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1 ANATOMIA TOPOGRÁFICA DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS Prof. Cristiane Teichmann 2020 2 ANATOMIA DO SISTEMA NERVOSO Sistema Nervoso Central é aquele localizado dentro da cavidade craniana e do canal vertebral, é constituído pelo ENCÉFALO e pela MEDULA ESPINHAL. EMBRIOLOGIA: O sistema nervoso é o primeiro sistema a ser formado no indivíduo, sua origem embrionária é o ectoderma. O primeiro elemento que se origina no sistema nervoso é a placa neural, que é um espessamento dorsal do ectoderma. À proporção que se desenvolve a placa neural torna-se mais espessa e encurva-se longitudinalmente, formando o sulco neural. O progressivo aprofundamento deste sulco originará a goteira neural. As bordas da goteira neural se fundem para formar o tubo neural. O tubo neural dá origem ao Sistema Nervoso Central. Na porção mais cranial do tubo formam-se 3 vesículas por constrição: - PROSENCÉFALO: sofre nova divisão e dá origem a duas vesículas secundárias, o telencéfalo e diencéfalo. - MESENCÉFALO: Não sofre segmentação secundária. - ROMBENCÉFALO: Sofre subdivisão que dá origem a dois segmentos secundários, 0mielencéfalo e o metencéfalo. As três vesículas formam o encéfalo, que se localiza dentro da cavidade craniana. O restante do tubo neural forma a medula primitiva que formará a medula espinhal. O Sistema nervoso é constituído por dois tipos de substâncias, branca e cinzenta. A substância cinzenta, formada em sua maior parte por corpos de neurônios, é o local onde se encontra os comandos do Sistema Nervoso Central, onde executa as atividades vitais. A substância branca, formada principalmente por axônios de neurônios, constitui as vias de comunicação das diversas áreas de comando. 3 DIVISÃO DO ENCEFALO ROMBENCÉFALO - MIELENCÉFALO: MEDULA OBLONGA - METENCÉFALO: PONTE E CEREBELO MIELENCÉFALO: 1)MEDULA OBLONGA Apresenta-se como um continuação direta da extremidade cranial da medula espinhal, sendo o limite entre eles representado por um plano imaginário que passa imediatamente cranial a raiz do primeiro nervo cervical. Rostralmente, limita-se com a ponte, sendo separada desta por um sulco transversal pouco profundo. Sua face ventral repousa sobre a porção basilar do occipital e sua face dorsal apresenta-se quase que inteiramente coberta pelo cerebelo. 2) METENCÉFALO 2.1) PONTE É um grande feixe de substância nervosa colocado transversal e ventralmente à medula oblonga, adiante do bulbo e caudal ao mesencéfalo. Constitui-se em uma protuberância convexa larga que diminui de tamanho lateralmente. As superfícies laterais da ponte são mais estreitas e são chamadas braços da ponte, os quais se continuam dorsalmente e se estendem até o interior do cerebelo. Os braços da ponte são também chamados pedúnculos cerebelares médios. 4 2.2) CEREBELO É uma grande massa de substância nervosa colocada dorsalmente à medula oblonga. É um órgão globular de formato irregular, ligeiramente comprimido rostrocaudalmente, com seu diâmetro maior no eixo transverso. O cerebelo liga-se a outras partes do Sistema Nervoso Central por inúmeras fibras que compõe os pedúnculos cerebelares. - Pedúnculos Cerebelares Caudais ou corpos restiformes: Emergem na superfície dorsal da parte rostral da medula oblonga e penetram no cerebelo na superfície ventral. Ligam as medulas oblonga e espinhal com o cerebelo. - Pedúnculos Cerebelares Médios: Penetram no cerebelo entre os pedúnculos rostrais e caudais e consiste de fibras que vêm da ponte. São os braços da ponte. - Pedúnculos Cerebelares Rostrais: Também chamados de braços conjuntivos. Emergem rostralmente aos pedúnculos cerebelares médios e formam o limite lateral da parte rostral do IV ventrículo. Unem o mesencéfalo ao cerebelo. Externamente o cerebelo é dividido em 3 porções: - Vermis: Porção mais mediana e saliente do cerebelo; - Hemisférios Cerebelares: São em número de dois e colocados de cada lado do vermis. MESENCÉFALO É uma parte relativamente pequena do cérebro situada entre a ponte caudalmente e o diencéfalo rostralmente. Superfície Dorsal: - Tecto Dorsal ou Lâmina Quadrigêmea Consiste de quatro eminências pares (colículos) com superfícies arredondadas, separadas umas das outras por sulcos transversais e sagitais. Está relacionada com funções auditivas e visuais. Superfície Ventral: * Pedúnculos Cerebrais: Representam a parte basal do mesencéfalo. São dois feixes fibrosos espessos que põe em conexão rombencéfalo com prosencéfalo. PROSENCÉFALO (cérebro) 5 * DIENCÉFALO * TELENCÉFALO - EPITÁLAMO - HEMISFÉRIOS CEREBRAIS - TÁLAMO - HIPOCAMPO - HIPOTÁLAMO - RININCÉFALO DIENCÉFALO: É a porção do encéfalo situada sob os hemisférios cerebrais, apresentando-se como uma continuação direta em sentido rostral, do mesencéfalo. a) HIPOTÁLAMO Situa-se ventralmente no diencéfalo. b) TÁLAMO São duas grandes massas de substância cinzenta, convexas dorsalmente, de formato ovoide, colocados dorsalmente aos pedúnculos cerebrais. Relacionam-se caudalmente com os colículos rostrais, lateralmente ao hipocampo e dorsalmente ao córtex cerebral. c) EPITÁLAMO O epitálamo compreende o Corpo Pineal ou Glândula Epífise. TELENCÉFALO É a região mais desenvolvida do prosencéfalo, coloca-se dorsalmente ao diencéfalo e vai ocupar a maior parte da cavidade craniana cujos elementos principais são os hemisférios cerebrais. * Hemisférios Cerebrais: São constituídos por duas grandes massas de substância nervosa direita e esquerda, que ocupam a maior parte da cavidade craniana. Os dois hemisférios cerebrais estão incompletamente separados ao nível do plano mediano por um sulco: 6 - Face Ventral ou Base: Apresenta-se bastante irregular, voltada para a base da cavidade craniana, e nela encontramos o rinincéfalo. - Face Tentorial: É a face em que os hemisférios cerebrais estão em relação com o cerebelo, é a mais caudal. Observando externamente os hemisférios cerebrais verificamos que apresenta saliências e depressões, que variam em número conforme a espécie: - Saliências ou giros: São as circunvoluções cerebrais, são zonas de comando das atividades vitais do animal, varia de espécie para espécie. - Depressões: Sulcos ou cisuras que delimitam as saliências. Ao corte mediano dos hemisférios cerebrais, observaremos dois tipos de substâncias: - Substância Cinzenta: É a mais externa e constitui o córtex cerebral, a área de comando. - Substância Branca : A mais interna. Possui função de levar mensagens aos diversos centros de comando. * Hipocampo ou Cornos de Ammón São dois grandes feixes de substância nervosa em forma curva, semelhante a um “C” colocada ao redor dos tálamos, estendendo-se desde os ventrículos laterais até o interior dos lóbulos piriformes. * Rinincéfalo Porção central do olfato, localizado na base dos hemisférios cerebrais. Formado pelas estruturas: Bulbo olfatório, pedúnculo olfatório, tratos olfatórios, trigono olfatório e lóbulo piriforme. 7 8 9 SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO É o sistema que comunica o meio externo e interno, onde os estímulos são recebidos, ao sistema nervoso central (SNC) e deste aos órgãos efetores (alvos). 10 É composto pelos nervos espinhais, pelos doze pares cranianos e sistema nervoso autônomo (simpático e parassimpático). NERVOS (PARES) CRANIANOS O encéfalo possui 12 pares de vias nervosas que o relacionam com órgãos periféricos sem a participação da medula espinhal que são chamados pares cranianos ou encefálicos. Estes nervos são designadosda frente para trás por números romanos de I a XII e são: I - OLFATÓRIO VII - FACIAL II - ÓPTICO VIII - VESTIBULOCOCLEAR III - OCULOMOTOR IX - GLOSSOFARÍNGEO IV - TROCLEAR X - VAGO V - TRIGÊMEO XI - ACESSÓRIO VI - ABDUCENTE XII - HIPOGLOSSO OS PARES DE NERVOS CRANIANOS ( S = Sensitivo Mo = Motor Mi = Misto) I – OLFATORIO (S) = Olfação = Fibras aferentes viscerais especiais II – OPTICO (S) = Visão = Fibras aferentes somáticas especiais III - OCULOMOTOR (Mo) = Músculos Extrínsecos do olho (Elevador da pálpebra, reto superior, inferior e medial, obliquo inferior). = Fibras eferentes somáticas IV - TROCLEAR (Mo) = Músculo obliquo dorsal do olho V – TRIGEMEO (Mi) = Ramos oftálmico, mandibular e maxilar = Responsável pela sensibilidade geral de grande parte da cabeça. VI - ABDUCENTE (Mo) = Músculo Reto lateral do olho = Fibras eferentes somáticas VII - FACIAL (Mi) = Masseter, Pterigóide, milo-hióide - Ë responsável pela sensibilidade da pele da face e fronte, conjuntiva ocular, dentes e por 2/3 da língua. VIII - VESTÍBULO-COCLEAR (S) = Equilíbrio e audição. IX – GLOSSOFARÍNGEO (Mi) = Músculo constritor superior da faringe. É responsável pela inervação sensitiva da faringe, úvula, tonsilas, tuba auditiva, seios e corpos carotídeos, parte do pavilhão auditivo e do meato acústico externo, glândula parótida e gustação do 1/3 posterior da língua. X - VAGO (Mi) = Músculos da faringe e laringe. Sensibilidade de parte da faringe, laringe, traquéia, esôfago, vísceras torácicas e abdominais, parte do pavilhão auditivo e do meato acústico externo e gustação pela epiglote. XI - ACESSÓRIO (Mo) = Músculo trapézio e esternoclidomastoideo 11 XII – HIPOGLOSSO (Mo) = Músculo motor da língua SENSIBILIDADE DA LINGUA TRIGÊMEO => Sensibilidade Geral (Tº, dor, pressão, tato) de 2/3 anterior FACIAL => Sensibilidade Gustativa de 2/3 anterior GLOSSOFARINGEO => Sensibilidade Gustativa de 1/3 posterior e geral NERVOS ESPINHAIS Formação dos nervos espinhais: Os nervos espinhais são formados por uma raiz dorsal (sensitiva) e outra ventral (motora) a partir do "H" medular. Após formarem o tronco saem do canal vertebral pelos orifícios intervertebrais ou vertebrais laterais. Depois de emergirem dividem-se num ramo dorsal curto e ramo ventral longo. Os ramos dorsais são geralmente divididos em ramos medial e lateral que vão suprir os músculos e a pele da parte dorsal do pescoço e do tronco. O ramo ventral divide-se em ramos superficial e profundo e supre as partes ventral e lateral do tronco e todas as partes dos membros. Nervos espinhais: Estão distribuídos conforme a espécie da seguinte maneira: Equino: C 8 T 18 L 6 S 5 Ca 5 = 42 pares Ruminantes: C 8 T 13 L 6 S 5 Ca 7 = 39 pares Suíno: C 8 T 14/15 L 6 S 4 Ca 6 = 38/39 pares Cão: C 8 T 13 L 7 S 3 Ca 4/7 = 35/38 pares Região cervical: 12 Apresenta 8 pares de nervos cervicais em todas as espécies, porque o primeiro nervo cervical emerge entre o occipital e o atlas. Para inervar determinados locais (membros, parede abdominal) os ramos ventrais dos nervos espinhais se reúnem para formar plexos ou nervos. Nervo frênico: é formado pelos ramos ventrais dos dois ou três últimos nervos cervicais (C 6 , C 7 e C 8 ). Esse nervo inerva o músculo diafragma. Plexo braquial: É uma cinta larga e grossa, constituído pelos ramos ventrais dos últimos nervos cervicais e primeiros torácicos, visando a inervação do membro torácico e parte da parede do tórax. Estas raízes apresentam conexão do simpático através de ramos comunicantes. Equino, bovino e cão - três últimos ramos ventrais cervicais e dois primeiros ramos ventrais torácicos (C 6 a T 2 ). Suíno: quatro últimos ramos ventrais cervicais e primeiro ramo ventral torácico (C 5 a T 1 ). Ovino: pelos três últimos ramos ventrais cervicais e pelo primeiro torácico (C 6 a T 1 ). O plexo braquial é formado pelos seguintes nervos: 1. Supraespinhal ou supraescapular: é o mais cranial do plexo. Penetra entre os músculos supraespinhal e subescapular inervando os músculos supra e infraespinhoso. 2. Subescapular: inerva o músculo subescapular. Pode se encontrar dividido em ramos cranial e caudal. 3. Axilar: passa para a face lateral entre o músculo e a artéria subescapular. Inerva os músculos: redondo maior, redondo menor, deltóide e braquiocefálico. Emite o ramo cutâneo cranial do antebraço. 4. Radial: passa para a face lateral entre o músculo redondo maior e a porção longa do tríceps. Inerva o tríceps, ancôneo e o tensor da fáscia antebraquial. Sob a porção lateral do tríceps ele se divide em dois ramos: superficial e profundo. O ramo superficial inerva os dedos e o profundo os músculos extensores. Emite ainda o ramo cutâneo lateral do antebraço. O nervo radial não se estende até o dedo no equino. Obs.: Todo ramo superficial divide-se em comum e este em próprio. Ex.: bovinos: ramo superficial do radial - digital dorsal comum II e comum III - próprios do segundo, terceiro e quarto dedos. 13 5. Toracodorsal: inerva o músculo grande dorsal. 6. Mediano: inerva os músculos: flexor radial do carpo, profundo dos dedos, pronador redondo e pronador quadrado. Distalmente, subdivide-se em ramos palmares que inervam os dedos pela face palmar. 7. Musculocutâneo: inerva os músculos coracobraquial, bíceps e braquial. Emite o ramo cutâneo medial do antebraço. Está dividido num ramo proximal e num distal. O ramo proximal inerva o coracobraquial e bíceps, e o distal, o braquial. 8. Ulnar: está unido ao nervo mediano na sua origem e inerva o músculo flexor ulnar do carpo, superficial dos dedos e profundo dos dedos (cabeças umeral e ulnar). Emite o ramo cutâneo caudal do antebraço. Divide-se próximo ao carpo num ramo dorsal e num palmar. O ramo dorsal inerva a face dorso-lateral dos dedos e o ramo palmar se une ao ramo palmar do nervo mediano. 9. Torácico longo: corre na superfície lateral do músculo serrátil ventral o qual inerva. 10. Torácico lateral: localiza-se mais ventralmente que o anterior. Inerva o músculo cutâneo do tronco. 11. Nervos peitorais: inervam os músculos peitorais superficial e profundo. Região torácica: O número de nervos torácicos é de acordo com a espécie, e se distribuem na parede do tórax como nervos intercostais. 14 Região lombar: Os ramos dorsais inervam a musculatura dorsal do tronco e os ramos ventrais formam o PLEXO LOMBAR. 1. Ílio-hipogástrico: deriva-se do primeiro ramo ventral lombar. No cão e, as vezes, nos ovinos e suínos (com sete vértebras lombares) está subdividido em cranial e caudal. Divide-se num ramo superficial e num profundo. O ramo superficial inerva os músculos oblíquo abdominais externo e interno, e transverso do abdome. O ramo profundo inerva o reto do abdome e região cutânea do escroto e prepúcio no macho ou glândula mamaria na fêmea. 2. Ílio-inguinal: deriva-se do segundo ramo ventral lombar. Inerva o mesmo que o anterior, porém mais para trás. 15 3. Gênito-femural: origina-se do terceiro ramo ventral lombar (L 2 a L 4 ). Está dividido num ramo muscular e num ramo genital. O ramo muscular inerva os músculos oblíquo interno do abdome e cremáster externo. O ramo genital desce pelo canal inguinal e se ramifica nos órgãos genitais externos. 4. Cutâneo lateral da coxa: origina-se dos ramos ventrais do terceiro e quarto nervos lombares. Inerva os músculos: tensor da fáscia lata e região subcutânea do joelho. PLEXO LOMBO-SACRAL: É formado pelos três últimos ramos ventrais dos nervos lombares e pelos primeirossacrais. 1. Nervo femoral: deriva-se do ramo ventral do quarto e quinto nervos lombares (L 3 a L 6 ). Inerva os músculos sartório, quadríceps, psoas maior e menor, pectíneo e grácil. Emite o ramo safeno. 2. Nervo obturatório: também origina-se do quarto e quinto nervos lombares. Inerva os obturadores interno e externo, pectíneo, adutor e grácil. 3. Nervo glúteo cranial: origina-se do sexto ramo ventral lombar e do primeiro ramo ventral sacral. Inerva os músculos: tensor da fáscia lata e glúteos superficial, médio e profundo. 4. Nervo glúteo caudal: origina-se dos ramos ventrais sacrais. Inerva os músculos: glúteo superficial, bíceps e semitendinoso. Emite o ramo cutâneo caudal da coxa. 5. Nervo isquiático ou ciático: origina-se do ramo ventral do sexto nervo lombar e do primeiro ramo ventral sacral (L 5 a S 2 ). É o maior dos nervos do corpo. Divide-se nos seguintes ramos: - Ramos musculares: inervam os músculos obturador interno, gêmeos, quadrado da coxa, bíceps, semitendinoso e semimembranoso. O nervo isquiático divide-se nos seguintes nervos: - Nervo tibial: inerva os músculos flexores e os dedos na face plantar. 16 - Nervo fibular: se subdivide em superficial e profundo. Inerva os músculos extensores e os dedos na face dorsal. Região sacral: O número varia conforme a espécie, destacando-se os nervos: 1. Pudendo: divide-se em nervo dorsal do pênis (macho), dorsal do clitóris (fêmea) e nervos perineais profundos (macho e fêmea). 2. Retal caudal: inerva os músculos coccígeo, levantador e esfíncter do ânus. 17 MENINGES As meninges são membranas de tecido conjuntivo que envolvem o Sistema Nervoso Central, possuem função mecânica, evitando traumatismo e lubrificando, bem como função biológica, pois contém anticorpos, evitando assim infecções. DURAMÁTER É a mais externa das meninges, apresenta-se de cor clara, bastante espessa e vascularizada. Acha-se aplicada diretamente contra os ossos que formam a cavidade craniana e canal vertebral. É constituída por uma lâmina interna e uma externa, que dentro da cavidade craniana estão unidas formando uma única lâmina. Ao nível do canal vertebral estas membranas se separam deixando um espaço entre elas, chamado espaço epidural ou extradural, preenchido por tecido adiposo e vasos sangüíneos. 18 Seios da Duramáter: São espaços sangüíneos existentes entre as lâminas da duramáter encefálica. Servem para recolher o líquido cérebro-espinhal e também recolher o sangue venoso do encéfalo. Espaço Subdural: Separa a duramáter da aracnóide, contém um líquido com constituição de filtrado sangüíneo. ARACNÓIDE Membrana fina e delicada constituída de filamentos que se assemelham a teia de aranha. Situa-se entre a duramáter e a piamáter. - Cisternas Subaracnoideas: São espaços encontrados entre a aracnóide e a piamáter em determinados locais ao nível do Sistema Nervoso Central. - Granulações Aracnoideas: São projeções (pequenas bolsas) da aracnóide para os seios da duramáter. Servem para recolher o líquor do espaço subaracnoideo e eliminá- lo para a duramáter. - Espaço Subaracnoideo: Separa a Aracnóide da Piamáter, contém líquido cérebro- espinhal. PIAMÁTER Adere diretamente o Sistema nervoso Central, colocando-se dentro das saliências e depressões. Na porção terminal do canal vertebral as meninges se projetam formando fios chamado filamento terminal ou cauda equina. * Líquido Cérebro-Espinhal ou Líquor É formado pelos plexos coróides localizados a nível do IV ventrículo, III ventrículo e ventrículos laterais, a partir do sangue. Constitui-se um filtrado sangüíneo com grande quantidade de anticorpos para defesa do organismo. Circula no IV ventrículo, aqueduto cerebral, III ventrículo, ventrículos laterais e no canal central da medula. Supõe-se que ele circule 24 horas, sendo lançado novamente na corrente sangüínea pelas granulações da aracnóide e depois lançado nos seios da duramáter. Funções do líquor e das meninges: - Mecânica: Evita traumas no Sistema Nervoso Central - Imunológica: O líquido contém grande quantidade de glóbulos brancos que protegem contra possíveis infecções. 19 * Plexos Coróides: São um emaranhado de vasos sangüíneos cobertos pela Piamáter, normalmente apresentam coloração escura. MEDULA ESPINHAL A medula espinhal (medulla spinalis) é uma estrutura alongada, mais ou menos cilíndrica, porém com alguns achatamentos dorso ventrais e algumas variações de forma e tamanho. Começa à nível de forame magno e está em conexão direta com a medula oblonga ou bulbo, rostralmente e se estende até metade da região sacral*. As variações mais importantes são os espessamentos (intumescências) das partes que dão origem aos nervos que suprem os membros torácico e pélvico, e o afilamento final caudal (cone medular). A intumescência cervical é o ponto de origem de nervos que vão inervar o membro torácico, da intumescência lombar partem nervos para o membro pélvico. A medula é dividida em quatro regiões correspondentes as da coluna vertebral. * No cão termina entre 6 e 7 vértebras lombares. Nos ruminantes, na metade cranial da 2 sacral. No equino, na metade caudal da 2 sacral e no suíno, entre a 2 e 3 sacral. 20 SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO Também chamado de sistema nervoso visceral ou neurovegetativo. É a parte do sistema nervoso que geralmente, não está sob o controle da consciência. Este sistema inerva os músculos lisos, músculo cardíaco (miocárdio) e algumas glândulas. Sua função principal é manter o equilíbrio do meio interno (homeostase). O sistema nervoso autônomo (SNA) difere do sistema motor somático nos órgãos alvos (efetores) e no número de neurônios no circuito periférico. O sistema nervoso periférico (SNP) tem um nervo cujo corpo celular se localiza no SNC e seu axônio se estende sem interrupção até o esqueleto muscular, ao contrário o SNA têm dois nervos periféricos. O primeiro, denomina-se nervo pré-ganglionar, que também tem seu corpo celular no SNC, mas seu axônio inerva um segundo neurônio em cadeia, chamado nervo pós-ganglionar, sendo que seu corpo celular localiza-se numa estrutura periférica denominada gânglio, que são definidos como uma coleção de corpos de células nervosas fora do SNC. O SNA está dividido em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático, de acordo com a origem anatômica de seus neurônios pré- ganglionares e no tipo de neurotransmissor na sinapse junto ao órgão alvo. 7.2.2.1 SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO Este sistema, geralmente, tem o axônio pré-ganglionar curto e um pós- ganglionar longo. Os axônios pré-ganglionares têm sua origem na medula espinhal e saem junto com a raízes ventrais (motora) do primeiro nervo espinhal torácico (T 1 ) até o terceiro ou quarto nervos espinhais lombares. Devido a esse fato o simpático e também chamado de sistema toracolombar. Após sua passagem pelo orifício intervertebral juntamente com os nervos espinhais, os axônios pré-ganglionares dirigem-se para uma cadeia de gânglios paravertebrais interligados (tronco simpático), localizados próximo ao corpo das vértebras. A partir desses gânglios partem os axônios pós-ganglionares até os órgãos alvos (efetores). A medula da glândula adrenal é uma exceção, pois é inervada diretamente pelo nervo pré-ganglionar. 21 Os mediadores químicos (neurotransmissor) do simpático com os órgãos alvos são a noraepinefrina e a adrenalina (catecolaminas). O simpático é aquele sistema nervoso autônomo atuante nas situações estressantes, provocando, por exemplo, aumento dos batimentos cardíacos, da pressão arterial, dos movimentos respiratórios; midríase; ("prepara para briga ou para fuga"). O primeiro gânglio da cadeia simpática (T 1 ) é denominado de gânglio cervicotorácico ou estrelado, sendo que o segundo gângliopode estar associado a ele em algumas espécies. A partir do gânglio cervicotorácico partem os seguintes elementos que conduzem o simpático: 1 - alça subclavia e tronco simpático, que o comunicam com o gânglio cervical médio. Deste gânglio prossegue o tronco simpático que na região cervical se associa ao nervo vago formando o tronco vagossimpático. Na região retrofaríngica o tronco simpático separa-se do nervo vago, indo até o gânglio cervical cranial. Deste gânglio partem fibras nervosas que se associam aos nervos cranianos que "levam" o simpático a todas as estruturas da cabeça. 2 - nervo vertebral dirige-se para a região cervical penetrando nos orifícios vertebrais "conduzindo" o simpático para os nervos espinhais cervicais (C 3 a C 7 ). 3 - ramos para o coração, C 8 e T 1 . Os últimos gânglios torácicos originam o nervo esplâncnico maior que passa pelo músculo diafragma se dirigindo ao gânglio celíaco, localizado próximo a origem das artérias celíaca e mesentérica cranial na cavidade abdominal. Este gânglio, normalmente está associado ao gânglio mesentérico cranial formando o gânglio celiacomesentérico, o qual emite ramos para as vísceras da porção cranial da cavidade abdominal. Os gânglios lombares emitem ramos até o gânglio mesentérico caudal, o qual é responsável pela inervação simpática das vísceras da porção caudal da cavidade abdominal e através dos nervos hipogástricos das vísceras da cavidade pélvica. 22 SISTEMA NERVOSO PARASSIMPÁTICO O parassimpático, geralmente, tem um longo axônio pré-ganglionar e um curto pós-ganglionar. Os axônios pré-ganglionares do parassimpático se originam juntamente com o III, VII, IX e X pares cranianos e junto com os nervos espinhais sacrais de S 2 a S 4 , sendo por isso chamado de sistema craniossacral. O longo axônio pré-ganglionar "conduz" o parassimpático até os gânglios localizados, na maioria dos casos, no interior dos órgãos alvos, quando ocorre a primeira sinapse com o curto neurônio pós-ganglionar. O mediador químico (neurotransmissor) do parassimpático é a acetilcolina. O parassimpático é o sistema nervoso autônomo atuante nos processos metabólicos, provocando, por exemplo, um incremento na secreção gástrica, motilidade intestinal e relaxamento do esfíncter pilórico, sendo por isso denominado de sistema anabólico ou vegetativo. O parassimpático que acompanha o III par craniano (oculomotor) vai até o gânglio ciliar junto ao músculo constritor da pupila. A porção que segue junto com o nervo facial (VII par craniano) dirige-se até os gânglios pterigopalatino (esfenopalatino) que atua sobre a glândula lacrimal e submandibular que inerva as glândulas salivares mandibular e sublingual. Pelo nervo glossofaríngeo (IX par craniano) vai até o gânglio ótico responsável pela inervação parassimpática da glândula salivar parótida. A porção 23 parassimpática que acompanha o nervo vago (X par craniano) atua sobre as vísceras dos sistemas respiratório (laringe, traquéia, bronquios e pulmões), circulatório (coração e vasos sangüíneos) e digestivo (esôfago, estômago(s), intestino delgado, fígado e parte do intestino grosso). Pela porção sacral, o parassimpático, através dos nervos pélvicos atua nas vísceras da cavidade pélvica (reto, útero e vagina ou glândulas genitais acessórias, bexiga e pênis ou clitóris). 24 Tanto o simpático como o parassimpático sofrem, também, a influência de núcleos cerebelares, hipotalâmicos e do córtex cerebral, especialmente sobre o controle das funções viscerais. Principais diferenças entre o simpático e o parassimpático. SIMPÁTICO PARASSIMPÁTICO Neurônio pré-ganglionar Medula tóraco-lombar Tronco encefálico Medula sacral Neurônio pós-ganglionar Cadeia laterovertebral Próximo ao órgão ou na parede Fibras pré-ganglionares Curtas Longas Fibras pós-ganglionares Longas Curtas Mediador químico Noradrenalina (fibras adrenérgicas) Acetilcolina (fibras colinérgicas) ANATOMIA DO OLHO É um órgão mais ou menos arredondado apresentando-se achatado no sentido crânio- caudal e acha-se localizado numa cavidade denominada órbita. Sua localização na cabeça está relacionada ao meio ambiente, aos hábitos e método de nutrição do animal. As espécies predadoras (gato, cão) tem olhos bem para a frente enquanto as espécies que constituem presas (herbívoros: cavalo, ruminantes, coelho) apresentam olhos localizados mais lateralmente. 25 Campo Visual • Visão Binocular - Campo visual visualizado com os dois olhos • Visão Monocular - Campo visual visualizado com um dos olhos • Área cega - Campo visual não visualizado com os dois olhos • Predadores (carnívoros) Olhos situados á frente Área de visão binocular menor que os herbívoros Área de visão monocular menor que os herbívoros Área cega maior • Presas (demais espécies) Olhos lateralmente Área de visão Binocular maior que os carnívoros Área de visão monocular maior que os carnívoros Área cega menor GLOBO OCULARé constituído de 3 membranas de fora para dentro: TÚNICA FIBROSA: tem coloração clara, é composta de tecido colágeno muito denso, que resiste à pressão interna e dá forma e firmeza ao olho e se divide em esclera e córnea, que se encontram numa região denominada LIMBO. Função proteção do olho. - Esclera: constitui a porção posterior da túnica fibrosa é bastante espessa e de cor esbranquiçada (branco do olho). É muito vascularizada. Ventral ao pólo posterior, apresenta uma pequena área cribiforme (crivosa) por onde passam as fibras do nervo óptico. A esclera é perfurada por pequenas artérias ciliares, assim como por veias vorticosas maiores.Confere fixação aos tendões dos músculos oculares. - Córnea: é uma membrana espessa transparente, que constitui a porção anterior da túnica fibrosa e apresenta-se convexa anteriormente. É composta por um tipo especial 26 de tecido conjuntivo denso e colágeno disposto de forma lamelar que ajuda a conferir a transparência. Formada por 5 camadas: epitélio anterior: descama constantemente e se renova totalmente em 4 a 8 dias. Membrana de Bowmann Substância própria ou estroma: confere 90% da córnea Membrana de descement ou limitante posterior Epitélio posterior ou endotélio A camada epitelial anterior é contínua com o epitélio da conjuntiva, enquanto que a camada epitelial posterior se une a superfície anterior da íris através do ângulo iridocorneal. A córnea não possui vasos sanguíneos, seus nutrientes se difundem na substância própria a partir de vasos do limbo ou são levados apartir do humor aquoso lágrima. Apresenta terminações nervosas livres na superfície junto ao epitélio anterior, que lhe confere grande sensibilidade. TÚNICA VASCULAR OU ÚVEA: tem coloração escura, situa-se internamente a túnica fibrosa é bastante vascularizada e divide-se em coróide, corpo ciliar e íris. - Coróide: representa a parte posterior da túnica vascular acha-se aplicada diretamente a esclera a partir do nervo óptico até o limbo. Tapete lúcido: característica dos animais domésticos com exceção dos suínos e aves, é uma área constituída por células coloridas colocadas sobre a coróide no fundo do olho e tem a propriedade de refletir a luz e varia a coloração do azul ao verde. - Corpo ciliar: é um espessamento da coróide, um anel em relevo que emite prolongamentos em direção à lente, chamados Processos Ciliares que servem para fixar a lente através das fibras zonulares chamada Ligamentos Zonulares ou Zônulas de Zinn. Além de suspender a lente são responsáveis pela produção do humor aquoso. Entre o corpo ciliar e a esclera localiza-se o músculo ciliar, que atua na acomodação da lente, os animais apresentam o músculo ciliar pouco desenvolvido. - Íris: é uma membrana de cor escura colocada por diante do corpo ciliar constitui o diafragmado globo ocular. Apresenta 3 camadas: camada epitelial anterior, camada média (dois músculos lisos um esfíncter e um dilatador), camada epitelial posterior. A cor da íris determina a cor do olho. No seu centro apresenta um orifício denominado PUPILA, por onde entra a luz para o compartimento posterior do olho. O tamanho da pupila e conseqüentemente a quantidade de luz que atinge a retina é regulada pelos músculos lisos esfíncter e dilatador da íris. O músc. Esfíncter da íris fica próximo a borda pupilar, enquanto que as fibras dos dilatadores se dispõem radialmente e quando se contraem dilatam a pupila. 27 TÚNICA INTERNA OU NERVOSA: contém as células receptoras fotossensíveis e é conhecida como RETINA é a membrana mais interna do olho e está colocada sobre a coróide. Apresenta-se bastante delicada e de coloração clara. Considera-se como uma expansão do nervo óptico dentro do olho. Apenas aproximadamente dois terços posteriores podem ser atingidos pela luz que entra na pupila. Conseqüentemente apenas esta parte contém células receptoras. O terço restante é cego sendo representada principalmente pela fina camada pigmentada que se prolonga até o corpo ciliar e lado posterior da íris. As camadas da parte óptica da retina são: Camada se células pigmentadas Camada neuroepitelial contendo células receptoras (cones visão a cores, bastonetes visão em preto e branco. Camada de células ganglionares multipolares cujos axônios se localizam profundamente em relação a suas células e passam para o disco do nervo óptico onde se unem para formar o nervo óptico. 28 COMPARTIMENTOS DO OLHO -- Anterior: é o menor acha-se dividido em câmara anterior e posterior, a câmara anterior corresponde ao espaço entre a córnea e íris, enquanto que a posterior é o espaço entre íris e a lente. O compartimento anterior acha-se banhado por uma substância líquida chamada HUMOR AQUOSO. -- Posterior: situa-se entre a lente e a retina. É o maior e apresenta-se preenchido por uma substância gelatinosa denominada HUMOR VÍTREO. MEIOS DE REFRAÇÃO DO OLHO São meios transparentes através dos quais devem passar imagens para chegar até a retina. São eles: córnea, humor aquoso, lente e vítreo. Córnea: Desempenha um papel importante na refração, ou seja, ela é capaz de curvar o raio luminoso, de maneira que a imagem vista pelo animal seja suficientemente reduzida para ser focalizada na retina. A convexidade da córnea desvia o raio luminoso centralmente. Humor Aquoso: Preenchendo o espaço entre a córnea e a lente, o humor aquoso é um líquido límpido, constitui um ultrafiltrado sangüíneo, que além de suas propriedades de refração, desempenha um importante papel na manutenção da pressão intraocular e nutrição da córnea e lente. 29 É produzido continuamente por células dos processos ciliares e entra na câmara posterior, daí passa através da pupila para a câmara anterior, e então é drenado no ângulo iridocorneal, através dos ligamentos pectíneos até os seios venosos da esclera. OBS: No olho sadio, o nível de produção é proporcional ao de drenagem, mantendo uma pressão intraocular (PIO) constante. A interferência na drenagem permite o acúmulo de líquido em excesso, fazendo com que a PIO se eleve, resultando em glaucoma. Lente: Estrutura transparente biconvexa, de consistência elástica, o que a permite mudar de forma. Apresenta 2 pólos, anterior e posterior, equador, que corresponde à periferia da lente e um eixo central que coincide com o eixo óptico do olho. A superfície posterior em geral é mais convexa que a anterior. Apresenta uma cápsula externa elástica que é mais espessa anteriormente e no equador, onde se fixam os ligamentos zonulares do corpo ciliar. Apresenta na superfície anterior, células epiteliais que são responsáveis pela nutrição da lente a partir de substâncias presentes no humor aquoso. Estas células estão constantemente se renovando e são empurradas em direção ao equador da lente, então se diferenciam, perdem o núcleo e se transformam em fibras da lente. As fibras da lente são constituídas basicamente por proteínas e estão dispostas em lâminas concêntricas sempre crescendo do equador para o centro. 30 * MECANISMO DE ACOMODAÇÃO DA LENTE Uma vez que a cápsula da lente é fixa por ligamentos zonulares no corpo ciliar, qualquer alteração neste resulta em mudança na forma da lente. Em repouso, com o olho adaptado para visão a distância ou durante o sono, o músculo ciliar está relaxado e exerce tensão radial constante sobre a lente, com as fibras zonulares tensionadas. Quando o animal deseja focalizar um objeto próximo, se contrai, espessando o corpo ciliar, este desloca os processos ciliares em direção à lente e relaxa as fibras zonulares. A lente livre de tensão no equador, se arredonda e põe o objeto em foco. Humor Vítreo: É uma substância gelatinosa que ocupa o espaço do compartimento posterior, entre a lente e a retina, mantendo esta contra a coróide. Ao contrário do humor aquoso, o vítreo não é substituído continuamente, tendo portanto, um volume constante. No embrião, a lente é irrigada pela artéria hialóide, um ramo da artéria central da retina, que passa através do corpo vítreo. A artéria em geral degenera após o nascimento, e a lente é nutrida por difusão. ÓRGÃOS ACESSÓRIOS DO OLHO PÁLPEBRAS São pregas musculofibrosas que cobrem a porção anterior do olho. São móveis e constituem um importante órgão protetor do globo ocular. Os animais domésticos apresentam 3 tipos: inferior, superior e a 3 pálpebra ou membrana nictitante. As pálpebras são constituídas de três camadas: pele, uma camada fibromuscular média e uma membrana mucosa conhecida como conjuntiva palpebral, voltada para o olho. Sobre a borda livre das pálpebras superior e inferior, vamos encontrar pêlos curtos além de pêlos longos e tácteis, denominados cílios. Estes cílios servem para evitar a penetração de corpos estranhos no olho. A pálpebra superior é a maior e mais móvel. Colocado sobre a porção superior desta pálpebra encontrar-se-á pêlos longos tácteis denominados supercílios (sobrancelhas). Os supercílios também evitam a penetração de agentes estranhos ao olho. 31 As pálpebras superior e inferior se unem de cada lado formando ângulos ou cantos do olho (laterais e mediais) e limitam uma abertura conhecida como rima das pálpebras. A camada fibromuscular é formada pelo orbicular do olho, pelo levantador da pálpebra superior e pelo tarso, que é uma condensação fibrosa laminar que estabiliza a borda das pálpebras. A superfície posterior da pálpebra é revestida de tecido conjuntivo, uma membrana mucosa fina e transparente, denominada CONJUNTIVA. A conjuntiva palpebral é refletida na base das pálpebras, para continuar sobre a esclera como conjuntiva bulbar, que termina no limbo, embora o epitélio se funda com o epitélio anterior da córnea. A infecção desta membrana é denominada conjuntivite. Carúncula lacrimal: É uma discreta elevação de mucosa, situada no ângulo medial do olho. GLÂNDULAS PALPEBRAIS: * Glândulas de Meibômio ou glândulas tarsais: São glândulas sebáceas grandes colocadas na face interna da borda livre das pálpebras. Terçol é um processo infeccioso das glândulas tarsianas ou de meibômio. * Glândula Lacrimal: Colocada dorso lateralmente no olho, abaixo da apófise zigomática do frontal, produz a lágrima, que é lançada na porção anterior do olho através de ductos excretórios. A ação de piscar faz com que a lágrima se distribua e lubrifique a córnea. Após lubrificar, a lágrima é conduzida ao ângulo medial do olho e é drenada nos pontos lacrimais, recolhida por canalículos lacrimais, destes para os sacos lacrimais e, posteriormente, por meio do ducto nasolacrimal, vão para o assoalho da cavidade nasal, onde a lágrima é eliminada. * Glândulas de Wolfring eKrause: São glândulas lacrimais acessórias que colaboram com a formação da película pré corneal. TERCEIRA PÁLPEBRA OU MEMBRANA NICTITANTE É uma prega de conjuntiva em forma de meia-lua situada entre a carúncula lacrimal e o bulbo do olho, no ângulo medial. A terceira pálpebra é sustentada por uma 32 cartilagem em forma de T, a haste da cartilagem é circundada por uma glândula lacrimal adicional, a glândula da terceira pálpebra. Normalmente se mantém retraída, desliza sobre o bulbo do olho quando ele se retrai ou é pressionado dentro da órbita ou em situações dolorosas do globo ocular. Possui função de proteção e secreção lacrimal. MÚSCULOS DO GLOBO OCULAR Os animais domésticos possuem 7 músculos: quatro retos, dois oblíquos e um retrator. Os quatro músculos retos compreendem dorsal, ventral, lateral e medial. Os oblíquos se dividem em um dorsal e outro ventral, sua contração isolada giraria o bulbo do olho ao redor do eixo visual, e assim sendo, a porção dorsal do bulbo se movimentaria lateralmente. O retrator do bulbo forma um cone muscular quase completo ao redor do nervo óptico. O movimento dos olhos é bastante complexo, até onde se têm conhecimento nenhum músculo atua isoladamente. Irrigação Sangüínea: A principal irrigação nos mamíferos domésticos é representada pela artéria oftálmica externa, um ramo da maxilar. A partir dela se originam ramos que irrigarão o bulbo do olho e as que irrigarão os músculos oculares. 33 Inervação: Fibras simpáticas originárias do gânglio cervical cranial entram na órbita com o nervo oftálmico e fazem midríase. Fibras parassimpáticas entram na órbita no interior do nervo oculomotor e controlam tanto a acomodação da lente quanto a miose ou contração pupilar à luz. Reto dorsal, medial, ventral e oblíquo ventral= nervo oculomotor Oblíquo dorsal= nervo troclear Reto lateral e retrator= nervo abducente Músculo orbicular do olho= ramo aurículopalpebral do nervo facial (este pode ser bloqueado a fim de imobilizar as pálpebras. A ORELHA A orelha é denominada como um órgão vestibulococlear, pois não só permite que o animal ouça, mas também lhe confere um sentido de equilíbrio.Os estímulos mecânicos produzidos por ondas sonoras se transformam em impulsos nervosos na cóclea e a ação de pequenas quantidades de líquido e cristais microscópios em neuroreceptores dentro do vestíbulo proporciona ao animal proporciona ao animal uma percepção da atitude e do movimento de sua cabeça em relação à gravidade. Divisões : - orelha externa - orelha média - orelha interna Apenas a orelha externa é visível no animal intacto, as outras estão contidas no osso temporal. 34 ORELHA EXTERNA: Pavilhão auricular: tem o formato de funil, bem aberto para receber o som, se enrola formando um tubo que se encurva medialmente, para a conexão com o meato acústico externo. O formato do pavilhão auricular é determinado pela cartilagem auricular de sustentação (cartilagem conchal). A cartilagem anular prende o pavilhão da orelha ao meato acústico externo. Um conjunto de músculos todos voluntários (músc. Auriculares) é responsável pelo movimento da orelha. Estes músculos se originam de vários pontos do crânio e fascias adjacentes e se ligam à base do pavilhão. Meato acústico externo: é um tubo ósseo que se estende da cartilagem anular até membrana do tímpano. É revestido de pele que contém glândulas sebáceas e ceruminosas tubulares, estas últimas secretam o cerume. Os pêlos táteis são denominados de tragus. O meato acústico dos cães é curvo tornando difícil a passagem do otoscópio reto para exame da parte proximal do meato e da membrana do tímpano. Membrana do tímpano: é um disco oval, constituído por tecido bastante delicado que vibra com as ondas sonoras. Fecha totalmente a comunicação entre a orelha externa e a orelha média. O cabo do martelo está fixado na sua face interna (medial). ORELHA MÉDIA A orelha média está contida no osso temporal e é essencialmente o pequeno espaço cheio de ar, conhecido como CAVIDADE TIMPÂNICA. É revestido por uma membrana mucosa fina se comunica com a nasofaringe pela tuba auditiva. 35 Ossículos: a orelha média apresenta 3 ossículos que de fora para dentro são: Martelo, Bigorna e Estribo. O cabo do martelo está fixado na face medial da membrana do tímpano, a bigorna é a porção intermediária e a base do estribo localiza-se fechando a janela oval. Janela Oval: janela do vestíbulo, é a comunicação da orelha média e a interna, a qual encontra-se fechada pela base do estribo. Janela Redonda: janela da cóclea, é uma outra comunicação da orelha média com a interna e está fechada pela membrana secundária do tímpano. Situa-se ventralmente a janela oval. Músculos: a orelha média apresenta 2 músculos cuja função é tracionar os ossículos. São eles M. tensor do tímpano que traciona o martelo e o M. estapédio que traciona o estribo. Tubas auditivas: Trompas de Eustáquio é um conduto que comunica a orelha média (bolha timpânica), com a nasofaringe, mantendo um equilíbrio entre as pressões nos dois lados da membrana do tímpano. Apresentam dois orifícios o óstio timpânico junto a orelha média e o óstio faríngeo junto a faringe. Bolsas ou Sacos Guturais: são expansões das tubas auditivas em forma de sacos somente encontradas nos equinos. Sua função é desconhecida, mas acredita-se que atue na regulação da pressão na artéria carótida interna e /ou dê aos equinos a melhor audição das espécies domésticas. 36 ORELHA INTERNA Os estímulos mecânicos produzidos pelo som e suas alterações de posição da cabeça são transformados em impulsos nervosos na orelha interna. Fica envolvido completamente no osso temporal (parte petrosa). Labirinto ósseo: é a porção óssea da orelha interna. Labirinto membranoso: é o conjunto de músculos, ductos e cavidades membranosas que reveste internamente o labirinto ósseo. Meato acústico interno: por ele passam 2 nervos o VII par craniano (facial) e o VIII par craniano (vestíbulococlear). O facial somente passa pela orelha e vai inervar a face. O nervo vestibulococlear inerva a orelha interna está dividido em duas porções: porção vestibular que inerva os canais semicirculares ósseos cuja função é manter o equilíbrio e a porção coclear inerva a coclear cuja função é auditiva. Vestíbulo: é o espaço localizado entre os canais semicirculares e a cóclea. Nele situam-se o sáculo e o utrículo. Canais Semicirculares ósseos: são em número de 3 são denominados de anterior, posterior e lateral. São responsáveis pelo equilíbrio. Cóclea: tem a forma de um caracol e é o local onde se encontram as células responsáveis pela audição. O centro da cóclea é denominado modíolo. Perilinfa e Endolinfa: são líquidos com a constituição semelhante a do líquor. A perilinfa localiza-se entre o labirinto ósseo e o labirinto membranoso e a endolinfa se localiza na parte interna do labirinto membranoso. 37 ANATOMIA TOPOGRÁFICA DOS ANIMAIS DOMESTICOS REGIÃO DA FACE O estudo dessas regiões tem grande importância clinica. Assim sendo, vamos encontrar na região massetérica, estruturas vasculoneurais de suma importância, como o ramo bucal dorsal do VII par craniano (nervo facial), cujas lesões poderão determinar a “ paralisia do facial”, a artéria transversa da face e nervo transverso da face (trigêmeo V). Também tem importância a delimitação do músculo masseter, de interesse na inspeção de carnes, por ser utilizado para investigação de cisticercose. O conhecimento da região nasal tem importância na introdução de instrumentos, tais como: sondas nasoesofágicas, laringoscopia, endoscopia das bolsas guturais e a trepanação das fossas nasais. Na região ventral localiza-se a incisura dos vasos faciais, importante ponto de tomada de pulso nos eqüinos. A região zigomáticaé de interesse clinico no cão e no gato, devido a localização da glândula zigomática. Na região da articulação temporomandibular localiza-se o ponto de ressecção total ou parcial do disco interarticular. ROTEIRO PARA DISCECAÇÃO DA CABEÇA 1) Coloque o animal inicialmente em decúbito lateral. A seguir faça uma incisão sobre a linha mediana ventral, partindo do mento até o terço médio da região cervical. Feito isso faça uma outra incisão partindo do ponto de interrupção da incisão anterior estendendo-se pela região lateral do pescoço até a linha mediana dorsal. 2) Remova a pele contornando a base da orelha, bem como as regiões orbitárias, bucal e nasal. 3) Identifique o delgado MÚSCULO CUTÃNEO DA FACE (PLATISMA), que se encontra em alguns pontos intimamente aderido à pele. A tela subcutânea é escassa. Note a extensão e as inserções deste músculo. Seccione-o a nível da linha média ventral e rebata-o rostro- dorsalmente. 4) Separe o músculo cutâneo da face do MÚSCULO PAROTÍDEO AURICULAR 38 5) Observe profundamente ao músculo parotídeo-auricular a GLÂNDULA PARÓTIDA que está coberta por uma extensão da fascia cervical, remova esta última e identifique o parênquima glandular e seu limites, assim como o LINFONODO PAROTÍDEO. 6) Disseque emergindo da extremidade dorsal da borda cranial da parótida: a) ARTÉRIA TRANSVERSA DA FACE (mínima no cão) b) RAMO TRANSVERSO DA FACE DO NERVO AURÍCULOTEMPORAL; c) RAMO BUCAL DORSAL DO NERVO FACIAL. Estas estruturas correm rostralmente na superfície do músculo masseter. 7) Disseque ainda o DUCTO PAROTÍDEO, RAMO BUCAL VENTRAL DO NERVO FACIAL, ARTÉRIA E VEIA FACIAIS que estão localizadas na extremidade ventral da borda cranial da glândula parótida. A artéria facial não está presente nos pequenos ruminantes (ovinos e caprinos). Estas estruturas correm rostralmente, seguindo o contorno da borda ventral do músculo masseter (bovinos e equinos). No cão e nos ovinos o ducto parotídeo e ramo bucal ventral do nervo facial correm pela face lateral do músculo masseter. 8) Prossiga a dissecação do ramo bucal ventral e dorsal do nervo facial, identifique o RAMO COMUNICANTE entre estas duas porções. No seu trajeto ele acompanha o ducto parotídeo e a veia facial. O ramo bucal ventral nos ovinos termina no MÚSCULO DEPRESSOR DO LABIO INFERIOR, identifique-o. Este músculo não esta presente em cães. 9) Observe as GLANDULAS BUCAIS VENTRAIS que se localizam cranialmente a veia facial e estão parcialmente cobertas pelo MÚSCULO BUCINADOR. 10) Seccione a inserção labial do músculo cutâneo da face e identifique os MÚSCULO ZIGOMÁTICO e MÚSCULO ORBICULAR DA BOCA. 11) Nos ovinos observe as GLÂNDULAS BUCAIS DORSAIS situadas profundamente ao músculo zigomático. Note que o ramo bucal dorsal, artéria facial (cão) e a veia facial correm obliquamente no sentido dorsal , sob o músculo zigomático. 12) Identifique a VEIA DORSAL DO NARIZ e VEIA ANGULAR DO OLHO que se reúnem para formar a VEIA FACIAL. 39 13) Volte a dissecar a artéria transversa da face nos pequenos ruminantes e artéria facial nas demais espécies. Identifique e disseque seus ramos ARTÉRIA LABIAL SUPERIOR (maxilar) e ARTÉRIA LABIAL INFERIOR (mandibular). 14) Identifique na face lateral do nariz o MÚSCULO ELEVADOR NASOLABIAL e profundamente a ele, os músculos ELEVADOR DO LABIO SUPERIOR, CANINO, DEPRESSOR DO LABIO SUPERIOR (este último ausente no cão). 15) Seccione a origem comum dos músculos elevador do lábio superior , canino e depressor do lábio superior e observe profundamente o NERVO E ARTÉRIA INFRA-ORBITÁIS. O nervo infra-orbital se distribui no vestíbulo e região lateral do nariz aos quais envia fibras sensitivas. 16) Disseque o NERVO AURÍCULOPALPEBRAL que se origina do nervo facial, ele corre dorsalmente na estrutura da glândula parótida, relaciona-se com o linfonodo parotídeo. ROTEIRO PARA A DISSECAÇÃO DA REGIÕES INTERMANDIBULAR Nesta região encontram-se importantes órgãos de interesse para as clínicas; como o linfocentro mandibular, artéria facial, veia facial e músculos pterigóideos de importância para a inspeção de carnes. Esta região, também é um importante local de bloqueios nervosos Para dissecar esta região é necessária a remoção da mandíbula. 1) Do lado que ainda não foi dissecado, rebata dorsalmente a pele sem maiores cuidados. Identifique os limites do músculo masseter e libere-o de sua inserção no ramo da mandíbula, deixando-o preso na sua origem no arco zigomático. 2) Libere a face lateral do corpo da mandíbula, das estruturas que o cobrem. Identifique o NERVO e a ARTÉRIA MENTAIS que emergem do forame mental da mandíbula. 3) Estude agora os MÚSCULOS DORSAIS DA ORELHA os quais prendem a orelha a região cervical. Identifique o CORPO ADIPOSO DA ORELHA (nos ovinos). Remova este último e identifique sob ele o MÚSCULO TEMPORAL. A inserção deste músculo no processo coronóide da mandíbula deverá se dissecada. 40 4) Seccione o nervo aurículopalpebral, artéria e veias temporais superficiais e afaste caudalmente a orelha. Identifique o arco zigomático e remova-o. Nesta altura no cão identifique e disseque a GLÃNDULA ZIGOMÁTICA, situada medialmente à extremidade rostral do arco zigomático. Feito isso a inserção do músculo temporal estará a amostra e deverá ser liberada. 5) Identifique na região intermandibular o MÚSCULO MILOHIOIDEO, a inserção mandibular do MÚSCULO DIGÁSTRICO, LINFONODOS E GLÃNDULA MANDIBULAR. Identifique ainda a VEIA LINGUOFACIAL e sua divisão em VEIAS LINGUAL e FACIAL. Libere a articulação temporomandibular. Note a presença da cápsual articular e disco articular. Seccione a mandíbula cerca de 1cm caudal ao nervo mentoniano e remova-a. 6) Após remover a mandíbula identifique o NERVO MILOIHIOIDEO cruzando obliquamente ao MÚSCULO PTERIGOIDEO MEDIAL. Dissseque-o proximalmente até a sua origem do NERVO ALVEOLAR INFERIOR. Note que este último está seccionado. Observe seu coto distal penetrando na mandíbula pelo forame mandibular , juntamente com a ARTÉRIA E VEIA ALVEOLAR INFERIOR que também estão seccionadas. 7) Identifique cruzando profundamente ao músculo digástrico o NERVO HIPOGLOSSO e a ARTÉRIA LINGUAL. Disseque o nervo hipoglosso rostralmente e note seus ramos para os músculos hioglosso e disseque sua penetração na base da língua entre os músculos estiloglosso e genioglosso. Identifique o MÚSCULO GENIOHIOIDEO que se insere na mandíbula juntamente com o músculo genioglosso. Identifique e disseque a GLÂNDULA MANDIBULAR e OS LINFONODOS RETROFARÍNGEOS LATERAIS. 8) No cão identifique a GLANDULA SUBLINGUAL MONOSTOMÁTICA que situa- se rostralmente à glândula mandibular, embora ambas estejam contidas em uma cápsula. Seccione a cápsula e isole cuidadosamente as glândulas. O DUCTO DA GLANDULA SUBLINGUAL MONOSTOMÁTICA acompanha o DUCTO DA GLANDULA MANDIBULAR e se abrem junto ou lateralmente a carúncula sublingual. ROTEIRO PARA A DISSECAÇÃO DO PESCOÇO 41 O pescoço é o segmento que une a cabeça ao tórax estendendo-se desde o plano transversal que passa pela articulação atlanto-occipital e borda caudal do ramo vertical da mandíbula até o sulco pré escapular. Sua importância clínica prende-se às explorações da veia jugular externa (local para aplicação de injeções intravenosas e sangrias), as explorações da artéria carótida comum 9ligaduras pó possíveis lesões) e do tronco vagossimpático, intervenções no nervo vago e nervo laríngico caudal ou recorrente. Reflexo tussígeno, palpação da traquéia e do esôfago (corpo estranho) e a punção da cisterna magna (occipital). Coloque o animal em decúbito costal, continue a incisão mediana ventral no pescoço até a entrada do tórax. Em seguida levante outra incisão perpendicular cranial a escápula até a porção dorsal. Feito isso comece a remover a pele, rebatendo-a dorsalmente. 1) Identifique a VEIA JUGULAREXTERNA, desde a sua formação no bordo caudal da mandíbula até sua entrada na cavidade torácica. O cão apresenta o músculo esternocefálico subdividido em MÚSCULO ESTERNOMASTÓIDE e ESTERNOCCIPITAL que divergem em relação a cabeça. 2) Identifique e disseque próximo a borda caudal da glândula parótida medialmente a veia jugular externa as terminações do NERVO ACESSÓRIO e do PRIMEIRO NERVO CERVICAL. Disseque o RAMO VENTRAL a partir de sua origem no nervo acessório. 3) Identifique na face profunda da veia jugular externa, próximo à sua origem o MÚSCULO OMOHIOIDEO (ausente no cão e bastante desenvolvido nos pequenos ruminates). 4) Disseque o RAMO DORSAL DO NERVO ACESSÓRIO sob a porção CLEIDOCERVICAL do músculo braquiocefálico até a sua terminação no músculo trapézio. 5) Identifique e disseque o MÚSCULO ESTERNOMASTÓIDEO sob a veia jugular externa. Identifique os ramos do ramo ventral do nervo acessório que penetram na sua face superficial. Libere cuidadosamente a face profunda do músculo esterno mastóideo. Seccione este último ao nível do seu terço médio. Identifique e disseque profundamente ao músculo esternomastóideo as seguintes estruturas: 42 a) VEIA JUGULAR INTERNA: que é ausente nos pequenos ruminantes, podendo em alguns casos faltar também em bovinos. Disseque a sua origem ao nível da extremidade proximal do pescoço. Esta veia é formada pela união das VEIAS OCCIPITAL e TIREÓIDEA CRANIAL que nos pequenos ruminantes desembocam na veia jugular externa. No cão esta veia corre profundamente a artéria carótida comum. b) ARTÉRIA CARÓTIDA COMUM: que corre na metade cranial do pescoço ventralmente ao MÚSCULO LONGO DA CABEÇA e na metade caudal ventralmente ao músculo escaleno ventral . Nos caninos corre dorsalmente à traquéia. c) TRONCO VAGOSSIMPÁTICO: que na metade cranial do pescoço corre profundamente a artéria carótida comum e na metade caudal corre dorsal a mesma, nos pequenos ruminantes este tronco situa-se dorsalmente a referida artéria; d) Identifique o ESÔFAGO e a TRAQUÉIA. Nos pequenos ruminantes e no cão o esôfago corre dorsolateralmente à traquéia, no lado esquerdo. e) Identifique o NERVO LARÍNGICO CAUDAL (LARÍNGICO RECORRENTE) que percorre a face dorsolateral da traquéia e penetra na laringe. No lado esquerdo o referido nervo faz a volta sobre a artéria aorta e volta para o pescoço. f) Identifique o tronco linfático traqueal DUCTO TRAQUEAL que é formado pelos eferentes dos linfonodos retrofaríngeos mediais e desemboca no ducto torácico numa veia próximo a ele no tórax. g) Ventralmente ao esôfago e traquéia, observe o TIMO que pode atingir até a região retrofaríngea, sendo que no cão não existe a porção cervical. Seu tamanho é variável de acordo com a idade do animal. h) Identifique e disseque os músculos ESTERNOHIOIDEO e ESTERNOTIREOIDEO, observando seu tamanho e disposição e as diferenças entre cão e ovino. i) Disseque a GLANDULA TIREOIDE situada lateralmente à traquéia, próximo a junção com a laringe. ROTEIRO PARA DISSECAÇÃO DO MEMBRO TORÁCICO 43 TOPOGRAFIA DE SUPERFÍCIE- Podemos delimitar o membro torácico do tronco através de três sulcos musculares a) Cranialmente: pelo sulco pré-escapular. Nos ruminantes este sulco é muito marcado devido ao pouco desenvolvimento do músculo subclávio que é proeminente somente nos eqüinos e suínos, se estendendo até essa região. O músculo subclávio está ausente nos caninos. b) Caudalmente: pela linha ancônea formada pela borda caudal do músculo tríceps braquial e seu prolongamento dorsal. c) Dorsalmente: pelo sulco escapular dorsal formado pela cartilagem de complementação da escápula. Prolongar a incisão mediana ventral até a metade da cavidade torácica, logo após levante outra incisão perpendicular a esta no sentido dorsal, passando pela parede lateral do tórax. A seguir faça uma última incisão perpendicular partindo da linha mediana ventral até a face medial da articulação do cotovelo passando pela região axilar. Na altura do cotovelo faça uma incisão contornando essa articulação. Feito isso comece a remover a pele desde a linha mediana ventral até a linha mediana dorsal. A pele restante do membro torácico não será removida agora. 1- REGIÃO ESCAPULAR Corresponde a três regiões: a) Região da cartilagem escapular; b) Região supra-espinhosa c) Região infra-espinhosa Esta região está limitada dorsalmente pelo bordo livre da cartilagem escapular (sulco supra-escapular). Cranialmente está limitada pelo músculo subclávio nos eqüinos e suínos e pelo músculo supra-espinhoso nas demais espécies (sulco pré-escapular). Caudalmente pela escápula e músculo tensor da fascia antebraquial. Ventralmente por um plano horizontal que passa pelo colo da escápula. Importância Clinica: o conhecimento detalhado desta região é de interesse para redução de fraturas de escápula, anestesias do plexo braquial, explorações clínicas e intervenções cirúrgicas no linfonodo cervical superficial (pré-escapular), lesões do plexo brauquial, paralisias do nervo supra-escapular, punções das articulação e da bolsa intertuberal, trombose dos vãos axilares e linfoadenites axilares actinomicóticas. 1) Identifique os músculos CUTÂNEO DO TRONCO e os músculos PEITORAIS SUPERFICIAL E PROFUNDO. Em algumas peças é 44 necessário remover o tecido conjuntivo que recobre esses músculos para melhor visualiza-los. 2) Seccione o músculo cutâneo do tronco, rebatendo-o em direção ao braço. Nesta região identificar o NERVO TORÁCICO LATERAL situado profundamente ao músculo cutâneo do tronco próximo a sua borda ventral. Identifique os ramos dos NERVOS INTERCOSTAIS que chegam a face profunda deste músculo. 3) Identifique e disseque os músculos BRAQUIOCEFÁLICO, OMOTRANSVERSO, TRAPÉZIO CERVICAL, TRAPÉZIO TORÁCICO, GRANDE DORSAL, SUPRA-ESPINHAL e INFRA-ESPINHAL. 2)- FACE LATERAL DO BRAÇO Está limitada por dois planos horizontais: um proximal que passa pela tuberosidade maior do úmero e outro distal que passa pela extremidade proximal do processo olecraniano da ulna. Importância Clínica: Nesta região encontram-se os pontos (locais) de anestesias dos nervos cutâneos: cranial, lateral e medial do antebraço, nervos mediano, ulnar, radial e axilar. As possíveis lesões dos nervos axilar e radial, artrites, punções da cápsula articular, as operações do processo ancôneo na patologia denominada Não união do processo ancôneo que acomete cães. Neurotomias do nervo mediano e ulnar e punções da veia cefálica. 1) Disseque e identifique o MÚSCULO DELTÓIDE que é composto das porções ACROMIAL E ESCAPULAR e está coberto por uma fáscia. 2) Identifique após o MÚSCULO TENSOR DA FÁSCIA DO ANTEBRAÇO e as porções CABEÇA LATERAL E CABEÇA LONGA DO MÚSCULO TRICEPS do braço. 3) Disseque distalmente próximo a borda cranial do braço o NERVO CUTÂNEO CRANIAL DO ANTEBRAÇO (ramo do nervo axilar) que emerge entre as porções acromial e escapular do músculo deltóide. Verifique que ele corre distalmente no braço ao lado da VEIA CEFÁLICA. 4) Verifique a inserção do músculo tríceps no olecrano. Isole cuidadosamente a cabeça lateral do músculo tríceps e seccione a no terço médio. Afaste os cotos e identifique o NERVO RADIAL, MÚSCULO BRAQUIAL, MÚSCULO ANCONEO e a CABEÇA ACESSÓRIA DO 45 TRÍCEPS que é desenvolvida somente nos carnívoros. Continue a dissecação do nervo radial no sentido distal até sua divisão em RAMO SUPERFICIAL e RAMO PROFUNDO DO NERVO RADIAL. 5) Separe as porções acromial e escapular do músculo deltóide. Seccione transversalmente a parte escapular e identifique na sua face profunda os músculos INFRA-ESPINHOSO e REDONDO MENOR e os ramos musculares do nervo axilar para os músculos redondo menor e deltóide. 6) Seccione o terço médio da porção acromial do músculo deltóide e identifique na sua face profunda o ramo do nervo axilar para o músculo braquiocefálico(ausente no cão). 3- REGIÃO AXILAR 1) Seccione transversalmente o ventre do MÚSCULO PEITORAL SUPERFICIAL ao nível do seu terço médio. Observe os vasos e nervos que chegam na sua face profunda. 2) Seccione e disseque o MÚSCULO PEITORAL PROFUNDO observe os nervos que chegam na sua face profunda. 3) Dorsalmente a veia cefálica identifique o delgado MÚSCULO SUBCLÁVIO (ausente no cão) e seccione transversalmente no seu terço médio. Remova com cuidado todo o tecido conjuntivo frouxo dessa região. 4) Identifique e disseque a ARTÉRIA E VEIA CERVICAL SUPERFICIAL que cruzam a face dorsal do músculo subclávio. 5) Observe o NERVO TORÁCICO LATERAL correndo na parede lateral do tórax e unindo-se com ramos cutâneos intercostais. Observe a ARTÉRIA E VEIA AXILAR e os troncos dos nervos que formam o plexo braquial. 6) Seccione os nervos e vasos o mais próximo possível da parede torácica, seccionando também os músculos grande dorsal, braquiocefálico, omotransverso e serrátil ventral. 7) Após rebater o membro identifique os músculos REDONDO MAIOR, SUBESCAPULAR, SUPRA-ESPINHAL. Identifique o NERVO TORÁCICO LONGO que corre caudalmente no terço ventral da face lateral do músculo serrátil ventral. 8) Identifique e disseque no sentido crânio-caudal os seguintes componentes do plexo braquial: 46 a) TRONCO COMUM – para os nervos SUPRA-ESCAPULAR e SUBESCAPULAR CRANIAL; b) TRONCO COMUM- para os nervos AXILAR, RADIAL, SUBESCAPULAR CAUDAL E TORACODORSAL; c) TRONCO COMUM – para os nervos MUSCULOCUTÂNEO, MEDIANO E ULNAR disseque juntamente com estes nervos a ARTÉRIA e VEIA AXILAR. d) NERVOS PEITORAIS CRANIAIS E CAUDAIS 9) Identifique os LINFONODOS AXILARES, situados no tecido conjuntivo da região. Identifique também o LINFONODO CERVICAL SUPERFICIAL (pré- escapular). Termine a dissecação da ARTÉRIA CERVICAL SUPERFICIAL e de sua veia satélite. Ambas passam caudalmente ao linfonodo cervical superficial, o qual o irrigam. Determine a área de irrigação dessa artéria. 10) Disseque o nervo subescapular e observe sua penetração entre os músculos subescapular e supra-espinhal. Acompanhe o nervo toracodorsal até suas terminações musculares. Disseque o NERVO RADIAL até sua penetração no espaço entre os músculos redondo maior e CABEÇA LONGA DO TRÍCEPS. 11) Disseque a artéria axilar até sua bifurcação em ARTÉRIA BRAQUIAL e ARTÉRIA SUBESCAPULAR, sendo que a artéria axilar emite a ARTÉRIA CIRCUNFLEXA CRANIAL DO ÚMERO antes da sua divisão. 12) Disseque a artéria subescapular e seus ramos: as ARTÉRIAS CIRCUNFLEXAS CAUDAL DO ÚMERO e a TORACODORSAL. Continue a dissecação da artéria subescapular juntamente com a veia satélite, entre os músculos subescapular e redondo maior. Por último identifique os ramos terminais da artéria subescapular no ângulo caudal da escápula e estabeleça sua área de irrigação. 4) FACE MEDIAL DO BRAÇO 1) Disseque até o nível do cotovelo os nervos MUSCULOCUTÂNEO, MEDIANO, ULNAR, ARTÉRIA e VEIA BRAQUIAL. Remova a porção medial da fáscia braquial e identifique a CABEÇA LONGA E MEDIAL DO MÚSCULO TRÍCEPS BRAQUIAL. 2) Os nervos medianos e musculocutâneo correm unidos distalmente no braço até o terço médio do úmero, no cão são separados , sendo que existe uma “ponte” neural entre eles. Disseque os ramos PROXIMAL DO NERVO 47 MUSCULOCUTÂNEO para os músculos coracobraquial e bíceps e RAMO DISTAL DO NERVO MUSCULOCUTÂNEO para o músculo braquial. 3) O RAMO CUTÂNEO CAUDAL DO ANTEBRAÇO é delgado e destaca-se do nervo ulnar no terço médio do braço. 4) Disseque a artéria braquial e seus ramos; ARTÉRIA PROFUNDA DO BRAÇO, BICCIPITAL, COLATERAL ULNAR, BRAQUIAL SUPERFICIAL (cão) e TRANSVERSA DO COTOVELO. ROTEIRO PARA DISSECAÇÃO DO ANTEBRAÇO E MÃO Importância Clínica: o conhecimento anatomotopográfico dessa região é indispensável para a realização de neurotomias do nervo ulnar, punção da cápsula articular da articulação metacarpofalangeana (boleto) e anestesias dos dedos. Aplicações de injeções endovenosas na veia cefálica em pequenos animais, ressecções da cartilagem da falange distal, intervenções em lesões do tendão do músculo flexor profundo e da bolsa podotroclear da mão. 1) Faça uma incisão longitudinal na pele da face medial do antebraço e mão até o nível da falange distal, rebata a pele distalmente até o casco, identifique a inserção do músculo peitoral superficial nesta região. 2) Continue a dissecação do RAMO SUPERFICIAL DO NERVO RADIAL, da VEIA CEFÁLICA e do RAMO CUTÂNEO CRANIAL DO ANTEBRAÇO, que estão situados na borda cranial da extremidade proximal do antebraço. O ramo superficial do nervo radial é mais lateral, o cutâneo cranial do antebraço é mais medial e a veia cefálica passa entre os dois. O ramo superficial do nervo radial no cão está dividido em 2 ramos: lateral e medial, que acompanham lateral e medialmente a veia cefálica e mais distalmente a veia cefálica acessória. 3) Disseque o ramo superficial do nervo radial até suas terminações na extremidade distal dos dedos, observe seus ramos cutâneos ao longo do trajeto. Ele corre inicialmente junto à veia cefálica. Na metade distal do antebraço está associado a VEIA CEFÁLICA ACESSÓRIA. 4) O ramo superficial do nervo radial se divide em NERVO DIGITAL DORSAL COMUM II e DIGITAL DORSAL COMUM III. 48 5) Na altura da face dorsal do carpo corre junto a veia DIGITAL DORSAL COMUM II e o nervo DIGITAL DORSAL COMUM II. 6) NERVO DIGITAL DORSAL COMUM II corre na face medial do metacarpo envia um delgado ramo para o segundo dedo (NERVO DORSAL PROPRIO DO 2º DEDO) e continua como NERVO DIGITAL DORSAL PROPRIO ABAXIAL III (NERVO DORSAL PROPRIO ABAXIAL DO 3º DEDO). Para uma melhor identificação destes nervos, seccione a pele transversalmente, acompanhando a borda proximal do casco. 7) O NERVO DIGITAL COMUM III divide-se no espaço interdigital ao nível das falanges proximais em NERVO DIGITAL DORSAL PROPRIO III e NERVO DORSAL PRÓPRIO IV. 8) No cão o ramo lateral do radial superficial divide-se em DIGITAL DORSAL COMUM II,III e IV. O ramo digital dorsal comum II inerva a face dorso-lateral do 2º dedo, o ramo digital dorsal comum III inerva a face dorso- lateral do 3º dedo e dorso-medial do 4º dedo, o digital dorsal comum IV inerva a face dorso-lateral do 4 º e 5º dedo. O ramo medial do radial superficial após o carpo denomina-se NERVO DORSAL COMUM I e inerva o 1º dedo e a face dorso-medial do 2º dedo. 9) Observe agora a VEIA CEFÁLICA cruzando obliquamente a face medial do antebraço. Siga –a distalmente e observe a VEIA CEFÁLICA ACESSÓRIA que nela desemboca. Nos cães as VEIAS DIGITAIS DORSAIS COMUNS II, III e IV originam a veia cefálica acessória. 10) Disseque o RAMO CUTÂNEO CRANIAL DO ANTEBRAÇO na porção cranial da face medial do antebraço, onde ele termina. 11) Identifique no sentido crânio-caudal os músculos PRONADOR REDONDO, FLEXOR RADIAL DO CARPO, FLEXOR ULNAR DO CARPO. No cão o músculo FLEXOR DIGITAL SUPERFICIAL localiza-se entre os músculos flexor radial e ulnar do carpo. Observe a ARTÉRIA BRAQUIAL e NERVO MEDIANO correndo cranialmente à inserção dos músculos braquiocefálicos e peitoral superficial. 12) A este nível disseque o ramo do nervo mediano para os músculos flexores radial, ulnar, digital superficial e digital profundo. 13) Seccione o músculo pronador redondo próximo a sua origem e observe os dois últimos ramos da artéria braquial, um grande ramos para os músculos flexores e a ARTÉRIA INTERÓSSEA, a partir desde ponto a artéria 49 BRAQUIAL passa a chamar-se ARTÉRIA MEDIANA. No cão os ramos finais da artéria braquial são as artérias interóssea e PROFUNDA DO ANTEBRAÇO. Disseque a artéria mediana até o nível do terço médio do antebraço, onde ela emite a delgada ARTÉRIA RADIAL. 14) Continue a dissecação da artéria e nervo mediano, distalmente. Na metade distal do antebraço, eles se encontramem frente aos músculos FLEXOR DIGITAL SUPERFICIAL E DIGITAL PROFUNDO. Verifique nos ruminantes a divisão do nervo mediano nos nervos digitais palmares comuns II, III e IV. Nos caninos o nervo mediano divide-se em DIGITAL PALMAR COMUM I, II E III. 15) Disseque agora o nervo ulnar na face medial do antebraço, seccione inicialmente o músculo FLEXOR ULNAR DO CARPO entre as cabeças UMERAL E ULNAR. Continue a sua dissecação próximo a extremidade distal do antebraço, verifique sua divisão em RAMOS DORSAL E PALMAR. 16) Nos ruminantes o NERVO DIGITAL PALMAR COMUM II, divide-se em NERVO DIGITAL PALMAR PRÓPRIO DO 2º DEDO e DIGITAL PALMAR PRÓPRIO ABAXIAL DO 3º DEDO, já o nervo DIGITAL PALMAR COMUM III origina os nervos DIGITAIS PALMARES PROPRIOS AXIAIS DO 3º e 4º DEDOS. 17) No cão o nervo DIGITAL PALMAR COMUM I inerva a face palmar lateral do 1º dedo e palmar- medial do 2º dedo, o nervo DIGITAL PALMAR COMUM II inerva a face palmar lateral do 2º dedo, palmar –medial do 3º dedo e palmar- medial do 4º dedo. O RAMO PALMAR SUPERFICIAL do nervo ulnar origina o nervo DIGITAL PALMAR V ABAXIAL.e o nervo DIGITAL PALMAR COMUM IV, que inerva a face palmar-lateral do 4º dedo e palmar-medial do 5º dedo. 18) Rebata cranialmente a fáscia antebraquial e identifique no sentido crânio- caudal o músculo EXTENSOR RADIAL DO CARPO e o músculo ABDUTOR LONGO DO POLEGAR (OBLIQUO DO CARPO) que cruza o tendão do músculo extensor radial do carpo ao nível da extremidade distal do antebraço. 19) Em seguida identifique nos ruminantes os músculos EXTENSOR DO 3º DEDO, EXTENSOR DIGITAL COMUM, EXTENSOR DO 4º DEDO e o músculo EXTENSOR DO ULNAR DO CARPO. 20) No cão identifique os músculos EXTENSOR DIGITAL COMUM, EXTENSOR DIGITAL LATERAL E EXTENSOR ULNAR DO CARPO. 50 21) Observe no espaço interdigital dos ovinos o poro de abertura do SEIO INTERDIGITAL ( canal Biflex ou glândula de Fourchet). ROTEIRO PARA A DISSECAÇÃO DA PAREDE DO TÓRAX O tórax é a região ou porção do tronco constituída pelas vértebras torácicas, costelas e osso esterno, completando o fechamento desta ampla cavidade encontramos uma cobertura muscular. TOPOGRAFIA DE SUPERFÍCIE: a parede do tórax compreende as seguintes regiões: a) REGIÃO PRÉ-ESTERNAL b) REGIÃO ESTERNAL c) REGIÃO COSTAL A) REGIÃO PRÉ-ESTERNAL: -compreende o manúbrio do osso esterno e se estende caudalmente até a articulação da segunda costela com respectiva cartilagem (segunda articulação costocondral). Cranialmente estende-se desde o limite caudal da região cervical. Importância clinica: é neste região que vamos encontrar importantes pontos de sangria e punções, tais como: sangria da veia cava cranial e veia jugular externa em suínos. Pontos de punções da artéria braquiocefálica do suíno e bolsa subcutânea pré- esternal. b) REGIÃO ESTERNAL: compreende a área que se estende desde o limite caudal da região pré-esternal até a região xifóide. Lateralmente estende-se até as articulações costocondrais (bordo lateral do músculo peitoral profundo) excetuando-se a primeira e segunda articulação. Importância clínica: é nesta região que se pratica a punção esternal para obtenção de medula óssea. c) REGIÃO COSTAL- esta região circunscreve três regiões: REGIÃO COSTAL LATERAL –que compreende a área que não esta coberta pelo membro torácico. REGIÃO COSTAL SUBERCAPULAR- que compreende a área coberta pela escápula. 51 REGIÃO AXILAR- que compreende a região da fossa axilar. Importância clínica: é na região costal que praticamos a auscultação e percussão do coração e pulmões, injeções intracardíacas e intrapulmonares, as toracocenteses e intervenções cirúrgicas (toracotomias) nos casos de anomalias no arco aórtico (cão). Dissecaremos a parede do tórax do lado que foi removido o membro torácico. 1) Rebata os cotos esternais do músculo peitorais superficial e profundo. Identifique agora o MÚSCULO RETO DO TÓRAX, situado próximo a abertura cranial do tórax. Verifique a sua origem na borda da 1ª costela e sua delgada aponeurose de inserção nas cartilagens costais da 3ª e 4ª costela. Esta aponeurose cruza superficialmente o tendão do MÚSCULO RETO DO ABDOMEN que também, se origina nas cartilagens costais e corre caudalmente. Identifique e disseque a sua porção torácica. 2) Note as cartilagens costais e entre elas os MÚSCULOS INTERCONDRAIS. Quase todos os espaços intercondrais estão total ou parcialmente cobertos pela aponeurose dos músculos reto do tórax ou reto do abdômen. 3) Disseque as digitações costais do MÚSCULO SERRÁTIL VENTRAL. Observe as digitações do músculo OBLÍQUO EXTERNO DO ABDOMEN, que se intercalam com as do músculo precedente. Libere a metade caudal do músculo serrátil ventral de suas inserções. Durante sua remoção observe os RAMOS CUTÂNEOS VENTRAIS DOS NERVOS INTERCOSTAIS chegando a sua face profunda. 4) Note que os espaços intercostais estão ocupados superficialmente pelos MÚSCULOS INTERCOSTAIS EXTERNOS. A seguir localize o 4ª e 5º espaços intercostais, remova cuidadosamente o delgado músculo intercostal externo até a borda ventral do MÚSCULO SERRÁTIL DORSAL CRANIAL. Profundamente a este situa-se os MÚSCULOS INTECOSTAIS INTERNOS , este se distingue do anterior pela direção contrária de suas fibras. 5) Remova cuidadosamente o músculo intercostal interno do 4º espaço intercostal , verifique profundamente a FASCIA ENDOTORÁCICA. Dorsalmente identifique o delgado MÚSCULO SERRÁTIL DORSAL CRANIAL, constituído de 4 a 5 fascículos, que se inserem no terço dorsal da 3ª a 6ª costela. Identifique o MÚSCULO SERRATIL DORSAL CAUDAL que se insere nos terços dorsais das últimas costelas. Ambos originam-se na porção profunda da FASCIA 52 TORACOLOMBAR. Observe a seguir os ramos cutâneos dorsais dos nervos intercostais correndo na fáscia toracolombar. ROTEIRO PARA A DISSECAÇÃO DA CAVIDADE TORÁCICA A cavidade torácica compreende o espaço que se estende desde o orifício de entrada do tórax até a cúpula diafragmática. Esta cavidade limita-se cranialmente pelo ORIFÍCIO DE ENTRADA DO TÓRAX (formado pela 7ª vértebra cervical, 1º par de costelas e região do manúbrio do esterno), caudalmente pelo MÚSCULO DIAFRAGMA, dorsalmente pela COLUNA VERTEBRAL, ventralmente pelo OSSO ESTERNO e lateralmente pelas COSTELAS E SUAS CARTILAGENS. O tamanho e a forma da cavidade varia segundo as espécies domésticas, está revestida internamente por uma serosa PLEURA que segundo a sua localização divide-se em PLEURA PARIETAL E VISCERAL. A pleura parietal divide-se em COSTAL, DIAFRAGMÁTICA E MEDIALTINAL. A VISCERAL OU PULMONAR encontra-se revestindo os pulmões. Cavidades pleurais – “in vivo” os pulmões ocupam praticamente todo o espaço da cavidade torácica, de cada lado do mediastino. Assim sendo, cada cavidade pleural fica reduzida a um espaço meramente capilar entre as pleuras parietal e visceral. Em cada espaço encontramos uma espécie de líquido seroso semelhante ao líquido pericárdico, denominado de LÍQUIDO PLEURAL, cuja finalidade é lubrificar as pleuras evitando atrito. A extremidade cranial de cada pleura denomina-se de CÚPULA PLEURAL, situando-se ao nível do orifício de entrada do tórax, medialmente ao 1º par de costelas. Feitas estas considerações gerais sobre a cavidade torácica, passaremos a seguir para a dissecação dos diferentes elementos e conteúdo da cavidade. Para dissecar a cavidade torácica é necessário remover as costelas. Para tal seccione as cartilagens costais das costelas esternais, no sentido crânio-caudal até a 7ª costela. Prossiga seccionando as costelas acompanhando a linha de inserção do diagragma, tendo o cuidado para não secciona-lo. Rebata dorsalmente toda a parede para expor a cavidade. 1) Identifique o PULMÃO, MÚSCULO DIAFRAGMA e o CORAÇÃO. Estude as pleuras costal, diafragmática, medialtinal e visceral. Estude os lobos, as fissuras os caracteres e as
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