................................................................................................... 17 
PERÍCIA EXTRAJUDICIAL .............................................................................................................................................. 17 
ASPECTOS PROFISSIONAIS DO PERITO: PERFIL PROFISSIONAL .................................................................. 20 
O PERITO DO JUÍZO .................................................................................................................................................... 21 
O ASSISTENTE TÉCNICO .............................................................................................................................................. 28 
TÓPICO EXTRA: PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE A AUDITORIA E A PERÍCIA CONTÁBIL ............................... 32 
QUESTÕES COMENTADAS PELOS PROFESSORES ....................................................................................... 34 
LISTA DE QUESTÕES ................................................................................................................................... 47 
GABARITO ................................................................................................................................................... 53 
RESUMO DIRECIONADO .............................................................................................................................. 54 
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................. 58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Perícia Contábil, Legislação e Ética Profissional para CFC 
 
Prof. Arthur Leone 
Prof. Andrey Sores 
 Aula 00 
3 de 58| www.direçãoconcursos.com.br 
 
APRESENTAÇÃO 
Futuros Contadores, futuras Contadoras, sejam muito bem-vindos(as) ao nosso curso! 
Estamos dando início a um projeto extremamente audacioso: o de levar a você o nosso curso de Perícia 
Contábil e Ética para o Exame CFC, um material completo, objetivo e extremamente didático. Nosso objetivo 
é prepara-los(as) para o Exame de Suficiência do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). O conteúdo está 
totalmente de acordo com a Resolução CFC nº1.301, de 17 de setembro de 2010, que regulamenta a avaliação. 
Para nós, do Direção Concursos, ser bom não é o suficiente. Queremos ser os melhores, a referência nessa 
área que vem trazendo enormes desafios para essa categoria tão importante para o desenvolvimento do país. 
Podemos dizer que os Contadores estão para o Fisco assim como os Advogados estão para a Justiça. São 
essenciais nas respectivas áreas de atuação. Mas a seara tributária é apenas uma das várias faces dessa magnífica 
ciência. Por isso nossa atenção com essa classe tão importante para o país. 
Nosso curso é feito a quatro mãos. Dois professores que compartilham, além do conhecimento da área, da 
experiência em concursos públicos, e do cargo público – somos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil – 
também o ideal de ajudar outras pessoas a alcançarem seus sonhos na vida profissional, por meio de aprovações 
em concursos e seleções públicas. Apresentemo-nos: 
 
ARTHUR LEONE 
Meu nome é Arthur Leone e, como vocês, sou contador. Graduei-me em Ciências 
Contábeis pela UFBA. 
Atualmente sou Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, concurso que fui 
aprovado no ano de 2002. Antes, passei por alguns concursos como Analista Tributário da 
Receita Federal, Auditor do ICMS-RO dentre outros. Também sou autor pela Editora 
Ferreira na área de auditoria e legislação tributária federal. 
Ahh!! Eu também já fiz o exame de suficiência! Sei como é importante “pegar” aquela 
carteirinha do CRC. Não é só uma exigência legal, é a coroação de um ciclo que se iniciou 
com a aprovação no vestibular para Ciências Contábeis. 
Estaremos juntos nessa empreitada! Qualquer dúvida, procure-me nas redes sociais: 
 
 https://www.facebook.com/arthur.leone.79 
 
 https://.instagram.com/profarthurleone 
 
 
 
https://www.facebook.com/arthur.leone.79
https://.instagram.com/profarthur
Perícia Contábil, Legislação e Ética Profissional para CFC 
 
Prof. Arthur Leone 
Prof. Andrey Sores 
 Aula 00 
4 de 58| www.direçãoconcursos.com.br 
 
ANDREY SOARES 
Meu nome é Andrey Soares. Sou bacharel em Ciências Contábeis pela 
Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES. Ocupo atualmente, o cargo 
de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB), aprovado no concurso de 
2014. Exerço ainda a função de Delegado da Receita Federal em Vitória da 
Conquista/BA. Até chegar a esse ápice profissional, vale destacar, percorri um longo 
caminho de preparação. 
 Posso assegurar que, além da satisfação por realizar sonhos, o período foi de 
muito aprendizado. Carrego comigo uma experiência considerável em preparação 
para concursos públicos. Colecionei aprovações em diversos deles, com os mais 
variados níveis de dificuldades. Fui Investigador da Polícia Civil de MG por cerca de 9 
anos, tendo sucesso ainda em concursos considerados “top”, como para a Polícia 
Federal (Escrivão) e Receita Federal (Analista Tributário e Auditor Fiscal). 
Alio-me a uma equipe extremamente preparada e reconhecida nacionalmente pela sua competência, a 
família Direção Concursos. É uma verdadeira honra fazer parte deste time, e de maneira muito especial, firmar 
essa parceria com o meu colega e amigo Arthur Leone. 
Quanto a mim, ao final da graduação, como requisito para obtenção do título, trabalhei incansavelmente 
para produzir uma pesquisa de qualidade, em um assunto que muito me agradava. Meu tema? “A Perícia Contábil 
nos crimes contra a administração pública - uma abordagem sobre a Perícia Criminal Contábil sob o crivo da Polícia 
Civil do Estado de Minas Gerais no âmbito dos crimes de responsabilidade em licitações públicas”. Avaliado por uma 
banca extremamente exigente, consegui alcançar,empatado com outros dois colegas, a nota mais alta daquela 
turma: 97 pontos, de um total de 100. 
Sinto-me extremamente motivado a acompanha-los(as) nesse processo! Se desejarem, estou disponível 
ainda em outros canais. 
 
 https://.instagram.com/profandreysoares 
 
 https://www.facebook.com/andrey.soares.758 
 
 Feita essa contextualização, pedimo-los que nos conceda a oportunidade de mostrar a vocês, caros alunos, 
cara alunas, o porquê de tamanha autoconfiança e expectativa. Bem, continuemos falando agora de como será o 
nosso curso de Perícia Contábil, Legislação e Ética Profissional. 
 
 
 
https://.instagram.com/profandreysoares
https://www.facebook.com/andrey.soares.758
Perícia Contábil, Legislação e Ética Profissional para CFC 
 
Prof. Arthur Leone 
Prof. Andrey Sores 
 Aula 00 
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SOBRE O CURSO 
 
Iniciemos enfatizando que não 
temos qualquer intenção em 
formarmos, com este nosso curso, 
verdadeiros Peritos Contábeis, 
principal disciplina que abordaremos 
aqui. 
Queremos, sim, que vocês 
tenham acesso a um material dotado 
de conteúdo suficientemente 
completo e objetivo, proporcionando-
lhes, assim, o conhecimento e a 
confiança necessários para fazerem e 
serem aprovados(as) na prova aplicada 
pelo CFC. 
Didaticamente falando, nosso curso será estruturado na forma de um verdadeiro ciclo, o que o torna uma 
arma interessante nessa batalha que os senhores e as senhoras irão travar nos próximos dias. Dessa forma, temos 
certeza de que ele será capaz de oferecer-lhes a máxima assimilação do conteúdo da disciplina. Eis uma 
representação gráfica que demonstra a nossa proposta metodológica: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Até a publicação desta nossa aula demonstrativa, vale dizer, o CFC ainda não havia definido qual a banca que 
organizará o Exame1. Vamos trabalhar, portanto, com o que temos de editais e exames anteriores. Caso haja 
alguma alteração no decorrer de nosso curso, faremos as adaptações necessárias. É um compromisso nosso. 
 
 
 
1 https://cfc.org.br/noticias/exame-de-suficiencia-2019-cfc-realiza-processo-de-licitacao-para-a-contratacao-de-banca-
examinadora/ 
Perícia Contábil, Legislação e Ética Profissional para CFC 
 
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Daremos uma atenção muito especial à didática, de forma que até assuntos não muito agradáveis sejam 
facilmente assimilados. Isso justifica nossa escolha pela inserção de questões intercaladas com a teoria. Trata-se 
de uma metodologia que já provou ser vitoriosa, frequentemente utilizada por grande parte dos campeões em 
aprovações nos mais variados e difíceis concursos públicos do país. Humildemente, incluímo-nos nesse seleto 
grupo. Portanto, dizemos a vocês: a fórmula funciona! 
Além disso, comentaremos o máximo possível de questões, sejam elas de Exames passados, ou produzidas 
pela banca que organiza as atuais avaliações, ainda que voltadas para outros concursos; ou até mesmo de autoria 
de outras bancas, desde que as mesmas se relacionarem com os temas abordados. Faremos uso, ainda, de muitas 
representações gráficas e quadros-resumo, pois consideramos tais recursos ferramentas interessantes de 
memorização, contribuindo diretamente na resolução rápida de provas. 
 Ao final de cada aula, apresentaremos a vocês o chamado Resumo Direcionado. Trata-se de mais um 
instrumento útil no processo de memorização do conteúdo. Mas não pararemos por aí. Além de tudo isso, 
apresentaremos a você, na medida em que avançarmos as aulas e conteúdo, o que intitulamos Teste de Direção. 
Trata-se de uma bateria de questões que servirão como uma ferramenta capaz de identificar as lacunas de 
conhecimento. Mais uma inovação da equipe do Direção Concursos que, temos, certeza, será um grande 
diferencial para as conquistas que nossos alunos alcançarão. 
Aliando nosso material, com todas essas ferramentas que disponibilizamos, mais a gama de recursos que já 
é tradicionalmente oferecida pela equipe Direção Concursos, somando-se ainda uma rotina planejada de estudos, 
com disciplina, foco e entrega, não terá questão de Perícia Contábil, Legislação e Ética Profissional que traga 
maiores dificuldades para a sua aprovação. Confiem no que estamos dizendo. 
Conseguiram compreender o quão grandioso é o projeto? Agora, peço licença aos senhores e às senhoras 
para apresenta-los(las) a divisão das nossas aulas:
Aula Data Conteúdo do edital 
00 14/2 
 Perícia Contábil: Definição, Classificação e Finalidade. Aspectos 
profissionais: Perfil profissional do perito. Legislação: legislação 
profissional vigente sobre a matéria. Competência técnico-
profissional. 
01 24/2 
Aspectos técnico, doutrinário, processual e operacional: Perícia judicial 
e extrajudicial – planejamento, execução e procedimentos. Honorários 
Periciais. Quesitos. Indicação de assistentes. Termo de Diligência. 
Código de Processo Civil- CPC/2015 
02 28/2 Teste de direção 
03 6/3 
Prova. Laudo Pericial. Parecer Pericial Contábil. Assuntos teóricos 
remanescentes. NBC TP 01 – Norma Técnica de Perícia Contábil. NBC 
PP 01 – Norma Profissional do Perito. 
04 16/3 Aplicações Práticas de Perícia Contábil: Aplicações práticas 
relacionadas ao campo da perícia contábil, tais como: apuração de 
Perícia Contábil, Legislação e Ética Profissional para o CFC Prof. Arthur Leone 
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 Aula 00 
 
 
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haveres, dissolução de sociedades, inventários, prestações de contas, 
contratos financeiros, sistema financeiro de habitação e cálculos 
trabalhistas, entre outros. 
05 21/3 Teste de direção 
06 26/3 a) Ética Geral e Profissional: O conceito e sua inserção na Filosofia. Os 
campos de Ética e da Moral. As fontes das regras éticas. A Sociedade e 
a Ética. O papel da Contabilidade na sociedade. A Ética Profissional. b) 
Legislação sobre a Ética Profissional: Código de Ética Profissional do 
Contador. Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais. Possíveis 
alterações ocorridas ou inclusões até noventa dias antes da realização 
do Exame. 
07 5/4 
05 - c) Legislação Profissional e de Organização dos Conselhos de 
Contabilidade: Decreto Lei nº 1.040/1969 e alterações posteriores. 
Resolução CFC nº 1.370/2011 - Regulamento Geral dos Conselhos de 
Contabilidade e alterações posteriores. Decreto-Lei nº 9.295/1946 e 
alterações. Possíveis alterações ocorridas ou inclusões até noventa 
dias antes da realização do Exame. 
08 10/4 
Teste de direção 
 
 
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 Aula 00 
 
 
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Considerações sobre a cobrança da disciplina pelo 
CFC 
 
A partir da análise dos editais e provas passadas, com ênfase nas mais recentes, notamos uma média de 
2 a 3 questões da disciplina em nossa prova. Foram cobradas 2 questões nos últimos certames, com destaque 
para a últimas provas, aplicadas no ano passado (2018-1 e 2018-2), mesmo número detectado nas edições de 
2017. As duas provas aplicadas em 2016 (2016-1 e 2016-2), porém, haviam trago 3 questões cada uma. Tais 
números, aparentemente, não são tão significativos. Mas isso não corresponde à verdade dos fatos. 
As estatísticas mostram que 2 ou 3 questões podem sim, fazer a diferença, e derrubar inúmeros 
candidatos. O índice de erro envolvendo a disciplina na prova aplicada pelo CFC gira em torno de 41,79%2. Esses 
erros certamente contribuem para a absurda quantidade de candidatos – muitos deles bons, acreditamos – que 
vêm sendo derrotados pelo CFC. Só na prova2018-1, segundo dados estatísticos apresentados pela 
Consulplan3, foram reprovados, pasmem, quase 70% dos candidatos avaliados! Esse número teve um sutil 
decréscimo na prova 2018-2: pouco mais de 62% de reprovados, o que quase nada altera ao quadro de 
criticidade da situação. 
Os dados são alarmantes, em nossa opinião. Só não é mais absurda que aqueles vistos do “outro lado da 
avenida”, na prova da OAB. Lá, a média de reprovação dos egressos de Direito já alcançou a casa dos 80%, isso 
recentemente.4 Uma triste constatação, que demanda uma reflexão sobre o país que queremos, que seja 
dotado de uma educação capaz de formar bons profissionais. Mas, aqui, não vamos entrar nessa discussão. 
Nosso foco é outro. 
Talvez a falta de bons materiais, e de professores experientes em concursos públicos que se dediquem 
verdadeiramente a preparar os egressos do curso para a prova, tenham influenciado negativamente esses 
números vistos em relação ao Exame do CFC. Além disso, muitos alunos acreditam que o conteúdo estudado 
em sala de aula seja suficiente para a avaliação do CFC. Ledo engano. Aqui é outro mundo. Como numa batalha, 
é necessário conhecer o inimigo previamente, e se munir de armas e táticas capazes de garantir sua vitória. 
Mas não vamos encarar a banca como inimiga. Primeiro, porque ela não pretende eliminar candidatos. O 
que se almeja, com a prova, é medir a capacidade de o egresso atuar, com qualidade e competência, no 
mercado de trabalho. E isso é louvável, pois só dignifica e engrandece a profissão. Segundo, porque não se 
pode dizer que haja concorrência. Não há um número limitado de vagas, como nos concursos tradicionais, mas 
apenas a necessidade de um percentual mínimo de acertos no Exame. Portanto, você concorre, literalmente, 
com você mesmo, a partir do seu preparo. 
 
 
 
2 Fonte: https://www.editora2b.com.br/blog/as-07-disciplinas-que-os-candidatos-mais-erram-no-exame-de-suficiencia-
do-cfc, acessado em 14 jan. 2019 
3 Fonte: https://cfc.org.br/registro/exame-de-suficiencia/relatorios-estatisticos-do-exame-de-suficiencia/ acessado em 
14 jan. 2019 
4 Fonte: https://brasiljuridico.com.br/artigos/absurdo-de-83-de-reprovao-na-1a-fase-xxvii-exame-da-oab, acessado em 
14 jan. 2019 
https://cfc.org.br/registro/exame-de-suficiencia/relatorios-estatisticos-do-exame-de-suficiencia/
Perícia Contábil, Legislação e Ética Profissional para o CFC Prof. Arthur Leone 
Prof. Andrey Soares 
 Aula 00 
 
 
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O que pretendemos, a partir das próximas páginas desta e das aulas seguintes, é contribuir para 
mudarmos essa realidade da Contabilidade no país. Assim, vamos oferecer uma abordagem abrangente e de 
fácil assimilação, voltada exclusivamente para o Exame do CFC. Isso tem que ser frisado sempre, pois o tempo 
e a objetividade são aspectos fundamentais na fase de preparação de candidatos que, em sua grande maioria, 
não dispõe de tempo para ficar procurando por um ou outro livro o que precisa ser estudado. Aqui, reuniremos 
tudo o que você precisa. 
 Teceremos considerações sobre conceitos, características e finalidade da Perícia Contábil. Teremos, 
ainda, uma atenção especial com explicações envolvendo o profissional que atua na área, o Perito Contábil. 
Nesse contexto, falaremos sobre indicação e nomeação do perito, seus impedimentos, suspeições e deveres. 
Também suas responsabilidades, questões de cunho técnico e doutrinário. Abordaremos ainda o Laudo 
Pericial, sua estrutura, função e importância. Abordaremos a aplicação prática da perícia, além de uma 
abordagem especial sobre as normas que regem o tema, e muitos outros assuntos, sempre inspirados no último 
edital. 
Não percamos mais tempo. Vamos ao conteúdo que nos interessa em nossa aula demonstrativa. Avante! 
 
 
Perícia Contábil, Legislação e Ética Profissional para o CFC Prof. Arthur Leone 
Prof. Andrey Soares 
 Aula 00 
 
 
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Noções iniciais 
Origem da perícia 
 
Sempre dizemos que, para conhecermos com a profundidade necessária alguém ou alguma coisa, o ideal 
é que comecemos procurando saber a sua origem. Essa metodologia dirá muito sobre o seu estado presente, 
bem como as perspectivas futuras. Com um ramo do conhecimento, não é muito diferente. Essa busca, 
portanto, precisa anteceder a abordagem que faremos sobre o conceito de perícia em si. 
Partindo dessa premissa, e tomando por base a melhor literatura, podemos dizer que a perícia tem sua 
gênese ligada à própria evolução da humanidade. Ora, quando o homem sai da sua essência animal para uma 
essência racional, surge a necessidade de comandantes e mediadores de conflitos. Faziam esse papel, 
normalmente, os que apresentavam maior experiência, ou poderio físico, atuando, ora como perito, ora como 
juiz, como legislador ou executor. Não raras vezes, atuavam em todos esses processos ao mesmo tempo. Para 
tanto, natural que procedessem ao exame da situação, coisa ou fato, o que nos traz à mente a estreita ligação 
com a perícia que hoje conhecemos.5 
Os tempos evoluíram, e a necessidade de aperfeiçoamento da perícia foram ficando cada vez mais 
latentes, até chegarmos aos modelos atuais. No Brasil, especificamente, o progresso da perícia acompanha a 
evolução das normas jurídicas, no campo do Direito, notadamente os que regulamentam atos processuais, 
como o Código de Processo Civil (CPC) e o Código de Processo Penal (CPP). A mudança mais recente, da qual 
muito falaremos em nossas aulas, é a Lei nº 13.105/2015 - Novo Código de Processo Civil (CPC), em vigor a 
partir de 17/03/2016. Ela é a “bíblia” do perito contador judicial, aquele que atua nas perícias contábeis ditas do 
juízo. O CPP tem sua aplicação restrita ao campo criminal, a chamada perícia forense. 
Não podemos deixar de mencionar, claro, as Normas de natureza Técnica e Profissional, de autoria do 
Conselho Federal de Contabilidade. Dentro desse conceito, temos a NBC PP 01 – Norma Profissional do 
Perito e a NBC TP 01 – Norma Técnica de Perícia Contábil. Elas que elas, de forma específica, disciplinam a 
perícia de natureza contábil, objeto de nosso estudo. Terão, assim, um tratamento VIP (Visão Integral e Precisa 
) em nossas aulas. Além de menções no decorrer do curso, teremos aulas específicas para cada uma. 
 
 
 
 
 
5 ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia Contábil. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2012 
 
Perícia Contábil, Legislação e Ética Profissional para o CFC Prof. Arthur Leone 
Prof. Andrey Soares 
 Aula 00 
 
 
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Conceito 
 
O conceito de perícia vem da própria etimologia da palavra. Advém do latim peritia, cujo significado nos 
remete ao que entendemos, em nossa língua pátria, como o equivalente a habilidade, destreza, vistoria ou 
exame, com caráter técnico, especializado e científico. 
Observando a literatura, vimos que são diversos os conceitos científicos e normativos atribuídos à perícia. 
A construção dessa definição tende a variar dependendo de quem a professa, sendo que muitos, nesse 
processo, acabam se valendo mais dos suas aplicações e respectivos resultados em detrimento do significado 
propriamente dito. Observemos a contribuição dada por Alberto (2017, p.3), transcrita abaixo: 
Perícia é um instrumento especial de constatação, prova ou demonstração, científica ou técnica, da 
veracidade de situações, coisas ou fatos. 
Analisada atentamente o termo junto à literatura mais respeitável do mercado, podemos dar também a 
nossacontribuição, trazendo uma definição que atenda aos objetivos da obra. Assim, podemos dizer que 
Fique atento!!! 
A perícia compreende o conjunto de procedimentos técnico-científicos que envolvem a análise sobre situações e 
fatos, no intuito de subsidiar a busca pela verdade encoberta, e que é objeto de eventual controvérsia entre duas ou 
mais partes. 
 
Vejam que a aplicação da perícia não está restrita ao campo da contabilidade, ainda que essa seja a mais 
conhecida. Muito pelo contrário, ela está presente nos atos e fatos da vida em sociedade, envolvendo os mais 
diversos ramos do conhecimento, como a engenharia, a física, a biologia, a química, entre outros. Não por 
menos desperta tanta atenção, sendo bastante valorizada no mercado profissional. 
A título de curiosidade, temos um outro tipo muito conhecido de perícia, frequentemente vista na fase 
investigativa da persecução penal, sendo voltada para a formação de prova em processos envolvendo crimes 
contra a vida crime contra a vida (perícia forense). Estamos falando da necropsia, uma espécie de perícia que 
é feita no cadáver, normalmente realizada no interior dos conhecidos Institutos Médico-legais (IML). Sua 
intenção primordial é colaborar na elucidação de ilícitos penais, apontando a verdadeira causa mortis (causa da 
morte) da vítima. 
Façam uma busca na memória de vocês, e temos certeza de 
que se lembrarão de filmes e seriados (especialmente aquelas 
policiais), em que aparecerão cenas envolvendo esse assunto. 
Viram o quanto ela é familiar? Pois é. Mas temos outros 
também bastante interessantes, como a balística (exame 
envolvendo o trajeto de um projetil, dentro e fora de uma 
arma de fogo), perícias de trânsito (dinâmica de acidentes 
envolvendo veículos e pessoas), a datiloscopia (exame das 
impressões digitais), entre outros. 
Perícia Contábil, Legislação e Ética Profissional para o CFC Prof. Arthur Leone 
Prof. Andrey Soares 
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Mas não vamos nos dispersar. Afinal, nosso assunto aqui é restrito. Vamos dar atenção às definições de 
perícia que envolvem, de maneira particular, aquela aplicada no seio das Ciências Contábeis. Também aqui não 
há um consenso entre os autores sobre a melhor forma de definir o ramo do conhecimento contábil. Para tanto, 
vamos trazer a lição dada por Ornelas (2017, p.16), segundo o qual: 
Perícia Contábil inscreve-se num dos gêneros da prova pericial, ou seja, é uma das provas técnicas à 
disposição das pessoas naturais e jurídicas, e serve como meio de prova de determinados fatos ou de 
questões patrimoniais controvertidas. (grifamos) 
O saudoso e grande mestre Lopes de Sá (2017, p.03) também traz uma definição interessante. Para ele, 
Perícia contábil é a verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado visando oferecer opinião, 
mediante questão proposta. Para tal opinião, realizam-se exames, vistorias, indagações, investigações, 
avaliações, arbitramentos, em suma, todo e qualquer procedimento necessário à opinião. (grifamos) 
Guardem bem esses termos destacados acima, em forma de negrito. Eles englobam o conceito do que 
chamamos de Procedimentos Pericias. Teremos uma discussão sobre eles ainda em nosso curso, pois é 
assunto de grande relevância. Por ora, vale anotar que este mesmo autor ensina que a perícia contábil deve ser 
compreendida como uma tecnologia, uma vez ser ela a aplicação prática dos conhecimentos científicos. 
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), observando as divergências na literatura, resolveu colocar 
“ordem na casa”, trazendo a sua própria definição. Nos termos da NBC TP 01, item “02”, temos que 
 
 
 
 
A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnico-científicos destinados a levar à instância elementos 
de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio ou constatação de um fato, mediante laudo pericial contábil 
e/ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no 
que for pertinente. 
 
Vejam o quão abrangente é a definição dada pelo CFC. Para ficar mais fácil lembrarmos dela na hora da 
prova, vamos destacar os principais elementos que compõem a expressão, em forma de perguntas. Vamos 
fazê-lo a partir de uma representação gráfica. Observem: 
 
 
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Figura 0.1 - Conceito de perícia contábil, segundo o CFC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao longo do nosso curso, veremos como cada item acima destacado vai se encaixando no edital 
elaborado pela banca, a partir das orientações do CFC. Mas desde já precisamos abrir caminho para essa nossa 
compreensão esmiuçado um pouco mais sobre eles. 
1) Conjunto de procedimentos técnico-científicos: significa que, para alcançar seu produto final (laudo 
pericial contábil e/ou parecer pericial contábil) o perito se utilizará de técnicas e procedimentos 
científicos que fornecerão dados e informações capazes de subsidiar suas conclusões. 
2) Destinados a levar à instância elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução do 
litígio ou constatação de um fato: diversos são os interessados na prova pericial produzida pelo 
contador habilitado à essa função. Além das partes, temos o juiz, que formará sua convicção baseada, 
entre outros, nos elementos tragos pelo perito. Dirimirá, assim, a controvérsia instalada. 
3) Mediante laudo pericial contábil e/ou parecer pericial contábil: representam o resultado final do 
trabalho do perito contábil, ou seja, é o seu produto. 
4) Em conformidade com as normas jurídicas e profissionais: as normas jurídicas são aquelas, 
digamos, mais abrangentes, que não ficam restritas ao campo da contabilidade. Seria, por exemplo, 
os dispositivos que fazem referência ao tema contidos no Código de Processo Civil e no Código Civil. 
A normas profissionais, por sua vez, seriam, aquelas aplicáveis exclusivamente ao campo da 
contabilidade, produzidas pelo CFC. São dois os tipos: 
 A Norma Brasileira de Contabilidade TP 01 (NBC TP 01), que será destrinchada mais a 
frente, é a norma que cuida da parte técnica, ou seja, tem a função de estabelecer o padrão 
de procedimentos, os conceitos doutrinários e as regras que deverão ser seguidas pelo 
profissional da contabilidade no desempenho da função ou atividade pericial. 
 A Norma Brasileira de Contabilidade PP 01 (NBC PP 01), por sua vez, cuida do aspecto 
profissional. Isso quer dizer que é ela quem vai estabelecer as regras condicionantes para a 
atuação do contador na condição de perito. 
 
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A perícia contábil, portanto, tem seu campo de aplicação voltado para o patrimônio, objeto da ciência 
que a abarca. Seu foco são os elementos objetivos6 (também chamada de prova técnica), característica que se 
estende ao produto que dela advém, qual seja, o laudo pericial contábil ou o parecer pericial contábil. Para 
tanto, se vale de procedimentos e regras formalmente e legalmente estabelecidas, restritas ou não ao seu 
campo de aplicação. 
 
Finalidade da perícia contábil 
 
A finalidade da perícia, acreditamos, já ficou implicitamente descrita nos comentários feitos até aqui. 
Mas, para ficarmos mais seguros, expliquemos melhor o que pode ser compreendido nesse tema, numa 
abordagem que pode ser útil na resolução de questões de nossa prova: 
Fique atento!!! 
A períciacontábil tem como principal finalidade oferecer uma opinião, ou seja, fornecer informações fidedignas sobre 
atos ou fatos, a verdade encoberta, se revestindo, assim, como uma importante espécie de prova. Essas informações 
são baseadas em conhecimentos técnico-científicos, lastreadas ainda com a isenção e a independência que se 
esperada do perito, capazes de propiciar ao juiz e/ou partes interessadas a justa solução de uma controvérsia 
previamente instalada. 
 
Como parte da Ciência que dá nome à técnica, a perícia contábil tem no patrimônio (total ou parcial) de 
quaisquer pessoas (físicas ou jurídicas) seu objeto. Ela será utilizada para dirimir dúvida sobre pontos 
específicos, ou mesmo apresentar justificativas e argumentos sobre questões relativas ao seu objeto. Por meio 
dos princípios e procedimentos da contabilidade, enquanto ciência, ela busca apresentar a quem interessar a 
verdade real, mediante constatação, prova ou demonstração. 
Esse ponto foi objeto de uma questão cobrada pela Funiversa em 2010. Vejamos: 
 
 
 
 
6 A título de curiosidade, esse tipo de prova (a objetiva) é, no direito, tido por muitos como que de grau de aceitabilidade 
diferenciado em relação às chamadas provas subjetivas. Isso, porém, não é regra ou determinação legal. O art. 182 do 
CPP, por exemplo, estabelece que a decisão do juiz não está vinculada estritamente ao laudo, podendo rejeitá-lo, inclusive, 
em sua totalidade. Mas a prática, porém, vai no sentido do afirmado. As provas subjetivas seriam aquelas advindas do 
testemunho ou da interpretação de pessoas, como é o caso dos depoimentos ou testemunhos num processo, por exemplo. 
Como um laudo pericial tem lastro científico, baseados em elementos materiais, teoricamente não são passíveis de erros 
um má-fé, sendo influenciado pela vontade ou do interesse de quem fornece a informação, como no caso das provas 
subjetivas. Para tanto, existem mecanismos que visam a garantir essa imparcialidade do perito, como os dispositivos que 
indicam os casos de suspeição ou de impedimento, que comentaremos mais à frente. 
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Questões para fixar!! 
(Funiversa/Contador/CEB/2010) Assinale a alternativa que apresenta a tecnologia destinada à pesquisa de 
fatos patrimoniais, para a orientação do julgamento de questões, geralmente judiciais, ou seja, para esclarecer 
dúvidas ou ensejar argumentos. 
a) Auditoria. 
b) Fiscalização. 
c) Auditoria externa. 
d) Perícia. 
e) Laudo. 
RESOLUÇÃO: 
 A principal finalidade da perícia contábil é levar à instância julgadora (nesse caso, considerando estarmos 
tratando da perícia judicial, que é grande maioria dos casos) elementos de prova para dirimir conflitos. Ela o faz 
por meio de procedimentos, observando os princípios de contabilidade, quando relativa a fatos e circunstâncias 
que envolvam o objeto da Ciência Contábil, ou seja, o patrimônio das pessoas, sejam elas físicas ou jurídicas. 
 Feitas, essas considerações, não resta dúvidas de que a questão apresenta em seu enunciado 
características aplicáveis à perícia. 
Resposta: D 
 
As informações são estruturadas na forma do chamado laudo pericial contábil ou num parecer técnico 
contábil (também chamado de parecer pericial contábil), instrumentos de que se vale o perito contador ou 
assistente técnico contador, respectivamente, no cumprimento de sua missão. 
A necessidade de um trabalho pericial contábil, como veremos mais adiante, pode se dar no âmbito 
judicial ou extrajudicial. Dentro desse escopo, ela poderá ser instada a contribuir na solução do impasse a partir 
de uma requisição judicial ou das partes interessadas. 
 
 
 
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Classificação da perícia contábil 
 
O que será tratado nesse tópico é aplicável às perícias realizadas nos mais diversos campos de 
conhecimento inclusive, claro, àquela realizada na seara contábil. Alguns autores apresentam as divisões que 
veremos a seguir como tipos de perícia, e não como classificação propriamente dita. 
Para nós, porém, dentro do escopo que se apresenta essa obra, o que vale é o termo apresentado pela 
banca, para que não gere qualquer dúvida na hora da bendita prova. Nesse contexto, temos, basicamente, duas 
classificações: perícia judicial e a perícia extrajudicial. Poderíamos listar ainda a perícia arbitral entre essas 
espécies principais, como o faz parte da literatura. Afiliamo-nos, porém, à outra parte de autores, bem como 
ao próprio CFC7, que divergem desse entendimento, no sentido de que ela se revela, verdadeiramente, como 
um exemplo de perícia extrajudicial. Por esse motivo, inserimo-la como uma subespécie da mesma. 
 Vejamos a representação gráfica abaixo: 
 
Figura 0.2 – Classificação da perícia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É importante enfatizar, desde logo, que a perícia no campo da contabilidade, seja judicial ou extrajudicial, 
é de competência exclusiva do Contador registrado no respectivo Conselho Regional de Contabilidade 
(CRC). É o que dispõe a NBC TP 01, item 04. Outros requisitos também se farão presentes, como veremos no 
decorrer de nosso curso. 
 
 
 
7 A NBC TP 01, item “5”, assim dispõe: [...] entende-se como perícia judicial aquela realizada sob a tutela da justiça. A 
perícia extrajudicial é aquela exercida no âmbito arbitral, estatal ou voluntária. 
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Conheçamos o significado de cada uma delas: 
 
Perícia Judicial 
 
Como se presume pela simples leitura do nome, trata-se daquela realizada no âmbito de um processo, 
sob a tutela do Poder Judiciário. Sua aplicação dependerá, assim, de uma requisição da autoridade judiciária, 
sendo, então, nomeado por esta. 
Não é exigido do juiz o conhecimento profundo de todos as ciências existentes. Isso é humanamente 
impossível, não é mesmo? E quando falamos em contabilidade, aí é que as coisas ficam complexas, dadas as 
particularidades da nossa idolatrada ciência. 
Nesse contexto, pode e deve o julgador se valer de profissionais de sua confiança, que sejam capacitados 
técnico e cientificamente no objeto de lide. Só assim decidirá o juízo com a convicção necessária, sendo o seu 
veredicto dotado da fundamentação suficientemente imperiosa perante as partes. 
Sua principal fonte legal regente é o CPC. Temos, porém, outros diplomas legais que, normalmente de 
forma acessória, também são exigidos na realização dos trabalhos periciais judiciais. Entre eles, podemos 
destacar a Lei nº 11.101/2005 (Lei de Falências e de Recuperação Judicial). A depender do objeto, teremos ainda 
a legislação trabalhista, previdenciária, entre outros. 
 
Perícia Extrajudicial 
 
É a espécie que não está sob a tutela judicial, ou seja, ela é instalada no âmbito privado, entre duas ou 
mais partes, pessoas físicas ou jurídicas, sem a presença do juiz. Para sermos mais precisos, trata-se daquela 
perícia realizada no âmbito arbitral, estatal ou voluntária. 
Já tivemos uma questão de um concurso disputadíssimo que abordou esse assunto. Vamos analisa-la? 
 
Questões para fixar!!! 
(FCC/AFTE-PE/2014 - Adaptada) A perícia contábil, exercida sob a tutela da justiça comoa exercida no âmbito 
arbitral, estatal ou voluntária, é de competência exclusiva de contador registrado em Conselho Regional de 
Contabilidade. 
Certo ou Errado? 
RESOLUÇÃO: 
Pessoal, a questão não teve uma redação, digamos, digna de elogios. Mas conseguimos extrair a mensagem 
que ela quis transmitir, e é isso que importa. Como vimos acima, a NBC TP 01, lá no item “4”, estabelece que “a 
perícia contábil, tanto a judicial como a extrajudicial, é de competência exclusiva de contador registrado em 
Conselho Regional de Contabilidade. Na sequência, ela descreve quais as subespécies de perícia extrajudicial, 
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quais sejam, a perícia arbitral, a estatal e a voluntária. Assim, independentemente de quais espécies ou 
subespécies de perícia, se relativa a fatos ou circunstância que envolvam o objeto da Ciência Contábil, é 
condição básica que o profissional que for exercer a função seja contador devidamente registrado e regular 
junto ao CRC. 
Resposta: Certo. 
 
O perito, nesse caso, é nomeado pelas partes interessadas, a partir de um acordo prévio. Para isso, é 
basilar que o profissional detenha a confiança necessária dos interessados. O que se espera do mesmo é um 
trabalho imparcial, objetivo, e que apresente uma opinião sobre um fato que esteja gerando determinada 
controvérsia. 
Do lado do perito requerido, é fundamental que as partes estejam aptas a aceitarem os resultados 
eventualmente apresentados a partir dos trabalhos realizados. Um caso muito comum é a perícia realizada em 
meio a discussões sobre heranças e sinistros. Temos, ainda, aquelas envolvendo operações de reorganização 
societária (fusão, incorporação, transformação e cisão), passivo trabalhista, etc. A fim de evitarem o desgaste, 
a morosidade e o alto custo de um processo judicial, as partes acabam por contratar um perito para pôr fim a 
uma disputa, ou mesmo para subsidiar decisões. 
Vejamos, abaixo, as subespécies da perícia extrajudicial. 
 
Perícia Arbitral 
 
A perícia arbitral é aquela instalada sobre o controle da lei de arbitragem (Lei nº 9.307, de 23/09/1996). 
Nos termos do art. 1º do referido diploma, qualquer pessoa, desde que civilmente capaz, pode se valer da 
arbitragem para dirimir conflitos. Isso vale, inclusive, para a administração pública direta e indireta, conforme 
preconiza o § 1º da mesma lei. 
Sua demanda se funda, normalmente, a partir de alguma cláusula contratual, sendo condição para sua 
escolha a existência de controvérsia envolvendo os chamados direitos patrimoniais disponíveis, ou seja, 
aqueles bens e direitos dotados de algum valor econômico, e que podem ser livremente transacionados entre 
partes, pessoas civilmente capazes, seus titulares (doação, venda, transferência, troca, entre outros). 
Vale notar que as decisões tomadas sob a égide dessa lei têm eficácia equivalente àquela sentença 
proferida no âmbito do Poder Judiciário. Vale a pena a leitura da lei que rege o tema. 
 
Perícia Oficial ou Estatal 
 
É aquela realizada sob o controle de órgão de Estado. Figuram nessa lista as perícias administrativas 
realizadas no âmbito das famosas e frequentemente noticiadas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI); 
no curso de investigações das polícias judiciárias (Polícias Civis dos estados e Polícia Federal), intituladas 
perícias criminais, bem como do Ministério Público. 
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A perícia estatal ou oficial é conhecida também como semijudicial, uma vez ocorrer no âmbito do aparato 
do Estado, mas fora da tutela do Poder Judiciário. Gozam seus operadores (autoridades policiais, 
parlamentares e administrativo-tributárias) detém algum poder jurisdicional, ainda que relativo, se comparado 
à extensão do poder conferido às autoridades judiciais. Funda-se, assim, como um meio de prova nos 
ordenamentos institucionais usuários.8 
Perícia Voluntária 
 
A perícia voluntária é aquela cuja contratação é feita de forma espontânea pelo interessado, ou de comum 
acordo entre as partes. Quando na seara contábil, podemos compreender essa subespécie de perícia como 
aquela contratada livremente entre as partes, onde o perito contador é instado a se manifestar no intuito de 
esclarecer, constatar ou certificar fatos ou circunstâncias discutidas, de interesse dos envolvidos, relativas ao 
patrimônio. 
A título de informação, segundo Muller, Timi e Heimoski (2017), é possível separarmos os ramos da perícia 
contábil ainda segundo as esferas do poder, quais sejam: Civil, Trabalhista, Criminal, Varas de Família, Varas de 
Falência e Recuperação Judicial e Varas de Falências Públicas e Execuções Fiscais e municipais, estaduais e 
federais. Mas não vamos nos aprofundar nesse tema, por não acreditarmos que os mesmos possam chegar a 
esse nível de exigência numa prova de Exame de Suficiência do CFC. 
 
 
 
 
 
8 Alberto (2012). 
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Aspectos profissionais do perito: perfil profissional 
 
Nessa segunda metade de nosso curso, abordaremos a parte inaugural da perícia em si; fase essa que 
envolve, invariavelmente, a nomeação do perito e a indicação do assistente técnico. Vamos abordar, em 
conjunto, o perfil de cada um desses profissionais e onde se enquadram nessa fase inicial da perícia judicial. 
Acreditamos ser essa a melhor didática, aquela que fornece ao aluno o melhor potencial de assimilação de um 
extenso conteúdo. 
Na seara contábil, perito é o contador regularmente registrado em Conselho Regional de Contabilidade 
(CRC), que exerce a atividade pericial de forma pessoal, devendo, para tanto, ser conhecedor, por suas 
qualidades e experiências, da matéria periciada. É o que dispõe a NBC PP 01, lá no item “02”. 
Sua atuação técnica se dará, basicamente, sob duas modalidades ou formas. Quando nomeado pelo juiz 
ou por um Tribunal Arbitral, será chamado, como vimos, de perito judicial ou arbitral, respectivamente. Por 
outro lado, será assistente técnico nas situações em que for indicado pelas partes para exercer a função de 
representante das partes no processo. 
Podemos citar ainda a figura do perito oficial, ou seja, aquele que é investido na função, por lei, 
pertencente a órgão especial do Estado destinado, exclusivamente, a produzir perícias e que exerce a atividade 
por profissão. Lembrando que esse nome também é associado pela literatura e por alguns regulamentos ao 
perito judicial, o que pode trazer alguma confusão entre ambos. 
Em nossa obra, porém, para não haver esse conflito em nossas exposições, quando estivermos tratando 
do perito que seja nomeado pelo juiz, faremos referência aos termos “perito judicial” ou “perito do juízo”, 
combinado? A outra denominação (perito oficial ou, como é conhecido a maioria dos que se enquadram nessa 
intitulação, os peritos criminais), deixaremos para aqueles ligados, normalmente, aos institutos de 
criminalística e às polícias judiciárias dos Estados e da União. 
Lembrando que o foco desse curso, que se revela como o objeto do edital do CFC, é justamente a perícia 
judicial, ou seja, aquela que apresenta as figuras do perito judicial ou perito do juízo, além do assistente 
técnico. 
Figura 0.3 – Formas de autuaçãodo contador na função de perito 
 
 
 
 
 
 
 
Uma inovação traga pelo atual CPC, não presente nos anteriores, diz respeito à possibilidade de que a 
perícia seja realizada por órgão técnico ou científico. Portanto, pode o juiz, para o encargo, nomear uma pessoa 
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jurídica, e não apenas pessoas físicas. É o que se depreende, por exemplo, a partir da leitura do art. 156, § 1º 
daquele diploma legal. Faremos algumas menções a esses órgãos no decorrer do curso. 
 
Galera, pedimos MUITA ATENÇÃO aos assuntos que serão abordados nas próximas páginas. Eles andam 
perambulando com muita frequência pelas provas de concursos públicos que cobram a disciplina “perícia 
contábil”, o que não é e nem será diferente nas provas aplicadas CFC. Portanto, preparamo-nos com muito 
afinco e sagacidade. Vamos lá, com foco, força e determinação! 
 
O perito do juízo 
 
Nos termos do art. 156 do CPP, temos que o juiz será assistido por um perito sempre que a prova do fato 
depender de conhecimento técnico ou científico. Ele será, então, escolhido e, logo após, requisitado pelo juiz 
presidente dos autos. A nomeação vem como um passo adiante, passando a atuar oficialmente no processo 
que se encontra sob a tutela do Poder Judiciário. Assim, será chamado perito do juízo ou perito judicial. 
O CPC – sempre ele – apresenta em seu art. 149 um rol exemplificativo (significa que podem haver outros) 
dos denominados profissionais auxiliares da Justiça. O perito está entre eles, ao lado do escrivão, do chefe de 
secretaria, do oficial de justiça, do depositário, do administrador, do intérprete, do tradutor, do mediador, do 
conciliador judicial, do partidor, do distribuidor, do contabilista e do regulador de avarias. Notem o grau de 
importância dada ao perito pelo diploma legal. 
Apesar de figurar numa lista que, num primeiro momento, transmite essa ideia, o perito do juízo não é, 
necessariamente, um funcionário público, mas também não está impedido de o ser. A realidade mostra, 
entretanto, que a grande maioria dos peritos judiciais se revela como um profissional liberal, sem vínculo direto 
com a administração pública. 
Há, entretanto, uma série de condicionantes para que antecedem essa escolha e posterior nomeação. 
Didaticamente, vamos dividir essas condicionantes em três tipos: condicionantes profissionais e cadastrais e 
legais, condicionantes ligadas ao conhecimento técnico-científico e condicionantes ético-morais. 
 
 
 
Realização da perícia (CPC)
Profissional (pessoa 
física)
Órgãos técnicos ou 
científicos (pessoa 
jurídica)
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Figura 0.4 - Nomeação do perito judicial – Resumo das condicionantes 
 
 
 
 
 
 
Condicionantes profissionais, cadastrais e legais 
 
O requisito básico para que o pretenso perito atue como tal é que ele tenha formação acadêmica e esteja 
legalmente habilitado e plenamente regular perante o conselho de classe correspondente (Conselho 
Regional de Contabilidade - CRC, no caso da classe contábil). É um processo que se inicia com a livre escolha 
por parte do magistrado, observando, porém, alguns requisitos, vistos abaixo. Sua indicação revela, portanto, 
uma relação de confiança da autoridade judiciária para com o profissional escolhido. 
 Entrando agora no aspecto relativo aos requisitos a serem observados pelo juiz, notamos que o CPC, lá 
na altura do art. 156, destaca a necessidade de que tais profissionais passíveis de escolha pelo magistrado 
estejam previamente inscritos num cadastro a ser mantido pelo tribunal ao qual aquela autoridade esteja 
vinculada. Esse assunto vem sendo muito cobrado pelo CFC. Portanto, muita atenção. 
Segundo o mesmo dispositivo, conforme redação dos parágrafos seguintes, a inclusão de candidatos no 
citado cadastro passa uma consulta pública a ser feita pelos tribunais, através da rede mundial de 
computadores ou em jornais de grande circulação. Envolve, ainda, consultas diretas a universidades, 
conselhos de classe, Ministério Público (MP), Defensoria Pública (DP) e Ordem dos Advogados do Brasil 
(OAB). A intenção é que essas instâncias façam indicações de profissionais ou de órgãos técnicos interessados. 
Deverá haver periodicidade na atualização da lista, a ser realizada também pelos tribunais, o que 
corresponde a avaliações e reavaliações constantes, considerando eventuais alterações na formação 
profissional dos inscritos, atualizações do conhecimento e da experiência dos peritos interessados. 
É possível ainda, segundo o CPC, haver nomeação de algum perito que não esteja inscrito no referido 
cadastro. Conforme se depreende da leitura do §5º do mesmo art. 156, essa faculdade se fará palpável na 
hipótese em que não houver, na localidade, inscritos no cadastro disponibilizado pelo tribunal. Entretanto, 
isso não afasta a necessidade de que o escolhido seja detentor de conhecimento necessário à realização da 
perícia. Nada mais natural, vocês vão concordar comigo. 
O assunto tem tanta relevância, estando presente com muita frequência em provas, que merece uma 
representação gráfica cuidadosamente e criteriosamente criada para o nosso curso. Observem: 
 
 
 
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Figura 0.5 – Cadastro de Perito e Órgãos Técnicos ou Científicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No caso dos profissionais da seara contábil, além do contador estar devidamente registrado e regular 
perante o respectivo CRC, precisará ainda, nos termos da NBC PP02, se submeter ao chamado Exame de 
Qualificação Técnica (EQT) para Perito Contábil. Sua aprovação no exame garante sua inscrição no badalado 
Cadastro Nacional de Peritos Contábeis (CNPC) do CFC. A NBC PP 02 entrou em vigor em outubro de 2016, 
passando a vigorar a partir de 2017. 
Antes de passarmos para o próximo subtópico, vejam essa questão cobrada justamente na primeira 
edição do EQT-PC, ocorrida em 2017: 
Questões para fixar!!! 
(CFC/Exame de Qualificação Técnica para Perito Contábil/2017) O Art. 156 do Código de Processo Civil - Lei 
nº 13.105, de 16 de março de 2015 - indica a necessidade de formação de cadastro de peritos mantido pelo 
tribunal ao qual o juiz está vinculado, como condição para a escolha do perito nomeado em um processo 
judicial. Prevê ainda o referido dispositivo legal outras condições. Acerca desse assunto julgue os itens abaixo 
e, em seguida, assinale a opção CORRETA. 
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I. Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio de divulgação na rede 
mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, além de consulta direta a universidades, a 
conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a 
indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados. 
II. Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do cadastro, considerando a 
formação profissional, a atualização do conhecimento e a experiência dosperitos interessados. 
III. Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a nomeação do perito é de 
livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente 
detentor do conhecimento necessário à realização da perícia. 
Estão CERTOS os itens: 
a) I e II, apenas. 
b) I e III, apenas. 
c) I, II e III. 
d) II e III, apenas. 
RESOLUÇÃO: 
Estou convicto de que, após nossa abordagem acima, podemos resolver essa questão com relativa facilidade. 
A partir de uma leitura atenta do art. 156 do CPC, e parágrafos correspondentes (1 ao 5º), é possível 
constatarmos que os três itens apresentam disposições verdadeiras em relação ao cadastro de peritos e 
órgãos técnicos ou científicos. Caso ainda não tenham sentido segurança, voltem ao nosso esquema que trata 
do assunto. Garantimos que não terão maiores dificuldades para acertar a questão sobre isso que tende muito 
a cair no próximo exame. 
Resposta: C 
 
Condicionantes ligadas ao conhecimento técnico-científico 
 
No quesito conhecimento técnico-científico, deverá o escolhido analisar sua aptidão em lidar com a 
matéria do processo que esteja levantando dúvidas nas partes e/ou no juiz. Para tanto, a partir da nomeação, 
terá livre acesso aos autos, mediante vistas, no próprio juízo ou tribunal. Ora, isso é basilar, não é mesmo? O 
que se espera do perito é justamente a opinião de um especialista no assunto de que se tem dúvida. Suas 
conclusões devem, assim, estar suficientemente embasadas técnica e cientificamente, o que deverá trazer a 
segurança necessária para o justo deslinde do que está em discussão. 
A ausência de conhecimento técnico ou científico é, ressalte-se, um dos motivos em que se torna 
possível ocorrer a substituição do perito, nos termos do art. 468, inciso I do CPC. Uma regra interessante, 
tendo em vista que, apesar de se apresentar como especialista, ninguém é obrigado a conhecer a fundo todas 
as áreas de determinada ciência, concordam? Dentro da contabilidade, por exemplo, temos especialistas em 
Contabilidade de Custos que não é o mais indicado para atuar em um processo cujo assunto principal esteja 
ligado à desafiadora Contabilidade de Seguros. 
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 Lembrando que, caso seja substituído, caberá ao perito a restituição dos valores eventualmente 
recebidos por trabalho não realizado. Para tanto, terá o prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de ficar impedido 
de atuar na função pelo prazo de 05 (cinco) anos. A parte que fizera o adiantamento dos honorários tem direito 
a, se necessário, promover uma execução contra o perito, fundamentando sua ação na decisão que houver 
determinada a devolução 
 
Condicionantes ético-morais 
 
A atuação do perito precisa ser e transparecer ética e moral. Para tanto, espera-se do mesmo o respeito 
e a cordialidade para com os colegas e as partes do processo, bem como o irrestrito cumprimento das normas 
relativas à conduta ética da categoria profissional a que pertence. No caso do contador, deve observar 
rigorosamente o Código de Ética Profissional do Contador, bem como as demais normas correspondentes 
emanadas do Conselho Federal de Contabilidade. 
Didaticamente, acreditamos ser interessante incluirmos nesse tópico ainda uma discussão sobre dois 
temas extremamente importantes para nossa prova. Cabe ao perito escolhido ponderar sobre seu eventual 
enquadramento em algum dos casos de impedimento ou suspeição, previstos na legislação e em normativos 
específicos de cada categoria. Se a resposta for positiva, deve declinar-se do exercício da função, mediante 
petição dirigida ao magistrado. Como se pode ver, o quesito envolve padrões ético-morais e, portanto, 
apresenta-se como um aspecto altamente sensível, capaz de interferir, de forma crucial, no desfecho do 
processo. 
Vejam que o objetivo da norma é garantir justamente a imparcialidade que se espera do profissional que 
desempenhará a importante função. Afinal, as opiniões proferidas pelo perito, como sabemos, tendem a 
apresentar um peso considerável no resultado final do processo, as conclusões a que chegou o magistrado, 
tendendo a ser decisivas, positivamente ou negativamente, no alcance ou não do desejo das partes das partes. 
Partindo desse contexto, o CPC prevê consequências profissionais e financeiras, caso o magistrado e as 
partes se depararem com informações ou conclusões inverídicas, ou mesmo com eventuais omissões que 
venham, de alguma forma, por culpo ou dolo, causar prejuízos às partes. Observemos o que diz o art. 158 do 
CPC: 
 
 
 
 
 
Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à 
parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das 
demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das 
medidas que entender cabíveis. 
 
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Da leitura do dispositivo extraímos que: 
1) A conduta reprovada começa com a prestação de informações inverídicas que, como resultado, 
produz algum prejuízo para à parte; 
2) Essa conduta envolve dolo ou culpa, ou seja, independe da vontade do agente causador do dano. 
3) Como sansão administrativa, ficará inabilitado para o exercício da função de perito pelo prazo que 
varia entre 2 (dois) a 5 (cinco) anos. Um bom tempo de “molho”, portanto. 
4) Isso não afasta a aplicação de sanções outras, como civis e criminais, a depender da extensão do dano 
e seus efeitos. 
5) Além disso, deverá (não é faculdade) o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe. No caso 
do perito contador, o registro deve ser feito pelo magistrado junto ao CRC. 
Pela relevância do tema, abriremos um tópico específico ainda no decorrer do nosso curso, onde 
discutiremos melhor as situações configuradoras de impedimentos e suspeição. 
Vamos apresentar abaixo um breve resumo, na forma de uma figura, sobre as condicionantes principais 
que envolvem a escolha e nomeação do perito judicial. 
Figura 0.6 – Nomeação do perito judicial – Detalhamento das condicionantes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 (*) O Conselho Federal de Contabilidade exige que o contador interessado em atuar como perito passe por uma 
avaliação, denominado Exame de Qualificação Técnica (EQT) para Perito Contábil. Somente após aprovação é que o 
profissional será inscrito no chamado Cadastro Nacional de Peritos Contábeis (CNPC), mantido pelo CFC, e que serve 
de referência para o cadastro dos tribunais. 
 
Outras informações importantes sobre o Perito do Juízo 
 
Acreditamos que já esteja claro que o escolhido pelo magistrado para atuar na condição de perito do juízo 
não está obrigado a aceitar o encargo, desde que apresente um motivo devidamente fundamentado e razoável. 
A NBC PP 01, item “24”, dispõe que, para eximir-se da função, pode o contador, inclusive, alegar “motivo 
íntimo”. Dessa forma, caberá ao juiz aceitar a recusa, nomeando outro profissional para o encargo. 
Além da situação já vista (falta de conhecimento técnico científico) existe outra hipótese em que o peritopoderá ser substituído. Trata-se da situação em que ele deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe for 
estabelecido pelo juiz (art. 468, inciso II do CPC). Nesse caso, caberá ao magistrado fazer o registro da 
ocorrência junto ao órgão profissional da categoria (no caso do contador, ao CRC), estando a autoridade livre 
ainda para fixar uma multa, cujo valor levará em consideração o montante em discussão, bem como o possível 
prejuízo decorrente do atraso provocado no processo. 
Também nessa situação em que acarretar a substituição, deverá o perito fazer a restituição dos valores 
eventualmente recebidos por trabalhos não realizados, sob pena de inabilitação para outras perícias pelo prazo 
de 05(cinco) anos. A parte que fizera o adiantamento dos honorários poderá promover uma execução contra o 
perito, fundamentando sua ação na decisão que houver determinada a devolução. 
E por falar em retribuição financeira, como todo profissional, o especialista escolhido para atuar como 
perito do juízo tem direito a uma remuneração como contraprestação pelos serviços prestados. E ela o vem na 
forma de honorários. Em regra, nos termos do art. 95 do CPC, a remuneração é paga pela parte que solicita a 
perícia, na forma de adiantamento. Caberá ao juiz, nesse caso, determinar em qual momento o pagamento, a 
ser feito na forma de depósito bancário em conta do juízo, será realizado. 
Há uma situação, entretanto, em que esse custo será rateado entre as partes. Isso ocorrerá quando o 
procedimento pericial for determinado de ofício ou quando requerida por ambas. Existe, ainda, a 
possibilidade de que um terceiro, no caso o Estado, arque com esse ônus. Estamos falando daquela perícia 
realizada no âmbito da justiça gratuita. 
A proposta que envolve valores deverá ser apresentada pelo perito dentro de 05 (cinco) dias, a contar da 
ciência da nomeação. Quando se tratar da justiça gratuita, não caberá ao perito calcular ou propor o valor de 
seus honorários. Essa tarefa passa a ser de responsabilidade do juiz, que arbitrará a quantia, cabendo ao perito 
apenas manifestar sobre eventual concordância ou discordância. Ainda discutiremos melhor sobre esse 
assunto relativo aos honorários em nossas aulas futuras. Aguardem... 
É possível que o juiz nomeie mais de um perito judicial, o que também reflete nas partes, que ficam 
facultadas a também nomearem mais de um perito assistente. São situações em que, por exemplo, o 
magistrado tenha se deparado com matérias que versem sobre mais de uma área do conhecimento 
especializado. 
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Ao final, como fruto dos trabalhos realizados, caberá ao perito do juízo a emissão de um laudo pericial. 
Estamos falando daquele documento que traz um relato das atividades realizadas pelo especialista, apontando 
as conclusões alcançadas, bem como a fundamentação técnico-científica para as mesmas. A partir de seu 
protocolo, passa a fazer parte dos autos do processo. Debateremos melhor sobre esse importante tema em 
tópico específico do nosso curso. 
 
O assistente técnico 
 
Outra figura importante no estudo da perícia no Brasil. Diferentemente do que ocorre em relação ao 
perito judicial, o assistente técnico (ou, como é intitulado por alguns, perito-assistente) não se faz presente 
no rol dos notáveis auxiliares da Justiça. Eles são indicados pelas partes, e não pelo juiz, cabendo a este 
apenas a formalidade de deferimento do ato. Essa indicação é facultativa. Para tanto, deverá a parte 
interessada fazer a indicação dentro do prazo máximo de 15 (quinze) dias, a partir da nomeação do perito do 
juízo. 
Diz o art. 465 do CPC: 
Art. 465 O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega 
do laudo. 
§ 1o Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de nomeação do 
perito: 
I – [...] 
II – indicar o assistente técnico; (grifamos) 
III – apresentar quesitos. 
 A remuneração do assistente técnico é fixada em comum acordo entre o profissional e o contratante, 
cabendo a este a responsabilidade pelo pagamento, sem qualquer interferência do juízo. Na prática, é comum 
que parte contratante e contratado firmem um contrato de prestação de serviços, onde constam tais detalhes 
e responsabilidade de cada parte, incluindo prazos. Esse documento contratual não deve fazer parte dos autos, 
sendo algo restrito às partes (contratante e contratado). 
A função principal do assistente técnico, logicamente, é defender os interesses da parte que o contratar. 
E ele o fará, inicialmente, por meio da elaboração de quesitos, os quais devem ser apresentados também 
respeitando aquele prazo supra: 15 dias, a partir da nomeação do perito judicial. 
O assistente técnico e o perito judicial não possuem relação profissional alguma, muito menos hierarquia 
processual. Estão no mesmo nível, o que deve favorecer a harmonia nos trabalhos desenvolvidos.9 Nesse 
sentido, deve o profissional contratado se colocar à disposição do perito judicial nomeado, com vistas a auxiliá-
lo na busca de informações e documentos. Afinal, o desejo de todos é que a lide seja solucionada. 
 
 
 
9 SÁ, Antônio Lopes de. Perícia Contábil. 10.ed. São Paulo: Atlas, 2017 
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Em regra, o assistente técnico não está sujeito às hipóteses de suspeição e impedimento. A confiança 
que se espera nesta relação é exclusivamente entre a parte contratante e o assistente contratado. Portanto, 
não é cobrado deste a imparcialidade, já que o direcionamento de suas ações e opiniões ficam subentendidas 
a partir da sua indicação. Observem como esses aspectos são tratados pelo CPC: 
Art. 466. [...] 
§ 1o Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a impedimento ou suspeição. 
[grifamos] 
§ 2o [...] 
 
Prestem atenção em como a temida CESPE abordou esse assunto em uma de suas provas: 
 
Questões para fixar!!! 
(CESPE/MPU-Conhecimentos básicos para cargos diversos/2013) Com base no CPC, julgue o item seguinte, 
relativo a perícia. 
Os motivos de impedimento e suspeição aplicam-se tanto aos peritos quanto aos assistentes técnicos. 
Certo ou Errado? 
RESOLUÇÃO: 
Vimos que uma das características que diferenciam o perito judicial e o assistente técnico é justamente em 
relação a esse assunto. Enquanto o perito do juízo tem sua nomeação e atuação nesse qualidade o não 
enquadramento em uma das hipóteses de impedimento ou suspeição, o CPC diz expressamente que exigência 
semelhante não será feita em relação ao perito-assistente. 
Resposta: Errado. 
 
Essa dispensa às hipóteses de suspeição ou impedimento não o assistente técnico de agir conforme as 
boas técnicas e princípios da ciência na qual fora formado e atua. Além disso, a ética e a legalidade sempre 
serão exigidas sempre, especialmente por estarem atuando num ambiente onde se busca justamente a justiça. 
Eventuais discordâncias devem ser tratadas de forma respeitosa e construtiva. 
O CPC resguarda os direitos dos assistentes técnicos em acompanhar as ações (diligências e exames) 
eventualmente feitas pelo perito. Caberá a este avisar, àqueles, suas intenções, mediante aviso prévio. 
O produto do seu trabalho é conhecido como parecer técnico (ou parecer pericial), devendo ser ele 
apresentado, caso o queira (não é obrigatório, portanto), no prazo máximo de 15 (quinze) após a ciência do 
laudo apresentado pelo peritodo juízo. É o que se depreende a partir da análise do art. 477 do CPC: 
Art. 477 O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes 
da audiência de instrução e julgamento. 
§ 1o As partes serão intimadas para, querendo, manifestar-se sobre o laudo do perito do juízo no prazo 
comum de 15 (quinze) dias, podendo o assistente técnico de cada uma das partes, em igual prazo, 
apresentar seu respectivo parecer. [grifamos] 
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Mas é facultado a ele, de comum acordo com a parte contratante, apor assinatura no laudo pericial. 
Nesse caso, se vincula integralmente ao que fora concluído pelo perito judicial responsável pelo laudo, ficando 
proibido de emitir parecer técnico (ou parecer pericial), ainda que apenas parcialmente contrário a tal 
documento. 
Apesar das diferenças citadas até aqui, existem alguns aspectos que aproximam os dois tipos de 
profissionais que atuam no processo. Do assistente técnico também se exige requisitos profissionais. A 
formação em nível superior não está explícita no CPC, notadamente em relação ao assistente técnico. 
Em relação ao perito do juízo, por seu turno, a única menção feita pelo CPC à necessidade de curso 
superior do perito está no art. 464, § 4º, onde se discute as regras relativas à prova pericial10. Porém, nesta e em 
diversas outras passagens, o código deixa claro que a atividade pericial, no âmbito do processo, deve ser 
realizada por “especialista”. 
Assim, para a literatura, fica subentendido que essa exigência diz não apenas que será necessária a devida 
formação universitária, mas também a especialização na área do saber objeto da demanda. Na seara contábil, 
temos ainda a NBC PP 01, que traz explícita essa exigência de que apenas o contador (bacharel em Ciências 
Contábeis, portanto) pode exercer a função de perito. 
O nível de relevância do trabalho do assistente técnico se revela ainda na hipótese prevista pelo art. 472 
do CPC. Vejamos: 
Atenção!! 
Art. 472. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação, 
apresentarem, sobre as questões de fato, pareceres técnicos ou documentos elucidativos que 
considerar suficientes. [grifamos] 
 
Ou seja, caso as partes interessadas apresentem elementos suficientemente embasados, a prova pericial 
pode ser dispensada pelo juiz. E uma das formas de as partes fazerem isso é apresentarem pareceres técnicos. 
O documento deve, entretanto, convencer a autoridade judiciária, que é quem dará a palavra final. 
Vamos ver, abaixo, um quadro que resume as principais diferenças entre o perito do juízo (ou perito 
judicial) e o assistente técnico (ou perito assistente): 
 
 
 
10 CPC, art. 464, § 4o “Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação acadêmica específica na área objeto 
de seu depoimento, poderá valer-se de qualquer recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens com o fim de 
esclarecer os pontos controvertidos da causa”. 
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Quadro-resumo 0.1 – Diferenças entre o perito do juízo e o assistente técnico 
 
Abaixo, trazemos um tópico que não está explícito no edital, mas se torna algo fundamental numa prova 
em que ambas as disciplinas são cobradas pelo examinador. 
 
PERITO DO JUÍZO (ou PERITO JUDICIAL) ASSISTENTE TÉCNICO (ou PERITO-
ASSISTENTE) 
Nomeado pelo juiz Indicado pelas partes. 
Sujeito a cadastro prévio Não se sujeita a cadastro 
Tem a função de atuar auxiliando o juiz no processo 
de esclarecimento de pontos específicos da matéria 
em controvérsia – Resposta a quesitos 
Tem a função de auxiliar a parte contratante, 
defendendo seus interesses no processo – Formula 
quesitos 
O CPC faz exigência de formação em curso 
superior, na medida em que estabelece que o 
profissional deva ser “especialista”. Exige, 
também, o correspondente registro em conselho 
de classe. 
CPC não estipula a obrigatoriedade de formação 
acadêmica. Alguns regulamentos das profissões faz 
esse papel, como a NBC PP 01, na seara contábil. 
Remuneração feita no âmbito do processo, pela 
parte que requereu a perícia, podendo ser ressarcida 
pela parte vencida, se for o caso. Poderá, ainda, ser 
rateada entre ambas, se determinada de ofício ou se 
requerida por ambas as partes. 
Remuneração fica a cargo da parte contratante, sem 
vínculo com os autos do processo. 
Deve zelar, a todo momento, pela imparcialidade. Não se exige imparcialidade. 
Está sujeito às regras de suspeição e impedimento 
previstas no CPC. 
Não está sujeito às regras de suspeição e 
impedimento previstas no CPC. A NBC PP 01, porém, 
prevê essa possibilidade. 
Emite laudo pericial. Emite parecer técnico (ou parecer pericial) 
Apresentação obrigatória do laudo pericial ao final 
dos trabalhos 
Apresentação do parecer técnico é dispensável. 
Pode, inclusive, assinar o laudo produzido pelo perito 
judicial. 
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Tópico extra: principais diferenças entre a auditoria 
e a perícia contábil 
 
Tema muito recorrente em provas, e que sempre gera algumas dúvidas entre alguns alunos, diz respeito 
às diferenças existentes entre a auditoria e a perícia, notadamente as mais famosas, que ocorrem no âmbito da 
contabilidade. Nosso objetivo aqui, portanto, é trazer um resumo que propiciará a vocês a segurança necessária 
para jamais errar uma questão que aborde o assunto. 
A perícia contábil não se confunde com a auditoria. Mas é comum que algumas bancas cobrem o 
conteúdo da primeira inserido no contexto da auditoria. Apesar de geralmente haver essa mescla de conteúdo, 
devemos saber que a perícia é regulada por normas diversas da auditoria. As normas que regem a auditoria são 
as NBC TAs e PAs; na perícia, por seu turno, como vimos, a normatização tem origem nas normas NBC TPs e 
NBC PPs. 
As distinções, no entanto, não ficam restritas a ao seu regramento e aspectos formais. Há diferenças nos 
mais variados aspectos: possuem destinatários distintos, procedimentos distintos, executores distintos, 
relatórios distintos, dentre outros. Abaixo, um quadro que resume essas diferenças principais. 
 
Quadro-resumo 0.2 – Diferenças entre Auditoria Contábil e Perícia Contábil 
AUDITORIA CONTÁBIL PERÍCIA CONTÁBIL 
Denominação do profissional: auditor externo (ou 
auditor independente). 
Denominação do profissional: perito contábil judicial 
(ou perito contábil do juízo). 
Função maior: emitir opinião sobre a conformidade 
das demonstrações financeiras, bem como sobre a 
eficiência e a eficácia dos sistemas de controle 
interno (revisão e verificação). 
Servir como meio de prova sobre veracidade de 
situações, coisas ou fatos que envolvem o 
patrimônio, os quais estejam gerando controvérsia 
entre duas ou mais partes, auxiliando, assim, no 
deslinde da questão.. 
Tem como destinatários diversos agentes, internos e 
externos, como acionistas, investidores, governo e 
administradores. 
Diretamente, atende à necessidade do juiz que o 
nomeou e, indiretamente, às partes que compõem a 
lide. 
Pode ser restrita, por exemplo, a um departamento, 
ou envolver a empresa como um todo. 
É específica, sendo restrita aos quesitos

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