Buscar

A-importancia-da-pesquisa-na-formao-Andrea-Bengozi

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Revista Educação no (Con)Texto: do curso de Pedagogia 
v.3, n.3, p.1-16, jan./dez. 2011 
ISSN 2446-5038 
 
1 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA NA FORMAÇÃO E AÇÃO DOCENTE 
 
Andréa Bengozi 
1
 
 
 
RESUMO 
As reflexões sobre a possibilidade e a necessidade de formar professores pesquisadores 
acontecem há muito tempo. Para compreender essa discussão é indispensável saber quais são 
as principais características de um professor pesquisador. O presente trabalho apresenta um 
breve relato sobre o conceito de professor pesquisador; quais os objetivos, as finalidades da 
sua pesquisa, qual a relação entre professor pesquisador e professor reflexivo, o porquê 
formar um educador pesquisador, quais as necessidades para esta formação, e se este 
professor pesquisador aplica na sua prática a pesquisa como recursos para formação de seus 
alunos. Efetuamos uma pesquisa de campo com dez professores de duas escolas municipais 
de Ensino Fundamental da cidade de Cambé. Também foram realizadas observações em duas 
diferentes salas de aulas com o propósito de identificar se a pesquisa acontece realmente na 
prática docente. Certamente esta pesquisa proporcionou uma reflexão sobre a prática da 
pesquisa como recurso didático. 
 
Palavras–chave: Professor pesquisador. Pesquisa. Ação docente. Aluno. 
 
ABSTRAT 
The reflections on the possibility and the need to train teachers researchers happen long ago. 
To understand this discussion is indispensable to know what are the main features of a 
research professor. This paper presents a brief account of the concept of research professor; 
what are the goals, the objectives of your research, what is the relationship between teacher 
and researcher reflective teacher, why form an educator researcher, which needs for this 
training, and this research professor apply in their practice research as resources for training 
their students. We have conducted a field survey of ten teachers from two public elementary 
schools in the city of Cambé. Were also made observations in two different classrooms in 
order to identify whether the research actually happens in the teaching practice. Surely this 
research provided a reflection on the practice of research as a teaching resource. 
 
Keywords: Teacher researcher. Search. Teaching action. Student. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A pesquisa em educação é recente em nosso país e ganha força com os 
trabalhos de Demo (apud LUDKE, 2004), que advoga a pesquisa como princípio científico e 
educativo, e Ludke (2004), que defende o acordo entre a pesquisa a prática docente e a 
formação docente. 
 
 
1
 Graduada em Pedagogia na Faculdade Catuai. 
 
Revista Educação no (Con)Texto: do curso de Pedagogia 
v.3, n.3, p.1-16, jan./dez. 2011 
ISSN 2446-5038 
 
2 
 
Para Nóvoa (apud LUDKE,1997) a semente da pesquisa encontra-se 
plantada em cada professor, e já faz parte do cotidiano, mas para que essa pesquisa faça parte 
do contexto escolar não basta formar um professor que faz pesquisa, é necessário também 
alterar a situação escolar a qual ele está inserido, que muitas vezes, não reconhece ou 
privilegia esta prática. 
A pesquisa é parte integrante do processo de formação da consciência crítica 
que sempre começa pela capacidade de questionar, da mesma forma que educar não é um 
processo que se faz aos pedaços ou em momentos e em condições cômodas. A pesquisa 
precisa também tornar-se atividade cotidiana, na qual se ve com olhos abertos, vendo o 
mundo criticamente, não apenas quando é interessante, mas sempre, e em todo lugar (DEMO, 
2005). 
Diferentes autores compararam sala de aula com um laboratório de pesquisa, 
mas em nossa realidade ela é utilizada para essa finalidade? O resultado da pesquisa é 
explorado e colocado em prática pelo pesquisador? 
O objetivo geral deste trabalho é ressaltar a importância da pesquisa na ação 
docente, e identificar se existe pesquisa na ação docente. Diante desse problema este trabalho 
aprofunda reflexões sobre a relação e as possibilidades da pesquisa como instrumento 
pedagógico e científico, buscando indicativos de respostas às questões: A pesquisa na 
formação do docente influencia na ação do educador como pesquisador? A Pesquisa ocorre na 
ação docente? Quais as dificuldades para ser um professor pesquisador? 
 Para Demo (1995), a pesquisa, pode ser compreendida não só como 
crescimento do conhecimento científico, mas também como desenvolvimento cognitivo. 
Alega que, ao vivenciar a pesquisa na vida acadêmica, ela possibilita que o professor tenha 
uma visão abrangente. Mas, caso ele não a tenha vivenciado, essa deficiência pode ser 
superada, basta que este educador esteja aberto ao conhecimento; por isso que o valor da 
pesquisa se faz presente em qualquer instância do processo, sendo um aluno ou um professor. 
No Brasil, falar de produção de conhecimento pelo professor ainda é tabu a 
ser superado, pois as condições gerais de trabalho dos docentes não favorecem essa prática, 
sobretudo no âmbito do ensino básico ou médio. 
 
 
 
 
Revista Educação no (Con)Texto: do curso de Pedagogia 
v.3, n.3, p.1-16, jan./dez. 2011 
ISSN 2446-5038 
 
3 
 
 
2 A PESQUISA 
 
Podemos encontrar vários conceitos do que é pesquisa; segundo Dicionário 
da Língua Portuguesa Aurélio, “pesquisa já é o ato ou efeito de pesquisar, indagação, 
inquisição”. Para Ander Egg (apud MARCONI; LAKATOS, 1999), a pesquisa é um 
procedimento reflexivo e sistemático controlado e crítico que permite descobrir novos fatos 
ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento. A pesquisa, portanto, é um 
procedimento formal, com métodos de pensamento reflexivo, que requer um tratamento 
científico e se constitui como caminho para conhecer a realidade ou descobrir verdades 
parciais. 
Gil (2002), definiu pesquisa como o procedimento racional e sistemático, 
que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é 
desenvolvida mediante os conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, 
técnicas e outros procedimentos científicos. A pesquisa desenvolve-se ao longo de um 
processo que passa por inúmeras fases que vão desde problema até a satisfação dos dados. 
De acordo com Demo (1995, p.54), pesquisar significa “querer saber, buscar 
avançar no conhecimento resultados sem cair na armadilha de oferecer resultados que já não 
permitam mais ser duvidados, questionados ou precisamente pesquisados. Ensinar e pesquisar 
são verbos que indicam ações que se diferem distintamente, mas que podem e devem estar 
interligadas, pois proporcionará ao aluno uma visão de mundo mais amplo e crítico”. 
Há vários tipos de pesquisa. Aqui relataremos apenas as mais utilizadas 
como: Pesquisa teórica que abordará as Pesquisas Bibliográficas, e Pesquisa Documental; e 
Pesquisas práticas, como Pesquisa Ação, Pesquisa de Campo. 
 
2.1. Pesquisas Teóricas 
 
Segundo Marconi e Lakatos (1999), pesquisas teóricas são realizadas 
levando em conta o material já tornado público em relação ao estudo, desde publicações 
avulsas, boletins jornais, revistas livros, teses, monografias, material cartográfico. Além disso, 
existem as Bibliotecas virtuais. Este tipo de pesquisa tem por finalidade colocar em contato 
direto o pesquisador com tudo que foi escrito sobre o tema, onde poderá selecionar o material 
mais adequado a ser utilizado. 
 
Revista Educação no (Con)Texto: do curso de Pedagogia 
v.3, n.3, p.1-16, jan./dez. 2011 
ISSN 2446-5038 
 
4 
 
A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao 
investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que 
poderia pesquisar diretamente. [...] A pesquisa bibliografia também é indispensável nos 
estudos históricos. E em muitas situações, não há outra maneira de conhecer fatos passados se 
não com base em dados bibliográficos (GIL, 2002, p.45).Segundo Mezzaroba (2003), a Pesquisa Bibliográfica não consiste em mera 
repetição do que já está escrito ou dito sobre o tema, mas oportunizar um estudo sobre o 
assunto partindo de outro olhar, chegando a conclusões inovadoras. A pesquisa bibliográfica é 
desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e 
artigos científicos. 
Já a Pesquisa Documental é semelhante à pesquisa bibliográfica, mas 
diferem-se na natureza das fontes. A pesquisa documental utiliza-se de materiais que não 
recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com 
os objetos da pesquisa; os materiais utilizados são aqueles que são conservados em arquivos 
públicos, instituições, privadas, igrejas, cartas pessoais, fotos, gravações, memorandos, 
ofícios e boletins. 
 
2.2 Pesquisas Práticas 
 
A Pesquisa de Campo é aquela utilizada para conseguir informações e 
conhecimentos sobre um problema, a qual se procura uma proposta ou hipótese que se queira 
comprovar. 
A pesquisa prática tem como característica essencial sua experimentalidade, 
ainda que não dispense um mínimo de referenciais teóricos para organizar sua execução e 
interpretação dos dados. Portanto, experimental não significa só pesquisa de laboratório, pode 
também ser pesquisa de campo. (MEZZAROBA, 2003, p. 113). 
Ainda falando sobre a importância da pesquisa de campo, lembramos das 
palavras de Gil (2002, p.53) 
 
[...] o estudo de campo focaliza uma comunidade, que não é necessariamente 
geográfica, já que pode ser uma comunidade de trabalho, de estudo, de lazer 
ou voltada para qualquer outra atividade humana. [...] a pesquisa é 
desenvolvida por meio da observação direta das atividades do grupo 
estudado e de entrevistas com informantes para captar suas explicações e 
interpretações do que ocorre no grupo. [...] exige do pesquisador que 
 
Revista Educação no (Con)Texto: do curso de Pedagogia 
v.3, n.3, p.1-16, jan./dez. 2011 
ISSN 2446-5038 
 
5 
 
permaneça o maior tempo possível na comunidade, pois somente com essa 
imersão na realidade é que se podem entender as regras, os costumes e as 
conversões que regem o grupo estudado. 
 
Para Gil (2002), no estudo de campo investiga-se um grupo ou comunidade 
em termos de sua estrutura social. No estudo de campo o pesquisador realiza pessoalmente o 
trabalho em campo, pois é ressaltada a importância do contato com a situação em estudo. 
Já a Pesquisa-ação significa planejar, observar, agir e refletir de maneira 
mais consciente, mais sistemática e mais rigorosa em relação ao que fazemos na nossa 
experiência diária Santos (2004). Franco (2005), entende pesquisa-ação como conceito que se 
inicia com trabalhos de Kurt Luwin em 1946, (tendo como plano de fundo o pós guerra) os 
quais, realizam atividades que foram desenvolvidas com a finalidade de proporcionar 
mudanças de hábito alimentares e atitudes racistas frente a grupos étnicos minoritários. Suas 
pesquisas caminham paralelamente a seus estudos sobre as atividades realizadas com os 
grupos. Portanto se alguém opta por trabalhar com este tipo de pesquisa deve compreender 
que a pesquisa e a ação devem caminhar paralelamente para que consiga transformação na 
prática, esta investigação é definida como: 
 
[...] um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em 
estreita associação de uma ação ou solução de um problema coletivo e no 
qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do 
problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. 
(THIOLLENT apud GIL, 2002, p.14). 
 
Como o próprio nome diz, a pesquisa-ação visa produzir mudanças (ação) e 
compreensão (pesquisa). Os seus principais objetivos são: melhorar a prática dos participantes; 
assegurar a organização democrática da ação; propiciar compromisso dos participantes com a 
mudança. 
Santos (2004) relata, que o trabalho docente exige questionamento e busca 
de soluções criativas para os problemas levantados. A pesquisa como prática social que busca 
produzir informação, apresenta algumas características próprias, ela acontece em um tempo e 
espaço tem uma dimensão histórica, relaciona-se com outras práticas sociais, não é neutra, 
pois sempre é influenciada pelo pressuposto teórico-metodológico. 
 
 
 
 
Revista Educação no (Con)Texto: do curso de Pedagogia 
v.3, n.3, p.1-16, jan./dez. 2011 
ISSN 2446-5038 
 
6 
 
3 A PESQUISA NA FORMAÇÃO E AÇÃO DOCENTE 
 
3.1 A pesquisa na Formação Docente 
 
Segundo Perrenoud (apud SANTOS, 2004), a pesquisa é importante como 
meio de preparação para a formação de futuros professores pesquisadores, pois apontam à 
possibilidade da renovação deste grupo dando assim um novo olhar para os problemas já 
existentes, mas é importante que os alunos ainda na academia comecem a fazer pesquisa e não 
fiquem limitados a tarefas rotineiras e decodificação de dados. 
Ludke (2009), comenta que na década de 1970, Stenhouse lançou imagem 
de professor pesquisador onde a ideia que a sala de aula é um laboratório e cada professor é 
um membro da comunidade científica, em que cada mestre procura encontrar os melhores 
meios e as formas mais adequadas para utilizar as estratégias de ensino . 
É também pela pesquisa que se torna um profissional reflexivo, mas é 
preciso deixar bem claro as diferenças das denominações entre professor pesquisador e 
professor reflexivo. O primeiro problematiza situações, pesquisa e investiga soluções para os 
problemas da educação; o outro reflete a sua prática pedagógica, e procura novas soluções. 
Suas nomenclaturas diferem um pouco, porém um não precisa caminhar separado, ambos são 
importantes pela observação e por refletir o que é possível e necessário fazer. (LUDKE, 2004). 
Para Nóvoa (2001), os nomes se diferem, mas ambos realizam o mesmo 
processo analítico reflexivo da realidade educacional. O professor pesquisador e o professor 
reflexivo, no fundo, correspondem a correntes (conceitos) diferentes para dizer a mesma coisa. 
São nomes distintos, maneiras diferentes dos teóricos da literatura pedagógica abordarem uma 
mesma realidade. 
No Brasil, segundo Ludke (2001), Demo é o maior defensor do caráter 
formador da pesquisa, acreditando que é com a análise de dados que se procura saber os 
porquês, que se estimula o desenvolvimento do conhecimento dos alunos, para conhecer o 
novo ou recriar o velho. 
 O contato pedagógico entre professor e aluno que propõe e orienta uma 
pesquisa, vai além da relação daquele que ensina e alguém que apenas recebe o conhecimento 
pronto; sobressai então um processo de aprendizagem mútua onde ambos trabalham juntos, 
onde questionam, reconstroem um conhecimento formal e político. O sujeito alarga seus 
horizontes políticos questionadores, e passa a ser capaz de elaborar alternativas históricas. [...] 
 
Revista Educação no (Con)Texto: do curso de Pedagogia 
v.3, n.3, p.1-16, jan./dez. 2011 
ISSN 2446-5038 
 
7 
 
“Questionar é tudo sobre postura política que se torna mais sólida, quanto mais se funda no 
instrumento mais potente de inovação, que é o conhecimento”. (DEMO, 1995, p.58). 
Para Demo (2005), os educadores precisam sair da posição de professor que 
reproduz à cópia. A característica emancipatória da educação exige pesquisa como método 
formativo, pela razão principal que apenas um lugar de sujeitos gera sujeitos, onde pesquisa e 
educação são processos coincidentes, pois para o autor, o aluno não vai à escola para assistir 
aula, mas sim para pesquisar, daí a tarefa crucial de ser parceiro no trabalho e não apenas 
ouvinte. 
André (2004),comenta que a formação de um educador em professor 
pesquisador, acaba tendo um conceito tão aberto que leva a muitas interpretações. Alguns 
acreditam que é levar os graduandos a realizar trabalhos práticos como coletas e análise de 
dados; já outros para atividades de estágios que envolvam projetos na escola. Mas por 
existiremdiferentes conceitos é preciso estar atentos para não banalizarmos o papel da 
pesquisa na formação docente, pois “[...] o que serve para tudo acaba não servindo para nada 
[...]” (ANDRÉ, 2004, p.58). 
Esta reflexão de André (2004), relembra a posição de Demo (2003), frente à 
importância de estarmos atentos a diversidade de pesquisas e seus reais propósitos uma vez 
que a pesquisa pode ser utilizada sobre diversos olhares e oferecida como meio de manusear, 
a favor massa dominante, que manipula e apresenta ao povo somente o que deseja que eles 
saibam. 
De acordo com André (apud SANTOS, 2004), há um consenso literal que 
pesquisa é elemento essencial para a formação profissional do professor, mas questões tem se 
formado para a inserção da pesquisa na prática docente: Qual condição tem um educador para 
realizar as pesquisas? Quais pesquisas são realizadas? 
Santos (2004), chama atenção para o teor a ser pesquisado, pois não é 
qualquer pesquisa que contribui para a formação docente, os temas relevantes a serem 
pesquisados devem estar voltados à prática pedagógica, ou questões que remetem ao ensino/ 
aprendizagem. É inquestionável a importância da formação teórica para o pesquisador onde a 
teoria fornece elementos, para questionar e interpretar dados bem, como os dados que 
envolvem a pesquisa. 
Ludke (2009), também questiona se aos temas que o professores costumam 
pesquisar tem uma clara relação entre a formação, pós- graduação e a sua prática. Os 
 
Revista Educação no (Con)Texto: do curso de Pedagogia 
v.3, n.3, p.1-16, jan./dez. 2011 
ISSN 2446-5038 
 
8 
 
professores demonstram nitidamente esta disposição em propostas de pesquisas. Os que 
cursam ou já cursaram uma graduação em torno de temas educacionais, demonstram a 
disponibilidade de estarem mais próximos do discurso de pensar a prática docente. As 
pesquisas realizadas pelos educadores relacionam-se em sua maioria a atividades direcionadas 
ao cotidiano escolar, mas por vezes, resulta em materiais escolares apostilas, eventos, como 
palestras entre outros. 
Para Ludke (2009), professores declaram que a escola básica e a academia 
deviam ter mais trocas de informação e diminuir o distanciamento, entre elas e ambas 
contribuiriam como suporte para professor, e as trocas interdisciplinares entre as áreas do 
conhecimento. 
 
3.2 A Pesquisa na Ação Docente 
 
Veiga (2009), comenta que a idéia da pesquisa como recurso didático está 
baseado em atitudes analíticas, reflexivas, questionadoras e problematizadoras. Antes da 
apresentação da pesquisa como atividades escolares, existe a necessidade a apresentação 
prévia de como e quais são os passos que devem seguir. 
Veiga, (2009), chama a atenção para duas premissas: primeiro o aluno 
aprende, não o fazem como se nada soubessem, eles partem de um conhecimento já adquirido 
para construção de novos. Segundo, eles aprendem a lidar com situações problemas gerados 
pelo mediador que os coloca diante de novos conhecimentos, uma vez que ao aprender a 
aprender eles passam a ser protagonistas e melhoram o rendimento. 
A presença de um orientador é fundamental para ajudar no desenvolvimento 
de um pesquisador, pois ele norteia, questiona - elementos essenciais para o desenvolvimento 
da pesquisa. Segundo Veiga (2009) o educador norteia, direciona o processo de ensinar, uma 
vez que a aprendizagem e orientada pelo ensino. O princípio didático enfatiza o papel 
mediador do professor e auto-atividade do aluno. As situações vividas, propostas dentro de 
sala de aula proporcionam não só a aprendizagem, mas também o desenvolvimento da 
autonomia onde tanto professor como aluno assumirão seus papeis de protagonistas. 
Demo (1995), relembra que o professor pesquisador deve fazer uso da teoria, 
pois é este conhecimento acumulado que o tornará hábil a questionar os dados, a procurar 
entender e resolver problemas, uma vez que munido de conhecimento ele consegue manter 
 
Revista Educação no (Con)Texto: do curso de Pedagogia 
v.3, n.3, p.1-16, jan./dez. 2011 
ISSN 2446-5038 
 
9 
 
um olhar crítico do seu objeto de estudo, e assim, poderá vê-lo por diferentes ângulos. 
O autor acima citado argumenta que educar pela pesquisa torna-se mais 
coerente, pois esse recurso auxilia o aluno a reconstruir o conhecimento disponível 
apropriando-se de vários conhecimentos que envolvem sua ação investigativa. Demo (2005), 
lembra que o educador preparado não perderá tempo e usará de atividades lúdicas para 
impulsionar ainda mais o questionamento reconstrutivo, sugere que o educador que não tenha 
vivenciado esta prática em sua vida escolar, pode começar a desenvolvê-la junto com seu 
aluno como em um esquema onde serão parceiros no trabalho. O educador não pode abrir 
mão da formação constante, buscar renovar a cada dia com o objetivo de melhorar ainda mais 
seu trabalho. 
Demo (1995), descreve que educar pela pesquisa parece estranho, mas se 
olharmos o processo poderemos observar seu dinamismo intrínseco, construtivo; sendo ele 
um processo permanente pela aposta na inovação do conhecimento, que busca a renovação, a 
qualidade metodológica da construção do conhecimento. Entre elas outras facetas são 
apresentadas: a) O seu lado emancipador; que permite o aluno a possibilidade de continuar 
desenvolvendo de uma forma mais autônoma com olhares vigilantes não aceitando tudo que 
lhe é imposto, b) Sua marca de atitude cotidiana; vai à busca de vitórias agindo no seu 
contexto c) Sua viabilidade em qualquer pessoa e em qualquer lugar, sem banalizar; torna-se 
autônomo com conhecimentos suficientes para opinar sobre assuntos sem ferir direitos e 
deveres. d) Sua relação intrínseca com o conhecimento inovador; ou seja, o conhecimento que 
está ligado dentro de cada novo conhecimento. 
Na visão de Demo (1995), é este lado da pesquisa, que mais se aproxima 
das áreas escolares e rompe com o distanciamento que o princípio científico produz; assim ao 
falar em educar pela pesquisa fica mais lógico, pois este recurso auxilia o aluno, e/ou 
professor a construir o conhecimento já disponível uma vez que você vai partir do que já 
existe. A pesquisa precisa ser vista como ponto de partida, pois o resultado da pesquisa nunca 
é o final, mais sim, um novo convite a novos questionamentos. 
 
4 COLETA E ANÁLISE DE DADOS 
 
A pesquisa de campo proporciona um trabalho mais amplo com possíveis 
investigações. Trabalhando prática e a teoria podemos levar a uma reflexão apoiada tanto no 
contexto histórico quanto na realidade em que o objeto de pesquisa está inserido, relembrando 
 
Revista Educação no (Con)Texto: do curso de Pedagogia 
v.3, n.3, p.1-16, jan./dez. 2011 
ISSN 2446-5038 
 
10 
 
Gil (2002). 
Segundo Laville e Dionne (1999), o uso dos questionários permite alcançar 
rápida e simultaneamente um grande número de pessoas, uma vez que elas respondem sem 
que seja necessário enviar-lhes um entrevistador. A uniformização assegura de outro lado, que 
cada pessoa veja as questões formuladas da mesma maneira, na mesma ordem e 
acompanhadas da mesma opção de respostas, o que facilita a compilação e a comparação das 
respostas escolhidas e permite recorrer ao aparelho estatístico quando chega o momento da 
análise. O anonimato habitual garantido aos interrogados mostra-se outra vantagem desse 
gênero de coleta, pois pode facilitar a tarefa deles: um empregado poderá melhor dar parte de 
suas queixas, sentindo- se ao abrigo de eventuais represálias. Mas o ponto negativo é que esse 
anonimato não pode garantir a sinceridade das respostas obtidas. 
Desta forma escolhemos a pesquisa quali-quantitativa, uma vez que 
utilizamos dos dois métodos para aplicação e análise dos dados. 
De acordo com os autores Laville e Dionne (1999) pesquisa quantitativa é a 
pesquisa realizada e apoiada nos números obtendo assim, resultados exatos, possíveis de 
serem medidos utilizando instrumentos formais, com ênfase na objetividadepara coletas de 
dados. Já pesquisa qualitativa, envolve coletas de dados para análise sistemática de materiais 
narrativos mais subjetivos, e tem como objetivo compreender a totalidade de determinado 
fenômeno, mais do que focalizar conceitos específicos. Salienta-se a importância na 
interpretação dos dados. 
Vale lembrar, ainda, que os procedimentos metodológicos utilizados em 
nossa pesquisa consistiram de minucioso levantamento e cuidadosa averiguação de todo o 
material teórico e documental disponível (revistas, jornais, livros, entrevistas, internet etc.) 
relacionados com os dados coletados em campo. 
O tema central deste trabalho é a Pesquisa e sua importância na formação e 
ação docente. Como apoio ao nosso trabalho utilizamos como instrumento de coleta de dados 
questionários. O questionário apresenta 13 perguntas variando entre perguntas (fechadas e 
abertas), relacionadas à formação do educador e seus saberes e práticas sobre pesquisa. O 
objetivo foi investigar se a pesquisa ocorre na escola como instrumento didático. Foram 
entregues para professores de duas escolas municipais de Ensino Fundamental, da cidade de 
Cambé. 
 
 
Revista Educação no (Con)Texto: do curso de Pedagogia 
v.3, n.3, p.1-16, jan./dez. 2011 
ISSN 2446-5038 
 
11 
 
Ao serem questionados sobre como explicam o termo “Pesquisa”, todos os 
educadores afirmaram que o termo “pesquisa” significa investigar, buscar, procura de 
informações. Para Ander Egg (apud MARCONI ; LAKATOS, 1999), a pesquisa é um 
procedimento reflexivo e sistemático controlado e crítico que permite descobrir novos fatos 
ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento. A pesquisa, portanto, é um 
procedimento formal, com métodos de pensamento reflexivo, que requer um tratamento 
científico e se constitui como caminho para conhecer a realidade ou descobrir verdades 
parciais. 
Em relação a pesquisa em sua formação inicial, dos dez educadores 
pesquisados, apenas cinco responderam ter participado de projetos de pesquisa. Para Demo 
(1995) vivenciar a pesquisa na vida acadêmica, possibilita que o professor tenha uma visão 
abrangente. Mas, caso ele não a tenha vivenciado, essa deficiência pode ser superada. Basta 
que este educador esteja aberto ao conhecimento, por isso que o valor da pesquisa se faz 
presente em qualquer etapa do processo e acadêmico sendo um aluno ou um professor. 
Na sequencia questionamos se eles utilizam pesquisa na sua ação docente, 
ou seja, para trabalhar os conteúdos com seus alunos. Todos os educadores disseram trabalhar 
com pesquisa na sala de aula, como recurso para apresentar conteúdos. 
A respeito das dificuldades encontradas para trabalhar com pesquisa nas 
aulas, apontaram a falta de interesse e de materiais adequados, e o uso inadequado dos 
materiais, como as maiores dificuldades encontradas pelos professores para trabalhar com 
pesquisa. 
O recurso a motivação lúdica pode ser muito eficaz nos alunos, como a 
organização de feiras (de ciências, de matemática, de estudos sociais, 
produções pessoais e de equipes, etc.), gincanas, jogos, brincadeiras, 
competições, tomados todos os expedientes instigadores da capacidade de 
iniciativa e de formulação própria, sem falar no trabalho de equipe; sem 
exacerbar o horizonte competitivo, porquanto o desfio é educativo, é 
possível arquitetar nos alunos um ambiente instigador; aproveitando a 
potencialidade criativa que o lúdico naturalmente contém. (DEMO, 2005, 
p.30). 
 
Ao observar as necessidades dos alunos o professor pode utilizar diferentes 
estratégias para buscar superar as dificuldades, o trabalho com lúdico é uma proposta que não 
requer muito custo e proporciona atividades diversificadas e pode alcançar diferentes idades, 
fases das crianças. 
Também questionamos sobre quais facilidades encontra para trabalhar os 
 
Revista Educação no (Con)Texto: do curso de Pedagogia 
v.3, n.3, p.1-16, jan./dez. 2011 
ISSN 2446-5038 
 
12 
 
conteúdos através de pesquisa. 
Com as respostas obtidas foi possível perceber que as atividades trabalhadas 
com o recurso da pesquisa o conteúdo fica mais fácil de ser apresentado e aprendizagem 
palpável e significativa, pois os alunos passam a construir o conteúdo junto com o educador, 
sendo que o tipo de pesquisa mais desenvolvida pelos professores foi a pesquisa bibliográfica. 
A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao 
investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que 
poderia pesquisar diretamente. [...] A pesquisa bibliografia também é indispensável nos 
estudos históricos. E em muitas situações, não há outra maneira de conhecer fatos passados se 
não com base em dados bibliográficos. (GIL, 2002, p.45). 
Também utilizam a pesquisa de campo o que proporciona um trabalho mais 
amplo com possíveis investigações, onde trabalhando juntas podemos levar a uma reflexão 
apoiada tanto no contexto histórico, e a realidade que o objeto de pesquisa está inserido. (GIL, 
2002), 
 
[...] o estudo de campo focaliza uma comunidade, que não é necessariamente 
geográfica, já que pode ser uma comunidade de trabalho, de estudo, de lazer 
ou voltada para qualquer outra atividade humana. [...] a pesquisa é 
desenvolvida por meio da observação direta das atividades do grupo 
estudado e de entrevistas com informantes para captar suas explicações e 
interpretações do que ocorre no grupo. [...] exige do pesquisador que 
permaneça o maior tempo possível na comunidade, pois somente com essa 
imersão na realidade é que se podem entender as regras, os costumes e as 
conversões que regem o grupo estudado. (GIL, 2002, p.53). 
 
Sobre o resultado da pesquisa os educadores dizem refletir sobre o 
resultado da pesquisa, proporcionando aos alunos um momento de interação e apresentação 
dos resultados obtidos, estes momentos de apresentação são parte dos momentos que 
caracterizam a pesquisa como momento de crescimento da autonomia reflexiva, ou 
desenvolvimento do pensamento crítico. 
 
Para Demo (2005) e Antunes (2001) o educador precisa estimular os 
alunos, levá-los a reflexões sobre os temas, questionando, problematizando, sugerindo outros 
caminhos levantando dúvidas, para então induzir o aluno também a perguntar, a formular suas 
próprias reflexões, proporcionado a autonomia frente à pesquisa. 
 
 
Revista Educação no (Con)Texto: do curso de Pedagogia 
v.3, n.3, p.1-16, jan./dez. 2011 
ISSN 2446-5038 
 
13 
 
Realizamos também observações, com a finalidade de verificar se 
encontramos no espaço escolar disponibilidades e recursos para dar suporte tanto para o 
educador como para o aluno realizar uma pesquisa, uma vez que somente com os 
questionários não verificaríamos a realidade da pesquisa dentro do ambiente escolar. 
Observamos que a escola não tem um laboratório de informática 
disponível aos alunos, apenas um para a secretária, como também não há um laboratório de 
ciências, ela conta com uma sala de artes, mas apenas com materiais para esta aula, e outro 
ambiente onde são armazenados os objetos materiais das aulas de educação física. 
O único espaço disponível para pesquisa é a biblioteca, que é ampla 
com mesas e cadeiras suficientes para os alunos sentarem, mas seu acervo é pequeno e 
encontram-se disponibilizado em prateleiras, os livros são de literatura infantil, gibis jornais, 
algumas revistas, livros didáticos, dicionários, pouco podem ajudar em uma pesquisa mais 
científica. 
Demo (2003), alega que para trabalhar com pesquisa o aluno, precisa 
na escola de um ambiente positivo, com participação ativa tanto dos alunos, professores e 
todos os envolvidos com a escola, onde haja presença dinâmica, inteiração, comunicação, 
motivação a escola precisa incluir com naturalidade este espaço de trabalho. 
Observamos duas salas de aula para averiguar como as professoras 
trabalham com pesquisa em sua classe, a primeira professora trabalhacom pesquisa de 
conceitos apenas para eles procurarem palavras que contenham determinada letra, o que não 
está incorreto, mas para que isso realmente seja considerado pesquisa é necessário que haja 
uma contextualização onde fará perguntas sobre as palavras encontradas, o que infelizmente 
na prática não aconteceu. 
A segunda professora observada, no dia não trabalhou com pesquisa 
em conversa posterior à observação, disse que não gosta de trabalhos de grupo ou pesquisa ela 
relata que a sala os alunos ficam muito agitados, falam o tempo todo, levantam da carteira, 
quando faz pesquisa prefere apenas que eles pesquisem conceitos, ou busquem em dicionários, 
o que torna a ação apenas consultas o que não contribui para o desenvolvimento reflexivo do 
aluno. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Percebemos que a pesquisa ainda está muito restrita aos universitários, e 
 
Revista Educação no (Con)Texto: do curso de Pedagogia 
v.3, n.3, p.1-16, jan./dez. 2011 
ISSN 2446-5038 
 
14 
 
aqueles que continuam os estudos após a faculdade, em nosso país ainda são a minoria. 
A infra-estrutura de uma universidade torna-se muito mais favorável à 
prática de pesquisas do que colégios estaduais ou escolas municipais. O que percebemos 
através da escola pesquisada é que não há investimentos materiais ou incentivos aos docentes 
para que essa prática ocorra nas escolas de educação básica, porém não podemos generalizar 
uma vez que não conhecemos todas as escolas municipais do estado, portanto nos apoiamos 
na realidade observada. 
Como já mencionamos o acesso a universidade é em alguns casos 
impossível para a maioria da população, uma vez que a concorrência é muito grande, portanto 
a pesquisa em seu teor mais reflexivo acaba ficando ainda mais restrito os estudantes de uma 
academia ou cursos de pós- graduação. 
No decorrer do presente trabalho relatamos que a pesquisa propicia a 
autonomia intelectual, reflexiva tanto dos que inserem está prática em sua rotina de estudos, 
quanto dos alunos que vivenciam estas atividades ofertadas pelo educador como recurso 
didático. 
Ao iniciar este trabalho, tínhamos a intenção de identificar se a pesquisa 
ocorre na ação docente, se os educadores utilizam da pesquisa na sala de aula. Vimos que ela 
ocorre, mas não a solicitam utilizando todas as contribuições que ela pode proporcionar, 
apenas para oferecerem o início de um novo conteúdo sem a finalidade da construção da 
consciência crítica, onde o conteúdo pesquisado contribua para reflexão, somente levam o 
aluno a copiar palavras, sem pensar, interagir com o tema, dessa maneira utiliza de forma 
equivocada um instrumento de trabalho tão valioso que poderia contribuir para uma sala de 
aula com alunos mais participativos, curiosos. 
Tratar deste assunto não é simples, pois aborda um instrumento influente 
que pode ser apresentado como forma manipuladora de fontes, conteúdos, dados, que permite 
diferentes interpretações, por isso formar um cidadão que pense, reflita, questione é também 
um grande desafio. Há sempre dúvidas conceituais ao falar em "professor refletindo sobre" ou 
em "professor pesquisador". Agregam-se a estas dúvidas as condições para a prática da 
pesquisa nas escolas, pelos professores, tais como a cultura da própria escola, os tempos 
didáticos, os apoios necessários (humanos, intelectuais, financeiros e materiais entre outros), 
as relações e administrações escolares, com associações científicas e de classe, os contratos de 
trabalho. 
 
Revista Educação no (Con)Texto: do curso de Pedagogia 
v.3, n.3, p.1-16, jan./dez. 2011 
ISSN 2446-5038 
 
15 
 
Desta maneira, entendemos que a política social vigente não propicia a 
todos os estudantes a autonomia intelectual, uma vez que não incentiva essa prática nas 
escolas bem como a postura tradicional de alguns profissionais da educação que ainda prefere 
o silencio ao barulho produtivo. Então pergunto o que os fazem pensar, agir assim? O medo 
do novo ou não saber fazer, como vimos há diferentes formas de tornar-se um pesquisador 
entre elas é estar disposto a começar, recomeçar, estar aberto ao novo conhecimento. 
Assim, podemos concluir que os professores mostram-se cientes da 
importância de realizar pesquisas, porém, há diversos fatores, como a infra-estrutura, os de 
cunho pessoal, tanto de alunos como de educadores, o desinteresse, falta de leitura, a falta de 
tempo, interferem para a prática da pesquisa acontecer como recurso metodológico. 
Porém, acreditamos que é possível estimular gestores, pedagogas, 
professores e os alunos das escolas, a utilizar da pesquisa nas aulas com o objetivo de 
conseguir novos e positivos resultados no processo de formação, tanto docente quanto 
discente. Estamos cientes de que são resultados a serem conquistados em longo prazo, mas 
que, uma vez conquistados proporcionarão uma postura diferente dos alunos, bem como uma 
realidade educacional aperfeiçoada, com alunos mais interessados e participativos. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ANDRÉ, Marli (org.). O Papel da Pesquisa na Formação e na Prática dos Professores. 
3.ed. Campinas : Papirus, 2004. 
 
DEMO, Pedro. ABC Iniciação à competência reconstrutiva do professor básico São Paulo: 
Papirus,1995. 
 
______. Pesquisa: principio cientifico e educativo. 10.ed. São Paulo. Cortez, 2003. 
 
______. Educar pela Pesquisa. 7.ed. São Paulo: Cortez. 2005 
 
FRANCO, Maria Amélia Santoro. Pedagogia da Pesquisa Ação. São Paulo: Educação e 
Pesquisa. v.31, n.3, p. 483-502, dez. 2005. 
 
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.. 
 
LAVILLE, Cristian; DIONNE, Dionne. A construção do saber: manual de metodologia da 
pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Artmed, 1999. 
 
 
 
Revista Educação no (Con)Texto: do curso de Pedagogia 
v.3, n.3, p.1-16, jan./dez. 2011 
ISSN 2446-5038 
 
16 
 
LUDKE, Menga. A pesquisa na formação do professor. In: FAZENDA Ivani (Org.) A 
pesquisa em educação e as transformações do conhecimento. 2.ed. Campinas: Papirus, 
1997, p.111-120. 
 
_____. O professor, seu saber sua pesquisa. Educação & Sociedade. São Paulo, v.22, n.74, p. 
77-96, abr., 2001. 
 
______. A complexa relação entre o professor e a pesquisa In: ANDRÉ, Marli (Org.) O Papel 
da Pesquisa na Formação e na Prática dos Professores. 3.ed. Campinas: Papirus, 2004, 
p.27-54. 
 
______. O professor e pesquisa. 6.ed. Campinas: Papirus, 2009. 
 
MARCONI, Marina Eva de Andrade; LAKATOS, Eva Maria.Técnicas de pesquisa.40.ed. 
São Paulo: Atlas, 1999. 
 
MEZZAROBA, Orides. Manual de metodologia da pesquisa no direito. São Paulo: Saraiva, 
2003. 
 
NÓVOA, Antônio. O Professor Pesquisador e Reflexivo. Entrevista concedida em 13 de 
setembro de 2001 Disponível em: <http://desafiopio.blogspot.com/2008/06/entrevista-com-
antnio-nvoa-o-professor.html> Acesso: 20 maio 2011. 
 
SANTOS, Lucíola, L, C, P. Dilemas e perspectiva na relação entre ensino e pesquisa. IN: 
ANDRÉ, Marli (Org.). O Papel da Pesquisa na Formação e na Prática dos Professores. 
3.ed. Campinas: Papirus, 2004, p.11-26. 
 
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Aventura de formar Professores. Campinas: Papirus, 2009.

Continue navegando