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Contabilidade nacional e o Balanço de pagamentos

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Economia Internacional 2 
Cap. 12 Contabilidade nacional e o Balanço de pagamentos 
A análise macroeconômica enfatiza quatro aspectos da vida econômica:
· Desemprego preocupação da macroeconomia internacional é assegurar o pleno emprego das economias abertas no comércio internacional; 
· Poupança do ponto de vista da economia internacional, a taxa mundial de poupança determina a rapidez com que o estoque mundial de capital produtivo pode crescer; 
· Desequilíbrios comerciais possuem um papel importante visto que à medida que redistribuem riqueza entre os países e são o principal canal pelo qual as políticas macroeconômicas de um país afetam seus parceiros comerciais; 
· Moeda e nível de preços a macroeconomia internacional leva em conta que cada país utiliza uma moeda e que uma mudança monetária em um país pode ter efeitos que atravessam suas fronteiras e atingem outros países.
A contabilidade nacional 
A grande preocupação da análise macroeconômica é o produto nacional bruto (PNB) de um país. O PNB é o valor de todos os bens e serviços finais produzidos por seus fatores de produção e vendidos no mercado em um dado período de tempo. O valor do PNB, se dá pela soma do valor de mercado de todos os gastos com o produto final. 
Os gastos que compõem o PNB são: emprego do trabalho, do capital e outros fatores da produção.
Para distinguir os gastos que compõem o PNB, economistas compilam as contas nacionais que dividem tal índice:
· Consumo (quantidade consumida pelos residentes domésticos privados do país)
· Investimento (quantidade separada pelas firmas para construir novas fábricas e instalar novos equipamentos para a produção futura)
· Compras do governo (a quantidade utilizada pelo governo)
· Balança comercial (quantidade de exportação líquida de bens e serviços)
Por que é importante dividir o PNB em contas nacionais? 
Porque não dá para compreender o motivo de determinada recessão ou crescimento acelerado sem saber como as categorias principais do gasto mudaram. Assim, sem essa compreensão não dá para recomendar uma política econômica sadia.
Produto nacional e renda nacional
Por que o PNB de um país gerado em um certo período deve ser igual a Renda nacional (Renda gerada naquele período por seus fatores de produção)? A razão dessa igualdade é que cada real usado para comprar bens e serviços acaba no bolso de alguém. O princípio de que o produto e renda são iguais também se aplica aos bens, mesmo os que são produzidos com a ajuda de muitos fatores de produção.
Depreciação do capital, transferências internacionais e impostos indiretos sobre os negócios
A igualdade de produto e renda é uma identidade:
· PNL O PNB não leva em conta a depreciação de máquinas e equipamentos, logo PNB – Depreciação = PNL 
Em suma: a renda nacional é igual ao PNB – a depreciação + transferências unilaterais líquidas – os impostos indiretos sobre os negócios. 
Produto interno bruto (PIB)
O objetivo do PIB é medir o volume de produção dentro das fronteiras do país. PNB = PIB + os recebimentos líquidos de renda dos fatores vindos do resto do mundo. Esses recebimentos líquidos consistem na renda que os residentes domésticos ganham sobre a riqueza que possuem em outros países – os pagamentos que fazem aos proprietários estrangeiros da riqueza localizada no país.
Contabilidade nacional das economias abertas
Y= C+ I+ G + (X-M) identidade da renda nacional nas economias abertas 
A renda nacional de uma economia aberta é então, a soma dos gastos domésticos e estrangeiros em bens e serviços produzidos pelos fatores de produção domésticos. 
Balança comercial 
X- M Quando um país importa mais do que exporta, diz-se que o país apresenta um déficit na balança comercial, o contrário também pode acontecer, assim sendo um superávit na balança comercial. Quando um país importa mais do que exporta, de alguma maneira ele deve financiar esse déficit. Essa maneira de importar mais do que exporta apenas ocorre se o país puder tomar emprestada a diferença com o estrangeiro, assim aumentando sua dívida externa líquida pelo montante do déficit. 
De forma semelhante um superávit na balança comercial, faz com que o país financie o déficit de seus parceiros comerciais, emprestando dinheiro a eles. 
Poupança e transações correntes 
Poupança nacional, é a parte do Y, que não se destina ao consumo das famílias, ou as compras do governo. 
Economia fechada S = I (significa que a economia só pode aumentar sua riqueza acumulando capital novo.
Economia aberta Nessas economias poupança e investimento podem ser diferentes. Se S= Y- C- G e BC = X- M, então S= I+ BC 
Significa que aqui a economia aberta pode poupar aumentando seu estoque de capital ou adquirindo riqueza externa,
Muitas vezes o superávit de um país pode ser chamado de investimento estrangeiro líquido, pois a poupança de uma país pode ser tomada emprestada por um outro, para aumentar o estoque de capital desse último. 
Poupança privada e poupança do governo 
Poupança provada é definida como a parte da renda disponível que é poupada, e não consumida. A renda disponível é igual a renda nacional Y, menos os impostos líquidos arrecadados das famílias e das firmas pelo governo T, então poupança privada é expressada por: 
Sp= Y- T- C
Poupança do governo é a renda do governo, que é sua receita de impostos líquida, enquanto seu consumo são as compras governamentais. Então poupança do governo: 
Sg= T- C
S= Sp + Sg
Déficit orçamentário (G – T), isto é, a poupança do governo procedida por um sinal negativo. O déficit orçamentário do governo mede o grau em que o governo está tomando empréstimos para financiar seus gastos.
As contas do balanço de pagamentos
As contas do balanço de pagamentos de um país registram tanto seus pagamentos ao estrangeiro como seus recebimentos do estrangeiro.
Três tipos de transações internacionais que são registrados no balanço de pagamentos: 
· Transações que envolvem exportação ou a importações de bens e serviços 
· Transações que envolvem a compra ou a venda de ativos financeiros. A conta financeira do balanço de pagamentos registra todas as compras ou vendas internacionais de ativos financeiros.
· Algumas outras atividades que resultam em transferências de riqueza entre países são registradas na conta capital. Aqui se difere dos movimentos registrados na conta financeira. Em sua maioria, resultam de atividade fora do mercado, ou representam a aquisição ou a venda de ativos não produzidos, não financeiros e provavelmente intangíveis (como direitos autorais, e marcas registradas).
Toda transação internacional é lançada automaticamente duas vezes no balanço de pagamentos, uma no crédito e outra no débito. 
Exemplo de balanço de pagamento: 
Balança comercial
A identidade fundamental do balanço de pagamentos 
Como qualquer transação internacional automaticamente ocasiona dois lançamentos equivalentes no balanço de pagamentos, a balança comercial, o saldo da conta financeira e o saldo da conta capital sempre somam zero.
Balança comercial 
As contas do balanço de pagamentos dividem as exportações e as importações em três categorias: mercadorias, isto é, importações e exportações de bens. Serviços, inclui itens como pagamentos por assistência jurídica, gastos de turistas e taxas de envio. A categorias final, renda, é formada principalmente pelos pagamentos de juros e dividendos internacionais e ganhos das firmas de propriedade nacional que operam no estrangeiro.
A conta capital 
FBCF (Formação bruta de capital fixo)
Ativos 
Financiamentos
Empréstimos (curto e longo prazo)
A conta financeira
A conta financeira mede a diferença entre as aquisições de ativos do exterior e o acúmulo de responsabilidades para com eles. 
Erros líquidos e omissões
É uma conta de ajuste.
· Quais as medidas de ajuste do balanço de pagamentos? Ajuste estrutural e conjuntural
Cap. 13 Taxas de câmbio e o mercado de câmbio: um enfoque de ativos 
Taxa de câmbio é o preço de uma moeda em termos de outra 
Taxas de câmbio e transações internacionais 
As taxas de câmbio desempenham um papel central no comérciointernacional, porque nos permitem comparar os preços das mercadorias e serviços produzidos em diferentes países.
Preços domésticos e estrangeiros
Se soubermos a taxa de câmbio entre a moeda de dois países, podemos computar o preço das exportações de um país em termos da moeda do outro.
As mudanças nas taxas de câmbio são descritas como depreciações ou valorizações. Uma depreciação da libra em relação ao dólar é uma queda no preço em dólar das libras. Permanecendo tudo mais constante, a valorização da moeda de um país faz com que suas mercadorias sejam mais caras para os estrangeiros. Um aumento no preço da libra em termos de dólares, é uma valorização da libra em relação ao dólar. Permanecendo tudo mais constante, a valorização da moeda de um país faz com que suas mercadorias sejam mais caras para os estrangeiros.
Se nos lembrarmos que a depreciação do dólar em relação à libra é ao mesmo tempo uma valorização da libra em relação ao dólar, chegamos à seguinte conclusão: quando a moeda de um país deprecia, os estrangeiros percebem que suas exportações são mais baratas e os residentes nacionais percebem que as importações do exterior são mais caras. Uma valorização tem os efeitos opostos: os estrangeiros pagam mais pelos produtos do país e os consumidores nacionais pagam menos pelos produtos estrangeiros.
Taxas de câmbio e preços relativos 
As demandas de importação e exportação, como as demandas por todas as mercadorias e serviços, são influenciadas pelos preços relativos. Podemos ver que as taxas de câmbio também permitem que os indivíduos calculem os preços relativos das mercadorias e serviços cujos preços em dinheiro são cotados em moedas diferentes.
Permanecendo tudo o mais constante, uma valorização da moeda de um país aumenta o preço relativo de suas exportações e diminui o preço relativo de suas importações. De forma contrária, uma depreciação diminui o preço relativo das exportações de um país e aumenta o preço relativo de suas importações.
O mercado de câmbio 
Assim como outros preços na economia são determinados pela interação de compradores e vendedores, as taxas de câmbio são determinadas pela interação das famílias, empresas e instituições financeiras que compram e vendem moedas estrangeiras para fazer pagamentos internacionais. O mercado no qual o comércio monetário internacional acontece é chamado de mercado cambial estrangeiro.
Os participantes 
Os principais participantes do mercado cambial estrangeiro são:
· os bancos comerciais: os bancos comerciais são o centro do mercado cambial estrangeiro, porque quase toda transação internacional grande o bastante envolve o débito e o crédito de contas em bancos comerciais em vários centros financeiros. Os bancos entram rotineiramente no mercado cambial estrangeiro para suprir as necessidades de seus clientes — principalmente corporações. O comércio monetário estrangeiro entre bancos, chamado de negociação interbancária (ou operação intercambiária), representa muito da atividade no mercado cambial estrangeiro.
· As empresas ou corporações (que se envolvem no comércio internacional): As corporações com operações em vários países frequentemente fazem ou recebem pagamentos em moedas diferentes da do país onde fica sua matriz.
· Instituições financeiras não bancárias (como empresas de gestão de ativos e companhias de seguro): Ao longo dos anos, a falta de regulamentação dos mercados financeiros nos Estados Unidos, no Japão e em outros países, encorajou as instituições financeiras não bancárias, como fundos mútuos, a oferecerem aos seus clientes uma gama maior de serviços, muitos deles indistinguíveis daqueles oferecidos pelos bancos. 
· Bancos centrais: Embora o volume das transações do banco central não seja em geral amplo, o impacto dessas transações pode ser grande. A razão para esse impacto é que os participantes do mercado cambial estrangeiro acompanham de perto as ações do banco central para obter indicações sobre políticas macroeconômicas futuras que podem afetar as taxas de câmbio. Além dos bancos centrais, as agências do governo também podem trocar no mercado cambial estrangeiro, mas os bancos centrais são os participantes oficiais mais regulares.
Características do mercado 
A interação dos centros financeiros implica que não pode existir diferença significativa entre a taxa de câmbio dólar/euro cotada em Nova York às 9 da manhã e a taxa de câmbio dólar/euro cotada em Londres na mesma hora (que corresponde às 14 horas no horário de Londres).
Embora a transação cambial estrangeira possa igualar quaisquer duas moedas, a maioria das transações, é troca de moedas estrangeiras por dólares norte-americanos.
Por causa de seu papel essencial em tantas negociações estrangeiras de troca, o dólar americano às vezes é chamado de moeda veículo. Uma moeda veículo é aquela que é amplamente utilizada para designar contratos internacionais feito por partes que não residem no país que a emite.
Taxas à vista (ou spot) e taxas futuras 
As transações cambiais estrangeiras que estamos discutindo acontecem à vista: duas partes concordam em trocar depósitos bancários e executam o acordo imediatamente. As taxas de câmbio que governam tal comércio “à vista” são chamadas de taxas de câmbio spot e o negócio é chamado de transação spot.
Os negócios de câmbio estrangeiro, de vez em quando, especificam uma data futura para a transação, uma data que pode ser de 30, 90, 180 dias ou até mesmo estar a muitos anos de distância. As taxas de câmbio cotadas nessas transações são chamadas de taxas de câmbio futuras. A data futura na qual as moedas são de fato trocadas é chamada de data-valor.
Swaps cambiais 
Um swap cambial estrangeiro é uma venda spot de uma moeda combinada com uma recompra futura dessa moeda. Os swaps somam uma proporção significativa de todas as transações cambiais estrangeiras.
Futuros e opções 
Vários outros instrumentos financeiros comercializados no mercado cambial estrangeiro, como contratos futuros, envolvem trocas futuras de moedas.
Quando você adquire um contrato de futuros, você compra uma promessa de uma quantia específica de uma moeda estrangeira que será entregue em uma data específica no futuro. Um contrato futuro entre você e outra parte privada é uma forma alternativa de garantir que você receberá uma quantia de moeda estrangeira na data em questão.
Uma opção cambial estrangeira dá a seu proprietário o direito de comprar ou vender uma quantia específica de moeda estrangeira a um preço específico, em qualquer momento, até uma data de expiração específica. A outra parte do acordo, o vendedor da opção, é obrigada a vender ou comprar a moeda estrangeira a critério do proprietário da opção, que não tem nenhuma obrigação de exercer seu direito.
A demanda por ativos em moeda estrangeira 
Para entender como as taxas de câmbio são determinadas pelo mercado cambial estrangeiro, primeiro devemos perguntar como as demandas dos principais protagonistas por diferentes tipos de depósitos de moeda estrangeira são determinadas. A demanda por um depósito bancário de moeda estrangeira é influenciada pelas mesmas considerações que influenciam a demanda por qualquer outro ativo.
Ativos e retornos de ativos 
O objetivo de adquirir riqueza, de poupar, é transferir poder de compra para o futuro. julgamos a conveniência de um ativo em grande parte com base na sua taxa de retorno, isto é, o aumento percentual no valor que ele oferece sobre um período de tempo.
Tanto o dividendo gerado pela ação quanto o preço para revenda, por exemplo, podem ser difíceis de prever. Sua decisão, portanto, deve ser baseada em uma taxa de retorno esperada.
Para calcular uma taxa de retorno esperada sobre um período de tempo, você deve fazer sua melhor previsão do valor total de um ativo no fim do período. A diferença de porcentagem entre o valor futuro esperado e o preço que você paga pelo ativo hoje deve ser igual à taxa de retorno esperada do ativo sobre o período de tempo.
Taxa real de retorno: A taxa de retorno esperada que os poupadores consideram na hora de decidir quais ativoscomprar é a taxa real de retorno esperada, isto é, a taxa de retorno calculada ao medir os valores do ativo em termos de uma cesta representativa ampla de produtos que os poupadores compram normalmente. É a taxa real de retorno que importa, porque o objetivo final de poupar é o consumo futuro, e somente o retorno real mede as mercadorias e serviços que um poupador pode comprar no futuro em retorno de desistir de algum consumo (isto é, poupar) hoje.
As taxas de retorno expressas em termos monetários ainda podem ser utilizadas para comparar retornos reais em ativos diferentes.
Riscos e liquidez 
Permanecendo tudo o mais constante, os indivíduos preferem manter esses ativos oferecendo a maior taxa real de retorno esperada. Alguns ativos podem ser avaliados pelos poupadores por outros atributos que a taxa real de retorno esperada que eles oferecem, e são eles:
· Risco um ativo com alta taxa de retorno esperada pode parecer indesejável para poupadores se sua taxa de retorno realizada flutua amplamente.
· Liquidez Os ativos também diferem de acordo com o custo e a velocidade com a qual os poupadores podem torná-los disponíveis.
Taxas de juros 
Como em outros mercados de ativos, os participantes no mercado cambial estrangeiro baseiam suas demandas por depósitos de diferentes moedas em uma comparação de taxas de retorno esperadas desses ativos.
A primeira parte da informação necessária para calcular a taxa de retorno em um depósito de uma moeda em particular é a taxa de juros da moeda, a quantia da moeda que um indivíduo ganha ao emprestar uma unidade da moeda por ano.
As taxas de juros desempenham um papel importante no mercado cambial estrangeiro, porque os grandes depósitos trocados ali pagam juros, cada um à taxa que reflete sua moeda de valor nominal.
Taxas de câmbio e retornos de ativos 
As taxas de juros oferecidas por um depósito em dólar e em euro nos dizem como os valores do dólar e do euro vão mudar durante um ano. A outra parte da informação de que se precisa à fim de comparar as taxas de retorno oferecidas pelos depósitos de dólar e euro é a mudança esperada na taxa de câmbio do dólar/euro durante o ano.
Equilíbrio no mercado de câmbio 
Paridade de juros: a condição de equilíbrio básico 
O mercado cambial estrangeiro está em equilíbrio quando depósitos de todas as moedas oferecem a mesma taxa de retorno esperada. A condição de paridade de juros implica que os potenciais proprietários de depósitos de moeda estrangeira olham para todos como ativos igualmente desejáveis, desde que suas taxas de retorno esperadas sejam as mesmas.
Somente quando todas as taxas de retorno esperadas são iguais — isto é, quando a condição de paridade de juros é mantida — não existe oferta em excesso de algum tipo de depósito e nenhuma demanda em excesso por outro. O mercado de câmbio estrangeiro está em equilíbrio quando não existe excesso em demanda ou oferta de um tipo de depósito. Podemos, portanto, dizer que o mercado cambial estrangeiro está em equilíbrio quando, e somente quando, a condição de paridade de juros é mantida.
Como as mudanças na taxa de câmbio atual afetam os retornos esperados
Como um primeiro passo na compreensão de como o mercado cambial estrangeiro encontra seu equilíbrio, examinamos como as mudanças na taxa de câmbio de hoje afetam o retorno esperado em um depósito de moeda estrangeira quando as taxas de juros e as expectativas sobre a taxa de câmbio futura não mudam.
A depreciação da moeda de um país hoje diminui o retorno esperado da moeda nacional em depósitos de moeda estrangeira. Contrariamente, a valorização da moeda nacional, com todo o resto igual, aumenta o retorno esperado da moeda nacional em depósitos de moeda estrangeira.
A taxa de câmbio de equilíbrio 
O mercado cambial estrangeiro está fora de equilíbrio porque participantes como bancos e corporações multinacionais não estão dispostos a manter depósitos de euro.
Como a taxa de câmbio é ajustada? Os proprietários de depósitos de euro insatisfeitos tentam vendê-los por depósitos de dólar, mas como o retorno em dólar dos depósitos é maior do que aquele nos depósitos de euro na taxa de câmbio nenhum proprietário de depósito em dólar está disposto a vendê-lo por um depósito de euro nessa taxa. Enquanto os proprietários de euro tentam seduzir os proprietários de dólar oferecendo-lhes um melhor preço por dólares, a taxa de câmbio dólar/euro cai.
O efeito da alteração de taxas de juros na taxa de câmbio atual
Permanecendo tudo o mais constante, um aumento nos juros pagos em depósitos de uma moeda faz com que essa moeda valorize em relação às moedas estrangeiras.
· Tipos de taxa de câmbio 
- Taxa de câmbio fixa (determinada pelo governo)
- Taxa de câmbio flutuante (sem controle sistemático do governo)
- Taxa de câmbio mista/ Bandas cambiais (No regime de bandas cambiais, o Banco Central delimita a cotação máxima e a cotação mínima para o câmbio, criando uma faixa (ou banda) em que é permitido a moeda flutuar. Esse regime pode ser considerado um meio termo entre o câmbio fixo, em que o BC não permite nenhuma oscilação do câmbio e é estipulado um valor fixo para as moedas, e o câmbio flutuante, em que o preço das moedas estrangeiras varia livremente no mercado.
- Currency board (é uma agência de conversão de moeda, cuja única função é converter a moeda nacional em uma moeda estrangeira específica (chamada de moeda-âncora), e vice-versa, a uma taxa de câmbio fixa e imutável.Tipos de taxa com base em anotações
Cap. 6 Teorias do investimento internacional 
Investimento de portifólio 
O diferencial da taxa de juros é o determinante básico da teoria do investimento de portifólio. No modelo básico da teoria neoclássica, supõe-se que em situação de equilíbrio de concorrência perfeita, o produto marginal do fator de produção é idêntico à sua remuneração. Ainda no modelo básico, supõe-se ainda que o único fator de móvel internacional é o capital, e que há diferenças nas dotações de capital entre os países, portanto, diferenciais nas taxas de remuneração do capital. Assim o investimento internacional é função direta do diferencial de taxa de jutos entre países.
Movimento internacional de capitais
De fato, o movimento internacional de capitais é influenciado pela interação de variáveis tais como expectativas, risco e incertezas. 
Na análise do investimento de portifólio na tradição neoclássica com o conceito de produzto marginal, substitui de acordo com a tradição keynesiana, por eficiência marginal do capital. Essa substituição não muda que a regra básica de que o investimento é uma função inversa da taxa de juros, porém, introduz a questão das expectativas dos investidores refletida no cálculo da taxa de retorno esperada do investimento, que é a eficiência marginal do capital.
Existe uma diferença entre o investimento internacional e o investimento doméstico. Para o investidor doméstico o que conta é a taxa de juros real, onde o deflator da taxa de juros nominal é o indicador pertinente acerca do nível geral de preços. Para o investidor internacional a taxa de juros relevante é a correção da taxa de juros nominal pela variação da taxa de câmbio.
O fluxo de investimento externo é então, uma função direta da diferença entre a taxa real de retorno do investidor doméstico e a taxa de juro internacional. Sobre o diferencial aberto de juros, o fluxo de investimento externo é interrompido quando esse diferencial for igual a zero.
O investidor internacional se defronta então com dois conjuntos de expectativas: o primeiro à evolução futura da taxa de juros nominal, e o segundo quanto ao comportamento futuro da taxa de câmbio. 
A aversão ao risco é uma variável comportamental que parece ser muito mais a normal do que a propensão ao risco. A aversão ao risco é importante na determinação dos fluxos de investimento e portifólio. 
A introdução da diversificação de risco em modelos de decisão de investimento é importante para explicar o investimento internacional entre países que têm a mesma taxa de juros.
Ainda na determinação do investimento de portifólio, os investidores internacionais, mesmo aqueles que procuram minimizar riscos, tendem a concentrar seus investimentos em um dado conjunto de países. Assim os investidores internacionais, operam com base no princípio da racionalidade, isso significa que o investidor reconhece que tem uma capacidade restrita de receber, armazenar, recuperar e processar informação, por essa razão ele se concentra em um “núcleo duro” de países ou mercados, sendo que os países definem as opções de investimento, segundo o retorno, risco ou uma combinação dessas duas variáveis.
Deve-se notar que o investimento portifólio pode ser determinando pelas perspectivas de crescimento econômico e pelo progresso técnico. 
O investimento internacional também é afetado por incertezas relacionadas, por exemplo, às mudanças no aparato regulatório e fiscal.
Investimento externo direto
A teoria de investimento externo direto parte da crítica à teoria do investimento de portifólio e desemboca na chamada teoria da internacionalização da produção. De modo geral a teoria dos fluxos de investimento internacional é que esses fluxos são determinados pelo diferencial de taxas de retorno. A teoria moderna critica esse argumento, a partir da ideia de que a determinação teórica do investimento externo direto deve ser tratada não somente em termos de diferenças de atributos entre países, mas também, pelas diferenças entre empresas de diferentes países. 
Os desenvolvimentos teóricos tratam o investimento direto como uma das formas do processo de internacionalização da produção, e esta ocorre sempre que residentes de um país têm acesso a bens ou serviços originários de outro país.
A internacionalização da produção pode ocorrer de 3 formas básicas:
- Comércio internacional significa que os bens cruzam as fronteiras nacionais;
- Serviços sendo o serviço um produto inatingível que não se pode ser armazenado, o comércio internacional de serviços envolve o deslocamento internacional dos consumidores ou dos produtores. Neste caso de internacionalização de serviços o que se observa é que o deslocamento dos produtores ocorre de forma permanente com a implantação de empresas no país receptor;
- Relação contratual significa externalização da produção
Teoria da internalização da produção
A base dessa teoria é que os agentes econômicos de um determinado país têm uma “preferência velada” pelo mercado doméstico, em termos não somente da localização, como também da canalização da produção (vendas). Essa preferência resulta dos custos diretos e dos custos de transação envolvidos nas operações interacionais. Produzir no país de origem e orientar a produção para o mercado doméstico significa uma diferença marcante com a entrada em um novo mercado com o qual a empresa tem pouca familiaridade.Ideia central da teoria de internacionalização.
O processo de internalização da produção é o resultado de imperfeições de mercado. A vantagem específica à propriedade de uma empresa consiste na posso ou disponibilidade de capital tecnologia e recursos gerenciais, organizacionais e mercadológicos. Uma empresa atuando num mercado de imperfeito possui vantagens específicas, a posse de vantagens de relevância está associada a um conjunto de empresas como multinacionais ou empresas transnacionais.
A empresa transnacional pode ser definida como a empresa de grande porte que possui e controla ativos produtivos em pelo menos 2 países.
Na teoria moderna da internalização da produção, a empresa estrangeira poder ter um certo poder monopolístico. Uma determinada empresa pode ter o domínio de uma tecnologia de produção que lhe garante um nível mais elevado de produção, e logo uma maior taxa de lucro do que a de deus concorrentes.
A internalização da produção envolve custos crescentes associados as relações entre a empresa e seus trabalhadores, a empresa e o mercado de capitais, os administradores e os proprietários da empresa, e a empresa e seus fornecedores. Os custos de agenciamento são, dentro da empresa, a contrapartida dos custos de transação que ocorrem na relação contratual com imperfeições de mercado.
Sobre os determinantes da escolha da forma da internacionalização da produção, têm-se que a escolha entre exportação e investimento externo direto depende de fatores locacionais específicos. Esses fatores referem-se tanto ao país de origem da empresa quanto aos países de destino no produto. Entre os principais fatores locacionais destaca-se: dotação de fatores, tamanho do mercado, potencial de crescimento do mercado, clima de investimentos, custo de transporte, barreiras comerciais, disponibilidade de infraestrutura, economias de escala e aparato regulatório.
A dificuldade maior da teoria moderna da internacionalização da produção consiste em estabelecer relações definidas entre variáveis complexas, que operam em planos distintos e são heterogêneas (econômicas, políticas, sociais e culturais).
Problema da transferência, comércio e investimento internacional
A transferência de capital de um país para outro, significa um aumento do poder aquisitivo do país que está recebendo o capital. 
O problema da transferência tem sido tratado também em termos dos efeitos do movimento internacional de capitais sobre os preços dos fatores, distribuição de renda e bem-estar mundial.
Na ausência de comércio exterior o movimento internacional de fatores tem efeito idêntico de convergência internacional de preços dos fatores. A convergência internacional dos preços dos fatores nos leva também à discussão sobre a complementariedade ou substitubilidade entre comércio e investimento internacional. O comércio internacional pode ser visto como um second best para o moimento internacional de fatores de produção. Na realidade, se houvesse perfeita mobilidade internacional de todos os fatores de produção não haveria incentivo ao comércio, já que os preços relativos dos fatores seriam idênticos em todos os países.
Impacto das empresas transnacionais 
A posse de vantagens específicas à propriedade (disponibilidade de capital, tecnologia e capacidade gerencial, mercadológica e organizacional) é uma característica marcante das empresas transnacionais. Nesse sentido, há um impacto sobre a economia do país receptor do investimento por meio da entrada de capital e da transferência know-how. A percepção geral é de que a transferência de know-how é o principal mecanismo de transferência de recursopelas empresas transnacionais, já que o investimento externo direto rende, geralmente, a representar uma fração diminuta da formação bruta de capital fixo.
Cap. 7 Gonçalves – Globalização Financeira e globalização produtiva 
Definição de globalização financeira 
Pode ser entendida como a interação de três processos distintos ao longo dos últimos 20 anos: expansão extraordinária dos fluxos financeiros internacionais, acirramento da concorrência dos mercados internacionais de capitais e maior integração entre os sistemas financeiros nacionais. 
O primeiro processo refere-se à aceleração dos fluxos financeiros internacionais em diferentes formas, inclusive empréstimos e investimentos de portifólio. Em relação ao investimento internacional, o crescimento extraordinário dos fluxos ocorreu na emissão tanto de títulos quanto de ações. Deve-se notar que a expansão extraordinária do movimento internacional de capitais atingiu não somente os países desenvolvidos, mas também os países em desenvolvimento (é o caso da América Latina).
O segundo processo da globalização financeira é o acirramento da concorrência internacional. Esse fato se manifesta pela maior disputa por transações financeiras internacionais envolvendo bancos e instituições financeiras não-bancárias. 
· Importante 
 Grupos transnacionais passaram a atuar mais diretamente no sistema financeiro internacional, por meio de instituições financeiras próprias; 
 Investidores institucionais passaram a adotar estratégias de diversificação de portifólio em bases geográficas;
 Mercados emergentes passaram a ter importantes centros financeiros para aplicação ou intermediação de recursos.
O segundo processo refere-se à maior integração dos sistemas financeiros nacionais. Esse processo de manifesta quando se verifica que uma proporção crescente de ativos financeiros emitidos por residentes está nas mãos de não-residentes e vice-versa (nesse sentido um indicador importante é o diferencial entre as taxas de crescimento das transações financeiras internacionais e nacionais)

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