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intervenções psicopedagogicas

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O PSICOPEDAGOGO E AS INTERVENÇÕES NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
LAISE RIBEIRO GIRÃO MARTINS
RESUMO: Este artigo tem como objetivo mostrar a importância do papel do psicopedagogo e as suas intervenções nas dificuldades de aprendizagem. Nesse trabalho procura-se desenvolver uma pesquisa de ação onde o foco é o aluno inserido nas escolas de educação infantil e ensino fundamental, buscando identificar quais os fatores que interferem na aprendizagem, seus estágios e o que podem ser acrescentado ao trabalho do professor permitindo que ele tenha êxito em sua dinâmica em sala de aula.
 
PALAVRAS CHAVE: psicopedagogia, aluno, professor, ambiente escolar
1 Introdução
 Uns dos objetivos da psicopedagogia é a intervenção, ou seja, a mediação entre a criança e seus objetos de conhecimento.
 As dificuldades de aprendizagem podem ser diversas e é preciso criar meios eficazes e inovador na construção do saber.
 O psicopedagogo é aquele profissional capaz de procurar compreender e fazer a intervenção com a criança ou adolescente em seus aspectos cognitivos referentes aos problemas de aprendizagem.
 Em vista dessas necessidades se reconhece que é uma ação a ser tomada por parte do psicopedagogo, a fim de aperfeiçoar as relações com a aprendizagem de alunos e educadores no contexto escolar como social e familiar. 
Graduação em Pedagogia (2013) Especialização em Psicopedagogia Institucional Instituição São Luis. Email da autora: laise.g.martins@hotmail.com. Orientadora: Maira Vieira Martins
. 
 
 As escolas costumam rotular e condenar esses tipos de alunos como vitimas de uma desigualdade social. É importante que o professor reflita sobre as causas do fracasso escolar não para se culpar, mas para abraçar a causa e procurar alternativas para solucionar os problemas. 
 Procurar compreender como ocorre o conhecimento, os fatores que interferem na aprendizagem, seus diferentes estágios e as diferentes teorias que podem transformar o trabalho do professor em processo científico. O ensino é um
 processo, ou seja, caracteriza-se pelo desenvolvimento e transformação das capacidades dos alunos em direção ao domínio dos conhecimentos e habilidades e sua aplicação. Por isso, obedece a uma direção, orientando-se para objetivos definidos de acordo com critérios de idade e preparo dos alunos.
 O ensino tem um caráter bilateral visto que faz interagir dois momentos do processo de ensino sendo um a atividade do professor e o outro com a atividade do aluno, ou seja ensinar e aprender.
 A tarefa principal do professor é garantir a unidade entre ensino e aprendizagem. O professor planeja, dirige e controla o processo de ensino tendo em vista estimular e suscitar a atividade própria dos alunos para a aprendizagem. Portanto a aprendizagem efetiva acontece quando, pela influência do professor, são mobilizadas as atividades física e mental próprias as crianças no estudo das matérias.
 As crianças vão á escola para dominarem conhecimentos e habilidades e desenvolverem operações mentais tendo em vista a preparação para a vida social e para o trabalho. Sendo assim a escola é responsável direta pelo ensino e por consequência pela democratização do saber.
 A equipe escolar deve refletir sobre a estrutura curricular e o que está sendo oferecida e a compatibilidade com a estrutura cognitiva, afetiva e social do aluno.
 Avalia-se o enfoque psicopedagógico da dificuldade de aprendizagem em crianças com déficit de atenção, compreende os processos de desenvolvimento e os caminhos da aprendizagem, entende o aluno de maneira interdisciplinar, busca-se apoio em varias áreas do conhecimento e analisa a aprendizagem no contexto escolar, familiar e no aspecto afetivo, cognitivo e biológico.
2. A psicopedagogia e as intervenções nas dificuldades de aprendizagem
 Um aluno com insucesso escolar se sente frustrado e desvalorizado e se não for percebido acarreta ainda mais prejuízos no desenvolvimento da sua personalidade. 
A proposta psicopedagógica de compreensão e intervenção junto as dificuldades de aprendizagem leva em conta todo o referencial de atitude e ampliação do olhar sobre o objeto de estudo da psicopedagogia, sendo assim, o psicopedagogo é levado a ter uma visão diferenciada sobre a aprendizagem, desresponsabilizando o portador de dificuldade, ampliando as possibilidades de suas potencialidades e habilidades, encobertas pela estagnação nas suas relações com o conhecimento.
 Normalmente as queixas em relação as dificuldades de aprendizagem parecem já estar constituídas antes mesmo de ocorrerem. A permanência de mitos no que se refere a queixa escolar, parece já fazer parte da história institucionalizada da aquisição do conhecimento sistematizado.
 Com base em todo o cenário educacional, fica claro afirmar que devemos repensar nossa pratica educativa e partirmos do pressuposto que o fracasso escolar não é uma responsabilidade somente do aluno, mas também da escola, família e de todos que estão envolvidos no processo.
 Durante muitos anos o fracasso escolar era visto como uma falta de condição do aluno em adquirir conhecimentos, sendo somente de sua responsabilidade, porem com o passar do tempo constatou-se que este problema também era de responsabilidade da sociedade e principalmente da instituição escolar que não pode contribuir para exclusão social.
 O aluno chega a escola com um grande numero de experiências de aprendizagens que muitas vezes são ignoradas pelo professor, pois antes mesmo de ingressar na escola ele já possui inúmeras vivências que deveriam servir como ponto de partida das atividades do professor.
 Cabe a escola dar continuidade a esse processo defendendo a livre expressão da criança, pois o educando enfrentará com mais liberdade o novo mundo que o aguarda.
 Na atualidade, varias pesquisas tem sido realizadas na busca de compreender o fracasso escolar na alfabetização tendo em vista os problemas que a leitura e a escrita apresentam a educação (PATTO, 1996; MICOTTI,1987; SCOZ, 1994). Essas pesquisas indicam a existência de problemas de ensino aprendizagem relativos a alfabetização, pois é na primeira série que normalmente ocorre a alfabetização.
 Com relação as dificuldades de aprendizagem, Grigorenko; Ternemberg (2003,p29)
 Dificuldades de aprendizagem significa um distúrbio em um ou mais dos processos psicológicos básicos envolvidos no entendimento ou no uso da linguagem, falada ou escrita, que pode se manifestar em uma aptidão imperfeita para ouvir, pensar, falar, ler, escrever, soletrar ou realizar cálculos matemáticos.
 Quando a criança começa a ler, a maioria dos alunos tende a ver as palavras como imagens, com uma forma particular ou padrão. Eles tendem a não compreender que uma palavra é composta de letras usadas em combinações particulares, que correspondem ao som falado. É essencial que aos alunos sejam ensinados e aprendam a arte básica da decodificação e soletração desde o início.
 A psicopedagogia, inicialmente foi entendida como pressuposto que as pessoas que não aprendiam tinham um distúrbio qualquer. Bossa (2002,p 42) esclarece que:
 A preocupação e os profissionais que atender essas pessoas eram os médicos, em primeira instância e, em seguida psicólogos e pedagogos que pudessem diagnosticar os déficits. Os fatores orgânicos eram responsabilizados pelas dificuldades de aprendizagem na chamada época patologizante, a criança ficava rotulada e a escola e o sistema a que ela pertencia, se eximiam de suas responsabilidades: “Ela (a criança) tem problemas”.
 O comportamento das crianças com déficit de aprendizagem, muitas vezes não é entendido pelos adultos que a cercam, um mundo que ao não compreende-la, torna-se eu mais cruel adversário. Muitas dessas crianças experimentam uma profunda ansiedade, pois não consegue entender porque a agressão provém justamente das pessoas que elas mais gostam; seus pais e professores. Essas crianças são aquelas rotuladas como criançasproblema, que suportam a indiferença, quando não o menosprezo e o castigo.
 São nomeados por indisciplinados, desatentos, imaturos e preguiçosos e com o tempo começam a se recusar a ir a escola. Essas crianças enviam mensagens que muitos pais e educadores não conseguem decifrar e que por muitas vezes acabam se voltando contra elas próprias. Sendo assim, pode-se considerar a dificuldade de aprendizagem como um sintoma, uma vez que o não aprender não se configura em um quadro permanente, mas constitui o conjunto de comportamentos que aparecem como sinal de descompensação. 
Assim faz-se necessário avaliar o sintoma apresentado pela criança como significante de um estado particular.
 Uma vez identificada a mensagem do não aprender, é importante definir a dificuldade de aprendizagem e considerar o processo diagnostico para que se obtenha os dados necessários para compreender o significado, a causa ou a finalidade da dificuldade ou do transtorno apresentado por aquela criança.
 Segundo Bossa(2000), a presença de um psicopedagogo no contexto escolar é essencial, ou seja, ele tem muito que fazer naquela escola. A sua intervenção inclui
- Orientar os pais;
- Auxiliar os educadores e consequentemente á toda comunidade aprendente;
- Buscar instituições parceiras (envolvimento com toda sociedade);
- Colaborar no desenvolvimento de projetos (oficinas psicopedagógicas);
- Acompanhar a implementação e implantação de nova proposta metodológica de ensino);
- Promover encontros socializadores entre corpo docente, discente, coordenadores, corpo administrativo e de apoio e dirigentes.
 O papel da psicopedagogia na formação de educadores que atuam diretamente com o aluno é primordial no contexto escolar e consiste em prepara-los para lidar com as dificuldades de aprendizagem com muita segurança. A didática com um olhar psicopedagógico inserida na sala de aula pode contribuir para uma aprendizagem realmente significativa.
 Quando o educando se percebe como um personagem protagonista neste processo de aprendizagem, o desejo de aprender é muito maior.
 A didática com um olhar psicopedagógico nos faz refletir também sobre a inter-relação professor-aluno. O educador faz parte de um professo de participação.
 A atuação psicopedagógica tem como base o pensar, a forma como o aprendente pensa e não propriamente o que aprende. É buscar aprender como eles utilizam os elementos do seu sistema cognitivo e emocional para aprender.
 Na escola, a tarefa do psicopedagogo vem, no curso de sua história, acontecendo na assistência as pessoas que apresentam dificuldades por meio do diagnostico, na prevenção das dificuldades de aprendizagem, ou seja, vai fazer um trabalho institucional: averiguar a formação dos professores, o currículo que está sendo dado e se está sendo adequado as necessidades dos alunos. E a partir dessas necessidades, se o professor está ou não preparado para atender o aluno. 
 O psicopedagogo vai intervir na formação do professor, supervisor ou orientador pedagógico, propor a intervenção no currículo, no projeto político pedagógico, na metodologia de ensino do professor, nas formas de aprender do professor.
 O psicopedagogo poderá contribuir para que haja uma boa comunicação entre escola e família, favorecendo um clima de confiança e estabelecendo um elo construtivo.
 A instituição escolar é local de desenvolvimento do saber e não de retaliação do aluno e castração de anseios. Família e escola devem se aliar no objetivo de formar um aluno capaz e bem resolvido afetivamente porque é justamente neste fator, que estão as disposições em aprender e conhecer mais, construindo e firmando o conhecimento em apoios realmente sólidos.
 No contexto da educação vem sendo discutida com maior ênfase, a necessidade de uma participação efetiva das famílias na instituição escolar e a busca de conhecimentos de como se relacionar com o aluno
 Os pais precisam dar o suporte necessário para que a escola possa fazer a sua parte e deixar a sociedade, de uma maneira geral, satisfeita com os resultados obtidos com essa parceria. 
 Na educação, a escola sempre teve um papel fundamental, e hoje, além da função de ensinar para a cidadania e para o trabalho, tem também que passar os valores fundamentais para a vida do indivíduo, sendo que esse papel também deveria ser de comprometimento familiar.
 Com o tempo, foram sendo atribuídas mais funções às escolas, principalmente pela influência econômica, política e social, e, Segundo Libâneo (2003, p. 139), “a revolução de 1930 representou a consolidação do capitalismo industrial no Brasil e foi determinante para o consequente aparecimento de novas exigências educacionais”. A intervenção psicopedagógica voltada também para a família poderá ajudar no real conhecimento delas, caso não estiverem claras ou forem apenas parcialmente compreendidas, criando a possibilidade de compreensão do outro, a adequação de papéis e de limites. Assim, o trabalho psicopedagógico requer do especialista uma real percepção de si, de maneira a não se deixar levar pelos próprios valores durante a intervenção. Isso porque o reconhecimento de um problema de aprendizagem e a intervenção mais adequada para solucioná-lo será resultado da bagagem cultural que ele traz consigo e que interferirá na sua capacidade de observação e análise de cada caso. 
 Também sua postura frente à aprendizagem terá grande influência sobre o trabalho com a família e na possibilidade de seus membros resinificarem e sentirem segurança em seus papéis de ensinante e aprendente. 
 A atuação psicopedagógica, enquanto protetora e facilitadora das relações, repercutirá em envolvimento na manutenção de um sistema familiar com uma saudável circulação do conhecimento, possibilitando o equilíbrio de poder entre seus membros, clareza na definição de papéis e de limites. 
 Enfim, a intervenção psicopedagógica buscará não se limitar à compreensão da dificuldade, mas à aquisição de novos comportamentos que levem à sua superação.
 Sugestões de intervenções psicopedagógicas
 As escolas e também algumas famílias tem apresentados algumas queixas com problemas escolares apresentados pelos alunos, as principais reclamações dos professores com relação a dificuldade de aprendizagem, vem sendo indisciplina, timidez, agressividade, problemas emocionais, evasão escolar, entre outros. E por isso, que é necessário investigar todos os aspectos que possam estar contribuindo de alguma forma para a problemática, a fim de intervir da melhor maneira possível. Então depois de feita essa avaliação, torna-se muito importante a atuação do psicopedagogo. Sabendo das dificuldades apresentadas e suas origens proporem um projeto de intervenção com recursos e estratégias, objetivando-se a ajudar a criança a superar suas dificuldades. 
 E os atendimentos têm se mostrado bastante eficientes no sentido de se atingir tal objetivo. Estes se constituem em encontros com elementos de intervenção que pode ser com a caixa de trabalho, material disparador entre outros, de caráter lúdico, individual ou em grupos de crianças, onde são realizados jogos, brincadeiras, produções artísticas, contagem de histórias e outras atividades que permitam a expressão da criança e que forneçam possibilidade de análise e desenvolvimento de habilidades que a criança necessite estar sendo desenvolvida de acordo com a avaliação diagnóstica. 
 Além do trabalho desenvolvido, a psicopedagogia institucional também em como objetivo ser parceira da coordenação, direção e professores, pois desenvolverá um trabalho pertinente as relações vinculares professor-aluno e redefinir os procedimentos pedagógicos, buscando integrar os aspectos afetivo e cognitivo.
 O trabalho psicopedagógico atua não só no interior do aluno ao sensibilizá-lo para a construção do conhecimento, mas requer uma transformação interna por parte do professor, no sentido de desenvolver no aluno a auto percepção do mundo e do outro.Sabe-se que a psicopedagogia, principalmente a institucional ainda apresenta de forma tímida e insuficiente, pois tem muito a expandir no universo educacional, tendo em vista que não faz parte da realidade das escolas públicas.
 A orientação do psicopedagogo junto ao professor deve ser constante, discutindo não apenas a relação professor aluno, mas também as que dizem respeito ao conteúdo, atuação do aluno, formas de avaliação e até mesmo a relação de receptividade dos pais.
 Desta forma o professor poderá rever constantemente na sua prática a relação afetiva e as dificuldades vivenciadas na relação com o aluno e saber esperar pela resposta da sua produção
 O processo psicopedagógico pressupõe o ensinante, o aprendente e a instituição escola, tendo como preocupação o saber. 
Deslocar a questão do modo de ensinar para o modo de como deve ser o ensino, para que o aluno aprenda na instituição que frequenta, é a ousadia do trabalho psicopedagógico.
 Dessa forma, há um trabalho com todo o corpo administrativo, entre merendeiras, atendentes, etc, entendendo que todos trabalham com educandos, ainda que indiretamente são educadores.
 Importante enfatizar que o psicopedagogo deve ousar e acreditar nas possibilidades, porem acaba sendo visto como o doutor do resgate cognitivo, tornando-se muitas vezes a ultima carta desse jogo que ocasiona sérios conflitos para o aluno.
 O que não deveria acontecer, mas infelizmente acontece é tendo em vista que na maioria das vezes o aluno passa por um período longo de tentativas na busca de avançar cognitivamente na escola, portanto ao ser retido nas séries, chegando ao seu limite, a escola acaba perdendo seus instrumentos e o encaminha como pedido de socorro ao psicopedagogo.
 É de responsabilidade do psicopedagogo acolher esse aluno e investir numa mediação bem conduzida e de qualidade para resgatar o potencial de aprendizagem que por diversas razões não se manifesta.
 Enfim o primeiro contato do psicopedagogo com o aluno será um momento de investigação, de pesquisa, buscando diagnosticar as causas que interferem na aprendizagem.
 O desconhecido precisa ser revelado, portanto esse desvelamento da real situação acontecerá com mais facilidade se houver vínculo afetivo entre o psicopedagogo e o aluno.
 Assim se torna mais fácil descortinar esse novo universo com um olhar de afeto, um olhar amoroso, pois esse aluno que está sobre sua responsabilidade precisa ser lapidado, amadurecido, enfim resgatado na sua condição de aprendiz.
 Com a construção desse vínculo cria-se uma relação de confiança mútua, tanto para o aluno como para a família, que também precisa acreditar nessa nova intervenção em busca de solução.
 O esclarecimento de uma queixa, do próprio aluno, da família e, na maioria das vezes da escola não é uma tarefa fácil, pois para o aluno assumir o “não aprender, do aprender com dificuldade, do não revelar o que aprendeu e de fugir de situações de possível aprendizagem” requer coragem. 
 Justamente por essas questões é imprescindível que o Psicopedagogo desenvolva seu trabalho com o ingrediente lúdico que é a base de todo o sucesso na aprendizagem do aluno, pois através do brincar, que o indivíduo, criança ou adulto pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu. O aspecto lúdico garante motivação para resgatar a aprendizagem que se perdeu ou que está adormecida, sem esperança, pois provoca conflitos internos, necessitando buscar uma saída. 
 É desses conflitos que o pensamento sai enriquecido, reestruturado e apto para lidar com novas transformações. Esse poder de atração que o jogo tem para o aluno, deve ser aproveitado como resgate da aprendizagem, cabendo ao psicopedagogo clínico ou institucional orientar os profissionais da educação da importância de se trabalhar os conteúdos inseridos em jogos e brincadeiras, deixando suas aulas mais dinâmicas e significativas.
 Desta forma então se facilita a aquisição do conhecimento, pois provoca o funcionamento do pensamento sem estresse ou medo, desenvolve a sociabilidade, propicia vivência de situações relevantes, é operativo, cultiva a sensibilidade, gera o desenvolvimento intelectual, social e emocional. Oliveira (2005) destaca: A maneira como uma criança brinca ou desenha reflete sua forma de pensar e sentir, nos mostrando como está se organizando frente à realidade, construindo sua história de vida, conseguindo interagir com as pessoas e situações de modo original, significativo, prazeroso ou não. A ação da criança reflete sua estruturação mental, o nível de seu desenvolvimento cognitivo e afetivo-emocional.
 Mais um espaço psicopedagógico que pode ser expandido principalmente na Psicopedagogia Institucional é a brinquedoteca, pois na Psicopedagogia Clínica este espaço já é praticamente garantido, tendo em vista sua eficácia. Como ênfase a essa questão, temos como experiência o exemplo da Europa com suas bibliotecas de brinquedos nas quais os usuários retiram e não brincam no local. Na Suécia os terapeutas dos brinquedos ensinam as famílias a brincarem. Na Itália, França, Suíça e Bélgica têm ludotecas, mas estas se dirigem diretamente às crianças, recebendo a visita dela e emprestando brinquedos. Em Portugal, as ludotecas funcionam junto das Universidades e das aldeias. 
 No Brasil temos a Associação Brasileira de Brinquedotecas utilizadas com o objetivo de humanização no atendimento. Sobre o olhar psicopedagógico, a brinquedoteca , se apresenta como um recurso facilitador na construção de vínculos entre as pessoas, pois resgata o brincar prazeroso... A partir do brincar e do brinquedo, os alunos poderão trabalhar com a possibilidade de se aprender permitindo a aquisição/ressignificação de conhecimentos que se movimentam em direção ao saber. 
 Este é um espaço que deve ser constantemente reformulado, recriado e reordenado pelos usuários. O brincar possibilita o desenvolvimento das significações de aprender. O que no adulto aparece no motivo de consulta (a demanda, as fantasias de enfermidade e cura), principalmente na linguagem verbal, a criança se expressa através da linguagem lúdica. Tanto uma linguagem como a outra, mostram e escondem, guardam e ocultam. A hora do jogo permite observar a dinâmica da aprendizagem, quer dizer, uma maneira pessoal para aproximar-se do conhecimento e para conformar seu saber. 
 A modalidade de aprender é como a matriz, um molde, um esquema de operar que vamos utilizando nas diferentes situações de aprendizagem (Fernández, 1990). Paralelo a essa dinâmica terapêutica desenvolvida pelo psicopedagogo, tem outro aspecto de extrema importância a ser valorizado que é a presença da família do aluno, seja na escola ou na clínica.
 A presença dos pais é extremamente necessária, pois é visível a relação das dificuldades de aprendizagem com as interações e experiências diversas vividas no contexto familiar. Portanto é importante ao psicopedagogo se inserir na realidade do aluno para poder ajudá-lo nessa nova trajetória de resgate do conhecimento. Como nos diz Chalita (2001), por melhor que seja uma escola, por mais bem preparados que estejam seus professores, nunca vai suprir a carência deixada por uma família ausente. 
 A família tem de acompanhar de perto o que se desenvolve no banco escolar, pois do contrário a escola corre o risco de não atingir seus objetivos. Com a participação da família pode-se rever algumas questões pertinentes ao melhor desempenho escolar, promovendo uma parceria no processo de intervenção, tendo em vista que a família tem por responsabilidade formar o caráter, perpetuar valores éticos e morais. 
 Muitas vezes esses princípios não acontecem em algumas famílias, sendo assim caberá ao psicopedagogo propor algumas reflexões pertinentes a dinâmica familiar com intuito de resgatar a fase do 16 desenvolvimento que ficou em defasagem no processo de formação do aluno, buscando construir o alicercepara futuro aprendizado. Enfim, o papel da psicopedagogia frente a todas as adversidades no campo da educação é um grande desafio, pois se trata de um amplo contexto.
 Este profissional deve ser o primeiro a “semear em solo fértil”, acreditando que o potencial humano é muito grande, basta ser despertado e conduzido. Este “acreditar”, seja no aspecto clínico ou institucional que envolve o trabalho de base dos professores deve ser o grande alicerce de todo trabalho psicopedagógico. 
 Quando os profissionais acreditam na possibilidade de mudança, as transformações têm mais chances de ocorrer, pois não é suficiente querer e acreditar para que elas sejam possíveis. Aceitar o limite e desejar a mudança, é o que permitirá mobilizar o sujeito e ajudá-lo a sair do seu aprisionamento (Rubinstein, 1999). O papel do psicopedagogo é também desenvolver a autonomia do aluno, pois esta não surge espontaneamente. É fruto de uma relação mediada por um outro, onde o aluno pode se identificar e construir sua identidade e independência.
 Para que a aprendizagem seja significativa, é imprescindível que o Psicopedagogo estabeleça relações entre o conhecimento que está sendo proposto e valorize toda a bagagem trazida pelo aluno. Se não for desta forma o “novo não se sustenta”. Por isso na intervenção psicopedagógica deve-se promover experiências com ênfase no processo e não de adotar o imediatismo, o produto final, pois se “construímos” o conhecimento respeitando suas etapas, o alicerce cognitivo se forma.
 Diante de todas as questões abordadas, percebe-se que o trabalho do psicopedagogo seja clínico ou institucional deve ser o de refletir sobre quem é “esse aluno que está ali na sua frente”, buscando entender em que contexto se situa o seu problema de aprendizagem. A escola também deve ser elemento de investigação do psicopedagogo, pois é o local onde se projetam os conflitos..
 Uma das grandes funções da psicopedagogia é desvendar as pessoas, suas possibilidades e limitações, suas capacidades e dificuldades, aproveitando os dados científicos, colocando-os a serviço dos sujeitos.
 Os sujeitos são e precisam continuar sendo mais importantes que a dificuldade ou a síndrome que apresentam (Serrat, 2007). O diagnóstico das dificuldades de aprendizagem é uma das questões mais importantes do trabalho do psicopedagogo, pois requer muita responsabilidade e sensibilidade para descobrir os fatores que interferem na aprendizagem do aluno.
 Portanto, o psicopedagogo deve ter um conhecimento amplo referente a temas pertinentes à educação, síndromes, patologias, etc. Sendo assim se faz necessário uma postura de humildade e bom senso para solicitar ajuda de uma equipe multidisciplinar, pois o diagnóstico precisa ser traçado com a maior precisão possível para determinar as prioridades no tratamento. De posse do diagnóstico do aluno, o encaminhamento a outros profissionais deve ser precedido de contato telefônico antecipado, encaminhando por escrito o resumo do caso, pois a essência do problema deve estar clara para evitar futuros transtornos ou até mesmo perda de tempo no desencontro de informações.
 Em consonância a realização do diagnóstico que se dá a princípio pela anamnese e avaliações diversas, se faz necessário o contato com a coordenadora e professora da escola para maiores verificações, além é claro do material escolar do aluno. Rubinstein (1999), enfatiza que na ação terapêutica psicopedagógica existe um par que vive o ensinar e o aprender simultaneamente.
 Tanto o terapeuta como o paciente estão ensinando e aprendendo um com o outro. Esta concepção se contribui para que o terapeuta “afine sua escuta”, esteja muito atento ao que seu paciente e a situação lhe ensinam. 
 Quando o aluno vence sua dificuldade, automaticamente libera-se para ocupar um novo espaço, seja no contexto familiar ou de sala de aula. Ao sentir-se capaz conquista o “saber” e como em consequência, eleva sua auto estima e se aproxima também de situações que lhe eram difíceis, sem precisar se defender tanto, sem fugir das situações de aprendizagem. 
 A partir de todo o caminho a ser desenvolvido na prática psicopedagógica é importante que este profissional tenha consciência da necessidade de realizar uma auto avaliação do seu trabalho, com objetivo de detectar as falhas e paralelo a isso buscar a formação continuada para desempenhar suas funções com mais precisão e qualidade tendo em vista que pode contribuir nesse amplo universo educacional.
Considerações finais
Considerando todas as questões abordadas, constata-se o quanto é importante o papel da psicopedagogia como investigadora das causas que bloqueiam o processo natural de aprender.
 Diante dos problemas causadores das dificuldades de aprendizagem cabe a psicopedagogia institucional contribuir para processos de reflexão-ação e reflexão no contexto escolar, fazendo com que os professores reconstruam a sua prática pedagógica.
 Quanto a psicopedagogia clínica, sabemos que este espaço no cotidiano da escola é bastante restrito, tendo em vista a distância que separa o consultório da escola, porém algumas intervenções se tornam possível no sentido de que a psicopedagogia pode ser parceira da escola, basta que ambas as partes permitam esse diálogo. O “olhar” da psicopedagogia deve estar voltado para o aluno com dificuldades de aprendizagem, unindo forças junto à equipe da escola para resgatar o sentimento de incapacidade que se encontra no sujeito. 
 Esse “olhar” carinhoso, preocupado, responsável e inquiridor que deve ter o psicopedagogo é para não permitir que o aluno acumule mais uma possibilidade de insucesso.
 Desta forma então se busca desenvolver no aluno a iniciativa e a coragem para aprimorar suas habilidades levando-o a tentar novas experiências. A conquista gradativa do “saber” eleva a auto-estima, proporciona mais segurança e aos poucos vai permitindo que o aluno se aproxime daquilo que é difícil, ou seja, sem fugir de situações de aprendizagem.
 Com essas tentativas de “arriscar”, abre-se espaço para novas situações desafiantes e a partir do momento que a dificuldade for vencida pelo aluno, apresentará também uma nova postura, tanto no contexto familiar quanto escolar. Portanto os avanços vão sendo construídos, os alicerces cognitivos se fortalecendo, além do avanço pessoal do aluno diante da diversidade e qualidade das suas interações, despertando interesses, necessidades e desejo de se apropriar do saber. 
Conhecendo este fato, o professor poderá criar situações de sucesso, de modo que os êxitos superem os fracassos, pois “nada produz tanto êxito como o próprio êxito”.
Referências Bibliográficas
CHALITA,Gabriel. Educação- a solução está no afeto. São Paulo. Editora Gente 2001,
FERNANDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada. Porto Alegre: Artes Medicas 1990,
OLIVEIRA, Vera Barros de. Avaliação psicopedagogica da criança de zero a seis anos. Petrópolis. Vozes, 2005
BOSSA N.A.A. Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da pratica. Porto Alegre, Artes Medicas, 2000,
RUBSTEIN, Edith. A especificidade do diagnostico psicopedagógico. In: atuação psicopedagogica e aprendizagem escolar. Petropolis: Vozes,1996,
LIBÂNEO, José Carlos et al educação escolar: politicas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2003,
GRIGORENKO, Elena L. STERNBERG, Robert J. Crianças rotuladas- o que é necessário saber sobre as dificuldades de aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2003,
PATTO, Maria H.S. A produção do fracasso escolar: história de submissão e rebeldia. 4 reimpressão. São Paulo: Ed T.A. Queiroz Ltda, 1996.

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