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NOVAS TECNOLOGIAS APLICADAS À ANÁLISE 
DOCUMENTAL 
 
 
A. S. Queiroz1; M. A. Sampaio2 
 
 
1,2Instituto de Criminalística Afrânio Peixoto 
Departamento de Polícia Técnica do Estado da Bahia 
Av. Centenário s/n CEP 40100-180 – Salvador – BA – Brasil 
Telefone: (55-71) 3116-8744/8746 – Fax: (55-71) 3116-8730 
Email: 1adriana@grafoexame.com.br; 2marcelo@inforcrime.com.br 
 
 
RESUMO – Este trabalho tem como objetivo apresentar a aplicação de 
técnicas espectroscópicas e recursos de software baseados em matemática 
avançada, para a realização de perícias documentais, a fim difundir e ampliar 
a gama de ferramentas disponíveis ao profissional da ciência forense. 
A Espectroscopia é uma técnica bastante conhecida principalmente na área de 
Química e Física, contudo, ainda pouco estudada para análise documental. 
Espectrômetros equipados com microscópios, voltados para a perícia 
documental existem no mercado, e foram adquiridos recentemente pelo 
Instituto de Criminalística Afrânio Peixoto, como o Vídeo Comparador 
Espectral e o Espectrômetro com tecnologia Raman, que permitem utilizar 
iluminação em vários comprimentos de onda e traçar espectros de absorção, 
emissão ou reflectância, para análise das características das tintas 
esferográficas e de impressão utilizadas em documentos. Esta tecnologia 
aplicada ao exame de documentos permite a análise mais apurada do material 
de perícia, para estudos como diferenciação de tintas esferográficas, 
cruzamento de traços, características do suporte, bem como mais 
confiabilidade nos resultados devido a sua sensibilidade e abrangência. 
A computação também oferece um leque de possibilidades, com recursos de 
baixo nível de investimento, destinados a aprimorar os trabalhos forenses, 
como a utilização da deconvolução para separação de cores, entre outros 
tantos recursos disponíveis. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Espectroscopia, tintas, Raman, computação forense, 
deconvolução, plug-in. 
 
1. INTRODUÇÃO 
As técnicas instrumentais acompanhadas de 
recursos de softwares, como a Espectroscopia e 
Microscopia, vêm sendo utilizadas por muito 
tempo em várias áreas, no exame de diversos 
tipos de materiais, como, Biologia, Geologia, 
Química, Física dentre outras. No entanto, a 
aplicabilidade destas técnicas na área forense, 
principalmente no Brasil, é relativamente 
recente. Particularmente, na Documentoscopia 
estas técnicas vêm ganhando campo, tanto na 
verificação de adulteração documental, em 
lavagens químicas e acréscimos, quanto na 
grafoscopia, na revelação de escrita sulcada para 
análise de assinaturas. 
Instrumentos voltados para o exame de 
documentos, como o Vídeo Comparador 
Espectral, permitem utilizar iluminação em 
vários comprimentos de onda e traçar espectros 
de absorção, emissão ou reflectância, para 
análise das características das tintas 
esferográficas e de impressão. O Espectrômetro 
Raman utiliza dispersão no infravermelho para 
avaliar e diferenciar tintas. Além disto, a 
fluorescência de infravermelho é uma excelente 
ferramenta para a diferenciação e visualização 
de cruzamento de traços. 
A computação também oferece um leque de 
possibilidades, com recursos de baixo nível de 
investimento, destinados a aprimorar os 
trabalhos forenses, como a utilização da 
deconvolução para distinção de cores, entre 
outros tantos recursos, em forma de plug-ins e 
filtros, disponíveis para pronta utilização. 
Alguns exemplos de resultados positivos 
utilizando estas técnicas serão demonstrados, e 
seu confronto em relação às técnicas mais 
comuns utilizadas na rotina do perito 
documental, a fim de demonstrar as reais 
possibilidades de empregos de técnicas atuais na 
análise de fraudes documentais. 
1.1 Técnicas de Análise Documental 
 A Espectroscopia é uma técnica utilizada 
para análise de elementos ou compostos, 
podendo ser destrutiva ou não. No caso da 
análise forense, é muito importante que não 
sejam destrutivas, a fim de manter a integridade 
da prova. 
A incidência de radiação eletromagnética em 
uma determinada substância através de uma 
fonte de energia faz com que esta energia seja 
absorvida, transmitida ou espalhada. Cada 
substância possui um comportamento 
característico quanto à absorção, transmissão e 
espalhamento em determinado comprimento de 
onda que irá depender de sua constituição. Desta 
forma, é possível traçar um perfil de 
determinadas substâncias a partir de seu 
espectro, quando submetidas a determinada 
radiação eletromagnética. Os resultados da 
análise espectroscópica de uma amostra podem 
fornecer dados sobre sua estrutura, tipos e 
natureza das ligações, além da distinção entre 
materiais. 
A Espectrosocopia Raman foi postulada 
inicialmente por Smekal em 1923 e 
posteriormente comprovada pelo indiano 
Chandrasekhara Raman, em 1928, o qual, em 
1930, recebeu o prêmio Nobel de Física. O 
efeito Raman é dado pela colisão não elástica 
entre o fóton incidente e a molécula, 
modificando a energia de dispersão da radiação. 
É uma técnica não destrutiva, utilizada 
principalmente para a identificação (finger print) 
de substâncias, necessitando de pouca ou 
nenhuma preparação da amostra, sem recursos 
especiais e sem interferência de umidade. 
A microscopia também é outro recurso muito 
utilizado em várias áreas. Na fluorescência de 
infravermelho, a luz emitida tem comprimento 
de onda maior que a luz absorvida, cujo 
comportamento é também característico de cada 
material. Aliada à microscopia, a fluorescência 
de infravermelho é uma ferramenta muito útil 
para o exame de cruzamento de traços. 
Outra grande aliada da perícia documental é a 
matemática avançada. Processos como 
deconvolução, transformada de Fourier, 
transformada de Laplace, entre outros, estão por 
trás da maioria dos equipamentos comerciais 
disponíveis no mercado. Equipamentos como o 
Vídeo Comparador Espectral e o Espectrômetro 
Raman, utilizam a matemática em seus 
softwares de integração. 
 
A matemática também tem sido utilizada para o 
desenvolvimento de algoritmos1 sofisticados 
que na prática são empregados na construção de 
softwares que atuam como plug-ins de outros 
softwares comerciais ou gratuitos. 
 
2. EQUIPAMENTOS E MATERIAIS 
Para este trabalho foram utilizados o Vídeo 
Comparador Espectral, modelo VSC 5000, o 
Espectrômetro Raman, FORAM, ambos da 
Foster & Freeman, o microscópio de 
fluorescência de infravermelho, modelo 
DM2500, da Leica, os plug-ins da 4N6site, além 
de tintas de canetas esferográficas nas cores 
azul, preta e vermelha. 
3. MÉTODO 
3.1 Vídeo Comparador Espectral 
Algumas peças questionadas, suspeitas 
de fraude, foram analisadas no Vídeo 
Comparador Espectral, sendo investigados os 
recursos de iluminação nos diversos filtros 
disponíveis, a fim de revelar a adulteração de 
forma mais eficiente. Dependendo do suporte e 
 
1 ALGORÍTMO - Um conjunto finito de regras bem definidas para a 
solução de um problema em um número finto de etapas. 
do tipo de adulteração, os filtros mais adequados 
são utilizados para revelar impressões apagadas, 
escritas sulcadas, rasuras e lavagens, como 
podem ser vistas nas figuras 1 e 2. 
 
1 - Página sob luz branca incidente 
 
2 - Página sob luz branca rasante (VSC5000) 
 
3.2 Espectroscopia Raman 
A diferenciação de tintas pode ser feita 
através de espectros de absorção, transmissão, 
reflexão e fluorescência da luz, a fim de 
reconhecer acréscimos. No entanto, a técnica 
mais apurada utilizando Espectroscopia Raman 
se mostra mais adequada para a diferenciação de 
tintas. Quatro tipos de tinta de canetas 
esferográficas foram analisadas, onde foram 
constatadas as divergências nos espectros de 
dispersão Raman. As canetas utilizadas foram a 
BIC Fine Plus vermelha, SUM basic vermelha,BIC Fine Plus azul e a BIC 4 Cores azul, nessa 
mesma ordem, conforme pode ser vista na 
imagem 3. Em seguida, na imagem 4, pode ser 
visto o espectro de dispersão Raman das quatro 
canetas, na mesma seqüência vista na imagem 3. 
 
3 – Escrita das canetas nas cores examinadas 
 
 
4 - Espectros de tintas de caneta na mesma ordem das cores 
A análise de cruzamento de traços foi 
realizada utilizando a microscopia de 
fluorescência por infravermelho, onde pode ser 
observada o cruzamento de escritas de canetas 
com tintas vermelhas e azuis, sendo um passo 
muito importante para a verificação de 
sobreposições de tintas em documentos (figuras 
5 e 6). 
 
5 – Cruzamento de tinta vermelha sobre azul 
 
6 – Cruzamento de tinta azul sobre vermelha 
3.3 Recursos de software 
Em computação, plug-in normalmente 
está associado a um software que trabalha 
agregado a outro. Assim é com os plug-ins da 
4N6site, instituição voltada para o 
desenvolvimento de recursos aplicados às 
ciências forenses, em especial para a área de 
análise documental e de processamento de 
imagens. Dois destes plug-ins destacam-se na 
área de documentos, oferecendo soluções de 
baixo custo, não necessitando de hardwares 
especiais para seu funcionamento. 
Digitization Plug-in: O projeto deste 
plug-in visa assinalar a posição de falhas de 
impressão em impressoras laser e 
fotocopiadoras. Os pontos assinalados são 
salvos sob a forma de coordenadas em um 
arquivo de extensão csv2 ou txt3. Desenvolvido 
para trabalhar com imagens de grandes 
dimensões, limitadas pela qualidade do scanner. 
Imagens de grandes dimensões permitem 
aumentar a precisão nas marcações dos pontos 
característicos. A comparação entre as 
coordenadas dos defeitos de impressão podem 
comprovar ou não se duas páginas foram 
impressas pelo mesmo equipamento (figura 7). 
 
7 – defeitos assinalados 
O plug-in foi desenvolvido para o Adobe 
Photoshop ou Photoshop Elements, mais 
funciona também com o Paint shop Pro da 
JASC, Corel Photo Paint, Ulead PhotoImpact, 
além de softwares gratuitos, como o 
IrfanViewer, XnView, ImageN e o QFX/LE. 
Color Deconvolution Plug-in: Este plug-
in utiliza um sofisticado algoritmo de 
deconvolução de cores para efetuar separação ou 
remoção de componente de cores em 
obliterações de texto, detecção e realce de 
adição de texto em documentos manuscritos por 
instrumentos escreventes com tintas de cores 
e/ou tonalidade diferentes. Digitaliza-se a 
imagem executa-se o filtro correspondente 
selecionando as cores desejadas e a cor de 
fundo. Daí então se coloca o filtro no modo de 
pré-visualização e escolhe-se o efeito a ser 
aplicado: remoção ou diferenciação de cor. Vide 
as figuras 8 e 9. 
 
2 CSV – Comma-separated values ou valores separados por 
delimitadores com vírgula, ponto e vírgula, etc. 
3 TXT – Arquivo texto puro. 
 
 
8 – Imagem original 
 
9 – Imagem após a aplicação do efeito Split R/G 
As imagens vistas anteriormente ilustram 
a interface do plug-in aplicando o efeito Split 
R/G (diferenciação de cor), aplicado para 
diferenciar dois tons de uma cor. Em seguida 
veremos o tratamento em um documento 
contendo uma autenticação antiga, aplicada em 
papel de tom amarelado, que dificulta a visão da 
impressão. As imagens 10 e 11 ilustram o caso. 
 
10 – Autenticação sob luz branca 
 
11 – Autenticação após o efeito Remove 
Adiante, nas figuras 12, 13 e 14, se tem a 
sobreposição de escrita de duas cores diferentes 
e os resultados obtidos após a utilização do plug-
in sob a aplicação do efeito Remove (Remoção). 
 
 
12 – Sobreposição sob luz branca 
 
 
13 – Cor azul removida 
 
 
14 – Cor preta removida 
 
Por fim tem-se um documento antigo, 
amarelado pelo tempo, com a escrita quase 
desaparecendo. A imagem foi tratada após 
ajustar o contraste, incrementando-o deixando o 
texto legível, conforme pode ser visto nas 
figuras 15 e 16 a seguir. 
 
15 – Documento original 
 
16 – Documento após o tratamento 
 
6. REFERÊNCIA 
1. MAZELLA, W. D. and BUZINNI, P. 
Raman spectroscopy of blue gel pen inks, 
Forensic Science International, v.152, p. 241-
247, 2005. 
2. Site 4N6SITE, em 
http://www.4n6site.com, consultado em 
18/10/2008. 
3. SKOOG, D. A., HOLLER J. F. and 
NIEMAN T. A., Princípios da Análise 
Instrumental, Editora Bookman, 5ª ed., 2002. 
4. THANASOULIAS, N. C., et al. 
Multivariate chemometrics for the forensic 
discrimination of blue ball-point pen inks based 
on their Vis spectra, Forensic Science 
International, v 138, p. 75-84, 2003. 
5. ZIEBA-PALUS, J. and KUNICKI, M. 
Application of the micro- FTIR spectroscopy 
and XRF method examinations of inks, Forensic 
Science International, v 158, p. 164-172, 2006.

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