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DIREITO TRIBUTÁRIO - ANGELO BOREGGIO

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Direito Tributário – Professor: Angelo Boreggio
Estudante: Karen Braga
OBS 1: doutrina, pesquisas e comentários importantes sobre o tema dessa cor.
Aula 1/6 – 15.08.2017
Bibliografia indicada:
Direito tributário esquematizado – Ricardo Alexandre – editora: juspodium
1. TRIBUTO: o direito tributário é o estudo do tributo (gênero). Ainda hoje é necessário destrinchar o tributo, pois ainda cai em prova o conceito de tributo e seus elementos. É uma legislação conceitual porque “dói” no bolso do contribuinte, ou seja, a legislação precisa conceituar ao máximo para não gerar interpretações alheias. Não há muita divergência doutrinária, é lógico, a linha é uma só.
Conceito – art. 3º, CTN: “tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.
O CTN foi feito a uma linguagem de 1966, longe da nossa linguagem atual. Temos que saber que o CTN, foi criado como lei ordinária, antes da CF/1988, com quórum simples (metade mais um de quem estava ali no congresso). Eis que surge a CF em 1988, recepcionando toda a legislação brasileira que não colidisse com a nova ordem constitucional, portanto todas as leis que não entrassem em choque com a nova ordem politica constitucional, seriam recepcionadas. E assim foi com o CTN, o CF viu que o CTN não contrariava a CF e recepcionou o CTN, porém concedeu o status de lei complementar, deixou de ser lei ordinária. Vale dizer hoje que o CTN é lei complementar, por determinação da CF de 1988. Promoveu o CTN. Para alterar o CTN somente por outra lei complementar, paridade de normas.
Entendendo o artigo acima, por partes:
“Tributo é toda prestação”: prestação enquanto obrigação, parte, valor.
“Pecuniária”: significa dinheiro; o fisco já diz logo o que ele quer, a obrigação em dinheiro. 
“Compulsória”: obrigatória, taxativa, imperativa; ou seja, queira o contribuinte ou não tem que pagar tributo, se é certo ou não, vai ter que pagar, se tem dinheiro ou não, vai ter que pagar, pois é obrigatório. A gente paga tributo para alimentar as contas publicas, é uma receita derivada, de modo que o gestor tenha dinheiro suficiente para gastar educação, saúde, etc. Se fosse facultativo, ninguém pagaria tributo, não entraria dinheiro, e a gestão publica não existiria, razão pela qual ela é obrigatória, compulsória. 
“Em moeda”: refere-se a moeda nacional (reais), só se paga tributos em reais, não importa qual seja o contexto, não importa a forma, não importa o enunciado da OAB, ainda que informe no enunciado que firmou contrato internacional cujo valor seria X dólares, a resposta, tem que se dar em reais, em razão do conceito do tributo. 
“OU cujo valor nela se possa exprimir”: ou (conjunção alternativa – abre possibilidades), pode pagar em moeda (reais) ou com qualquer coisa, desde que essa coisa tenha valor monetário. Em uma leitura simples, pode ser levado a erro, não se pode pagar tributo com uma caneta, por exemplo. Esse trecho é que pode pagar tributo com coisa desde que, tenha lei expressa autorizando, não é aplicação imediata; obrigatoriamente tem que ter lei própria, expressa autorizando. 
Hoje só temos três possibilidades: 1) pedras e metais preciosos – tributos federais, trata-se de uma lei imperial que ainda não foi revogada. Essa lei imperial determinava que todos os extratores deveriam pagar à coroa 1/5, essa lei ainda esta em vigor (coroa seria o federal); 2) precatórios – é o titulo da divida publica, portanto, se são títulos, não é dinheiro, é papel. É o quanto a fazenda deve para você, se acima de um valor mínimo (acima de 10 mil reais), ela não paga em dinheiro, ela dá um papel “devo não nego e pago quando puder”, esse precatório em regra entra em uma fila e resgata em torno de 10 a 20 anos, corrigido, mas leva um tempo; esse precatório ele é negociável, então, pode pagar ou compensar o tributo com precatório, desde que haja lei autorizando. 3) dação em pagamento: apenas para bens IMÓVEIS na forma da lei civil, portanto casa, apt, terrenos, aeronaves, embarcações. 
“Que não constitua sanção por ato ilícito”: é onde mais vê incidência em prova. Ato ilícito é ato contrario a lei, e sanção é uma penalidade. Então o tributo jamais poderá ser uma pena em razão de ilicitude, pois tributo é para alimentar contas publicas. Se o estado conhece uma ilicitude, sabe que ali é praticado um ato contrario à lei, a obrigação do estado é encerrar a atividade e tomar atitudes coercitivas para não se praticar mais o ato. Se o estado tributar, ele legaliza a conduta, e assim terá sido negligente.
Daqui extraímos duas situações importantes: 1) sanção (pena) em razão de ilicitude é multa. Se tributo não pode ser sanção por ato ilícito, TRIBUTO NÃO É MULTA. O que vale pro tributo não necessariamente é aplicado a multa. Exemplo: principio constitucional tributário é aplicado aos tributos e não a multa, multa é pena. Multa tem caráter penal administrativo, não tributaria. Ainda que a multa decorra do não pagamento de um tributo, tributo e multa tem conceitos diferentes. A multa pode ser muito alta, o tributo não (tributo é obrigatório), existem multas de 150%, pois a finalidade é que, com a multa a pessoa deixe de praticar aquele ato ilícito; 2) como tributo não constitui sanção por ato ilícito, o tributo só recai sobre atividade licita, atos legais, permitidos. Exemplo: imposto de renda, recai diretamente sobre a renda. A renda é permitido no Brasil, estado capitalista, quanto mais melhor. O imposto não pode recair diretamente sobre uma conduta ilegal. Exemplo: imposto sobre o pó, o pó é ilícito. Então nunca poderia existir imposto sobre o pó. Se tributa, legaliza a conduta. Exemplo: Fernandinho Beira Mar tinha que pagar imposto de renda, mesmo que sua renda viesse do crime, ou seja, indiretamente do tráfico. Não importa que a renda indiretamente seja de algo ilícito, o que importa é que diretamente o imposto de renda recai sobre a renda, e renda é legal, art. 43, I, CTN. Renda de qualquer natureza, não importa de onde venha a renda. Crimes de al capone (pesquisar). Para ele declarar o imposto, ele tem que apontar a origem de sua renda, então se ele colocar que veio do trafico, ele é réu confesso, documento publico. Só que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. Na OAB não cai esse tipo de detalhe, então não precisamos nos preocupar com isso.
“Art. 43, CTN. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos.”
As hipóteses de incidência da norma tributária são sempre constituídas por fatos lícitos, porem os frutos de uma atividade ilícita podem ser objeto de tributação, e isso porque temos o art. 118, I, CTN que prevê que a definição do fato gerador será interpretada abstraindo-se da validade dos atos praticados pelo sujeito.
“Art. 118, CTN. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos.”
Além disso, os tribunais superiores aplicam o principio da “pecúnia non olet”, ou seja, o tributo não tem cheiro, não importa de onde vem, o que importa é que teve o fato gerador.
“Instituída em lei”: decorre do principio da legalidade, o tributo só pode surgir em razão de lei, por meio de lei. Somente lei pode criar ou aumentar tributo.
“Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada”: ou seja, para cobrar tributo, não pode cobrar do jeito que quiser, tem um método, atividade administrativa, ato administrativo. Ato de governo, fazer entrar dinheiro nos cofres públicos é ato de governo. Não se cobra tributo por direct, message, mas, por meio de ato administrativo – que pode ser vinculado ou discricionário. O conceito é fechado no sentidode que o ato administrativo que cobra tributo é obrigatoriamente/plenamente vinculado. Ou seja, o ato administrativo que cobra tributo deve cumprir os ditames legais, criteriosamente as determinações da lei, se não for assim, o ato é nulo. Esse ato administrativo que cobra tributo é chamado tecnicamente de lançamento (vamos dar isso na aula de nº 5).
Espécies de tributo: segundo o art. 5º, CTN apenas três são as espécies de tributo. Criando, portanto, a chamada teoria tripartida ou também de tripartite ou ainda tricotômica. Portanto, para o CTN, só existem três espécies de tributos.
“Art. 5º, CTN - Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.”
A CF de 1988 recepciona o CTN só que dá outras toadas politicas, jurídicas no Brasil, e, acrescenta mais duas espécies além das outras três que já existiam no CTN, podem ser encontradas no art. 145 da CF. A CF adota a teoria pentapartida ou pentapartite, já que considera ser cinco as espécies de tributos.
“Art. 145, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.”
O STF como guardião da CF também já se posicionou no contexto de que são cinco as espécies de tributo.
Atenção! As duas correntes estão certas (tanto o CTN quanto a CF/STF), depende de como seremos perguntados na hora da prova. Se for de acordo com o CF ou STF, são cinco espécies. Se vier de acordo com o CTN, são apenas três espécies de tributos.
1) Imposto – art. 145, I, CF (transcrito acima) e art. 16, CTN: a mais genuína das espécies tributarias, é a primeira espécie que surgiu no mundo. Tanto faz o nome que se dá a espécie, o que importa é a característica, pois ela que vai definir qual tributo é. Por vezes, é capaz de uma legislação dar o nome de “imposto”, mas ao analisar as características vemos que não é um imposto, é uma taxa. Por isso é importante entender as espécies por suas características, e não pelo nome.
“Art. 16, CTN. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.”
Para ser imposto, obrigatoriamente temos que observar duas características cumulativamente, tem que ter as duas, e negativas:
· Não ter contraprestação estatal: não existe a troca com o estado. O contribuinte paga independente do estado realizar algo em troca. Para ser imposto, essa realização de troca com o estado não pode existir. Paga-se o imposto simplesmente porque realiza o chamado fato gerador, só por isso. Paga o IPVA porque tem o carro, paga o IPTU porque tem o imóvel. Deve levar dinheiro aos cofres públicos. 
· Não ter destinação especifica: a saída desse dinheiro não importa, é uma questão de direito administrativo e penal. Para o direito tributário o que importa é a entrada do dinheiro, a receita. O dinheiro vai para a conta gestora, para o fundo; o gestor, democraticamente ou não, vai gastar como bem entender respeitando os limites da constituição.
Paga-se IPVA porque tem carro, não para melhoria de rua. IPVA é de competência do estado inclusive, não tem nem sentido ter melhoria de rua porque melhoria de rua é obrigação do município.
O dinheiro vai para o fundo, e o gestor aplica aonde bem entender. Tributos que recaiam sobre imóvel (IPTU) ainda que este imóvel seja chamado bem de familia, ou seja, só tem esse imóvel e lá mora com a familia, pode perder esse imóvel; relativiza-se o bem de familia. O bem de familia não é absoluto mais no Brasil. No direito do trabalho, por exemplo, se a divida for de empregado domestico, é relativizado. A divida de condomínio, o bem de familia é relativizado também. No direito tributário, todo tributo que recaia sobre o imóvel, se deixar de pagar esse tributo, também é relativizado, perde o imóvel. Já caiu na segunda fase da OAB. O direito tributário não é social, é frio feito iceberg, não tem teoria.
Imposto nunca terá destinação especifica, 100% vai para conta gestora. Mas, o estado não tem só essa fonte geral, tem outros pequenos outros fundos/contas temáticas. Fundo ambiental, fundo da educação, fundo da saúde, fundo da criança e do adolescente, etc. Ainda assim, nem no todo e nem em parte, o dinheiro pode ser direcionado para as temáticas, é tudo para as contas gerais. O IPMF foi criado para instituir no Brasil o maior sistema de saúde publica do mundo, SUS, parte desse dinheiro ia para o fundo de saúde e parte para a conta gestora, o STF declarou inconstitucional em que pese a base solida importante social que é a criação do SUS, isso porque imposto, não pode ter destinação própria. Porque quando manda parte para fundo de saúde, será pago com saúde, está dando destinação própria e não pode. O governo, fisco nunca sai perdendo, palavra de ordem no direito tributário. O IPMF virou CPMF que teve vigência no Brasil por 12 anos, uma contribuição especial. Era MP antes da emenda constitucional 45, era possível republicar emenda constitucional ad eternum. Não está mais em vigor. 
2) Taxa – art. 145, II, CF e art. 77 a 79 CTN: de antemão não confundir taxa com tarifa. Taxa é regido pelo direito tributário com natureza jurídica tributaria e tem como característica principal a contraprestação estatal. Eu pago, o estado faz/realiza. O imposto não tem essa troca.
Tarifa não é tributo, não é regida pelo direito tributario. A tarifa tem natureza administrativa, portanto regida pelo direito administrativo. A tarifa é a contraprestação de uma permissionária ou concessionaria pelo serviço público realizado. Exemplo: pedágio, serviço de transporte publico.
“Art. 145, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
(...)
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição (...)”.
“Art. 77, CTN. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.”
A taxa pode ser instituída por qualquer ente federativo mediante lei ordinária.
OBS – Pedágio: digamos que existe uma rodovia pedagiada para levar a determinado litoral. Uma turma do STF entende que pedágio é taxa e outra que o pedágio é tarifa, não há um entendimento pacifico sobre o tema, as turmas divergem. Há quem entenda ser tarifa (descrita acima), e há quem entenda ser taxa porque é serviço publico (transporte), especifico, obrigatória, divisível, efetivo, cumpre todos os requisitos da taxa. A FGV não anula questão sobre isso mesmo com a divergência existente no STF, ela entende que a natureza do pedágio é tarifa. Existe uma hierarquia, doutrina, lei, STF e acima de tudo FGV. A FGV por quatro vezes já pediu a natureza jurídica do pedágio e todas o gabarito oficial vem como resposta é TARIFA OU PREÇO PUBLICO. O professor Ângelo entende que é taxa.
Taxa é muito fácil segundo o professor, porque quando cai taxa só tem duas situações para resolver, são teses engessadas. Só cria taxa no Brasil por dois motivos específicos e categóricos: 
· Efetivo exercício do poder de policia – art. 78, CTN: é o poder de policia administrativa, fiscalizatório do estado, de averiguar a sua vida privada. Não estamos falando de policia judiciária, de prender alguém, é o poder de policia administrativa/fiscalizatória, de averiguar as suas informações pessoais, a sua vida pessoal. Com isso, pode eventualmente, gerar uma taxa. Porém, somente se, efetivamente esse serviço for prestado. Exemplo: uma pessoa vai abrir um restaurante. Não adianta locara casa e colocar o restaurante, tem todos os trâmites jurídicos. Antes de mais nada, tem a necessidade de documento de um alvará; para conseguir esse alvará tem que fazer o requerimento na prefeitura. Se tiver tudo adequado, ele dá uma autorização para que funcione que se chama alvará. O funcionário publico municipal foi deslocado para sua casa, para atender aos seus interesses, ele deveria atender ao interesse da coletividade, mas está atendendo apenas ao seu interesse. Nada mais justo do que devolver ao estado o que o estado gastou com você. Essa é a ideia da contraprestação da taxa. Pelo poder de policia, só pagará se efetivamente utilizado. Exemplo: passaporte, se não requereu emissão de passaporte, não tem que pagar por isso, só se efetivamente for utilizado; emissão de certidões de maneira geral; taxas ambientais (morro de sp); Fernando de Noronha; taxas como emolumentos de cartório (extrajudicial), etc.
Poder de policia é uma limitação imposta pelo poder publico de direitos e liberdades individuais em prol da coletividade.
“Art. 78, CTN. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.”
· Efetivo OU potencial serviço publico prestado – Art. 79, I, a e b, CTN: esse serviço publico pode ser efetivo (efetivamente realizado) ou potencial (colocado à sua disposição – a pessoa não utilizou porque não quis). O poder de policia só é pago se necessariamente utilizado, aqui, o serviço publico pode ser usado ou não, basta estar à disposição. Exemplo: a pessoa viajou mas o caminhão de lixo passou pela rua; taxa de esgoto. 
Mas, não é qualquer serviço publico que gera taxa, tem duas características que são cumulativas. O serviço publico precisa ser especifico E divisível (uti singuli):
· Específico – art. 79, II, CTN: da gama imensa de serviços prestados pelo estado, é possível identificar o serviço prestado efetivamente naquele momento; e mais, identifica quem é o órgão responsável (a prestar) por aquele serviço. Exemplo: limpeza pública – LIMPURB; iluminação pública – COELBA; água – EMBASA.
· Divisível – art. 79, III, CTN: mensurável, identificável, uti singuli. A característica é a contraprestação, o estado pratica determinada conduta e o contribuinte paga por isso, quando fala nessa troca, tem que saber quanto apenas o contribuinte usou.
“Art. 79, CTN. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I - utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.”
Serviços públicos em caráter geral/universal (uti universi), são prestados a coletividade em geral, como policia, iluminação publica, por exemplo. Neste caso, não é possível identificar o destinatário do serviço; todos são beneficiados. Já os uti singuli, é possível identificar o destinatário deste serviço prestado e o custo da atividade estatal direcionado àquela pessoa, taxa de lixo domiciliar, por exemplo.
Atenção! Tipos de serviços públicos:
Iluminação publica: a TIP (taxa de iluminação publica) era considerado taxa, vinha junto com a conta da Coelba. Porém, o STF julgou inconstitucional porque apesar de ser um serviço publico de iluminação, e ser efetivo ou ainda que não saia de casa, o serviço está à disposição, ele é especifico (a Coelba que presta), mas não dá para saber quanto a pessoa usou, logo, não tem a característica da divisibilidade. O contribuinte não anda com o medidor de energia na mão ao sair de casa. Dessa maneira, se não é divisível, não pode ser remunerado via taxa, pois tem que ter os dois requisitos cumulativamente. Faltou um, não é mais taxa. 
Todavia, o fisco nunca vai sair perdendo, se não pode ser taxa, vai ser CIP (COSIP – contribuição de iluminação publica, art. 149-A, CF). Vira uma contribuição. A iluminação é prestada a todos indistintamente, uti universi, não é possível mensurar quanto só uma pessoa gasta, jamais poderá ser remunerado via taxa, porque se são prestados indistintamente, não são divisíveis.
“Art. 149-A, CF. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.”
Limpeza publica: ao pensar em limpeza publica pensamos em gari, o pessoal que passa varrendo rua, capindo mato, ou que limpa as ruas depois de uma festa de carnaval ou feira livre, caminhões que passam limpando a rua; isso é limpeza publica. É um serviço publico, efetivo/potencial (usado ou colocado à disposição), é especifico (sabemos que foi realizado pela LIMPURB), mas não é divisível. Limpeza publica por taxa é inconstitucional, porque não é divisivel, é um serviço prestado a todos. É uti universi.
Não confunda taxa de lixo com taxa de limpeza publica, são duas taxas distintas. Taxa de lixo (coleta de lixo/resíduos sólidos) esta é constitucional, e o STF já se posicionou inclusive editando a SV 19 que surge no contexto de que a taxa de lixo é sim constitucional; o caminhão de lixo, coleta. O caso específico a dar ensejo a essa sumula foi a taxa de lixo do município de SP, quando a lei do município de SP nos traz o seguinte balizamento, de que quem vai declarar o quanto produz de lixo é o contribuinte, e ele pode indicar seguindo o seguinte balizamento, se ele produz de 0 a 20 litros de lixo por semana, pagaria 3 reais por mês. Se gastar de 20 a 40 litros, 6 reais; mais de 40 litros, 10 reais. Quem indica é ele, contribuinte. Então, trata-se de um serviço publico efetivo/potencial, especifico e divisível segundo o balizamento da própria lei. Então é constitucional a teor da súmula em questão. O STF todavia, perdeu uma grande oportunidade de apontar nesta sumula que é divisível desde que haja um balizamento da lei, ele apenas disse que é constitucional a taxa de lixo e só. Especificou bastante. Aqui na lei de salvador é por casa, paga 48/49 reais (para os tributaristas, pode ser tema de TCC de pós graduação). 
SV 19: “A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.”
Educação, saúde e segurança: são serviços públicos que obrigatoriamente nunca vai pagar taxa; é a tríade. Porque são sempre serviços prestados uti universi, a todos indistintamente, não dá para mensurar. São os três serviços básicos do estado. 
Base de calculo da taxa – art. 77, PU, CTN: cai muito em prova. Obrigatoriamente será diferente da base de calculo do imposto. Base de calculo é o valor de referencia, sobre o qual incide o tributo. Suponha que o enunciado traga que o município X institui a taxa de lixo cuja base de calculo será o valor venal do imóvel. O município até pode instituir essa taxa, de acordo com a súmula citada acima, mas o valor venal não pode ser base de calculo porque ele é base de calculo de IPTU, que é um imposto, então não é permitido essa base de calculo. 
Para saber as bases de cálculos das taxas, tem que saber asdo imposto, o que é bem simples, é só “perguntar” ao tributo sobre que valor ele incide, a resposta é a base de calculo, e taxa não pode ter a mesma do imposto. Exemplo: o imposto de renda incide sobre a renda, então a base de calculo é a renda auferida.
O STF cria e edita a SV 29 dizendo que o proibido é a perfeita identidade entre uma e outra, mas a taxa pode ter como margem de calculo um ou mais de um elemento para se chegar na base de calculo de imposto. Para se chegar no valor venal, são quatro elementos: 1) localização do imóvel; 2) valor do terreno; 3) área construída; 4) tipo ou padrão construtivo. Cada prefeitura tem uma formula, e chega no valor de um jeito, mas obrigatoriamente através desses quatro elementos.
Segundo essa sumula, não pode a base de calculo da taxa ser o valor venal do imóvel já que é a base de calculo do imposto de renda, mas pode a base de calculo ser a área construída, que, não é valor venal, mas é um elemento para se chegar no valor venal. Pode ser o valor venal e a localização do terreno também, por exemplo.
“Art. 77, Parágrafo único, CTN. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.” 
SV 19. “É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.”
3) Contribuição de melhoria – art. 145, III, CF e arts. 81 e 82 CTN: é muito engessado. É o tributo cobrado em razão da valorização de um imóvel por obra publica realizada. Ele existe na teoria desde 1966 com a criação do CTN, mas na pratica não “pegou”, pois aqui o povo passa a ser o verdadeiro fiscal desse tributo. 
É de competência comum, de todos os entes federativos, e será instituída em caso de investimento publico com valorização imobiliária.
“Art. 145, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
(...)
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.”
“Art. 81, CTN. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.”
“Art. 82, CTN. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização.
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo.”
O primeiro ponto a se observar é que se estiver no enunciado “contribuição de melhoria” tem que verificar se a obra é publica, porque só pode ser cobrado esse tributo se o dinheiro investido ali for 100% público. Consórcios, PPP de modo geral, já exclui a contribuição de melhoria, qualquer obra que inclua dinheiro privado, não está incluso. Se for uma obra 50% federal e 50% estadual, pode, pois ambas são de cunho econômico público. Exemplo: o metrô não é uma obra que incide tributo de contribuição de melhoria porque tem dinheiro privado envolvido em suas obras; já o viaduto do imbui pode porque é obra 100% com dinheiro publico. 
Precisa ser uma obra publica; obra significa edificação, construção de algo novo, algo que ainda não existe. Cuidado para diferenciar OBRA de MANUTENÇÃO/reparo. Este, nunca gera tributação do estado. Recapeamento do asfalto não é obra, é manutenção, ele tampa os buracos, a rua já existe; é diferente de asfaltamento, que antes não tinha uma rua asfaltada, tinha uma rua de barro. 
O tributo é cobrado em razão da valorização de um imóvel, o nome é contribuição de melhoria; mas uma obra publica pode desvalorizar o imóvel também, como por exemplo, um viaduto que seja construído exatamente na janela de um apartamento causando poluição, barulho falta de privacidade, etc. Neste caso, cabe ao morador propor uma ação de indenização contra o município, ou estado, que vai demorar alguns anos. Quando ocorre a valorização, é possível cobrar a contribuição de melhoria. Um presidio é exemplo de desvalorização. 
Existem três teses – possíveis de cair em prova:
1. Necessidade de uma lei: a lei é instituidora de uma contribuição de melhoria (CM). Só pode haver CM se houver uma lei criando. Esta lei precisa ser prévia a obra, só há que se falar em CM se houver uma lei previa a obra, ou seja ela tem que surgir antes do inicio físico da obra; não com os projetos, licenciamento ambiental e etc.; as situações burocráticas já podem existir, mas o inicio físico não pode existir ainda.
É uma lei ordinária.
Essa lei deve conter, obrigatoriamente:
· Indicar qual é a obra: trata-se de uma ponte, viaduto, estrada, monumento/estátua.
· Custo previsto da obra: mas até o final da obra pode ter aditivos que majorem o valor da obra.
· Tempo previsto da obra: porém diversos fatores podem alterar o tempo, questões climáticas, greve, financeira.
· Criação da contribuição: para dar publicidade.
· Perímetro urbano que será valorizado: suponha que haja uma intervenção municipal em determinado lugar; a própria lei vai estipular o que será valorizado, o espaço urbano que será valorizado em razão daquela obra. Suponha que o imóvel esteja fora desse perímetro urbano, mas depois que terminou a obra, ele foi reflexamente valorizado, ele não poderá pleitear valorização, pois a lei não determinou que ele teria um impacto tributário, por esta razão, ainda que valorize reflexamente, a ele não pode atingir mais. 
A contribuição de melhoria é um tributo pouco cobrado, porque podem ser impugnados por qualquer uma das partes que foram impactadas. O povo é o próprio fiscal.
Suponha que o governo tenha gasto 30 milhões no total das obras, e antes da intervenção, o imóvel valia 10 mil e depois 20 mil, o individuo não tirou nada do bolso, quem investiu em você foi o estado, então você tem que devolver ao estado o que ele gastou com você. 
Pensar direito tributário com cabeça de estado e não com cabeça de contribuinte, cabeça de direito publico.
2. Limite geral: até que valor o estado poderá arrecadar a titulo de contribuição de melhoria. Até no máximo o valor da obra, nem um centavo a mais, considerando o valor final. Se ele gastou 30 milhões na obra, ele (estado) só poderá arrecadar até 30 milhões do total de contribuintes daquele perímetro determinado em lei, sob pena de enriquecimento ilícito e as consequências jurídicas da reprovação de contas pelo TCE (papai entra aqui desaprovando todas as contas hehe). 
3. Limite individual: é até quanto cada contribuinte pode pagar a titulo de contribuição de melhoria, é o quanto efetivamente fora valorizado, os 10 mil reais no exemplo dado. Se o imóvel foi valorizado em 10 mil, o contribuinte só pode pagar 10 mil de contribuição de melhoria.
Para conciliar a tese 2 com a tese 3, suponhamos que seja cobrado no limite individual, o máximo quecada um fora valorizado (os 10 mil) e no final conseguiu uma arrecadação de 40 milhões (ultrapassou em 10 milhões), não é possível que isso aconteça, pois o máximo para o limite geral é de 30 milhões, que foi o valor da obra final. Se arrecadar mais que isso, fere a tese 2. A solução para esse caso é pegar os 30 milhões e dividir proporcionalmente pelo arrecadado em cada unidade, ele individualmente deverá pagar até 10 mil. Menos pode. Hipoteticamente pagaria 7 mil, o que não pode é ultrapassar 10.
Se ele pega a arrecadação máxima, de cada unidade, e no total, conseguiu arrecadar 20 milhões, mas gastou 30, não dá para redividir, ele já pagou o limite (os 10 mil), se redividir, se ratear o que está faltando, vai pagar mais do que efetivamente valorizou. A diferença vai ser problema do estado, realizar obras publicas também é uma função do estado.
A contribuição de melhoria é de competência concorrente, pode ser criada pelo estado, união, município, DF, o dono da obra que vai cobrar a contribuição. Só cobrará a contribuição no término da obra, no momento que a obra for entregue; então, a prefeitura, vai fazer uma nova mensuração de cada imóvel para saber o valor venal aumentado. É sempre a prefeitura, não importa de quem seja a obra. Porque o valor venal incide diretamente no IPTU. Porém, quem cobra a contribuição é o próprio ente criador da obra.
4) Empréstimo compulsório – art. 148, CF: trata-se de um empréstimo, então vai e volta. Existe a restituição que é a principal característica. Obrigatoriamente retorna, é o único tributo que tem isso. É de competência exclusiva da união, só a união pode criar empréstimo compulsório no Brasil. Estados não podem criar. A união criará por meio de lei complementar (quórum privilegiado). MP nunca pode criar empréstimo compulsório. MP tem força de lei comum/ordinária. 
Não tem qualquer parcela de sua arrecadação desvinculada da lei de criação.
“Art. 148, CF. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.”
Somente poderá ser instituído por três motivos obrigatórios e compulsórios: 
· Guerra ou iminência de guerra: guerra externa, envolve outro país obrigatoriamente. Guerra interna, civil, guerra fria, movimentos separatistas jamais criarão empréstimo compulsório.
· Calamidade publica: forças da natureza, como terremotos, tsunamis, enchentes; decorre para fins de empréstimo compulsório. Sempre decorre de eventos naturais. A calamidade tem que ser oficialmente declarada. Exemplo: enchente que teve em Petrópolis. Trata-se de um tributo federal, quem cria a união, e ela cobra do Brasil todo, para que esse dinheiro seja direcionado ao lugar necessitado, no exemplo, Petrópolis. É por lei complementar (quórum privilegiado) e isenta a própria região, obviamente, Petrópolis, no caso, não paga.
· Investimento publico de caráter urgente: obra. É em razão de economia nacional, o Brasil precisa investir no setor de economia nacional. Já teve aqui em duas situações; na indústria pró-álcool, etanol – ao comprar carro e botar gasolina; e, modernizar e criar novas usinas hidrelétricas no período do apagão, ITAIPU – vinha na conta de luz. O contribuinte depois precisa entrar com uma ação de repetição de indébito pedindo de volta aquilo que pagou a titulo de empréstimo, ele vai ter que judicializar a união para pedir a restituição. Ela é corrigida desde a data do pagamento.
OBS 1: a hipótese 1 e 2 exceção a anterioridade, são pagas imediatamente. Ou seja, não respeita a anterioridade, assim que publicar, passa a exigir imediatamente.
OBS 2: a hipótese 3 respeita a anterioridade, o que significa dizer que mesmo sendo de caráter urgente, respeita a anterioridade de exercício e os 90 dias.
Aula 2/6 – 16.08.2017
Imposto extraordinário de guerra (IEG)– art. 154, II, CF: não se trata de nova espécie de tributo, essas são apenas cinco. Esse imposto é muito próximo ao empréstimo compulsório, tem algumas semelhanças e muitas diferenças também. Quando cai empréstimo compulsório, cai imposto extraordinário em contrapartida. Por isso estudamos imposto extraordinário de guerra aqui, logo após estudarmos empréstimo compulsório.
É da espécie imposto, com as duas características negativas (não tem contraprestação estatal nem destinação especifica). Ele é diferente dos outros impostos porque tem destinação especifica, é o único imposto que terá destinação especifica, ou seja, para guerra. Se for declarada guerra, terá um fundo de guerra. É de competência exclusivamente federal, pois se vai para guerra, se o país vai para guerra, quem arca é a união. À ela é determinada a segurança nacional. Criar por lei, qualquer lei, complementar, ordinária ou MP; diferente de empréstimo compulsório, que só pode por lei complementar.
Empréstimo compulsório tem restituição, imposto extraordinário é imposto, vai e fica, não tem restituição.
O imposto extraordinário somente poderá ser instituído por guerra ou iminência de guerra.
A lei que cria o imposto extraordinário não tem o cuidado de criar uma base de calculo, sobre o que ele vai incidir, é o “imposto camaleão”, vai determinar um imposto paradigma, de qualquer esfera (municipal, estadual, federal) e vai cobrar da mesma maneira do imposto que já existe. Exemplo: se tem como paradigma o IPVA (imposto estadual), é o valor do veiculo vezes 0,5% que vai dar o valor X. Se o paradigma é o IPVA que recolhe para o estado, será criado um IPVA 2 a titulo de imposto extraordinário de guerra, que terá tudo igual, mas pago à união e não ao estado. Seria caso bitributação, pois seriam duas fazendas diferentes cobrando sobre o mesmo fato gerador, e consequentemente isso seria ilegal. Todavia, trata-se de caso de guerra, então é uma exceção e é permitido. Logo, em estado de guerra pode bitributação. Bis in idem é quando a mesma fazenda cobra duas vezes sobre o mesmo fato gerador, também é exceção e é permitido em caso de guerra. Se fosse imposto de renda, por exemplo, que é pago para a união, seria bis in idem. 
A redução do imposto extraordinário será gradativa dentro de 5 anos.
“Art. 154, CF. A União poderá instituir:
(...)
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.”
	
	EMPRESTIMO COMPULSÓRIO
	IMPOSTO EXT. DE GUERRA
	TIPO DE LEI
	Lei complementar
	Lei ordinária, MP e lei complementar
	COMPETÊNCIA
	Exclusiva da união
	Exclusiva da união
	RESTITUIÇÃO
	Sim
	Não
	FUNDAMENTO LEGAL
	Art. 148, CF
	Art. 154, II, CF
	MOTIVOS
	Guerra, calamidade publica e investimento publico
	Guerra
5) Contribuições especiais – art. 149 e 195, CF: na constituição está como contribuições sociais e não especiais. Mas, como vimos, inúmeras foram as vezes em que o governo tentou criar um tributo com uma nomenclatura e não foi possível por ferir alguma característica. 
“Art. 149, CF. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. 
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômicode que trata o caput deste artigo: 
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; 
III - poderão ter alíquotas: 
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; 
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. 
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei.
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez.”
“Art. 195, CF. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; 
 b) a receita ou o faturamento; 
 c) o lucro; 
 II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.  
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.  
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-deobra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.  
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos.  
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. 
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas.  
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento.”
Quatro subespécies de contribuições especiais:
· Contribuições sociais: que virou um tipo de contribuição especial. As contribuições em geral tem uma característica própria, marcante, que é a destinação especifica. Serve para fomentar o interesse social. Se é contribuição especial tem destinação especifica, no todo ou em parte. Profissionalização, treinamento de pessoal, etc. PIS, COFINS, CSLL, contribuições previdenciárias. 
São criadas via de regra pela união, salvo nos termos do art. 149, parágrafo 1º, CF (transcrito acima) se for contribuição previdenciária do servidor publico, que vai pertencer ao ente federativo ao qual pertencer o servidor.
União: previdência, assistência (sobre tudo que consome) e saúde (toda pessoa tem direito, independente de pagar).
Contribuição social paga sobre a folha de pagamento (INSS), faturamento (empresário), receita (empresário), lucro (empresário) e concurso de prognósticos*.
*De acordo com o disposto no artigo 212 do Regulamento de Previdência Social, consideram-se concurso prognósticos todo e qualquer concurso de sorteio de números ou quaisquer outros símbolos, loterias e apostas de qualquer natureza no âmbito federal, estadual, do DF ou municipal, promovidos por órgãos do Poder Público ou por sociedades comerciais ou civis.
Só respeita a anterioridade nonagesimal, dos 90 dias, art. 195, parágrafo 6º, CF (transcrito acima).
Não incide contribuição social para entidade de assistência social sem fins lucrativos.
Não paga contribuição social sobre receita de exportação, mas sobre importação paga, art. 149, parágrafo 2º, I e II, CF.
· CIDE (contribuição de intervenção do domínio econômico): quanto mais lucrar melhor, o estado é livre, não tem congelamento de preço, a economia é livre. Acontece que alguns produtos podem ser estratégicos para o governo, no sentido de se aproximar mais dos números do produto, quanto vende, quanto lucra, quem adquire, de modo que possa traças politicas publicas para a economia. E ai por isso essa tributação especifica para aquele produto. Exemplo: CIDE sobre combustível.
As CIDES são contribuições regulatórias, utilizadas como instrumento de política econômica para enfrentar determinadas situações que exijam a intervenção da União na economia do país. São enfocadas a CIDE sobre Royalties e a CIDE sobre Combustíveis.
Portanto, a expressa referência aos impostos discriminados na CF/88 leva à conclusão de que para as contribuições sociais de intervenção no domínio econômico, os respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes podem ser definidos por lei ordinária da União. 
A CIDE é utilizada de forma a regular o desequilíbrio do mercado.
O fato gerador da CIDE combustível é o combustível.
A finalidade é custear projetos ambientais, reestruturação das estradas brasileiras.
Suas alíquotas podem ser reduzidas ou reestabelecidas por decreto do poder executivo, é uma exceção ao principio da legalidade. Respeita apenas a anterioridade nonagesimal, de 90 dias.
· Parafiscais (profissionais): tende a acabar. É a contribuição sindical obrigatória, basta ser da categoria, sindicalizado ou não, que vão te tomar um dia de trabalho. Serve para fomentar a categoria profissional.
É competência exclusiva da união, segue a anterioridade.
· CIP/COSIP – art. 149 – A, CF: é a contribuição para iluminação pública, paga sob a conta de energia elétrica, e o destino é o projeto luz para todos. A ideia é a expansão/melhoramento da iluminação publica. A única de competência do município.
“Art. 149-A, CF. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o dispostono art. 150, I e III. 
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.”
A competência é dos municípios e do DF. É instituída por lei ordinária, segue a anterioridade e o lançamento é de oficio.
OBS: as três primeiras são de competência federal e a ultima de competência municipal.
O tributo pode ter três características: fiscal, parafiscal (profissional) ou extrafiscal. A regra é que 95% dos tributos seja fiscal, ou seja, o único objetivo é arrecadar, encher os cofres públicos, natureza estritamente fiscal. Mas, eventualmente, pode ser parafiscal, é sinônimo de profissional, ou seja, é a contribuição sindical obrigatória. Em regime de exceção, os extrafiscais, o objetivo é ir além do mero arrecadar, não é só levar dinheiro aos cofres públicos, é regular o mercado interno. Regulação de mercado significa dizer que quer proteger, fomentar o mercado interno, é o estimulo ao mercado interno. Exemplo: quando teve papelão na carne, que aumentou os tributos de importação e diminuiu – quase zerou – os tributos de exportação, para que se consumisse a carne do Brasil.
2. SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO: a CF utiliza 13 artigos para falar de direito tributário. São quatro assuntos: competência tributária; princípios tributários; imunidade tributária; repartição de receita tributária.
2.1 Competência tributária: é o poder que tem o ente politico (união, estado, município e distrito) de instituir (criar) ou majorar (aumentar) tributos. Está ligado a autonomia financeira que cada um deles tem. Existe autonomia de gestão, legislativa e financeira. A competência tributaria está ligada a autonomia financeira, o ente politico tem autonomia de criar sua própria receita para não depender financeiramente de outros.
A competência tributaria é a outorga de poder concedido pela CF aos entes federativos para que eles possam criar, instituir e majorar tributos. Somente o ente federativo tem competência tributaria, pois os tributos só podem ser instituídos por meio de lei (principio da legalidade).
Tem quatro características:
a) Indelegável: nasce com o ente politico e morre com o ente politico. Não pode delegar a outrem, a competência é intrínseca ao estado.
A competência tributaria consiste na criação, instituição e majoração de tributo, e essa competência é indelegável; o ente federativo não pode transferir a nenhum outro ente. Art. 7º, CTN.
“Art. 7º, CTN. A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.”
b) Irrenunciável: o povo tem o direito de pagar o IPVA, por exemplo. Não pode o governador renunciar. O contribuinte não pode não querer. Não se revoga um tributo. A renuncia em direito é ad eterna, quando renuncia não pode voltar atrás.
c) Exercício facultativo: apesar de paradoxal, o governante cria se quiser, quando quiser, quando for oportuno, quando for conveniente. O governador não é obrigado a criar o tributo. Exemplo: IGF (imposto sobre grande fortuna – competência da união) ele ainda não existe por isso ninguém paga.
d) Imprescritível/incaducável: significa dizer que, se o direito é do povo, e se o governo não exerceu esse direito, também o decurso do tempo não faz com que o direito se esvaia. Desde 1988 com a CF tem a previsão do IGF, hoje em 2017 ainda não foi criado por inercia do governo; em razão do decurso do prazo, o povo não perde o direito de um dia pagar o IGF. Se passar mais 50 anos, mantendo a mesma CF, o direito de criar o IGF permanecerá. 
IMPOSTOS/EMPRESTIMO COMPULSÓRIO/CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS (memorizar):
Municipais – art. 156, CF: IPTU, ITBI (ITIV), ISS (qualquer natureza), e CIP (COSIP).
“Art. 156, CF. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.
IV – regovado
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá:
I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e 
II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.  
 § 2º O imposto previsto no inciso II:
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;
II - compete ao Município da situação do bem.
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: 
 I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; 
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior.
 III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. 
§4º revogado.”
Estaduais – art. 155, I, II e III, CF: ITCMD, ICMS e IPVA
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:  
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;  
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;  
III - propriedade de veículos automotores.”
Federais – art. 153, CF: II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, IGF, IEG, EC, C.ESP (salvo CIP), e os residuais.
“Art. 153, CF. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.”
DF acumula competência: tanto os impostos municipais quanto os estaduais. 
Atenção! Taxas e contribuições de melhoria não estão na tabela porque a tabela é de competência exclusiva, o que só a união cria, só o estado cria, só o município cria. E taxa e contribuições de melhoria, todos podem criar concorrentemente.
Residuais quer dizer impostos e contribuições residuais, art. 154, I, CF. O residual é tudo aquilo que ainda não foi criado, portanto, cuja a base de calculo e o fato gerador ainda não existem. O IGF não é um deles, pois ele está previsto. É algo que não está previsto nessa tabela. Os residuais então serão de competência da união, conforme está na tabela e serão instituídos mediante lei complementar. Exemplo: centímetro de cabelo pintado no Brasil. O cabelo pintado seria o fato gerador; não está previsto. A base de calculo é o centímetro de cabelo; também não está previsto. Se residual, imposto ou contribuição, só a união pode cobrar e criar, e se o fizer, mediante lei complementar obrigatoriamente, quórum privilegiado (metade mais um dos existentes e não dos presentes). Se lei complementar, então MP não pode. Matéria reservada a lei complementar.“Art. 154, CF. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição (...).”
· Territórios: a CF não traz territórios, mas deixa aberta a criação de novos territórios. Nós temos duas possibilidades de territórios possíveis no Brasil; o território sem a divisão de municípios, como era o caso de Fernando de Noronha antes de 1988, e nós temos o caso de territórios divididos em municípios, como é o caso do atual estado de Rondônia. Quando não tem divisão em municípios, como nós temos território, quem sustenta o território é a união. Não existe estado quando tem território. A união poderá criar o tributo federal, estadual e municipal. Quando é dividido em municípios, o município cria o seu tributo, e a união cria os federais e os estaduais.
Portanto, se o território não for dividido, ele cria tudo. Se for dividido, o município cria os seus.
· Capacidade tributária ativa: é o poder que tem o ente politico de cobrar, exigir, fiscalizar tributos. A grande característica da capacidade tributaria é a sua delegabilidade. É o que diferencia da competência. Competência é o poder de criar e aumentar, e não pode delegar, nasce e morre com o ente politico. O poder de cobrar, de fiscalizar ele pode ser delegável. Pode delegar de um ente publico para um ente privado. Exemplo: o sujeito vai na casa de cambio comprar euro, a casa de cambio é uma instituição privada. A própria casa de cambio exige o seu IOF, e vai repassar para os cofres da união. Outro exemplo é o banco como instituição privada (Itaú) exige o IOF, que é um imposto federal, mas repassa para conta da união. Quando o empregador paga o salario, na fonte, já desconta o que pagaria a titulo de imposto de renda, nesse contexto, não é ele que está criando, não é sua competência, é capacidade ativa para depois repassar para os cofres da união. 
Pode ser transferido para outro privado, como explicado acima, mas também para outro ente publico. Só temos um exemplo em legislação especifica: o ITR, mas nada obsta que tenha outra lei futuramente. O ITR, imposto territorial rural é de competência da união, mas a capacidade tributaria pode ser delegada para os municípios, por exemplo. Todavia, a união não pode obrigar o município a cobrar o ITR, já o ente privado recebe ordem do estado, enquanto o ente publico não. Isso porque os entes públicos são independentes, não tem hierarquia entre si. Caso o município queira, firmará um convenio com a união e passará a cobrar o ITR, convenio que pode ser denunciado (pode haver desistência) a qualquer tempo por qualquer uma das partes, simplesmente não quer mais e pronto, não há hierarquia, art. 7º, § 2º, CTN (transcrito acima). O ITR é um imposto de competência federal, se o município não cobrar, não exercer a capacidade tributaria, o tributo é da união, ela que terá que cobrar, se ele se manter inerte, retorna 50% do que é pago de ITR para os cofres do município, por repartição de receita obrigatória. Se o município, aceita, e cobra o ITR, aceita a capacidade, a partir de agora se ele exercer ele terá 100% da arrecadação nos cofres municipais. Melhorando os seus cofres. 
As funções administrativas de arrecadar, fiscalizar tributos e executar leis que compreendem a capacidade ativa tributária são delegáveis.
2.2 Princípios tributários: cai muito em prova.
· Legalidade – art. 5º, II e 150, I, CF: nenhum tributo no Brasil poderá ser criado ou aumentado senão por meio de lei, e via de regra, lei ordinária. Decreto não cria nem aumenta tributo, assim como MP, portaria também não. Lei é o ato impositivo que vai determinar aspectos concretos e abstratos porem que tem o processo legislativo próprio. O que diferencia a lei dos demais atos normativos é o seu processo de criação. Então, quando estamos diante de lei, o representante do povo vai debater em plenário, indiretamente é a sociedade sendo ouvida em seus anseios para saber se há interesse social para criar ou aumentar tributo.
“Art. 5º, II, CF: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.”
“Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.”
A lei ordinária é o instrumento por excelência da imposição tributária. Para efeito de votação parlamentar, indica um quórum de maioria simples, o voto favorável de mais da metade do numero de parlamentares presentes no dia da votação.
Existem duas exceções ao principio da legalidade:
1) MP: não é lei, não tem processo legislativo de lei; o presidente simplesmente decide assinar uma MP, não tem “povo” sendo ouvido então não deveria instituir ou majorar tributo. Todavia, é possível que uma medida provisória possa instituir ou majorar tributo por três motivos. 
O primeiro motivo está no art. 62, parágrafo 2º, CF diz que MP não é lei, mas tem força de lei, então é como se lei fosse, o que lei pode fazer, MP também pode. Todavia, não alcança os impostos citados no artigo, quais sejam, II, IE, IPI, IOF e IEG.
“Art. 62, CF. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
(...)
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.”
O segundo motivo é que há precedentes do STF, (com o novo CPC, precedentes são extremamente importantes), que sempre entendeu que MP é sim meio hábil para criar ou aumentar tributos.
E, o terceiro motivo é que o art. 62, em seu parágrafo 1º, traz todas as matérias que são proibidas/vedadas pela MP, e não fala nada sobre tributação, concluindo que, se não está proibido, está permitido. Só veda matérias reservadas à lei complementar, art. 62, parágrafo 1º, III, CF.
“Art. 62, § 1º CF. É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
I – relativa a: 
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; 
b) direito penal, processual penal e processual civil; 
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; 
II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
III – reservada a lei complementar; 
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República.”
Então, a MP tem força de lei ordinária, lei comum. Mas, matéria reservada à lei complementar, MP não pode alcançar. Hierarquicamente, lei complementar está acima da lei ordinária (MP). 
É matéria exclusiva de lei complementar versar sobre quatro assuntos: IGF – art. 153, VII, CF; EC – art. 148, CF; tributos residuais (imposto – art. 154, I, CF ou contribuição – art. 195, § 4º, CF), alterar CTN (já que ele foi recepcionado como lei complementar pela CF de 1988). Nestes, especificamente, MP não pode alcançar.
“Art. 153, VII, CF - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.”
“Art. 148, CF. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios.”
“Art. 154, I, CF - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição.”
“Art. 195. § 4º, CF. A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.”
2) Tributos extrafiscais: é o tributo cujo objetivo é o fomento ao mercado interno,são os reguladores de mercado. O objetivo não é arrecadar, é proteger o mercado interno, ainda que arrecade pouco ou até não arrecade nada. São os II, IE, IPI e IOF. Exemplo: aumentar o imposto de importação da carne estrangeira ao passo que reduziu ou zerou a exportação da carne brasileira quando teve a história do papelão. Tem que fazer de forma ágil para o Brasil não quebrar, por isso não dá para esperar todo o processo da lei. A CF deixa nas mãos do executivo, por qualquer meio, exemplo, decreto – que é ato direto do executivo, os tributos extrafiscais, estes podem ser criados ou aumentados por decreto. Mas o II e o IE já estão criados, só resta aumenta-los.
OBS: redução de um tributo, não importa qual seja, é pró contribuinte, qualquer instrumento é valido.
A CF prevê em seu art. 153, parágrafo 1º, alguns impostos que podem ter suas alíquotas alteradas, por meio de decretos ou portarias, são eles o II, IE, IPI e IOF.
“Art. 153, CF. Compete à União instituir impostos sobre:
(...)
§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.”
O art. 177, paragrafo 4º, I, b, CF também possibilita ao poder executivo reduzir ou reestabelecer as alíquotas das CIDES combustível por meio de ato próprio, ou seja, decreto presidencial.
“Art. 177, CF. Constituem monopólio da União:
(...)
§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos:
I - a alíquota da contribuição poderá ser: 
(...)
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b.”
· Isonomia – art. 5º, caput e art. 50, II, CF: todos são iguais perante a lei. Todos os contribuintes que tiverem em condição tributária de igualdade deverão pagar o mesmo tributo. O que importa, para fins de prova, são dois princípios fundamentais decorrentes desse principio:
“Art. 5º, CF Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes.”
“Art. 150, CF Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.”
· Principio da uniformidade geográfica – art. 151, I, CF: a isonomia entre entes políticos; todos os estados são iguais entre si, todos os municípios são iguais entre si. Um tributo federal deverá ser aplicado em todo território nacional, em todos os estados. Um tributo estadual deve ser aplicado de forma idêntica em todos os municípios daquele estado. 
Temos uma exceção que é a área de incentivo fiscal/zona franca de Manaus. É o perímetro geográfico determinado por lei federal (da união), cujo objetivo é o desenvolvimento econômico regional. Nesse perímetro urbano/rural criado pela união por lei federal, por algum motivo tem a intenção, politica publica de desenvolver a região, levar riqueza, trazer indústria, comércio, para isso tem que incentivar. Tratando de maneira diferente a tributação, cobrando menos ou até zero.
“Art. 151. É vedado à União:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País.”
· Principio da capacidade contributiva – art. 145, parágrafo 1º, CF: quem tem mais, paga mais; quem tem menos, paga menos ou não paga. É o principio “Hobbin Hood”. A regra é a proporcionalidade – a mesma alíquota (%) para todos, não importa quanto a pessoa tenha; e a exceção é a progressividade, alíquotas diferentes. No silêncio da CF, será proporcional, que é a regra. Mesma alíquota para todos.
Proporcionalidade – alíquota de 10%: se você tem mil reais, você paga 10% aos cofres públicos, cem reais; se você tem dez mil, você paga mil reais; se você tem cem mil, você paga dez mil. A alíquota não muda, é a mesma para todos, o que muda é a proporção, pois quanto mais ganha, mais paga.
Exemplo: o IPVA; temos dois tipos de veículos, o utilitário e o de passeio. O utilitário usa para trabalhar, alíquota menor. O de passeio é luxo, então presume-se que pode pagar mais, porque poderia a pessoa poderia andar de ônibus. Então, não é alíquota diferente por valor de carro, a alíquota é a mesma para qualquer veiculo. Se tem um uno básico, ou se tem um audi, paga a mesma alíquota, o que varia é o preço do carro.
“Art. 145, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
(...)
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.”
Atenção! O ITBI é proporcional. A súmula 656, STF determina que ele obrigatoriamente será proporcional. É proibida a progressividade do ITBI. A lei municipal de salvador diz que ele é progressivo, mas essa lei é totalmente inconstitucional.
“É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI com base no valor venal do imóvel.”
Progressiva - é necessária expressa autorização constitucional, pois é exceção, varia a alíquota (%). Se você tem mil, leva 5%, 50; se você tem 10 mil, 10%, mil; e cem mil, leva 20% paga 20 mil. 
Exemplo: imposto de renda, art. 153, § 2º, CF; IPTU, art. 156, § 1º, CF; e, o ITR, art. 153, § 4º, CF, quanto mais se ganha, maior a alíquota. São os únicos três impostos que tem progressividade. O resto é proporcional.
“Art. 153, CF. Compete à União instituir impostos sobre:
(...)
III - renda e proventos de qualquer natureza;
(...)
§ 2º O imposto previsto no inciso III:
I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei;”
“Art. 156, CF. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana; 
(...)
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: 
I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e 
II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.”
“Art. 153, CF. Compete à União instituir impostos sobre:
(...)
VI - propriedade territorial rural; 
(...)
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas (...).”
Atenção! O IPTU tem dois tipos de progressividade, a extrafiscal regulatória e a progressividade fiscal:
1) Extrafiscal – art. 182 e 183 da CF: que é o inicio do chamado estatuto da eficácia, regra de eficácia plena, tem aplicabilidade imediata. Mas, o IPTU pela extrafiscalidade, regulação, ele pode ser progressivo desde sempre apenas para cumprir a função social da propriedade urbana, que é dar moradia, direito de habitação (direito fundamental), comercio, indústria, que é o livre exercício comercial (direito fundamental). Ele tem que estar construído, edificado. 
Se o imóvel não está edificado, construído, está sem utilidade e sem funçãosocial, há a progressividade e então, a prefeitura (ente competente do IPTU) poderá tomar algumas posturas/sanções: 
1) Uma notificação com imposição de multa “proprietário, construa – pena pecuniária”, com isso o proprietário pode ignorar (nem construir nem pagar) ou pode pagar a multa mas não constrói (não da função social);
2) IPTU progressivo com limites: é a progressividade que vem como pena. Quando dá função social, a alíquota volta a ser o que era. limitado até a terceira alíquota desde que não ultrapasse 15% senão pode ser confiscatório;
3) Desapropriação (pena) do bem imóvel a bem publico, a indenização é em títulos da divida publica. 
É obrigatoriamente nessa ordem.
OBS: em salvador basta murar e colocar meio fio para que seja considerado construído.
“Art. 182, CF. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento,      sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.”
“Art. 183, CF. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.”
2) Fiscal: progressividade fiscal é arrecadatória, em dinheiro. Não nasceu na constituição, nasceu na emenda constitucional 29/2000, que altera o art. 156, § 1º, CF (transcrito acima). O IPTU tem a autorização constitucional para ser progressiva, a partir desta emenda que alterou o referido artigo. Permite mediante dois critérios, ou em razão do valor venal do imóvel (quanto maior o valor, maior a alíquota), ou pelo uso (destino) do imóvel. Uso se o imóvel for residencial, comercial ou industrial. Se for residencial, direito de habitação, moradia, obvio que alíquota vai ser menor. Se a alíquota for comercial, você lucra o imóvel, você pode pagar uma alíquota um pouco maior. Se for industrial, você lucra muito mais, a alíquota é ainda maior. Quem vai decidir se a progressividade vai ser sobre um ou outro critério é a lei do município, que instituir o IPTU em cada município. A lei de salvador institui o IPTU em razão dos dois critérios.
A súmula 668, STF diz que serão progressivas as leis de IPTU posterior a 2000, ou seja, todas as legislações de todos os municípios que antes de 2000 estipularam a progressividade são inconstitucionais.
Súmula 668 “É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da propriedade urbana.”
AULA 3/6 – 29.08.2017
· Capacidade contributiva dos tributos indiretos, outra exceção: IPI, ICMS, ISS
Seletividade: principio do que a capacidade contributiva aos tributos indiretos. É aquele tributo que o custo tributário, o ônus tributário é repassado efetivamente para o consumidor. Então quando o sujeito compra o celular, ele paga o preço do tributo que está embutido no celular. O preço custo está na coisa. Vai sair do bolso da sociedade. A capacidade contributiva vai ser medida em razão da seletividade ou da essencialidade do produto.
Essencialidade: quanto mais essencial for o produto para sobrevivência digna do homem vai ser mais baixa a alíquota. Isso porque o preço do produto tem que chegar ao mercado barato para que todo mundo possa comprar. Quanto menos essencial, mais supérfluo, artigo de luxo, mais alta a alíquota. Isso porque significa que você tem mais dinheiro para comprar um produto supérfluo. Quem torna mensurável é o ministério da indústria e comercio, uma vez por ano é publicado uma lista do que seja essencial. Exemplo: água, luz (art. 10 da lei de greve – apesar de que são 25% de ICMS – luz essencial seria uma luz e um chuveiro), são essenciais. O filtro solar era considerado como cosmético, alíquota era alta; hoje é considerado como essencial. Cesta básica é outro produto essencial, os tributos aqui existentes é quase zero para que seja refletido no custo final e seja acessível à todos da sociedade.
· Principio da anterioridade – art. 150, III, “b” e “c” da CF: a ideia é o principio da não surpresa, seu objetivo é não gerar nenhuma surpresa ao contribuinte, ou seja ele tem que ter dinheiro suficiente para reservar para pagar o aumento do tributo ou a criação de um novo tributo. para que o contribuinte faça seu planejamento individual.
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
III - cobrar tributos:
(...)
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b.”
A regra é que criou ou aumentou tributo, só cobra no exercício fiscal seguinte, portanto a partir de 1º de janeiro do ano que vem. Exercício fiscal coincide com ano civil, de 1º de janeiro até 31 de dezembro.
Se hoje 29 de agosto aumentar o ITR, só pode cobrar este tributo em 1º de janeiro do ano que vem, porque daqui até lá é o tempo mínimo necessário para o contribuinte se planejar, guardar dinheiro e arcar com a nova carga tributária. 
Tem alguns impostos que não pode esperar o ano que vem, é exceção, vamos chamar de “paga já”, não respeita a anterioridade, são eles: II (imposto de importação), IE (imposto de exportação), IOF – esses três são impostos extrafiscais, imposto extraordinário de guerra (se é guerra, não dá para esperar, tem que cobrar na hora porque a segurança nacional está envolvida, não faz sentido instituir imposto de guerra e só cobrar ano que vem), empréstimo compulsório – em razão de guerra ou de calamidade. É possível criar empréstimo compulsório por três motivos: guerra, calamidade ou investimento publico urgente, paga imediatamente se o empréstimo compulsório for em razão de guerra (segurança nacional) ou calamidade (tem gente morrendo, forças da natureza – enchentes, tsunami...), mas, o terceiro motivo que criaria o empréstimo compulsório – investimento publico urgente – obra: indústria pró álcool, hidrelétrica, respeita a anterioridade. Então, empréstimo compulsório respeita a anterioridade? Depende.
Tem alguns tributos que não cobra imediatamente, mas também não cobra “paga já”, é a lista do “paga já já”, são 90 dias para pagar, prazo contado em dias. São o: IPI, contribuições sociais, ICMS sobre o combustível (em geral – ICMS – é regra (ano que vem), incide sobre o combustível para ser

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