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Artigo - Microgeração Eólica (1)

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*Acadêmicos do curso de Engenharia Elétrica das Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu. 
**Professor Orientador. Graduado em Letras/Espanhol pela Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências 
e Letras, Mestre em Linguística pela Universidade Estadual do Paraná e Doutor em Linguística pela 
Universidade Federal do Paraná. Docente da disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica, do 
curso de Engenharia Elétrica das Faculdades Integradas do Vale do Iguaçu. 
MICROGERAÇÃO EÓLICA PARA USO RESIDENCIAL E EM PEQUENOS 
COMÉRCIOS 
 
 
 
Carlos Pires Machado* 
Marlon Kaminski* 
Murylo Sydorak* 
Atílio A. Matozzo** 
 
 
RESUMO: A energia eólica é uma fonte de geração renovável, pois é naturalmente reabastecida, ao 
contrário das não-renováveis, como o petróleo, que existe em quantidade limitada na natureza. O 
assunto é de grande importância em meio aos problemas enfrentados com a produção de energia 
elétrica, visto que há uma grande demanda ao mesmo tempo em que existe uma preocupação com 
um desenvolvimento sustentável. Este artigo foi elaborado com o objetivo de divulgar informações 
estudadas a respeito do aproveitamento da energia eólica para a geração de eletricidade em 
residências e pequenos comércios, analisando o custo-benefício e os impactos ambientais. 
Inicialmente é apresentado um panorama sobre o uso da energia eólica, mostrando que o Brasil 
possui um bom potencial eólico, mas que ainda não é totalmente aproveitado. Foi explicado o 
funcionamento de um equipamento de geração e os fatores que influenciam na produção de energia, 
sendo relacionado a quantidade produzida com os custos de instalação e manutenção, para então 
avaliar a economia do sistema. Diante dos resultados obtidos, pode-se concluir que o sistema de 
microgeração eólica é uma boa alternativa para que o consumidor possa usufruir de seus benefícios 
econômicos, além de cuidar do meio ambiente, utilizando uma energia limpa, com impacto ambiental 
quase nulo. 
 
PALAVRAS CHAVE: Aerogeradores. Energia Eólica. Energia Renovável. Microgeração. 
 
ABSTRACT: Wind energy is a renewable source of energy, because it is naturally replenished, the 
opposite of non-renewable ones, as petroleum that exists in a limited amount in the Earth. This 
subjecthas a great significance among all the problems faced today to produce electric energy, since it 
has big demandand at the same time a concern about sustainable development. This article was 
created with the target to disseminate informations which are studied about the use of wind energy to 
generate electricity in residences and small business, analyzing its cost-benefits and its environmental 
impacts. Initially it is presented as an overview about the use of wind energy, proving that Brazil has a 
good eolian potential but it is not completely used. Was explained how na equipment of generation 
works and the factors that influence in the production of energy, being related the amount of energy 
produced and the costs of installation and maintenance, the evaluate the economics of the system. At 
the results, the conclusion is that the system of micro-generation of wind energy is a good alternative 
for consumers enjoy their economic benefits, as well take care of the environment, using green energy 
with no environmental impact. 
 
KEYWORDS: Micro-generation. Renewable Energy. Wind Turbines. Wind Energy. 
 
1 INTRODUÇÃO 
Nos últimos anos tem havido uma preocupação com formas de produção de 
energia eficazes e menos agressivas ao meio ambiente. Nesse aspecto, as energias
 
 
renováveis são vistas como alternativa viável de investimento. Dentre elas, destaca-
se a energia eólica, pelo seu custo, pouca manutenção, bom rendimento e impacto 
ambiental pouco significativo. 
Este artigo foi realizado com o objetivo principal de buscar informações a 
respeito da microgeração eólica, pois há um desconhecimento no âmbito do uso do 
vento como aproveitamento na geração em uso residencial, sendo que pode haver 
um suprimento razoável da demanda de uma unidade consumidora. 
Foram analisados dados referentes ao custo de implantação e a possibilidade 
de o sistema proporcionar benefícios ao consumidor e ao meio ambiente. 
No início, é apresentada a energia eólica e um panorama sobre o 
aproveitamento no Brasil. Depois é explicado o funcionamento e suas aplicações na 
microgeração, relacionando com os elementos influenciadores. Em seguida, são 
analisados os custos de instalação e manutenção, a quantidade gerada e, a partir 
disso, foi avaliada a economia média do sistema. Ao final, foram observados os 
impactos ambientais e avaliados os benefícios da energia eólica. 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
2.1 A ENERGIA EÓLICA NO BRASIL E NO MUNDO 
O aproveitamento da energia dos ventos na geração de eletricidade tem 
crescido nos últimos anos em todo o mundo, graças a investimentos e incentivos de 
governos, que buscam suprir a demanda energética aliando desenvolvimento 
econômico sem deixar de lado o compromisso de cuidar do meio ambiente. O 
mesmo vem acontecendo com as demais fontes de energia renovável. 
Segundo aponta Santos et al (2006, p. 18), com o crescimento da demanda 
e do consumo de energia em todo o mundo (notadamente no Brasil), a 
crescente escassez de combustíveis fósseis e não-renováveis, as 
necessidades de controle ambiental, preservação da natureza e 
crescimento auto-sustentado, e por outro lado, o enorme desenvolvimento 
da tecnologia Eólica e a constante redução de custos nessa área, o 
aproveitamento da força dos ventos é um dos setores de tecnologia de 
ponta que apresenta um dos maiores índices de crescimento relativo na 
economia global, com um enorme potencial de criação de riquezas ainda 
inexplorado, como ocorre em nosso país. 
 
Mesmo com a crescente utilização das energias renováveis, a participação 
delas na geração total de energia ainda é pequena. A que possui maior 
 
 
aproveitamento é a energia hidráulica, com a construção de grandes reservatórios e 
usinas hidrelétricas. 
2.2 POTENCIAL EÓLICO NO BRASIL 
O Brasil tem recursos naturais, especialmente renováveis, com grande 
potencial de serem explorados. Sabe-se que a maior parte da matriz energética 
brasileira é formada pela energia hidráulica, com usinas e centrais hidrelétricas 
espalhadas por todo o país. Outro tipo de energia renovável que tem obtido sucesso 
nos últimos anos é a eólica, que vem aumentando cada vez mais a capacidade 
instalada. 
O Brasil apresenta um crescimento significativo da energia eólica a partir de 
2006. Em 2010, a capacidade eólica instalada foi de 930 MW, sendo que 
em 2012, o Brasil já possui 1.470 MW eólicos instalados, representando 
1,25% de toda a capacidade de geração elétrica do país (SOUZA; CUNHA; 
SANTOS, 2013, p. 7). 
Esse aumento significativo tem sido possível devido à realização de estudos 
sobre a qualidade dos ventos, que apontam o potencial eólico a ser explorado. Os 
primeiros estudos tiveram início nos anos 90, no Ceará e em Fernando de Noronha. 
A partir dos resultados obtidos, verificou-se que aquela região apresentava 
condições favoráveis a geração eólica. Posteriormente, outros estados fizeram o 
mesmo tipo de estudo, descobrindo que outras regiões também tinham um bom 
potencial de exploração. Entre estas regiões estão: o norte da Bahia e de Minas 
Gerais, o oeste do Pernambuco, o estado de Roraima e o Sul do país. 
O Brasil possui um dos maiores potenciais eólicos do mundo, já comprovado 
pelos estudos e também pelas usinas já implantadas. Porém, ele não é explorado 
por completo, tendo uma produção de energia muito pequena em relação a sua 
capacidade. 
Santos et al (2006, p. 20) afirma que: No Brasil, embora o aproveitamento 
dos recursos eólicos tenha sido feito tradicionalmente com a utilização de 
cata-ventos multipás para bombeamento d’agua, algumas medidas precisas 
de vento, realizadas recentemente em diversos pontos do território nacional, 
indicam a existência de um imenso potencial eólicoainda não explorado. 
Estudos feitos em 2001 apontavam um potencial eólico de cerca de 143,5 GW 
no Brasil. Hoje, estima-se que esse potencial é de 500 GW. Estima-se também que 
até 2023, a capacidade instalada seja da ordem de 22,4 mil MW, o que representaria 
 
 
uma participação de aproximadamente 11,5% da produção total de energia, sendo 
que atualmente a geração eólica corresponde a apenas 3%. 
 
No Brasil, os períodos de menor capacidade dos reservatórios das 
hidrelétricas, coincidem exatamente com os períodos de maiores ventos e, 
portanto de maior geração de energia nas Usinas Eólicas. Essa 
complementaridade já comprovada entre as fontes eólicas em nosso país 
potencializa uma maior confiabilidade e estabilidade do Sistema Elétrico 
Brasileiro (SANTOS; RAMOS; SANTOS; OLIVEIRA, 2006, p.19). 
Um dos fatores positivos que devem ser considerados para que sejam 
realizados investimentos em geração de energia a partir dos ventos, é a 
complementaridade da produção entre a eólica e as demais fontes de energia. 
Graças a esses avanços, o aproveitamento eólico tem contribuído na produção, 
incrementando a matriz energética. 
2.3 FUNCIONAMENTO 
Atualmente, a geração de energia a partir dos ventos acontece por meio de 
aerogeradores, que utilizam a energia cinética, que gira um rotor conectado a um 
gerador, convertendo energia mecânica em elétrica. Existem dois tipos principais de 
turbinas eólicas: as de eixo horizontal e as de eixo vertical. O modelo mais utilizado 
é o de eixo horizontal, geralmente com três pás, sendo necessário um sistema de 
ajuste para que a turbina esteja sempre alinhada com o vento; esse sistema de 
ajuste é dispensado na turbina de eixo vertical. Um ponto negativo do aerogerador 
de eixo vertical é que este modelo necessita de um pequeno impulso para dar a 
partida e começar a se mover. 
Para que uma turbina eólica tenha um funcionamento adequado existem 
alguns componentes essenciais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 1 – Componentes de um aerogerador 
COMPONENTES FUNÇÃO 
Pás Responsáveis por captar o vento, acopladas ao rotor. 
Rotor 
Transforma a energia cinética do vento em energia mecânica 
de rotação. 
 
Transmissão e 
caixa 
multiplicadora 
Transmite a energia mecânica do rotor até o gerador, 
multiplicando a baixa rotação do eixo do rotor, resultando em 
uma velocidade maior no gerador. 
 
Gerador Faz a conversão da energia mecânica em elétrica. 
Mecanismos de 
controle 
Responsável pelo ajuste do rotor em relação à direção do vento 
e pelo controle da velocidade, podendo ser mecânico, 
aerodinâmico ou eletrônico. 
 
Torre 
Responsável pela sustentação e posicionamento do rotor em 
uma altura adequada para a geração. 
 
Sistema de 
armazenamento 
Utilizado para armazenar energia, geralmente em baterias, a 
fim de atender períodos com baixa geração. O armazenamento 
é necessário em sistemas híbridos ou isolados da rede, 
tornando-se dispensável em modelos conectados à rede. 
 
Inversor síncrono 
Converte corrente contínua em alternada e ajusta a frequência 
na faixa dos 60 Hz. 
Transformador 
Adapta a tensão do gerador à tensão da rede elétrica. 
 
Fonte: Os autores, 2016. 
2.4 APLICAÇÃO DOS SISTEMAS DE MICROGERAÇÃO EÓLICA 
Os sistemas eólicos para a microgeração podem ser utilizados de três formas: 
isolados, híbridos ou interligados à rede. Cada tipo de aplicação contém vantagens e 
desvantagens, ficando sob responsabilidade do consumidor analisar e verificar qual 
modelo atende às suas necessidades do dia a dia. 
 
 
2.4.1 Sistemas isolados 
Os sistemas isolados não são conectados à rede elétrica, sendo aplicado 
normalmente em locais de difícil acesso, também utilizado na eletrificação rural. 
Esse tipo de aplicação na maioria das vezes exige um sistema de armazenamento, 
geralmente feito com baterias. 
Segundo Santos et al (2006), os sistemas que armazenam energia em 
baterias necessitam de um dispositivo para controlar a carga e a descarga da 
bateria, tendo como objetivo evitar danos por sobrecargas ou descargas profundas. 
A energia das baterias que está em corrente contínua passa pelo inversor 
síncrono, para que então possa ser usada na forma de corrente alternada. A 
desvantagem desse tipo de aplicação, assim como no sistema híbrido, está 
relacionada à manutenção das baterias. 
2.4.2 Sistemas híbridos 
Também não são conectados à rede convencional e operam em conjunto com 
outras fontes de energia, como por exemplo, painéis fotovoltaicos e gerador Diesel, 
sendo aplicado normalmente em empreendimentos de médio e grande porte. O seu 
funcionamento é igual ao de um sistema isolado, pois também precisa de um 
sistema de armazenamento em baterias. 
No caso de um sistema híbrido, deve haver um controle de todas as fontes 
para que se possa usufruir com máxima eficiência do equipamento instalado. 
2.4.3 Sistemas interligados à rede 
São conectados à rede elétrica, podendo ser aplicado em residências e 
comércios de pequeno porte. A energia gerada pelo equipamento é consumida e 
caso tenha um excedente é injetada na rede. Quando a geração não é suficiente 
para suprir a demanda, pode-se utilizar a energia distribuída pela concessionária. 
Os sistemas eólicos interligados à rede apresentam as vantagens inerentes 
aos sistemas de geração distribuída tais como: a redução de perdas, o 
custo evitado de expansão de rede e a geração na hora de ponta quando o 
regime dos ventos coincide com o pico da curva de carga (SOUZA; CUNHA; 
SANTOS, 2013, p. 11). 
Uma vantagem encontrada é que não precisa armazenar a energia, pois ela 
já está disponível para consumo, eliminando assim o custo com baterias. Outro 
aspecto que deve ser considerado é que mesmo não suprindo a demanda da 
 
 
unidade consumidora por completo, a quantidade de energia gerada através de um 
aerogerador pode representar uma redução na conta de luz, apresentando-se como 
uma fonte alternativa. 
Diante das vantagens desse sistema em relação aos outros, o sistema 
interligado à rede tem sido mais recomendado. Exemplo semelhante vem ocorrendo 
com os painéis fotovoltaicos no aproveitamento da energia solar. 
2.5 FATORES QUE INFLUENCIAM NA MICROGERAÇÃO EÓLICA 
2.5.1 Velocidade do vento 
De acordo com Santos et al (2006, p. 16), “A avaliação precisa do potencial 
de vento de uma região é o primeiro e fundamental passo para o aproveitamento do 
recurso eólico como fonte de energia”. 
Para que a energia eólica seja considerada tecnicamente aproveitável, é 
necessário que sua densidade seja maior ou igual a 500 W/m², a uma altura de 50 
m, o que requer uma velocidade de 7 a 8 m/s. Em lugares em que as condições do 
relevo contribuem para um fluxo de vento maior, a velocidade pode ser a partir de 6 
m/s. 
2.5.2 Altura do aerogerador 
A altura do aerogerador está diretamente relacionada com as condições de 
vento do local. Quanto mais alto estiver, mais vento alcançará. Portanto, deve-se dar 
atenção a estrutura do equipamento, que deve suportar a carga das peças, a força 
do vento e a vibração causada pelo movimento das pás. 
2.5.3 Relevo da região e obstáculos 
Estudos realizados levam em consideração cinco condições de relevo: Zona 
costeira - áreas de praia, com larga faixa de areia, onde o vento incide 
predominantemente no sentido mar-terra; Campo aberto - áreas planas de 
pastagens, plantações ou vegetação baixa; Mata - áreas de vegetação com árvores 
altas, tipo de terreno que causa mais obstruções ao fluxo de vento; Morro - áreas de 
relevo levemente ondulado, com pouca vegetação; Montanha - áreas de relevo 
complexo, com relevo bastante ondulado. 
A potência gerada varia com a velocidade do vento local, o que demonstra a 
importância de se fazer uma análise prévia do lugar antes de um investimento. 
 
 
Na zona urbana existe o problema da rugosidade física do entorno, 
entretanto o sistema pode ser otimizado para atender justamente esse 
setor, onde há aglomeraçãode edificações residenciais e grande demanda 
por energia elétrica (PIRES; OLIVEIRA, 2009, p. 5). 
Assim, a microgeração em regiões com muitos obstáculos fica prejudicada. 
Porém, mesmo nessas regiões, com o avanço tecnológico é possível gerar energia 
em escalas menores. Em regiões com aproveitamento mais restrito, deve-se avaliar 
a viabilidade econômica de implantação. 
2.5.4 Influência das pás 
As pás realizam um movimento circular em torno de um eixo, interagindo 
diretamente com as forças de sustentação e as forças de arrasto do vento. As pás 
são acopladas no rotor, podendo ser construído rotores com uma, duas, três ou 
múltiplas pás. 
“Os modelos mais utilizados na atualidade são os de eixo horizontal de três 
pás, geralmente fabricadas em fibra de vidro, com as pontas pintadas em vermelho 
para inibir a presença de pássaros.” (PIRES; OLIVEIRA, 2009, p. 3). 
Um aerogerador precisa ter de 1 a 4 pás para garantir melhor eficiência. 
Contudo, com apenas uma pá haveria problemas de balanceamento da turbina; com 
duas pás a turbina giraria muito rápido, causando altos esforços mecânicos ao rotor, 
pelo efeito da força centrífuga; com quatro pás, o ganho de eficiência seria baixo em 
comparação ao de três pás, além de custar mais caro; esses são os motivos 
principais que fazem com que o modelo de três pás seja o mais utilizado. 
A área abrangida pelo movimento circular das pás é um dos fatores 
influenciadores na geração. Portanto, a quantidade de energia gerada está 
diretamente ligada ao tamanho e ao ângulo de torção sobre o eixo longitudinal das 
pás. 
2.5.5 Rotor 
 O rotor é o componente do sistema eólico responsável por captar a energia 
cinética dos ventos e transformá-la em energia mecânica de rotação. Por isso, o 
dimensionamento do rotor influenciará diretamente na geração. O critério mais 
comum de classificação tem como referência o eixo e, assim, existem os rotores de 
eixo horizontal e os de eixo vertical. 
 
 
2.5.5.1 Rotor de Eixo Horizontal 
Esse modelo é o mais comum, sendo movido por forças aerodinâmicas 
chamadas de forças de sustentação (forças que atuam perpendicularmente ao 
escoamento do vento) e força de arrasto (forças que atuam na direção do 
escoamento). Os rotores que giram predominantemente sob efeito de forças de 
sustentação geram mais potência do que aqueles que giram sob efeito de forças de 
arrasto, para uma mesma velocidade do vento. 
2.5.5.2 Rotor de Eixo Vertical 
Em geral, os rotores de eixo vertical são mais simples, pois não necessitam 
de mecanismos de ajuste à direção do vento, também sendo movidos por forças de 
sustentação e de arrasto. Os principais tipos são o Darrieus, Savonius e turbinas 
com torre de vórtices. 
2.6 PRODUÇÃO DE ENERGIA 
Como foi analisado, a produção de energia possui uma série de fatores 
influenciadores. A quantidade total gerada vai depender desses elementos, que 
devem ser previamente estudados. 
Sabe-se que a disponibilidade e a intensidade dos ventos são fatores 
essenciais no aproveitamento da energia eólica e, por isso, levantamentos e outros 
estudos têm buscado analisar a produção de energia, tendo como principais 
variáveis envolvidas a velocidade, potência do vento e a área de captação. 
A seguir é mostrado um gráfico que relaciona a potência do vento no rotor 
(medida em W), que será transformada em energia mecânica e posteriormente em 
eletricidade, com a área das pás (medida em m²) e a velocidade do vento (medida 
em m/s). 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 1 – Potência resultante em função da área das pás e da velocidade do 
vento 
Fonte: Argentino; Beppu, 2007. 
 
Devido a vários fatores não é possível converter toda a energia do vento em 
energia mecânica. O valor máximo do coeficiente de potência é de 0,593. Por 
conseqüência, a máxima potência que pode ser extraída é de 59%. 
2.7 CUSTOS 
O custo de implantação e de manutenção varia muito, por vários fatores, 
dependendo necessariamente das condições locais. 
Na composição do cálculo de investimento e custo nesta forma de energia, 
levam-se em conta diversos fatores, como a produção anual estimada, as 
taxas de juros, os custos de construção, de manutenção, de localização e 
os riscos de queda dos aerogeradores. Sendo os cálculos sobre o real custo 
de produção da energia eólica diferem muito, de acordo com a localização 
de cada gerador ou grupo de geradores (SOUZA; CUNHA; SANTOS, 2013, 
p. 23). 
Nos sistemas interligados à rede, o custo depende apenas da instalação, 
sendo o custo de manutenção quase zero. Nos demais sistemas, isolados e 
híbridos, existe a manutenção das baterias, que normalmente são altos. 
 
 
Um exemplo de aplicação da microgeração foi encontrado no Rio Grande do 
Sul, onde foi realizado um projeto de instalação de um equipamento para atender 
uma residência de aproximadamente 42 m², sendo utilizado um aerogerador de 250 
W no valor de R$ 1950,00 e um inversor de 300 W no valor de R$ 410,00. Também 
foram encontrados no mercado turbinas com investimento de R$ 3000,00, podendo 
chegar a R$ 20000,00, dependendo da demanda. 
2.8 ECONOMIA DO SISTEMA 
Foi analisado o consumo médio de uma residência com quatro pessoas, 
tendo a energia fornecida pela Copel. De acordo com os aparelhos utilizados e o 
tempo de uso, foi constatada uma média de consumo de 350 kWh, gerando um 
custo de R$ 227,50 na fatura mensal de energia com uma tarifa de R$ 0,65 por kWh. 
Com um investimento de cerca de R$ 10000,00 pode-se utilizar até quatro 
aerogeradores com potência máxima de 300 W, produzindo com uma média de 5 
horas por dia. Durante um mês, a quantidade total produzida pronta para consumo 
pode chegar a 180 kWh, representando R$ 117,00 a menos da fatura, ou seja, uma 
economia de 51%. 
Com essa produção média, em cerca de sete anos e meio o valor investido 
será compensado, podendo este tempo ser reduzido com o aumento da tarifa, pois o 
preço da produção eólica será o mesmo. 
2.9 IMPACTOS AMBIENTAIS 
O impacto ambiental da energia eólica é praticamente insignificante, sendo 
seu principal problema a poluição visual, apesar de já existirem algumas 
preocupações com relação a barulho, interferências em televisores e 
acidentes com aves de rapina (HINRICHS; KLEINBACH, 2008, p. 329). 
Com relação à poluição visual, varia de pessoa para pessoa; deve-se apenas 
tomar o cuidado para que a sombra do equipamento não atrapalhe o dia a dia do 
indivíduo. A emissão de ruídos fica restrita a grandes parques eólicos, não tendo 
impactos na microgeração. O mesmo acontece com as interferências 
eletromagnéticas. Os acidentes com aves podem ser minimizados com a pintura das 
pás em vermelho; as aves tendem a mudar sua rota de migração cerca de 100 
metros do aerogerador. 
O principal aspecto positivo é que se trata de uma energia renovável, 
totalmente limpa, sem danos ao meio ambiente. Por não utilizar combustíveis 
 
 
fósseis, por sua vez não emite gases poluentes e não produz resíduos. É uma fonte 
de energia com muito potencial a ser explorado e que pode possibilitar um 
desenvolvimento sustentável. 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Conclui-se que a microgeração eólica é viável, pois seu custo é relativamente 
baixo. Tem um custo de instalação menor em relação a outras formas de 
microgeração com energia renovável, como por exemplo, as placas fotovoltaicas, 
que tem um valor de investimento maior. Necessitam de pouca manutenção e tem 
uma durabilidade de mais de 20 anos. 
Propicia uma redução significativa na fatura de energia, podendo em alguns 
casos, suprir metade da demanda da unidade consumidora. Com o equipamento 
funcionando corretamente, o valor investido é compensado em cerca de sete anos e 
meio. 
A implantação de um microgerador eólico não impacta negativamente no 
meio ambiente e com a popularização do sistema, os impactos ambientais de outras 
fontes podem ser minimizados, pois mais energia limpa será produzida. 
4 REFERÊNCIAS 
ARGENTINO,Fábio Luiz; BEPPU, Sérgio Katsumi. Projeto e construção de 
turbina eólica para instalações comerciais e residenciais. [S.l.]: 2007. 
 
 
CONCEIÇÃO, Jeferson César da. et. al. Dimensionamento de um sistema eólico 
residencial. Porto Alegre: 2014. 
 
 
CUNHA, Rafael Borges da; SANTOS, Mario Henrique Pereira; SOUZA, Luciano 
Laignier. Análise da Geração de Energia Eólica. Belo Horizonte: 2013. 
 
 
HINRICHS, Roger A.; KLEINBACH, Merlin. Energia e Meio Ambiente. [S.l.]: 
Thomson, 2008. 
 
 
INSTITUTO IDEAL, Guia de Microgeradores Eólicos. Disponível em: 
<http://institutoideal.org/guiaeolica/>. Acesso em 3 de novembro de 2016. 
 
 
OLIVEIRA, Branca F.; PIRES, Julio César Pinheiro. Gerador eólico de baixo custo 
para uso residencial. [Itajaí]: 2009. 
 
 
 
OLIVEIRA, Pedro Porto de. et. al. Projeto de Geração de Energia Eólica. Santos: 
2006. 
 
	1 INTRODUÇÃO
	2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
	2.1 A Energia Eólica no Brasil e no Mundo
	2.2 Potencial Eólico no Brasil
	2.3 Funcionamento
	2.4 Aplicação dos Sistemas de Microgeração Eólica
	2.4.1 Sistemas isolados
	2.4.2 Sistemas híbridos
	2.4.3 Sistemas interligados à rede
	2.5 Fatores que influenciam na microgeração eólica
	2.5.1 Velocidade do vento
	2.5.2 Altura do aerogerador
	2.5.3 Relevo da região e obstáculos
	2.5.4 Influência das pás
	2.5.5 Rotor
	2.5.5.1 Rotor de Eixo Horizontal
	2.5.5.2 Rotor de Eixo Vertical
	2.6 Produção de Energia
	2.7 Custos
	2.8 Economia do Sistema
	2.9 Impactos Ambientais
	3 considerações finais
	4 REFERÊNCIAS

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