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Terrorismo Aspectos Históricos e Conceituais

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Minisféi io 
dci J ustiç ci 
 
 
 
 
Terrorismo: Aspectos Históricos e Conceituais 
 
 
 
 
 
Créditos: 
Alkimar Sampaio de Souza — Capitão da Polícia Militar do Estado do Ceará. 
Bacharel em Segurança Pública, Especialista em Relações Internacionais/UNB. Técnico 
Profissional em Explosivos pela Policia Nacional de Colômbia. Curso de Demolições e 
Desminado Internacional — Exército Colombiano e Perícia Pós-Explosão pela ATF/EUA. 
Adriano Giovaninne — Capitão da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Bacharel 
em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública e Engenharia Mecatrônica. Especialista 
em Explosivos pela ATF/EUA. 
Jorge da Silva Bessa — Bacharel em Economia, especialista em Ensino a Distância. 
Curso Superior de Guerra — Instituto de Estudos Avançados — China; Curso Avançado de 
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Objetivos do Curso 
 
• Conhecer a definição de terrorismo de acordo com o que é preconizado pelos 
órgãos responsáveis pela prevenção e combate das ações terroristas; 
• Analisar os dados históricos sobre a temática do terrorismo; 
• Conhecer as ações adotadas pelo Brasil contra o terrorismo e a necessidade 
de aperfeiçoamento dos mecanismos legais; 
• Discutir as principais medidas de combate ao terrorismo; 
• Apresentar a estrutura das organizações antibombas de diferentes países 
Estrutura do Curso 
 
 
 
Este curso é formado por 3 módulos: 
 
• Módulo 1 — Terrorismo 
• Módulo 2 — Medidas de prevenção e resposta ao terrorismo 
• Módulo 3 — Histórico das unidades antibombas
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Módulo 1 — Terrorismo 
As imagens abaixo mostram os principais atentados com o uso de explosivos no 
século XXI, tendo como vítimas grandes potências mundiais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentação do Módulo 
Neste módulo, você estudará sobre os aspectos, fenômenos, forma de atuação e as 
medidas de prevenção e resposta ao terrorismo, além das organizações das unidades 
antibombas de quatro países: Colômbia, Espanha, Estados Unidos e Israel. Assim, você 
poderá estabelecer comparação entre eles e com o Brasil. 
Objetivos do Módulo 
Ao final do estudo deste módulo, você será capaz de: 
• Definir terrorismo, antiterrorismo e contra terrorismo; 
• Analisar dados sobre antecedentes históricos do terrorismo; 
• Enumerar os tipos de terrorismo; 
NOVA YORK — 2001 MADRI D — 2004 LONDRES — 2005 
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• Discutir as principais medidas de combate ao terrorismo tomadas pela União 
Europeia; 
• Reconhecer as ações do Brasil contra o terrorismo e a necessidade de 
aperfeiçoamento dos mecanismos legais; 
• Analisar dados referentes à estrutura e organização das organizações antibombas de 
quatro países: Colômbia, Espanha, Estados Unidos e Israel; 
• Comparar a estrutura e a organização das organizações antibombas entre os quatro 
países estudados e com o Brasil. 
Estrutura do Módulo 
Este módulo é formado por 4 aulas: 
• Aula 1 - O que é terrorismo. 
• Aula 2 - Dados históricos sobre terrorismo. 
• Aula 3 - Objetivos do Terrorismo. 
• Aula 4 - Classificação do Terrorismo 
 
Aula 1 — Terrorismo 
1.1. O que é terrorismo? 
Você sabe responder a essa pergunta? Registre abaixo a sua resposta. 
A seguir, leia as três definições apresentadas e verifique se a sua resposta está alinhada 
a elas. 
 
Terrorismo é ... 
• Violência premeditada e politicamente motivada, perpetrada contra alvos não 
combatentes e praticada por grupos subnacionais ou agentes clandestinos, geralmente 
objetivando influenciar uma audiência (Departamento de Estado dos EUA). 
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• O calculado uso da violência ou da ameaça de sua utilização para inculcar 
medo com a intenção de coagir ou intimidar governos ou sociedades, a fim de conseguir 
objetivos, geralmente políticos, religiosos ou ideológicos (Departamento de Defesa dos EUA). 
• Uso ilegal da força ou da violência, física ou psicológica, contra pessoas ou 
propriedades com o propósito de intimidar ou coagir um governo, a população civil ou um 
segmento da sociedade, a fim de alcançar objetivos políticos, sociais, econômicos ou 
ecológicos (FBI). (www. http://ricpmontserrat.wordpress.com) 
Observe que, mesmo com algumas diferenças, as três definições apresentam 
características semelhantes, sendo possível destacar: 
• O uso da violência e da força é planejado; 
 
• Os objetivos, na maioria dos atos, estão relacionados às questões políticas. 
Você destacaria outras? 
De acordo com Woloszyn (2006), especialistas europeus apontam quatro 
características básicas presentes nos atos terroristas: natureza indiscriminada; 
imprevisibilidade e arbitrariedade; crueldade e destrutividade e caráter amoral. 
Aula 2 - Dados históricos sobre o terrorismo 
Acompanhe a seguir os principais fatos que estão presentes na história do terrorismo: 
Século XVII 
Em 1798 o termo foi utilizado pela primeira vez, no suplemento do Dicionário da 
Academia Francesa e fazia referência ao regime de terror em que a França se encontrava no 
período de 1793 a 1794. 
http://www/
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Século XIX 
Entre 1865 e 1905, as balas e bombas dos anarquistas foram responsáveis pela morte 
de reis, presidentes, primeiros-ministros, entre outros funcionários governamentais. 
Século XX 
 
No século XX, ocorreram grandes mudanças no uso e prática do terrorismo, que se 
tornou a característica de movimentos políticos de todos os tipos, desde a extrema-direita à 
esquerda mais radical. Instrumentos precisos, como armas automáticas e explosivos 
detonados a distância por dispositivos elétricos ou eletrônicos deram aos terroristas uma nova 
mobilidade e tornaram mais letais suas ações. (http://www.brasilesco1a.com). 
 
• 1912 — Aparecem os primeiros atos terroristas com as características que se conhece 
hoje. Esses atos foram atribuídos a um grupo de macedónios, hostis à Turquia. Eles colocaram 
bombas em trens internacionais. 
• 1945 a 1960 — O terrorismo fazia parte do contexto revolucionário. “A comunidade 
internacional — inclusive na esfera das Nações Unidas — considerava politicamente legítimas 
as lutas pela autodeterminação dos povos, legitimando-se, portanto, o uso da violência política 
por esses movimentos” (http://wapedia.mobi). 
• 1970 a 1980 — Ampliação do número de atentados terroristas no mundo. A 
quantidade subiu de 300 para 500 atentados. 
• 1990 — Surgiu uma nova modalidade de terrorismo, denominado terrorismo de 
massa, aparentemente motivado por questões religiosas ou políticas, com características de 
fanatismo. 
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• 2001 11 de setembro . A destruição do World Trade Center trouxe para o mundo a 
preocupação com os atos terroristas. 
• 2004 — Atentado a trens do metrô, em Madrid, na Espanha . 
 
• 2005 — Atentado ao metrô de Londres.' 
 
• 2005 até os dias atuais — Ameaça e utilização de armas químicas, bacteriológicas, 
biológicas, bem como outros recursos tecnológicos que podem matar ou contaminar em 
massa, em qualquer lugar no mundo, a qualquer hora. 
Estamos provavelmente à beira de um novo período da História. O maior trabalho dos 
governos ocidentais, nos próximos anos, deverá ser a luta sem piedade contra todas as formas 
imagináveis de terrorismo. Se perderem essa luta, nossa civilização corre o risco de sofrer 
ferimentos irreparáveis. (DEMAS, 1979). 
Aula 3 - Objetivos do terrorismo 
Com base na doutrina preconizada pela Escola de Inteligência da Agência Brasileira 
de Inteligência (ABIN), Woloszyn (2006) afirma que os objetivos do terrorismo são 
classificados em geral e específicos. 
• Geral: Criar um clima de insegurança e temor para alcançar as mudanças 
pretendidas, relacionadas ao inconformismo, seja ele político, económico, social, étnico ou 
religioso. 
• Específicos: São diversos e entre eles é possível destacar: 
- Derrubar e ousubstituir um governo ou um modelo político-ideológico e 
religioso; 
- Obter a autonomia política para um grupo subnacional; 
- Alterar a política externa de um governo; 
- Defender o meio-ambiente e os direitos dos animais; 
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- Purificar a humanidade e confirmar previsões apocalípticas; 
- Demonstrar inconformismo com o processo de globalização, exclusão social e 
consequente desumanização da sociedade. 
Ainda de acordo com Woloszyn (2006), pode-se destacar seu uso como: 
- Instrumento de poder entre grupos em conflito; 
- Recurso assessório contra países hostis; 
- Propaganda e marketing. 
 
Aula 4 - Classificação do Terrorismo 
Este é um item que não apresenta consenso entre os autores, mas é possível perceber 
que os tipos de terrorismo aparecem relacionados aos seguintes aspectos: território, objetivos 
e meios utilizados. Veja cada um deles: 
Quanto ao território: 
De acordo com Woloszyn (2006 apud USA, PATRIOT ACT), o terrorismo pode ser 
classificado em: 
• Terrorismo internacional — Incidentes onde as consequências e ramificações 
ultrapassam as fronteiras nacionais. Nesse tipo de terrorismo, as vítimas, os executantes, o 
local da ação e os meios utilizados envolvem mais de um país ou nacionalidade. 
Exemplos: atentado às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001 (EUA) e 
atentado aos trens do metro de Madrid em 2004 (Espanha). 
• Terrorismo nacional ou doméstico — Atos praticados por terroristas em seu próprio 
país e contra seus próprios compatriotas. 
Exemplos: Explosão de carros-bombas e homens-bombas. 
 
• Terrorismo de Estado — Atos de violência praticados com o apoio ou sob o 
controle de um estado patrocinador. 
Exemplos: “Josef Stálin na URSS a partir da revolução de 1917, o Holocauto 
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nazista, a revolução comunista de Mão-Tsé-Tung na China em 1939, o regime de Pol Pot 
no Camboja, a revolução Cubana de Fidel Castro em 1959” (WOLOSZYN, 2006, p. 10). 
 
Quanto aos objetivos: 
Para esta classificação serão utilizados quatro tipos apresentados por Melo Neto 
(2002). São eles: 
 
Tipo Objetivo Exemplos 
Terrorismo de guerra Desgastar o inimigo, forçá-lo a 
fragmentar suas forças e criar um abalo 
psicológico. 
Ações de sabotagem, 
assassinatos de líderes e 
sequestro de 
comandantes militares. 
Terrorismo político Demibar ou depor um regime político, 
minar suas instituições e causar 
descontentamento na população em 
relação às políticas de governo. 
Grupos que lutam pela 
libertação do estado ou 
sua emancipação 
política. 
Terrorismo cultural Perseguir culturas e etnias fragilizadas. A questão dos curdos 
no Iraque, muçulmanos 
e árabes, latinos e 
africanos nos EUA, 
entre outros. 
Terrorismo religioso Demonstrar intolerância e realizar atos 
de violência contra grupos e seitas 
religiosas 
A luta entre católicos e 
protestantes na Irlanda. 
Quadro 1 — Tipos de terrorismo com relação aos objetivos 
 
Quanto aos meios utilizados: 
Aqui aparecem os tipos de acordo com os meios utilizados. Destacam-se: 
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• Ações terroristas típicas: assassinatos, sequestros, explosões de bombas, 
matanças indiscriminadas, raptos, e linchamentos, entre outros. 
• Ciberterrorismo: Tem na internet seu instrumento e como objetivos danificar 
arquivos e programas de sites estratégicos, adquirir algumas vantagens sobre o sistema de 
informações governamentais e institucionais. 
• Bioterrorismo: Caracteriza-se pela utilização de armas biológicas, gases 
infectantes e paralisantes, transmissão de bactérias ou vírus à agricultura e à pecuária com 
objetivos político-econômicos. Como exemplo, pode ser citada a utilização de ANTRAX. 
 
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Módulo 2 — Medidas de prevenção e resposta ao terrorismo 
 
Aula 1 - Definições 
Segundo Gen Pinheiro (www.defesanet.com.br), o combate ao terrorismo é conduzido 
por duas grandes vertentes: o antiterrorismo e o contraterrorismo. 
• Antiterrorismo — Envolve medidas de caráter eminentemente defensivo que 
objetivam a redução das vulnerabilidades aos atentados terroristas. 
• Contraterrorismo — Envolve medidas de caráter eminentemente ofensivo, tendo 
como alvo as diversas organizações terroristas em presença, a fim de prevenir, dissuadir, ou 
retaliar atos terroristas. 
Aula 2 - Estratégia de luta contra o terrorismo 
Com o objetivo de prevenir e responder às ameaças terroristas, em 2005, a União 
Europeia (UE) elaborou uma estratégia de luta contra ao terrorismo denominada abordagem 
global, pautada em quatro eixos de intervenção: "Prevenir", "Proteger", "Perseguir" e 
"Responder". A seguir, veja um resumo de cada eixo. 
 
Prevenir 
Tem por objetivo lutar contra a radicalização e o recrutamento para o terrorismo, 
identificando os métodos, a propaganda e os instrumentos utilizados. 
Proteger 
Tem por objetivo reduzir a vulnerabilidade dos alvos a atentados, reduzindo o impacto 
deles. Este eixo tem como proposta a realização de uma ação coletiva no âmbito da segurança 
fronteiriça, dos transportes e de todas as infraestruturas transfronteiriças. 
Perseguir 
Este eixo tem três objetivos: 
 
• Perseguir os terroristas para além das fronteiras, assegurando simultaneamente o 
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respeito aos direitos humanos e ao direito internacional. 
• Pôr fim às fontes de financiamento do terrorismo, realizando investigações, 
congelando os ativos e impedindo as transferências de fundos. A UE propõe aprovar 
legislação sobre o branqueamento de capitais e as transferências de dinheiro. 
• Pôr fim ao planejamento de ações terroristas, impedindo a comunicação e a 
disseminação de conhecimentos relacionados com o terrorismo, principalmente através da 
internet. 
Responder 
Os riscos de atentados terroristas não podem ser anulados, portanto, caberá aos países 
ameaçados lidarem com os atentados quando eles ocorrerem. 
Muitas vezes as respostas dadas aos ataques terroristas são idênticas as colocadas em 
prática em catástrofes tecnológicas ou provocadas pelo homem. Com o objetivo de prevenir, é 
importante utilizar plenamente as estruturas existentes e os mecanismos comunitários de 
proteção civil. 
Ampliando seu conhecimento 
 
No site Europa: sínteses da legislação da UE, você encontrará mais informações 
sobre a estratégia de abordagem global. 
Aula 3 - As ações do Brasil contra o terrorismo 
 
O Brasil tem se empenhado no trato com o terrorismo participando ativamente do 
Comitê Interamericano Contra o Terrorismo. Aderiu aos 12 acordos internacionais 
patrocinados pela ONU, além de cumprir as 28 recomendações do Grupo de Ação 
Financeira Internacional. Contudo, mesmo assim, ainda é necessária a adoção de políticas 
mais efetivas e uma legislação específica sobre o tema terrorismo e sobre financiamento 
ao terrorismo. 
Cabe destacar que Comitê Interamericano contra o Terrorismo (CICTE) foi criado 
em 1999 para ordenar a troca de informações e a discussão de estratégias contra 
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terroristas, em obediência à Resolução nO 1373/01 da ONU, que prevê o intercâmbio 
de informações operacionais e a cooperação por intermédio de arranjos e acordos 
bilaterais e multilaterais. O país foi também um dos primeiros países a assinar em 2002, a 
Resolução 1840 — Convenção Interamericana Contra o Terrorismo — aprovada pela 
assembleia-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), que visa a prevenir, 
combater e erradicar atividades terroristas. 
 
Aula 4 - Órgãos parceiros de prevenção e combate ao terrorismo 
• Departamento de Polícia Federal — Santer; 
 
• Comando do Exército — CIE; 
 
• Comando da Marinha — CIM; 
 
• Comando da Aeronáutic—a Ciaer; 
 
• Departamento de Polícia Rodoviária Federal; 
 
• Ministério da Fazenda — Coaf; 
 
• Ministério das Relações Exteriores — Cocit; 
 
• Agência Brasileira de Inteligência— DCT; 
 
• Organismos estaduais; 
 
• Corpo de Bombeiros Militar; 
 
• Defesa Civil; 
 
• Polícia Militar; 
 
• Polícia Civil. 
 
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Módulo 3 — Histórico das unidades antibombas 
As unidades antibombas existem para prevenir e combater ações terroristas e 
criminosas que usam bombas e explosivos. A necessidade de especialização de pessoal, 
conhecimento técnico e uso de equipamentos especiais motivou o surgimento e manutenção 
desses setores especializados nas corporações policiais e militares, uma vez que as unidades 
convencionais não teriam condições de responder a esses incidentes com a mesma eficiência. 
Historicamente, o primeiro evento que trata dessa atividade ocorreu na Inglaterra, no 
século XVII. Em 04 de novembro de 1605, um grupo de extremistas católicos liderados por 
Robert Catesby, um militante católico, tentou explodir trinta e seis barris de pólvora sob a 
Casa dos Lordes, em Londres, a fim de matar o Rei James I e todo o Parlamento Britânico, 
como vingança e protesto pelo exílio de padres Jesuítas. Compunham o grupo Thomas 
Winter, Thomas Percy e Guy "Guido" Fawkes, responsável pela colocação das bombas. 
Um membro do governo, Lord Monteagle, descobriu a conspiração através de Francis 
Tresham, também conspirador, e informou o fato a Sir Thomas Knyvet, que, junto com o 
Xerife de Worcestershire, Sir Richard Walsh, prendeu Guy Fawkes na noite do dia 04 de 
novembro, abordando os planos terroristas. 
O incidente tornou-se conhecido por "The Gunpowder Plot” (A Conspiração da 
Pólvora) e é considerado como a primeira ação terrorista com bombas na história. 
Também são considerados, simbolicamente, Guy Fawkes como o primeiro terrorista 
da história, Sir Thomas Knyvet como o primeiro chefe de um esquadrão de bombas e Lord 
Monteagle como o primeiro investigador de bombas (BRODIE, 1996). 
Atualmente, deve-se distinguir as unidades antibombas em dois tipos: militares e civis. 
 
• Unidades militares — Conhecidas por Explosive Ordinance Disposal Teams — 
Equipes EOD ou Unidades EOD — estão ligadas às Forças Armadas e trabalham em operações 
militares de desativação de artefatos explosivos bélicos, limpeza de campos minados, 
manutenção de arsenais e paióis e outras ações ligadas a explosivos convencionais e regulares 
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de uso militar. 
• Unidades civis — conhecidas popularmente no exterior como Bomb Squads — 
Esquadrões de Bombas — são unidades que atuam contra bombas, artefatos explosivos não 
convencionais e materiais explosivos utilizados ilegalmente, quer seja em atos terroristas ou 
em atos criminosos comuns. O caráter civil a que se referem essas unidades está relacionado à 
atuação de proteção às comunidades civis. 
Aula 2 - Estudo comparado sobre a organização antibombas: Colômbia e Espanha 
A organização das unidades antibombas varia consideravelmente conforme as 
necessidades de combate ao terrorismo e ao crime organizado, assim como conforme a 
organização policial de cada país. 
Para a comparação entre as estruturas das unidades antibombas foram selecionados 
quatro países: Colômbia, Espanha, Estados Unidos e Israel. As similaridades e diferenças 
entre eles ajudará a refletir sobre a necessidade de uma doutrina para estrutura e operação de 
unidade antibombas. 
A escolha desses países baseou-se nos seguintes critérios: 
 
• São países pioneiros em operações com artefatos explosivos e afins; 
 
• Possuem intensa atividade em operações com manejo de artefatos explosivos; 
 
• Possuem considerável intercâmbio junto ao Brasil na área policial, através de 
cursos, seminários entre as corporações policiais; e 
• São países irradiadores da doutrina antibombas (manejo de artefatos 
explosivos) com grande influência sobre a doutrina de outros países. 
2.1. Colômbia 
A Polícia Nacional dispõe de unidades de comandos e operações especiais e 
contraguerrilha, mas é através da Direção de Investigação Criminal (DIJIN) que são 
centralizadas as operações antibombas, mais precisamente na área de criminalística (Seção de 
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Investigação Preliminar). 
No caso de explosivos e bombas, o curso de técnico profissional em explosivos dura 
14 meses e habilita o policial como técnico profissional em explosivos. O currículo do curso é 
composto por matérias profissionais e técnicas, haja vista ser reconhecido pelo conselho 
colombiano de educação. As matérias técnicas são subdivididas em composição e manejo de 
explosivos, fabricação de artefatos explosivos, detecção e desativação de artefatos explosivos, 
investigação post-incidental (pós-explosão), eletricidade e eletrônica aplicada aos explosivos, 
química aplicada aos explosivos, subversão (terrorismo), análise de terrorismo, crime 
organizado e armas de destruição em massa, além de práticas e visitas às unidades de bombas, 
unidades de investigação, fábricas de explosivos e minas, que dão ao curso um total de 1000 
horas-aula (1000 h/a). 
Cada grupo de explosivos é formado por no mínimo três equipes e cada equipe por 
três operadores, sendo: 
• Um técnico antibombas: policial oficial subalterno ou sargento graduado em 
explosivos pela ESJUI, que tem como missão o comando do grupo, a tomada de decisões 
operativas nos incidentes com bombas e a realização das operações de desativação; 
• Um auxiliar técnico: policial graduado que tem como missão auxiliar o técnico, 
preparar o equipamento e fazer sua manutenção; 
• Um agente de segurança: policial graduado, que faz a segurança física dos 
operadores e do equipamento, dirige a viatura e apoia em outras atividades. 
As missões dos grupos de explosivos dividem-se em: 
 
• Pré-explosão (ações antibombas e contrabombas) — Essas missões compreendem: 
busca e localização (varredura de bombas), detecção e desativação de artefatos explosivos); 
• Pós-explosão — Essas missões compreendem as buscas e coletas de evidências para 
posterior investigação e prisão dos autores dos delitos; 
• Defesa química bacteriológica radiológica e nuclear — Essas missões realizam 
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estudos e experiências sobre técnicas de detecção, remoção, neutralização e desativação de 
artefatos explosivos com agentes “QBRN” —bomba suja. 
 
 
Figural: Unidade antiexplosivo da Polícia Nacional da Colômbia. 
 
2.2. Espanha 
A Espanha começou a especializar seus policiais em desativação de artefatos 
explosivos no ano de 1974, e, em 16 de junho de 1979, foi criado o primeiro departamento 
policial dedicado exclusivamente a essa atividade, o Departamento Central de Desativação de 
Explosivos (DECEDEX) da Guarda Civil, que posteriormente passou a se chamar Servicio de 
Desactivación de Explosivos (SEDEX) — Serviço de Desativação de Explosivos. Sediado em 
Valdemoro, na Cidade de Madri, o órgão tem como missões: 
• Detectar artefatos e materiais explosivos ou incendiários ilegais para desativá-los, 
neutralizá-los ou destrui-los. 
• Realizar estudos e experiências sobre técnicas de desativação; 
 
• Coletar, analisar e difundir informações recebidas, assessorando sobre medidas 
preventivas; 
• Supervisionar as instalações radioativas da polícia, de acordo com as especificações 
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do Ministério de Indústria e Energia; 
• Realizar estudos e experiências sobre técnicas de detecção, remoção, neutralização e 
desativação de artefatos explosivos com agentes “QBRN” (químico, bacteriológico, 
radiológico e nuclear). 
O SEDEX é organizado em: 
 
• BYL (técnico em busca e localização de artefatos explosivos): integram as equipes 
BYL e sua atuação compreende os serviços de assessoramento sobre medidas preventivas e 
evacuações, busca e localização de bombas por ocasião de ameaças, investigação de veículos 
e correspondências suspeitas, segurança de pessoas e autoridades e realização de buscas 
preventivas de segurança. O BYL não pode manipular as bombase explosivos, sendo seu 
dever, ao localizar um objeto suspeito, isolar e evacuar o local e acionar uma EDEX; 
• Equipos de Desactivacíón de Artefactos Explosivos (EDEX) — equipes de 
desativação de artefatos explosivos. 
Cada EDEX é composta por: 
 
• TEDAX (Técnico especialista em desativação de artefatos explosivos): 
integram as EDEX e sua atuação compreende o serviço de identificação, desativação e 
remoção de bombas e explosivos, manipulação de explosivos, além de perícia do material e 
do local de explosão. O TEDAX pode também realizar todas as missões de um BYL; 
• Chefe de equipe, que comanda e administra a equipe, as operações e seus 
recursos, além de apoiar os operadores durante as ações, como se fosse um 3º operador; 
• 1º operador, responsável peia operação de desativação; 
 
• O 2º operador faz o apoio e a rendição do primeiro operador; e 
 
• Condutor, que é motorista, segurança e apoio aos operadores. 
A Espanha atua com as seguintes especializações de seu pessoal: 
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• A formação dos técnicos BYL e TEDAX é realizada na Escuela de Desactivación de 
Explosivos — Escola de Desativação de Explosivos da Guarda Civil — e tem duração de nove 
meses. O currículo básico do curso é composto pelas matérias: eletricidade e eletrõnica 
aplicada aos explosivos, explosivos e artifícios, artefatos explosivos, materiais e 
equipamentos, técnicas de busca e localização, atuações com explosivos, informes técnicos, 
procedimentos de desativação em artefatos improvisados e munições, técnicas operacionais, 
educação física, técnicas de relaxamento e autocontrole, pericia pós-explosão e DQBRN 
(defesa química, bacteriológica, radiológica e nuclear). 
• O curso é realizado em duas fases. A primeira fase dura três meses e forma o BYL. 
Os policiais que concluírem a primeira fase e adquirem a qualificação exigida pela escola, 
passam para a segunda fase, que dura mais seis meses, e forma o aluno como TEDAX - 
DQBRN (técnico em desativação de artefatos explosivos e agentes químicos, bacteriológicos, 
radiológicos e nucleares). 
• A Espanha conta ainda com uma unidade de explosivos na Polícia Nacional, uma 
outra instituição policial. 
 
Figura 4: Unidade antiexplosivos da Guarda Civil Espanhola. 
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Aula 3 - Estudo comparado sobre a organização antibombas: Estados Unidos e Israel 
3.1. Estados Unidos 
Nos EUA a existência de uma unidade especializada em bombas e explosivos e a 
execução desse serviço nas corporações policiais está condicionada aos recursos financeiros 
disponíveis pela administração pública para a polícia local, à incidência criminal desse delito 
e ao efetivo disponível. Algumas unidades de bombas podem inclusive, não pertencer a uma 
corporação policial, mas a um Fire Department (Corpo de Bombeiros). 
Existem duas especializações na área de operações com bombas nos Estados Unidos: 
 
• Bomb Technician (técnico em bombas): é o agente técnico e graduado que executa as 
missões de busca, localização e desativação de bombas e artefatos explosivos. 
• Bomb Investigator (investigador de bombas): é o agente técnico e graduado que 
executa as missões pós-incidentais em locais de explosão, busca e coleta de evidências, 
perícia de materiais ou rastreamento de explosivos. 
É importante destacar as missões dessas duas figuras de profissionais, que 
caracterizam o padrão norte-americano: 
• Técnico — atua em todas as operações com bombas até o momento em que a bomba 
ou explosivo está identificado e desativado; 
• Investigador — atua a partir do ponto em que, tendo havido a explosão ou estando de 
posse da bomba ou explosivo desativado e seguro, vai realizar a perícia e investigação da 
origem do materia, apoiando os procedimentos de apuração criminal. 
Não há uma obrigação ou regulamentação para a estruturação da unidade antibombas. 
Cada corporação policial estrutura-a e tem liberdade para organizá-la conforme suas 
necessidades. Um exemplo de como pode ser essa estruturação é sugerida pelo Departamento 
de Estado Norte-Americano: 
Comandante da unidade: policial da mais alta graduação, não necessariamente um 
técnico antibombas. Tem as missões de comando e administração da unidade. 
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• Supervisor: é o subcomandante da unidade, atua diretamente junto às equipes. 
 
• Técnico sênior: é o assistente do supervisor, prepara os relatórios e estatísticas. 
 
• Membros: compreende o efetivo que compõem as equipes operacionais. Realizam 
buscas, desativam bombas, mantêm o equipamento em ordem, apoiam os trabalhos de 
investigação. Cada equipe operacional pode ser organizada por três agentes, sendo um técnico 
em bombas, chefe da equipe, que tem a responsabilidade pela tomada de decisões nas 
operações, e dois operadores, também técnicos, que realizam os trabalhos práticos e se 
revezam no local da operação. 
Instituições americanas responsáveis pelas informações necessárias sobre banco 
de dados com bombas, atentados com explosivos e divulgação de procedimentos e 
doutrina antibombas: 
• O Bomb Data Center (BDC) — Centro de Dados sobre Bombas, criado em 1970, hoje 
está subordinado à Divisão de Laboratórios do FBI, com sede em Washington, DC. O BDC 
coleta e centraliza todas as informações sobre incidentes envolvendo explosivos e bombas, 
mantendo contatos com todos os esquadrões de bombas das polícias locais, das unidades 
militares e de outros órgãos federais. Seus trabalhos estatísticos, científicos, de pesquisa e de 
inteligência nessa área específica fazem do BDC um centro disseminador de doutrina. 
• Hazardous Device School (HDS) — Escola de Produtos Perigosos, localizada em 
Huntsville, Estado do Alabama, no Arsenal Restone, do Exército. Fundada em 1981, a HDS é 
a única escola norte-americana que forma, treina e reconhece técnicos em bombas para 
atuação nas polícias americanas. Os cursos de formação duram entre um e dois meses e as 
reciclagens entre uma e duas semanas. A HDS também mantém cursos de investigadores em 
bombas e seminários regionais de treinamento, além de uma conferência para comandantes de 
esquadrões de bombas a cada dezoito meses. 
• As Evidence Response Teams (ERT) — Equipes de Resposta para Evidências — são 
grupos de investigação compostos por peritos multi-disciplinares, como fotógrafos, 
desenhistas, peritos criminais e médicos legistas, incluindo também os técnicos e 
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investigadores de bombas. As ERT são sediadas nas divisões regionais do FBI, que atuam na 
investigação e perícia em incidentes de gravidade e em apoio às policias locais. 
 
• O Explosive Technology Branch (ETB) — Seção Tecnológica de Explosivos, do 
ATF. Sediada em Washington, a unidade é composta por técnicos e investigadores de 
bombas. A missão dessa unidade também é a centralização de dados e disseminação de 
doutrina, apoio às polícias locais, realização de treinamentos e operações com bombas de 
desativação e investigação. 
Outra forma de manter a padronização e disseminação de doutrina é a publicação 
de periódicos, como o Special Technician Bulletin, o Investigator Bulletin e o General 
Information Bulletin, que divulgam técnicas de desativação, padrão de relatórios, pesquisa 
e desenvolvimento de materiais, produtos explosivos, incidentes, estatísticas e outras 
informações para suporte dos esquadrões de bombas. 
O FBI e o ATF, através de suas unidades, apoiam e trabalham em conjunto com as 
polícias locais, responsáveis pela primeira ação de resposta em um incidente com bomba. 
Atualmente, existem aproximadamente umas 600 unidades policiais especializadas em 
operações com bombas nos Estados Unidos. Essas unidades são mantidas pelas 
corporações policiais com disponibilidade financeira devido ao alto índice de incidentes. 
As pequenas cidades que não possuem recursos para manter um esquadrão de 
bombas ou que não têm necessidadeimediata pela pouca incidência de eventos 
geralmente possuem um técnico em bombas em seu quadro de efetivo ou fazem 
convênios com outras cidades, condados ou polícias estaduais para terem o suporte de 
suas unidades de bombas. 
 
 
 
 
Um exemplo de esquadrão antibombas americano 
Como exemplo de uma unidade de bombas norte-americana, podemos descrever o 
NYPD Bomb Squad Esquadrão de Bombas do Departamento de Polícia de New York, 
considerado o mais antigo esquadrão de bombas dos Estados Unidos. 
Fundado em abril de 1903 pelo Tenente Guisseppi Petrosino, o esquadrão era 
composto por cinco policiais e tinha o nome de "Esquadrão Italiano", pois a motivação de sua 
criação foi uma onda de atentados a bombas e extorsões realizados pela organização 
criminosa "Mão Negra" contra comerciantes da comunidade italiana que viviam na zona leste 
de Manhattan. 
O NYPD Bomb Squad conta com um efetivo de 40 policiais. Entre as equipes, 
destaca-se a Explosive Detection Canines Team — Equipe de Cães Detetores de Explosivos, 
grupo pioneiro no uso de cães em operações com bombas. 
 
 Figura 5: Unidade de bombas americana no Afeganistão. 
 
 
 
 
 
 
3.2. Israel 
Bombas representam uma preocupação especial. A educação de prevenção contra 
bombas ocorre desde as escolas primárias, onde as crianças são orientadas a não mexer em 
objetos abandonados. Cartazes com orientações de segurança e avisos para não abandonar 
objetos e não mexer em objetos abandonados são amplamente divulgados nas cidades. Toda a 
ameaça de bomba é considerada real. 
A Mishmar Há’Gvu1 (Polícia Nacional de Guarda de Fronteiras), através de sua 
Yechida Mishtartit Meyuchedet (YA’MA'M) — Unidade de Polícia Especial — é o órgão 
responsável pelo atendimento de incidentes com bombas. Nas cidades de Tel Aviv e 
Jerusalém, capital de Israel e sede do comando da polícia, estão sediadas as unidades de 
bombas. 
Denominadas esquadrões de bombas, cada uma dessas equipes é composta por 
policiais que operam 24 horas. Cada equipe dispõe de uma viatura tipo van, equipada com os 
recursos necessários para as operações com bombas. As equipes são distribuídas em cada uma 
das zonas administrativas de polícia (norte, sul, leste, oeste), onde se situam os distritos 
policiais, sendo semelhantes as organizações de Jerusalém e Tel Aviv. Nas demais cidades, a 
polícia não dispõe de unidades, mas de pessoal especializado que realiza o primeiro 
atendimento e aciona as unidades da capital ou das forças armadas caso necessitem de apoio. 
Os procedimentos operacionais dessas unidades são simples e objetivos: destruir tudo 
o que for suspeito, pois essas equipes de bombas procuram agir de forma rápida, destruindo 
todo objeto abandonado e considerado suspeito, principalmente se localizado em aeroportos e 
vias públicas. Cartas e pacotes suspeitos enviados pelo correio são inspecionados e 
encaminhados aos distritos policiais. 
 
 
 
 
Figura 6: Unidade de bombas israelense. 
 
Aula 4 - Estudo comparado sobre a organização antibombas: Brasil 
Os órgãos de segurança pública no Brasil não dispõem de unidades exclusivamente 
destinadas ao atendimento de incidentes com bombas. As unidades especializadas, a 
maioria pertencente às polícias militares, são subdivisões de grupos de operações 
especiais e realizam o serviço como uma atividade complementar da sua unidade. Na 
Polícia Federal e em algumas polícias civis, a atividade de operações antibombas é 
acumulativa aos serviços de perícia criminal. 
4.1. Polícia Federal 
 
A Polícia Federal centraliza suas operações com bombas no Instituto Nacional de 
Criminalística (INC) através do Grupo de Bombas e Explosivos (GBE), sediado em 
Brasília. No INC há um setor de bombas e explosivos, integrado por diversos peritos 
criminais com especialização na área. O órgão central (INC) dispõe de todos os 
equipamentos e acessórios necessários para a organização e funcionamento de uma 
unidade antibombas; já os demais subgrupos sediados nas superintendências nos estados 
estão equipados com um kit básico de primeira resposta. Cabe a esse órgão funcionar 
como órgão central para a disseminação de normas e procedimentos aos demais Setores 
 
 
Técnicos Científicos (SETECs). 
Cada SETEC é integrado por diversos peritos criminais que possuem, em sua 
formação policial, acadêmico como perito, uma disciplina de Bombas e Explosivos, com 
carga horária em torno de 40 h/a, que os habilitam nos trabalhos dessa área. Essa 
formação é complementada pelo “curso de atualização em bombas e explosivos” (CABE) 
do próprio órgão assim como outros cursos realizados fora do país. 
A competência de atuação dos SETEC ocorre dentro das áreas de jurisdição da 
Polícia Federal, como aeroportos, portos e repartições públicas federais, mas os serviços 
podem ser ampliados para áreas de jurisdição estadual, quando solicitados por órgãos 
competentes, principalmente devido à falta de estrutura logística e de recursos humanos 
especializados nos estados. 
4.2 Polícias Estaduais 
 
O atendimento a incidentes com bombas e explosivos nos estados da federação variam 
conforme as necessidades e organização interna das polícias. Esse serviço é realizado 
prioritariamente pelas polícias militares, através de suas unidades de operações especiais. Em 
um único estado, Rio de Janeiro, o atendimento é preferencial da Polícia Civil. Não havendo 
nenhum órgão especializado em bombas e explosivos na estrutura de segurança pública, cabe 
o atendimento a esse tipo de incidente à Polícia Federal, através dos SETEC das 
superintendências regionais, que são acionados pelas polícias estaduais. 
3.2. As organizações em níveis nacional e internacional 
O quadro a seguir oferece uma visualização que permite comparar as organizações 
antibombas estudadas nas aulas 2 e 3. 
 
 
 
 
PRE- 
TECNICO EM EXPLOS 
BYL X 
BOMB TECHNICIAN 
BOMB 
INVESTIGATOR 
POLICIA FEDERAL 
POLICIA 
CIVIL 
POLICIA MILITAR 
DA TE 
OS IV 
 
Quadro 2 — Comparação entre as organizações antibombas dos países estudados. 
 
 
 
 
Referências bibliográficas: 
 
BESSA, Jorge. A inteligência competitiva. Brasília: Projecto Editorial, 2007. 
 
BRANT, Leonardo; NEMER Caldeira. (Coord.). Terrorismo e Direito: os impactos do 
terrorismo na comunidade internacional e no Brasil. Rio de Janeiro: Forense, 2003. 
 
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Crimes hediondos (tóxico, terrorismo e tortura). 2. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2002. 
 
LAWRENCE, Zelic Freedman; Yonah Alexander. Perspectives on terrorism. New Delhi: 
Hindustan Publishing Corporation, 1985. 
 
LIVINGSTONE. Neil C; TERREL, Arnold. Fighting Back: Winning the warmagainst 
terrorism. Lexington Books, 1984. 
 
MELO NETO, Francisco Paulo de. Marketing do terror. São Paulo: Contexto, 2002. 
 
REINARES, Fernando. Terrorismo y antiterrorismo. Barcelona: Paidós, 1998.

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