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Direito Penal I - 1º bimestre 2020

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Direito Penal I 
DIA 17/02/2020 
CONCEITO 
Conjunto1 de normas (regras) jurídicas estabelecidas pelo Estado, visando o combate à 
criminalidade2 através da sanção penal3 ou medida de segurança4. 
1 - Código Penal (principal) + Leis Especiais. 
2 - Proteger o bem jurídico. 
3 - Estará em todo crime. Infrator imputável. 
4 - Infrator inimputável. 
DENOMINAÇÃO (Direito Penal) 
1822 (antes): sem legislação 
1822 (depois): liberdade (independência do Brasil) 
1830: Código Criminal do Império 
1890: Código Penal Republicano 
1988: Constituição Federal (art. 22, I) 
CLASSIFICAÇÃO DOS ILÍCITOS PENAIS 
1. Crime ou Delito (maior gravidade) 
Código Penal + Legislação Especial 
• Atinge diretamente o bem jurídico tutelado pelo Estado (vida, integridade 
física, patrimônio, liberdade...) 
• Direito individual alheio (penas maiores) 
2. Contravenções Penais (menor gravidade) 
Decreto Lei n 3.688 – 03/10/41 
• Não atinge nosso bem jurídico, viola conceitos da vida social (v.g Jogo do bicho). 
 
 
 
Profº Tailson Pires Costa 
tailson.costa@direitosbc.br 
 
 
CARACTERÍSITCAS 
• VALORATIVA 
Valor atribuído pelo legislador para cada bem jurídico (mais valor = mais pena). 
• FINALISTA 
Combater a criminalidade/má conduta. 
• SANCIONADORA 
Sanção. 
“JUS PUNIENDI” (DIREITO DE PUNIR) 
• Cabe ao Estado (União) 
• Poderes: Legislativo (elaborar a norma penal); Judiciário (julgar o infrator – 
processo penal) e Executivo (executar a pena – condenado). 
 
DIREITO PENAL (crime) – material, substantivo. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL (instrumento) – formal, adjetivo. 
Jus Libertatis x Jus Puniendi (Direito Processual Penal). 
 
DIA 02/03/2020 
 
FONTES DO DIREITO PENAL 
 
Espécies 
 
 
1. Direta/Imediata – Lei (Ex.: CP + Legislação Especial – 2.848/40) 
 
- Maria da Penha, ECA, leis ambientais 
 
- Quando se tem um conflito, primeiro procura-se a solução na lei, se não encontrar, 
busca-se nas fontes mediatas. 
 
 
 
 
Material – Estado (art. 22, I, CF) – A fonte material é capaz de produzir a fonte formal. 
 
Formal (1. e 2.): 
2. Indireta/Mediata/ Subsidiária: 
 
• Costumes (Ex.: art. 215-A; 216-B; 217; 240...CP 
• Doutrina (Ex.: Manuais, livros artigos...) 
• Equidade (Ex.: Penas Alternativas) 
• Jurisprudência (Ex.: decisões dos tribunais (direito dos tribunais) 
• Analogia (art. 155, §2º) 
• Princípios Sociais do Direito 
 
COSTUMES 
Os costumes sociais muitas vezes pedem ao Estado um novo sistema positivo, a lei penal 
deve acompanhar a metamorfose social, mas nem sempre o legislador consegue 
acompanhar. 
Ex.: Lei de importunação sexual, lei nova que começa em 2019 devido as novas condutas 
sociais. 
Os costumes também podem fazer leis serem revogadas, porque não se torna mais 
relevante para a sociedade. 
Ex.: lei contra adultério, lei da sedução etc. Isso acontece em “ações penais privadas”, 
que dependem do pedido da vítima par o Estado agir. 
DOUTRINA 
A doutrina tem uma dupla função. Para os estudantes, ela age como manual, mas em 
um processo, por exemplo, pode-se usar a doutrina para reforçar os argumentos que a 
favorecem, e o juiz também, quando vai argumentar, faz o uso de doutrina para 
demonstrar os seus argumentos. 
EQUIDADE 
A equidade se refere às penas alternativas, do art. 32 do CP. 
As penas previstas na Constituição são a Pena Privativa de Liberdade (PPL – reclusão ou 
detenção), as penas restritivas de direitos 5 tipos) e a pena de multa (para o Estado). 
Quando o crime é de menor potencial ofensivo (pena mínima inferior a 1 ano e máxima 
de 2 anos), pode ser aplicada uma pena alternativa no lugar da P.P.L., por pura questão 
de bom senso e equilíbrio. 
 
JURISPRUDÊNCIAS 
As jurisprudências são decisões dos tribunais superiores que convergem. A decisão tem 
que percorrer o caminho: inquérito policial – processo penal – expedição de sentença – 
vai ao TJ, onde é expedido acórdão – vai para as instâncias superiores (STJ/STF). 
Podemos citar por ex. a jurisprudência sobre a possibilidade de prisão em 2ª instância. 
ANALOGIA 
Só pode ser utilizada para beneficiar o réu, nunca para prejudicar. Para prejudicar, só a 
lei. 
Ex.: Art. 155, §2º, CP – furto. Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia 
móvel: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno 
valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena 
de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a 
dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. 
 
 
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO 
• Princípio da legalidade 
• Princípio da insignificância – criado pela doutrina. A transformação social 
provocada pelo crime do agente é nenhuma. Ex.: pessoa rouba um shampoo de 
R$4,00. Vale a pena movimentar todo o Estado? Não. Aplica-se o princípio da 
insignificância. 
Crime privilegiado – está aplicando uma 
situação melhor para o réu. 
Crime qualificado – está aplicando uma 
situação pior para o réu. 
 
 
AÇÃO PENAL PÚBLICA X AÇÃO PENAL PRIVADA 
 
QUEIXA-CRIME – PETIÇÃO INICIAL (só advogado pode fazer) – Ação Penal Privada 
Quando o crime exige representação da vítima, não precisa contratar advogado, e ela 
se transforma numa Ação Penal Pública condicionada. 
Quando não se pede nada, o crime é de Ação Penal Pública Incondicionada, não 
depende de nada (por exemplo, o homicídio e a maioria dos crimes). 
Diferença fundamental: O MINISTÉRIO PÚBLICO (pelo promotor de justiça) ATRAVÉS DE 
UMA DENÚNCIA PROCESSA NAS AÇÕES PENAIS PÚBLICAS. 
Quando você vai à delegacia, você não presta queixa ou faz uma denúncia, você faz uma 
notitia criminis, que é levar ao conhecimento da autoridade pública, que houve um 
crime contra você. 
 
DIA 03/03/2020 
1. Tempos primitivos 
2. Período humanitário 
3. No Brasil 
 
 Nos tempos primitivos, existia o conceito de vingança privada. Um indivíduo 
poderia se vingar, por exemplo, caso um parente tenha sido ferido, ferindo 
quem fez o ato ou até o matando. Fazer justiça com as próprias mãos hoje é 
crime. 
 A vingança divina acontece quando um sujeito cometia um crime e, por 
ventura, a civilização sofresse com escassez, fortes chuvas, pragas etc., era 
entendido que o infrator deveria pagar com a própria vida para acalmar os 
deuses. 
 Com a criação da vingança pública, se institui a figura do Estado, que é o que 
conhecemos hoje. 
 Ainda na vingança privada, com o código de Hamurabi, foi feito um 
documento escrito com freios e contrapesos para conter exagero na ação de 
quem se vinga, impedindo que um indivíduo matasse uma pessoa que 
apenas cortou seu dedo (Lei de Talião). 
 No período da idade média, a igreja era a principal detentora de poder e de 
riquezas, mesmo comparado a grandes reis. Crimes e pecados eram 
facilmente confundidos, assim como penas e castigos, o que era muito 
violento e injusto em alguns casos, com penas corporais e até morte. 
 O período posterior à idade média, o iluminismo, foi possível devido à 
criação de universidades como as “Pontifícias Católicas” espalhadas pelo 
país. Nesse período, a burguesia passa a deter poder, principalmente com a 
Revolução Francesa. 
 Surge com o direito o penal, o período humanitário, no século XVIII. Nessa 
época, foi escrito o livro “Dos Delitos e Das Penas”, obra revolucionária para 
o Direito Penal. 
 Nesse momento, o Estado Soberano só poderia cobrar do indivíduo aquilo 
que lhe foi exposto. Não pode ser aplicado pena de morte no Brasil porque a 
vida não foi cedida ao Estado, mas a liberdade foi, por isso existe a pena de 
reclusão. 
 Isso é estabelecido na CF, na criação do contrato social. 
 Conforme o Princípio da Legalidade, não há crime se não foi previsto em lei. 
Isso assegura estabilidade à sociedade. 
 O Princípio da Publicidade da Lei faz com que ela não seja “engavetada”, 
para que todos tenham ciência de que certa conduta é proibida ou não. A 
população deveter consulta livre. 
 Outra ideia do humanismo é a instauração da necessidade de provas lícitas. 
Não se pode utilizar prova ilícita, não se pode produzir prova conforme a 
anuência da situação. Antes desse princípio, existia a “Prova de Fogo”, na 
qual o condenado deveria andar sobre o fogo e seria livrado do crime se não 
houvessem queimaduras. 
 A prisão preventiva só poderia ser decretada se houvessem indícios de 
autoria e materialidade do fato. “Parece que foi fulano que matou o 
indivíduo, e foi encontrado o corpo do morto”. Antes do período humanitário 
isso não acontecia. Também surge o conceito de ouvir o depoimento do réu. 
 Também passa a ser discutida a finalidade da pena, que antes era vista 
apenas como castigo, passa a ser estudada a reeducação e a ressocialização. 
Reeducação é enquanto se está cumprindo a pena e a ressocialização é pós 
cumprimento da pena. A sociedade e o Estado devem atuar na 
ressocialização com a inserção no mercado de trabalho, reinserção na família 
etc. 
 No Brasil, quando descoberto em 1500, não existiam regras, mas sim 
costumes dos povos indígenas. O imperador português quis então trazer ao 
Brasil as leis portuguesas que, no período da idade média, eram muito 
severas. Em 1822, o Brasil rompe a dependência política e econômica, e cria 
a CF de 1824. Nessa CF, passa a ser exigido um novo sistema penal. Em 1880, 
surge o Código Criminal do Império, trazendo as ideias humanitárias ao 
Brasil. Esse código serviu de base para a reformulação da base do sistema 
punitivo dos países da América Latina. Esse Código reduziu 78 possibilidades 
para apenas 3 possibilidades de pena de morte, no crime de “Lesa 
Majestade” (calúnia, difamação dos líderes), falsificação de moeda e o crime 
de adultério. 
 Posteriormente, com a República, extinguem-se as prisões perpétuas e 
eliminam de uma vez por todas a pena de morte (Código Penal de 1890). 
 Em 1930 surge um novo regime de governo, de Getúlio Vargas, que pensou 
uma nova CF e um novo CP, no qual foram juntadas as leis complementares, 
fazendo a consolidação das leis penais. Em 1934, durante a Ditadura de 
Vargas, trouxe ao seu lado um crítico chamado Alcântara Machado, em vez 
de lutar contra as faculdades de direito, ele propõe que machado escreva o 
código, então instituído Código de 1940, com todas as ideias do humanismo. 
 Surge o Decreto de Lei de 1940, com nosso atual Código Penal, que está 
prestes a completar 80 anos de vida. 
 Após a CF/88, tivemos centenas de leis penais, ocasião parecida com a 
situação inflacionária na República. Podemos citar a Lei dos crimes 
hediondos, crimes contra o consumidor, crimes tributários, crimes 
ambientais, ECA, lei Maria da Penha, Estatuto do Idoso, Lei Antidrogas etc. 
 
DIA 09/03/2020 
LEI PENAL 
1. Classificação 
 
• Incriminadora (Preceito Primário + Preceito Secundário) 
Preceito primário = comando (ex. art. 121, comando: não matar) 
Preceito secundário = pena (ex. art. 121, pena: reclusão, de x a x anos) 
Ex.: art. 121; 122; 123 etc. Parte Especial CP – só são encontradas na parte 
especial. Na parte geral não tem norma incriminadora. 
- Caput, corpo, rubrica (nome do crime), preceito primário e preceito secundário. 
 
• Não incriminadora 
a) Permissivas 
Permite que alguém pratique uma conduta criminosa. 
Ex.: Art. 23; 24 e 25 – Parte Geral CP 
Art. 128; 146, §3º; 150, §3º, II – Parte Especial CP 
b) Explicativas 
Ex.: Art. 1º, 63 etc – Parte Geral CP 
Art. 150, §4º; 327 – Parte Especial CP 
NOTAS DA ISA CYRNE 
 A lei penal é classificada em normas incriminadoras e normas não 
incriminadoras. As incriminadoras somente serão encontradas na parte especial 
do CP, enquanto as não incriminadoras (permissivas e explicativas) estão na 
parte geral do CP. 
Ex. de norma incriminadora: art. 121 – matar alguém (preceito primário). Pena de 06 a 
20 anos (preceito secundário). 
 As normas não incriminadoras são as permissivas e as explicativas. 
Ex.: art. 23 – “não há crime quando o agente pratica o fato em estado de necessidade, 
estado de defesa (...) e exercendo o próprio direito”. No MMA não é crime bater no 
adversário, mas fora do ringue é crime de lesão corporal. Outro exemplo de norma 
permissiva é o art. 128, no qual se permite o aborto em caso de gravidez de risco ou 
estupro. 
 A norma explicativa define conceitos para a aplicação do direito penal. Ex.: art. 
68 explica a reincidência, quando se comete 2 crimes, um após o trânsito em 
julgado do primeiro crime. Se forem cometidos 10 crimes, mas nenhum transitou 
em julgado, ainda é réu primário. O art. 326 explica o papel do funcionário 
público em fins penais, ou seja, o funcionário público que pratica um crime se 
torna mais grave do que um outro particular. 
 No art. 1º do CP, diz que não há crime sem lei prévia, assim como prevê a teoria 
humanitária. No art. 5º, inciso 39 da CF, também aparece o mesmo princípio da 
legalidade. O princípio da legalidade impede todas as formas que o réu se 
prejudique por fatos anteriores (princípio da reserva legal/princípio da 
anterioridade da lei penal). 
 
• Princípio da Legalidade/ Princípio da Reserva Legal/ Principio da Anterioridade da Lei 
Penal – o julgador (poder Judiciário) deve aplicar a pena prevista, não pode inventar 
uma lei. 
ART. 1º CÓDIGO PENAL – Anterioridade da Lei 
 Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação 
legal. 
Artigo 5º, XXXIX, CF 
“Nullum Crimen, Nulla poena sine lege” – Não há crime nem pena sem lei prévia. 
Previne de todas as formas o uso da analogia para prejudicar o réu (não pode usar fatos 
anteriores à lei). 
- Período Humanitário - Séc. XVIII 
Marquês de Beccaria “Dos delitos e das penas” 
Na Legislação Pátria -> 1824 (CF) 
2. Características 
a) Autoridade da Lei Penal; 
b) Esclarece o que é um ilícito penal; 
c) Visa impedir arbitrariedade; 
d) Vedado uso da analogia para prejudicar o réu; 
e) Para que a pessoa possa ser processada, é necessário que antes da conduta 
humana exista uma lei que diga que aquilo é um fato atípico; 
 
 
DIA 16 E 17/03 – EAD 
ART. 2º CÓDIGO PENAL – Aplicação da Lei Penal no Tempo 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, 
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se 
aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em 
julgado. 
• Trata da aplicação da lei penal no tempo; 
• Segue o que anuncia o art. 1º; 
• A lei penal não deve retroagir, deve ser aplicada como regra geral a partir da 
sua vigência em diante; 
• SE PREJUDICA O RÉU = NÃO RETROAGE; SE BENEFICIA O RÉU = RETROAGE. 
 
POR CURIOSIDADE: 
A pena de reclusão é aplicada a condenações mais severas, o regime de cumprimento pode ser fechado, semi-
aberto ou aberto, e normalmente é cumprida em estabelecimentos de segurança máxima ou media. 
A detenção é aplicada para condenações mais leves e não admite que o inicio do cumprimento seja no regime 
fechado. Em regra, a detenção é cumprida no regime semi-aberto, em estabelecimentos menos rigorosos 
como colônias agrícolas, industriais ou similares, ou no regime aberto, nas casas de albergado ou 
estabelecimento adequados. 
A prisão simples é prevista na lei de contravenções penais como pena para condutas descritas como 
contravenções, que são infrações penais de menor lesividade. O cumprimento ocorre sem rigor penitenciário 
em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime aberto ou semi-aberto. Somente 
são admitidos os regimes abertos e semi-aberto, para a prisão simples. 
• A doutrina denomina quatro possibilidades: 
1. Novatio Legis incriminadora 
2. Abolitio Criminis 
3. Novatio Legis in Pejus 
4. Novatio Legis in Mellius 
 
• Não retroagir – lei penal aplicadaapós a sua vigência (prejudicam o réu). Novatio 
Legis incriminadora e Novatio Legis in Pejus – jamais deverão retroagir para 
atingir fatos anteriores a vigência da lei. Só poderão ser aplicadas a partir da sua 
vigência em diante. 
• Abolitio Criminis e Novatio Legis in Mellius - são aplicadas a partir da sua vigência 
e também deverão retroagir para atingir fatos anteriores a sua vigência, se for o 
caso. 
 
• Novatio Legis incriminadora – nova lei, está entrando em vigor, e criando um 
novo crime, que não existia em lugar nenhum no SJ brasileiro. Seguimento social 
passa a se importar com determinada conduta, os legisladores percebem e criam 
uma nova lei, que tipifica um novo crime. 
Pode ser colocada no CP ou na Legislação Especial se for um caso bem específico. 
Nova lei surge incriminando uma conduta social. 
Ex.: Art. 158, §3º, crime de sequestro relâmpago. Privar a liberdade de 
locomoção da vítima, obrigar que ela acompanhe o sujeito ativo até o local onde 
está o patrimônio, obrigando-a a entregar seu patrimônio aos agentes. 
Doutrinariamente ficou conhecido como sequestro relâmpago, detendo a vitima 
apenas para conseguir o que quer. Antes de 17/04/2009 esse crime não estava 
no CP (basta ver no fim do art.), ele sim existia, mas com a implementação dos 
caixas eletrônicos, esse tipo de conduta se agravou e não existia o crime 
específico para essa conduta. Isso significa que este artigo só pode passar a punir 
o agente após a sua entrada em vigor. Quem cometeu esse crime antes disso, 
não poderia ser punido. – PREJUDICA O RÉU. 
 
• Abolitio Criminis - nova lei que surge em um determinado momento, muitas 
vezes pelo desinteresse estatal de continuar punindo as pessoas por uma 
determinada conduta, dizendo que tal artigo do CP está revogado. A partir de tal 
data, ninguém mais será punido por tal conduta. 
Temos aí a exceção da regra da lei que não retroage, a lei penal vai retroagir, pois 
veio para beneficiar o réu. 
Ex.: art. 217 (sedução), art. 219 (rapto), art. 240 (adultério) – crimes contra os 
costumes e família. “Revogado pela lei nº xxx/xxxx”. A partir da data de 
revogação, quem passou a praticar a quebra da fidelidade conjugal, não poderia 
mais ser processado, o crime para de existir. No entanto, destaca-se que os 
efeitos retroativos eram: se alguém estivesse preso por esses crimes revogados, 
deveria ser posto em liberdade e deveriam ser colocados em situação de 
primariedade. Todos os efeitos penais anteriores serão atingidos para beneficiar 
o réu. – BENEFICIA O RÉU. 
 
• Novatio Legis in Pejus – nova lei que veio para prejudicar a situação do réu. 
Parecida com a incriminadora. A incriminadora surge criando um novo crime, a 
in Pejus surge prejudicando a situação do réu em um crime que já existe, não cria 
nenhum crime, muda alguns efeitos de um crime que já existe, prejudicando o 
réu. Por ex. aumentando a pena ou criando dificuldades para cumprimento da 
pena, tipo para mudar de regimes etc., qualquer efeito que venha para 
prejudicar o réu sem criar um novo crime. 
Ex.: Art. 121 (homicídio) – no §4º, causas de aumento de pena, na parte de 
homicídio doloso, a pena aumenta 1/3 se o crime é praticado contra pessoa 
menor de 14 anos ou maior de 60 anos. Esse dispositivo foi parar aí por causa do 
ECA e do Estatuto do Idoso. Quem matou um idoso antes da entrada do EI (2003), 
respondeu pela pena correspondente ao homicídio praticado, sem esse 
acréscimo. Quem praticou a conduta delituosa depois, responde com o 
acréscimo de 1/3. Só pode ser aplicado a partir da alteração da lei. Quem 
praticou antes, NÃO PODE cumprir com o aumento de 1/3. – PREJUDICA O RÉU. 
 
• Novatio Legis in Mellius – nova lei que vem para melhorar a situação do réu. 
Tem efeito semelhantes a Abolitio Criminis, retroage para atingir fatos anteriores 
à sua vigência. Aplicada da vigência em diante, e para fatos antes da sua vigência. 
Ex.: Art. 2º, parágrafo único, “A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o 
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença 
condenatória transitada em julgado.” Isso nos remete ao art. 107, III, CP, causas 
de extinção da punibilidade – extingue-se a punibilidade pela retroatividade de 
lei que não considera mais o fato como criminoso. 
Art. 159, crime de extorsão mediante sequestro, §4º - espécie de delação 
premiada, se o crime é cometido em concurso, o concorrente que denunciar à 
autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de 
1/3 a 2/3. – Redação dada pela Lei nº 9.269/1996. Ou seja, essa lei foi colocada 
para ajudar o réu que cooperar com as autoridades. Geralmente é um crime 
praticado por um concurso de pessoas, ou seja, por várias pessoas (difícil uma 
pessoa só conseguir realizar o sequestro). Quem cometeu o crime antes de 1996 
mas também resolveu colaborar, poderão ser beneficiados com essa redução de 
pena. Essa redução de pena vai retroagir. Sempre que a lei vem para o benefício 
do réu, ela irá retroagir. – BENEFÍCIA O RÉU. 
 
ART. 3º CÓDIGO PENAL – Lei Excepcional ou Temporária 
 Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua 
vigência. 
• Aplicação da lei penal depois que ela deixou de existir. 
• Duas modalidades: 
1. Lei Excepcional 
2. Lei Temporária 
• Diferente do art. 2º que trata da possibilidade de aplicação da lei penal antes da 
sua vigência – retroatividade da lei penal. Nesse artigo, trataremos da 
ultratividade da lei penal = mesmo depois que a lei deixa de existir, os seus 
efeitos permanecerão. Ou seja, se um crime foi cometido no período de 
existência da lei, e ela deixou de existir, os seus efeitos permanecerão. 
• Não se confunde com a Abolitio Criminis ou Novatio Legis in Mellius, pois nessas 
surge uma nova lei que modifica a anterior. Aqui não surge nova lei, ela apenas 
deixa de existir por si mesma, só vem para um caso excepcional ou para um caso 
temporário/pré-determinado. 
• A lei excepcional geralmente é uma lei criada incriminando uma conduta 
social/humana em razão de um momento excepcional. Ex.: período de guerra – 
por razão de segurança nacional o governo promulga uma lei de toque de 
recolher. Essa lei permanece durante o período de excepcionalidade. Ex. 2: 
Disseminação do COVID19 – imagine que o Legislativo Federal (org. competente 
para elaborar a lei penal, art. 22, I, CF), dissesse que a partir de hoje, dada a 
situação de excepcionalidade do Corona vírus, quem for encontrado em reuniões 
com mais de 50 pessoas comete um crime, pena de 6 meses a 2 anos de 
detenção. Daqui 3 meses, COVID foi eliminado da nossa sociedade, nossas vidas 
voltaram ao normal, a situação de excepcionalidade deixou de existir e, 
consequentemente, a lei também. 
• A lei temporária tem os mesmos efeitos, mas vem no corpo de seu texto com o 
prazo de validade determinado. Ex.: essa lei terá vigência até tal data. Na 
excepcional não tem prazo de validade descrito no corpo, dura enquanto a 
situação durar. Ex. 2: Lei Geral da Copa do Mundo no Brasil – nº 12.663/2012, 
art. 30 até 33, temos alguns crimes específicos praticados durante a Copa do 
Mundo que não existiam no CP ou Legislação Especial. Condutas como 
falsificação de marcas, de ingressos etc, se tornaram crime. Essa lei durou até 
31/12/2014 – está no corpo da lei. Depois desse período, essas condutas 
deixaram de ser crime. 
• O que diferencia do art. 2º é que mesmo depois que a lei deixar de existir, os 
fatos criminosos que foram praticados durante a sua vigência, permanecerão. O 
sujeito que cometeu o ato criminoso durante a vigência da lei, ainda poderão ser 
condenados/processados. 
 
DIA 19/03/2020 - EAD 
ART. 4º CÓDIGO PENAL – Tempo do Crime 
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que 
outro sejao momento do resultado. 
• Três teorias sobre o momento em que o crime se consuma: 
 Teoria da Atividade (Ação ou Omissão), que considera o momento do crime 
quando o sujeito pratica uma ação ou o momento em que se omite em praticar 
uma ação. Momento que o agente faz ou deixa de fazer, INDEPENDENTEMENTE 
do momento em que se dá o resultado 
Ex.: Homicídio – momento do crime quando o sujeito dispara sua arma contra outro, 
e não o momento em que a vítima vem a morrer. 
 Teoria do Resultado/do Efeito, momento do crime é quando o resultado 
pretendido é alcançado. 
Ex.: Homicídio – momento do crime é só quando a vítima morre. Isso pode acontecer 
caso a vítima venha a ser socorrida e só morre dias depois. 
 Teoria Mista, considera tempo os dois acima. Reserva a punição para o indivíduo 
em qualquer momento que alcance a consumação. 
 
 Direito Penal Brasileiro adota a TEORIA DA ATIVIDADE. 
 Efeitos/ condições do ponto de vista penal: 
 Ex.: A pessoa tem 17 anos e 11 meses e dispara a arma contra alguém, essa vítima 
fica por 30 dias no hospital e vem a morrer, morrendo quando o sujeito já fez 18 anos. 
Aos olhos da lei, o sujeito é inimputável, pois cometeu o crime nessas condições e 
não será sujeito à pena, e sim às sanções previstas no Estatuto da Criança e do 
Adolescente. Essa situação demonstra a importância da adoção dessa teoria pelo 
sistema penal brasileiro. 
 Por outro lado, no parágrafo 4º, na segunda parte, o homicídio doloso com causa de 
aumento de pena em virtude da idade da vítima: quando é menor de 14 anos no 
momento do crime ou maior de 60 anos, também no momento do crime. 
 O sujeito ativo dispara contra outro de 13 anos 11 meses e 25 dias ocorreu os disparos 
contra o adolescente. Permanece em tratamento por 30 dias e vem a falecer, quando 
já havia completado 14 anos. Para efeitos de punição, o tempo de crime foi o 
momento da ação ou da omissão, então seria uma causa de aumento de pena em 
1/3, pois matou aquele que ainda não tinha 14 anos. A mesma coisa para o de 60 
anos, se no momento do crime a vítima ainda não tinha 60 anos, não responde pelo 
aumento de pena. 
 Art. 4º é importante para efeitos de punição, se vai punir e se será de forma grave ou 
não. 
 
ART. 5º CÓDIGO PENAL – Territorialidade 
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito 
internacional, ao crime cometido no território nacional. 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as 
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo 
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no 
espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou 
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no 
território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar 
territorial do Brasil. 
 
• Aplicação da lei penal no espaço (regra) 
 
 A base é o Princípio da Territorialidade: aplica-se a lei penal brasileira em 
todo território nacional, a todos aqueles que cometem o crime em território 
nacional. Esse princípio decorre de outro princípio: Soberania do Estado, que 
determinou que a lei penal brasileira é regra, sem sofrer interferência de 
outras legislações, de outros países. 
 Território nacional: nosso solo, subsolo (escavações, subsolos de prédios, 
minas etc.), espaço aéreo correspondente (sem limite de altitude, tudo que 
está em cima do nosso solo), espaço marítimo correspondente (para efeito 
penal: até 12 milhas da costa brasileira). 
 REGRA 1: Dependendo do meio de transporte, essas regras mudam (art. 5º, 
§1º - primeira parte, CP). As aeronaves de natureza pública brasileiras (do 
presidente, da força aérea brasileira etc.) ou a serviço do governo brasileiro 
se um crime for praticado nessas dependências, embarcações (da força 
marinha etc.) será aplicada a lei brasileira, independente a nacionalidade de 
quem praticou o crime ou de onde ele está. É uma extensão territorial 
brasileira. 
 Ex.: Uma aeronave japonesa aterrissa no Aeroporto de Guarulhos, ela segue 
sendo uma extensão nacional japonesa. O mesmo acontece com as 
embarcações e aeronaves brasileiras. Vale para todos os países por conta dos 
tratados internacionais. 
 §1º, segunda parte: as aeronaves e embarcações particulares ou comerciais 
brasileiras que estiverem sobrevoando ou navegando pelo território 
brasileiro, aplica-se a lei penal brasileira. 
 Ex.: aeronave da TAM, saiu de GRU com destino ao Japão, enquanto estava 
sobrevoando o território brasileiro, um americano matou um italiano = todos 
respondem à lei penal brasileira. Caso tivesse acontecido enquanto 
sobrevoavam o território japonês, responderiam todos às leis penais 
japonesas. 
 REGRA 2: §2º: Se é uma aeronave pública que sai do Japão e chega em 
território brasileiro, é uma extensão do Japão, cumpre-se as leis penais 
japonesas. Se é uma aeronave particular ou comercial japonesa que sai de lá 
e vem ao Brasil, caso já esteja em território brasileiro, cumprem-se as leis 
penais brasileiras. Vale também para as embarcações. 
RESUMINDO: se é aeronave/embarcação pública ou em função do governo, não 
importa se está ou não em território brasileiro (“onde quer que estejam”), responde 
sempre às leis penais brasileiras. Se é privada ou comercial brasileira, responde à lei 
do território em que estiver (“no espaço correspondente”). 
 REGRA 3: Uma embarcação/aeronave privada ou comercial – NUNCA PÚBLICA -
não se encontram em espaço aéreo ou em fronteiras marítimas correspondentes 
a algum país = se um crime for cometido ali, pouco importam as nacionalidades 
dos sujeitos, o que importa é a BANDEIRA estampada na embarcação/aeronave. 
Ex.: Uma embarcação está indo do Brasil até o continente africano, já passou das 
12 milhas e ainda não chegou nem perto do continente africano, não está em 
fronteira marítima correspondente a nenhum país, se um crime for cometido lá, 
o que vai importar é a bandeira estampada no navio. Se for uma bandeira 
brasileira, por exemplo, aplica-se a lei penal brasileira. 
 
• Aplicação da lei penal às pessoas (exceções) – AGENTES DIPLOMÁTICOS 
 IMUNIDADE DIPLOMÁTICA: ‘Sem prejuízo de convenções, tratados e regras de 
direito internacional...’ – preservaram, que não entra na regra da aplicação da lei 
penal no espaço, no caso, OS EMBAIXADORES, os diplomatas (não só eles, mas 
são os principais agentes de uma diplomacia). 
 A finalidade é não intimidar os seus representantes políticos nos países onde se 
encontram a não praticar atos de interesses da sua nação de origem, com medo 
de uma legislação penal local. Se comete um crime em território exterior, 
responde à legislação de seu país de origem. NÃO SIGNIFICA QUE VAI FICAR 
IMPUNE. 
 Decorre da Convenção de Viena – 1961 -, determina quem são os agentes 
diplomatas = embaixadores, secretário da embaixada, pessoal técnico-
administrativo, familiares, chefes de governo estrangeiro e toda a sua comitiva 
administrativa. Ficam de fora: empregados particulares desses imunes. 
 Embaixadas não são extensão territorial, mas são invioláveis pois reserva 
informações e documentos que só interessam ao seu país de origem. Não é 
qualquer um que pode ter acesso. 
 O cônsul não goza de imunidade diplomática, é um representante comercial de 
determinada empresa de determinado país e só vai a determinado país para 
aproximar as relações comerciais entre esses países. Mas nada impede que os 
países, de forma bilateral, façam esse acordo entre eles. 
 
DIA 20/03/2020 – EAD 
IMUNIDADE PARLAMENTAR (art. 53, CF relacionado com arts. 138, 139 e 140, CP) 
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis,civil e penalmente, por quaisquer 
de suas opiniões, palavras e votos. 
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a 
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. 
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão 
ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão 
remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da 
maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. 
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a 
diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por 
iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus 
membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. 
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo 
improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. 
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. 
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre 
informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as 
pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. 
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares 
e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. 
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, 
só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa 
respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que 
sejam incompatíveis com a execução da medida. 
 Caput do art. 53 caracteriza a IMUNIDADE ABSOLUTA, jamais poderão sofrer um 
processo civil/penal em razão de suas opiniões, palavras e votos que venham a emitir 
diante de suas funções parlamentares. 
 CARACTERÍSTICAS DA IMUNIDADE PARLAMENTAR: 1. Começa com o ato da 
diplomação (disputa a eleição, toma posse, recebe um diploma de deputado 
federal/senador ou deputado estadual/vereador), 2. é irrenunciável e 3. vai até o fim 
do mandato (que tem o prazo de 4 anos ou mais, por reeleição e menos, por 
cassação). 
 POR QUE EXISTE A IMUNIDADE PARLAMENTAR? Tem a função de preservar a 
autonomia do Poder Legislativo, para que nenhum outro poder possa interferir em 
seu trabalho, e para que os parlamentares não se sintam intimidados no momento 
de defender os interesses da população que representam. 
 São imunes aos crimes de palavra: calúnia, difamação e injúria (arts. 138, 139 e 140, 
CP, respectivamente). 
 § 1º - Foro Privilegiado. O STF é foro privilegiado aos deputados federais e senadores, 
apenas. Qualquer crime desses dois parlamentares será julgado pelo STF, com 
exceção dos crimes que afetam a honra, já que são imunes. 
 § 2º - Só podem ser presos se forem pegos em flagrante delito de crime inafiançável. 
A Casa respectiva vai decidir se o deputado federal ou o senador deve ser preso. 
 §3º - Procurador Geral da República é quem faz a denúncia (como se fosse o 
promotor de justiça do estado de SP); essa denúncia é recebida pelo STF, que avisa a 
Câmara dos Deputados ou o Senado, a Casa se reúne e o voto da maioria decide se o 
processo deverá continuar tramitando ou se deverá ser suspenso. 
 §4º - Explica o procedimento dessa suspensão. É matéria processual. 
 §5º - Suspensão da prescrição. Se o STF não puder julgar aquele parlamentar pois a 
Casa respectiva definiu por maioria que o processo deve ser suspenso, se suspende 
também o prazo prescricional (perda do direito de punir por parte do Estado por ter 
demorado demais para julgar/punir). Permite que haja um novo julgamento, por 
exemplo, se acaba o mandato do parlamentar, o Procurador envia para o juiz de 1ª 
instância. 
 §6º - Se eles recebem uma intimação para testemunhar em um processo, não são 
obrigados a testemunhar, mas podem. 
 Todas as imunidades se estendem também aos deputados federais, a única exceção 
é que não possuem o foro privilegiado. Aos vereadores, a imunidade é apenas no que 
diz respeito aos crimes de palavra. 
 
ART. 6º CÓDIGO PENAL – Lugar do Crime 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no 
todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
• Mesmas 3 teorias do tempo do crime: 
1. Teoria da Atividade – considera o lugar crime o lugar onde ocorreu a ação ou 
omissão. 
Ex.: Sujeito ativo atira no passivo em Osasco, a vítima é enviada para um hospital 
em São Paulo e lá morre. O lugar do crime é Osasco. 
2. Teoria do Resultado/Efeito – considera o lugar do crime o lugar onde o resultado 
da ação é atingido. 
Ex.: Sujeito ativo atira no passivo em Osasco, a vítima é enviada para um hospital 
em São Paulo e lá morre. O lugar do crime é São Paulo. 
3. Teoria Mista – considera o lugar do crime tanto o lugar onde aconteceu a ação 
ou omissão, tanto quanto o lugar onde se dá o resultado. 
Ex.: As duas cidades teriam jurisdição para apurar o fato, iriam decidir entre si 
qual tem mais capacidade. 
 O nosso Código Penal adota a Teoria Mista. 
 Ex.: Tráfico se inicia em outro país e vem para o Brasil, as autoridades brasileiras 
são competentes para julgar o crime assim como o outro país. Vale também para 
divisas entre estados, cidades, países. 
 Só uma autoridade vai julgar, num conflito de competência será escolhido um 
dos estados, cidades, países etc. 
 
CONCEITO DE CRIME, SUJEITO ATIVO DO CRIME, SUJEITO PASSIVO DO CRIME E 
OBJETO DO CRIME 
1. CONCEITO DE CRIME 
O crime, para ser considerado, deve reunir três elementos: tem que ser um fato 
típico, uma conduta antijurídica e sua prática tem que ser culpável. 
- FATO TÍPICO: É o tipo penal. Aquilo que está descrito na lei, a partir do art. 121, que 
começa a parte especial do CP. Todos artigos que descrevem o que são considerados 
crimes, são fatos típicos. 
- CONDUTA ANTIJURÍDICA: Conduta contrária ao que diz a lei. Por exemplo, matar é 
uma conduta antijurídica, mas pode ser reconsiderado como jurídico se o homicídio 
foi em legítima defesa ou nas outras causas previstas em lei. 
- CULPABILIDADE: Avaliação se o sujeito é culpável, para que se possa atribuir uma 
reprovação social da sua conduta antijurídica que reflete no fato típico. Todos os 
imputáveis (capacidade de entender o que estão fazendo) são considerados culpáveis 
aos olhos da legislação penal brasileira. 
*Inimputáveis = menores de 18 anos; pessoas que sofram de doença mental que 
impedem que tenham essa consciência e os silvícolas (vivem a margem da 
sociedade). 
 
2. SUJEITO ATIVO DO CRIME 
Quem comete a conduta descrita na lei, ou seja, quem comete o crime. Recebe 
denominações de acordo com a apuração dos fatos. 
• Na delegacia, se tiver um inquérito policial: será o indiciado ou averiguado. 
• Na delegacia, se tiver um termo circunstanciado: será o autor do fato. 
• No processo penal, antes da sentença: será o réu em ação pública, ou querelado, 
se a ação for privada. 
• No processo penal, depois da sentença: se absolutória, será o absolvido; se 
condenatória, será o condenado. 
• Se condenado a pena: de detenção, será o detento; de reclusão, será o recluso. 
A pessoa jurídica também pode ser sujeito ativo de crime (Lei nº 9.605/98 – dos crimes 
ambientais) - Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e 
penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida 
por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no 
interesse ou benefício da sua entidade. 
 
3. SUJEITO PASSIVO DO CRIME 
Sujeito passivo é o titular do bem jurídico protegido pelo tipo penal incriminador, 
que foi violado. Sujeito passivo é a vítima. É quem tem seu bem jurídicotutelado 
pelo estado atacada, ferido, quem sofre o crime. É chamada de vítima em todas as 
fases processuais. 
Todo ser humano pode ser vítima. 
A pessoa jurídica também pode ser vítima de alguns crimes, por exemplo, o 
estelionato (art. 171, §2º, V, CP). Ex.: INSS paga benefícios paga benefícios para 
aqueles que fraudaram o tempo de contribuição, é vítima de estelionato. 
A Administração Pública (portanto, o Estado) pode ser vítima de alguns crimes (a 
partir do art. 312 – peculato, por exemplo – crimes praticados pelo funcionário 
público contra a Administração Pública). 
Os mortos também podem ser vítimas de alguns crimes: do art. 209 ao art. 212, CP, 
crimes de desrespeitos aos mortos. 
 
4. OBJETO DO CRIME 
Objeto jurídico do crime: É o interesse protegido pela norma penal, como a vida, o 
patrimônio, a honra, a fé pública etc. 
Ex.: num crime contra a vida, tem como objeto jurídico a vida humana. Num crime 
de lesão corporal, a integridade física e saúde de outra pessoa. Nos crimes 
patrimoniais, objeto jurídico é o patrimônio. 
Objeto material do crime: É o bem jurídico, de natureza corpórea ou incorpórea, 
sobre o qual recai a conduta criminosa. Ex.: de objetos materiais incorpóreos: a 
reputação na calúnia e na difamação; a autoestima na injúria. 
 
 DIA 23/03/2020 – EAD 
ART. 10 e 11 CÓDIGO PENAL – Contagem de prazo e Frações não computáveis da 
pena (respectivamente) 
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e 
os anos pelo calendário comum. 
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as 
frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. 
• Prazo processual penal x Prazo penal: 
Prazo de direito processual penal – prazo começa a contar a partir do dia útil seguinte. 
Prazo de direito penal – prazo começa a contar na data do fato, independentemente 
de ser ou não dia útil. Vale para tudo, seja para contagem de prescrição (perda do 
direito de punir, por parte do Estado), de decadência (perda do direito de propor a ação 
por parte da vítima), cumprimento de pena etc. 
• O calendário comum é o calendário gregoriano, começa dia 1º de janeiro e 
termina dia 31. 
• Desprezo das frações de dia: vai começar a cumprir a pena hoje, independente 
do horário; quantos dias tem o mês também independe. Se a pena de 1 mês 
começou a ser cumprida dia 23/03, terminaria 1 dia antes do mês consecutivo. 
• Frações não computáveis da pena: condenado a 6 meses e 15 dias de detenção 
e o juiz deve subtrair 1/6 (seriam 1 mês, 2 dias e 12 horas), nesse caso ele iria 
subtrair 1 mês e 2 dias, rejeita-se a hora. 
 
ART. 12 CÓDIGO PENAL – Legislação Especial 
 Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei 
especial, se esta não dispuser de modo diverso. 
Princípio da Especialidade 
• Toda essa parte geral do CP também será aplicada aos crimes da legislação 
especial, quando a própria legislação especial não tiver a sua parte geral. Aplica-
se no todo ou parcialmente, ou não se aplica. 
• Ex.: Art. 14, II, CP – tentativa de crime, pena: pena correspondente ao crime 
consumado, diminuída de um a dois terços. Se os crimes da parte especial não 
dispuserem o contrário, aplica-se essa lei. Para a legislação especial, a mesma 
coisa. 
• Ex. 2: Lei de tráfico de drogas não menciona caso a pessoa não consuma o crime 
de tráfico de drogas, caso ele só tente, então se aplica a regra do art. 14, II, 
parágrafo único, CP. 
• Ex. 3: Art. 29, CP – concurso de agentes, crime praticado por mais de uma pessoa. 
O CP trata sobre o concurso de agentes. O CDC, no art. 75 (parte de legislação 
especial penal), já trata do seu próprio concurso de agentes. Logo, não se usa os 
artigos da parte geral do CP. Pelo princípio da especialidade, aplica o disposto na 
legislação especial. 
Conflito aparente de normas 
• Quando as normas se chocam diretamente. 
• Pode acontecer dentro do próprio CP: existe um crime geral e um especial (o 
legislador escolhe naturalmente o da especial). Ex.: art. 121 – homicídio (crime 
geral) e art. 123 – infanticídio (espécie de homicídio especial, mãe precisa 
praticar, a vítima só pode ser o nascente ou recém-nascido e necessariamente 
tem que estar dotado de estado puerperal). Aplica-se então, o art. 123. 
• Fora do CP: homicídio culposo (art. 121, §3º, CP) – provoca a morte por 
negligência, imprudência ou imperícia. O Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 
9.503) também traz o homicídio culposo. É uma legislação especial, que trata 
desse tipo de homicídio quando você está dirigindo veículo automotor. Pena de 
2 a 4 anos, maior que a do CP. Aplica-se, então, em caso de atropelamento ou 
morte proveniente de acidente automobilístico, a legislação especial, no caso, a 
do CTB.

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