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Ciência Política - Caso Concreto 2

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Ciência Política 
Caso Concreto 2 
O Contratualismo possa ser considerado um tipo de teorização bastante cara 
não somente ao campo da chamada Ciência política, mas também à Filosofia e 
ao Direito, é difícil precisar e delimitar sua área de alcance. Embora os principais 
contratualistas sejam oriundos do campo da filosofia (como se sabe, Hobbes, 
Locke e Rousseau são nomes consagrados no campo filosófico), a teoria 
construída se estende largamente por todas as demais áreas citadas. 
Assim, o contratualismo, como uma linha teórica abrangente, tem por pretensão 
analisar os fundamentos que explicam o surgimento da sociedade, do Estado, 
bem como aqueles que justificam a autoridade política. Porém, ao seguirmos 
este caminho, acabamos, consequentemente, por nos defrontar com conceitos 
fundamentais da área da Política, que adquirem sentido quando associados às 
premissas teóricas do contratualismo. (Livro do Proprietário: Ciência política / 
Marcelo Machado Lima; Guilherme Sandoval Góes. 
Rio de Janeiro: SESES, 2015, pag. 46) 
Diante do texto acima e, de acordo com o que você apreendeu da leitura 
referente à Aula 2, responda: 
A) Para Hobbes o estado de natureza é de paz? Justifique sua resposta. 
Resposta: Para entendermos a teoria contratualista hobbesiana é 
imprescindível que comecemos pela sua visão antropológica, ou seja, 
pela forma como ele compreende o ser humano. Segundo Hobbes, o 
homem é movido por inclinações inatas (conatus), sendo que: a) se por 
um lado, o orgulho e a vaidade o levam a que deseje ardentemente a 
glória; b) por outro lado, é ele assediado de forma igualmente apaixonada 
pelo desejo de se conservar vivo, o que o leva a temer de forma profunda 
a morte. São duas paixões que convivem simultaneamente. Analisemos 
melhor: se a primeira inclinação o leva a um desejo perpétuo e incessante 
de adquirir cada vez mais poder e a entrar em conflito com os seus 
semelhantes (nesse sentido, o homem, em Hobbes, seria um ser 
antissocial e egoísta) e, consequentemente, colocando-o em situação de 
permanente perigo, a outra inclinação atenuaria o apetite desenfreado 
pela paixão à glória. O entendimento desta “antropologia” hobbesiana 
facilita enormemente a compreensão do que significa para ele o chamado 
“estado de natureza”. Porém, antes de continuarmos, talvez seja o caso 
de explicarmos o que é este “estado de natureza” de uma forma genérica. 
Trata-se de uma situação hipotética, imaginada por certos filósofos, na 
qual se encontrariam os homens antes de se organizarem em sociedade. 
Observem que é uma visão que confronta completamente aquela que nós 
estudamos um pouco acima, nas teorias naturalistas, nas quais o homem 
seria, naturalmente, um ser social. Como se vê, embora no contratualismo 
a natural sociabilidade defendida por autores como Aristóteles seja 
colocada em questão, a verdade é que, principalmente em Hobbes e 
Rousseau, a ideia de um homem isolado é fictícia, com fins meramente 
teóricos, não encontrando qualquer validação na história. Portanto, 
cuidado, o estado de natureza é tão som ente uma situação hipotética, na 
qual o homem estaria fora de qualquer organização política. Indo adiante, 
no estado de natureza em Hobbes, ausentando-se normas e leis, o direito 
natural seria o direito de todos os homens sobre todas as coisas e também 
sobre todos. Na falta de um poder superior que limitasse o poder de cada 
um, é aquele orgulho e aspiração de glória a que nos referimos acima, 
que vai transformar “o homem em lobo do próprio homem”, pois os 
homens são iguais e sua inclinação pela glória (também denominada 
“honra” em sua obra) faz com que estejam dispostos a se matarem. 
Observe que n este caso não teríamos nem mesmo um a organização 
social, razão pela qual se diz que o homem hobbesiano é “antissocial”. 
Isso acarreta um estado de guerra perpétuo, que Hobbes define como a 
“guerra de todos contra todos”, em que a violência parece ser 
incontornável. Mas, como veremos, Hobbes apresenta uma solução para 
este problema. 
 
B) Para Hobbes o pacto seria de submissão ou de cooperação entre os 
indivíduos e o governante? Justifique sua resposta. 
Resposta: Para o autor o pacto é de submissão, visto que os indivíduos 
abrem mão de todos os seus direitos, para viver em sociedade, em 
harmonia. 
C) Qual a finalidade do Estado em Hobbes? Justifique sua resposta. 
Resposta: O Estado, em Hobbes, objetiva preservar a vida de seus 
indivíduos (Segunda Lei da Natureza). No curso dessa finalidade, ele 
exerce as seguintes funções: a) representa os cidadãos, pois, 
personificando aqueles que a ele (Estado) livremente delegaram todos 
os seus direitos e poderes, encontra legitimada a submissão de todos à 
sua autoridade soberana; b) assegura a ordem, ou seja, garante a 
segurança de todos, monopolizando o uso da força estatal; e c) é a única 
fonte da lei, porque a soberania, sendo absoluta, dita o que é justo e o 
que é injusto.

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