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O USO DO CINEMA COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA COMPREENSÃO DA DISLEXIA

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1
ANDERSON DE SOUZA PINTO
O USO DO CINEMA COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA COMPREENSÃO DA DISLEXIA
IVAIPORÃ
2019
ANDERSON DE SOUZA PINTO
O USO DO CINEMA COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA COMPREENSÃO DA DISLEXIA
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como requisito para obtenção do grau de licenciado em Pedagogia pelas Faculdades Integradas do Vale do Ivaí 
Orientador (a): Prof. Dr. Albino, Denikid Araújo
IVAIPORÃ
2019
AGRADECIMENTO
A Deus pela oportunidade e pelo privilégio que me foi dada em compartilhar tamanha experiência, iluminando e guiando meus caminhos.
A minha família pela paciência em tolerar minha ausência e sempre me apoiar.
A todos os professores que contribuíram decisivamente para a minha formação acadêmica, profissional e pessoal, demonstrando carinho, dedicação e atenção ao longo do curso.
A todos os que contribuíram com suas reflexões para o desenvolvimento deste trabalho
O USO DO CINEMA COMO RECURSO PEDAGÓGICO NA COMPREENSÃO DA DISLEXIA
 Anderson de Souza Pinto – UNIVALE
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo discutir o cinema, mais especificamente o filme Como Estrelas na Terra, como um recurso para facilitar a compreensão do que é Dislexia, distúrbio de aprendizagem que acarreta dificuldades de leitura e escrita. A pesquisa envolve a elaboração e aplicação de um questionário junto a futuros professores que assistiram previamente à obra cinematográfica, com o intuito de verificar o impacto do filme sobre o espectador e seu potencial para informar e sensibilizar o público a respeito das consequências do distúrbio na vida escolar de um jovem.
Palavras–chave: Cinema. Dislexia. Aprendizagem.
ABSTRACT
The paper analyzes the cinema, specifically the film Como Estrelas na Terra, as a resource to understand what Dyslexia is, a learning disorder that leads to reading and writing difficulties. The research presents a questionnaire applied to future teachers who have previously attended the cinematographic play, in order to verify the film impact on the viewer and its potential to inform and raise public awareness about the Dyslexia consequences in young man life.
Keywords: Cinema. Dyslexia. Learning processes. 
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	6
2 DESEMPENHO ESCOLAR, INCLUSÃO E DISLEXIA	7
2.1 INCLUSÃO ESCOLAR: DIREITO E NECESSIDADE	7
2.2 DISLEXIA	9
2.2.1 Métodos de aprendizagem	11
3 O CINEMA, A ARTE DA IDENTIFICAÇÃO	12
4 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO	15
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS	17
REFERÊNCIAS	19
INTRODUÇÃO
A escolarização de crianças com necessidades educacionais especiais é garantida por lei, por isso, é necessário que a escola e toda a comunidade escolar trabalhem de maneira inclusiva para atender as especificidades desses alunos. 
O presente Trabalho de Conclusão de Curso defende essa ideia, discutindo a Dislexia e o uso do Cinema para conscientização social, especialmente junto a futuros professores. O objetivo deste trabalho é compreender como a obra pode ajudar no entendimento do distúrbio de aprendizagem e no combate ao preconceito contra os estudantes disléxicos. Na medida que, como diz Piovesan (2010, p. 05), “o professor tem papel fundamental como mediador na utilização do filme e aprendizado do aluno para que haja um melhor aproveitamento dessa ferramenta”. 
O trabalho encontra-se dividido em cinco partes: na primeira, discute-se a inclusão de crianças com necessidades especiais na escola; a segunda expõe o conceito de Dislexia; a terceira apresenta o uso do cinema como um possível material de trabalho para o professor em sala de aula; a quarta expõe o Atendimento Educacional especializado é um serviço novo que dá condições para o sucesso da inclusão escolar; na quinta, por fim, há as considerações finais e as referências. 
Embasam este trabalho as pesquisas de Mantoan e Pietro (2006), Condermarin e Blomquist (1986), Piovesan (2016), dentre outros. 
 
2 DESEMPENHO ESCOLAR, INCLUSÃO E DISLEXIA
2.1 INCLUSÃO ESCOLAR: DIREITO E NECESSIDADE
Nos dias atuais, observamos que as diferenças culturais, sociais, religiosas, éticas e até mesmo de gênero ganham destaque nas discussões em educação e na sociedade em geral. O reconhecimento da diversidade torna-se uma condição necessária para que se possa compreender o mundo e o indivíduo. 
Nessa perspectiva, há a busca legal por igualdade de oportunidades entre alunos que podem ser diferentes no seu modo de existência. No entanto, na prática, a realidade é outra:
A igualdade de oportunidade é perversa, quando garante o acesso, por exemplo, à escola comum de pessoas com alguma deficiência de nascimento ou de pessoas que não têm a mesma possibilidade das demais, por problemas alheios aos seus esforços, de passar pelo processo educacional em toda a sua extensão. [...]. Mais um motivo para se firmar a necessidade de repensar e de romper com o modelo educacional elitista de nossas escolas e de reconhecer a igualdade de aprender como ponto de partida e as diferenças no aprendizado como processo e ponto de chegada. (MANTOAN; PIETRO, 2006, p. 20).
A educação deve permitir condições para que o aluno aprenda e suas necessidades especiais podem, inclusive, ser o ponto de partida para o desenvolvimento da aprendizagem. “Aprender depende de momentos em que o aluno seja capaz de expressar, dos mais variados modos, aquilo que já sabe e, consequentemente, o que pode aprender a seguir”. (MANTOAN; PIETRO, 2006, p. 21). 
Diante desses fatos, a escola não pode continuar ignorando o que acontece ao seu redor e segregando os alunos por suas diferenças. A discriminação não pode existir no ambiente escolar, pois gera conflitos, separação e revolta entre professores/alunos e alunos/alunos. 
Essas situações não se enquadram na cultura da igualdade das escolas, introduzindo nelas um elemento complicador que se torna insuportável e delirante para os reacionários que as compõem e as defendem tal como ela ainda se mantém. Se ela é recusada, negada, desvalorizada, há que assimilá-la ao igualitarismo essencialista e, se aceita e valorizada, há que mudar de lado e romper com os pilares nos quais a escola tem se firmado até agora. (MANTOAN; PIETRO, 2006, p. 18-19)
A escola deve acolher os alunos com necessidades especiais e os professores devem trabalhar com metodologia diferenciadas porque o acesso aos estudos é direito de todos os alunos. Mantoan e Pietro (2006, p. 36) reforçam que: 
a escola tem como tarefa realizar intervenções e ações para que seja um espaço de aprendizagem para todos os alunos. Para isso, será necessário a elaboração de novos projetos escolares, visando ao aprimoramento de sua proposta pedagógica, dos procedimentos didático – metodológicos e avaliativos para firmar o direito de aprendizagem dos alunos.
Para acolher os alunos, a escola deve planejar novos projetos escolares, aprimorando os procedimentos didático–metodológicos e as avaliações para que os alunos possam adquirir conhecimentos sem diferença dos demais (MANTOAN; PIETRO, 2006).
Os professores também têm o compromisso de atender as necessidades individuais de cada aluno e dar condições para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos com necessidades especiais. Mantoan e Pietro (2006, p. 60), ressaltam que: 
Uma das competências previstas para os professores manejarem suas classes é considerar as diferenças individuais dos alunos e suas implicações pedagógicas como condição indispensável para a elaboração do planejamento e para a implantação de propostas de ensino e de avaliação da aprendizagem, condizentes e responsivas às suas características (MANTOAN; PIETRO, 2006, p. 60)
As autoras também falam que os professores precisam ter a formação correta para trabalhar com esses alunos: 
Todo plano de formação deve servir para que os professores se tornem aptos ao ensino de toda a demanda escolar. Dessa forma, seu conhecimento deve ultrapassar a aceitação de que a classe comum é, para os alunos com necessidades educacionais especiais, um mero espaço de socialização. (MANTOAN; PIETRO, 2006, p. 60).Em se tratando de inclusão, optou-se nesse estudo pela busca de conhecimentos sobre alunos com Dislexia, com vistas a aluna observada durante o Estágio Supervisionado.
2.2 DISLEXIA
Durante a prática dos estágios supervisionados do Curso de Pedagogia, observou-se que havia uma grande quantidade de alunos com problemas de aprendizagem e, em uma das salas onde as observações foram desenvolvidas, havia uma menina com diagnóstico de Dislexia. 
O comportamento da criança diante das atividades que a professora passava, principalmente na leitura dos textos, era diferente dos demais porque ela tentava apontar o lápis a toda hora e pedia para ir no banheiro também. Observa-se que a criança estava desconfortável no ambiente de ensino e o transtorno poderia ser o motivo.
Para compreender melhor o conceito de Dislexia, Condemarin e Blomquist conceituam que: 
Entendemos pela expressão dislexia específica, ou dislexia de evolução, um conjunto de sintomas reveladores de uma disfunção parietal ou parietal occipital, geralmente hereditária, ou às vezes adquirida, que afeta a aprendizagem da leitura num contínuo que se entende do sintoma leve ao severo. A dislexia é frequentemente acompanhada de transtornos na aprendizagem da escrita, ortografia, gramática e relação. A dislexia afeta os meninos numa proporção maior que as meninas. [...] Termo dislexia é aplicável e uma situação na qual a criança e incapaz de ler com a mesma facilidade com a qual leem seus iguais, apesar de possuir uma inteligência normal, saúde e órgãos sensoriais intactos, liberdade emocional, motivação e incentivos normais, bem como instrução adequada. (CONDEMARIN; BLOMQUIST, 1986, p.21).
É importante destacar que as dificuldades que os disléxicos apresentam para a leitura não deve ser confundida com a incapacidade de aprender. Nas palavras de Condermarin e Blomquist (1986), 
[...] dificuldade para captar o significado dos símbolos gráficos frequentemente é confundida com a incapacidade para aprender. Uma incapacidade para aprender diferente de uma incapacidade para ler, que pode provir de um grande número de causas. Pode ser o resultado de uma inteligência inferior. Um indivíduo com quociente intelectual de 50 a 70 raramente será capaz de ler além de um nível de quarta série primária (CONDEMARIN; BLOMQUIST,1986, p. 16).
Os mesmos autores relatam que uma criança com baixo quociente intelectual terá mais dificuldades na aprendizagem da leitura. “A dificuldade para ler é em consequência de natureza secundária, não específica”. (CONDEMARIN; BLOMQUIST,1986, p. 17).
Condermarin e Blomquist (1986) relatam que algumas crianças possuem imaturidade para iniciar a aprendizagem da leitura por terem a idade menor que seis anos de idade: 
A imaturidade na iniciação da aprendizagem constitui uma causa frequente de dificuldades na aprendizagem da leitura. As investigações demonstram que a instrução formal da leitura deve iniciar-se quando a criança possui uma ideia mental de seis anos e meio aproximadamente. Essa iniciação formal refere-se ao ensino sistemático dos símbolos gráficos (CONDEMARIN; BLOMQUIST,1986, p. 17).
Por conta disso, as crianças podem adquirir dificuldades de aprendizagem na leitura por conta de sua imaturidade, não tendo nada a haver com Dislexia. 
Ainda estudando o livro de Condermarin e Blomquist (1986), é possível entender que existem crianças cujo mau rendimento escolar é fruto de problemas emocionais. 
Está demostrado que tanto a angústia como a depressão diminuem a eficiência da aprendizagem: pais excessivamente severos, autoritários ou ansiosos podem originar, por deslocamento medo do professor ou fobia à escola (CONDEMARIN; BLOMQUIST,1986, p. 17).
Nada impede, porém, que o estudante tenha problemas com a Dislexia e também enfrente consequências emocionais decorrentes do distúrbio. Assim relatam os autores: 
Consciente de suas possibilidades intelectuais, o disléxico sofre em função de seu mau rendimento escolar, e diante de seus repetidos fracassos “retira-se” da competição, tornando-se uma criança deprimida (CONDEMARIN; BLOMQUIST, 1986, p.18).
Outro aspecto que prejudica o disléxico é a carência cultural, pois experiências com livros e outros conteúdos escritos ajudam a desenvolver a leitura e a escrita: 
Para as crianças culturalmente carentes, a maioria dos símbolos da página impressa são vazios de significados, na medida em que apresentam experiências que nada têm a ver com elas. O aspecto cultural afeta tanto a motivação como o incentivo para a aprendizagem (CONDEMARIN; BLOMQUIST, 1986, p.18).
Assim, algumas crianças também são afetadas pelo meio cultural onde vivem, pela escassez de informações e incentivo dos familiares para o desenvolvimento da leitura.
2.2.1 Métodos de aprendizagem 
Também é importante destacar que nem sempre o trabalho dos professores é o melhor porque não atende à criança de maneira específica:
a instrução pode ser inadequada porque não está adaptada àquela criança individualmente, ou não é sistemática, ou o professor não enfatiza as habilidades básicas, ou então não utiliza um método único apropriado” (CONDEMARIN; BLOMQUIST, 1986, p.19).
Ainda de acordo com os mesmos autores, as condições metodológicas inadequadas podem ser identificadas por um ou mais fatores dentre os abaixo: 
- Demasiada ênfase em algum aspecto do processo, por exemplo no fonético, pode produzir uma leitura excessivamente analítica que limita a compreensão e a velocidade da leitura;
- Um método sobrecarregado, monótono, difícil e que descuida os interesses infantis na seleção do vocabulário e dos temas pode criar na criança uma atitude negativa e de recusa com relação à leitura;
- Rigidez ou falta de flexibilidade por parte do professor quanto à aplicação do método, ou inadequação com relação às diferenças individuais das crianças, pode criar também atitudes negativas;
- Falta de instrução naquelas habilidades que, por seu nível de dificuldades, requerem mais exercício, pode afetar o domínio da etapa e das seguintes da aprendizagem. (CONDEMARIN; BLOMQUIST, 1986, p.19).
Atuar no processo educacional de estudantes disléxicos requer conhecimento do distúrbio, sensibilidade para lidar com crianças muitas vezes já traumatizadas com o ambiente escolar e, em casos graves, até vítimas de bullying. É preciso incentivar os futuros professores para a necessidade de conhecer e discutir o problema, entendendo a Dislexia do ponto de vista mais importante, o do portador.
Nesse sentido, o cinema pode ser uma importante ferramenta de conscientização e informação.
3 CINEMA ARTE DA IDENTIFICAÇÃO 
Atualmente, a maioria das pessoas busca um lugar de reflexão para lidar com os problemas da vida em sociedade, dilemas que podem envolver questões de relacionamento, economia e atém mesmo de cultura. Um dos espaços para essa meditação é o cinema, que deixou de apresentar somente filmes de pura ficção e, atualmente, expõe histórias voltadas para situações da realidade social das pessoas. Ao longo da sua história, o cinema passou a ser visto de forma mais abrangente, saindo da fantasmagoria, da ficção e passando a retratar as questões sociais, econômicas, políticas e culturais (PIOVESAN, 2016, p. 03).
Partindo dessa análise, pode-se dizer que o cinema é uma manifestação cultural, pois ela pode influenciar o modo de viver do espectador. A autora Piovesan (2016, p. 02) define o que é cultura através das contribuições de alguns autores:
O estudo da cultura é muito importante também nesse momento, pois, a cultura é que determina a maneira de pensar, agir e interagir dos indivíduos, segundo o ponto de vista de diversas áreas, inclusive da Antropologia e da Sociologia, e a partir do conhecimento de cultura que podemos entender o homem como um ser cultural e social de acordo com alguns teóricos como Thompson (1995), Geertz (1978) e Costa (2007).
 
Em se tratando de cultura, o cinema é um espaço em que as pessoas podem adquirir ideias, modificar comportamentos e definir novos meios de vida em sociedade. Além disso, o cinema é o meio mais práticode retratar o tempo e o espaço através de montagens e cortes de cenas. O olhar no cinema tem um significado muito importante, serve de mediador entre o espectador e o que é projetado (PIOVESAN, 2016, p. 03).
Piovesan (2016, p. 04) afirma também que o cinema estimula emoções e afetividades, citando estudos de Wallon, apud Piovesan (2016), que investiga como a emoção e a razão estão interligados, sendo a afetividade dependente de construções ligadas a inteligência de cada indivíduo. A autora entende também que, além do cinema, um dos contextos mais apropriados para desenvolver esses sentimentos é a escola, em meio às relações entre o aluno com os colegas, professores e demais pessoas, se possível, numa relação de afetividade. Assim, Piovesan diz que: 
A escola pode ser considerada a mediadora das relações entre os alunos e entre a família e a escola, fazendo a interligação entre o desenvolvimento cognitivo necessário para o aprendizado do aluno buscando a compreensão dos aspectos afetivos relacionados as convivências escolares como também aos familiares que podem ser os propulsores de comportamento aprendidos e refletidos em sala de aula (PIOVESAN, 2016, p. 04). 
Pode-se pressupor que, se o aluno tem relacionamentos de afetividade dentro do ambiente escolar, ele pode desenvolver mais e melhor sua aprendizagem, podendo vivenciar emoções fortes com a mediação do professor, profissional que pode reduzir tensões e conduzir os alunos para climas mais tranquilos e propícios à aprendizagem. 
Para isso, o professor pode apresentar durante suas aulas filmes que despertem emoções produtivas, com conteúdos relacionados a situações de vivência do dia a dia, na tentativa de que haja mudanças na maneira de pensar e nas histórias de vida dos alunos. Dessa forma, são acionadas funções cognitivas de atenção, percepção, memória, entre outras, importantes para a interpretação e entendimento dos filmes, mesmo que não se possa ter certeza absoluta da forma como os estudantes vão interpretar as obras, pois os significados construídos por cada um estão relacionados às histórias de vida e à cultura em que os alunos estão inseridos (PIOVESAN, 2016, p. 04).
Sendo asssim, se os filmes despertam emoções e até mesmo afetividade, os professores podem trabalhar com filmes que tragam mensagens sobre a inclusão de alunos com necessidades especiais. Piovesan acredita que, por meio de filmes, um aluno pode se colocar no lugar dos personagens e sentir sua alegria, sua dor, sua ansiedade e outros sentimentos. Assim, os filmes permitem, através da identificação, que o espectador “se veja” dentro dos personagens, sem utilizar a própria visão, mas sim a deles. Trata-se de tentar se colocar no lugar de alguém, compreender sua alegria, sua dor, felicidade ou angústia (PIOVESAN, 2016, p. 05).
Em função disso, percebe-se que o cinema oferece uma perspectiva muito boa para o uso em sala de aula como uma ferramenta de apoio ao professor, assim construindo muitos sentidos que podem ser discutidos com os alunos. Para Piovesan (2016), o cinema em sala de aula pode ser utilizado como ferramenta pedagógica para ajudar no ensino-aprendizagem:
[...] vemos que o uso deste meio de comunicação pode ajudar a ampliar e avançar na formação cultural do professor e do aluno. A arte cinematográfica contribui para disseminar a arte e a cultura e pode exercer influência positiva nos estudantes e professores quanto bem utilizadas (PIOVESAN 2016, p. 06). 
Por conta disso, o cinema pode ser um dos meios didáticos que o professor poderá utilizar para facilitar a compreensão dos conteúdos.
O professor deve ser o mediador entre o filme e a realidade em que seu aluno vive, encontrado peças-chaves para trabalhar os conceitos importantes que o cinema apresenta. Para Piovesan (2016): 
[...] o fácil acesso à tecnologia, às mídias possibilita excesso de informações que devem ser trabalhadas em sala de aula, é preciso a mediação do professor para que haja um melhor aproveitamento por parte dos alunos diante de tantas informações (PIOVESAN, p. 07).
Observa-se que o professor pode e deve utilizar o cinema com fins sociais e educacionais, a depender, claro, do potencial da obra. Algumas são mais difíceis, outras mais fáceis de serem discutidas em sala de aula, como o que ocorre com Como Estrelas na Terra, filme que trata da Dislexia e suas graves consequências.
4 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
O aluno com deficiência exige do profissional da educação um olhar sensibilizado, compreensivo e adaptador acerca das atividades e convívio social. Cada deficiência possui suas particularidades e singularidades, mas isso não torna o aluno um ser inerte, ele pode aprender, ensinar, e desenvolver as suas habilidades. Dessa forma, BEDAQUE (2014)
A necessidade de quebra de barreiras para um trabalho colaborativo é primordial pode ajudar a quebra de estigma. A professora da sala regular não entende a inclusão escolar, e sua dificuldade de acolher o aluno é evidente, marca da descrença e reflexo de uma cultura de que a escola não é para ele. (BEDAQUE, P. 161. 2014)
A sala de atendimento especializado funciona como mediador da relação de aprendizado em sala de aula regular e desenvolvimento das competências, sendo assim um recurso da educação especial na rede regular de ensino. É verdade que os professores, na realidade escolar brasileira de salas lotadas, muitas vezes, não tem condições ou oportunidades de ter esse olhar sensibilizado a respeito dos alunos deficientes. É nessa etapa que se encaixa o AEE, possibilitando essa atenção especial ao aluno, atendendo às suas necessidades.
No Atendimento Educacional Especializado, são disponibilizados diversos recursos para a fomentação de uma educação digna para os alunos com deficiência. Com diversos jogos que estimulam raciocínio lógico e espacial, a coordenação motora, assuntos matemáticos e de Língua Portuguesa, auxiliam o aluno a diversificar seus conhecimentos e aprender de uma forma divertida e inteligente. Uma opção para crianças que cuja deficiência gera a falta de concentração, as cores e desenhos atrai na criança o desejo de descobrir, e utilizar a ferramenta. 
A ferramenta digital (computadores) parte do pressuposto de inserção as novas tecnologias e redes sociais, além da adaptação as necessidades de cada deficiência, há a adaptação as condições sociais hoje vividas. As redes sociais são algo que todos estão usando, se comunicando, e é mais uma forma de aprendizado e interação que possibilita inserir o aluno com deficiência em ambientes diversificados. É importante a apresentação de algo novo, como o computador, sempre ensinando o quanto essa tecnologia é útil para o aprendizado.
O AEE é de fundamental importância porque trabalha as reais necessidades do aluno, respeitando os ritmos de aprendizagem e as peculiaridades de cada um, desenvolvendo a autonomia dos alunos, facilitando a aquisição de seus valores, além de favorecer a compreensão de conhecimentos relacionados à aplicação de situações de vida diária, contribuindo para o desenvolvimento das potencialidades de cada aluno proporcionando a aquisição de habilidades inter e intrapessoais, disponibilidade permanente para aprender, facilitando a caminhada ao saber; contribuir para que o aluno construa gradualmente os seus conhecimentos, pelos processos de avanços e recuos inerentes ao seu próprio ritmo, evoluindo a cada passo. Assim o AEE é
uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, graus e etapas do percurso escolar e tem como objetivos, entre outros, identificar as necessidades e possibilidades do aluno com deficiência, elaborar planos de atendimento, visando ao acesso e à participação no processo de escolarização em escolas comuns, atender o aluno com deficiências no turno oposto àquele em que ele freqüenta a sala comum, produzir e/ou indicar materiais e recursos didáticos que garantam a acessibilidade do aluno com deficiência aos conteúdos curriculares, acompanhar o uso desses recursos em sala de aula, verificando sua funcionalidade, sua aplicabilidadee a necessidade de eventuais ajustes, e orientar as famílias e professores quanto aos recursos utilizados pelo aluno (SARTORETTO; SARTORETTO. 2010, p 2).
A atuação no AEE deve ser exercida pelo professor que deve ter formação inicial que o habilite para o exercício da docência e formação específica na educação especial, inicial ou continuada. Esse professor não tem como único papel o atendimento ao aluno. Suas atribuições estão ligadas a ações que promovam igualmente e disponibilidade de recursos de acessibilidade. 
BEDAQUE (2014), ressalta
As condições singulares de cada escola e os contextos vivenciados pelos educadores os desafiam a se reorganizarem, a mudarem concepções, posturas e a promoverem ações pedagógicas que permitam criar e recriar o modelo educativo escolar, considerando todas as possibilidades de ser e de aprender de seus alunos. Portanto, a interação do professor do AEE e do professor de sala regular requer ações em conjunto, tendo como elemento essencial a criatividade na perspectiva de um trabalho coletivo consciente. (BEDAQUE. P. 66. 2014) 
Partindo desse pressuposto, é notável que para uma efetivação da educação de crianças e adolescentes com deficiência, é necessário um trabalho conjunto de professor de AEE, escola, professor regular, família e auxiliar, possibilitando assim, meios acessíveis e eficazes de educação.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em se tratando da inclusão de todos os alunos na Educação Básica, Mantoan apresenta a legislação que garante esse processo nas escolas, “[...]a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 96) deixa claro que o ensino especial é uma modalidade e, como tal, deve perpassar o ensino comum em todos os seus níveis – da escola básica ao ensino superior” (MANTOAN, 2006, p.25).Mas, para que a legislação seja cumprida e os alunos com necessidades especiais tenham acesso a seus direitos, o Estado tem que cumprir metas e deveres com a educação: 
[...] há que assegurar não apenas o acesso, mas a permanência e o prosseguimento do estudo desses alunos e não retirar do Estado, por nenhum motivo, essa obrigação, exigindo, postulando o cumprimento das leis, para atender às necessidades educacionais de todos (MANTOAN, 2006, p. 25).
Disléxicos podem e devem ser alfabetizados, prosseguir na escola e ter uma vida normal, como apontam Condemarin e Blomquist:
Com uma condução adequada os disléxicos podem realizar consideráveis processos e atingir a habilidade necessária para ler com fins práticos. Isto é, podem chegar a ser capazes de interpretar notícias, propaganda, jornais e cartas, mas é provável que continuem sendo leitores recalcitrantemente preguiçosos. Muitos ex-disléxicos, como poderíamos chama-los, talvez nunca cheguem a ser amantes dos livros, mas podem eventualmente ler uma novela ou revista como uma forma de lazer, apenas pelo entretenimento que isso lhes pode proporcionar (CONDEMARIN; BLOMQUIST, 1986, p. 26).
Mas, para que isso aconteça, toda a comunidade escolar precisa conhecer as características da Dislexia, evitar as formas de segregação do aluno e ajudá-lo a desenvolver seu pleno potencial. Nesse sentido, o Cinema pode exercer um papel fundamental, na medida em que ensina emocionando o espectador. Uma obra cinematográfica pode ser um rico material pedagógico, já que:
Um mesmo filme pode ser analisado de diferentes formas conforme o enfoque que lhe seja dado, dependendo de quem o estiver utilizando. O filme pode ser utilizado pelos professores para trabalhar determinados assuntos em sala de aula como também pode ser utilizado para trabalhar a opinião do professor sobre determinada questão. Daí a importância de o professor saber lidar com essa ferramenta, tanto como mediador como espectador (PIOVESAN, 2010, p. 7).
No caso específico desta pesquisa, foi possível comprovar a importância do cinema, sobretudo do filme Como Estrelas na Terra, na abordagem do assunto. Apesar de já terem tido contato teórico com a Dislexia em uma disciplina sobre Educação Especial, as entrevistadas – alunas do curso de Formação de Docente – destacaram a obra cinematográfica como importante para a compreensão do distúrbio e do estudante disléxico. A educação formal não precisa ser apenas teórica, intelectual, metódica. Ela pode e deve envolver também emoções, de maneira a educar cidadãos mais conscientes das necessidades dos outros e mais solidários. 
Portanto, o ser humano aprende de acordo com sua individualidade, esta ação é heterogênea e que é regulada pelo sujeito da aprendizagem. Foram necessárias discussões difíceis, mais de grande importância para se compreender e aceitar os direitos destinados à clientela da educação especial. Diante deste estudo, podemos constatar que o aluno que é atendido pelo AEE, tem muito mais possibilidade de aprender, o que é diferente da sala comum, eliminando as barreiras existentes em sua deficiência.
REFERÊNCIAS 
BEDAQUE, Selma Andrade de Paula. Por uma Prática Colaborativa no AEE:
Atendimento Educacional Especializado. 1 ed. Curitiba: Appris, 2014.
COLÉGIO ESTADUAL BARBOSA FERRAZ. PPP – Projeto Político Pedagogico. Ivaiporã/Pr: 2018.
CONDEMARIN, Mabel; BLOMQUIST, Marlys. Dislexia: manual de leitura corretiva. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986. 
MANTOAN, Maria Teresa; PRIETO, Rosângela Gavioli. Inclusão Escolar: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2006.
LECOURS, André Roch. Dislexia: implicações do sistema de escrita do português. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. 
PIOVESAN, Angélica; BARBOSA, Lívia; BEZERRA, Sara. Cinema e educação. Artigo científico. I Simpósio Regional de Educação/Comunicação. Anais Eletrônicos, 20010. Disponível em<http://geces.com.br/simposio/anais/anais2010/> Acesso em 28 de nov. 2018.
SARTORETTO, Mara Lúcia; SARTORETTO Rui. Atendimento educacional especializado e laboratórios de aprendizagem: o que são e a quem se destinam. Disponível em: Acesso em 01/09/2015

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