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Eficácia da lei penal em relação as pessoas (partes 01, 02 e 03)

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Direito Penal – Eficácia da lei penal em relação as pessoas
SUMÁRIO
1.	Sujeitos da infração penal	2
2.	Eficácia da lei penal em relação às pessoas	2
3.	Imunidade diplomática e de chefe de governo estrangeiro	3
4.	Imunidades parlamentares	5
4.1.	Imunidades parlamentares absolutas (imunidade material) – Freedom of speech	6
a)	Natureza jurídica da imunidade absoluta	6
b)	Limites da imunidade parlamentar material	7
4.2.	Imunidade parlamentar relativa (imunidade formal)	9
a)	Imunidade relativa ao foro	9
b)	Imunidade relativa à prisão (freedom from arrest)	9
c)	Imunidade relativa ao processo	12
d)	Imunidade relativa à condição de testemunha	13
e)	Parlamentares militares em tempo de guerra	14
4.3.	Imunidade dos suplentes	14
5.	Imunidade dos deputados estaduais	15
a)	Parlamentares federais	15
b)	Parlamentares estaduais	15
6.	Imunidade dos vereadores	19
7.	Foro por prerrogativa de função X tribunal do júri	19
· 
Eficácia da lei penal em relação as pessoas
1. Sujeitos da infração penal
	Os sujeitos do crime são aqueles que de alguma forma se relacionam com a conduta criminosa. São basicamente de duas ordens: sujeito ativo e passivo.
a) Sujeito ativo: é a pessoa que pratica a conduta delituosa.
	Contudo é possível que alguém seja sujeito ativo de uma infração penal sem que realize a conduta descrita no núcleo do tipo penal. Exemplo: concurso de pessoas (alguém que dá a arma para matar se torna um partícipe).
	Somente o ser humano (pessoa física) é quem pode ser sujeito ativo da infração penal, pois, em regra, somente pessoa física é quem pode realizar conduta penalmente relevante. Os animais não podem ser sujeito ativo, embora possam ser instrumentos para a prática de crime.
	As pessoas jurídicas também podem figurar como sujeito ativo de infrações penais ambientais regulamentadas na Lei nº 9.605/98 (em decorrência do art. 225, §3º da CRFB). O STF e o STJ atualmente dispensam o requisito/teoria da dupla imputação, ou seja, atualmente para que uma pessoa jurídica seja responsabilizada criminalmente não se exige que haja a inclusão simultânea na denúncia da pessoa física e jurídica causadora do dano.
b) Sujeito passivo: é aquele que sofre a ofensa causada pelo sujeito ativo.
	Sujeito passivo imediato ou material: é o Estado (pois, todo crime é uma ofensa ao Estado, porém ele pode cumular as duas funções como sujeito imediato e mediato. Exemplo: crimes contra a administração pública).
	Sujeito passivo mediato ou formal: é o titular do bem jurídico efetivamente lesado. Pode ser uma pessoa física ou jurídica.
	Observação: os mortos e os animais não podem ser sujeitos passivos de crimes, pois não são sujeitos de direito.
	Observação: ninguém pode cometer crime contra si mesmo (princípio da alteridade).
2. Eficácia da lei penal em relação às pessoas
	O princípio da territorialidade, adotado pelo Brasil, não é absoluto. A territorialidade é temperada ou mitigada, pois a parte final do art. 5º, caput do Código Penal diz “sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional”, autorizando a criação das imunidades diplomáticas e as de chefes de governo estrangeiro. Por sua vez, as regras constitucionais instituem as imunidades parlamentares.
	Essas prerrogativas (não são privilégios) surgem em virtude de suas funções ou em função de regras internacionais.
	A lei penal se aplica a todos por igual, não existindo privilégios pessoais (ideia trazida pelo art. 5º da CRFB). Há, no entanto, pessoas que em virtude das suas funções ou em razão de regras internacionais desfrutam de imunidades. Longe de uma garantia pessoal, trata-se de necessária prerrogativa funcional.
	Privilégio
	Prerrogativa
	Exceção da lei comum deduzida da situação de superioridade das pessoas que a desfrutam
	Conjunto de precauções que rodeiam a função e que servem para o exercício desta
	É subjetivo (anterior à lei)
	É objetiva (deriva da lei)
	Tem essência pessoal
	Anexo à qualidade do órgão
	É poder frente à lei
	É conduto para que a lei se cumpra
	É próprio das aristocracias das ordens sociais
	É próprio das aristocracias das instituições governamentais. Não viola a isonomia, pois decorre do cargo/função que ocupa
3. Imunidade diplomática e de chefe de governo estrangeiro
	Essas imunidades se fundam no princípio da reciprocidade, ou seja, o Brasil concede imunidade aos agentes dos países que também conferem iguais privilégios aos nossos representantes.	
	É prerrogativa de direito público internacional. Está previsto na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas assinada em 1961 (Decreto nº 56.435/65). Visa respeitar o interesse do Estado representado, e também pela necessidade de garantir meios suficientes para o perfeito desempenho de seus misteres por tais pessoas. Ela assegura ao diplomata imunidade de jurisdição penal, sujeitando-o à jurisdição do Estado que o representa, abrangendo toda e qualquer espécie de delito. 
	Logo, agentes diplomáticos e consulares fazem jus a privilégios e imunidades junto às autoridades locais quando cumprem missão junto a representações de seu país no exterior, mas não gozam de qualquer imunidade em seu próprio país.
	Abrangência da imunidade de jurisdição (em sentido amplo): subdivide-se em:
· Imunidade de jurisdição cognitiva, é imunidade ao processo de conhecimento; e 
· Imunidade à jurisdição executiva, referente ao cumprimento da pena.
	Natureza jurídica da imunidade diplomática:
· 1ª corrente (prevalece): causa pessoal de isenção de pena.
· 2ª corrente: causa impeditiva de punibilidade.
	Quem desfruta[footnoteRef:1]? [1: Art. 31 e seguintes da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas. Estas imunidades diplomáticas estão previstas na Convenção de Viena, incorporada ao nosso ordenamento jurídico através do Decreto nº 56.435/65.] 
· Chefes de Estado e de governo estrangeiro, sua família e membros da sua comitiva;
· Embaixador e sua família[footnoteRef:2]; [2: A esposa do embaixador só será imune, desde que, ela não seja nacional do país em que ele está sediado.] 
· Funcionários/agentes do corpo diplomático e sua família;
· Funcionários das organizações internacionais quando em serviço. Exemplo: ONU.
	Todos devem obediência ao preceito primário da norma penal do país onde se encontrem, porém escapam quanto ao preceito secundário (punição), permanecendo sobre a eficácia da lei penal do Estado a que pertencem (intraterritorialidade – aplica-se a sei penal estrangeira aos fatos ocorridos dentro do território brasileiro).
	Análise do tipo de agente (nada impede a investigação policial):
· Diplomático: os agentes diplomáticos e membros do pessoal técnico-administrativo das embaixadas – desde que não tenham nacionalidade brasileira – gozam de imunidade absoluta, não podendo ser presos, detidos ou processados no Brasil, não podem ser objeto de alguma forma de prisão ou detenção (inviolabilidade), que se estende à sua residência particular, documentos, correspondência, bens e inclui seus familiares. Possuem imunidades nos delitos cometidos com relação ao exercício da função ou não. Possuem imunidade total de jurisdição.
· Chefes de governos estrangeiros e aos ministros das Relações Exteriores: asseguram-se idênticas imunidades concedidas aos agentes diplomáticos. Possuem imunidade total de jurisdição.
· Funcionários das organizações internacionais: asseguram-se idênticas imunidades concedidas aos agentes diplomáticos, quando em serviço. Possuem imunidade total de jurisdição.
· Consular: possuem imunidade funcional relativa. Não desfrutam de imunidade diplomática em razão de sua função administrativa, os funcionários e empregados consulares, membros do pessoal de serviço das embaixadas e funcionários internacionais gozam de imunidade parcial, sendo restrita aos atos de ofício (relacionado com a função consular). Exemplo: homicídio (responde pela lei brasileira) / fraude na concessão de passaporte (sujeita-se a lei do seu país). São imunes nos delitos cometidos no exercício da função. Não possuem imunidade total de jurisdição.
	A imunidade é irrenunciável pelo seu agente (pois, elanão é conferida em razão da pessoa, mas do cargo – por tal razão dizemos que essa imunidade não fere a isonomia) art. 32 da Convenção de Viena. Pode haver renúncia, desde que expressa, por parte do Estado de origem do agente diplomático (Estado acreditante). 
	Teoria do interesse da função: essa teoria foi consagrada pela Convenção de Viena de 1963 e tem a finalidade de elucidar que prerrogativas e imunidades aos que ocupam cargos consulares não são benefícios para o indivíduo, mas sim ao cargo consular, independentemente de quem o ocupa, com intuito de garantir o melhor desempenho das funções dos postos consulares.
	Imunidades diplomáticas e consulares
	Categoria
	Pode ser preso ou detido?
	Possui inviolabilidade de residência?
	Pode ser emitida multa de trânsito?
	Pode ser intimado a depor como testemunha?
	Pode ser processado criminalmente?
	Pode ser processado civil ou administrativamente?
	Imunidade de familiares registrados como dependentes
	Missões diplomáticas (embaixadas)
	Agente diplomático
	Não1
	Sim
	Sim
	Não
	Não
	Não, com algumas exceções5
	Igual à do próprio funcionário
	
	Funcionários Técnicos e Administrativos
	Não1
	Sim
	Sim
	Não
	Não
	Não, com algumas exceções5
	Igual à do próprio funcionário
	
	Pessoal de Serviço3
	Sim
	Não. Entrada policial sujeita a procedimentos normais
	Sim
	Sim
	Sim, no caso de atos não oficiais
	Sim, no caso de atos não oficiais
	Nenhuma imunidade ou inviolabilidade
	Repartições Consulares (Consulados-Gerais, Consulados, Vice-Consulados)
	Agentes Consulares de Carreira
	Não, exceto no caso de crime grave e com decisão
	Não. Entrada policial sujeita a procedimentos normais3
	Sim
	Não, com relação a atos oficiais. Testemunho não obrigatório
	Sim, no caso de atos não oficiais
	Sim, no caso de atos não oficiais
	Nenhuma imunidade ou inviolabilidade
	
	Empregados Consulares
	Sim
	Não. Entrada policial sujeita a procedimentos normais3
	Sim
	Não, com relação a atos oficiais. Testemunho não obrigatório
	Sim, no caso de atos não oficiais
	Sim, no caso de atos não oficiais
	Nenhuma imunidade ou inviolabilidade
	
	Agentes Consulares Honorários
	Sim
	Não. Entrada policial sujeita a procedimentos normais
	Sim
	Não, com relação a atos oficiais. Testemunho não obrigatório
	Sim, no caso de atos não oficiais
	Sim, no caso de atos não oficiais
	Nenhuma imunidade ou inviolabilidade
	Organizações Internacionais
	Sistema ONU4
	Funcionários internacionais2
	Sim
	Não. Entrada policial sujeita a procedimentos normais
	Sim
	Não, com relação a atos oficiais. Testemunho não obrigatório
	Sim, no caso de atos não oficiais
	Sim, no caso de atos não oficiais
	Nenhuma imunidade ou inviolabilidade
	
	
	Pessoal de Apoio em Organizações Internacionais
	Sim
	Não. Entrada policial sujeita a procedimentos normais
	Sim
	Não, com relação a atos oficiais. Testemunho não obrigatório
	Sim, no caso de atos não oficiais
	Sim, no caso de atos não oficiais
	Nenhuma imunidade ou inviolabilidade
	
	Demais organizações internacionais
	Funcionários internacionais
	A depender do acordo bilateral com o organismo
	A depender do acordo bilateral com o organismo
	Sim
	A depender do acordo bilateral com o organismo
	A depender do acordo bilateral com o organismo
	A depender do acordo bilateral com o organismo
	Nenhuma imunidade ou inviolabilidade
	
	
	Pessoal de Apoio em Organizações Internacionais
	A depender do acordo bilateral com o organismo
	A depender do acordo bilateral com o organismo
	Sim
	A depender do acordo bilateral com o organismo
	A depender do acordo bilateral com o organismo
	A depender do acordo bilateral com o organismo
	Nenhuma imunidade ou inviolabilidade
	1 Restrições moderadas. Pode ser aplicado em circunstâncias emergenciais envolvendo legítima defesa, segurança pública ou a prevenção de atos criminais graves.
2 Um pequeno número de Oficiais de posição mais elevada pode ser tratados do mesmo modo que agentes diplomáticos.
3 Note que algumas residências consulares são, em alguns casos, localizadas dentro das dependências consulares. Nesses casos, apenas as dependências do escritório oficial são invioláveis.
4 Privilégios e imunidades baseados na Convenção sobre Privilégios e Imunidades das Nações Unidas de 1946 e Convenção sobre Privilégios e Imunidades das Agências Especializadas das Nações Unidas de 1947.
5 Exceto quando se tratar de: ação sobre imóvel privado no Brasil; ação sucessória a título privado; ação referente a profissão liberal ou atividade comercial exercida fora de suas funções oficiais.
	De acordo com a Convenção de Viena, as sedes diplomáticas não admitem busca e apreensão, requisição, embargo ou qualquer tipo de medida de execução de natureza penal. 
	As sedes das embaixadas não são extensões de territórios estrangeiros no Brasil. De fato, localizam-se em território nacional, e, se alguém que não goza da imunidade praticar algum crime em seu âmbito, inevitavelmente será processado nos termos da legislação penal brasileira.
4. Imunidades parlamentares
	As imunidades parlamentares encontram previsão na Constituição. Não configuram privilégios, mas prerrogativas necessárias ao desempenho independente na atividade parlamentar e à efetividade do Estado Democrático de Direito, marcado pela representatividade dos cidadãos-eleitores.
	As imunidades acima abordadas abrangem os Deputados Federais e Senadores. Não são extensíveis aos suplentes.
	São prerrogativas do órgão legislativo e não de ordem subjetiva do congressista. Ela é irrenunciável. Se dividem em: 
· Imunidades parlamentares absolutas (imunidade material – freedom of speech): encontra-se no art. 53, caput da CRFB.
· Imunidade parlamentar relativa (imunidade formal): encontra-se no art. 53, §§1º ao 8º da CRFB.
4.1. Imunidades parlamentares absolutas (imunidade material) – Freedom of speech
	A imunidade parlamentar absoluta, imunidade material, substancial, indenidade ou inviolabilidade está prevista no art. 53, caput da CRFB.
Art. 53 da CRFB - Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
	Funciona como um complemento constitucional à liberdade de expressão reservada a todas as pessoas.
	Parte da doutrina entende que não exclui apenas a responsabilidade civil e penal, mas também a administrativa e a política. Contudo, o STF afirmou que eventual abuso por parte do parlamentar deve ser coibido dentro da própria Casa Legislativa, pelos seus pares, que poderão até mesmo cassá-lo por quebra de decoro. O que não pode é processá-lo civil ou criminalmente.
	A imunidade material protege o parlamentar em suas opiniões, palavras e votos, desde que relacionadas às suas funções, não abrangendo manifestações desarrazoadas e desprovidas de conexão com os seus deveres constitucionais.
	Não se faz necessário, contudo, que o parlamentar se manifeste no recinto do Congresso Nacional para a incidência da inviolabilidade. Nesse sentido já decidiu o Supremo Tribunal Federal.
	A ausência de controle judicial não imuniza completamente as manifestações dos parlamentares, que podem ser repreendidas pelo próprio Legislativo do qual pertença.
a) Natureza jurídica da imunidade absoluta
· 1ª corrente (Pontes de Miranda, Nélson Hungria e José Afonso da Silva): entende estar diante de uma causa excludente de crime.
· 2ª corrente (Celso Ribeiro Bastos, LFG e o STF): a imunidade parlamentar absoluta torna o fato atípico.
· 3ª corrente (Basileu Garcia): causa que se opõe à formação do crime.
· 4ª corrente (Aníbal Bruno): causa pessoal (funcional) de isenção de pena.
· 5ª corrente (Magalhães Noronha): causa de irresponsabilidade.
· 6ª corrente (José Frederico Marques): causa de incapacidade pessoal penal por razões políticas.
As declarações proferidas pelo querelado, na qualidade de Presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal, alusivas a denúncias de tortura sob investigação do Ministério Público são palavras absolutamente ligadas ao exercício do mandato, donde estarem cobertas pela imunidade parlamentar material. Não é cabível indagar sobre nenhuma qualificaçãopenal do fato objetivo, se ele está compreendido na área da inviolabilidade parlamentar (Inq. 2.282/DF, rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 30.06.2006 – Informativo 433).
	A consequência de tratar a imunidade material como excludente de tipicidade (fato atípico) reflete na punibilidade do partícipe (que é uma conduta acessória), sendo punido quando o fato principal for típico e ilícito (teoria da acessoriedade limitada).
b) Limites da imunidade parlamentar material
	Deve haver vínculo entre as palavras e/ou opiniões do parlamentar e o exercício de sua função (nexo funcional/material). 
	 Para que incida a imunidade, deve haver vínculo (conexão) entre as palavras e/ou opiniões do parlamentar e o exercício da sua função. Entende-se, no geral, que, estando o parlamentar nas dependências do parlamento, presume-se o nexo. Esse elo, porém, não será presumido nos casos em que o parlamentar encontrar-se fora das dependências da casa legislativa respectiva, demandando prova.
“A imunidade é absoluta quanto às manifestações proferidas no interior da respectiva casa legislativa. O parlamentar também é imune em relação a manifestações proferidas fora do recinto parlamentar, desde que ligadas ao exercício do mandato. Precedentes. Possível reinterpretação da imunidade material absoluta, tendo em vista a admissão de acusação contra parlamentar em razão de palavras proferidas no recinto da respectiva casa legislativa, mas supostamente dissociadas da atividade parlamentar – PET 5.243 e INQ 3.932, rel. min. Luiz Fux, julgados em 21.6.2016. Caso concreto em que, por qualquer ângulo que se interprete, as declarações estão abrangidas pela imunidade. Declarações proferidas pelo Deputado Federal querelado no Plenário da Câmara dos Deputados. Palavras proferidas por ocasião da prática de ato tipicamente parlamentar – voto acerca da autorização para processo contra a Presidente da República. Conteúdo ligado à atividade parlamentar. 3. Absolvição por atipicidade da conduta” (Pet. 6.156/DF Min. Gilmar Mendes).
	Se a manifestação extrapola as dependências do parlamento, ainda que nele proferida, e não possua relação com o exercício da função, o STF admite o afastamento da imunidade.
	Exemplo: Jair Bolsonaro quando era deputado federal mencionou que “não a estupraria – uma colega deputada – porque ela não merece”. Essa palavras foram ditas em seu gabinete na Câmara dos Deputados quando dava entrevista a veículo de imprensa. Essas ofensas não se tornaram públicas na Câmara dos Deputados, mas na TV, internet etc. Além do mais, essa manifestação não tem pertinência com o exercício da função.
A Turma assinalou que a garantia constitucional da imunidade material protege o parlamentar, qualquer que seja o âmbito espacial em que exerça a liberdade de opinião, sempre que suas manifestações guardem conexão com o desempenho da função legislativa ou tenham sido proferidas em razão dela. Para que as afirmações feitas pelo parlamentar possam ser relacionadas ao exercício do mandato, devem revelar teor minimamente político, referido a fatos que estejam sob debate público, sob investigação em CPI ou em órgãos de persecução penal ou, ainda, sobre qualquer tema que seja de interesse de setores da sociedade, do eleitorado, de organizações ou quaisquer grupos representados no parlamento ou com pretensão à representação democrática. Consequentemente, não há como relacionar ao desempenho da função legislativa, ou de atos praticados em razão do exercício de mandato parlamentar, as palavras e opiniões meramente pessoais, sem relação com o debate democrático de fatos ou ideias e, portanto, sem vínculo com o exercício das funções cometidas a um parlamentar. Na hipótese, trata-se de declarações que não guardam relação com o exercício do mandato (Inq. 3.932/DF e Pet 5.243/DF, rel. Min. Luiz Fux, 1.ª Turma, j. 21.06.2016).
	Na hipótese de utilização de meios eletrônicos (facebook, twitter, e-mails etc.) para divulgar mensagens ofensivas à honra de alguém, deve haver vinculação com o exercício parlamentar para que seja afastada a responsabilidade, ainda que a mensagem tenha sido gerada dentro do gabinete. Afinal, entendimento diverso daria margem ao exercício abusivo desta prerrogativa que, como destacado, é da instituição e não do parlamentar.
A imunidade parlamentar é uma proteção adicional ao direito fundamental de todas as pessoas à liberdade de expressão, previsto no art. 5.º, IV e IX, da Constituição. Assim, mesmo quando desbordem e se enquadrem em tipos penais, as palavras dos congressistas, desde que guardem alguma pertinência com suas funções parlamentares, estarão cobertas pela imunidade material do art. 53, caput, da Constituição (“Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”). Com base nessa orientação, a Primeira Turma, em julgamento conjunto e por maioria, rejeitou a queixa-crime oferecida em face de senador a quem fora imputado a prática dos delitos de calúnia, injúria e difamação. Na espécie, parlamentar teria postado na rede social Facebook que ex-Presidente da República teria cometido crimes e, ainda, teria impetrado habeas corpus preventivo relativo a atos de corrupção ocorrido no âmbito da Petrobrás. De início, a Turma assentou o caráter reprovável e lamentável com o qual as críticas à suposta conduta de um ex-Presidente da República teriam sido feitas. Na sequência, ressaltou que a imunidade material conferida aos parlamentares não seria uma prerrogativa absoluta. Restringir-se-ia a opiniões e palavras externadas, dentro ou fora do recinto do Congresso Nacional, mas no exercício do mandato ou em razão dele. Prevaleceria, portanto, a compreensão de que a imunidade parlamentar não se estenderia para opiniões ou palavras que pudessem malferir a honra de alguém quando essa manifestação estivesse dissociada do exercício do mandato. Para o Colegiado, a Constituição teria garantido uma tolerância com o uso – que normalmente fosse considerado abusivo – do direito de expressar livremente suas opiniões, quando proveniente de parlamentar no exercício de seus respectivos mandatos. Essa condescendência se justificaria para assegurar um bem maior – a própria democracia. Entre um parlamentar acuado pelo eventual receio de um7.13.3.4.1. processo criminal e um parlamentar livre para expor as suspeitas que pairassem sobre outros homens públicos, mesmo que de forma que pudesse ser considerada abusiva e, portanto, criminosa, o caminho trilhado pela Constituição seria o de conferir liberdade ao congressista. Assim, a regra da imunidade deveria prevalecer nas situações limítrofes em que não fosse delineada a conexão entre a atividade parlamentar e as ofensas irrogadas a pretexto de exercê-la, mas que, igualmente, não se pudesse, de plano, dizer que exorbitassem do exercício do mandato (Inq. 4.088/DF, rel. Min. Edson Fachin, 1.ª Turma, j. 01.12.2015, noticiado no Informativo 810. Em igual sentido: AI 473.092/AC, rel. Min. Celso de Mello, Plenário, j. 07.03.2005; e Inq. 2.297/DF, rel. Min. Carmen Lúcia, Plenário, j. 20.09.2007).
4.2. Imunidade parlamentar relativa (imunidade formal)
	É conhecida como imunidade formal, processual, adjetiva ou imunidade propriamente dita. Encontra-se no art. 53, §§1º ao 8º da CRFB. São imunidades processuais.
	O instituto foi bastante alterado com o advento da Emenda Constitucional nº 35/2001, que buscou evitar o desvirtuamento da prerrogativa, tal qual estabelecida pela sua redação originária.
a) Imunidade relativa ao foro 
Art. 53, §1º da CRFB - Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma (e não da posse até o fim do mandato), serão submetidos a julgamento perante o STF (é o foro para julgamento dos congressistas quando acusados de infrações penais).
	O STF (AP 937) restringiu o foro (interpretação restritiva) para alcançar somente os crimes funcionais cometidos no exercício do cargo e em razão do cargo. Ou seja, tem de ser um crime cometido por deputado enquanto deputado (no exercício e em razão do cargo). Estabeleceu-se um nexo entre aconduta delitiva e o exercício funcional.
	Após encerrada a instrução (intimação das partes para apresentação das alegações finais), mesmo que o parlamentar renuncie ao cargo, o STF continua competente para o processo e julgamento (perpetuatio jurisdictionis). Essas mudanças visam preservar a efetividade e a racionalidade da prestação jurisdicional.
	A prerrogativa de foro (STF) só tem cabimento nas causas criminais, não abrangendo causas cíveis, nem mesmo quando a imputação for de improbidade administrativa.
	O foro especial (STF) não abrange crimes comuns ou funcionais cometidos em outra função. Exemplo: cometeu enquanto prefeito, mas agora é Deputado Federal.
b) Imunidade relativa à prisão (freedom from arrest)
Art. 53, §2º da CRFB - Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos (cautelar, preventiva e outras hipóteses de prisão em flagrante), salvo em flagrante de crime inafiançável. Neste caso, os autos serão remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva, para que, pelo voto (aberto) da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão (podendo ou não ser relaxada).
	 O relaxamento, nesse caso, poderá ser por uma ilegalidade da prisão ou por uma questão política.
	É a incoercibilidade pessoal dos congressistas. A necessidade de aval do Legislativo não se estende aos parlamentares municipais (vereadores), que, embora gozem de imunidade material na circunscrição do município, não são imunes à prisão, ainda que sua constituição estadual lhe proporcione a prerrogativa de foro.
	Afinal, a simetria que se pretendeu estabelecer em favor dos deputados estaduais não existe no âmbito dos municípios. Os vereadores, por força do art. 29, VIII da CRFB/88, desfrutam somente de imunidade absoluta, desde que as suas opiniões, palavras e votos sejam proferidos no exercício do mandato (nexo material) e na circunscrição do município (critério territorial). A constituição estadual pode prever foro especial para o processo e julgamento de determinadas infrações penais, mas os vereadores não estão imunes a qualquer tipo de prisão. Por isso, decidiu o STJ, no RHC 88.804/RN, que é lícito ao juiz de primeiro grau impor aos vereadores medidas cautelares de afastamento de suas funções legislativas sem necessidade de remessa à Câmara de Vereadores para deliberação.
	A garantia persiste desde a diplomação (e não da posse) indo até o encerramento definitivo do mandato, independentemente do motivo, incluindo a não reeleição. Essa garantia recai sobre prisão provisória/cautelar, excepcionada apenas a prisão em flagrante decorrente de prática de crime inafiançável (exemplo: racismo).
	Realizada a prisão em flagrante por crime inafiançável, os autos deverão ser remetidos no prazo de 24 horas para a Casa respectiva do parlamentar, que deliberará, por voto (votação em aberto) da maioria absoluta dos seus membros, sobre a prisão. A deliberação sobre a prisão terá caráter eminentemente político (conveniência e oportunidade) e não técnico.
	Nos casos em que for verificada a impossibilidade de apreciação da custódia cautelar pela Casa respectiva, a prisão será mantida independentemente desta manifestação.
Os elementos contidos nos autos impõem interpretação que considere mais que a regra proibitiva da prisão de parlamentar, isoladamente, como previsto no art. 53, §2.º, da Constituição da República. Há de se buscar interpretação que conduza à aplicação efetiva e eficaz do sistema constitucional como um todo. A norma constitucional que cuida da imunidade parlamentar e da proibição de prisão do membro de órgão legislativo não pode ser tomada em sua literalidade, menos ainda como regra isolada do sistema constitucional. Os princípios determinam a interpretação e aplicação corretas da norma, sempre se considerando os fins a que ela se destina. A Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia, composta de vinte e quatro deputados, dos quais vinte e três estão indiciados em diversos inquéritos, afirma situação excepcional e, por isso, não se há de aplicar a regra constitucional do art. 53, § 2.º, da Constituição da República, de forma isolada e insujeita aos princípios fundamentais do sistema jurídico vigente (HC 89.417/RO, rel. Min. Cármen Lúcia, 1.ª Turma, j. 22.08.2006).
	Atenção: essa imunidade relativa não abrange a prisão definitiva (penal).
	Essa imunidade abrange a prisão civil (devedor de alimentos)?
· 1ª corrente: entende que o parlamentar também está imune à prisão civil, abarcando qualquer tipo de restrição da liberdade, pois a Constituição não fez qualquer distinção (Gilmar Mendes e Cléber Masson).
· 2ª corrente: entende que o parlamentar não está imune à prisão civil, podendo ser preso (Uadi Bulos).
· Rogério Sanches: se eventualmente o parlamentar dever alimentos provisórios, não caberá prisão civil (pois, não se exauriu a prova). Se ele é devedor de alimentos definitivos, cabe prisão civil como método de coerção.
	Na AP 937[footnoteRef:3] o STF discutiu apenas a restrição do foro para os parlamentares federais, preferindo, mesmo provocado pelo Min. Dias Toffoli, não alargar o debate para todos os casos de autoridades com foro no nosso ordenamento jurídico. Porém, a tendência será, de fato, a simetria. A decisão na AP 937 não repercutiu no campo das imunidades dos Congressistas (o STF restringiu o foro e não o rol de imunidades parlamentares). Logo, continuam imunes à prisão provisória, com exceção da prisão em flagrante por crime inafiançável. [3: O foro por prerrogativa de função dos Deputados Federais e Senadores deve se aplicar apenas a crimes cometidos durante o exercício do cargo e desde que relacionados com a função desempenhada. Foi definido um determinado momento processual (ex.: fim da instrução) a partir do qual mesmo que o réu perca o foro privilegiado no STF (ex.: renunciou, não se reelegeu etc.), ainda assim ele continuará sendo julgado pelo Supremo.] 
	Na ADI 5526, conferindo interpretação conforme, o STF decidiu ser possível a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão (arts. 312 a 319 do CPP) em face dos parlamentares federais, mas se tal medida limitar ou embaraçar o pleno exercício do mandato (exemplo: prisão domiciliar) deverá ser submetida à deliberação da respectiva Casa Legislativa em 24 horas, seguindo a regra relativa à apreciação da prisão em flagrante (art. 53, §2º da CRFB). As medidas cautelares só podem ser decretadas no caso de flagrante de crime inafiançável ou se houver superlativa excepcionalidade.
	O STF, no entanto, de forma excepcional, no final de 2015, decretou a prisão preventiva do Senador (Delcídio do Amaral), a um exemplo do que, num passado recente, fez em relação a um deputado estadual, igualmente imune. Em resumo, o Senador, buscando embaraçar investigação em curso na Operação Lava Jato, evitando futura declaração, propõe a um filho de preso um verdadeiro plano de fuga para seu pai, bem como anuncia exercer indevida influência em Ministros da Corte Suprema o que garantiria a tão almejada liberdade do condenado. Ofereceu, ainda, uma ajuda de custo (R$ 50.000) para o condenado manter-se no país de destino.
	O afastamento da imunidade prisional do parlamentar, na hipótese, considerando as circunstâncias específicas do caso concreto, deve ser baseada no postulado da derrotabilidade ou superabilidade[footnoteRef:4]. Nos casos de conflito entre princípios e regras situadas em planos distintos, o afastamento da regra legal somente deve ocorrer nos casos de inconstitucionalidade, de manifesta injustiça ou em situações excepcionalíssimas que, por escaparem da normalidade, não poderiam ter sido ordinariamente previstas pelo legislador. [4: O afastamento da aplicação de regras válidas ante as circunstâncias específicas do caso concreto é conhecido como derrotabilidade ou superabilidade. Em tais hipóteses, o intérprete confere ao princípio da justiça e aos princípios que justificam o afastamento da regra um peso maior do que ao princípio da segurança jurídica e àqueles subjacentes à regra. A ponderação, portanto, não é feita entre a regra eo princípio, mas entre princípios que fornecem razões favoráveis e contrárias à aplicação da regra naquele caso específico. Não há nisso, qualquer desobediência ao direito, pois a decisão é pautada por normas estabelecidas pelo próprio ordenamento jurídico.] 
c) Imunidade relativa ao processo
Art. 53, §3º da CRFB - Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
Art. 53, §4º da CRFB - O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.
Art. 53, §5º da CRFB - A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
	Alcança crimes praticados pelos congressistas após a diplomação e vai até o encerramento do mandato. Não há incidência de imunidade formal em relação às infrações anteriores à diplomação.
	A disciplina da imunidade formal para o processo foi substancialmente alterada pela Emenda Constitucional nº 35/2001, que retirou a necessidade de prévia licença da Casa para a instauração da ação penal contra o parlamentar. 
	Destarte, uma vez oferecida a denúncia contra o parlamentar, por crime ocorrido após a diplomação e com nexo entre o crime praticado e a função parlamentar, o Ministro do Supremo Tribunal Federal poderá recebê-la, independentemente de prévia licença. Nesse caso, o Tribunal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria absoluta de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação penal.
	Nesses casos, permite-se à Casa Legislativa respectiva sustar, a pedido do partido político com representação no Legislativo Federal, o andamento da ação penal pelo voto ostensivo e nominal da maioria absoluta de seus membros. A suspensão da ação penal deverá ser apreciada no prazo improrrogável de 45 dias, caso se entenda pela sustação, ela persistirá enquanto durar o mandato, acarretando, igualmente, a suspensão da prescrição.
	O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de 45 dias do seu recebimento pela Mesa diretora, e a sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. O pedido de sustação poderá ser feito, contudo, até a decisão final da ação penal movida contra o parlamentar.
	Exemplo: Senador “A” pratica crime após a diplomação:
· Se crime funcional tramitará perante o STF, a casa legislativa respectiva poderá sustar o andamento do feito, suspendendo também a prescrição.
· Se crime comum, não tramitará perante o STF, a casa legislativa respectiva também poderá sustar o andamento do feito, suspendendo também a prescrição.
	O que se pode sustar é andamento do processo e não o andamento da investigação.
	Nos crimes praticados após a diplomação, se houver sustação da ação penal, e o crime tiver sido praticado em concurso com um agente (coautor ou partícipe) não congressista, o processo deve ser desmembrado, em razão do regime de prescrição diferenciado, que só alcança o parlamentar.
	Pela nova regra, não haverá necessidade de o Supremo Tribunal Federal dar ciência à respectiva Casa em caso de ação penal por crime praticado antes da diplomação. Nessas hipóteses, não é possível, pelo mesmo motivo, a suspensão da ação penal por iniciativa do partido político.
d) Imunidade relativa à condição de testemunha
Art. 53, §6º da CRFB - Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.
	A regra é que os parlamentares são obrigados a testemunhar, prestando compromisso, salvo nas duas hipóteses previstas no artigo 53, §6º da CRFB, nas quais é facultado ao parlamentar testemunhar:
· Sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato;
· Sobre as pessoas que lhe confiaram ou deles receberam informações.
	Embora a testemunha tenha o dever de comparecer quando intimado pelo juízo para prestar seu depoimento, o art. 221 do CPP estabelece que os Deputados e Senadores terão a prerrogativa de ajustar dia, hora e local com essa finalidade.
	O abuso do direito em não atender o chamado da Justiça pode implicar na retirada dessa prerrogativa (STF), a consequência é que o juiz marcará o dia, horário e local o qual o parlamentar comparecerá.
	Parlamentar investigado ou acusado não tem essa prerrogativa do artigo 53, §6º.
Art. 53, §8º da CRFB - As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto[footnoteRef:5] do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida. [5: Vale dizer, se os atos forem praticados no recinto do Congresso Nacional, a imunidade é absoluta, não comportando a suspensão pela Casa respectiva.] 
	Imunidades do parlamentar licenciado: não tem foro especial no STF. Vamos compreender: o entendimento anterior era: caso o parlamentar se licencie do cargo para o qual foi eleito com o objetivo de exercer outro, por exemplo, assistente de um governador, ministro da república, secretário de estado ou de município não manterá sua imunidade (que não é pessoal, mas da função), salvo no que toca ao foro especial (ele continuaria sendo processado no STF – Info nº 628, HC 9548 de 24/05/2011).
	Porém, esse entendimento foi superado, pois com a nova decisão do STF restringindo a incidência do foro por prerrogativa de função, deve haver o binômio para julgamento de parlamentares federais: 
· Haver crime funcional cometidos no exercício da função parlamentar; 
· Ser em razão da função parlamentar. 
	O parlamentar licenciado não consegue preencher o binômio para ser julgado pelo STF. Essa decisão do STF cancelou a sua súmula nº 4 “Não perde a imunidade parlamentar o congressista nomeado Ministro de Estado”.
e) Parlamentares militares em tempo de guerra
Art. 53, §7º - A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. 
	A prerrogativa aqui conferida a Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, trata-se de imunidade imposta pela Constituição e pela lei, salvo licença prévia da respectiva Casa.
4.3. Imunidade dos suplentes
	Os Deputados e senadores eleitos possuem suplentes. Os seus suplentes possuem as mesmas imunidades e prerrogativas? Não.
O suplente, em sua posição de substituto eventual de membro do Congresso Nacional, não goza - enquanto permanecer nessa condição - das prerrogativas constitucionais, que, previstas na Carta Política, incidem, unicamente, sobre aqueles que estão no desempenho do ofício parlamentar. A Constituição da República não atribui, ao suplente de Deputado Federal ou Senador, a prerrogativa de foro, ratione muneris, perante o Supremo Tribunal Federal, pelo fato de o suplente - enquanto ostentar essa específica condição - não pertencer a qualquer das Casas que compõem o Congresso Nacional. A Suprema Corte, nos processos penais condenatórios - e quando se tratar dos integrantes do Poder Legislativo da União - qualifica-se, quanto a estes, como o seu juiz natural, não se estendendo, essa extraordinária jurisdição constitucional, a quem, por achar-se na condição de mera suplência, somente dispõe de simples expectativa de direito (STF, Inq. 1.684-5-PR, Celso de Mello, DJU de 18.12.01, p. 20).
5. Imunidade dos deputados estaduais
Art. 27, §1º da CRFB - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armada.
	Consagra o princípio da simetria.a) Parlamentares federais
	Possuem imunidade absoluta quanto as suas palavras, opiniões e votos. Possuem imunidade relativa quanto à prisão, processo e condição de testemunhas. Foro no STF quanto a crimes funcionais.
b) Parlamentares estaduais
	Possuem imunidade absoluta quanto as suas palavras, opiniões e votos. Possuem imunidade relativa quanto à prisão, processo e condição de testemunhas. Foro quanto a crimes funcionais. Quem julga os Deputados Estaduais nos crimes comuns, em regra, é o Tribunal de Justiça do Estado no qual pertence, pois quem dirá será a constituição do estado. 
Art. 125 da CRFB - Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição. 
§1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
	Se os Deputados Estaduais cometerem:
· Crime estadual a competência para processar e julgar pertence ao Tribunal de Justiça do Estado ao qual pertençam. 
· Crime federal a competência para processar e julgar pertence ao TRF responsável pela sua região. Exemplo: se envolver a União, autarquias, fundações ou empresas públicas federais.
· Crime eleitoral a competência para processar e julgar pertence ao respectivo TRE.
	ADIs 5823, 5824 e 5825:
	A Constituição Federal estabelece, em seu art. 53, §2º, que, “Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão”. Trata-se da imunidade relativa à prisão, também denominada “incoercibilidade pessoal dos congressistas (freedom from arrest)”.
	O texto constitucional em nenhum momento faz referência a outras possibilidades cautelares de encarceramento, como as prisões temporária e preventiva. Ocorre que, nos últimos anos, foram incontáveis os casos envolvendo parlamentares federais em crimes contra a Administração Pública e de organização criminosa. Essa multiplicação de crimes levou o STF a tomar algumas decisões nas quais se promoveu uma leitura restritiva da imunidade relativa à prisão. Em síntese, pode-se dizer que o tribunal passou a admitir não só a prisão cautelar como também a imposição de medidas diversas da prisão, inclusive aquelas que limitam o exercício do mandato parlamentar.
	Isso levou a outra decisão (ADI 5526), que, conferindo interpretação conforme a Constituição aos arts. 312 e 319 do CPP, estabeleceu que a aplicação das medidas cautelares impostas a parlamentares deve ser submetida a deliberação da respectiva Casa Legislativa em vinte e quatro horas, seguindo a regra relativa à apreciação da prisão em flagrante (art. 53, §2º, da CRFB).
	Após esta decisão, as Assembleias Legislativas de alguns Estados passaram a aplicar a mesma regra no caso de prisão de deputados estaduais.  No final de 2017, deputados estaduais do Rio de Janeiro tiveram a prisão preventiva decretada pelo TRF da 2ª Região em uma investigação envolvendo crimes de corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Como a Constituição Federal estabelece expressamente que aos deputados estaduais se aplicam as regras da própria Constituição “sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas” (art. 27, §1º), a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro decidiu analisar a prisão e acabou determinando a soltura dos parlamentares que haviam sido presos. Dias depois, o TRF-2 restabeleceu a prisão sob o fundamento de que a soltura havia sido ilegal.
	A controvérsia chegou ao STF por meio de ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs 5823, 5824 e 5825) contra dispositivos de constituições estaduais que estendem a deputados estaduais as imunidades formais concedidas pela Constituição Federal aos parlamentares federais, pois, argumenta-se, apenas a inviolabilidade nas opiniões, palavras e votos seria de repetição obrigatória nas constituições estaduais; as imunidades formais não podem ser repetidas porque, no âmbito estadual, não cumprem o mesmo desiderato estabelecido pelo constituinte originário, que é a preservação do sistema representativo federal. E a decisão do STF impondo a necessidade de confirmação de medidas cautelares decretadas contra parlamentares federais considerou justamente o aspecto relativo à divisão de Poderes e à manutenção do sistema representativo no âmbito federal, não no dos estados.
	O STF iniciou o julgamento do pedido liminar em 2017, mas, suspensa a análise, somente em 08/05/2019 foram proferidos os votos faltantes.
	Quando suspensa a sessão, eram cinco os votos pela concessão da liminar e, portanto, da restrição das imunidades formais aos deputados estaduais; quatro ministros haviam votado contra a liminar. Em artigo publicado à época, resumimos os votos da seguinte forma:
“O ministro Edson Fachin, relator de duas das ações, concedeu a liminar argumentando que as decisões que decretam medidas cautelares envolvem um juízo técnico-jurídico, não político. Decidiu o ministro conferir aos dispositivos estaduais interpretação – conforme a Constituição – de que aquelas regras não vedam a decretação de medidas cautelares de natureza penal contra deputados estaduais, tampouco concedem às assembleias legislativas poder para revogar ou sustar atos judiciais.
A ministra Rosa Weber concedeu a liminar fundamentando-se no fato de que, ao decidir que as medidas cautelares aplicadas a parlamentares federais devem ser submetidas à respectiva Casa Legislativa, o Supremo não estabeleceu nenhuma extensão aos deputados estaduais.
O ministro Luiz Fux, por sua vez, afirmou que as prerrogativas do § 2º do art. 53 da CF são aplicáveis aos deputados estaduais, mas o dispositivo deve ser interpretado no sentido de que, até o recebimento da denúncia, a prerrogativa de decidir sobre qualquer medida é do Judiciário (recebida a denúncia, o Judiciário informa ao Legislativo, que pode sustar o andamento da ação penal – art. 53, § 3º, CF/88).
O ministro Dias Toffoli argumentou que a prerrogativa de analisar a prisão dos parlamentares é do Congresso Nacional, não de seus membros, ou seja, não é uma imunidade, mas uma prerrogativa da instituição, razão por que não se estende aos parlamentares estaduais. Para o ministro, a imunidade contra a prisão de que a trata a Constituição Federal é de reprodução vedada nas constituições estaduais.
Finalmente, a ministra Cármen Lúcia se valeu do já conhecido argumento de que imunidade não pode significar impunidade. As imunidades estabelecidas na Constituição Federal existem não para proteger os indivíduos que ocupam o cargo, mas as instituições que eles compõem, razão pela qual se justifica a interpretação restritiva no sentido de que as imunidades formais se restringem à esfera federal.
Por outro lado, o ministro Marco Aurélio, relator de uma das ações, indeferiu a liminar argumentando que as imunidades estabelecidas na Constituição Federal são aplicáveis, por expressa disposição, aos deputados estaduais. Na mesma linha decidiu o ministro Alexandre de Moraes, que apontou a possibilidade de revisão, pelo Poder Judiciário, das decisões tomadas com abuso de poder ou desvio de finalidade pelas assembleias legislativas.
Também se referiram à extensão expressa, formulada pelo constituinte originário, os ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello.”
	Rogério Sanches entende que não havia possibilidade de restringir a decisão do STF na ADI 5526 aos parlamentares federais, pois o art. 27, §1º, da Constituição é expresso ao estender aos deputados estaduais as imunidades – no plural – concedidas aos parlamentares federais: 
“Data maxima venia, os argumentos utilizados para a concessão da liminar são demasiadamente genéricos e não se sustentam (e, se bem aplicados, funcionam contrariamente à decisão tomada pelo próprio STF na ADI 5526).
Ora, o fato de que o Judiciário faz um juízo técnico-jurídico,não político, aplica-se também ao STF no tocante aos parlamentares federais; o fato de que o STF não estabeleceu nenhuma extensão aos deputados estaduais quando decidiu a ADI 5526 é de todo irrelevante, pois a Constituição Federal estabelece expressamente a extensão; o argumento de que, até o recebimento da denúncia, a prerrogativa de decidir sobre qualquer medida é do Judiciário também se aplica aos parlamentares federais; tampouco se sustenta o argumento de que a decisão sobre a prisão é uma prerrogativa da instituição, não dos parlamentares, porque a Constituição trata dessa prerrogativa como uma imunidade parlamentar e a estende ao âmbito estadual, no qual também existem instituições (no caso, as assembleias legislativas); e nem se fale do argumento de que imunidades não podem significar impunidade. Ora, isso é evidente, porém não é disso que se trata. O que está em jogo é a aplicação de uma regra constitucional expressa e muito clara que estende aos parlamentares estaduais as imunidades – todas – estabelecidas para os congressistas.
O equívoco, parece-nos, iniciou-se na decisão que concedeu ao Legislativo o poder de rever determinações judiciais. Na verdade, a pretexto de obstar a utilização do cargo – e consequentemente das imunidades – para a prática de ilícitos e de evitar a impunidade, o STF decidiu por aplicar medidas penais que a Constituição Federal não contempla; e, para diminuir o impacto dessa iniciativa e evitar o enfraquecimento do sistema de separação de poderes, decidiu conferir ao Congresso Nacional uma espécie de controle sobre decisões judiciais, controle este que a Constituição Federal tampouco contempla. Agora, ao que parece, busca evitar os efeitos negativos de sua própria decisão”.
	Na conclusão do julgamento do pedido liminar, o tribunal concluiu, por seis votos a cinco, pela extensão das imunidades formais aos parlamentares estaduais.
	O ministro Dias Toffoli retificou seu voto para aderir à tese de que as imunidades formais podem ser estendidas aos parlamentares estaduais. No mesmo sentido votou o ministro Ricardo Lewandowski, que se ateve ao texto expresso do art. 27, §1º e apontou que no conflito entre preservação da imunidade parlamentar e a eficácia da persecução penal, “do ponto de vista de densidade histórica, a proteção da imunidade parlamentar possui muito mais peso e substância”.
	Alinhando-se à tese contrária, o ministro Luís Roberto Barroso argumentou que, mesmo em relação a parlamentares federais, a Constituição só admite que o Parlamento delibere sobre a prisão de seus membros em situação de flagrante de crime inafiançável. Logo, não se cogita de nenhuma extensão aos deputados estaduais. O ministro seguiu a linha de seu próprio voto – vencido – na ADI 5526, ou seja, pela possibilidade de decretação de qualquer medida cautelar sem submissão à apreciação do Legislativo, independentemente da restrição provocada no exercício do mandato parlamentar.
	Segundo Sanches, a conclusão a que se chegou era mesmo inevitável em razão da simetria estabelecida pelo art. 27, §1º, da Constituição Federal. Se houve deslize – reitere-se –, isto se deu em decisões anteriores que criaram institutos não contemplados pelo ordenamento constitucional.	
6. Imunidade dos vereadores
	Os vereadores, por força do artigo 29, VIII da CRFB, desfrutam somente de imunidade absoluta, desde que suas opiniões, palavras e votos sejam proferidos no exercício do mandato (nexo material) e na circunscrição do Município (critério territorial). O critério territorial não existe para o parlamentar federal e estadual, basta que haja o nexo material, não é necessário verificar o critério territorial.
	Segundo o STF o vereador pode ter foro por prerrogativa de função (foro especial) prevista em Constituição Estadual, mas somente para alcançar crimes funcionais e sob a ótica da decisão do supremo (binômio). Logo, em regra, processo crime em face de vereador tramita perante o juízo de primeiro grau, salvo se houver previsão diversa na constituição estadual (com base no artigo 125, §1°) e tenha a ver com a função e no exercício dela.
	Os vereadores possuem imunidade absoluta, mas não possuem imunidade relativa. Não têm a garantia de imunidade parlamentar formal, logo, os vereadores podem se submeter a processo penal e suas medidas cautelares independentemente de prévia licença da Câmara de Vereadores.
	Exemplo: as constituições do Piauí e do Rio de Janeiro definiram o Tribunal de Justiça para julgar os vereadores. A regra é que o vereador não tem prerrogativa, sendo julgado pelo juiz singular e cabendo as prisões cautelares contra ele.
7. Foro por prerrogativa de função X tribunal do júri
	O foro por prerrogativa de função, previsto na CRFB/1988, prevalece sobre a competência constitucional do tribunal do júri (é a Carta Maior excepcionando a si mesma). Dentro desse espírito, caso pratique crime doloso contra a vida (lembrando que tem de ser no exercício da função e em razão dela – o que é difícil na prática), o congressista será julgado perante o STF, enquanto que o parlamentar estadual será julgado pelo TJ ou TRF.
	Somente o vereador é julgado pelo tribunal do júri, porque seu foro advém da Constituição Estadual (Súmula Vinculante nº 45).
Súmula Vinculante nº 45 – “A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual”.
	Não sendo um homicídio cometido no exercício da função e em razão dela, em quaisquer dos casos o foro competente será o do tribunal do júri.
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